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PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOESTRATÉGICO Me. Dorival Paula Trindade IN IC IAR introdução Introdução Vamos supor que uma empresa já possui uma visão estratégica, ou seja, tem metas para o longo prazo. Antes de partir para a formulação do planejamento estratégico e seus consequentes planos de ações, é preciso fazer um cuidadoso diagnóstico e apurar o cenário do ambiente de negócios. Isso é fundamental para todos os envolvidos no processo do planejamento plurianual. Para compreender como isso funciona, vamos abordar, neste capítulo, a maioria dos elementos capazes de fornecer este diagnóstico estratégico. Analisaremos as ferramentas de apoio na avaliação dos cenários, bem como as maneiras de descobrir como pensam e se articulam os concorrentes para, en�m, produzir ações que possam tornar esses cenários previsíveis. Desenhar cenários implica em usar a imaginação para fazer as perguntas certas durante todo o processo de análise. As combinações de estratégias devem tornar possível enxergar o futuro com a maior precisão possível. Com os resultados do diagnóstico, a empresa estará pronta para estabelecer os objetivos estratégicos, que serão os vetores de todas as ações do plano. Partindo disso, surge uma questão: é possível desenhar cenários e mudar o futuro incerto dos negócios? Quando desenhamos os cenários, os objetivos estratégicos são os pontos de chegada. Eles escondem verdadeiros desa�os organizacionais e devem ser bem elaborados, com base em uma realidade factível. Caso contrário, podem surtir efeito inverso e, em vez de serem um objetivo, passam a desmotivar toda a organização. Por que isso acontece? Com os objetivos de�nidos e as ações decorrentes desses objetivos traçadas, os mecanismos de controle passam então a ser uma ferramenta poderosa de gestão. Ainda não inventaram nada melhor que números para medir e saber se estamos indo ao encontro das metas programadas pelos objetivos estratégicos. Então, surge outro desa�o: como transformar todo nosso planejamento em números, para o controle correto? A resposta a todas essas questões pode estar na teoria de BSC e Dashboard, que vai ser abordada em nossos estudos. Vamos entender como aplicar estes conceitos de forma e�ciente e e�caz. Bons estudos! De�nir a visão corporativa é o pré-requisito para o diagnóstico estratégico. É preciso saber onde a empresa quer estar daqui a 5, 10, 15 anos. Com a visão de�nida, a primeira etapa do processo de planejamento consiste na avaliação e no diagnóstico da situação atual da organização, considerando a carta de valores (Missão, Visão, Valores). Esse diagnóstico é fundamental para levantar informações do ambiente interno dos negócios, por exemplo, vantagens competitivas, recursos disponíveis, competências necessárias e, ainda, informações do ambiente externo, como vantagens ou desvantagens dos concorrentes, situação econômica do país, situação do mercado pretendido, leis, dentre outras variáveis. Ao compor esse diagnóstico é fundamental identi�car tendências para produzir planos e ações que irão se antecipar a elas, tanto no ambiente interno como no externo. Como ferramenta para fazer esse diagnóstico, o ideal é utilizar a metodologia conhecida como SWOT, que veremos a seguir. Em seguida, é preciso analisar seus resultados e organizá-los para transformá-los em ações estratégicas. Retomada da Análise SWOT Diagnóstico EstratégicoDiagnóstico Estratégico Antes de prosseguir com a ferramenta SWOT para de�nição de cenários, é importante de�nir o que é um cenário no ambiente de negócios e, com isso, entender a importância da SWOT nesse processo. Ao elaborar um planejamento e formular suas ações, é possível supor que haverá algum esforço em prever o resultado da mobilização de recursos e investimento �nanceiros. Todo investimento pede uma análise de retorno para veri�car a viabilidade econômica e suas implicações decisórias. Embora existam variáveis nebulosas, improvisações não são a melhor alternativa. Fazer o uso de exercícios da futurologia especulativa também seria um charlatanismo que deixaria o investimento exposto a riscos desnecessários. Assim, o correto é construir cenários e levantar informações sobre as quais temos controles e garantias de fontes con�áveis. Portanto, cenários são projeções futuras baseadas em dados e fatos do presente, com certo grau de variações, e com três versões possíveis: cenário provável, otimista e pessimista. Assim, podemos trabalhar com uma margem de erro conhecida. Quanto mais críticos formos nas variáveis estudadas (riqueza de detalhes), mais elas impactarão diretamente nos resultados esperados caso con�rmadas. Para os cenários pessimistas, planos de contingência podem otimizar recursos ou evitar tragédias. A análise de cenários otimistas, em conjunto com a SWOT, pode antecipar oportunidades de negócios, gerando vantagens competitivas (SOARES et al., 2008). A avaliação de cenários futuros leva a corporação a permanecer em estado de prontidão permanente, ou seja, para pronta resposta diante de imprevistos, que na verdade se tornam previsíveis, construindo verdadeiras árvores de decisões. Agora sim, podemos retomar a análise de SWOT. A análise de SWOT é muito difundida para apoiar planejadores ao fazer um diagnóstico (situação atual da empresa) para poder se preparar para o futuro. Esta técnica foi creditada a Albert Humphrey na década de 60 (LINDON et al. 2004). O que se pretende com essa ferramenta é de�nir pontos fortes e fracos, bem como analisar futuras ameaças em estado latente e oportunidades a serem aproveitadas, como a exploração de novos mercados ou o lançamento de novos produtos. A sigla SWOT vem do inglês Strengths , Weaknesses , Opportunities e Threats , a saber: Strengths (Pontos fortes) Vantagens internas sobre os concorrentes no mercado. Weaknesses (Pontos fracos) Pontos de fragilidade da empresa, que ela precisa melhorar para continuar competitiva. Threats (Ameaças) Situações de riscos que podem comprometer os negócios da empresa. Geralmente não é possível evitá-las por serem decorrentes de fatores externos, como ações do governo (mudança de uma lei). Opportunities (Oportunidades) Negócios em potencial que surgem da investigação da SWOT, na busca por soluções para eliminar os pontos fracos ou ainda para reduzir os efeitos das ameaças. No Brasil essa ferramenta também é conhecida como FOFA, sigla composta pelas iniciais das palavras que compõem SWOT. Para registrar e poder estudar os achados na SWOT, a organização dos dados é feita no formato de uma matriz. Ao desenhar essa matriz, muitos planejadores confundem pontos fortes com oportunidades e ameaças com pontos fracos, o que faz toda diferença na formatação dos planos de ação. Para �car claro, todas variáveis e itens encontrados na análise dos quais não temos domínio, ou seja, onde não podemos interferir, são ameaças. Quando temos domínio, podemos interferir e mudar seu status. Quando se trata desse tipo de situação por estar no ambiente interno da empresa, trata-se de pontos fracos. Isso também vale para oportunidades e pontos fortes. Exempli�cando: o aumento repentino do dólar pode prejudicar as importações de uma empresa. Portanto, isso é uma ameaça. Nada podemos fazer para evitar tal situação, está fora do nosso domínio. Para fazer o diagnóstico com a matriz SWOT é preciso construir um quadro com quatro elementos, conforme a �gura a seguir. Note que essa matriz já traz os referenciais da carta de valores: Visão, Missão e Valores. Ela divide os quadrantes em ambiente interno e externo para facilitar a alocação das variáveis e dados encontrados e sua consequente análise futura para compor o cenário (REBOUÇAS, 2009). A elaboração do diagnóstico estratégico deve levar em conta como premissa a carta de valores e a formulação dos objetivos estratégicos. Se não atendermos esse requisito, corremos o risco de ter, ao �nal, um falso diagnóstico. Exempli�cando: quando uma empresa temuma enorme frota de caminhões, isso pode ser um ponto forte ou ponto fraco, vai depender do objetivo estratégico. Caso essa empresa queira expandir sua atuação para mercados regionais, a enorme frota é um ponto forte, mas se está instalada próximo a um porto e pensa em só atacar o mercado externo, ter uma frota enorme é um ponto fraco, só irá representar mais custos. Portanto, atenção aos pontos de referência ao fazer uma SWOT. Assista, no vídeo a seguir, como uma empresa, ao analisar cenários, não só desenvolveu uma estratégia como criou um novo modelo de negócios e Figura 1 - Matriz SWOT para análise de forças e fraquezas de uma empresa durantes a fase de planejamento. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. transformou um negócio tradicional em um ponto de encontro supermoderno. < http://bit.ly/2lDDd1i > Como uma ameaça pode se transformar em uma oportunidade? Ter muitos pontos fracos ou ameaças não é um algo ruim. Pelo contrário, pode revelar ótimas oportunidades. Ao analisar cenários, a SWOT lista pontos fracos e ameaças. O produto desta lista indica a necessidade de atenção a pontos que podem colocar em risco o negócio, então requerem ações para neutralizá-los. Ocorre que, ao eliminar esses pontos, podem aparecer brilhantes oportunidades que estavam escondidas atrás dos problemas. Por exemplo, uma empresa tinha di�culdade para encontrar mão de obra especializada no mercado. Ela passou a dar cursos internos para quali�car seu pessoal e ainda abria vagas para pro�ssionais externos. Com isso, criou um banco de pro�ssionais reserva. O curso virou um sucesso e acabou gerando um novo negócio para a empresa. Uma nova empresa de cursos pro�ssionalizantes foi criada a partir da solução de um problema. http://bit.ly/2lDDd1i Essa abordagem leva a um raciocínio mais proativo e reativo e também é válida para os pontos fortes. Assim, para preparar um diagnóstico, a matriz SWOT é essencial e passa a ser um instrumento preciso na elaboração do planejamento e formulação do plano de ações, quando bem utilizada. Análise da Concorrência Vamos começar esse tópico com uma frase do estrategista de guerra Sun Tzu. Este foi um grande general chinês do século IV a.C. reflita Re�ita Blockbuster x Net�ix A Blockbuster era uma videolocadora que nasceu em Dallas, no Texas, Estados Unidos. Chegou a ter 25 mil funcionários em suas �liais e franqueadas em 26 países com 70 milhões de associados. Nos bons tempos, foi a maior rede de locadoras mundial. Mas, em 2013, foi anunciada sua falência nos EUA, com repercussão nos demais países. No Brasil, a história não foi muito diferente, embora a empresa ainda tenha tentado resistir à falência depois de ser comprada pela Lojas Americana, aos pouco foram passando para o formato Americana Express (lojas de conveniência). Qual a razão da Blockbuster se tornar um dinossauro? A resposta é simples, deixou de acompanhar o movimento do mercado em direção a locações on-line, como o Net�ix e o iTunes, da Apple. Era uma tendência muito forte e passou despercebida nos planejamentos estratégicos da Blockbuster. O mais irônico foi a Blockbuster rejeitar a oferta da Net�ix. A Blockbuster não quis comprar a Net�ix, o que se tornou um dos erros mais graves da história. Agora é a vez da Net�ix se preocupar com os novos serviços de streaming e as evoluções que virão. Se você conhece o inimigo como conhece a si mesmo, não é preciso temer o resultado de cem batalhas. Se você conhece a si