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Cavidade Oral ● Defeitos Congênitos: ➤ Palatosquise/Queilosquise: Fendas lábio- palatinas. Estão frequentemente associadas a rebanhos endogâmicos de bovinos e suínos; e podem provocar pneumonias aspirativas. ➤ Prognatia: Há projeção da mandíbula ou do maxilar. ➤ Bragnatia: Há retração da mandíbula ou do maxilar. ● Pigmentações: Costumam ser de caráter racial. ➤ Melanose: Presença de melanina na mucosa. Não possui significado patológico. ➤ Icterícia: Há o acúmulo de bilirrubina nas mucosas. É ligado a alterações hepáticas. ● Distúrbios Circulatórios: ➤ Anemia: Provoca palidez das mucosas. ➤ Hiperemia: Está associado a inflamações. ➤ Congestão: Está associado a distúrbios circulatórios. A coloração fica arroxeada. ➤ Hemorragia: Extravasamento de sangue resultante de lesões. ● Processos Inflamatórios: ➤ Estomatite: É a inflamação da boca. ☞ Vesiculares: Enfermidades de importância no comércio de carnes. Sua característica principal é a presença de vesículas na mucosa oral. Macroscopia: Presença de pequenas vesículas preenchidas por um fluído claro na língua, lábios e gengiva. Há erosão e perda epitelial caso a vesícula se rompa; além de lesões cutâneas, interdigital e coronal. Microscopia: Degeneração hidrópica do estrato espinhoso do epitélio e presença de vírus epiteliotrópico. ☞ Ulcerativas: Enfermidades de origem viral: Vírus da diarreia viral bovina, Febre Catarral Maligna, Língua azul, Calicivirose felina, Ectima contagioso (ovinos e caprinos), estomatite eosinofílica e estomatite linfoplasmocítica felina. Macroscopia: Presença de erosão e ulceração do epitélio com desenvolvimento de pitialismo (salivação excessiva). Descarga óculo-nasal em casos de BVD e FCM. Formação de pápulas, vesículas e erosão com crostas em caso de EC. Sangramento cardíaco no caso da LA. Microscopia: Encefalite não supurativa e inclusões acidófilas no caso de EC. Figura 1: Estomatite Vesicular Figura 2: Estomatite Ulcerativa ➤ Glossite: É a inflamação da língua. ➤ Gengivite: É a inflamação das gengivas. ➤ Queilite: É a inflamação dos lábios. ➤ Faringite: É a inflamação da faringe. ● Neoplasias: papiloma, ameloblastoma (epúlide), carcinoma, melanoma e sarcoma. Língua ● Actionobacilose: Enfermidade causada por uma bactéria. Seu nome popular é “Língua de Pau” e é um processo crônico. ➤ Agente etiológico: Actinobacillus lignieresii. ➤ Macroscopia: Processo que leva à fibrose da língua, a endurecendo. Há inflamação, edema e envolvimento de linfonodos regionais. Grânulos amarelados podem ser encontrados, onde é mantido a colônia bacteriana. ➤ Microscopia: Piogranulomas (macrófagos e neutrófilos), células epitelióides. Possíveis drusas ou zoogleias cercadas por células gigantes. ● Glossite: Inflamação que pode ter diversas causas (uremia, trauma...) ➤ Macroscopia: Processo de ulceração e possível necrose. Dentes ● Malformações: ➤ Polidontia: Presença de número maior de dentes que o esperado (dentes supranumerários) ➤ Oligodontia: Presença de número menor de dentes que o esperado ● Alterações no Desenvolvimento: ➤ Hipoplasia do Esmalte Dentário: Alteração que ocorre com frequência em cães infectados pela cinomose durante a troca dentária (até 6 meses). Há formação incompleta dos esmalte dentário, tornando o dente frágil e sensível. ☞ Macroscopia: Formação incompleta do esmalte por hipoplasia, possível desenvolvimento de cárie e futura perda dentária. ☞ Microscopia: Destruição de ameloblastos, que produzem o esmalte dentário. ● Má-Oclusão: Alteração importante em