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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE ARQUITETURA E URBANISMO GUSTAVO DE HOLANDA SOUZA PROPOSTA DE ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM ESCRITÓRIO DE USO COLETIVO NA CIDADE DE RIO BRANCO, ACRE. Rio Branco - Acre 2020 GUSTAVO DE HOLANDA SOUZA PROPOSTA DE ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM ESCRITÓRIO DE USO COLETIVO NA CIDADE DE RIO BRANCO, ACRE. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário UNINORTE, como requisito para a Obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Francisco Willian Villar de Carvalho Rio Branco - Acre 2020 GUSTAVO DE HOLANDA SOUZA PROPOSTA DE ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM ESCRITÓRIO DE USO COLETIVO NA CIDADE DE RIO BRANCO, ACRE. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário UNINORTE, como requisito para a conclusão da disciplina de Trabalho Final de Graduação II - TFG. Banca examinadora: ........................................................................................................................................... Orientador: Francisco William Villar de Carvalho ........................................................................................................................................... Membro 01 ........................................................................................................................................... Membro 02 Conceito: ........................................................................................................................................... Rio Branco/AC, ...... de ................................ de 2020 DEDICATÓRIA A minha mãe, Letícia, minha tia Maria Holanda (in memoriam), e a todos que passaram por esse caminho e me fortaleceram para chegar até aqui. RESUMO Este trabalho tem por objetivo, propor um anteprojeto de arquitetura de um escritório de uso coletivo na cidade de Rio Branco, capital do estado do Acre. Partindo de análises e pesquisas em estudos de casos e correlatos. Foram traçadas diretrizes e buscou-se trazer para um contexto desta cidade em crescimento, uma arquitetura que some e não compita com esta urbe amazônida. Palavras-chave: Escritório; coworking; uso coletivo. ABSTRACT This work aims to propose an architectural project for an office for collective use in the city of Rio Branco, capital of the state of Acre. Starting from analysis and research in case studies and correlates. Guidelines were plotted and an attempt was made to bring to the context of this growing city, an architecture that add to the city and does not compete with this Amazonian city. Keywords: Office; coworking; collective use. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Coworking no mundo.................................................................................10 Figura 2 - Coworking no Brasil...................................................................................10 Figura 3 - Espaços coworking no Brasil.....................................................................11 Figura 4 - Frank Lloyd Wright. Hierarquia organizacional. Edifício Larking Builing, F.L. Wright, 1904...............................................................................................................15 Figura 5 - Casa Urbana Coworking Rio Branco.........................................................17 Figura 6 - Espaços de trabalho ativos no Brasil.........................................................18 Figura 7 - Censo Coworking Brasil 2018....................................................................19 Figura 8 - Fachada do Edifício Corujas......................................................................22 Figura 9 - Estudo de insolação...................................................................................23 Figura 10 - Nível térreo...............................................................................................24 Figura 11 - Vista panorâmica do edifício....................................................................25 Figura 12 - Estrutura metálica dá sensação de leveza..............................................26 Figura 13 - Setorização por função............................................................................27 Figura 14 - Planta do pavimento subsolo...................................................................28 Figura 15 - Cortes esquemáticos...............................................................................29 Figura 16 - Fachada frontal........................................................................................30 Figura 17 - Corte esquemático...................................................................................31 Figura 18 - Iluminação natural nos ambientes internos..............................................32 Figura 19 - Espaços variados e bem iluminados........................................................33 Figura 20 - Plantas baixas..........................................................................................34 Figura 21 - Corte e fachada........................................................................................35 Figura 22 - Interior......................................................................................................36 Figura 23 - Preocupação com a identidade visual da empresa.................................37 Figura 24 - Iluminação natural nos ambientes internos..............................................38 Figura 25 - Nuvens acústicas ajudam na propagação do som..................................39 Figura 26 - Planta baixa pavimento térreo e intermediário.........................................40 Figura 27 - Planta baixa pavimento mezanino e 1° pavimento..................................41 Figura 28 - Planta baixa mezanino do 1° pavimento e 2° pavimento.........................42 Figura 29 - Planta baixa mezanino 2º pavimento e 3° pavimento..............................43 Figura 30 - Planta baixa mezanino 3º pavimento e Planta baixa do quarto pavimento...................................................................................................................44 Figura 31 - Localização do terreno.............................................................................45 Figura 32 - Localização e pontos de referência.........................................................46 Figura 33 - Forma e dimensão do terreno..................................................................47 Figura 34 - Orientação solar e ventos dominantes.....................................................48 Figura 35 - Levantamento topográfico........................................................................49 Figura 36 - Uso do solo..............................................................................................50Figura 37 - Mobiliário urbano......................................................................................51 Figura 38 - Gabarito...................................................................................................52 Figura 39 -Tipologia....................................................................................................53 Figura 41 - Funcionograma........................................................................................55 Figura 42 - Matriz de relações espaciais....................................................................56 Figura 43 - Fluxograma..............................................................................................57 Figura 44 - Zoneamento no terreno............................................................................58 Figura 45 - Croqui volumétrico 01..............................................................................59 Figura 46 - Croqui volumétrico 02............................................................................. 