Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Professora: Dra Caroline Da Ros Montes D’Oca. Técnica responsável: Eveline Martins Mattiusi. Disciplina: CQ038 turma C. Prática VIII: síntese de cloreto de t-butila. 2 Sumário Introdução:............................................................................................................... ........ 3 Revisão bibliográfica:...................................................................................................... 4 Parte experimental:........................................................................................................ 5 Resultados e discussão:................................................................................................ 6 Conclusão:..................................................................................................................... 8 Referências:...................................................................................................................9 Anexos:.........................................................................................................................10 3 Introdução Esse experimento tem como objetivo realizar a síntese do cloreto de terc-butila a partir do álcool t-butílico, por uma reação de substituição de primeira ordem com o íon cloreto, e então purificá-lo por meio de um processo de destilação. O cloreto de terc-butila, ou cloreto de t-butila (𝐶4𝐻9𝐶𝑙) é um composto orgânico líquido e incolor, caracterizado como um haleto de alquila. Ele pode ser obtido pela reação abaixo: Reação de síntese do cloreto de t-butila Essa reação ocorre pelo mecanismo de substituição Sn1, nesse caso a hidroxila do álcool t-butílico é substituída pelo cloro do ácido clorídrico, dando origem ao cloreto de t-butila e uma molécula de água. Nesse contexto, a hidroxila atua como grupo retirante e o íon cloreto como nucleófilo. Essa é uma reação de primeira ordem e que depende apenas da concentração do álcool t-butílico. Contudo, ao decorrer da reação outros mecanismos atuam ao mesmo tempo, como é o caso de uma reação de eliminação que tem como produto o isobutileno. Reações de eliminação e substituição estão competindo constantemente entre si, pois precisam dos mesmos componentes para acontecerem, no entanto é possível favorecer um determinado mecanismo através de mudanças nas condições do meio reacional. No experimento realizado, o mecanismo Sn1 que forma o cloreto de t-butila foi favorecido. Por fim, após realizada a síntese do cloreto de t-butila, é necessário separá-lo dos demais componentes, para tanto serão realizadas etapas adicionais como a lavagem com solução de bicarbonato de sódio, lavagem com água, secagem com cloreto de cálcio anidro e método de separação por destilação simples. 4 Revisão bibliográfica Mecanismo da síntese A reação usada para a síntese de cloreto de t-butila é uma reação SN1 que ocorre com o seguinte mecanismo: Primeiramente o ácido clorídrico, por ser um ácido forte, dissocia-se quase completamente em meio aquoso formando H3O+ e Cl-. Assim, um dos pares de elétrons livre no álcool ataca um hidrogênio do hidrônio, ou seja, o álcool recebe um próton. O oxigênio ficou com uma carga positiva de modo que o grupo de hidroxila protonado sai como um grupo de saída gerando um carbocátion terciário e água. Por ser a etapa lenta, ela que determina o desenvolvimento da reação. Por fim, o cloreto se liga ao carbocátion formando o cloreto de t-butila. O mecanismo SN1 é favorecido pois há um impedimento estérico devido aos grupos metila, impedindo que o cloreto se ligue ao carbono sem a formação do carbocátion. No entanto, se fosse um álcool primário não haveria esse impedimento de maneira que ocorreria o mecanismo SN2. Agente dessecantes No experimento foi utilizado o cloreto de cálcio anidro (CaCl2) para retirar a água da mistura com o cloreto de t-butila. O CaCl2 é um agente dessecante, ou seja, absorve rapidamente a umidade do meio. Essa substância realiza esse processo desta maneira: 𝐶𝑎𝐶𝑙2 + 𝑛𝐻2𝑂 → 𝐶𝑎𝐶𝑙2. 𝑛𝐻2𝑂 A propriedade de absorver água é chamada de higroscopia. 5 Parte experimental O experimento teve início com os cálculos estequiométricos referentes a síntese do cloreto de t-butila demonstrados no tópico de Resultados e Discussões. Foi então determinado que 6,2ml de álcool t-butílico reagiriam com 17ml de ácido clorídrico concentrado. Em um funil de separação, foram adicionados o álcool t-butílico e o ácido clorídrico concentrado. A mistura ficou em repouso por 20 minutos, sendo agitada de vez em quando. Após o período de 20 minutos, a mistura ficou em repouso e aguardou-se a formação das duas fases nitidamente separadas. A camada inferior foi desprezada. Logo após, a camada superior (fase orgânica) contendo o haleto foi lavada com solução de bicarbonato de sódio 5% (4ml) e depois foi lavada com água (4ml). Então, a mistura foi seca com cloreto de cálcio anidro (1g) e filtrada em papel pregueado. O volume filtrado foi transferido para um de balão de fundo redondo e foi submetido ao procedimento de destilação simples. Ao decorrer da destilação, o líquido que passava entre 49- 50oC foi coletado em um béquer. Então, o volume destilado foi transferido para uma proveta seca e seu volume foi anotado. 