equinos e bovinos, com desgaste irregular. ➤ Desgaste dentário: Impede a boa mastigação do alimento e dificultando o processo de digestão. ● Tártaro: Placas bacterianas depositadas com a presença de restos alimentares que passam a sofrer mineralização. Em cães é particularmente frequente nos dentes molares e incisivos; enquanto no equino, nos pré-molares. ➤ Macroscopia: Presença de mineralização por deposição de carbonato e fosfato de cálcio. Coloração acinzentada com odor nauseabundo. ➤ Microscopia: Presença de bactérias gram+. ➤ Consequências: Gengivite, doença periodontal, perda dental, endocardite (liberação de êmbolos bacterianos) e abcesso periapical no 4º pré-molar. ● Cárie: Processo de dissolução da matriz mineral e orgânica (dentina) por ação bacteriana. ➤ Fermentação bacteriana: Libera enzimas e acidifica o pH. Sendo assim há corrosão dentária. ➤ Macroscopia: Área acinzentada ou enegrecida acompanhada de odor nauseabundo. Pode atingir a polpa dentária provocando muita dor. ➤ Consequências: Perda dentária. ● Colorações anormais: ➤ Fluorose: Intoxicação causada por excesso de flúor na água ou alimentação, que enfraquece o esmalte conferindo uma coloração amarelada ou enegrecida. É especialmente importante em bovinos e ovinos. ➤ Porfiria congênita: Deposição de porfirina (produto do metabolismo das hemácias que geralmente são metabolizadas pelo fígado) no tecido dental e ósseo. É conferido uma coloração púrpura ou rósea. Gengiva ● Gengivite: Inflamação por diversas etiologias possíveis. ➤ Imunomediadas: Gengivite linfoplascítica (linfócitos e plasmócitos) e complexo granuloma eosinofílico (ulceração e eosinófilos) em gatos. Granuloma eosinofílico em Husky Siberiano. ➤ Autoimunes: Penfigóide bolhoso. ➤ Macroscopia: Proliferação tecidual, ulceração e possível necrose. Glândulas Salivares ● Sialolitíase: Cálculos formados dentro dos ductos salivares por cristais de carbonato e fosfato de cálcio. ➤ Consequência: Sialocele (acúmulo de líquido seroso, formando uma bolsa) ou mucocele (acúmulo de muco). Possível rânula: um aumento de volume abaixo da língua. Esôfago ● Megaesôfago: Dilatação do esôfago que pode levar ao acúmulo de alimentos, regurgitação, pneumonias aspirativas e dilatação anterior ao estômago. ➤ Congênito: A persistência do 4º arco aórtico forma um anel vascular que pode levar ao estrangulamento do esôfago. A denervação congênita leva a diminuição da motilidade do esôfago. ➤ Adquirido: Relaxamento do cárdia de origens desconhecidas. ● Estenose: Redução da luz do esôfago. Pode ser causado pela obstrução por um corpo estranho ou esofagite. ➤ Fisiopatologia: Estimulo lesivo leva a formação de fibrose durante a cicatrização, diminuindo a luz. ➤ Consequência: Obstrução total ou parcial e possível timpanismo em ruminantes. ● Esofagite: Inflamação do esôfago que pode resultar em estenose ou necrose. ➤ Causas: Traumas, refluxo gástrico com formação de úlceras na mucosa, infecção de BVD ou FCM. ● Parasitismo: Enfermidade que pode levar à inflamação, disfagia, aneurisma aórtico e neoplasias. ➤ Agente: Spirocerca lupi (cães). ➤ Macroscopia: Nódulos firmes na submucosa esofágica e presença de granulomas parasitários. Em caso de desenvolvimento de neoplasia há presença de fibrossarcoma e osteossarcoma. ● Neoplasias: Papiloma (especialmente em bovinos), carcinoma (bovinos por ingestão de Pteridium aracnoideum), sarcoma (cães por espirocercose) Pré-Estômagos Câmara de fermentação com pH entre 5,5 a 7,5 ● Timpanismo ruminal: Acúmulo de gás no rúmen. Acontece com frequência após a morte do