59 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Programa de necessidades ..................................................................... 54 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8 1. REFERENCIAL TEORICO ...................................................................... 12 1. HISTÓRICO DO TEMA ........................................................................... 12 2. PRIMEIROS ESCRITÓRIOS ................................................................... 13 3. ESCRITÓRIO TAYLORISTA ................................................................... 13 4. COWORKING NO MUNDO ..................................................................... 15 6. PERFIL DO COWORKER ....................................................................... 18 7. ROTINA NO COWORKING & COMUNIDADE ........................................ 18 8. INFLUÊNCIA NA VIDA PESSOAL .......................................................... 19 2. ESTUDO DE CASO ................................................................................ 19 2.1 EDIFÍCIO CORUJAS - SÃO PAULO/SP...................................................212 2.2 PUBLIK OFFICE - HO CHI MINH - VIETNÃ.............................................28 3. ESTUDO CORRELATO .......................................................................... 33 3.1 DENTSU AEGIS NETWORK - SÃO PAULO/SP ..................................... 33 4. ASPECTOS FÍSICOS DO TERRENO ..................................................... 42 4.1 ESCOLHA E JUSTIFICATIVA DO TERRENO ........................................ 42 4.2 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO............................................................... 42 4.3 LOCALIZAÇÃO E PONTOS DE REFERÊNCIA ...................................... 43 4.4 FORMA E DIMENSÃO DO TERRENO ................................................... 44 4.5 ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS DOMINANTES ................................ 45 4.6 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ........................................................ 46 4.7 LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA PERTINENTE ......................................... 46 4.8 USO DO SOLO ....................................................................................... 47 4.9 MOBILIÁRIO URBANO ........................................................................... 48 4.10 GABARITO .............................................................................................. 49 4.11 TIPOLOGIAS ........................................................................................... 50 5. ASPECTOS CONCEITUAIS DO TEMA .................................................. 52 5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES, SETORIZAÇÃO E PRÉ DIMENSIONAMENTO .............................................................................................. 52 5.2 FUNCIONOGRAMA ................................................................................ 53 5.3 MATRIZ DE RELAÇÕES ESPACIAIS ..................................................... 53 5.4 FLUXOGRAMA ....................................................................................... 54 5.5 ZONEAMENTO DOS SETORES NO TERRENO .................................... 55 5.6 ADOÇÃO DO PARTIDO ARQUITETÔNICO E CROQUIS ...................... 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 58 8 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de um anteprojeto arquitetônico como tema um espaço de trabalho coletivo. Também conhecido como coworking. Segundo Quaresma e Gonçalves (2013) os escritórios compartilhados são resultados de uma combinação entre os escritórios virtuais e o home office, pois estes são limitadores de gastos com estruturas físicas. Ter um local de trabalho compartilhado, equivale a possuir vários espaços que sirvam aos propósitos profissionais, em um ambiente físico estruturado, capaz de reduzir custos operacionais, suprindo a necessidades de aparelhos e equipamentos necessários, e que a ao mesmo tempo possibilita a interação entre profissionais de outras áreas. Além da divisão de custos, estes locais proporcionam a discussões de experiências, trocas de ideias que expandem seu networking. Além das discussões e projeto de um ambiente que atenda às necessidades básicas de profissionais, esta pesquisa visa explicitar a importância do assunto no período atual e como a arquitetura pode contribuir na economia, juntamente com a sociedade e políticas públicas. O compartilhamento de espaços corporativos já é comum em todo o mundo. Estima-se que atualmente cerca de 3% de todo o mercado global de escritórios já seja ocupado por espaços de coworking – número que deve chegar a impressionantes 30% até 2030. Por aqui, muito mais do que racionalizar os custos dos empreendedores, o modelo também tem atraído um grande número de pequenas e médias empresas e até algumas multinacionais que já veem nos escritórios compartilhados uma excelente opção para a alocação de equipes em projetos de curta duração. Mas não é somente a questão financeira que tem atraído cada vez mais profissionais autônomos e empresas para os coworkings. A liberdade para trabalhar em um local descontraído e propício para o networking também é apontada como diferencial dos escritórios compartilhados. “É uma opção melhor do que o home office, já que permite que as pessoas se relacionem, troquem ideias e experiências ao longo do dia. Esse é um formato que já vem sendo adotado até mesmo dentro de algumas empresas, com o objetivo de melhorar a fluidez da comunicação”, afirma Hamilton dos Santos, diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - ABERJE (CONTENT, 2018) O projeto de um espaço coworking é de fundamental importância para garantir a permanência de pessoas capacitadas no mercado de trabalho. Propõe em si um 9 ambiente pronto, onde só precisar ir e executar tarefas, pois lhe oferecem todas as condições necessárias, o profissional paga um valor para utilizar toda a estrutura, incluindo todos os serviços como o aluguel, energia, água internet, e todo o mobiliário do ambiente. Possui sua estruturação áreas de trabalho, lounges, copa café recepcionista, salas de reuniões, treinamentos e eventos por um custo menor, onde terias que alugar uma sala comercial com custos individuais. A metodologia de pesquisa utilizada