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Leitura e Produção Textual aula 2

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27/05/2022 19:01 Leitura e Produção Textual
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LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL
CAPÍTULO 2 - A LINGUAGEM ESCRITA
APRESENTA MECANISMOS PRÓPRIOS?
Marlise Buchweitz
INICIAR 
Introdução
Antes de iniciar este estudo, reflita sobre as questões: a escrita tem mecanismos
próprios? Ao produzir um texto, você considera questões relacionadas à coesão e à
coerência textual?
Se respondeu afirmativamente às duas perguntas, então já conhece as bases do
processo de escrita e sabe que existem mecanismos para tal. Para aprofundar seus
conhecimentos, este capítulo – além de abordar estas questões, também discutiráa
intertextualidade e a relação entre escrita e ensino.
Neste sentido, como estudante de Letras e futuro professor de produção textual,
você acredita que, para mediar conhecimento sobre formas de escrever um texto,
são necessárias técnicas próprias? Ao longo deste estudo, você saberá mais a esse
respeito, além de perceber a necessidade de se aplicarem maneiras próprias e
técnicas que conduzam o aluno a aprimorar o processo de escrita de um texto.
Inicialmente, destacaremos as questões relacionadas à intertextualidade, à
coerência e à coesão textual; no final do capítulo, discutiremos o ensino e a escrita.
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A partir de diferentes teóricos, abordaremos estas questões a fim de permitir que
você, estudante de Letras, tenha uma noção básica destes conceitos e possa
encontrar formas de refletir sobre sua futura prática. Também, indicamos alguns
textos e vídeos que podem auxiliar numa abordagem diferenciada das temáticas
aqui trazidas.
Boa leitura!
2.1 Escrita e intertextualidade
Para que possa auxiliar seu aluno na produção textual, partindo das partes para a
assimilação do todo, a seguir você conhecerá alguns tópicos importantes do
processo. Dessa maneira,compreenderá a relação entre escrita e intertextualidade,
escrita e progressão referencial, escrita e progressão sequencial, escrita e coerência.
A escrita, portanto, tem mecanismos que favorecem sua produção, e o
entendimento destes aspectos permite uma melhor relação do autor com o texto – e
deste com seu leitor. Toda produção textual será mais bem-sucedida a partir da
prática. Por isso, você pode trazer os conceitos gradativamente, e ir apresentando-
os ao seu aluno, num processo de construção de conhecimento no qual o erro é
parte da aprendizagem, e em que o sucesso está na sistematização e percepção de
modos próprios de escrever. 
Além disso, para o efetivo sucesso da aprendizagem da produção escrita e para que
as categorias aqui discutidas possam ser bem-sucedidas na prática, é importante
apresentar leituras de diferentes gêneros textuais para seu aluno.  
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Figueiredo (1999) compara a escrita a qualquer outro aprendizado: inicia-se aos
poucos, assimilando as partes gradualmente. A partir do reconhecimento de cada
parte, o redator/autor chega ao todo, assim como qualquer educando em diferentes
processos de aquisição de conhecimento. São os parágrafos que nos indicam as
partes do texto, e sua compreensão é necessária para o sentido do texto como um
todo. Portanto, os parágrafos precisam seguir uma divisão que apresente uma lógica
textual, da qual fazem parte a coerência e a consistência (FIGUEIREDO, 1999).
O texto apresenta sempre uma ideia central, e cada parágrafo é parte desta ideia.
Ainda que apresente ideias secundárias próprias, o parágrafo precisa conectar-se
aos demais e à ideia central. Assim, as ideias devem estar reunidas nos parágrafos
de modo a representarem uma informação central e informações secundárias. A
ideia central é direcionadora do parágrafo, e as ideias secundárias remetem a
detalhes, explicações, ou desdobramentos da ideia central (FIGUEIREDO, 1999). 
Figura 1 - A bagagem de leitura será diferencial no momento em que o aluno partir para a produção
escrita. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
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No vídeo Interpretação de texto (ROCHENBACH, 2017) o professor Wilson Rochenbach aborda a
organização de um texto, explicando a ideia central, as ideias secundárias e outros elementos que fazem
parte da produção textual. Para assistir, acesse o endereço: <https://www.youtube.com/watch?
v=RwBYc8579UQ (https://www.youtube.com/watch?v=RwBYc8579UQ)>. 
Com base no que estudou até aqui, na sequência você verá alguns aspectos
relativos à intertextualidade. Você sabe o que ela indica? Observe a relação
representada na figura a seguir.
Cronologicamente, destaca-se que a ideia da intertextualidade é embasada nos
estudos de Mikhail Bakhtin, que na década de 1920 foi o primeiro teórico a destacar
o dialogismo de um texto com outro:
[...] o objeto do discurso do falante, seja esse objeto qual for, não se torna pela
primeira vez objeto do discurso em um dado enunciado, e um dado falante não é o
primeiro a falar sobre ele. O objeto, por assim dizer, já está ressalvado, contestado,
elucidado e avaliado de diferentes modos; nele se cruzam, convergem e divergem
diferentes pontos de vista, visões de mundo, correntes (BAKHTIN, 2011, p. 300). 
VOCÊ QUER VER?
