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Saude da Pessoa Idosa

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Saúde da Pessoa Idosa
Introdução
O aumento da expectativa de vida representa uma
importante conquista social e resulta da melhoria
das condições de vida, com ampliação do acesso a
serviços médicos preventivos e curativos, avanço
da tecnologia médica, ampliação da cobertura de
saneamento básico, água encanada, esgoto,
aumento da escolaridade, da renda, entre outros
determinantes sociais.
O envelhecimento da população brasileira
impactou e trouxe mudanças no perfil demográfico
e epidemiológico em todo País, produzindo
demandas que requerem respostas das políticas
sociais envolvendo o Estado e a sociedade,
implicando novas formas de cuidado, em especial
aos cuidados prolongados e a atenção domiciliar.
Associadas a esse quadro, ocorreram mudanças na
composição das famílias brasileiras, no papel da
mulher no mercado de trabalho, na queda da taxa
de fertilidade e na natalidade, resultando em novos
desafios a serem enfrentados no cuidado à
população idosa, dirigidos principalmente às
políticas de saúde, da assistência social e da
previdência social.
Para orientar as
ações setoriais e
intersetoriais no campo do envelhecimento e saúde
da pessoa idosa foram elaborados e publicados
marcos legais e normativos. Exemplo importante é
a Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994
e regulamentada em 1996, que prevê a garantia dos
direitos sociais à pessoa idosa, definida como a
pessoa que tem 60 anos ou mais de idade. Em
2003, com a publicação do Estatuto do Idoso,
foram reafirmados os direitos das pessoas idosas,
cabendo à Saúde garantir atenção integral a essa
população, por intermédio do Sistema Único de
Saúde.
No campo específico da Saúde, em 1999 foi
publicada a Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa, que reafirmou os princípios da Política
Nacional do Idoso no âmbito do SUS. Para facilitar
a operacionalização foram publicadas portarias que
regulamentam o funcionamento das Redes
Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso,
pautadas principalmente nos Centros de Referência
em Atenção à Saúde do Idoso (Portarias GM/MS nº
702/2002 e SAS/MS nº 249/2002,
respectivamente). Tais propostas eram consonantes
com as necessidades que se apresentavam naquele
contexto. Assim, a composição das redes
específicas para a população idosa estava centrada
em Hospitais Gerais e Centros de Referência em
Assistência à Saúde do Idoso, adequados a oferecer
diversas modalidades assistenciais, como:
internação hospitalar, atendimento ambulatorial
especializado, hospital dia e assistência domiciliar,
focado em algumas localidades, na assistência ao
portador de doença de Alzheimer.
Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
publicou orientações sobre o envelhecimento ativo
como diretriz para a política de saúde baseada em
três pilares básicos: saúde, participação e
segurança. O objetivo do envelhecimento ativo é
aumentar a expectativa de uma vida saudável e a
qualidade de vida para todas as pessoas que estão
envelhecendo, inclusive as que são frágeis,
fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados.
Em 19 de outubro de 2006, foi publicada a Portaria
nº 2.528, recomendando aos órgãos e entidades do
Ministério da Saúde com ações relacionadas ao
tema, que promovessem a elaboração ou
readequação de seus programas, projetos e
atividades em conformidade com as diretrizes e
responsabilidades neles estabelecidos, propondo
inclusive a revisão das Portarias nº 702 e 249, de
2002. Nesse contexto, a Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa, na sua versão atualizada de 2006,
estabelece como meta a atenção à saúde adequada e
digna para os idosos brasileiros, considerando a
condição de funcionalidade, entendendo que a
incapacidade funcional e as limitações físicas,
cognitivas e sensoriais não são consequências
inevitáveis do processo de envelhecimento, embora
reconheça que a prevalência de incapacidade
aumente com a idade e que esse fator sozinho não
prediz incapacidade.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa,
estabelece como suas diretrizes: Promoção do
envelhecimento ativo e saudável; Atenção
integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
Estímulo às ações intersetoriais, visando à
integralidade da atenção; Provimento de
recursos capazes de assegurar a qualidade da
atenção à saúde da pessoa idosa; Estímulo à
participação e ao fortalecimento do controle
social; Formação e educação permanente dos
profissionais de saúde do SUS na área de saúde
da pessoa idosa; Divulgação e informação sobre
a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários
do SUS; Promoção de cooperação nacional e
internacional das experiências na atenção à
saúde da pessoa idosa; Apoio ao
desenvolvimento de estudos e pesquisas.