no presente trabalho é descrita por referências bibliográficas, artigos, pesquisas na internet para a coleta de dados gerais, estudos referentes a cidade de Rio Branco e o levantamento de dados sobre a questão de ambientes de trabalho compartilhado no país. Com a proposta, o resultado esperado é uma infraestrutura necessária para profissionais e empresas, buscando o bem-estar comum e a qualidade no espaço de trabalho. A maneira como as pessoas escolhemviver e trabalhar em um mundo conectado pela internet e onde fronteiras são cada vez menos visíveis estão mudando em uma velocidade que o mercado imobiliário tem de se adaptar para manter e ampliar suas margens. Coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador. Essa união de pessoas permite que mais e mais escritórios se espalhem pelo país. No Brasil, contam-se mais de 100 espaços. No mundo todo, estima-se que já existam mais de 4.000 espaços em funcionamento demostrada na Figura 1. Figura 1 – Distribuição de Coworking no mundo Fonte: CoworkingBrasil.org (2019) 10 O mercado de escritórios compartilhados está acelerado no Brasil — cresceu 500% nos últimos três anos ante a média de 200% no mundo durante o mesmo período. Em 2018, os 1194 coworkings localizados nos 26 estados, mais o Distrito Federal, faturaram juntos cerca de 130 milhões de reais. (SCHERER, 2019). Pode-se observar o crescimento citado de acordo com a Figura 2 abaixo. Figura 2 – Distribuição de Coworking no Brasil Fonte: CoworkingBrasil.org (2019) De acordo com o estudo Censo Coworking Brasil, realizado pelo site Coworking, um em cada quatro espaços do tipo são temáticos, concentrando no mesmo endereço profissionais, serviços e recursos de um único segmento. O Lab Fashion, em São Paulo, para profissionais de moda, conta com manequins, araras e máquinas de costura. O Canatech, em Piracicaba (SP), reúne profissionais do agronegócio e da indústria da cana-de-açúcar. Em um coworking, diversos empreendedores trabalham em um mesmo espaço dividindo os custos do local. Além disso, ampliam suas possibilidades de fazer negócios, pois estão lado a lado de outros negócios que podem ser parceiros. A economia fica por conta da divisão de algumas despesas fixas, como serviços de limpeza, recepcionista e telefonia. Estações e salas de trabalho nessa modalidade são vendidas por empresas especializadas. Embora menos comum, algumas têm até planos virtuais, a partir de R$ 110. As coberturas variam, incluindo do direito de usar o endereço do espaço físico para receber correspondências até a realização de reuniões no local, por exemplo. (VELOSO, 2016) 11 No Brasil, com uma simples busca na internet é possível encontrar escritórios de coworking em diversas cidades, apesar da concentração ser maior nas capitais, Figura 3. Com preços que variam de R$ 200 a R$ 800 por posição ocupada, os serviços também variam: alguns oferecem somente internet, enquanto outros contam com pacotes completos de telefone, secretária compartilhada, sala de reunião, serviços e impressão. Figura 3 - Espaços coworking no Brasil Fonte: CoworkingBrasil.org (2019) O espaço de coworking acolhe os profissionais quem sonha em seguir seu próprio negócio, bem como para ajudar empresas que antes estavam instaladas em salas comerciais, arcando com recepção, serviços gerais, materiais de escritório, aluguel, condomínio, etc., auxiliando na redução de despesas e no aumento da rede de networking (rede de contatos profissionais). Esses espaços são frutos e transformações dos ambientes de trabalho do mundo contemporâneo, ligado diretamente a novas tecnologias, empreendedorismo e a inovação. O coworking representa uma solução, preparando os espaços fisicamente, socialmente e virtualmente seguindo as novas tendências mundiais. Dentro desses espaços estão classificados vários benefícios, podendo-se listar dentre eles: ● Poupar dinheiro ● Zero burocracia é chegar e começar ● Receber clientes ● Troca de ideias 12 ● Maior produtividade ● Maior organização ● Profissionalismo ● Sair da rotina, etc. Esses serviços abrangem um grande leque de serviços disponíveis, alguns deles são: ● Serviço de internet ● Estrutura física ● Serviços de impressão ● Ambientes de convivência ● Salas para reuniões ● Escritórios virtuais ● Salas privativas ● Serviços de conveniência (motoboy, correios, etc.) ● Recepcionistas, etc. 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1. HISTÓRICO DO TEMA O espaço de trabalho atual é fruto de transformações e mudanças relacionadas às novas tecnologias, empreendedorismo e inovação. O programa de projeto representa uma solução para essas demandas e alterações dos ambientes de trabalho da atualidade, constituindo um espaço preparado fisicamente, visualmente e socialmente para essas novas tendências. Para atender as necessidades de conforto, acústica, ergonomia, além de adaptação as inovações tecnológicas e a preservação do meio ambiente, levando-se em consideração novos problemas, novas soluções e novos conceitos espaciais para serem formuladas a partir das preocupações com diversos requisitos atendendo tais necessidades, as cidades com referências de polo dominante perante suas cidades vizinhas precisam acompanhar e se 13 adequarem a tais transformações, no caso em especifico direciona-se os ambientes de trabalho, onde produtividade está relacionado diretamente ao bem estar das pessoas (FONSECA, 2004, p. 15). É de extrema importância a compreensão das mudanças na sociedade e seus reflexos na organização dos locais de trabalho. As mudanças do cenário politico- econômico mundial, aliadas à rapidez das inovações tecnológicas, transformaram sobremaneira a forma de organização dos espaços físicos das empresas nos últimos 100 anos. (ANDRADE, 2007). Há uma interação entre o ambiente construído e o usuário do espaço que pode ser percebida através da influência que o arranjo físico do ambiente pode exercer sobre as atitudes do trabalhador (FONSECA, 2004). 2. PRIMEIROS ESCRITÓRIOS Fonseca (2004) diz que, os mercados podem ser considerados os primeiros espaços administrativos, pois negociações e acertos dos mercadores entre si e com os cidadãos comuns aconteciam no pavimento superior da edificação. Com o advento da Revolução Industrial surgiu a necessidade de espaços para realizar as atividades administrativas de controle da produção, ou seja, criaram-se os primeiros espaços de escritório. Com o fim da era industrial, após a Primeira Guerra Mundial, o escritório surge como espaço de trabalho, ou seja, permite-se que o homem dispense o trabalho mecânico e dedique-se totalmente à atividade criativa. a mão de obra utilizada na época, gradativamente deixa de se concentrar nos setores primários e secundários e migra para o setor terciário, cuja maioria das atividades ocorre em ambientes de escritórios (RODRIGUES, 2005). 3. ESCRITÓRIO TAYLORISTA No início do século XX até a década, uma teoria por Frederik W. Taylor, o Taylorismo que se tornou uma influência em diversos sentidos do trabalho na transformação, onde estudava a organização dos ambientes de trabalho dentro das fabricas, e seu raciocínio, em longo prazo, trazia a ideia de “liberar as pessoas do cansaço e lhes permitir um lazer criativo”, entendendo que o trabalho poderia ser algo evitado. 