Figura 2 - Organograma com o conceito de intertextualidade e como pode ser utilizada em um texto
escrito. Fonte: Elaborada pela autora, baseada em ZANI, 2003.
https://www.youtube.com/watch?v=RwBYc8579UQ
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Em outras palavras, significa que cada enunciado não ocorre pela primeira vez por
determinado falante, e que cada falante se utiliza de diferentes pontos de vista, já
mencionados anteriormente, para compor seu discurso. 
A pesquisadora Elaine Cristina Medeiros Frossard (2008) publicou o artigo “A teoria do dialogismo de
Bakhtin e a polifonia de Ducrot: pontos de contato”, no qual compara o dialogismo de Bakhtin com a
polifonia de Ducrot, outro teórico importante que também discute a questão do texto como polifônico,
resultante de várias vozes do discurso. Observe que a polifonia também remete a uma multiplicidade de
vozes. O texto está disponível em: <http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215
(http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215)>. 
Essa ideia do dialogismo de Bakhtin (2011) foi, posteriormente, usada por Julia
Kristeva, que trouxe o conceito de intertextualidade. Neste sentido, podemos dizer
que um texto é formado de várias vozes, ou seja,tanto o enunciado falado quanto o
texto escrito são produzidos a partir de um conhecimento adquirido de outros
textos, de outros discursos. As múltiplas vozes dentro de uma produção textual são,
então, essas conexões que o sujeito faz com outros gêneros, outros textos.
Julia Kristeva nasceu na Bulgária, em 24 de junho de 1941, e tornou-se cidadã francesa naturalizada. É
filósofa, escritora, crítica literária, psicanalista e feminista. Pensadora do estruturalismo e pós-
estruturalismo, introduziu a intertextualidade ao discurso popular (THYNUS, 2015). Para saber mais sobre
a vida e a obra de Kristeva, acesse o endereço: <http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-
nascida-em-24-de-junho-489275 (http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-
de-junho-489275)>.
VOCÊ QUER LER?
VOCÊ O CONHECE?
http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215
http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-de-junho-489275
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Com base na ideia de que a intertextualidade está relacionada às interferências de
outros textos em nossa produção escrita, ou seja, que nossas leituras, nosso
conhecimento, serão parte daquilo que escrevemos, a seguir abordaremos outros
aspectos relevantes para a produção textual.
2.1.1 Intertextualidade e coerência
A coerência, como o próprio nome diz, é a relação coerente que as partes de um
texto estabelecem entre si (LOPES, 1998). O autor destaca que a coerência está
diretamente ligada à correspondência das informações existentes na mente do
leitor com as informações do contexto em que se insere.
A partir da explicação de Lopes (1998) pode-se pensar que a ideia remete,
principalmente, à leitura. Porém, ela é aplicável à produção escrita: o autor de um
texto precisa fazer com que os dados sejam correspondentes entre si, de modo a
produzir sentido.
Também, existe unidade de sentido num texto quando este está coerente. Isso se
deve ao fato de que os sentidos são contínuos a partir dos conhecimentos ativados
pelos períodos do texto (LOPES, 1998). As frases, portanto, devem ser coerentes
entre si, bem como cada parágrafo precisa de uma relação com o anterior e o
posterior, e todos os parágrafos juntos precisam ser coerentes para que a ideia
central do texto seja compreendida.
Para que isso ocorra de forma efetiva, há as palavras transicionais, aquelas que
fazem a transição/conexão entre uma informação e outra. Observe a explicação de
Figueiredo (1999, p. 29):
[...] as palavras e as frases transicionais ajudam a conectar as ideias secundárias com a
ideia central, e as ideias secundárias entre si; são conectivos (conjunções, pronomes,
sinônimos etc.) que ajudam a desenvolver explicações, mudar o curso da discussão,
enfatizar ou ilustrar; são importantes para organizar ideias e dar coesão interna ao
parágrafo. Assim, depois do período tópico, os outros períodos do mesmo parágrafo
ligam-se uns aos outros (ou à ideia principal) por palavras ou frases de ligação,
identificando as relações entre as partes do parágrafo e fazendo avançar a ideia
semeada no início. São pontes entre um período e outro. 
Não somente as ideias do texto em si precisam ser coerentes, como também os
elementos, o diálogo com outros textos que o escritor busca, precisam ter coerência
com as ideias pretendidas e com o sentido do texto todo.
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Leia o caso descrito a seguir e observe exemplos de coerência e intertextualidade. 
CASO
A educação brasileira ainda enfrenta grandes desafios, em pleno século XXI. Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2016, 51% da população nacional com
25 anos ou mais possuía apenas o nível fundamental de instrução (BRASIL, 2017). Por outro lado,
Schwartzman (2005, p. 1) destaca que “[...] os problemas principais são a má qualidade das escolas e
a repetência, ou seja, a tradição de reter os alunos que não se saem bem nas provas, prática
amplamente disseminada no Brasil”. 
No texto do estudo de caso apresentado, ao incluir uma citação de Schwartzman –
ou seja, uma informação que não é sua – se faz a intertextualidade, a qual dá
suporte ao pensamento manifestado na escrita, em relação à educação do Brasil.
