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Alterações Cadavéricas São alterações bioquímicas, estruturais e morfológicas que ocorrem no corpo do animal após a morte. Importância em saber diferenciar: ▪ As alterações post mortem podem ser confundidos com lesões ante mortem. ▪ Podem mascarar as lesões, dificultando a interpretação final. ▪ Estimar as condições em que a morte ocorreu e o tempo decorrido desde a morte. Fatores que influenciam o aparecimento precoce ou tardio das alterações cadavéricas: ▪ Taxa metabólica. ▪ Temperatura corporal. ▪ Tamanho do animal. ▪ Isolamento térmico. ▪ Estado de nutrição. ▪ Temperatura ambiente. ▪ Causa mortis. Classificação: 1. Não transformativas ou Abióticas. 2. Transformativas. Não Transformativas Não alteram o estado geral do cadáver. Imediatas: É a constatação da morte somática ou clínica. ▪ Insensibilidade, imobilidade, parada respiratória e cardíaca, inconsciência e arreflexia (ausência de reflexo). Mediatas ou tardias: Decorrentes da autólise. ▪ Hipostase cadavérica (livor mortis), frialdade cadavérica (algor mortis), rigidez cadavérica (rigor mortis), coagulação do sangue, embebição pela hemoglobina, embebição pela bile. Mediatas ou Tardias Hipóstase cadavérica (Livor mortis) ou Congestão hipostática: Manchas que se iniciam rosadas e vão ficando roxas. Perda do tônus das vênulas e capilares. ▪ Após 2-4h, 12h ▪ No lado de decúbito do animal (na pele e nos órgãos), seguindo a força da gravidade. Frialdade cadavérica (Algor mortis): Perda de temperatura corporal (1 grau por hora). É o frio da morte, o resfriamento do corpo, que ocorre pela parada dos processos metabólicos e pela perda das fontes de energia, o que faz com que o organismo pare de produzir calor. ▪ Após 3-4h, 12h. Rigidez cadavérica (Rigor mortis): É a rigidez cadavérica, contração muscular que se dá pela falta de ATP → forma pontes de ligação entre actina e miosina. ▪ Após 2-3 h da morte, até 12h. ▪ Quando começam a se desfazer as pontes, por degradação. ▪ Cabeça, região cervical, tronco e membros, desaparece pela mesma ordem. ▪ Primeiro na musculatura lisa, depois na esquelética. Coagulação do sangue: Principalmente no coração esquerdo. Os coágulos podem ser confundidos com trombos, coágulos são lisos, brilhante (gelatinoso) e elástico, encontrado sempre solto, não aderido. Os trombos são opacos, secos, friável (quebra fácil), sempre aderido a parede dos vasos e no endocárdio, são formados antes da morte e podem ser a causa dela. ▪ 2-8 h ▪ Coágulos cruóricos: Cor vermelha, liso, brilhante, elástico, não aderente as paredes do sistema cardiovascular. ▪ Coágulos lardáceos: Cor amarela, liso, brilhante, elástico, não aderente as paredes do sistema cardiovascular. ▪ Coágulos mistos. Embebição pela hemoglobina: Decorre da hemólise de eritrócitos nos vasos sanguíneos. ▪ 8h ou mais (após a formação do coágulo). ▪ Os tecidos ao redor dos vasos e do endocárdio ficam embebidos por um líquido avermelhado. Embebição pela bile: É o vazamento de bile através da parede autolisada da vesícula biliar (que sofre uma autólise muito rápida), cora de verde (ou verde- amarelado) os tecidos adjacentes (fígado, estômago, alças intestinais). ▪ 8h post mortem. Transformativas Alteram o estado geral do cadáver, decorrentes da putrefação ou heterólise. ▪ Meteorismo ou timpanismo cadavérico. ▪ Pseudo-prolapso retal. ▪ Deslocamento, torção e ruptura das vísceras. ▪ Pseudo-melanose. ▪ Enfisema cadavérico. ▪ Maceração. ▪ Coliquação. ▪ Redução esquelética. Meteorismo ou timpanismo cadavérico | Timpanismo post mortem: É o aumento do volume abdominal, em função dos gases produzidos pela fermentação das bactérias do tubo digestivo. ▪ 24h ▪ O timpanismo em vida causa alterações circulatórias que se observam no baço e fígado (que ficam pálidos) e nas alças intestinais (que ficam avermelhadas e congestas dependendo da porção afetada). Pseudo-prolapso retal: O prolapso retal que ocorre após a morte não causa alterações circulatórias. ▪ 24h ▪ Em consequência da grande quantidade de gás. Deslocamento, torção e ruptura das vísceras: Sem alterações circulatórias, órgão permanece com a mesma coloração. Pseudo-melanose: São manchas esverdeadas, verde- acinzentadas. ▪ Ocorre pela degradação do conteúdo gastrintestinal, liberando ácido sulfídrico, que associado ao ferro da hemoglobina origina sulfametahemoglobina, o que atribui a coloração verde. Enfisema cadavérico: Corresponde à presença de bolhas no tecido subcutâneo e no parênquima dos órgãos. Esse gás é oriundo da degradação dos tecidos pelas bactérias saprófitas. ▪ 24h. Maceração: É o desprendimento das mucosas dos órgãos. ▪ Pré-estômago (ruminantes), 24h. Coliquação: É a liquefação das vísceras, que ficam amorfas, 7 dias. Redução esquelética: A redução esquelética ocorre pela degradação de ossos, dentes, chifres, unhas e cascos. ▪ 3-4 semanas. Cronograma post mortem Tempo aproximado e alterações cadavéricas póst. 1 hora: Desidratação, alterações oculares (olhos abertos) e hipóstase. 2 a 4 horas: Rigidez dos masseteres, diminuição da temperatura retal (algor mortis). 4 a 10 horas: Manchas (livor mortis), rigidez cadavérica (rigor mortis). 12 a 15 horas: Desaparecimento da rigidez. 24 a 48 horas: Opacidade das córneas, putrefação cadavérica, presença de larvas de moscas. 2 a vários anos: Fase liquefativa. 