O Plano de Ação sobre a Saúde dos Idosos e
Envelhecimento Ativo e Saudável, organizado pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS,
2009), estabelece compromissos dos governos com
a saúde da população idosa da América Latina e
Caribe. Os Ministros da Saúde dessa região,
inclusive do Brasil, definiram agenda de saúde para
as Américas 2008-2017 e recomendaram que “a
manutenção da funcionalidade dos idosos deve ser
objeto de programas de saúde, especialmente
dirigidos a esse grupo”, sendo prioritária a
formação dos profissionais que trabalham com
tecnologias próprias para atenção ao
envelhecimento. Além disso, destacou-se que a
combinação de subsídios econômicos, alimentação
e intervenções de saúde possuem resultados
positivos para a adesão dos idosos aos programas
de saúde.
Marcos legais e normativos
Lei 8.842/94 (1994)
A Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994, dispõe
sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho
Nacional do Idoso e dá outras providências em
relação à pessoa idosa.
Decreto 1.948/96 (1996)
Regulamenta a Lei n° 8.842, de 4 de janeiro de
1994, que dispõe sobre a Política Nacional do
Idoso, e dá outras providências.
Portaria Ministerial nº 1.395/99 (1999)
Ela determina que os órgãos do Ministério da
Saúde relacionados ao tema promovam a
elaboração ou a adequação de planos, projetos e
ações em conformidade com as diretrizes e
responsabilidades nela estabelecidas.
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas
atribuições, e considerando a necessidade de o
setor saúde dispor de uma política devidamente
expressa relacionada à saúde do idoso; a
conclusão do processo de elaboração da referida
política, que envolveu consultas a diferentes
segmentos direta e indiretamente envolvidos
com o tema; e a aprovação da proposta da
política mencionada pela Comissão Intergestores
Tripartite e pelo Conselho Nacional de Saúde,
RESOLVE:
- Art. 1º: Aprovar a Política Nacional de
Saúde do Idoso, cuja íntegra consta do
anexo desta Portaria e dela é parte
integrante.
- Art. 2º: Determinar que os órgãos e
entidades do Ministério da Saúde, cujas
ações se relacionem com o tema objeto
da Política ora aprovada, promovam a
elaboração ou a readequação de seus
planos, programas, projetos e atividades
na conformidade das diretrizes e
responsabilidades nela estabelecidas.
- Art. 3º:Esta Portaria entra em vigor na
data de sua publicação.
Portaria GM/MS nº 702/2002 (NOAS 2002)
Organização e implantação de Redes Estaduais de
Assistência à Saúde do Idoso tendo como base a
condição de gestão e a divisão de
responsabilidades, definidas pela Norma
Operacional de Assistência à Saúde .
Como parte de operacionalização das redes, são
criados os critérios para cadastramento dos Centros
de Referência em Atenção à Saúde do Idoso.
Diretrizes da Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa
I. Promoção do envelhecimento ativo e
saudável
II. Atenção integral e integrada à saúde da
pessoa idosa
III. Estímulo às ações intersetoriais, visando à
integralidade da atenção
IV. A implantação de serviços de atenção
domiciliar
V. O acolhimento preferencial em unidades
de saúde respeitando o critério de risco
VI. Provimento de recursos capazes de
assegurar qualidade de atenção à saúde da
pessoa idosa
VII. Fortalecimento da participação social
VIII. Formação e educação permanente dos
profissionais de saúde do SUSna área da
saúde da pessoa idosa
IX. Divulgação e informação sobre a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para
profissionais de saúde, gestores e usuários
do SUS
X. Promoção de cooperação nacional e
internacional das experiências na atenção
à saude da pessoa idosa.
XI. Apoio ao desenvolvimento de estudos e
pesquisas.
Estratégias da Política Nacional de
Saúde da Pessoa Idosa
- Implantação da Caderneta de Saúde da
Pessoa Idosa;
- Educação e distribuição do Caderno de
Atenção Básica nº 19 – Envelhecimento e
Saúde da Pessoa Idosa;
- Realização do Curso de Educação à
Distância em Envelhecimento e Saúde da
Pessoa Idosa;
- Elaboração do Plano Integrado de Ações
de Proteção à Pessoa Idosa SUAS-SUS;
- Edição e distribuição gratuita do Guia
Prático do Cuidador;
- Criação e implantação do Programa
Nacional de Formação de Cuidadores de
Idosos Dependentes na Rede de Escolas
Técnicas do SUS (RET-SUS);
- Prevenção e cuidados à osteoporose e
quedas (Portaria 3.212 de 2007);
- Ampliação do acesso à consulta no
Programa Olhar Brasil;
- Fomento à pesquisa na área de
envelhecimento e saúde da pessoa idosa;
- Implementação do Programa de
Internação Domiciliar (Portaria GM nº
2.529 de 19/10/06);
- Fomento ao acesso e uso racional de
medicamentos.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
instituída pela Portaria nº 2.528 de 19 de outubro
de 2006, busca garantir atenção adequada e
digna para a população idosa brasileira. Em
consonância com os princípios e diretrizes do
Sistema Único de Saúde – SUS direciona
medidas individuais e coletivas em todos os
níveis de atenção à saúde.