mesmo, mas não conhece o inimigo, para cada vitória que conseguir, você sofrerá uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, você sucumbirá em todas as batalhas (SUN TZU, 2011, p. 99). A concorrência, assim como todos os fatores relevantes no planejamento, deve ou deveria já estar completamente analisada na matriz SWOT. A citação acima de Sun Tzu não deixa a menor sombra de dúvida quanto à importância de conhecer a concorrência em um mercado competitivo. A seguir alguns pontos que devem ser utilizados para fazer a correta análise da concorrência. Outra estratégia muito utilizada pelas empresas é o benchmarking competitivo. Essa técnica é o processo de comparar suas estratégias e operações com as melhores empresas do mercado. O objetivo é identi�car as melhores práticas, que podem ser copiadas para sua empresa, após os devidos ajustes e adaptações. Por que investir muito tempo e outros recursos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, serviços, sistemas de gestão, modelos de administração, se eles já existem e comprovadamente já estão funcionando em outras empresas? Para ser melhor que um concorrente, a organização deve pelo menos se igualar a ela, e depois criar seus diferenciais. Esse é o princípio do benchmark competitivo. As fases de um benchmark são listadas a seguir. Identi�car com quem fazer o benchmarking Geralmente podemos começar pelas empresas líderes, ou aquelas que estão em destaque por algum atributo muito valorizado pelos clientes. Identi�car quais variáveis devem ser comparadas Processos chave representam boas fontes para extrair vantagens, pontos de inovação e tecnologias utilizadas. Coletar dados A coleta pode ser di�cultada pelo concorrente. Por questões de sigilo, detalhes podem estar reservados aos gestores estratégicos, mas muitos dados são públicos e localizáveis em relatórios anuais e matérias de revistas, por exemplo. Também é possível coletar dados com fornecedores em comum e ex- funcionários, etc. Comparar e atualizar seus processos Quadro 1 - Perguntas para análise da concorrência: as principais perguntas que uma SWOT deve fazer para analisar os concorrentes. Após a comparação, recomenda-se implantar uma fase de testes. Isso é necessário porque muitos pontos devem ser corrigidos antes de se ter certeza que esses processos só funcionam bem sob as condições da empresa criadora dessa vantagem. Também possa ser relevante analisar os concorrentes indiretos. Concorrentes indiretos são aqueles que não fazem parte de seu ramo ou segmento, mas podem estar roubando uma fatia do seu mercado. Por exemplo: o aumento das vendas de motocicletas de baixa cilindrada está tirando clientes dos serviços de transportes públicos pela sua praticidade e custos. Existem também os concorrentes futuros previstos na matriz SWOT. Os táxis perceberam a entrada dos motoristas via aplicativos tarde demais. Já não era viável tentar alguma ação estratégica para neutralizar os novos prestadores desse serviço. Em 1979, Michel Porter desenvolveu uma teoria que considera que, em um mercado competitivo, cinco fatores são extremamente relevantes durante a fase de determinação das estratégias para identi�car uma vantagem competitiva. É um estudo da rivalidade produzida por todos os níveis de concorrência e que também considera os clientes e fornecedores. Porter denominou as variáveis de 5 forças: elas compreendem um grande estudo e observação dos concorrentes (que �ca no centro das forças), em relação às ameaças dos novos entrantes, a saiba mais Saiba mais Os taxistas do mundo inteiro deixaram de analisar um concorrente que vinha se instalando e, pela falta de uma estratégia, estão prestes a perder o seu mercado para os motorista que utilizam aplicativos como o UBER. ameaça dos produtos substitutivos, ao poder de barganha dos fornecedores e ao poder de barganha dos clientes (PORTER,1986). Avaliar as estratégias dos concorrentes envolve fazer pelo menos uma pergunta básica: o que, exatamente, estão fazendo agora e o que pretendem fazer no futuro? Muito embora seja uma pergunta complexa, as respostas são simples de encontrar. No entanto, é uma atividade essencialmente estratégica para compor inúmeras ações do planejamento. Na estratégia competitiva, assim como na guerra, é impossível sobreviver sem a coleta de informações sobre os adversários. A�nal, informação é tudo e, nas grandes empresas, informação vale mais que dinheiro. Um objetivo, segundo o dicionário, pode ser um adjetivoou um substantivo, mas sempre será subjetivo. Subjetivo é tudo aquilo que está na consciência do sujeito. Embora seja um fenômeno intangível, que beira a irrealidade, o desa�o é exatamente esse, tornar o objetivo real, concreto. Nessa condição, ele signi�ca o �m que se deseja atingir. Ainda dentro dessa linha, passa a ser relativo ao objeto, que é concreto e existe independentemente do pensamento. Objetivo é aquilo que move alguém ou uma instituição a tomar decisões baseado em um foco. Depois de de�nidos, são utilizados como adjetivos pela capacidade de um indivíduo ou organização se concentrar no objetivo. Dessa forma temos a objetividade e, com isso, as opiniões pessoais �cam em segundo plano. Quando analisamos objetivos sob a ótica das organizações, eles são expressadas em expectativas futuras e, partindo delas, se constrói a missão e visão de negócio para posteriormente se estruturar um plano para atingi- los. En�m, em termos corporativos, objetivos determinam os alvos que se pretende atingir, e inicialmente são de�nidos em termos qualitativos. A seguir, veremos como, dentro dos conceitos fundamentais, elaborar e colocar a serviço do planejamento os objetivos empresariais. Objetivos EstratégicosObjetivos Estratégicos Conceitos