Destacam-se, assim, as múltiplas vozes dentro de um mesmo texto. Isso quer dizer
que, ao trazer uma intertextualidade, nos embasamos na voz de outro autor para
dar suporte a algo que pretendemos enfatizar. Dessa forma, a intertextualidade é
possível de ser realizada a partir da bagagem de leituras de um autor, o que
permitirá discussão e argumentação com bastante propriedade sobre o assunto a
que se propuser escrever. 
2.1.2 Intertextualidade no ensino da produção escrita
Falar de intertextualidade na produção escrita é saber que a escrita não está
desvinculada da leitura. Para que você, enquanto professor de Letras, instigue seu
aluno a produzir um texto contendo intertextualidades, é necessário indicar leituras
ou levar para a sala de aula diferentes textos que possam dar ao estudanteuma base
para a escrita de seu próprio texto. Juntamente com as leituras que faz, o educando
também traz para o texto elementos de seu contexto de vida e de seu conhecimento
de mundo. Assim, ele cria conexões entre o que pensa e o que leu, uma vez que suas
ideias não são isoladas das informações que já obteve previamente e dos fatos que
vivenciou.
Encarnação (2005) sugere que, durante o processo de leitura, sejam realizadas
perguntas que podem guiar o entendimento do leitor, as quais sejam: 
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[...] – De que trata o livro todo? Compete-lhe descobrir o tema principal do
livro, e de que modo o autor desenvolve esse tema de maneira metódica ao
subdividi-lo em temas subordinados essenciais ou tópicos.
– O que está sendo dito em detalhe, e como? [...] descobrir as principais
ideias, asserções e argumentos que constituem a mensagem própria do
autor.
– O livro é verdadeiro no todo ou em partes? Você não pode responder a esta
pergunta enquanto não houver respondido as duas primeiras. Precisa saber o
que está sendo dito para que possa decidir se é verdadeiro ou não. [...]
– Que resulta daí? Se o livro lhe transmitiu informação, indague da
significação dela.
– Por que o autor acha que é importante conhecer essas coisas? É importante
para você conhecê-las? E se o livro lhe proporcionou ilustração, além de
informação, é necessário buscar mais esclarecimento perguntando o que
resulta daí, o que está subentendido ou insinuado (ENCARNAÇÃO, 2005, p.
10).
As respostas para estas perguntas servem como base para a escrita do texto deste
sujeito-leitor. Ou seja, o processo de escrita nunca é feito sozinho, sem que o
produtor de um texto se baseie em outros textos, quer seja na forma, na maneira de
escrever, na informação dada, sempre haverá um texto-base para que a escrita seja
produzida. Essa relação pode ser consciente ou inconsciente, já que o repertório de
leituras interferirá na produção de um texto e, às vezes, o leitor pode não se dar
conta de que está buscando dados em algo que já leu.
É nesse sentido, portanto, que se observa a intertextualidade vinculada à produção
escrita. Você sempre deverá fazer seu aluno ler informações, textos de diferentes
gêneros, discursos de diferentes áreas, para, depois disso, fazê-lo produzir um texto
escrito.
Também, vale destacar que:
[...]quando se pensa em recepção e produção de textos, a informação, o conteúdo
como um “todo” é que é essencial. Não se pode pensar somente nas estruturas
textuais, ou nos movimentos mentais do leitor, ou mesmo no contexto de produção da
comunicação. Todos esses aspectos encontram-se num processo de imbricamento
que é responsável para uma leitura completa. Esse processo não deve envolver
apenas os aspectos essenciais do texto, do leitor e da comunidade discursiva em que
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o outro está inserido, mas também de que modo esses aspectos se autoinfluenciam. A
abordagem interativa, na medida em que perpassa diferentes linhas teóricas, permite
o estudo dos vários elementos que compõem a leitura, de maneira distribuída e
equilibrada, evitando a centralização num único foco de interesse (ENCARNAÇÃO,
2005, p. 12).
Portanto, priorizar a interatividade, discutir diferentes textos e fazer com que os
alunos apreendam sentido é tarefa do professor no momento de trabalhar a
produção escrita. Você deve sempre levar múltiplos textos para que seu aluno tenha
mais possibilidades de realizarintertextualidades de acordo com as preferências
pessoais. 
2.2 Escrita e progressão referencial
Você sabe o que é referenciação? Ela é fundamental para que possamos realizar
adequadamente a compreensão de um texto escrito.
A referenciação é parte da coesão textual, ou seja, é outra categoria que precisa
sempre ser levada em consideração ao se escrever um texto. Os elementos que
indicam coesão são os que garantem a continuidade das expressões do texto, e a
correta articulação das ideias. Quando se observam os recursos coesivos, atenta-se
também para a coerência textual e para os sentidos que o leitor construirá a partir
daquilo que lê.
Assim, percebe-se que a intertextualidade com outros textos e com o contexto é
sempre ativado no momento de se escrever um texto. Tal processo é realizado a
partir de uma escolha pessoal, já que inserimos num texto nossos pensamentos,
modos de ver e pensar sobre um assunto, enfim, nossa intencionalidade e nossa
visão de mundo estão postas no texto escrito.
Nesse sentido, a referenciação é um dos dispositivos que nos permite criar a coesão
textual. Segundo Marcuschi (2000, p. 5), pode-se entender a referenciação como: 
[...] um processo de geração de domínios referenciais com objetos discursivos para
referir-se a um estado do mundo. Neste caso, a língua é muito mais do que simples
mediadora; se explica como atividade cognitiva e não apenas como forma
cognoscitiva (mapeadora) da realidade. A realidade não é um dado a priori, mas uma
construção discursiva motivada. 