2 a 5 anos: Fase de esqueletização. Mais de 5 anos: Desaparecimento da medula óssea, cartilagem e ligamentos. Lembrete: O aparecimento precoce ou tardio das alterações cadavéricas depende de diversos fatores. Sistema Respiratório – Porções Condutora: Narinas > Brônquios, condução do ar. Transição: Bronquíolos, conduzem o ar. Respiratória: Trocam os gases, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. Mecanismo de defesa Cavidade nasal, traqueia e brônquios: ▪ Tapete mucociliar: Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, remoção física de partículas e gases. ▪ Muco: Água, glicoproteínas, imunoglobulinas, eletrólitos, lipídeo. Outros mecanismos de defesa: Espirros e tosse, umidade, produção de muco, fagocitose por macrófagos. Anatomia: Cavidade nasal, bifurcações traqueal e bronquial, brônquios e bronquíolos. BALT: Tecido linfoide associado ao brônquio. Formas de contaminação: Aerógena, hematógena e entrada direta. Métodos de diagnóstico ante mortem: Exame Físico, radiografia e tomografia, rinoscopia, lavado broncoalveolar. Necrópsia: ▪ Exame externo (narinas, cavidade oral). ▪ Pressão negativa. ▪ Cavidade torácica (líquido, aderências). ▪ Cor (“rosa chiclete”). ▪ Textura (firme, borrachenta/elástica e creptante). ▪ Lesões (Focal, multifocal, focalmente extensa, difusa). Doenças da cavidade nasal Alterações Inflamatórias: Rinites e Sinusites, podem evoluir progressivamente. ▪ Caracterizadas pela presença de secreção nasal. ▪ Causas: Vírus, alérgenos, bactérias, fungos, gases irritantes. Classificadas de acordo com o tipo de exsudato inflamatório: ▪ Serosa. ▪ Catarral. ▪ Purulenta. ▪ Supurativa. ▪ Fibrinosa. ▪ Granulomatosa Rinite Atrófica Rinite Atrófica Progressiva: Inflamação e atrofia das conchas nasais, comete suínos jovens (3-8 semanas). Sinais: Espirros, tosse, corrimento nasal e atrofia dos cornetos nasais. ▪ Pneumonias secundárias. ▪ Grandes perdas econômicas! Fatores predisponentes: Superlotação, ventilação pobre, temperatura e umidade. Agentes etiológicos - B. bronchiseptica: 1. Patogenia: Toxinas dermonecrótica, citotoxina traqueal e adenilato ciclase A. 2. Inflamação, degeneração e alteração óssea. Agentes etiológicos - P. multocida (tipo D e A): 1. Toxina dermonecrótica. 2. Osteoblastose osteoclastos. Complexo Respiratório Felino É multifatorial (“combo”), a transmissão pode ocorrer por contato direto e por fômites. Acomete gatos. Rinotraqueíte Viral Felina: Herpesvírus Felino Tipo 1 (FHV-1). ▪ Sinais clínicos de trato respiratório superior e oftálmico. Calicivirose Felina: Calicivírus felino. ▪ Sinais em TRS, olho, articulação e feridas em cavidade oral. Clamidiose Felina: Chlamidophyla felis. ▪ Sinais oculares → conjuntivites. Garrotilho Agente: Streptococcus equi, subsp. equi. Acomete cavalos. Transmissão: Alimento contaminados, exsudato ou aerossois (portadores). Causam: Rinite e linfadenite supurativas, linfonodos submandibulares e retrofaríngeo. Sinais: Febre, apatia, descarga nasal, tosse, aumento linfonodo. ▪ Empiema de bolsa gutural. ▪ Disseminado – abscessos nos pulmões, rins, baço e cérebro. Macro: Hiperemia e exsudato mucopurulento nas fossas nasais e linfonodos. Mormo É uma patogenia incerta, zoonose de notificação obrigatória. Agente: Burkholderia mallei. ▪ Acomete cavalos, mulas e burros (agudo). Transmissão: Ingestão de comida ou água contaminada. ▪ Inflamação piogranulomatosa → vasos linfáticos (perna e flanco) e sist. respiratório. Macro: ▪ Exsudato nasal purulento. ▪ Lesões nodulares e ulcerativas no septo nasal. ▪ Granulomas no pulmão. ▪ Pele → nódulos piogranulomatosos (estrelados). ▪ Linfadenite (nódulos na pele podem ser devido trajeto linfático). Distúrbios Insuflação Pulmonar Troca gasosa: Depende da relação entre ventilação e perfusão. Ar precisa estar em proximidade com os capilares. Anormalidades: ▪ Pulmão colapsado → Atelectasia. ▪ Pulmão super inflado → Enfisema. Atelectasia: Expansão incompleta dos alvéolos. Atelectasia Congênita: Aspiração de líquido amniótico e mecônio, defeito surfactante (leitões e potros). Atelectasia Adquirida: ▪ Compressiva → Massas (abscessos, tumores) ou pressões (timpanismo, pneumotórax, hidrotórax, hemotórax, piotórax - massiva). ▪ Obstrutiva → corpo estranho, parasita, neoplasia, exsudato. ▪ Hipostática → decúbito prolongado. Enfisema Pulmonar: Distensão excessiva e anormal acompanhada de ruptura da parede alveolar. Alargamento permanente dos alvéolos com destruição da parede alveolar. ▪ Obstrução do fluxo de ar – Broncopneumonia. ▪ Agônica. Distúrbios Circulatórios do Pulmão Pulmões: São extremamente vascularizados. Hiperemia: Inflamação. Congestão: Falha cardíaca. Congestão hipostática: Decúbito. Hemorragia: Resultado de traumas, coagulopatias, ruptura de vasos (abcessos, aneurismas, parasitas), em equinos pode ser induzida pelo exercício, trombose e CID, vasculite, sepse. Edema: Condição caracterizada pelo acúmulo de líquido no interior dos pulmões. Embolia: Entupimento de uma ou mais artérias do pulmão. Pneumonias - Classificação Por que classificar? Ajuda a estimar a causa, auxilia na identificação da rota de entrada, prevê as possíveis sequelas. Quanto ao curso (cronologia): Superaguda, aguda ou crônica. Quanto ao tipo de exsudato (inflamação): Catarral, fibrinosa, purulenta, hemorrágica, necrótica ou granulomatosa. Quanto ao padrão anatômico: Broncopneumonia, lobar ou intersticial. Quanto à distribuição no orgão (extensão): Focal ou multifocal, localmente extensiva, difusa. Broncopneumonia X Pneumonia Lobar X Pneumonia Intersticial: ▪ Avaliar o padrão anatômico, distribuição, textura pulmonar. ▪ Coloração e aparência dos pulmões. Fatores predisponentes: Idade, variações de temperatura, nutrição (imunossupressão), verminose pulmonar, corpos estranhos, vírus. Etiologia: Agentes etiológicos (vírus, bactéria, parasitas, fungos), substâncias tóxicas (gases irritantes, poeira, umidade). Classificação de Pneumonias: 1. Broncopneumonia. 2. Pneumonia Intersticial. 3. Pneumonia Embólica. 