Fundamentais A de�nição dos objetivos está para o planejamento assim como o lucro está para a sobrevivência de qualquer negócio. Ou seja, um pressupõe o outro, então um não pode existir sem o outro. Objetivos são mais do que resultados esperados em um espaço de tempo, eles podem representar um compromisso com todos os envolvidos nos negócios, independentemente de sua relação de parceria (funcionários, clientes, fornecedores, vizinhos, governo, etc.). A partir da de�nição dos objetivos, todos os processos decisórios passam a ser norteados por esse vetor, ou seja, na mesma direção. Lembrando uma das frases do �lósofo Sêneca, criadas há mais de dois mil anos: “Quando um navio não sabe para que porto vai, qualquer vento lhe será favorável” (SÊNECA apud BRAUND, 2009, p. 199). Portanto, o principal motivo para se de�nir objetivos é dar uma direção ao negócio, indicar onde a empresa quer chegar com seus propósitos e modelo de negócios. Isso é muito relevante aos investidores e colaboradores por sua transparência. Via de regra, os objetivos são formulados de forma abstrata, por exemplo: aumentar a participação no mercado, reduzir os custos operacionais, aumentar a produtividade, ser a melhor e mais rápida empresa de logística. Geralmente, saiba mais Você o conhece? Sêneca foi um �lósofo, pensador, advogado e dramaturgo nascido em Corduba, Roma, em 4 a.C. e se tornou um dos mais célebres intelectuais do Império Romano. Durante 7 anos foi o conselheiro do Imperador Nero. Entre os seus principais tratados �losó�cos está a renúncia do bens materiais em troca da tranquilidade da alma pela contemplação e conhecimento (SÊNECA apud BRAUND, 2009). objetivos estão distantes da realidade atual da empresa. Outro aspecto relevante é que os objetivos não são quanti�cados, já que de�nimos nas linhas acima que objetivos são qualitativos. Quando quanti�camos, os objetivos viram metas. Veremos a seguir como transformar objetivos em metas e sua importância nesse processo de projeto e execução do planejamento. Ainda no patamar do nível corporativo da formulação do plano, podemos delinear os objetivos em quatro grandes blocos (KAPLAN; NORTON, 1990): Lucro Remuneração do capital ou investimento feito pelos proprietários ou acionistas da empresa. Expansão Aumentar a e�ciência do mesmo capital investido e tomar espaços para impedir a concorrência. Segurança Garantir a perpetuação do negócio. Autonomia ou independência Liberdade de decidir o próprio destino. Durante a de�nição dos objetivos, eles podem seguir dois pontos: objetivos individuais relacionados à visão da empresa, e objetivos coletivos que produzem resultados em conjunto (ou corporativistas), de modo que a somatória de todos os objetivos realizados leva ao alcance do objetivo chave. A obrigação fundamental de uma empresa em um sistema é gerar riqueza com resultados e lucros. “A empresa que não realiza lucros está fadada a desaparecer, pois a rapidez da morte dependerá da paciência dos credores, do tamanho dos seus recursos líquidos e das demandas dos acionistas” (CHIAVENATO, 2007, p. 144). Portanto, todos os objetivos, qualquer que sejam eles, têm forte ligação com este. Chiavenato ainda complementa esta constatação a�rmando que, quando se trata de objetivos organizacionais globais, surgem questões como: a quem a empresa deve prestar contas? Quem deve receber os retornos da riqueza criada? Quem deve usufruir dos resultados da empresa? E assim, dois modelos conceituais aparecem: shareholders e stakeholders . Shareholders Prestar contas aos proprietários e acionistas com foco na responsabilidade �nanceira. Essa remuneração ocorre por meio da distribuição de dividendos e lucros. Stakeholders Amplia a responsabilidade expandindo-a a todos os responsáveis por contribuir para o sucesso do negócio, direta ou indiretamente. A distribuição de riquezas deve ir além dos acionistas, chegando também aos clientes, funcionários, fornecedores e à sociedade, com participação proporcional. Há algumas formas mais comuns de remuneração destes stakeholders, como listamos a seguir. Acionistas e proprietários Distribuição de lucros pela rentabilidade econômica. Funcionários Remuneração via salários, boni�cações e prêmios. Clientes Produtos e serviços convenientes. Sociedade Geração de emprego e renda. Comunidade ou entorno Ações sociais que aumentem a qualidade de vida. Fornecedores Fidelidade e exclusividade. Para formatar os objetivos, estes devem ser �xados conforme sua hierarquia, de modo que ganham desdobramentos ou decomposições, mas sempre seguindo a hierarquia. Em geral, conforme Chiavenato (2007, p.148), os objetivos são desdobrados em: Objetivos estratégicos : Partem do corpo executivo e têm forte aderência ao negócio. Abordam tema como lucratividade, imagem, participação no mercado, investimentos. Objetivos táticos ou departamentais : São especí�cos para cada unidade de negócios. Englobam volume de compras, orçamento de despesas departamentais, custo de produção, dentre outros. Objetivos operacionais : Limitados a cada cargo ou tarefa e intimamente ligados a questões operacionais, como satisfação do cliente, tempo médio de entrega, escala de serviços ao menor custo. A seguir, alguns exemplos de objetivos corporativos, divididos em categorias, e conforme sua hierarquia, considerando sua decomposição. Figura 2 - A hierarquia de objetivos organiza os objetivos da empresa conforme a pirâmide organizacional (organograma). Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Penetração no mercado Estratégico : aumentar a participação no mercado. Tático : em toda a região oeste de São Paulo. Operacional: com entregas dentro do prazo. Produtividade Estratégico : utilização da capacidade máxima de produção. Tático : eliminar toda capacidade ociosa nas operações. Operacional: aumentar a produtividade de funcionários. Maximização do lucro Estratégico : aumentar o retorno sobre os investimentos. Tático: potencializar os índices sobre o capital imobilizado. Operacional: eliminar desperdícios e estoques desnecessários. Os objetivos são mutantes e se ajustam conforme as novas necessidades ou cenários. Veja a seguir o exemplo de algumas empresas. PETROBRAS Anos 1970 : soberania do petróleo, eliminando outras fontes de energia. Anos 1980 : autossu�ciência, P&D, investimentos. Anos 1990 : tecnologia, P&D, parcerias. Em 2000 : abertura de capital, ações na bolsa. Em 2018 : recuperação �nanceira e resgatar a credibilidade dos acionistas e mercado. BRADESCO Anos 1980 a 2000 : eliminação de custos, redução de mão de obra, autoatendimento. Anos 2000 a 2005 : aumento de capital, eliminação de ativos, venda dos prédios das agências. A partirde 2000 : novos negócios, competência, todos os funcionários certi�cados e com grau mínimo de instrução superior. Microsoft Anos 1980: apoiar a pirataria para massi�car seus produtos e causar dependência do sistema operacional Windows. Ano 2000: combater a pirataria para forçar todos os usuários a pagarem licenças pelo uso de seu sistema operacional (agora todos dependentes). Segundo Oliveira (2015, p. 149), os objetivos também servem para as seguintes �nalidades na empresa: fornecer às pessoas um sentimento especí�co e adequado de seu papel na empresa; dar consistência à tomada de decisão entre um grande número de diferentes executivos; estimular o emprenho e a realização baseada em resultados esperados; e fornecer a base para ações corretivas e controles. A partir de todos esses princípios, podemos formatar vários modelos de gestão e�ciente, como o tradicional modelo de Administração por Objetivos (APO). A APO é um modelo de administração pelo qual os gerentes superiores e seus colaboradores em conjunto de�nem: seus objetivos/metas comuns; especi�cam as áreas de responsabilidade de cada posição em relação aos resultados; traçam os meios para alcançá-los de forma conjunta e sistemática (DRUCKER, 1981). As cobranças aos envolvidos passam a ser realizadas de acordo com os objetivos acertados entre gestores e executores. A APO exige um comportamento parcimonioso, ao mesmo tempo que pede atitudes de comprometimento com o resultado. Líderes e liderados exercitam o tratamento amigável e prestativo, já que um depende do outro para realização de seus objetivos. Em resumo, a APO impõe uma administração estratégica participativa, não só na elaboração, mas também na execução. As funções administrativas foram idealizadas por Henri Fayol no �nal do século XIX, quando surgiu a escola de administração, e �caram conhecida como Teoria Clássica. Essas quatro funções foram batizadas de PDCA: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. Note que sempre se pensou em criar mecanismos para controlar os planos, de modo que se possa garantir sua execução conforme os objetivos desejados. A questão passa a ser: como? Para responder a essa pergunta surgiram vários métodos e ferramentas de controles, que foram se aperfeiçoando com o passar do tempo. Uma coisa é fato: todo plano precisa virar realidade. São comuns casos em que planos muito bem elaborados não passaram de um documento em forma de relatório engavetado, ou que não surtiram nenhum efeito nos resultados. Pode-se entender como a causa desse problema a falta de controles desde a concepção até o �m do prazo acordado no planejamento, quando não há mais tempo para nada. O controle é a última função da administração a ser analisada e diz respeito aos esforços para gerar informações relativas à execução das ações Mecanismos de Controle –Mecanismos de Controle – BSCBSC propostas no plano. A função do controle não é só manter o plano no rumo, mas no rumo certo. Esse tópico apresentou mecanismos básicos para controlar a execução, não só do plano, mas também de toda a organização. A função controle fecha o círculo virtuoso da função planejar. A seguir apresenta-se o elemento essencial para controles: produzir metas para que os objetivos sejam mensuráveis e, consequentemente, tornem possível uma gestão e�caz. Complementando esse elemento, analisaremos o conceito de Balanced Scorecard como ferramenta sistêmica de gestão. Construção do Balanced Scorecard Antes de avançar na construção de um Balanced Scorecard (BSC), é importante entender como chegamos nele para maior e�cácia da lógica de controlar. Historicamente, embora existam registros de sistemas de controles desde o século XIII, com as partidas dobradas da contabilidade, podemos partir, em administração, do PODC de Fayol. Desde os primórdios da administração, existia a preocupação em desenvolver métodos e mecanismos de controle de gestão conforme a tradução da sigla de PODC. Veja a �gura a seguir: Figura 3 - PODC: as quatro funções administrativas de Fayol, método muito utilizado para organizar os ideais e a forma de administrar uma empresa. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Cabe à função controle a detecção de problemas e desvios entre o planejamento e o realizado. Via de regra, os planejamentos estratégicos são de longo prazo e, P lanejar - De�nir, objetivos, metas e planos de ações com responsáveis, e prazos para atingir a visão. O rganizar - predispor todos os recursos necessárioas para que o plano seja executando; D irigir - executar por meio de uma estrutura de pessoas em formato de hirarquia para alcançar os objetivos; C ontolar - Mecanismo de contolar se tudo está indo ao encontro dos objetivos traçados, para se necessário corrigir os devidos. em decorrência dessa amplitude, as ações podem se perder no tempo, de forma que todo o resultado �ca comprometido. Controle é a função sistemática de geração de informações, por diversos canais, sempre que possível, com a ajuda de softwares e sistemas informatizados de gestão, permitindo não só a correção dos desvios, como a geração de experiências su�cientes para que essas falhas não se repitam. Para isso, duas funções são essenciais: o monitoramento e a comparação do desempenho real com o planejado. Sem a função controle não faz muito sentido o planejamento, já que não seria possível saber se o objetivo foi atingido. O monitoramento também ajuda a perceber mudanças no ambiente que podem afetar os negócios e, com isso, não apenas corrigir os desvios, mas sim ajustar o plano. Para cada nível da pirâmide organizacional existe um modelo ou sistema de controle, visto que as orientações são outras. Por exemplo: o nível estratégico é orientado para o ambiente externo; o tático tem foco no desempenho das unidades; o operacional cuida do uso dos recursos e da produtividade. Podemos ainda classi�car os modos de controles em preventivos, simultâneos e posteriores. Preventivos Antecipação dos problemas pela curva de tendência. Simultâneos Monitoramento contínuo e em tempo real das atividades de forma a garantir que estejam sendo executadas de acordo com os padrões. Posteriores Após as atividades realizadas no �nal de cada processo. O foco é a comparação dos resultados como os padrões de desempenho previamente estabelecido. Como podemos veri�car, esses mecanismos não têm o objetivo de corrigir, mas sim de veri�car as causas dos problemas. A�nal, o que não pode ser medido não pode ser gerenciado. Para colocar um sistema de controle em prática, o ideal é transformar as ações em números, para que estas possam ser medidas. Assim, os sistemas de controle ganham capacidade lógica e precisão. Ao transformar os objetivos em números, é possível implantar metas. Objetivos são subjetivos e metas são gerenciáveis. Metas signi�cam estabelecer quanti�cações, valores, tudo que possa ser mensurável (capacidade de medir com precisão). Meta é o estado da arte de medir o andamento do planejamento. Por exemplo: objetivo : alavancar os negócios na região norte do Brasil; meta : vender 30.000 unidade do produto em um ano. As metas devem seguir alguns princípios para serem e�cientes. Listamos a seguir. Especí�ca Não deve deixar margem para dúvidas. Por exemplo: vender unidades de determinado produto. Mensurável Deve ser possível medir para que seja possível gerenciar a que distância estamos do objetivo conforme o prazo determinado no plano. Por exemplo: vender 30 mil unidades. Prazo Determinar um prazo para que o objetivo tenha limites de início, meio e �m. Atingível A meta deve ser possível de realizar. Por exemplo, dentro da capacidade de produção de uma determinada empresa, vender 30 mil unidades pode ser considerado possível, já 1 milhão de unidades pode ser impossível. Realista Deve considerar a realidade da empresa e do mercado. Desa�adora Certa dose de desa�o pode ser útil para o crescimento, motivação e superação da organização. Por exemplo: uma meta de venda de35 mil unidades, se é possível, por que não? Para �car mais interessante, as metas podem ser de�nidas seguindo algumas diretrizes: devem ser monitoradas: estabeleça mecanismos; devem ser reformuladas sempre que o cenário mudar; criar metas individuais: todos na organização devem ter metas (do chão de fábrica ao presidente); certi�car que as metas estão intimamente ligadas à visão estratégica de longo prazo do negócio; as metas devem ser utilizadas para comunicar as intenções da empresa. Assim, quando todas as metas de todos os objetivos forem alcançadas, signi�ca que a visão de longo prazo foi atendida. Missão cumprida. Para tornar a tarefa de controle mais fácil, e�ciente e capaz de atender empresas de qualquer porte, sistemas de gestão informatizados devem ser utilizados. Para alimentar esses sistemas foi criada, na década de 1990, a metodologia do Balanced Scorecard (BSC). Para dar uma ideia da importância do BSC, abordaremos como ele surgiu e o impacto que doravante teve nos negócios. saiba mais Saiba mais A sigla SMART é mundialmente conhecida para formatar metas. As letras de S.M.A.R.T. signi�cam: S: Speci�c (especí�ca); M: Measurable (mensurável); A: Attainable (atingível); R: Relevant (relevante); T: Time based (temporal). O BSC foi desenvolvido no início da década de 1990, quando dois acadêmicos de Harvard entenderam que sistemas tradicionais de avaliação de desempenho eram limitados e praticamente falhavam quando apresentavam os seus resultados de controles. Basicamente pouco se podia fazer para recuperar o tempo perdido, pois os resultados ou medições eram referentes a dados do passado (COSTA, 2008). Na maior parte das medições, bastava apenas aprender com os erros do passado para não repetir o problema no futuro e aceitar os números negativos ou o fracasso como um fato na execução do plano estratégico. A maior parte das empresas tinha apenas indicadores contábeis/�nanceiros para medir seu desempenho e deixavam de avaliar outras variáveis importantes, como a produtividade e satisfação de clientes (indicadores não �nanceiros). Esses, in�uenciam diretamente no resultado operacional, ou seja, na lucratividade da empresa. Outra questão relevante é o fato de que a maiorias dos indicadores só media fatos referentes ao passado, e o mais importante era medir o futuro, para se antecipar aos problemas e corrigir as ações. Outro ponto é que as empresas só mediam os indicadores internos, deixando de lado os indicadores do ambiente externo, como a �utuação do câmbio, in�ação, demanda, dentre outros. David Norton e Robert Kaplan são os