animal pela ausência de peristalse e continuação da fermentação bacteriana. ➤ Pós-morte: Não há achados inflamatórios nem da Linha de Timpanismo. ➤ Ante-morte: Dilatação do rúmen com compressão torácica, que dificulta a respiração e provoca dor intensa. Há presença de áreas inflamadas e da linha de timpanismo. A “Linha de Timpanismo” é estabelecida pela congestão da porção anterior do animal e pela palidez da porção posterior. ☞ Fisiopatologia: Há falha no processo de eructação: A separação do gás em um saco dorsal permite o deslocamento dacárdia, que transfere o gás para o esôfago, eliminando-o pela cavidade oral por contração esofágica. ☞ Primário: É espumoso. Há um aumento na tensão superficial dos líquidos e da viscosidade, e a bolhas formam uma espuma sem conseguir desprender o gás. Pode ser agudo ou crônico. Nutrição: ingestão de leguminosas como trevo- doce e alfafa, que tem excesso de pectina e cloroplastos. ☞ Secundário: É resultante de atonia ruminal quando há lesão do nervo vago ou dietas ricas em carboidratos; ou então quando há obstrução física do esôfago. ● Alterações da mucosa ruminal: É sensível a alterações com a dieta; onde alimentos concentrados promovem a redução das papilas, e os volumosos, a hipertrofia. ➤ Paraqueratose: Queratinização das papilas ruminais, causada pela acidez do rúmen e deficiência de vitamina A. ● Corpos Estranhos: Podem ser cálculos (tricobezoares e fitobezoares) ou outras estruturas de origem externas. ➤ Consequências: Obstrução, reticulite ou pericardite. ☞ Retículo-pericardite traumática: É resultante de corpos estranhos perfurantes, que perfuram o retículo, atravessando o diafragma e podendo alcançar o pericárdio. Consequências: inoculação bacteriana, inflamação, deposição fibrinosa que pode dificultar a ação cardíaca, levando ao desenvolvimento de insuficiência congestiva cardíaca. ● Acidose Láctica: Ocorre principalmente devido à sobrecarga alimentar rica em carboidratos e leva à inflamação do rúmen. ➤ Fisiopatologia: De acordo com a composição do alimento há processamento rápido pela microbiota rumenal, levando à diminuição do pH e conseguinte atonia rumenal com desidratação. ➤ Macroscopia: Presença de conteúdo ácido com odor forte. A mucosa fica acastanhada e friável, com hiperemia. Em caso crônico leva ao desenvolvimento de cicatrizes em formato estrelado. ➤ Microscopia: Degeneração hidrópica com presença de polimorfonucleados, especialmente neutrófilos. Inflamação das lâminas do casco (laminite). ● Rumenites: Inflamação do rúmen. Pode ser de origem bacteriana, fúngica, viral, química ou parasitária. ➤ Rumenite Necrobacilar: É bacteriana e é necessário haver a presença de uma lesão pré- existente. ☞ Agente: Fusobacterium necrophorum. ☞ Macroscopia: Mucosa escurecida com presença de úlceras e exsudato fibrino-necrótico. Em casos de circulação bacteriana é possível desenvolver abcessos hepáticos. ➤ Rumenite Fúngica: É causada de maneira oportunista e costuma desenvolver quadros graves. Mais frequente em bezerros. ☞ Agente: Mucor sp., Rhizopus sp., Absidia sp., C. albicans. ☞ Macroscopia: Úlceras bem demarcadas e presença de exsudato fibrino-hemorrágico. ➤ Rumenite Viral: É comum em agentes virais que provocam doenças das mucosas. ☞ Agente: BVD e FCM. ☞ Macroscopia: Úlceras e erosões na mucosa com presença de exsudato fibrino-hemorrágico. Em caso de FCM pode haver febre, descarga muco-nasal, opacidade da córnea e arterite. ➤ Química: Ocorre pela toxicidade de alguma substância. É altamente irritante. ☞ Agente: Plantas tóxicas, chumbo... ☞ Macroscopia: Hiperemia e edema, com possibilidade de hemorragia. Há presença de erosões no rúmen e retículo. Possível desenvolvimento de necrose. ☞ Microscopia: Degeneração hidrópica e possíveis inclusões de chumbo. ➤ Parasitária: É de baixa importância porque não causa problemas graves. ☞ Agente: Paramphistomum cervi. ☞ Macroscopia: Presença de parasitos aderidos à mucosa e uma inflamação leve e focal. ● Omasites: Inflamação do omaso, e está geralmente ligado a acidose rumenal por sobrecarga alimentar. Não costuma ser significativo. ➤ Macroscopia: Hiperemia e escurecimento da mucosa. ● Neoplasias: Papiloma e fibrinopapiloma; eventualmente carcinomas. Estômago ● Vólvulo Gástrico: Resulta da rotação gástrica ao redor do eixo do omento. Ocorre por excesso de alimentação quando há exercício físico após. É frequente em cães de raças gigantes, visto o maior espaço na cavidade. ➤ Macroscopia: Dilatação gástrica com posicionamento em rotação de 180º a 360º. Pode haver a torção vascular e esplênica (aumento do baço), com isquemia e arritmia (fator depressor miocárdio, liberado pelo pâncreas). Se não tratado, há morte em poucas horas. ● Deslocamento do Abomaso: É uma condição importante em bovinos de alta produção de leite. Pode haver deslocamento tanto para direita quanto para a esquerda. Leva a atonia do rúmen devido a produção excessiva de ácidos graxos e hipocalcemia. ➤ Macroscopia: Anorexia, desidratação e emagrecimento. Abomaso deslocado e dilatado, com hiperemia e hemorragia da mucosa. Em casos graves pode haver vólvulo e seguinte morte. ● Gastrite: Inflamação da mucosa gástrica de diversas causas. ➤ Etiologia: Drogas (NSAIDS, corticoides), corpos estranhos, stress, uremia... ➤ Macroscopia: Hiperemia, edema e possível hemorragia. Pode haver presença de erosões e úlceras; e em casos crônicos, hipertrofia ou cicatriz. ● Perfuração de Abomaso: É resultante principalmente de úlceras. Em bezerros está associado ao desmame precoce e implementação de alimentos sólidos de baixa qualidade. ● Parasitismo: Resulta da rotação gástrica ao redor do eixo do omento ➤ Agente: Ostertagia ostertagi (forma nódulos no abomaso); Haemonchus contortus (realizam hematofagia no abomaso, levando a anemia severa, especialmente em ovinos e caprinos); Physaloptera praeputialis (atinge o estômago de cães e gatos); Habronema sp. (atinge o estômago de equinos); Gastrophilus sp. (acomete a porção glandular do estômago de equinos, e são considerados apatogênicos). ● Neoplasias: Linfoma gástrico, com embranquecimento e presença de úlceras. Intestinos ● Defeitos Congênitos: ➤ Atresia Anal: Persistência da membrana anal de forma hereditária, onde não há formação completa do ânus. É relativamente frequente e se resolve cirurgicamente, com a retirada do animal da reprodução. ☞ Consequências: Fístula reto-vaginal em fêmeas e retenção mecônio, com possível morte. ➤ Atresia Coli: Não formação completa de uma área segmentar do colo. Há o impedimento do trânsito intestinal, com retenção mecônio e possível morte. ● Hérnias: Possui anel herniário (abertura), conteúdo herniário (o que passa), saco herniário (peritônio) e cobertura herniaria (recobrimento). ➤ Protrusão intestinal: Conteúdo intestinal de causa congênita ou adquiridas (cirúrgicas). ➤ Hérnias externas: Ventral (orifício na parede abdominal), umbilical (orifício no anel umbilical), inguinal (simples: orifício pela região da virilha; escrotal: orifício pela região do saco escrotal), perineal (orifício ao redor do anus) e crural (orifício pelo canal femoral na parte interna da