4. Pneumonia Granulomatosa. Broncopneumonia Inflamação dos brônquios, bronquíolos e alvéolos. É o tipo mais comum nos animais domésticos (animais + jovens). Via de entrada: Aerógena. Causas: Bactérias, aspiração de conteúdo (broncoaspiração), intubação inadequada. Padrão - Consolidação: Cranio-ventral. ▪ Perda dos espaços aéreos devido à exsudação e atelectasia. ▪ “Hepatização” (textura firme à dura). ▪ Broncopneumonia Supurativa – lobular (B). ▪ Broncopneumonia Fibrinosa – lobar (C). Broncopneumonia Supurativa (lobular) Broncopneumonia Fibrinosa (lobar) Pasteurella multocida (suínos) Mannheimia haemolytica (bovinos) Bordetella bronchiseptica (suínos, cães) Histophilus somni (Haemophilus somnus) Arcanobacterium (Actnomyces) pyogenes Actinobacilus pleuropneumoniae Streptococcus spp (equinos, cães) Mycoplasma bovis (bovinos) E. coli (cães) Mycoplasma spp (suínos) Micro: ▪ Congestão. ▪ Hepatização vermelha – congestão, neutrófilos e fibrina. ▪ Hepatização cinza – neutrófilos. ▪ Resolução ou Complicação – fibrose, bronquiectasia, abscessos, pleurite. ▪ Congestão > Hepatização vermelha > Hepatização cinzenta > Resolução. Supurativa X Fibrinosa: Severidade. Resolução X Cronicidade. Pneumonia Intersticial Inflamação da parede alveolar, começa em uma das 3 camadas da parede alveolar: Endotélio, membrana basal e epitélio alveolar. ▪ Aguda ou crônica. Via de entrada: Hematógena ou aerógena. Causas - Injúria aerógena: Gases tóxicos, fumo, vírus. Causas - Injúria hematógena: sepse (septicemia), CID, parasitas (toxoplasmose), toxinas do trato alimentar, esporos fúngicos + anticorpos, vírus (cinomose, PIF, vírus vincicial bovino), bacteriana (salmonelose, geralmente ocorre em doenças bacterianas). Padrão – Consolidação: Dorsocaudal. Padrão (distribuição): Difuso. Macro: ▪ Pulmão não colapsa (armado). ▪ Impressão das costelas (ocasional). ▪ Não há exsudato nas vias aéreas. ▪ Textura borrachenta, cor vermelho acinzentado. Patogênese - Fase Exsudativa (Exsudação de proteínas plasmáticas): ▪ Neutrófilos + Congestão e Edema = espessamento da parede alveolar. Patogênese – Fase Proliferativa: ▪ Infiltrado mononuclear + Hiperplasia de Pneumócitos II (para repor as celular) = Espessamento alveolar adicional. Pneumonia Embólica Via de entrada: Hematógena. Multifocal com textura nodular. Causas: ▪ Ruptura de abcessos hepáticos. ▪ Endocardites valvular. ▪ Trombose jugular. ▪ Cateter de jugular contaminado. ▪ Onfaloflebite. ▪ Corpo estranho embólico (êmbolos sépticos). ▪ Êmbolo de gordura. ▪ Neoplasia. ▪ Infecção bacteriana crônica de pele ou casco: Staphylococcus aureus, Streptococcus equi, Arcanobacterium pyogenes, Fusobacterium necrophorum, Erysipelothrix rhusiopathiae. Pneumonia Granulomatosa Via de entrada: Aerógena ou hematógena. Focal, multifocal, coalescente. Textura de macia à firme (varia com o agente). Bactéria resistente à fagocitose: Mycobacterium bovis. Fungos: Cryptococcus neoformans; Blastomyces dermatitidis; Histoplasma capsulatum. Parasitas: Aelurostrongylus abstrusus. Febre do Embarque - Pasteurelose Agente: Mannheimia haemolytica A1 (Pasteurella haemolytica), acomete bovinos. ▪ Pasteurella multocida e Histophilus somni. Causas: Fadiga, stress, transporte, aglomeração, inanição, vírus precursor. Patogenia: ▪ Lipopolissacarídeo (LPS) → ativa sistema complemento e liberação de citocinas → lesão vascular e inflamação. ▪ Leucotoxina → mata neutrófilos e macrófagos. Sinais Clínicos: Apatia, febre, anorexia, tosse produtiva, crostas e exsudato nasal. Macro: Broncopneumonia fibrinosa e pleurite. Micro: Necrose + Inf. Polimorfonuclear + congestão e edema + fibrina. Tuberculose Mycobacterium bovis, (acomete bovinos). ▪ Pulmão + Linfonodo regional – Complexo Primário. ▪ Disseminado. Sinais Clínicos: Tossecrônica, dispneia e timpanismo (compressão linfonodos). Macro: ▪ Nódulo branco-amarelado, centro seco (necrose caseosa). ▪ Calcificação→ Pneumonia granulomatosa focal, multifocal, coalescente. Micro: Necrose caseosa central + calcificação envolvida por linfócitos, plasmócitos, macrófagos epitelioides e células gigantes multinucleadas do tipo Langhans. Pneumonia Enzoótica Suína Mycoplasma hyopneumonia, acomete suínos. ▪ Broncopneumonia supurativa. Patogenia: ▪ Altera muco. ▪ Ciliostase → perda dos cílios. a. Presença de neutrófilos. b. Hiperplasia BALT. ▪ Redução da fagocitose no pulmão. Macro: Consolidação pulmonar crânioventral + exsudato purulento. Micro: Bronquios, bronquíolos e alvéolos com neutrófilos + hiperplasia BALT. Cinomose Acomete cães, principalmente em filhotes de 3 a 6 meses, vírus panepiteliotrópico. ▪ Trato Respiratório → tecido linfoide → viremia → organismo. ▪ Gênero: Morbilivirus, Família: Paramyxoviridae. Sinais Clínicos: Febre, diarreia, vômito, emagrecimento, conjutivite, tosse, hiperqueratose do coxim plantar/palmar e nariz, pústulas abdominais e sinais neurológicos (ataxia, paralisia, mioclonia e convulsões). Pneumonia Intersticial → Broncopneumonia supurativa. ▪ Bordetella bronchiseptica; Micoplasmas. Inclusões eosinofílicas → corpúsculo de Lentz: estômago, bexiga, pulmão, astrócitos (SNC). Aelurostrongilose Aelurostrongylus abstrusus (felinos). Parasita pequenas ramificações de artérias pulmonares, alvéolos, ductos alveolares e bronquíolos. ▪ Pneumonia granulomatosa, hiperplasia e hipertrofia da musculatura lisa das artérias pulmonares e no parênquima pulmonar. Edema Pulmonar Enfisema Pulmonar Condição caracterizada pelo acúmulo de líquido no interior dos pulmões. Distensão excessiva e anormal acompanhada de ruptura da parede alveolar. Alargamento permanente dos alvéolos com destruição da parede alveolar Alterações Cardiovasculares O que esperar no exame post mortem de um coração normal? ▪ Parede ventricular esquerda mais espessa