14 Suas ideias concebiam, “organização e a gestão do trabalho, até a configuração espacial afim de reafirmar as diferenças hierárquicas, visando o incentivo da competição interna e estímulos das performances individuais”. (FONSECA, 2004). Sua organização espacial era resolvida um grande salão central destinado aos funcionários dos salões inferiores [...] onde as mesas eram dispostas em fileiras paralelas, numa mesma direção, sob as vistas de um supervisor instalado defronte. Ao redor desse grande salão central, localizavam-se as salas privativas dos gerentes, que eram delimitadas por divisórias semi envidraçadas. Os funcionários dos escalões mais altos ocupavam os pavimentos superiores e nesses, suas salas confortáveis e privativas, revestidas com acabamentosinternos de qualidade, situavam-se nos pontos com melhor vista e insolação. (FONSECA, 2004, p. 22). De acordo com o sociólogo De Masi (2000) a separação rígida entre trabalho e diversão era defendida por Taylor e Ford. Método que funciona quando o trabalho é de tipo físico, braçal e repetitivo como a linha de montagem. Mas quando se trata de produzir ideias, essa separação impede a criatividade e cria estresse. "Frank Lloyd Wright foi o primeiro arquiteto a encarar de forma global e integra o projeto arquitetônico e o design dos ambientes e instrumentos de trabalho, acomodados de maneira pratica e funcional. Como exemplo o projeto de edifício Larkin Builing, 1904, em Buffalo. No projeto o átrio central bem iluminado era destinado aos funcionários de importância. Wright referiu-se a sua realização na época como um templo o trabalho dos colarinhos brancos” (FONSECA, 2004). O Edifício Larking, projetado em 1904 por Frank Lloyd Wright, ilustra fielmente com seu Layout o modelo de gestão desenvolvido naquela época, funcionários do baixo escalão localizados no grande átrio interno e diretorias estratégicamente posicionadas nos pavimentos superiores para manter o controle da produção, Figura 4. 15 Figura 4 - Frank Lloyd Wright. Hierarquia organizacional. Edifício Larking Builing, F.L. Wright, 1904 Fonte: Fonseca (2004, p. 24) 4. COWORKING NO MUNDO A ideia atual de coworking consolidou-se em agosto de 2005, quando Brad Neuberg, um engenheiro de software americano, fundou um ambiente destinado a compartilhar espaços de trabalho em um centro comunitário voltado à mulher, chamado Spiral Muse e localizado em São Francisco, Estados Unidos (BOTSMAN; ROGERS, 2011). Tratava-se de um espaço com capacidade para cinco a oito mesas destinadas a um trabalho a ser executado duas vezes por semana. O ambiente possuía características peculiares, tais como atividades relacionadas à meditação, alimentação, programação de passeios de bicicleta (LUMLEY, 2013). Caracterizava-se igualmente pelo horário rígido de fechamento, fixado em 17h45. Em entrevista à revista DeskMag4, Neuberg relata que a ideia não foi bem 16 recebida de imediato (gerando pouca atenção de profissionais para a ocupação do lugar), quase levando o espaço a encerrar suas atividades após um ano. Porém, após alguma reestruturação, o projeto foi transferido para outro local, chamado Hat Factory, onde prosperou e consolidou sob essa forma de trabalho (LUMLEY, 2013). “Conceitua os espaços de coworking como comunidades de trabalho onde empreendedores, autônomos e profissionais com flexibilidade quanto ao espaço de trabalho – aqueles trabalhadores criativos independentes - são capazes de se unir e trabalhar lado a lado, de forma independente ou em colaboração, assim como desejado” (LUMLEY, 2013). 5. COWORKING NO BRASIL Em 1999, Brian DeKoven, um designer de games americano, queria criar um método de trabalho colaborativo e que integrasse empresários de qualquer ramo de atividade para troca de experiências. Na época, ele criou um estúdio com mesas flexíveis, onde ele e mais três pessoas trabalhavam e mantinham as portas abertas, alguns dias na semana, à outras pessoas que quisessem um lugar para trabalhar, se relacionar e trocar ideias, ao mesmo tempo. (MOURA, 2019). A idéia de Moura pode ser observada na Figura 5. Figura 5 - Casa Urbana Coworking Rio Branco Fonte: Casa Urbana Coworking (2019) 17 Porém só em 2005 que ele deu o nome deste modelo de espaço de trabalho de coworking e muitos outros espaços assim foram surgindo, se popularizando entre diversos países. Em 2007 o nome coworking ficou tão conhecido no mundo todo, que as buscas pelo termo começaram a aumentar, com isso o Google resolveu criar uma página de explicação sobre esse tipo de espaço na Wikipedia, fazendo até o jornal New York Times escrever um artigo sobre o tema. (MOURA, 2019). Com sua popularização, hoje existem mais de 6 mil coworkings espalhados pelo mundo e aqui no Brasil não foi muito diferente, no final de 2010 o termo ficou mais conhecido, e só em 2011, por exemplo, as buscas por coworking no Brasil representou 437% (MOURA, 2019). O Coworking tem o intuito de suprir algumas desvantagens que o profissional autônomo adquire ao escolher trabalhar em regime home office, e difunde em uma arquitetura aliada a dinâmica de integração social. (FERREIRA, 2018). O censo coworking Brasil 2018, demostrou os espaços de trabalho ativos no Brasil, Figura 6. Figura 6 - Espaços de trabalho ativos no Brasil. Fonte: Censo Coworking Brasil (2018) Esse conceito funciona como um sistema de interesses mútuos, caracterizado pelo atendimento ao público alvo, que são reunidos em um ambiente estruturado para agrupar diversos freelancers, home officers e profissionais autônomos das áreas da arquitetura, editoração, comunicação, arte visuais, áudio visuais, design, tecnologias da informação e pessoas que buscam o turismo de negócios. Todos esses profissionais procuram um espaço que facilite a relação profissional cliente, que possua a mesma estrutura de um escritório. (FERREIRA, 2018). 18 Atualmente os espaços coworking têm se difundido pelo mundo, pois, trata-se de uma concepção de espaço que promove a produtividade a uma rede de profissionais da criação, que envolvem condicionantes como a flexibilidade dos ambientes, o conforto e tempo livre. Isto ocorre conforme o conhecimento das necessidades e perfil dos usuários, correspondendo os ambientes de trabalho adequados às funções e atividades de criação (FERREIRA, 2018, p. 24). 6. PERFIL DO COWORKER Os espaços de coworkings cresceram, e nos últimos anos têm ganhado cada vez mais usuários. Com rotinas de trabalho cada vez mais colaborativas, esses ambientes deixam claro que não são apenas um modismo e a tendência é se tornar mais viável a cada ano. Segundo o Censo Coworking Brasil (2018), estes grupos de usuários costumam ser jovens com idades entre 26 e 35 anos, e especializados em alguma área. De acordo com a Figura 7. Figura 7 - Censo Coworking Brasil 2018 Fonte: Coworking Brasil (2018) Dentre os entrevistados, os resultados mostram que as maiorias dos coworkers são autônomos, empreendedores individuais e pequenos empresários que nem sempre possuem condições financeiras para arcarem com escritórios próprios. 