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Litisconsórcio: Classificações e Dinâmica

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DOS SUJEITOS DO PROCESSO:
1) DAS PARTES:
2) DO LITISCONSÓRCIO( CPC, arts. 46 a 49 ):
O termo litisconsórcio expressa a pluralidade de pessoas em pelo menos uma das partes da relação jurídica processual, ressalvado-se que há casos em que a parte, a despeito de ter um caráter plúrimo, é simples( exs: pessoas jurídicas e espólio ).
Ocorre em virtude da natureza da relação jurídica existente entre as partes, a qual, via de regra, produzirá efeitos na seara alheia. Vide art. 46.
A seguir, tem-se as principais classificações do litisconsórcio:
Quanto à posição dos litisconsortes na relação jurídica processual: ATIVO, PASSIVO ou MISTO ;
Quanto ao momento em que se estabelece o litisconsórcio, relativamente à propositura da ação: INICIAL x INCIDENTAL ;
Quanto à necessidade de formação: NECESSÁRIO x FACULTATIVO ; o litisconsórcio FACULTATIVO se subclassifica ainda em recusável e irrecusável( vide parágrafo único do art. 46 ) ;
Quanto à uniformidade da decisão judicial perante os litisconsortes: UNITÁRIO (a decisão deve ser comum a todos os litisconsortes) x SIMPLES (a decisão não precisa ser comum a todos os litisconsortes) ; 
 O litisconsórcio ATIVO, via de regra, será FACULTATIVO, pois o direito de ação é subjetivo. Os casos de litisconsórcio ATIVO NECESSÁRIO, ocorrem exclusivamente em virtude de um mandamento legal (vide art. 10, CPC). Do exposto, in fine, infere-se que o litisconsórcio NECESSÁRIO, via de regra, será PASSIVO.
Ainda quanto ao litisconsórcio NECESSÁRIO, há mister em comentar o teor do mal redigido art. 47. Dizer que o litisconsórcio é NECESSÁRIO, não significa dizer que é também UNITÁRIO, pois há casos em que o litisconsórcio será NECESSÁRIO SIMPLES. Como exemplo clássico, pode-se citar o concurso de credores contra o devedor insolvente e a participação dos confrontantes nas ações divisórias.
Outrossim, a recíproca também não é verdadeira; isto é, dizer que o litisconsórcio é UNITÁRIO, não significa dizer que é também NECESSÁRIO, pois há casos em que ele será UNITÁRIO FACULTATIVO. Exemplo clássico é o do condômino que pode reivindicar a coisa comum que se encontra em poder de terceiros (art. 623, II, CC).
O litisconsórcio NECESSÁRIO não observado na propositura da ação, leva à ineficácia total da sentença. Sendo observado que se trata de litisconsórcio NECESSÁRIO ao longo do processo, reza o parágrafo único do art. 47: “ o juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes NECESSÁRIOS dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo ”. Todavia, insta ressaltar que o entendimento doutrinário firmado é de que a obrigatoriedade de citação se dá apenas no litisconsórcio NECESSÁRIO PASSIVO, pois, conforme dito anteriormente, o direito de ação é um direito subjetivo, lembrando ainda que, tecnicamente, “ citação ” , é chamamento do réu ao processo( art. 213, CPC ). 
Da Dinâmica do Litisconsórcio – a aplicação prática do instituto do litisconsórcio apresenta algumas características que devem ser ressaltadas.
Reza o art. 48 que, “salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros”. Todavia, assinale-se de plano que este preceito é aplicável ao litisconsórcio SIMPLES, pois, no litisconsórcio UNITÁRIO, onde o destino dos litisconsortes deve ser comum, aplica-se o preceito segundo o qual os atos benéficos alcançam todos os litisconsortes, mas não os atos e as omissões prejudiciais. 
Cuidado! Em matéria probatória, seja o litisconsórcio SIMPLES ou UNITÁRIO, pelo princípio da verdade material que rege o processo, entende-se que as provas são do juízo, de forma que, modernamente, prevalece o princípio da comunhão da prova. 
No que tange à confissão, existe regra expressa no art. 350 do CPC, no sentido de que a confissão de um litisconsorte não prejudica os demais.
O art. 49 corrobora a autonomia dos litisconsortes para a prática dos atos processuais. Há mister em ressaltar que, quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, o prazo para a prática de tais atos será contado em dobro, nos termos do art. 191 do CPC.

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