Em seu conteúdo a portaria ressalta a atenção
aos dois pilares da saúde da pessoa idosa:
preservação da autonomia e da independência
funcional dessa população.
Estatuto do Idoso
Considerado uma das maiores conquistas sociais da
população idosa em nosso país, ampliando a
resposta do Estado e da sociedade às necessidades
da população idosa.
O Estatuto do Idoso assegura ampla proteção e
atenção aos idosos, reafirmando direitos
constitucionais e infraconstitucionais, como
exercício pleno da cidadania, condições dignas de
vida e atendimento prioritário em serviços públicos
ou privados.
Pactos pela Saúde
 No final da década de 90, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) passou a utilizar o conceito de
“envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos
cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o
envelhecimento. Pode ser compreendido como o
processo de otimização das oportunidades de
saúde, participação e segurança, com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida à medida que as
pessoas ficam mais velhas. Envolve políticas
públicas que promovam modos de viver mais
saudáveis e seguros em todas as etapas da vida,
favorecendo a prática de atividades físicas no
cotidiano e no lazer, a prevenção às situações de
violência familiar e urbana, o acesso à alimentos
saudáveis e à redução do consumo de tabaco, entre
outros. Tais medidas contribuirão para o alcance de
um envelhecimento que signifique também um
ganho substancial em qualidade de vida e saúde.
Sua implementação envolve uma mudança de
paradigma que deixa de ter o enfoque baseado em
necessidades e que, normalmente, coloca as
pessoas idosas como alvos passivos, e passa a ter
uma abordagem que reconhece o direito dos idosos
à igualdade de oportunidades e de tratamento em
todos os aspectos da vida à medida que
envelhecem. Essa abordagem apóia a
responsabilidade dos mais velhos no exercício de
sua participação nos processos políticos e em
outros aspectos da vida em comunidade.
O Ministério da Saúde, em setembro de 2005,
definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que
agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema
Único de Saúde (SUS), o Pacto em Defesa da Vida
e o Pacto de Gestão.
O Pacto em Defesa da Vida constitui um
conjunto de compromissos que deverão tornar-se
prioridades inequívocas dos três entes
federativos, com definição das responsabilidades
de cada um. Foram pactuadas seis prioridades,
sendo que três delas têm especial relevância com
relação ao planejamento de saúde para a pessoa
idosa. São elas: a saúde do idoso, a promoção da
saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas
institucionais do SUS pactuado entre as três esferas
de gestão (União, Estados e Municípios) com o
objetivo de promover inovações nos processos e
instrumentos de gestão, visando alcançar maior
eficiência e qualidade das respostas do Sistema
Único de Saúde. Ao mesmo tempo, o Pacto pela
Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor
em função das necessidades de saúde da população
e na busca da equidade social.
Pacto pela vida
Portaria 399/2006
6 prioridades no Pacto pela vida
- Saúde do Idoso;
- Controle do câncer do colo do útero e da
mama;
- Redução da mortalidade infantil e
materna;
- Fortalecimento da capacidade de resposta
às doenças emergentes e endemias, com
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,
malária e influenza;
- Promoção da Saúde;
- Fortalecimento da Atenção Básica.
Portaria 325/ 2008
Art. 1º Estabelecer as seguintes prioridades do
Pacto pela Vida para o ano de 2008:
I. Saúde do Idoso;
II. Controle do câncer do colo do útero e da
mama;
III. Redução da mortalidade infantil e
materna;
IV. Fortalecimento da capacidade de resposta
às doenças emergentes e endemias, com
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,
malária e influenza;
V. Promoção da Saúde;
VI. Fortalecimento da Atenção Básica;
VII. Saúde do trabalhador;
VIII. Saúde mental;
IX. Fortalecimento da capacidade de resposta
do sistema de saúde às pessoas com
deficiência;
X. Aatenção integral às pessoas em situação
ou risco de violência;
XI. Saúde do homem.
Diretrizes
a. Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
b. Atenção integral e integrada à saúde da pessoa
idosa;
c. Estímulo às ações inter setoriais, visando a
integralidade da atenção;
d. A implantação de serviços de atenção domiciliar;
e. O acolhimento preferencial em unidades de
saúde, respeitado o critério de risco;
f. Provimento de recursos capazes de assegurar
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa;
g. Fortalecimento da participação social;
h. Formação e educação permanente dos
profissionais de saúde do SUS na área de saúde da
pessoa idosa;
i. Divulgação e informação sobre a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para
profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
j. Promoção da cooperação nacional e internacional
das experiências na atenção à saúde da pessoa
idosa;
k. Apoio ao desenvolvimento de estudos e
pesquisas.