7. ROTINA NO COWORKING & COMUNIDADE 19 Segundo o estudo Censo Coworking Brasil (2018), foi descoberto que recomendações de amigos são um grande atrativo para novos membros. Além disso, a localização é o principal ponto que eles levam em consideração na hora de escolher o espaço. Preço foi citado apenas em quarto lugar. E também que quase metade dos coworkers trabalhava em home office antes de migrar para o espaço. Ainda assim, 22% deles continuam almoçando em casa. É de 27 minutos o tempo médio de deslocamento entre casa e coworking, e 8% dos coworkers conseguiram convencer seus empregadores a financiar seu espaço de trabalho, mesmo quando a ideia não partiu da empresa. 8. INFLUÊNCIA NA VIDA PESSOAL Os profissionais foram questionados sobre como certos aspectos de sua vida mudaram desde que passaram a frequentar um coworking. Mais de 60% indicaram melhora na saúde, vida social, networking profissional, organização pessoal e produtividade no trabalho. (Coworking Brasil, 2018) Além disso, praticamente um em cada três coworkers já foi contratado ou contratou algum colega que conheceu no espaço para participar de um projeto em conjunto. E a imensa maioria garante já ter aprendido um novo conhecimento desde que começou a frequentar o espaço de coworking (Coworking Brasil, 2018). 2. ESTUDO DE CASO O estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa em ciências sociais. Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e análise de informaçõesem arquivos (como em estudos de economia) são alguns exemplos de outras maneiras de se realizar pesquisa. Cada estratégia apresenta vantagens e desvantagens próprias, dependendo basicamente de três condições: ● o tipo de questão da pesquisa; ● o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais efetivos; 20 ● o foco em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos. Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo "como" e "por que", quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. Pode-se complementar esses estudos de casos "explanatórios" com dois outros tipos - estudos "exploratórios" e "descritivos". Independentemente do tipo de estudo de caso, os pesquisadores devem ter muito cuidado ao projetar e realizar estudos de casos a fim de superar as tradicionais críticas que se faz ao método. (YIN, 2001, p. 19-20) 2.1 EDIFÍCIO CORUJAS - São paulo/sp Arquitetos Responsáveis FGMF Arquitetos Ano do projeto 2016 Área construída 6880.0 m² Um dos projetos escolhidos para estudo de caso é o do Edifício Corujas, localizado na Vila Madalena, é um edifício de escritórios de diversos tamanhos e formatos, Figura 8. A proposta para essa edificação é a de criar um espaço mais humanizado para o trabalho, indo na contramão dos tradicionais cubos de vidro espelhado localizados em regiões de São Paulo como Avenida Faria Lima ou Avenida Berrini.( ARCHDAILY,2019) 21 Figura 8 - Fachada do Edifício Corujas Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil O gabarito do local, de apenas nove metros, levou a uma solução horizontal, e o formato do lote, a desmembrar o prédio em duas edificações, frontal e posterior, Figura 9. O ponto de partida do projeto surgiu do desejo de criar uma arquitetura que possibilitasse que os escritórios tivessem, além de suas áreas fechadas, espaços avarandados generosos para reuniões externas, e jardins próprios, privativos.( ARCHDAILY,2019) 22 Figura 9 - Estudo de insolação Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil Para tanto foram utilizados alguns recursos como: tetos jardins, grandes panos envidraçados, generosos vãos e varandas pouco convencionais. Os conjuntos localizados no nível térreo tratam-se de escritórios com pé direito duplo, aproveitando a inclinação natural do terreno, Figura 10. Assim o visitante chega através de um mezanino e pode descer para a área principal de trabalho, onde há varanda e seu jardim privativo no recuo posterior, local onde já existem árvores frutíferas originais do local. A construção no térreo possui um determinado volume que denominamos “embasamento”, e este volume chega a encostar-se aos limites dos vizinhos e é mais largo do que o restante da construção. Para intensificar essa diferenciação, esse nível é todo envelopado em madeira. (ARCHDAILY,2019) 23 Figura 10 - Nível térreo Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil Os andares acima do embasamento não chegam às divisas, e são menores que o andar inferior. Nestes trechos optamos por deixar a estrutura de concreto pré- moldada aparente, e no piso intermediário, que é realizado em estrutura metálica, a estrutura aparente em branco, Figura 11. Todo esse trecho é totalmente envidraçado, contrastando com o fechamento do embasamento, muito mais opaco. Sobre os trechos do embasamento que são maiores do que os pavimentos superiores surgem tetos jardins que são os jardins privativos dos escritórios do primeiro pavimento. Já as grandes varandas, ora com pé direito simples, ora com pé direito duplo surgem entre conjuntos, em meio aos pilares pré-moldados. (ARCHDAILY,2019) 24 Figura 11 - Vista panorâmica do edifício Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil O aspecto construtivo também é outro aspecto interessante dessa edificação. Embora se trate de um edifício de escritórios de altíssimo padrão, ele foi concebido em uma estrutura de pré-moldados de concreto, que em quase toda construção é deixado aparente. É uma forma de afirmar que o material pré-moldado pode ser tão interessante quanto qualquer outro, observa-se a Figura 12. Há também grandes trechos em estrutura metálica, também aparentes, que deixam o andar intermediário surpreendente leve na edificação, quase como se tivesse repousado ali. (archdaily,2019) Essa estrutura metálica, em conjunto com caixilhos piso teto com grandes aberturas e leves brises metálicos formam uma espécie de miolo, de recheio transparente da estrutura pré-moldada que poderá ser observado da rua pelo visitante, fazendo com que a dinâmica do que ocorre dentro do prédio participe do cotidiano do bairro. (ARCHDAILY,2019) 25 Figura 12 - Estrutura metálica dá sensação de leveza Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil Na Figura 13 abaixo, podemos observar a setorização por função da empresa, distribuída em uso corporativo, uso comercial, estacionamento, entrada e circulação. Figura 13 - Setorização por função 26 Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil Na Figura 14 abaixo, pode-se observar as plantas baixa da empresa, que é composta por subsolo, térreo, primeiro pavimento e cobertura. Figura 14 - Planta do pavimento subsolo Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil Na Figura 15 abaixo, observa-se os cortes esquemáticos da construção. Figura 15 – Cortes esquemáticos 27 Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil 2.2 Publik Office - Ho Chi Minh - Vietnã Arquitetos Responsáveis Sanuki Daisuke, Vu Quoc Hao Ano do projeto 2018 Interior 769,8 m² Exterior 175,6 m² O terreno está localizado no distrito 3 de Ho Chi Minh no Vietnã e abriga um projeto de um coworking no centro de Ho Chi Minh. Presume-se que jovens criadores que moram na cidade, companhias de risco e empresas iniciantes