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O teórico Luiz Antonio Marcuschi (2000) faz uma análise importante sobre a referenciação no artigo
intitulado “Referenciação e progressão tópica: aspectos cognitivos e textuais”.  Para ler, acesse o
endereço: <https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9306/6660
(https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9306/6660)>.
A partir das ideias já apresentadas, na sequência abordaremos a questão da
referenciação e de sua função dentro de um texto. A escrita depende deste
mecanismo para que seja realizada a correta produção de sentido pelo autor e pelo
leitor. 
2.2.1 Referenciação: uma atividade discursiva
Conforme mencionado anteriormente, a referenciação é um dispositivo que faz
parte da coesão textual e, consequentemente, colabora para a coerência das ideias
apresentadas num texto. Neste sentido, não se pode construir um texto, ou ajudar
nosso aluno na produção textual, sem passar pela aprendizagem desse elemento
importante no processo de escrita. Dessa maneira, para discutir a questão da
referenciação, observe a figura a seguir, que apresenta algumas questões indicadas
por Koch (2001, p. 75). 
VOCÊ QUER LER?
 Figura 3 - Características de
referenciação, dispositivo que integra a coesão textual e que importa para a produção escrita. Fonte:
Elaborada pela autora, baseada em KOCH, 2001.
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Com base nisso, estabelece-se que “[...] o processamento do discurso, por ser
realizado por sujeitos ativos, é estratégico, isto é, implica, da parte dos
interlocutores, a realização de escolhas significativas entre as múltiplas
possibilidades que a língua oferece” (KOCH, 2001, p. 75).
Dentre a questão da referenciação estão os denominados “referentes”, ou seja,
elementos que permitem a produção de sentido do leitor em relação ao texto,
conforme representa a figura a seguir. 
Assim, entendemos que os referentes dizem respeito aos objetos do discurso,
construídos ao longo da produção textual. Eles são fundamentais para que se
estabeleça a correta coesão textual. Observe o exemplo a seguir, extraído de matéria
publicada em 14/02 no site da revista Veja (REDAÇÃO VEJA, 2018, s. p):
“Carnaval: Beija-Flor é a grande campeã de 2018” (título da matéria).
“Com enredo sobre ‘monstruosidades’ e estrelas em destaque, a escola de Nilópolis
agitou a Sapucaí falando de problemas sociais” (linha de apoio, ou “olho”, da
matéria).
Observe que o referente a escola de Nilópolis está substituindo o substantivo Beija-
Flor.
 Figura 4 - Definição do que são os
referentes, elementos-base da referenciação e componentes da coesão textual. Fonte: Elaborada pela
autora, baseada em KOCH, 2001.
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A referenciação está muito conectada à coerência, e ambas são aspectos centrais
para a produção de sentido de um texto. Ou seja, 
[...] ambos são de algum modo co-dependentes, não se podendo determinar uma
hierarquia de relevância entre ambos. Contudo, embora se interpenetrem, são duas
noções bastante diversas. Há casos em que a referenciação de um elemento só é
inferível a partir de estratégias globais sugeridas por atividades mentais como no caso
de referentes de pronomes sem antecedente explícito. Há casos em que a coerência
fica na dependência de relações referenciais estabelecidas no texto. E casos em que
tudo depende de conhecimentos prévios em alto grau (MARCUSCHI, 2000, p. 9). 
Ao escrever, podemos recorrer a duas maneiras de trazer referentes para o texto: a
“ativação ancorada e a não-ancorada” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 134), sendo que a
primeira diz respeito a informações já conhecidas, como base no contexto de seus
interlocutores, e a segunda é quando o escritor traz para o texto algo totalmente
novo. 
Figura 5 - O texto, ao ser produzido, é dependente das referenciações realizadas pelo autor e pelos
leitores. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
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2.2.2 Formas de progressão referencial
Dentro de um texto é necessário, sempre, estabelecer a coesão e a coerência. Para
que exista uma progressão referencial, ou seja, para que todos os referentes estejam
cumprindo a função de manter a coesão e a coerência, estes referentes precisam
retomar a ideia anterior sem que ocorra repetição ou qualquer problema de
concordância na frase. Em outras palavras, “[...] um elemento designa um universo e
fenômenos nomeados por sinonímia ou até mesmo por substituição.” (MARCUSCHI,
2000, p. 4).
Durante a escrita, é preciso garantir a continuidade de um texto, objetivo que se
estabelece a partir da repetição e da progressão. Ou seja, devemos sempre remeter
a referentes que já foram apresentados anteriormente no texto (KOCH; ELIAS, 2010).
A progressão referencial dentro do texto escrito pode ocorrer a partir de alguns
elementos, que são:
formas de valor pronominal, como em: “Carlos está doente. Fui vê-lo para
saber notícias.”;
numerais, como em: “Fiz uso de duas técnicas no processo: a primeira diz
respeito ao método e a segunda refere-se à execução.”;
certos advérbios locativos, como em: “João estava na praia com alguns
amigos. Lá eles descobriram Pedro.”;
elipses, como em: “Carla curte estar nas redes sociais; Mari, sair para conhecer
pessoas.” (Mari curte sair para conhecer pessoas);
formas nominais reiteradas, sinônimas ou quase sinônimas, e hiperonímicas;
alguns nomes genéricos.