6 Resultado e discussão No experimento foram utilizados 5 g de álcool t-butílico, o qual possui densidade de 0,806 g/ml. Para a prática foi indicado usar 85 ml de ácido clorídrico concentrado para 25 g de álcool, assim é possível determinar a quantidade de ácido necessário: 5 25 = 𝑥 85 𝑥 = 17 𝑚𝑙 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 Foi considerada a densidade do ácido clorídrico como sendo 1,18 g/ml. Calculando então a massa de ácido clorídrico: 𝑚 17 = 1,18 𝑚 = 20,06 𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 Sabendo a massa molar do álcool t-butilíco (74,12 g/mol) e do ácido clorídrico (36,5 g/mol) é possível calcular a quantidade de mols presentes nas amostras: 𝑛𝐶4𝐻10𝑂 = 5 74,12 = 0,067 𝑚𝑜𝑙 𝑛𝐻𝐶𝑙 = 20,06 36,5 = 0,55 𝑚𝑜𝑙 Como a reação ocorre 1:1:1:1 (1 mol de álcool t-butílico +1 mol de HCl forma 1 mol de cloreto de t-butila + 1 mol de água) o reagente em excesso é o HCl e consequentemente o limitante é o álcool t-butílico. Sabendo disso, é possível afirmar que seria esperado 0,067 mol de cloreto de t-butila se a reação ocorresse com 100% de eficiência. Conhecendo a massa molar desse composto (92,57 g/mol) é possível calcular o rendimento teórico em massa: 𝑚𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = 0,067 × 92,57 = 6,2 𝑔 Sabendo que na destilação foram coletados 1,5 ml de cloreto de t-butila e considerando que a densidade desse composto é 0,847 g/ml é possível calcular a massa coletada: 𝑚𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑎 1,5 = 0,847 7 𝑚𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑎 = 1,3 𝑔 Calculando o rendimento: 1,3 6,2 × 100% = 21% Uma hipótese para o rendimento ter dado baixo foi a dificuldade em coletar o líquido na temperatura de ebulição do cloreto de t-butila pois ela subiu muito rápido, dificultando determinar o volume coletado. 8 Conclusão Por meio das reações e procedimentos realizados foi possível converter álcool t-butílico em cloreto de t-butila. Na síntese realizada em laboratório, o mecanismo de reação predominante foi o de substituição do tipo Sn1. O experimento teve como resultado a formação de 1,3g de cloreto de t-butila a partir de 5g de álcool terc-butílico, resultando em um rendimento de 21%. Nesse cenário, o baixo rendimento do cloreto de t-butila está, em parte, relacionado ao fato de que outros produtos foram gerados ao decorrer da reação e também aos erros experimentais acumulados durante os processos de decantação,lavagem, filtração e destilação. Por esse motivo, uma quantidade considerável do haleto foi perdida no decorrer do experimento. A execução do experimento em laboratório foi essencial para a compreensão dos mecanismos de reações existentes entre moléculas orgânicas, como é o caso da síntese de cloreto de t-butila a partir do álcool t-butílico. Para tanto, foram utilizadas noções de estequiometria de reações, mecanismos de substituição e eliminação, como também conceitos de estereoquímica. 9 Referências SOLOMONS, T.W G. Química Orgânica - Vol. 1.Grupo GEN, 2018. 9788521635536. UMECTANTE. DeCS/MeSH. Disponível em: < https://decs.bvsalud.org/ths/resource/?id=54183&filter=ths_exact_term&q=Umectante# Details>. Acesso em 08/05/2022. O QUE É CLORETO DE CÁLCIO ANIDRO DESSECANTE (CACL2)?. Absorb well. Disponível em: < http://www.absorbwell.cc/news/what-is-anhydrous-calcium-chloride- desiccant-17225504.html>. Acesso em 08/05/2022. ALLINGER, N, L, Química Orgânica 2ª Edição, LTC- Livros técnicos e científicos Ed. S.A. Rio de Janeiro – 1976. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. 7. ed. V.2 Rio de Janeiro: LTC, 2002. https://decs.bvsalud.org/ths/resource/?id=54183&filter=ths_exact_term&q=Umectante#Details https://decs.bvsalud.org/ths/resource/?id=54183&filter=ths_exact_term&q=Umectante#Details http://www.absorbwell.cc/news/what-is-anhydrous-calcium-chloride-desiccant-17225504.html http://www.absorbwell.cc/news/what-is-anhydrous-calcium-chloride-desiccant-17225504.html 10 Anexos Tabela de cálculos estequiométricos Linha Substância P. mol (g/mol) Nº mols m (g) d (g/mL) V (mL) 1 Álcool T-butila 74 0,34 25 0,806 31 2 HCl 36,5 2,75 100,3 1,18 85 3 Álcool T-butila 36,5 0,07 5 1,18 6 4 HCl 74 0,56 20 0,806 17 → As linhas 1 e 2 foram usadas para estabelecer a relação estequiométrica de 1 mol de álcool t-butila para 8 moles de HCl → As linhas 3 e 4 foram os valores utilizadas no experimento, considerando um valor base de 5 g de álcool t-butila Fórmulas 𝑑 = 𝑚 𝑉 𝑛 = 𝑚 𝑀
Compartilhar