que a direita. ▪ A cavidade ventricular esquerda deve estar vazia, sem presença de coágulos: A musculatura esquerda é mais desenvolvida e eficiente para a expulsão de todo o sangue durante o rigor, uma vez que o coração para em diástole (câmaras cheias de sangue). ▪ Se houver coágulo é indicativo de insuficiência cardíaca. ▪ Demais câmaras apresentarão coágulos. Rigor mortis: O coração é a primeira musculatura do corpo a entrar em rigor, devido a sua baixa reserva de glicogênio e trabalho ininterrupto. Coagulação sanguínea: ▪ Coágulos post mortem: Lisos, brilhantes, elásticos e estão soltos no sistema cardiovascular com o formato do vaso ou câmara cardíaca em que estavam. ▪ Trombos ante mortem: Formato do vaso ou câmara cardíaca em que estavam, os trombos são opacos, friáveis, inelásticos, com forma e tamanho variáveis e aderidos a parede do vaso ou endocárdio, ao serem retirados deixam a superfície rugosa e opaca. Embebição por hemoglobina (hemolítica). Não lesão: ▪ Melanose. ▪ Vasos linfáticos. ▪ Eutanásia com KCl. ▪ Injeção intracardíaca. ▪ Coágulo cruórico. ▪ Coágulo lardáceo. ▪ Endocárdio esbranquiçado. ▪ Embebição hemolítica. Lesões sem significado clínico: ▪ Linfocisto. ▪ Hematocisto. Respostas Fisiopatológicas do miocárdio a agressões As lesões podem se manifestar com alterações funcionais na formação, ritmo ou condução do impulso elétrico (disritmias), ou na redução da capacidade contrátil da fibra muscular. Independente da lesão a regeneração das células cardíacas não ocorre! ▪ Respostas dependem da importância do local de lesão. ▪ Lesões intrínsecas: Do próprio coração. ▪ Lesões extrínsecas: Resistência extracardíaca a perfusão sanguínea. Hipertrofia: Resposta compensatória do miocárdio em decorrência de sobrecarga crônica, seja sistólica (pressão) ou diastólica (volume). ▪ Hipertrofia concêntrica e excêntrica. Hipertrofia Concêntrica: Ocorre quando há aumento da carga sistólica = Sobrecarga de PRESSÃO. ▪ Aumento da massa ventricular sem aumento do volume sistólico final. ▪ Luz da câmara cardíaca diminui. ▪ Parede ventricular + espessa. ▪ Estenoses valvulares, hipertensão sistêmica ou pulmonar: Hipertensão pulmonar → primária, embolia, dirofilariose. Hipertrofia Excêntrica: Aumento da carga diastólica, ou seja, sobrecarga de VOLUME recebido em uma ou ambas as câmaras cardíacas. ▪ Insuficiências valvulares, defeitos de septos. ▪ Luz da câmara cardíaca aumenta. ▪ Parede ventricular normal ou discretamente reduzida. Dilatação Cardíaca: Alongamento das células musculares. ▪ Limite → Redução de força contrátil. Atrofia: Decorrente de desnutrição, doenças crônicas caquetizantes ou senilidade. Insuficiência Cardíaca – IC Incapacidade do coração em manter o débito cardíaco para suprir as demandas metabólicas. Por 2 motivos: 1. Falha na sua capacidade contrátil. 2. Por aumento da demanda de trabalho. Causas: 1. Aumento de pressão das câmaras cardíaca (ex: estenoses valvulares, hipertensão pulmonar). 2. Aumento de volume nas câmaras cardíacas (ex: insuficiência valvular, alterações congênitas). 3. Lesão e perda da musculatura cardíaca (ex: miocardites e necrose do miocárdio). 4. Impedimento da contratilidade normal das fibras cardíacas (ex: hemopericárdio → tamponamento cardíaco). 5. Alteração da contratilidade dessas fibras cardíacas (ex: arritmias). Mecanismos compensatórios: ▪ ↑ frequência e força cardíaca. ▪ ↑ resistência periférica e volume sanguíneo. ▪ Hipertrofia/Dilatação. IC Aguda: Parada súbita de uma contração cardíaca. ▪ Morte cerebral → minutos (hipóxia). ▪ Lesões são mínimas. ▪ Causas: Miocardites, cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica, tamponamento cardíaco, arritmias. IC Crônica ou Congestiva (ICC): ICC Esquerda e ICC Direita. ICC Esquerda (ICCE): Lesão no miocárdio, valvulopatia aórtica ou mitral. ▪ Macroscopia: Congestão, edema (às vezes acobreado). ▪ Microscopia: Congestão, edema, hemorragia, fibrose alveolar e “células da insuficiência cardíaca” (macrófagos alveolares com hemossiderina). ICC Direita (ICCD): ▪ Edema (ascite, hidrotórax, edema ventral). ▪ Hepatomegalia (congestão passiva crônica) → fígado em noz-moscada. ▪ Esplenomegalia (congestão). Doenças do Pericárdio Hidropericárdio: IC, hipoproteinemia (insuf. renal, hepática, verminose - hemoncose). Hemopericárdio: ▪ Ruptura de vasos ou átrio. a. Cão → hemangiossarcoma AD. b. Equino → espontânea. ▪ Endocardite atrial. Gota úrica: Enfermidade metabólica (+ aves e repteis) ▪ Acúmulo de uratos no epitélio de órgãos. ▪ Fatores desencadeantes: Desidratação, dieta rica em proteína, deficiência de Vitamina A, excesso de Cálcio na dieta e micotoxinas. ▪ Macro: Deposito de substância branca nos folhetos do pericárdio. ▪ Micro: cristais de ácido úrico. Atrofia Serosa (Gelatinosa) do Tecido Adiposo: ▪ Anorexia, inanição ou caquexia. ▪ Macroscopia: Aspecto gelatinoso e acinzentado. ▪ Microscopia: Atrofia de adipócitos + edema intesticial. Pericardite Fibrinosa: “Pão com manteiga”, + comum, hematógena. ▪ Bovinos: Clostridioses (CS/HB), Coliformes (umbigo), Pasteurelose. ▪ Suínos: Doença de Glasser (polisserosite), Pasteurelose, Salmonelose. ▪ Equinos: Streptococcus spp. ▪ Ovinos: Pasteurelose; Streptococcus spp. ▪ Felinos: Coronavírus (PIF). Pericardite Supurativa ou Fibrinopurulenta: ▪ Bovinos → Retículoperitonite traumática. Doenças do Endocárdio Endocardiose valvular (degeneração mixomatosa) → meia idade. ▪ Igual Fibrose valvular, degeneração mixomatosa ou mucóide. ▪ Cães de idade média aidosos → + em machos. ▪ Mitral > tricúspide > aórtica e pulmonar. Endocardite: Infecção bacteriana, presença massas extensas aderidas, friáveis, amarelas, que podem ocluir o orifício valvular, parede do