locais de companhias estrangeiras usem este local, com cada pavimento apresentando diferentes espaços. Este é um projeto de renovação, em que o edifício original era um edifício antigo construído nos anos 1990, e foi repetidamente expandido e remodelado, sem manter a sua forma original. Além disso, como o local não fica de frente para a rua principal e a visibilidade é ruim, projetar a fachada foi um grande desafio. (ARCHDAILY, 2019) 28 Como o edifício original era antigo e sofreu repetidas adições e renovações, todos os espaços interiores e exteriores tiveram que ser completamente renovados, deixando apenas a estrutura. Aproveitando o fato de que a profundidade da varanda existente na parte central era diferente, estendemos a varanda de cada andar para a esquerda e para a direita e instalamos canteiros para vegetação em cada uma delas, Figura 16. Além disso, na elevação, fixamos uma chapa de aço inoxidável numa forma especular, como um origami ziguezague. (ARCHDAILY,2019) Figura 16 - Fachada frontal Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki-daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) 29 Pode-se observar um corte esquemático na Figura 17 abaixo. Figura 17 - Corte esquemático Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki- daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) A superfície de aço inoxidável é feita soldando peças em forma de montanha em ângulos diferentes na parte posterior. Alterando a proporção de tipos de peças em cada andar, elas são projetadas para refletir diferentes paisagens, figura 18. Além disso, o verde nos canteiros instalados controla a luz solar direta do lado oeste, e a profundidade diminui nos pavimentos superiores, sendo possível ver as árvores coloridas com luz natural de qualquer lugar de dentro. (ARCHDAILY,2019) Figura 18 - Iluminação natural nos ambientes internos Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki- daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) 30 Este projeto é um espaço de coworking, diferente de escritórios e cafés. Quando os usuários estão lá trabalhando, eles podem mudar de lugar sentindo e encontrando o seu espaço, Figura 19. Portanto, projetamos para incentivar a criatividade do usuário, sendo cada um dos quatro andares ocupados do edifício diferentes uns dos outros. (ARCHDAILY,2019) Figura 19 - Espaços variados e bem iluminados Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki- daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) O térreo é um espaço de trabalho lounge com um café, o primeiro andar é um espaço de trabalho tipo open space com luminárias tubulares impressionantes, o segundo andar é um espaço de trabalho mais individual, separado por divisórias móveis e o terceiro andar é um espaço de trabalho livre no qual é possível mover as mesas livremente, integrado ao terraço externo que também serve como sala de apresentações, Figura 20.(ARCHDAILY,2019) 31 Figura 20- Plantas baixas Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki- daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) Os usuários podem descobrir espontaneamente seu próprio espaço de concentração e escolher seus próprios lugares confortáveis, Figura 21. O projeto foi cuidadosamente pensado para eliminar o excesso de decoração tanto quanto possível e usar materiais locais vietnamitas, como terrazzo de cores diferentes, madeira, cimento, etc.(ARCHDAILY,2019) 32 Figura 21 - Corte e fachada Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/910375/publik-office-em-saigon-sanuki- daisuke-architects>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2019) 33 3. ESTUDO CORRELATO 3.1 DENTSU AEGIS NETWORK - SÃO PAULO/SP Arquitetos Responsáveis DMDV arquitetos Ano do projeto 2015 Área construída 6768.0 m² Local São Paulo - Brasil O desafio recebido de desenvolver um projeto corporativo para o grupo Dentsu Aegis Network, uma empresa global de comunicação, que se instalou no edifício Box 298 na Vila Madalena. Com uma atuação em diversos segmentos distintos, o grupo conta com cinco agências: Isobar, mcgarrybowen, iProspect, Copernicus e Amnet. (ARCHDAILY,2019) Seu interior conta com um acabamento em estilo industrial aparente com uso de cores sóbrias em tons pastéis, podendo ser observado na Figura 22. Figura 22 - Interior Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) 34 Alguns conceitos gerais foram aplicados a todo o grupo, a fim de estabelecer uma linguagem única e otimizar custos de implantação. Entretanto, cada empresa específica procurou adotar variações pessoais que se adequam ao perfil de atuação de cada uma delas, na Figura 23 abaixo, podemos observar a preocupação com a identidade visual que é mantida na empresa. (ARCHDAILY,2019) Figura 23 - Preocupação com a identidade visual da empresa Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) Optou-se também pela utilização da iluminação natural nos ambientes internos da empresa, na Figura 24 observa-se a entrada da luz natural. (ARCHDAILY,2019) 35 Figura 24 - Iluminação natural nos ambientes internos Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) Para garantir uma melhor qualidade acústica no ambiente de trabalho foi necessária a instalação de nuvens acústicas junto a laje, Figura 25. Nesses elementos de formato hexagonal foram aplicados tecidos coloridos que remetem à identidade visual de cada empresa. O piso do mezanino metálico também recebeu a aplicação de placas de carpete, que colaboram para a absorção sonora. Já os pisos de acesso de cada agência receberam placas de piso vinílico distintos, e placas de concreto nas recepções, de forma a prolongar e diluir as áreas comuns. (ARCHDAILY,2019) 36 Figura 25 - Nuvens acústicas ajudam na propagação do som. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) No térreo do edifício encontram-se o refeitório, de uso coletivo, um pequeno café e a recepção geral, já no pavimento intermediário encontra-se as salas de trabalho do local, Figura 26. (ARCHDAILY,2019) 37 Figura 26 - Planta baixa pavimento térreo e intermediário Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) 38 O edifício possui algumas características que precisaram de tratamentos distintos. Com uma planta irregular e espaços de alturas variáveis, estabeleceu-se como critério a utilização das áreas de mezanino, Figura 27, para as salas fechadas e os trechos de pé-direito duplo para as áreas de trabalho do tipo “open space”. (ARCHDAILY,2019) Figura 27- Planta baixa pavimento mezanino e 1° pavimento Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) 39 Na Figura 28 abaixo, temos as plantas do mezanino do 1° pavimento e do 2° pavimento, da edificação. Figura 28 - Planta baixa mezanino do 1° pavimento e 2° pavimento Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) 40 Na figura 29 abaixo, pode-se observar as distribuições das plantas do mezanino do 2° pavimento e do 3° pavimento. Figura 29 - Planta baixa mezanino 2º pavimento e 3° pavimento Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) A figura 30, demostra a planta baixa do mezanino do 3° pavimento e a planta do 4° pavimento. 