dois acadêmicos que propuseram uma ruptura nesses modelos, e após um ano de pesquisa e acompanhamento de empresas, criaram o BSC com indicadores de desempenho balanceados. Esse novo modelo de controle e medição de desempenho trazia em seu escopo a capacidade de medir e avaliar todos os processos e cenários e produzir um rol de indicadores �nanceiros, não �nanceiros, de tendências, de ocorrências e de perspectivas internas e externas (COSTA, 2008). O BSC é uma metodologia de controle totalmente abrangente e focada em todos os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) que tem como objetivo criar valor para os negócios. Outra grande vantagem dessa metodologia é se apropriar das estruturas de TI (Tecnologia da Informação) e dos poderosos softwares de gestão integrada, conhecidos mundialmente como Enterprise Resource Planning (ERP). Para fazer uma comparação do antes e do depois da criação do BSC, vamos fazer uma analogia com um avião. Sem o BSC, um avião contaria com um único instrumento (velocímetro) para atravessar o atlântico. Com o BSC, o avião passa a ter um painel com 174 indicadores apresentados em uma tela digital. Qual voo seria mais seguro? A partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização, o BSC traduz a estratégia em um conjunto de objetivos especí�cos e medidas de desempenho que podem ser quanti�cadas e avaliadas Toda a visão estratégica da empresa é apresentada em 4 perspectivas: �nanceira, clientes, processos internos e crescimento/aprendizagem (KAPLAN, NORTON, 1990), como apresentado logo abaixo. A quantidade de indicadores a serem criados não tem limites em qualquer das perspectivas, o importante é que sejam su�cientes. PERSPECTIVAS BSC saiba mais Saiba mais Um verdadeiro best-seller , o livro “A estratégia em ação – Balanced Scorecard”, de Robert Kaplan e David Norton (1990), é leitura obrigatória para quem quer ser um grande especialista em estratégia utilizando a metodologia BSC. Conhecer como esses acadêmicos chegaram a essa teoria é ter certeza de que até hoje não foram criados sistemas de controle mais e�cazes. Indicadores �nanceiro Obtidos da contabilidade e �nanças, focados no impacto das transações que envolvem recursos e pedem retornos sobre investimentos. Por exemplo: lucratividade, ROI (retorno sobre investimentos), rentabilidade e liquidez, etc. Indicadores de clientes ou mercado Obtidos durante as transações e operações com os clientes. Por exemplo: vendas, faturamento, cobranças, cadastro, utilização de serviços, pesquisa de satisfação, participação no mercado, número de clientes, etc. Indicadores de processos internos/produção Obtidos durante a execução dos processos nos quais a empresa deve alcançar a excelência para melhorar seus resultados. Por exemplo: produtividade, retrabalho, hora-homem, treinamentos, desperdícios, qualidade, etc. Indicadores de aprendizagem e crescimento Obtidos no RH da empresa pela necessidade de investir em pessoas e no seu aprendizado, para que possam produzir mais e melhor. Por exemplo: satisfação dos funcionários, quali�cação, capacitação, faltas e atrasos, folha de pagamento, horas-extras, etc. Figura 4 - As quatro perspectivas do BSC demonstram o forte entrosamento do modelo com a visão estratégica do plano. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Atualmente, o Balanced Scorecard é uma das ferramentas mais utilizadas no mundo para controlar o desempenho organizacional. BENEFÍCIOS Permite administração participativa por estar em uma plataforma de ERP. Mantém o foco na sobrevivência do negócio. Fornece uma visão externa. Foco na solução, e não no problema. Aumenta a capacidade de decisão. Permite antecipar os problemas por meio de curvas de tendência. Movimentação das ações conforme o mercado. Como construir o BSC perfeito para uma empresa? A evolução da tecnologia, das pessoas conectadas, a era digital, importantes e robustos softwares de gestão devem fazer parte da construção de um BSC. É importante lembrar que o BSC é uma metodologia, um conceito, e deve ser desenvolvido dentro das empresas pelos seus gestores. Não se compra pronto um BSC e instala-se nos computadores da empresa. Podemos dividir sua elaboração e implantação em fases: Fase I Modelagem da visão e missão estratégica, após determinar os objetivos da empresa. Envolve ampla discussão entre todos os gestões dos três níveis da pirâmide organizacional. Fase II Formatar o plano de ações com indicação dos responsáveis e determinação dos prazos. Fase III Transformar todas as ações em números (o que não se pode medir, não se pode gerenciar). Criar metas para todos os colaboradores, indistintamente, em todos os níveis de hierarquia da pirâmide organizacional. Fase IV Transformar e classi�car as metas em indicadores de desempenho nas 4 perspectivas (unidades de medida ou fórmulas podem ajudar). Fase V Implantar um software de gestão para controlar, medir, captar, avaliar e distribuir as informações produzidas pelo BSC aos gestores para as devidas providências. Dessa forma, são criados novos padrões de aferição e controles, nos quais tudo é medido e o sucesso do planejamento é construído pelo desempenho. Não basta ter o BSC, é preciso que todos usem e saibam usar essa ferramenta para extrair dela o máximo de benefícios e resultados. Para facilitar o uso e entendimento do BSC, é importante construir uma linguagem universal,independentemente do idioma da empresa e suas �liais. É preciso considerar que a maioria dos colaboradores fala e entende apenas sua língua pátria. Talvez esse seja o grande segredo da popularização do BSC/ Dashboard . Ele utiliza uma linguagem universal, que elimina a necessidade de que os colaboradores das unidades de negócios sejam poliglotas. Além