átrio/ventrículo. ▪ Endocardite valvular (+): Inflama Válvulas. ▪ Endocardite mural. ▪ Infecção Bacteriana (pele, pulmão, fígado, boca, reprodutor…). Bovinos Suínos Cão e gato Arcanobaterium pyogenes Streptococcus spp Streptococcus spp Erysipelothrix rhusiopathiae Staphylococcus aureus E. coli Endocardite Valvular: Inflama válvulas. ▪ Mitral > Aorta > Tricúspide > Pulmonar. ▪ Bovinos > tricúspide. ▪ Macro: Nódulos ou massa (vegetativa) amarelada/acinzentada, friável. ▪ Micro: Fibrina, sangue, bactérias, células inflamatórias. Endocardite Mural: Inflama endocárdio atrial ou ventricular. ▪ Endocardite ulcerativa. ▪ Consequência: Insuficiência Cardíaca ou embolismo bacteriano (infartos sépticos) – rim, baço, miocárdio, cérebro. Atrofia: Diminuição do tamanho do coração devido a diminuição das fibras musculares. ▪ Geralmente acontece em decorrência de doenças crônicas caquetizantes e desnutrição. ▪ Os ruminantes são mais susceptíveis. Degeneração: A lipofucsina é um pigmento derivado do processo de envelhecimento celular, aparecendo como grânulos amarronzados intracitoplasmáticos. É observado em doenças crônicas caquetizantes devido a má nutrição, podendo ou não estar associado a atrofia do miocárdio. ▪ A capacidade funcional é preservada ▪ Lipofuscinose (xantose) → animais velhos (rumi). ▪ Macro: “Atrofia parda” – cor amarronzada. Necrose: • Deficiência de vitamina E e selênio (calcificação). • Intoxicações com Ionóforos (monensina, lasalocida). • Plantas tóxicas: Tetrapterys spp. (cipó-preto), Ateleia glazioviana (timbó), Senna occidentalis (fedegoso), Gossipol (suínos). • Agressões físicas e choque. • Exercício demasiado, choque hemorrágico, stress. ▪ Macro: Manchas pálidas, amareladas ou brancas multifocais ou difusas. ▪ Microcroscopia: Necrose e fibrose (crônico). Miocardite: Processo inflamatório do miocárdio > doenças sistêmicas. Via de infecção ou extensões de endocardites e pericardites. Varia de acordo com o agente etiológico envolvido. ▪ Após a resolução da inflamação focal: Fibrose ou cicatriz, quando difusos levam o animal a morte por insuficiência cardíaca aguda ou crônica. ▪ Microcroscopia: Necrose, infiltrado inflamatório (depende do agente). ▪ Macroscopia: Áreas pálidas. ▪ Focal, multifocal ou difusa. ▪ Classificação pelo exsudato: Supurativa, hemorrágica, granulomatosa, linfocítica. ▪ Característica lesional: Necrosante, parasitária. Miocardite Supurada: Bactérias piogênicas (abcessos). ▪ Arcanobacterium pyogenes (bov), Actinobacillus equuli (equ), Listeria monocytogenes. Miocardite Hemorrágica: Carbúnculo sintomático (Clostridium chauvoei). ▪ Vermelho escuro, aspecto poroso. Miocardite Granulomatosa: Tuberculose bovina (não é comum). Miocardite Necrosante: Protozoários (Toxoplasma gondii → miocardite necrosante, Neospora caninum, Trypanosoma cruzi). Miocardite linfocítica: Parvovirus canino e o Aphthovirus nos bovinos. Miocardite Parasitária: Não causa inflamação aparente. ▪ Taenia saginata e T. solium. Miocardite Supurada Miocardite Hemorrágica Miocardite Granulomatosa Arcanobacterium pyogenes Clostridium chauvoei Mycobacterium bovis Actinobacillus equuli Listeria monocytogenes Miocardite Necrosante Miocardite Linfocítica Miocardite Parasitária Toxoplasma gondii Parvovirus canino Taenia saginata Neospora caninum Aphthovirus Taenia solium Trypanosoma cruzi Hemangiossarcoma: Átrio direito. São massas protuberantes vermelhas com sangue dentro. Cardiomiopatia Hipertrófica: ▪ Gatos machos de meia-idade (1-3 anos): Maine coon, Ragdolls, Americanos de pelo curto. ▪ Cães grande porte machos (raro): a. Defeitos nos sarcômeros → hipertrofia → síntese de colágeno → desorientação cellular (enovelados). b. Morte súbita ou SC de IC. ▪ Macro: Hipertrofia do VE e Septo Interventricular. ▪ Micro: Cardiomiócitos em arranjo entremeado, Arteriosclerose. Cardiomiopatia Dilatada (congestiva): ▪ Gatos machos - meia idade: Siamês, Abissínios, Burmeses (taurina). ▪ Cães grande porte – idoso macho: Doberman, Dálmata, São Bernardo, Boxer, Dogue Alemão. ▪ Morte súbita ou SC de IC. ▪ Macro: ICC + coração redondo, dilatação biventricular. Cardiomiopatia Restritiva: Restrição do enchimento ventricular causa redução em um ou ambos os ventrículos devido a presença de tecido fibroelástico no endocárdio (ventrículo esquerdo de gatos velhos). Caracterizada por volume diastólico reduzido e hipertrofia do átrio e ventrículo esquerdo, além de sinais de insuficiência cardíaca direita ou bilateral C. Arterites Processos inflamatórios nos estratos íntima (endoarterite), média (mesoarterite) e adventícia (periarterite). ▪ Circunscritas ou difusas. ▪ Periarterite Nodosa – suínos, bovinos e cães. ▪ Espessamento de aspecto nodoso ou cilíndrico das pequenas e medias artérias tanto no coração como rins e fígado, aspecto de rosário. Arterite quanto ao exudato: ▪ Arterite Purulenta: a. Nível de íntima: Bactérias na corrente circulatória formam trombos sépticos. b. Nível de adventícia: Consequência de processos purulentos. ▪ Arterite Serosa: Edema inflamatório da adventívia que pode eventualmente acometer demais estratos. ▪ Arterite trombótica. Arterite quanto ao tempo da lesão: ▪ Arterite Aguda: Fenômenos tóxicos ou tóxico- infeccioso, Periarterites. ▪ Arterite Crônica: Se proliferação cicatricial foi muito intense pode ocasionar obstrução do vaso. Arterite quanto ao agente causal: ▪ Arterite bacteriana. ▪ Arterite parasitária: Trombos com larvas (arterite proliferativa). a. Equinos larvas Strongylus vulgaris. b. Cães: Larvas Spirocerca lupi c. Micro: Necrose, inflamação e mineralização do vaso, pode ocorrer até metaplasia óssea da íntima e média. ▪ Arterite micótica. ▪ Arterite viral. a. PIF e Febre Catarral Maligna. b. Micro: paredes artérias há necrose fibrinóide, edema e infiltrado linfohistiocitário ▪ Arterite Imunomediada não infecciosa. a. Púrpura Hemorrágica Poliarterite Nodosa, Lúpus Eritematoso. b. Sistêmico e Doença do Soro: Vasculite necrotizante devido a deposição de imunocomplexos fixação de complemento e influxo de neutrófilos e macrófagos. Artérias – Dilatação e Ruptura Aneurisma: Dilatação localizada e permanente da parede arterial. Resultado da destruição da camada elásticamuscular (estrato média), do enfraquecimento da parede vascular. Aneurisma - Causas: alterações inflamatórias ou degenerativas, mais comum ser secundária a infestações parasitárias. ▪ Em cães: Larvas de Spirocerca lupi – terço final da aorta. ▪ Aneurisma em equinos por larvas de Strongylus vulgaris – arterite verminótica da artéria mesentérica. a. A parede inflamada e enfraquecida distende-se lentamente. ▪ Complicações: Rupturas. Arteriosclerose: Endurecimento, perda de elasticidade, espessamento das artérias e proliferação de tecido conjuntivo na túnica íntima. ▪ ANIMAIS IDODOS. ▪ Causa: Maior turbulência de sangue. ▪ Principal local: Aorta abdominal. Artérias – Degeneração Degeneração hialina: Enfermidades caquetizantes. Degeneração amilóide: Equinos – Amiloidose Infiltração pigmentar da parede: Icterícia - pigmento biliar. Artérias – Trombose Trombose é a formação patológica de tipos de coágulos ante mortem, aderidos à parede vascular. Causas de trombose: ▪ Lesão endotelial. ▪ Agentes infecciosos. ▪ Produtos tóxicos. ▪ Reações imunomediadas. ▪ Estase venosa. ▪ Turbulência sanguínea. ▪ Fatores coagulantes.▪ Parasitas (estrongilose em equinos, dirofilariose em cães). ▪ CID (coagulação intravascular disseminada). Artérias – Embolismo É obstrução vascular provocada por trombos ou corpos estranhos que se deslocam pelo sangue. ▪ Sépticos, gordurosos, fibrocartilaginoso, estéreis. Consequência: Obstrução e infarto ou ainda, metástase. Artérias Hipertrofia da parede arterial: ▪ Estratos íntima, média e adventícia. ▪ Comuns em animais idosos. Calcificação – perda da elasticidade: ▪ Alteração após fenômenos distróficos, inflamatórios ou não. ▪ Alteração metabólica. Aterosclerose: Acúmulo de lipídeos nas paredes da artéria, estenose. Veias – Inflamação Flebites: ▪ Onfaloflebites: Inflamação dos vasos do cordão umbilical. ▪ Macroscopia: Parede espessada e dura, interior dos vasos há massa semi-sólida de aspecto necrótico purulento. ▪ Microscopia: Intensa infiltração leucocitária (neutrófilos). Veias – Dilatação Dilatação de veias: Dilatação da parede ou lume venoso. ▪ Flebectasia (raro em animais): Sem alteração estruturas e reversível, relacionado a fenômenos de pressão hidrostática. ▪ Varizes: Com alteração estruturais, ocorre destruição da fina camada elástica, similar ao aneurisma arterial. a. Origem tóxica. b. Equinos na região dos testículos (varicocele). c. Vacas na veia caudal durante a gestação. Veias – Trombose Trombose venosa: ▪ Bovinos com retículo-peritonite traumática: Veia cava e veia porta. ▪ Outras espécies com tumore localizados nas adrenais: Veia cava. ▪ Endoflebites (inflamação íntima venosa): Formação de trombos e fragmentos que podem se desprender e levar a quadro de embolia. Vasos Linfáticos – Inflamatório Sistema Linfático: Via pela qual os líquidos contidos nos espaços intersticiais fluem para o sangue. ▪ Remoção de proteínas e outras macropartículas. ▪ Elevada permeabilidade: transporte de microorganismos. ▪ Linfa: circula dos órgãos para o coração. Linfangite: Inflamação dos vasos linfáticos geralmente secundária à: bactérias, fungos e parasitas. ▪ Flegmões: processos inflamatórios do tecido subcutâneo. ▪ Inflamações específicas: Tuberculose, linfangite ulcerativa (equídeos), linfangite epizoótica (histoplasmose) e esporotricose (Sporotrichum schencki). ▪ Equinos: Corynebacterium pseudotuberculosis, Streptococcus, Staphylococcus. a. Inflamação progressiva crônica dos linfáticos subcutâneos. b. Inicia nos membros pélvicos → formação de edema e nódulos na derme → abscedação. Linfangectasia: Dilatação dos vasos linfáticos decorrentede anomalias congênitas ou da obstrução por neoplasias e processos inflamatórios. ▪ Ruptura: Importante se for em vasos de grande calibre. ▪ Ruptura do ducto torácico: Trauma, espontânea, trombose da cava. V. Linfáticos: Dilatação e Ruptura Dilatações linfáticas (ectasias): Ocorrem nas adenopatias e inflamações dos tecidos circunvizinhos. Derrames linfáticos = linforragia. ▪ Quilotorax: Se ocorrer no interior da cavidade toráxica. ▪ Quiloascite: Se ocorrer na cavidade abdominal. Vasos Linfáticos – Trombose Trombose de vasos linfáticos: Trombos linfáticos por células neoplasicas. Comparações – Resumo Dilatação Cardíaca Hipertrofia Cardíaca Há estiramento das células musculares tornando o coração uma forma globosa e consistência mole. Há aumento de volume das células musculares, levando ao espessamento da parede cardíaca. ICC Esquerda ICC Direita Edema e Congestão pulmonar. Retenção de líquidos (edema subcutâneo, hidrotórax, hidropericárdio, hidroperiônio). Hipóxia sistêmica. Congestão generalizada, fígado (hepatomegalia, aspecto de noz moscada) baço (esplenomegalia) rins, pele, estômago, intestinos. Aumento da Pressão arterial. Distensão jugular (evidente em bovinos). Endocardite Endocardiose Degeneração das válvulas. Inflamação, infecção valvular e/ou mural. Complicações: Complicações: Insuficiência valvular Insuficiência cardíaca Dilatação atrial Embolismo bacteriano (infartos sépticos) Hipertrofia ventricular Infartos sépticos: Rim, baço, miocárdio, cérebro Arteriosclerose Aterosclerose Alteração é dentro da parede da artéria. Acúmulo de placas de gordura (lipídeos) sobre