41 Figura 30 - Planta baixa mezanino 3º pavimento e Planta baixa do quarto pavimento Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>.Acesso em: 20 Out. 2019. ArchDaily Brasil (2015) 42 4. ASPECTOS FÍSICOS DO TERRENO 4.1 ESCOLHA E JUSTIFICATIVA DO TERRENO O local a ser escolhido é de extrema importância para o sucesso do empreendimento, seja ele que qual natureza for. Condicionantes como insolação, topografia, uso do solo, gabarito, bem como outros fatores como legislação urbanística são de suma importância para a viabilidade da implantação da edificação seja ela para qual uso a que se destine. O entorno também é um fator determinante para a escolha do terreno, bem como os tipos de estabelecimentos próximos, público alvo e as vias de acesso. E se na área possui infraestrutura, como pavimentação, rede de água, esgoto e drenagem. Um dos elementos mais importantes é saber em qual zona do PDDU, o terreno está inserido, visto que, como dito anteriormente, o mesmo determina o que pode ser construído, e ainda a quantidade de pavimentos e o quanto pode ocupar do espaço físico do lote. 4.2 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO O terreno escolhido se encontra na Zona consolidada na cidade de Rio Branco, conforme o Plano Diretor - Lei nº 2.222 de 2016. Situado na Rua Quintino Bocaiuva no bairro Centro, de acordo com a Figura 31 a seguir. Figura 31 - Localização do terreno Fonte: Google Earth. 43 4.3 LOCALIZAÇÃO E PONTOS DE REFERÊNCIA As imediações do terreno proposto são bem servidas de comércios e serviços públicos, por fazer parte de uma zona consolidada e estar no centro da cidade. Podemos identificar todas as características de um centro urbano na Figura 32. Figura 32 - Localização e pontos de referência Fonte: Captura de Imagem do Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, (2019) A escolha do terreno deu-se em função dos critérios importantes, como a sua localização, infraestrutura, acessos e visibilidade, fatores que foram compatibilizados com os projetos utilizados como referência. Foi de fundamental importância para a escolha desse terreno proposto para implantação do anteprojeto o fato do mesmo apresentar-se em uma área já estabelecida e adensada com características predominantes de estabelecimentos comerciais e de serviço, além de conter no recorte estudado os sistemas de infraestrutura urbana estabelecidos com qualidade. 44 4.4 FORMA E DIMENSÃO DO TERRENO O terreno proposto, localizado na área urbanizada da cidade de Rio Branco. Apresenta 4.745 m² de área, o terreno possui localização centralizada, Figura 33. As dimensões do terreno são de grande importância, pelo fato de ter grande influência no planejamento de um projeto arquitetônico. De acordo com Neves (1989, p. 98), a forma e dimensão do terreno proposto são dois aspectos importantes a serem levados em consideração na elaboração do partido arquitetônico. No qual, a forma de ocupação do terreno, pelo o edifício, está determinada pela forma do terreno. E a dimensão implica diretamente no pré-dimensionamento do projeto, que será posto como influência na sua elaboração. Figura 33 - Forma e dimensão do terreno 45 4.5 ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS DOMINANTES A orientação solar e os ventos dominantes no entorno, são de extrema importância para a setorização do projeto no terreno, pois é a partir destas informações onde podemos observar o melhor local a implantar a nova edificação, de forma a promover uma melhor ambiência para o projeto. Após análise local, foi identificado que o Sol nasce à direita do terreno e se põe à esquerda. Os ventos dominantes frios vêm da parte de trás do terreno, já o vento quente vem da parte frontal do terreno. Considerando os dados pertinentes para o projeto, será considerada a utilização de artifícios naturais para sua elaboração, conforme a Figura 34. Figura 34 - Orientação solar e ventos dominantes 46 4.6 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO A partir do levantamento topográfico do terreno proposto, será possível determinar o local de implantação do projeto, se integrando aos desníveis encontrados no terreno. E observando as cotas de níveis de metro em metro, Figura 35, foi possível a partir da análise ao terreno proposto, chegar a conclusão que o terreno é virtualmente plano. Figura 35 - Levantamento topográfico 4.7 LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA PERTINENTE Conforme os artigos 39º e 40º do Estatuto da Cidade, o plano diretor é “o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”. É ele quem 47 deve promover o diálogo entre os aspectos físicos/territoriais e os objetivos sociais, econômicos e ambientais que temos para a cidade. Segundo o Plano Diretor de Rio Branco, Lei nº 2.222 de 16 de dezembro de 2016, o bairro está qualificado na Zona Consolidada – ZC e esta dispõe do seguinte artigo: Art. 122. A Zona Consolidada corresponde à porção de território urbanizado, com principal concentração de comércios, equipamentos, serviços e moradia, com alta densidade populacional, e melhores condições de infraestrutura. Parágrafo único. São objetivos para esta zona: I – Incentivar a ocupação dos lotes vazios e o parcelamento das áreas remanescentes; II – Estimular o adensamento por meio da verticalização das edificações, como forma de promoção do uso eficiente dos investimentos existentes em infraestrutura; III – compatibilizar o adensamento com o respeito às características ambientais e os bens e áreas de valor histórico e cultural; IV – Promover a melhoria da acessibilidade e mobilidade urbana; V – Aplicar instrumentos do Parcelamento e Edificação ou Utilização Compulsória e Operações Urbanas Consorciadas; e VI – Fortalecer as atividades de cultura, esporte e lazer, comércio e serviço (RIO BRANCO/ACRE, 2016, p. 65). Para esta zona, os usos admitidos são – R1, R2, R3, R4, R5 e CSI 2, CSI 1 - vias locais principais, PGT1, GRD e GRN (BR 364), PGT2 e PGT 3, GRD- vias Arteriais e Coletoras, AGF - com exceção do uso piscicultura e aquicultura. Sua Taxa de Ocupação – TO é 70%, Coeficiente de Aproveitamento – CA 6, Taxa de Permeabilidade – TP de 20%, com Gabarito máximo de 20 (RIO BRANCO/ACRE, 2016, p. 66). E por se tratar de uma Zona Consolidada, disponibiliza de melhores condições de infraestrutura e ainda, a maior concentração de comércios, equipamentos, serviços e moradia. 4.8 USO DO SOLO uso do solo, de acordo com o Plano Diretor de Rio Branco – Lei nº 2.222 de 2016, é o “aproveitamento de uma área, de acordo com a atividade pré-fixada para sua utilização”. 48 Figura 36 - Uso do solo COMÉRCIO SERVIÇOS INSTITUCIONAL ÁREA VERDE VAZIO TERRENO PROPOSTO LEGENDA: RESIDÊNCIA AVE NIDA BRA SIL AVENIDA CEARÁ RUA QUÍNTINO BOCAIÚVA RUA SERGIPE RUA M ARECHAL DEODORO CAL ÇAD ÃO B ENJ AMI N CO NST ANT CALÇADÃO ESCALA GRÁFICA 0 25 50 100 200 Com base na Figura 36 a cima, é possível verificar, a predominância do uso comercial. Tendo em maior predominância no uso e ocupação do solo, o uso comercial, pode-se perceber em menor quantidade o uso residencial. Mas, é possível observar que próximo ao terreno proposto, existe grande quantidade de órgãos públicos. Nesse sentido, o coworking proporcionará com seu entorno, serviços, comércios e instituições como a OCA – Organização de Centro de Atendimentos de Rio Branco, em sua proximidade. Dessa forma, serviços que o poder público oferece, e que por ventura coworkers e clientes necessitem, estarão em local de rápido acesso. 