da tecnologia, a correta construção dos indicadores de desempenho é fundamental para a performance do BSC. Mais do que uma �loso�a, o BSC evoluiu para uma ferramenta de gestão na qual os gestores irão apoiar suas decisões (COSTA, 2008). Decisões erradas ou fora do tempo podem destruir uma estratégia. Os detalhes na construção serão decisivos para o sucesso do BSC. Indicadores de desempenho Depois que o planejamento estratégico e o plano de ações estiverem prontos, o primeiro passo na construção do BSC/ Dashboard é formular o rol de indicadores. BSC com DashboardBSC com Dashboard Eles devem acompanhar as quatro perspectivas do BSC. Para medir com precisão, as metas devem ser aferidas por unidades de medida, índices ou fórmulas, conforme os exemplos a seguir. Unidades de medida Grandezas utilizadas para padronizar os indicadores. Exemplo: m2, faturamento/mês, Km/h, horas/aula, unidades produzidas por dia, etc. Fórmulas Regras matemáticas para determinar um valor dependente de inúmeras variáveis e conjugações. Por exemplo: índice de liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante. Índices Produzidos por valores relativos ou notas. Por exemplo: o índice de in�ação - %; notas de satisfação do cliente, de 0 a 10, apuradas em pesquisas. Todo esse rol de indicadores deve formar um conjunto de medidores coerentes. Alguns pontos devem ser levados em consideração, e devem ser traduzidos em atributos: clareza e objetividade; con�abilidade; relevância; capacidade de realmente serem medidos; estar alinhado com os propósitos do planejamento. Para que surta efeito, o conjunto de indicadores deve conter indicadores �nanceiros cruzados com indicadores não �nanceiros de forma equilibrada. Deve ser capaz de medir eventos no ambiente externo da empresa e ainda trazer projeções de tendências. No Quadro a seguir, um exemplo de indicadores de desempenho criados e utilizados em uma fábrica de arroz. Um dashboard , em tradução literal, quer dizer painel de controle. Uma boa solução para a gestão do BSC é utilizar a rede (web) da própria empresa, com os desktops ou qualquer dispositivo móvel, para compartilhar o uso do painel de controle. Esse é o segredo do BSC, transforma todo o controle do planejamento e sua gestão em uma linguagem universal, baseada em números e desenhos. O painel ( dashboard ) apresenta todos os resultados e acompanhamentos, em grá�cos, nas telas dos usuários e gestores. Por que é universal? A resposta é simples, números e símbolos são compreendidos e interpretados por qualquer colaborador, em qualquer lugar do mundo. O painel ainda permite uma maior acuidade visual, ou seja, ver num mesmo plano /tela vários grá�cos com várias informações de inúmeros indicadores. Quadro 2 - Indicadores de desempenho: exemplo de indicadores no padrão BSC em uma fábrica de arroz. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Isso permite que cada gestor possa fazer suas próprias interpretações. Sistemas mais so�sticados de BSC/ Dashboard permitem ver mais do que projeções futuras pela curva de tendência, eles permitem fazer simulações no ambiente de negócios antes de se tomar decisões. Para �nalizar, na construção de um dashboard : não use cores muito fortes; não use imagens desnecessárias; tenha certeza que as informações são relevantes. Figura 5 - Exemplo de um Dashboard (painel de controle) apresentado em um desktop para que os executivos avaliem resultados e tendências. Fonte: NAN728, Shutterstock, 2018. En�m, com a correta avaliação dos cenários sobre os objetivos traçados, é possível prever vários eventos no ambiente de negócios. Durante a execução, se faz o controle de tudo que foi planejado para atingir os objetivos com a metodologia BSC/ Dashboard , sendo então possível identi�car tendências e alterar algumas possibilidades negativas durante sua execução. Assim, entendemos que as estratégias podem alterar variáveis, conforme for conveniente para a empresa, mudando o cenário do ambiente de negócios. saiba mais Saiba mais Dashboard em Excel é um e-book (CHAMON, 2018) que explica de forma simples e fácil como criar diversos grá�cos dinâmicos no formato dashboard . A partir das informações do livro, você terá a oportunidade de usar as planilhas do Excel, dentre outros softwares , para desenvolver seu próprio dashboard , com comandos, macros e inúmeros modelos de grá�cos. conclusão Conclusão Concluímos mais esse capítulo onde pudemos avaliar a importância de se observar constantemente os cenários de negócios da empresa. As mudanças são uma certeza, e não uma variável. Elas in�uenciam diretamente nos negócios e, se não �carmos atentos a elas, corremos muitos riscos desnecessários. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: aprender a fazer um diagnóstico preciso de uma situação atual e uma situação futura no ambiente de negócios; compreender como funciona uma verdadeira SWOT para tornar a concorrência irrelevante; aprender a formatar objetivos e metas para elaborar um planejamento estratégico e�caz e; elaborar sistemas de controle com base em uma metodologia bem estruturada e que ganhou notoriedade e credibilidade mundial pela sua e�cácia, o BSC/Dashboard. referências Referências Bibliográ�cas BAEMULER, D.; PADRUSCH, D. W. A Arte da Guerra . Direção e Edição: David W. Padrusch. Produtores: Meredith Hong; Marissa Lee. History Channel. Canal Renato da Gibiteca. Publicado em: 29/04/ 2011. Disponível em: < https://www.youtube.com/embed/PDGtDGCFcY0 >. Acesso em: 08/11/2018. COSTA, A. P. P. Balanced scorecard : conceitos e guia de implementação. Rio de Janeiro: Atlas, 2008. CHAMON, J. E. Dashboard em Excel (e-book). São Paulo: Kindle, 2018. CHIAVENATO, I. 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