Para os dois últimos – formas nominais reiteradas e alguns nomes genéricos –,
observe o exemplo a seguir, também extraído da matéria publicada em 14/02
(REDAÇÃO VEJA, 2018, s. p.).
A grande surpresa do Carnaval de 2018 acabou ficando por conta da Paraíso do Tuiuti,
que no ano passado viu um de seus carros alegóricos causar um grave acidente na
Sapucaí, e em 2018 foi a vice-campeã. Neste ano, a escola trouxe o enredo Meu Deus, Meu
Deus, Está Extinta a Escravidão?, sobre os 130 anos da Lei Áurea. [...]
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A agremiação  ainda  ironizou manifestantes que pediram o impeachment de Dilma
Rousseff [...] 
As expressões em destaque são referentes/formas nominais – a escola, a
agremiação – para o substantivo Paraíso do Tuiuti.
A partir disso, destaca-se que as formas de progressão referencial, elementos que
mantêm a coesão textual, possuem funções de diferentes ordens no texto. Vejamos
algumas:
Cognitivas:
Os elementos do texto podem remeter a outros já apresentados e possibilitar a
(re)ativação na memória do leitor.
[...] por outro lado, ao operarem uma recategorização ou refocalização do referente
ou, em se tratando de nominalizações, das informações-suporte, elas têm, ao mesmo
tempo, função predicativa. Trata-se, pois, de formas híbridas, referenciadoras e
predicativas, isto é, veiculadoras tanto de informação dada (KOCH, 2001, p. 77).
Sumarização:
As informações-base do texto podem ser sumarizadas relacionadas a referentes
textuais abstratos, tais como o fato, o evento, o estado, a atividade etc. Segundo
Koch (2001, p. 76): “[...] essa especificação vai constituir uma seleção particular e
única dentre uma infinidade de lexicalizações possíveis, efetuada a partir das
proposições veiculadoras das informações-suporte.”
De organização textual:
a) No nível microestrutural: as formas nominais funcionam como anafóricos
(elementos cuja referência depende de outro previamente mencionado, como, por
exemplo, os pronomes esse, aquele etc.) ou catafóricos (elementos que se referem a
algo que será dito posteriormente no texto, como, por exemplo: “Ao olhá-lo, Maria
disse: Pedro, você precisa fazer esta atividade”), ou ambos ao mesmo tempo. 
b) No nível macroestrutural: as formas nominais possuem papel importante na
organização textual, bem como na conexão entre tópicos e subtópicos.
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Também, existem alguns determinantes das formas nominais referenciais, segundo
Koch (2001), que são:
 
1) Uso do demonstrativo (este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s),
isto, aquilo) – alguns casos nos quais o demonstrativo é usado são:
quando a expressão referencial produz uma recategorização metafórica ou
não do processo, ou seja, quando o substantivo requalifica o referente de
forma pouco previsível;
quando acontece polifonia ou heterogeneidade discursiva, sempre que o
substantivo-núcleo da expressão referencial não é totalmente assumido pelo
locutor, ou é usado de modo irônico;
quando o nome-núcleo do substantivo nominal vem modificado por um
adjetivo na função de adjunto adnominal;
nos casos de substantivos nominais associativos em que o demonstrativo não
seja passível de substituição por um definido, pois, se isto acontecesse, teriam
alterado seu valor referencial ou haveria dificuldade na correta interpretação;
quando se usam hiperônimos, de modo a evitar uma referência genérica;
quando há marcação de parágrafo;
quando há alguma referência problemática: 
[...] o referente da expressão anafórica possui, em geral, um alto grau de
predizibilidade e, portanto, de acessibilidade. Isto é, o referente pode ser facilmente
inferido com base no co-texto prévio e/ou no contexto de uso, de forma que sua
presença na memória discursiva pode ser considerada latente no momento em que a
anáfora aponta para ele. Contudo, os referentes são, por vezes, menos predizíveis e
até mesmo impredizíveis, obrigando o receptor a introduzir um novo objeto em sua
memória discursiva e construir a informação contextual de modo a permitir que esta
introdução seja consistente e compatível com o estado atual daquela. Neste caso, o
uso do demonstrativo seria praticamente obrigatório (KOCH, 2001, p. 81). 
 2) Uso do artigo definido (o, a, os, as):
quando há um adjunto adnominal ou um complemento nominal que define
um dos atores do processo;
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em substantivos predicativos morfologicamente derivados de verbo;
quando os predicativos que designam um atributo da enunciação
nominalizam um processo, não aquele percebido pelo conteúdo
proposicional, mas pelo tipo de “[...] ato de comunicação realizado por sua
enunciação.” (KOCH, 2001, p. 82);
quando o substantivo predicativo é um nome genérico, como coisa, fato,
evento etc.
3)      Uso do artigo indefinido (um, uma, uns, umas, outro(s), outra(s), certo,
tal):
quando se escolhe um referente no interior de um conjunto já mencionado; 
em casos em que se nomeiam partes de um referente previamente
mencionado;
quando a expressão anafórica enfoca especificamente a informação por ela
veiculada.