4.9 MOBILIÁRIO URBANO O termo “mobiliário urbano” se refere aos objetos instalados, de forma geral, em áreas públicas, para o uso do cidadão e como suporte nas redes urbanas, como as lixeiras, telefones públicos, postes de energia e de eletricidade. Durante a visita na área do terreno proposto, foi feito um levantamento do mobiliário urbano existente no local. É possível verificar que a área é contemplada de 49iluminação pública, transporte público, serviço de coleta de lixo, e vias pavimentadas que servem para passeios públicos. O mobiliário pode ser observado na Figura 37. Figura 37 - Mobiliário urbano CAL ÇAD ÃO B EJA MIN CON STA NT AVENIDA CEARÁ RUA M ARECHAL DEO DORO AVE NIDA BRA SIL RUA QUÍNTINO BO CAIÚVA RUA SERG IPE ÁREA VERDE TERRENO PROPOSTO LEGENDA: PONTO DE MOTO-TÁXI POSTE DE ILUMINAÇÃO CALÇADÃO SEMÁFORO LIXEIRA LIXEIRA SELETIVA TELEFONE PÚBLICO PARADA DE ÔNIBUS ESCALA GRÁFICA 0 25 50 100 200 4.10 GABARITO A análise das imediações, e o respeito ao gabarito que se apresenta no entorno, é essencial para uma integração do projeto com o ambiente urbano. Diante da análise ao mapa, Figura 38, verificou-se a predominância de edificações do tipo Térreo, e em menor quantidade edificações de 3 ou mais pavimentos. O gabarito da proposta estará em concordância com conforme o entorno. 50 Figura 38 - Gabarito 2 PAVIMENTO 3 PAVIMENTO TERRENO PROPOSTO LEGENDA: 1 PAVIMENTO ESCALA GRÁFICA 25 50 100 200 CAL ÇAD ÃO B ENJ AMIN CON STA NT AVE NIDA BRA SIL AVENIDA CEARÁ RUA QUÍNTINO BOCAIÚVA RUA SERGIPE RU A M ARECHAL DEO DO RO 3 2 3 3 4 3 3 PA V 3 2 3 3 3 2 3 2 2 2 2 2 CALÇADÃO 0 2 1 1 1 1 11 11 1 1 1 1 1 1 1 1 11 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 1 1 1 111 1 1 11111 1 1 1 1 1 11 1111 2 4.11 TIPOLOGIAS A tipologia das edificações está relacionada com a modalidade de parcelamento e das formas de apropriação do solo. Mas observa-se na Figura 39, abaixo a presença de poucas construções que utilizem madeira como principal sistema construtivo. Figura 39 - Tipologia CAL ÇAD ÃO B EJA MIN CON STA NT AVE NIDA BRA SIL AVENIDA CEARÁ RUA QUÍNTINO BO CAIÚVA RUA SERG IPE R UA M ARE CH AL D EO D O RO MADEIRA MISTO ÁREA VERDE VAZIO TERRENO PROPOSTO LEGENDA: ALVENARIA 3 PA V 2 PA V 3 PA V 3 PA V 4 PA V 3 PA V 3 PA V 3 PA V 2 PA V 3 PA V 3 PA V 3 PA V 2 PA V 3 PA V 2 PA V 2 PAV 2 PAV 2 P AV 2 PAV CALÇADÃO ESCALA GRÁFICA 25 50 100 2000 51 4.12 HIERARQUIA VIÁRIA O entorno do terreno é constituído por apenas uma rua principal, a Quintino Bocaiuva. Uma via com hierarquia especial, conforme a Figura 40. Figura 40 - Hierarquia das vias Desse modo, a implantação do coworking proposto em frente a uma via com hierarquia especial, foi escolhida para tornar visível e atrativa a entrada e saída dos usuários coworkers e clientes. 52 5. ASPECTOS CONCEITUAIS DO TEMA 5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES, SETORIZAÇÃO E PRÉ DIMENSIONAMENTO O programa de necessidades, descrito na Tabela 1, é resultado de pesquisa direta a estudos de caso e outros Trabalhos Finais de Graduação consultados via internet e por meio de conversa direta com um egresso do Centro Universitário Uninorte de semestres anteriores. Foram eles: "Edificio Corujas do escritório FGMF Arquitetos", "Publik Office do escritório Saniki Daisuke architects", E os TFGs, "QG Espaço de coworking do Arq. Philipe de Sousa Pinheiro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte", e o projeto "Espaço coworking: Escritório compartilhado do Arq. Marcelo da Silva Monteiro, egresso do Centro Universitário Uninorte". Tabela 1 - Programa de necessidades A proposta de programa de necessidades aqui apresentada tem por objetivo atender a 30 coworkers simultâneos, espaços como Armários, Salas de reunião, Atendimento e Auditório serão utilizados por demanda e o uso deverá ser feito 53 mediante agendamento prévio e poderá ser aberto para terceiros. Coworkers terão preferência no uso desses locais, mas não exclusividade. Os setores foram distribuídos conforme as funções e características de uso de cada ambiente, bem como as necessidades estabelecidas nesta proposta de ante- projeto. 5.2 FUNCIONOGRAMA Os ambientes dessa proposta de anteprojeto arquitetônico foram inseridos dentro de cada setor, levando em consideração a hierarquia que os mesmos exercem nas funções da edificação, demostrado na Figura 52. Figura 41 - Funcionograma 5.3 MATRIZ DE RELAÇÕES ESPACIAIS A matriz na Figura 42 abaixo, demonstra as ligações entre ambientes em 3 níveis. Direta, indireta ou remota. 54 Figura 42 - Matriz de relações espaciais 5.4 FLUXOGRAMA O Fluxograma representado na Figura 43 a seguir, foi pensado de tal maneira a evitar fluxos de forma natural e fluida, pois há apenas alguns ambientes em que é desejável que os clientes dos coworkers transitem. Não que seja proibido o acesso deles, mas que funciona para uma circulação mais lógica. As linhas verdes são a 55 circulação do coworkers, as linhas vermelhas são a circulação dos clientes e as linhas amarelas são a circulação de serviço. Figura 43 - Fluxograma 5.5 ZONEAMENTO DOS SETORES NO TERRENO Nos estudos conceituais de zoneamento fica definido pela relação dos estudos preliminares que os conceitos estabelecidos pelo tema proposto, influenciados diretamente pelos aspectos constituintes formulados ambientais e climáticos de forma que o zoneamento apresente sua forma e função, conforme mostra a Figura 44. 56 Figura 44 - Zoneamento no terreno 5.6 ADOÇÃO DO PARTIDO ARQUITETÔNICO E CROQUIS Segundo Neves (1989, p. 17) o partido se constitui na representação gráfica da ideia preliminar do edifício, expressa na linguagem própria, do desenho arquitetônico. São vários os objetivos da elaboração do partido arquitetônico. O primeiro deles, e o mais importante, é justamente o de ser o registro gráfico da Ideia preliminar do edifício, conforme o croqui da Figura 45. Além desse, porém, outros se identificam como o de ser o instrumento indispensável para que o processo criativo de síntese arquitetônica possa efetivar-se numa expressão perceptível. 57 Figura 45 - Croqui volumétrico 01 A proposta tem como objetivo fazer a interposição de blocos de sólidos primários trazendo uma volumetria simples, direta, e de fácil leitura e compreensão, de acordo com o croqui na Figura 46 abaixo. É de interesse que seja visualmente agradável e que gere o interesse de entrar, conhecer, e trabalhar no edifício proposto. Figura 46 - Croqui volumétrico 02 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9. ANDRADE, C. M. A. D.. A história do ambiente de trabalho em edifícios de escritórios: Um século de transformações. 1. ed. São Paulo: C4, 2007. 10. ARCHDAILY BRASIL. Dentsu Aegis Network / DMDV arquitetos. archdaily.com.br. 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/777633/dentsu-aegis-network-aum- arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all>. 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