coxa). Consequências: pode causar isquemia, e diminuir a motilidade intestinal. ➤ Hérnias internas: Não são hérnias verdadeiras geralmente. ☞ Diafragmática: Orifício no diafragma, sem a presença de saco herniário e cobertura herniaria. Pode ser congênita, pelo hiato esofágico. Consequências: compressão do pulmão e coração, atrapalhando o funcionamento cardíaco e respiratório. ● Vólvulo-Torção: Pode ser ao redor do próprio eixo (torção) ou ao redor do eixo mesentérico (vólvulo), de 180º a 360º. ➤ Característica: Relativamente comum em equinos. Provoca isquemia e necrose do tecido, especialmente no cólon e ceco. Possui risco de lesão de reperfusão em caso de destorção. ● Intussuscepção: Processo de invaginação intestinal, que possui a porção invaginada (recebe a porção invaginante) e a porção invaginante (adentra na porção invaginada). ➤ Fisiopatologia: Aumento dos movimentos peristálticos em um segmento intestinal e atonia em outro. ➤ Macroscopia: O segmento penetrante diminui a luz intestinal e desenvolve inflamação e possível isquemia. Edema, cianose e possível necrose.Ante-morte: Alterações circulatórias típicas de inflamação. Pós-morte: Não possui alterações circulatórias. ● Obstruções: Processo de bloqueio do trânsito intestinal, geralmente causado por corpos estranhos ou cálculos e concreções (enterólitos, bezoares, coprólitos). ➤ Macroscopia: Estenose, fibrose, neoplasias. ● Distúrbios Circulatórios: Hiperemia (inflamações), Edema (inflamações, doença do edema), congestão, hemorragia (luminal ou intramural), infarto (tromboembolia, Strongylus vulgaris) ● Diarréia: Presença de fezes líquidas de patogenia complexa. ➤ Patogenia: Mal absorção (presença bacteriana, ausência de fermentação, mal absorção de ácidos graxos) hipersecreção (efluxo de fluídos e eletrólitos por AMPcíclico), exsudação (aumento da permeabilidade capilar com perda de proteínas) ou hipermotilidade (toxinas). ● Enterites: Processo inflamatório do intestino. Duodenite (duodeno), jejunite (jejuno), Tiflite (ceco), colite (colo) e proctite (reto). ➤ Catarral: Enterites simples ou fatais (bacterianas ou viras), possui o exsudato mucoso e apresenta hiperemia. O infiltrado é mononuclear e há descamação das células intestinais. ➤ Hemorrágica: Presença de congestão intensa da mucosa e hemorragia. É visível através da serosa. ➤ Purulenta: Presença de pus por aglomerados bacterianos, por isso o infiltrado é de neutrófilos. É semelhante a enterite catarral, porém mais grave. ➤ Fibrinosa: Exsudação fibrinosa e presença de úlceras. É uma condição grave. ➤ Parasitárias: Exsudação variada com presença de parasita. ☞ Giardíase: Inibe a absorção de carboidratos, aumentando a fermentação que liberam gases e fluídos. Provoca diarréia osmótica e enterite catarral com estrais hemorrágicas. ☞ Coccidiose: Possui infiltrado de enterócitos que leva a diarreia sanguinolenta. O exsudato é catarral-hemorrágica. ☞ Criptosporidiose: Causada pelo Cryptosporidium parvum, parasita de ciclo sexuado/assexuado com oocistos. Afeta principalmente bezerros. Há diarréia crônica e costuma ser autolimitante. ☞ Ascaridíase: É pouco patogénico, mas provoca uma má absorção. Quando em cargas parasitárias altíssimas podem provocar obstrução intestinal por formação de bolos parasitários. ☞ Ancilostomídeos: Causada pela Ancylostoma caninum (cães) e Bunostomum phlebotomum (bovinos). Provoca anemia severa e enterite catarral-hemorrágica. ☞ Estrongiloidose/Tricostrongilose: Em altas infestações provoca má absorção e diarreia. ☞ Cestódeo: Causada pelo Dispylidium caninum (cães), Moniezia spp. (ruminantes) e Anaplocephala spp. (equinos). São de modo geral pouco patogênicos, mas podem provocar má absorção e obstruções intestinais em cargas parasitárias altas. ➤ Virais: Exsudação variada com presença de vírus. ☞ Panleucopenia Felina: Provoca diarreia, vômitos e desidratação. Exsudato fibrino- hemorrágico. É uma doença de animais jovens. ☞ Parvovirose: Provoca diarréia sanguinolenta. Exsudato hemorrágico e presença de necrose de folículos linfoides e destruição de células da cripta intestinal. ☞ Coronavirose: Provoca diarreia aquosa amarelas. Presença de destruição de células de extremidade da vilosidade. ☞ Rotavirose: Provoca diarreia aquosa em bezerros, com desidratação severa e rápida. ☞ Diarreia Bovina: Provoca diarreia fluida em jatos. Seu exsudato é catarral e há presença de necrose de placas de Peyer. ➤ Bacterianas: Exsudação variada com presença de bactérias. ☞ Colibacilose: Causada pela Escherichia coli. Enterotóxica: Bactéria coloniza enterócitos aderindo via pili, de 2 dias até 3 semanas de idade. Produção de toxinas que provocam aumento da secreção de água e eletrólitos via AMP cíclico, gerando diarreia secretória, profusa, aquosa e amarelada. O intestino delgado dilata e permanece repleto de fluidos. Pós-desmama dos suínos: Similar à enterotóxica, porém, provoca hemólise por produção de verotoxina. Septicêmica: É vista especialmente em neonatos que não ingeriram colostro. A penetração da bactéria se dá pelo intestino, umbigo, sangue e desenvolve septicemia ao se alastrar para múltiplos órgãos. Há infiltrado de macrófagos e neutrófilos especialmente no fígado. Doença do Edema: A E. coli hemolítica coloniza o intestino delgado, produzindo Shigatoxina 2e (toxina que aumenta a permeabilidade dos vasos). Há lesão endotelial generalizada, com presença de edema em diversos órgãos. Pode ocorrer necrose focal simétrica no sistema nervoso central, refletindo em paralisia; e morte por choque endotóxico. Entero-invasiva: Acomete principalmente bovinos e suínos. Aqui, há invasão da mucosa do cólon, levando a colite hemorrágica com liberação de verotoxina. ☞ Salmonelose: Causada por mais de 20 espécies e afeta especialmente animais jovens. Ação: É enteroinvasiva e produz enterotoxina, verotoxina e endotoxina. Mecanismos: Invadem o epitélio pelo transporte de macrófagos e podem alcançar linfonodos regionais se alastrando até o fígado pelo sistema porta. Lesões: Necrose de enterócitos, com inflamação caracterizada por polimorfonucleados e fibrina. Pode se desenvolver um quadro de vasculite, trombose e microgranulomas no fígado. Em casos graves pode levar a septicemia, artrite supurativa, infartos renais e meningoencefalite. Classificação: Septicêmica por Salmonella cholerasuis (provoca necrose fibrinoide difusa dos vasos, com possível choque por CID); Entérica aguda ou crônica por Salmonella Typhimurium (aguda: necrose hepatocelular, inflamação, colecistite e exsudado catarral difuso, crônica: colite fibrino- necrótica) ☞ Enterotoxemia: Causada por Clostridium perfrigens. Importante condição em caprinos e ovinos que passaram por alteração na dieta, com aumento no consumo de carboidratos e proteínas. Macroscopia: Diarreia hemorrágica, petéquias, equimoses e hemorragia difusa. A toxina alfa e beta provoca necrose intestinal. A toxina EPSILON aumenta a permeabilidade vascular. Microscopia: Necrose de vilosidades, edema perivascular cerebral e encefalomalacia focal simétrica (necrose cerebral). ☞ Paratuberculose: Causada por Mycobacterium avium paratuberculosis. Macroscopia: Diarreia crônica intratável com duração de meses, levando ao emagrecimento e desidratação. Presença de enterite crônica proliferativa, com espessamento da mucosa e linfadenopatia. Microscopia: Linfadenite granulomatosa e infiltrado inflamatório granulomatosos ☞ Rhodococcus equi: Afeta potros de 2 a 6 meses e é transmitida por inalação de poeira ou ingestão, pois é uma bactéria saprófita do solo. Macroscopia: Enterite ulcerativa que afeta o intestino delgado, ceco e cólon. Pode levar ao desenvolvimento de abcessos pulmonares, artrite e piogranulomas no fígado. Microscopia: Enterite piogranulomatosa. ☞ Proliferativa suína: Causada por Lawsonia intracellularis. Patogenia: Invasão e proliferação nas criptas Macroscopia: Espessamento da mucosa (íleo, jejuno, ceco e cólon), necrose epitelial, diarreia hemorrágica e enterocolite fibrino-necrótica. Microscopia: Proliferação epitelial, achatamento dos vilos, inflamação crônica, necrose e hemorragia. ☞ Disenteria suína: Causada pela Brachyspira hyodydisenteriae. Patogenia: Proliferação no intestino delgado, levando a redução na absorção e lesão. Macroscopia: Hipersecreção de muco (ceco, cólon, reto) e diarreia muco-hemorrágica com fibrina recobrindo a mucosa. Microscopia: Inflamação crônica e degeneração do epitélio superficial da mucosa ● Neoplasias: Linfoma, leucose, pólipo e adenocarcinomas. Fígado Dividido em lóbulos com a presença de uma artéria e veia central e área porta. ● Alterações Cadavéricas: Embebição biliar, autólise com pseudomelanose; e enfisema. ● Defeitos congênitos: ➤ Cistos congênitos: Acontecem de forma isolada e podem ter associaçãocom rim policístico. ➤ Shunt portal: Há o desvio da vascularização da veia porta, então a capacidade hepática é reduzida e promove o acúmulo de amônia. ● Pigmentações: ➤ Hemossiderose: Coloração amarronzada por produto da degradação de hemácias, com acúmulo de ferro. ➤ Lipofuscina: Coloração amarronzada dada pela lipoperoxidação de membrana plasmática de organelas que ocorre naturalmente por estresse oxidativo. ➤ Icterícia: Coloração amarelada por acúmulo de bilirrubina. ● Distúrbios circulatórios: Telangiectasia (dilatação cavernosa de sinusoides), congestão (“fígado noz-moscada”), hemorragia, infartos. ● Degeneração: ➤ Hidrópica: Acúmulo de água nos hepatócitos. Causado por hipóxia, infecções ou intoxicações. ☞ Macroscopia: Aumento de volume, coloração cinza ou pálida. ☞ Microscopia: Vacúolos irregulares não coráveis com limites pouco nítidos. O citoplasma possui aspecto dissociado. ➤ Glicogênio: Causa hepatopatia por esteroides. Pode ser provocada por hiperadrenocorticismo. ☞ Macroscopia: Aumento de volume, coloração cinza ou pálida. ☞ Microscopia: Vacúolos irregulares não coráveis com limites pouco nítidos. A distribuição é difusa. ➤ Esteatose: Acúmulo de gordura. Causado por toxinas, metabolismo e processos inflamatórios. ☞ Fisiopatologia: Aumento na mobilização das reservas de lipídeos, diminuição da oxidação de lipídeos, aumento na formação de gorduras levando a sobrecarga hepática, e diminuição na exportação de lipídeos. ☞ Macroscopia: Aumento de volume e aspecto gorduroso. A coloração é amarelada e o órgão é friável. ☞ Microscopia: Vacúolos regulares não coráveis e presença de vacúolos. ➤ Amiloidose: Acúmulo de amiloide (proteína). Pode ser hereditária ou associada com outras doenças. ☞ Macroscopia: Aumento de volume e consistência firme com coloração pálida ou acinzentada. ☞ Microscopia: Acúmulo de amiloide no região periarteriolar e atrofia dos hepatócitos. ➤ Amiloidose: Acúmulo de amiloide (proteína). Pode ser hereditária ou associada com outras doenças. ☞ Macroscopia: Aumento de volume e consistência firme com coloração pálida ou acinzentada. ☞ Microscopia: Acúmulo de amiloide no região periarteriolar e atrofia dos hepatócitos. ● Necrose: Centroacinar/Periportal (ao redor do espaço porta), Medioacinar/Mediozonal (entre a centroacinar e centrolobular), Periacinar/ Centrolobular (ao redor da veia central), Maciça (inteiro) ➤ Causas: Intoxicação por cobre e toxinas. ● Fotossensibilização hepatógena: Processo de lesão hepática provocada por plantas ou agentes tóxicos que leva à sensibilização cutânea. ➤ Fisiopatologia: Lesão hepática lesa à diminuição de metabolização. Sendo assim há o acúmulo de filoeritrina (produto da degradação da clorofila no rúmen), uma substância com atividade fotodinâmica que geralmente é excretada pela bile. Quando irradiada, libera radicais livres no local. ➤ Macroscopia: Eritema, descamação, edema, fissuras e feridas cutâneas. Pode levar a necrose epidérmica e icterícia. ● Intoxicação por Braquiária: A produção de toxinas saponinas esteroidais por Brachiaria decumbens ou Brachiaria brizantha leva a fotossensibilização. ➤ Fisiopatologia: A ação hepatotóxica leva a fotossensibilização hepatógena. ➤ Alterações: Eczema facial em ovinos. Fotossensibilização em bezerros. Macrófagos espumosos, fibrose periportal e proliferação de ductos biliares. ● Hepatites: Inflamação do fígado. ➤ Bacterianas: Abcessos hepáticos, sobrecarga alimentar e acidose. Salmonelose, leptospirose, clostridiose. ➤ Virais: Hepatite Infecciosa Canina: necrose periacinar, vasculite, inclusão em hepatócitos. Febre amarela: Necrose mediozonal, esteatose, corpos Councilman-Rocha Lima. ➤ Parasitárias: Nematoides, cestodas, trematodas e protozoários. ● Cirrose: Processo irreversível que leva a perda funcional dos hepatócitos. Possui diversas causas, como drogas, substâncias tóxicas e hipoproteinemia. ➤ Fisiopatologia: Lesão crônica e repetitiva. Desenvolvimento de fibrose e baixa atividade regenerativa por lesão no arcabouço de fibras reticulares. ➤ Macroscopia: Fibrose, redução de volume, consistência firme, proliferação de ductos biliares e nódulos regenerativos. ➤ Consequências: Diminuição na síntese proteica e fatores de coagulação, icterícia e diminuição na capacidade de metabolização de amônia e substâncias. ● Neoplasias: Hepatoma (benigno-hepatócitos), carcinoma hepatocelular (maligno-hepatócitos), colangiocarcinoma (maligno-ductos biliares) colangioma (benigno-ductos biliares), linfoma. Vesícula Biliar ● Colelitíases: Cálculos biliares formados a partir do depósito de sais biliares e colesterol a partir de um núcleo orgânico. ➤ Consequências: Inflamação, fibrose, obstrução e icterícia. ● Colecistite: Inflamação da vesícula biliar . ➤ Macroscopia: Hiperemia e secreção catarral. Pâncreas ● Litíases: Cálculos formados nos ductos pancreáticos a partir de deposição de minerais em núcleo orgânico. ➤ Consequências: Inflamação, fibrose e pancreatite. ● Pancreatite: Inflamação do pâncreas por ativação enzimática. ➤ Macroscopia: Hemorragia, edema, atrofia, fibrose e possível necrose. Peritônio ● Efusões: Acúmulo de líquido. ➤ Ascite: Líquido claro com pouca proteína. ➤ Hemoperitônio: Líquido sanguinolento derivado de inflamações e hemorragias. ● Peritonites: Inflamação do peritônio geralmente por lesão em órgãos do sistema digestório. ➤ Macroscopia: Hiperemia, exsudato, fibrina e aderências. ● Neoplasias: Mesitelioma.
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