A partir do que foi visto, devem-se considerar, então, todas as funções das
expressões referenciais, as quais necessitam ser percebidas como “[...]
multifuncionais, ou seja, possuem uma dimensão ao mesmo tempo construtiva e
intersubjetiva” (KOCH, 2001, p. 87). Mais ainda, as expressões referenciais não
servem apenas para referir; “[...] como multifuncionais que são, elas contribuem
para elaborar o sentido, indicando pontos de vista, assinalando direções
argumentativas, sinalizando dificuldades de acesso ao referente, recategorizando os
objetos presentes na memória discursiva.” (KOCH, 2001, p. 87). 
2.3 Escrita e progressão sequencial
Dentro da coesão textual, outro tópico importante a destacar é a progressão
sequencial, a qual está relacionada, em especial, aos recursos fonológicos dentro de
um texto. Em geral, as flexões dos verbos (tempo e modo) e as conjunções sãoos
mecanismos responsáveis pela progressão sequencial do texto. Dessa forma, a
progressão sequencial permite que as partes de um texto estejam articuladas entre
si e possam contribuir para a produção de sentido.
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Ou seja, a coesão textual está relacionada à conexão linguística, o que vai
possibilitar que as ideias se associem umas às outras dentro de um texto. Além
disso, a conexão linguística permite a correta transmissão de uma informação ou do
sentido dado pelo autor ao leitor. Fiorin e Savioli (2007, p. 271) apontam para o fato
de que os enunciados de um texto nunca estão agrupados caoticamente, mas
“estritamente interligados entre si”.
Vale destacar que há um conjunto de elementos que, “mesmo fazendo o texto
avançar, realizam algum tipo de recorrência” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 158).
Assim, neste tópico, abordaremos as questões relacionadas à fonologia da Língua
Portuguesa: quais são alguns dos recursos fonológicos, e a importância da
recorrência dos tempos verbais na produção escrita.
2.3.1 Recursos de ordem fonológica
A progressão sequencial apresenta alguns mecanismos que auxiliam no
desenvolvimento da temática do texto, permitindo uma articulação entre as ideias e
os argumentos de um texto. Ou seja, contribuem para a coerência textual.
Assim, a frequência fonológica e de palavras são fatores importantes em um texto. A
fonologia diz respeito à organização dos sons dentro de uma frase, os fonemas. 
Alguns recursos importantes no texto são, portanto, a repetição, a paráfrase, os
paralelismos e os recursos fonológicos (KOCH; ELIAS, 2010). Observe as explicações
a seguir, segundo Koch e Elias (2010): 
Repetição – é um recurso que deve ser usado com cuidado, pois em alguns gêneros
textuais repetir em demasiado uma mesma palavra incorre em incômodo para o
leitor. Outros gêneros já permitem o uso da repetição como efeito estilístico e
retórico. Leia essa  parte do poema “Canto de regresso à pátria”, de Oswald de
Andrade (1971), no qual a repetição não incorre em erro:
Minha terra tem palmares
Ondegorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
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Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Paralelismo – diz respeito à repetição de uma mesma estrutura sintática, com
elementos lexicais diferentes. 
Exemplo: “A literatura permite não só aprender sobre novas culturas, mas também
compreender outras visões de mundo”.
Os termos não só e mas também servem para conectar fragmentos gramaticalmente
semelhantes.
Paráfrase – é uma explicação de algo dito anteriormente através do uso de palavras
diferentes, geralmente introduzida por ou seja, isto é, entre outros.
Exemplo: “A literatura compreende o contexto social no qual está inserida, isto é, os
textos literários de uma época podem não ser entendidos em outros lugares e
tempos”.
Recursos de ordem fonológica – alguns destes recursos são: a semilicadência
(identidade entre metro, ritmo e rima); os fatos suprassegmentais (entonação, rima,
ritmo e metro) e os fatos segmentais (aliteração – repetição de um som, como em
vozes veladas, veludosas vozes – e assonância – repetição de uma vogal dentro de
uma frase).
2.3.2 Recorrência de tempos verbais
Assim como vimos anteriormente, o tempo e o modo dos verbos também
contribuem para a progressão sequencial de um texto escrito. Consequentemente,
os tempos verbais também são responsáveis pela coerência textual.
Dependendo da significação que pretendemos dar a um verbo, temos os modos
indicativo (remete a uma certeza, uma possibilidade real de concretização da ação
expressa pelo verbo), subjuntivo (expressa incertezas e diz respeito a possibilidades
remotas de a ação do verbo acontecer) e imperativo (indica conselhos, ordens,
proibições, pedidos etc.).
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Quanto aos tempos verbais, são eles: passado ou pretérito, presente e futuro.
Portanto, precisamos sempre preestabelecer  quais são as intenções que
pretendemos a partir do uso dos verbos em nosso texto. São eles que direcionarão a
interpretação por parte do leitor. 
Neste sentido, o uso de tempos verbais está diretamente ligado à nossa
intencionalidade discursiva, e serve para diferentes intenções, tais como:
narrar;
comentar;
Figura 6 - Antes de começar a escrever um texto, o autor precisa definir qual a intencionalidade
pretendida a partir dos tempos e modos verbais. Fonte: Sofiphoto, Shutterstock, 2018.