a parede de artérias de calibre médio ou grande. Endurecimento, perda de elasticidade, espessamento das artérias e proliferação de tecido conjuntivo na túnica íntima Causa estreitamento da luz arterial. Causa inabilidade de dilatação ou reação à demanda de oxigênio Sistema Linfohematopoético Sistema linfático: ▪ Linfonodos (hemolinfonodo, nodo hemal). ▪ Tecido linfóide associado a mucosa. ▪ Baço (espenopâncreas). ▪ Timo. ▪ Bursa de fabricius. ▪ Função: Primeira linha de defesa (pelo sangue e linfa), filtram a linfa (antígenos), facilitam a vigilância na circulação. Medula óssea e sangue: ▪ Sangue: Eritrócitos, leucócitos e trombócitos. Anatomia: ▪ Córtex: Linfócitos B e T. ▪ Medular: Cordões medulares. Alterações: Linfonodos Alterações: ▪ Redução de tamanho: Anomalias do desenvolvimento. a. Hipoplasia dos linfonodos. ▪ Linfadenomegalia: a. Alterações inflamatórias: Linfadenites (aguda ou crônica) b. Alterações proliferativas: Hiperplasias, neoplasias. Hipoplasia - Linfonodos Hipoplasia dos Linfonodos: Cães, gatos, bovinos e suínos. Linfonodos pequenos não perceptíveis à palpação e difíceis de encontrar na necropsia. ▪ Macroscopia: Linfonodos menores que os de animais normais, espessamento da pele e edema do tecido subcutâneo, músculos pálidos, edematosos e duros. Linfadenite Aguda Aguda ou crônica. Linfadenite Aguda: Drenagem de área inflamada e linfonodo torna-se infectado. Inespecíficas: ▪ Linfonodos retrofaríngeos mediais na rinite aguda. ▪ Linfonodos supramamários na mastite. Específicas: ▪ Garrotilho (Streptococcus equi) (adenite equina) – linfadenite purulenta. ▪ Mormo (Burkholdelia mallei). Macroscopia: Hiperêmico, tumefeito, cápsula tensa, podendo supurar (infecção). Microscopia: Intenso infiltrado inflamatório polimorfonuclear. Linfadenite Crônica Linfadenite Crônica: Pode ocorrer na forma supurativa (abcessos encapsulados) ou mista (micro- abcessos e fibrose). Inespecíficas: Linfadenite crônica em decorrência à quadro de mastite. ▪ Aplicação de vacina com agulha contaminada (drena→linfonodo). Específicas: ▪ Linfadenite caseosa ovina e caprina (Corynebacterium pseudotuberculosis). ▪ Linfadenite granulomatosa. a. Tuberculose bovina (Mycobacterium bovis). Macroscopia: Firme, abcesso, fibrose. Microscopia: Hiperplasia linfoide folicular, infiltrado inflamatório mononuclear. Hiperplasia – Linfonodos Hiperplasia linfoide: Sistêmica ou local, estimulação antigênica. ▪ Hiperplasia linfoide folicular: Representativa de uma expansão de linfócitos B. ▪ Hiperplasia linfoide paracortical: Representativa de uma expansão de linfócitos T. Causas:Esplenectomia, doença sistêmica, drenagem de área inflamada. Neoplasias - Linfonodos Neoplasias Primárias: Pode se apresentar em muitos órgãos, não somente nos linfonodos! ▪ Linfoma felino. ▪ Linfoma canino. ▪ Linfoma bovino. ▪ Linfoma equino. ▪ Macroscopia: Aumento de volume dos linfonodos, palidez, homogênea. Neoplasias Secundárias: Metástases – Carcinomas. ▪ Linfocarcinoma Tecido Linfóide Associado a Mucosa Tecido linfóide associado: ▪ Ao intestino (GALT) - placas de Peyer. ▪ Aos brônquios (BALT). ▪ A pele (SALT). ▪ Aos ductos glandulares (DALT). ▪ Aos tecidos nasais e faringianos (NALT) adenóides, amígdalas. ▪ Outros agregados linfoides. Baço Anatomia: Cápsula, polpa branca, polpa vermelha. Função: Filtrar o sangue, remoçãode eritrócitos velhos e doentes, remoção de antígenos, partículas, bactérias, vírus e parasitas associado às células. Função imunológica: Atividade hemocitopoiética, série eritrocítica, pouca ação trombocítica, linfocítica e granulocítica. Esplenomegalia: ▪ Torção. ▪ Hiperplasias: Hiperplasia nodular, Hiperplasia da polpa branca e vermelha. ▪ Alterações inflamatórias: Esplenite. ▪ Alterações circulatórias: Infartos. ▪ Neoplasias: Hemangiossarcoma, Linfoma. Ruptura esplênica cicatrizada: Esplenose – “autotransplante”. ▪ Implantações no peritônio. ▪ “Baço filho”. Esplenomegalia uniforme com aspecto sanguinolento (baço sanguinolento): ▪ Congestão. ▪ Torção gástrica, barbitúricos, anemia hemolítica aguda, hiperemia aguda, carbúnculo hemático. Esplenomegalia uniforme com consistência firme (baço carnoso): ▪ Hiperplasia de polpa vermelha. ▪ Hiperplasia de polpa branca. ▪ Células inflamatórias. ▪ Neoplasias difusas: Linfoma, metástase. Nódulos com aspecto sanguinolento: ▪ Hematomas. ▪ Infartos. ▪ Hemangiossarcoma. Nódulos de consistência firme: ▪ Abcessos. ▪ Granulomas. ▪ Hiperplasia nodular esplênica senil. ▪ Neoplasias primárias (fibro ou leiossarcoma). ▪ Neoplasias secundárias (metástases). Timo Anatomia: Cápsula, lóbulos incompletos, cortical e medular. ▪ Localização anatômica: Mediastino cranial. ▪ Função: Diferenciação, seleção e maturação dos Linfócitos T. ▪ Órgão involui após maturação sexual. Timite: Aumento de volume. ▪ Cinomose (carnívoros). ▪ Diarreia viral bovina. ▪ Leucemia felina e Panleucopenia felina. ▪ Herpesvírus equino tipo 1. ▪ Neoplasia (timoma e linfoma tímico). Medula óssea Medula óssea: ▪ Ossos longos. ▪ Atividade hemocitopoiética. ▪ Trombopoiese: Trombocitos a. Megacariocitos→plaquetas ▪ Mielopoiese: Granulócitos. a. Granulócitos segmentados (Eosinófilos, Basófilos e Neutrófilos). ▪ Eritropoiese: Reticulócitos → Eritrócitos. ▪ Linfopoiese: Linfócitos T, Linfócitos B. ▪ Monopoiese: Monócitos. Aplasia medular: ▪ Infecções: Vírus (panleucopenia, parvovirose). ▪ Intoxicação. ▪ Quimioterapia, radiação. ▪ Fármacos citotóxicos (drogas mielossupressoras), cloranfenicol, estrógeno. ▪ Doenças autoimunes. ▪ Insuficiência renal. ▪ Insuficiência hepática. Leishmaniose Protozoário flagelado: Leishmania chagasi (infantum). ▪ Causa hepatomegalia e esplenomegalia. Vetor: Lutzomya longipalpis (mosquito palha). Acomete