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criticar;
apresentar reflexões.
Ou seja, a escolha dos verbos e seus respectivos modos (indicativo, subjuntivo ou
imperativo) e tempos (passado, presente ou futuro) norteará a intenção do autor,
bem como a intepretação por parte do leitor. Podemos sempre escolher se vamos
narrar, comentar, criticar ou discutir determinada temática. Tal escolha direcionará
nosso texto e também poderá definir seu gênero textual. 
2.4 Escrita e coerência
Conforme já destacado anteriormente, a coerência é fundamental para a construção
do texto escrito. Ela é condição fundamental para que o discurso ocorra de maneira
adequada e para que a produção de sentido se estabeleça corretamente.
Koch e Elias (2010, p. 194) ressaltam que a noção de coerência não deve ser aplicada
“[...] isoladamente, ao texto, nem ao autor, nem ao leitor, mas se estabelece na
relação entre esses três elementos.” A coerência exige, tanto por parte de quem
escreve, quanto por parte de quem lê, conhecimento acerca do mundo, e também
conhecimento “enciclopédico e metagenérico” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 195). Além
disso, ela é a possibilidade de produzir sentido para um texto, de fazer com que uma
interpretação seja possível a partir do todo (KOCH; TRAVAGLIA, 2010). 
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Assim, três grandes sistemas contribuem para o processo de organização de um
texto: o linguístico, o enciclopédico e o interacional. Koch (2011) define cada um
deles, conforme destacamos: o conhecimento linguístico diz respeito às noções
gramaticais e de léxico que cada um possui; o conhecimento enciclopédico ou de
mundo é aquele que está armazenado na memória do autor e do leitor; o
conhecimento sociointeracional remete ao conhecimento sobre as ações verbais, ou
seja, sobre as formas de interação por meio da linguagem. 
VOCÊ SABIA?
A coerência textual é vista como um princípio de acessibilidade ao texto. Ela é uma necessidade e
uma condição para que o discurso tenha sentido e possa transmitir uma mensagem. Outras
informações importantes sobre coerência textual são encontradas na entrevista com Ingedore Koch,
publicada em agosto de 2003 na “Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL” (KOCH, 2003).
Figura 7 - A coerência textual pode remeter a um quebra-cabeças, um processo de montagem no qual
diferentes conhecimentos precisam estar conectados. Fonte: Andris Torms, Shutterstock, 2018.
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Para conferir a entrevista, acesse o endereço:
<http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf
(http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf) >.
Com base nos diferentes tipos de conhecimento que a coerência textual exige, bem
como a partir da ideia de que ela está ligada também à coesão textual – e que ambas
são responsáveis pelo sentido do texto –, destacaremos, a seguir, os fatores de
coerência e as possibilidades de mediar conhecimento relativo a isso. Observam-se,
assim, os mecanismos que possibilitam informações e enunciados coerentes dentro
de um texto. 
2.4.1 Fatores de coerência
Conforme já mencionado, a coerência textual possui mecanismos próprios para que
seja efetivada dentro de um texto. A seguir, destacaremos os tipos de coerência que
devem ser considerados ao se produzir um texto, bem como os fatores dos quais
esta coerênciadepende. Para que o texto seja coerente, segundo Koch (2011), isso
precisa ocorrer nos diferentes níveis, os quais sejam: o sintático, o semântico, o
temático, o ilocucional, contribuindo todos estes para a coerência global.
Portanto, existem alguns tipos de coerência textual que precisamos sempre enfocar:
Coerência semântica: os elementos do texto precisam fazer sentido entre si, pois
quando nos referimos a elementos semânticos, estamos mencionando o
desenvolvimento lógico das ideias. Por exemplo: não é muito lógica a frase “Gosto
de livros e de frutas”, porém dizer que “Gosto de livros e de filmes” tem mais sentido
em relação ao significado.
Coerência sintática: refere-se aos “meios sintáticos para fazer com que haja
coerência semântica, através do uso de conectivos, pronomes, sintagmas” (KOCH;
TRAVAGLIA, 2010, p. 43). Por exemplo: Escreve ninguém assim frase uma. Você
entendeu? Mesmo não conhecendo a sintaxe, não vamos escrever uma frase assim.
Portanto, a coerência sintática segue a lógica de que os elementos precisam estar
dispostos segundo uma ordem dentro da frase.
Coerência estilística: uso de um mesmo estilo de elementos linguísticos. Por
exemplo, ao escrever uma dissertação argumentativa, seguiremos uma variedade
linguística argumentativa, formal e impessoal, e não podemos misturar elementos
da linguagem coloquial.
http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf
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Além disso, acoerência é dependente de alguns fatores:
Elementos linguísticos: servem como indicação para ativar conhecimentos
previamente armazenados em nossa memória. A forma como esses elementos se
organizam, os sentidos, as famílias de significados, enfim, tudo isso contribuirá
ativamente no momento de construir coerência.
Conhecimento de mundo: já mencionado anteriormente, o tanto que conhecemos
do nosso entorno e do contexto social e cultural contribuirá na interpretação
daquilo que lemos. Esse conhecimento é adquirido conforme vivemos e fica
armazenado em nossa memória. Ao produzir um texto, ativamos essa memória e
somos capazes de trazer elementos para o texto a partir das vivências.
Conhecimento compartilhado: o conhecimento e a memória de cada indivíduo é
pessoal e intransferível. Cada escritor produzirá seu texto a partir de suas vivências.
Porém, para que o sentido dado por um autor seja compreendido por seu leitor, há a
necessidade de que algum conhecimento seja compartilhado. Deste modo, a
interpretação poderá ser coerente com a intenção do autor.
Inferências: as inferências dizem respeito ao estabelecimento de relações não
explícitas entre informações de um texto.Sempre precisamos fazer inferências em
um texto, pois, se assim não fosse, ele precisaria ser extremamente longo e com
cada informação minimamente detalhada (KOCH; TRAVAGLIA, 2010).
Situacionalidade: o texto deve estar adequado à situação de comunicação, pois um
texto pode ser coerente numa situação e, em outra, não.
Informatividade: diz respeito ao grau de “previsibilidade da informação contida no
texto.” (KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 86). Quanto mais previsível for a informação
contida num texto, tão menor o grau de informatividade que produzirá.
Focalização: tem relação direta com o conhecimento de mundo e com o
conhecimento compartilhado entre autor e leitor. Algumas expressões no texto,
como também o título, são responsáveis pela focalização. Koch e Travaglia (2010, p.
91) destacam que “[...] no ensino de redação, quando dizemos ao aluno que deve
delimitar o assunto e estabelecer um objetivo para o seu texto, estamos, na
verdade, levando-o a focalizar o tema de um determinado modo.”
Intertextualidade: já discutida neste capítulo. 
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Quando falamos sobre a intertextualidade, mencionamos o filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin
(1895-1975), autor que traz a teoria do dialogismo, o que remete ao fato de que qualquer enunciado já foi
mencionado, criticado, aperfeiçoado (PINHEIRO, 2009). Para saber mais sobre este autor, acesse o
endereço:   <https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-do-dialogo
(https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-do-dialogo)>.
Intencionabilidade e aceitabilidade: diz respeito às intenções do autor e como
estas são aceitas pelo leitor. O produtor de um texto tem, portanto, propósitos e
objetivos, “[...] que vão desde a simples intenção de estabelecer ou manter o
contato com o receptor até a de levá-lo a partilhar de suas opiniões ou a agir ou
comportar-se de determinada maneira” (KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 97).
Consistência e relevância: os enunciados de um texto precisam ser consistentes
com os anteriores, ou seja, todos devem “ser verdadeiros dentro de um mesmo
mundo ou dentro do mundo representado no texto” e relevantes dentro do conjunto
de tópicos apresentados num texto (KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 99).
2.4.2 Coerência e ensino
Muito importante no processo de ensino da produção escrita está o conhecimento
textual que o aluno tem, e esse é adquirido por suas práticas de leitura (KOCH;
ELIAS, 2010). Nesse sentido, o papel do professor está em mediar o contato dos
alunos com textos de diferentes gêneros e sobre os mais distintos temas.
Mas como trabalhar a coerência no ensino da produção escrita?
Koch e Elias (2010, p. 214) respondem à questão dizendo que “[...] a coerência
precisa ser tratada para além do que o texto nos revela em sua materialidade
linguística explicitamente constituída.” É importante embasar a prática também na
leitura e no conhecimento previamente adquirido. Assim, é possível conduzir o
processo de produção escrita dos alunos.
VOCÊ SABIA?
VOCÊ O CONHECE?
https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-do-dialogo
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As professoras Maria José dos Santos e Sylvia Domingos Barrera (2015) publicaram o estudo “Escrita
de textos narrativos sob diferentes condições de produção”, feito a partir de uma prática de escrita
de textos narrativos com alunos de 5 ano do Ensino Fundamental de uma escola do estado de
Goiás. O resultado está disponível em:  <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-85572015000200253&lng=pt&tlng=pt
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
85572015000200253&lng=pt&tlng=pt)>. Essa leitura poderá ajudá-lo no momento em que precisar
trabalhar a escrita de textos narrativos em sala de aula. 
Além disso, é necessário que o professor nunca diminua o processo de produção
textual de um aluno. Isso quer dizer que a escrita de um texto sempre ocorre de
forma gradual, e quanto mais informações sobre diferentes gêneros você, como
estudante de Letras, puder adquirir e levar para seus alunos, no momento em que
estiver na prática em sala de aula, mais conhecimento de leitura e de contextos
sociais e culturais seu aluno conseguirá relacionar com a produção escrita.
o
Síntese
Concluímos os estudos relacionados aos mecanismos da linguagem escrita. Agora
você já conhece os conceitos de intertextualidade e referenciação, imprescindíveis
para a produção de um texto escrito.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender a relação entre a escrita e a intertextualidade;
identificar diferentes formas de referenciação e suas funções;
compreender a relevância da intertextualidade, da progressão referencial e da
progressão sequencial no processo de produção escrita;
conhecer um exemplo prático de produção de textos narrativos no Ensino
Fundamental;
compreender a relação que se estabelece entre a leitura e a escrita;
apreender sentidos mais abrangentes relacionados ao trabalho docente de
produção textual.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572015000200253&lng=pt&tlng=pt
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script=sci_arttext&pid=S1413-85572015000200253&lng=pt&tlng=pt
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https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/viewFile/5393/4937
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