o homem, cão, gato, equino. ▪ Mosquito ingere macrófagos infectados (amastigotas) durante o repasto sanguíneo. Reservatórios: Raposa, roedores, gambás, preguiça. Anemia Hemolítica Redução na quantidade de hemácias (hemoglobina). ▪ Hemolítica → Hemólise ▪ Infecciosas ou não infecciosas ▪ Anemia Regenerativa - Intravascular ou Extravascular. a. Anemia Macrocítica Hipocrômica Medula óssea: ▪ Hemólise Hiperaguda → sem alterações. ▪ Hemólise Aguda ou Múltiplas Crises Hemolíticas → acentuadamente vermelha. ▪ Hemólise Crônica → Vermelha → Eritropoiese acentuada. ▪ Pode ocorrer em outros órgãos como baço, fígado, linfonodos e até adrenais. Causas não infecciosas: ▪ Imunomediada. ▪ Danos oxidativos – Íonn Ferroso (Fe2+) → Íon Férrico (Fe3+) → Metemoglobina. ▪ Traumatismos de eritrócitos: Microangiopáticas, CID e hemangiossarcomas. ▪ Metabolismos hereditários: Def. de enzimas antioxidantes. ▪ Anormalidades hereditárias. Causas Infecciosas. Anemia Regenerativa Extravascular: Hemácia é retirada do vaso sanguíneo. ▪ Patogenia: Hemácia → macrófago (MO, baço, fígado). ▪ Macro: Icterícia, hepatomegalia e esplenomegalia. ▪ Micro: macrófagos com eritrocitose → hemossiderose. Anemia Regenerativa Intravascular: Hemólise dentro do vaso sanguíneo. ▪ Patogenia: Hemácia rompe e libera hemoglobina. ▪ Macro: Rins escuros, hemoglobinúria, icterícia. ▪ Micro: Cilindros de hemoglobina/metemoglobina. ▪ Hemoglobinúria a. 150 mg/dL de hemoglobina – saturação da haptoglobina. Anemia Hemolítica Imunomediada ▪ Cães, equinos, bovinos, felinos. AHIM - Primária ou Idiopática: ▪ Autoanticorpos contra membrana de hemácias. ▪ Hemólise Extravascular: IgG ligada a hemácia é fagocitada. ▪ Hemólise Intravascular: IgM/Sistema Complemento (complexo de ataque à membrana, MAC). a. Hemaglutinina fria → necrose extremidades. AHIM – Secundária: ▪ Infecção: Erlichiose, Anaplasmose, Babesiose. ▪ Drogas: Cefalosporinas, penicilinas, sulfonamidas, levamisol, pirimicarbe, propiltiouracila. ▪ Neoplasia, vacinas, abelhas. Isoeritrólise Neonatal – AHIM: Doença hemolítica imunometiada que ocorre em equinos, bovinos (vacinas) e felinos. ▪ Aa e Qa. ▪ Fêmea prenha forma anticorpos contra as hemácias do feto. ▪ Anticorpos passam pelo colostro 8-10 horas após nascimento ou 4-5 dias. ▪ Sinais: Letargia, fraqueza, palidez, icterícia, esplenomegalia, “hemoglobinúria”. Anaplasmose Doença hemolítica causada por bactéria (Ordem Rickettsiales). ▪ Bovinos – Anaplasma marginale, A. centrale, A. caudatum. ▪ Búfalos – A. marginale. ▪ Ovinos e caprinos – A. ovis. a. Carrapato (Rhipicephalus (Boophilus) microplus), moscas, iatrogênico, transplacentária. ▪ Hemólise extravascular. Macroscopia: Icterícia, hepatomegalia (cor tijolo), esplenomegalia, sangue aquoso, medula óssea vermelha. Microscopia: ▪ Fígado: Necrose centrolobular, colestase. ▪ Baço, MO e linfonodos: Eritrofagocitose. Babesiose Doença hemolítica causada por protozoário piroplasmídeo. ▪ Bovinos e búfalos – Babesia bovis (SNC), B. bigemina. ▪ Equino – B. caballi, B. equi. ▪ Cães – B. canis, B. gibsoni. ▪ Felinos – B. cati, B. felis. ▪ Ovinos – B. foliata, B. motasi, B. ovis. ▪ Carrapato (Rhipicephalus spp.). ▪ Hemólise intravascular e extravascular. Macroscopia: Rins e urina escuros (hemoglobinúria), icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia. Cão (Babesia canis) Equino (Babesia equi) Baço uniforme, consistência sanguinolenta. Baço uniforme, consistência firme. BAÇO SANGUINOLENTO BAÇO CARNOSO Microscopia: ▪ Fígado: Necrose centrolobular. ▪ Rins: Necrose tubular e cilindros de hemoglobina. ▪ Baço, MO, linfonodo: Eritrofagocitose. Babesiose Cerebral Agente: Babesia bovis. ▪ Incoordenação motora. ▪ Opistótono. ▪ Cegueira. ▪ Tremores musculares. ▪ Paralisia de membros pélvicos. ▪ Movimentos de pedalagem. ▪ Head pressing. ▪ Andar em círculos. ▪ Agressividade. Leptospirose Doença hemolítica causada por bactéria espiroqueta. ▪ Bezerros, cordeiros, suínos, rinocerontes pretos. ▪ Leptospira interrogans sorovar Pomona, Icterohaemorrhagiae e Hardjo. a. Infecção percutânea, mucosas. b. Leptospiremia → rins, fígado, útero (gestacional). ▪ Hemólise extravascular imunomediada. ▪ Hemólise intravascular enzimática (fosfolipase). a. Icterícia, hemoglobinúria, nefrose hemoglobinúrica, hemorragia pulmonar. b. Morte rápida. ▪ Outras lesões: Falência renal e hepática, aborto. Erliquiose Monocítica Canina Bactéria (Ordem Rickettsiales): Pancitopenia tropical. Cão: ▪ Ehrlichia canis, E. platys, E. ewingii, E. chaffensis. ▪ Transfusão sanguínea. ▪ Carrapatos – Rhipicephalus sanguineus. Patogenia: Replicação em linfócitos, macrófagos e monócitos. ▪ Neutrófilos e plaquetas. ▪ Corpos elementares – Mórulas. Tipos: Aguda, subclínica, crônica. Aguda: Apatia, anorexia, vômito, febre, mucosas pálidas, diarreia, anorexia, perda de peso, hepatoesplenomegalia, petéquias, epistaxe, edema de membros. ▪ Trombocitopenia, leucopenia, anemia. Subclínica: Sem febre, peso estável (estabiliza) (portador). ▪ Trombocitopenia Crônica: ▪ Debilitante – emaciação. ▪ Supressão medular, palidez de mucosas, febre, hemorragias, epistaxe, hematúria. ▪ Pancitopenia (aplasia da MO),hiperproteinemia. Macroscopia: ▪ Mucosas pálidas. ▪ Petéquias e sufusões. ▪ Hepatoesplenomegalia. ▪ Linfadenomegalia. ▪ Edema de membros. Microscopia: ▪ Baço, linfonodo: Infiltrado plasmocitário perivascular. ▪ Fígado: Necrose centrolobular. ▪ Rim: Glomerulonefrite membranoproliferativa. Anaplasmose Babesiose Leptospirose Erliquiose Bactéria Protozoário Bactéria Bactéria Hemólise extravascular Hemólise intravascular e extravascular Hemólise extravascular imunomediada e intravascular enzimática (fosfolipase)
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