Ações estratégicas
a. Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
- Instrumento de cidadania com
informações relevantes sobre a saúde da
pessoa idosa, possibilitando um melhor
acompanhamento por parte dos
profissionais de saúde.
b. Manual de Atenção Básica à Saúde da Pessoa
Idosa
- Para indução de ações de saúde, tendo por
referência as diretrizes contidas na Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
c. Programa de Educação Permanente à
Distância
- Implementar programa de educação
permanente na área do envelhecimento e
saúde do idoso, voltado para profissionais
que trabalham na rede de atenção básica à
saúde, contemplando os conteúdos
específicos das repercussões do processo
de envelhecimento populacional para a
saúde individual e para a gestão dos
serviços de saúde.
d. Acolhimento
- Reorganizar o processo de acolhimento à
pessoa idosa nas unidades de saúde, como
uma das estratégias de enfrentamento das
dificuldades atuais de acesso.
e. Assistência Farmacêutica
- Desenvolver ações que visem qualificar a
dispensação e o acesso da população
idosa.
f. Atenção Diferenciada na Internação
- Instituir avaliação geriátrica global
realizada por equipe multidisciplinar, a
toda pessoa idosa internada em hospital
que tenha aderido ao Programa de
Atenção Domiciliar.
g. Atenção domiciliar
- Instituir esta modalidade de prestação de
serviços ao idoso, valorizando o efeito
favorável do ambiente familiar no
processo de recuperação de pacientes e os
benefícios adicionaispara o cidadão e o
sistema de saúde
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, também
é um instrumento valioso que auxiliará na
identificação das pessoas idosas frágeis ou em
risco de fragilização. Para os profissionais de
saúde, possibilita o planejamento, organização
das ações e um melhor acompanhamento do
estado de saúde dessa população. Para as
pessoas idosas é um instrumento de cidadania,
onde terá em mãos informações relevantes para
o melhor acompanhamento de sua saúde.
Política Nacional de Promoção de saúde
Em relação à promoção da saúde da população
idosa as implementações de ações locais deverão
ser norteadas pelas estratégias de implementação,
contempladas na Política Nacional de Promoção da
Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006,
tendo como prioridades as seguintes ações
específicas:
a) Divulgação e implementação da Política
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); b)
Alimentação saudável;
c) Prática corporal/atividade física;
d) Prevenção e controle do tabagismo;
e) Redução da morbi-mortalidade em decorrência
do uso abusivo de álcool e outras drogas;
f) Redução da morbi-mortalidade por acidentes de
trânsito;
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de
paz;
h) Promoção do desenvolvimento sustentável.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
(PNSPI), Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro
de 2006, define que a atenção à saúde dessa
população terá como porta de entrada a Atenção
Básica/Saúde da Família, tendo como referência a
rede de serviços especializada de média e alta
complexidade.
A Política Nacional de Atenção Básica,
regulamentada pela Portaria GM nº 648 de 28 de
março de 2006, caracteriza-se por desenvolver
um conjunto de ações de saúde, no âmbito
individual e coletivo, que abrangem a promoção
e a proteção à saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. É desenvolvida por meio
do exercício de práticas gerenciais e sanitárias
democráticas e participativas, sob a forma de
trabalho em equipe, dirigidas à populações de
territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a
dinamicidade existente no território em que
vivem essas populações. Utiliza tecnologias de
elevada complexidade (conhecimento) e baixa
densidade (equipamentos), que devem resolver
os problemas de saúde de maior freqüência e
relevância em seu território. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de
saúde.
A Atenção à Saúde da pessoa idosa na Atenção
Básica/Saúde da Família deve consistir em um
processo diagnóstico multidimensional. Esse
diagnóstico é influenciado por diversos fatores, tais
como o ambiente onde o idoso vive, a relação
profissional de saúde/pessoa idosa e profissional de
saúde/ familiares, a história clínica (aspectos
biológicos, psíquicos, funcionais e sociais) e o
exame físico.
Na Atenção Básica espera-se oferecer à pessoa
idosa e à sua rede de suporte social, incluindo
familiares e cuidadores (quando existente), uma
atenção humanizada com orientação,
acompanhamento e apoio domiciliar, com respeito
às culturas locais, às diversidades do envelhecer e à
diminuição das barreiras arquitetônicas de forma a
facilitar o acesso conforme proposto no Manual de
Estrutura Física, do Ministério da Saúde, 2006. A
adoção de intervenções que criem ambientes de
apoio e promovam opções saudáveis são
importantes em todos os estágios da vida e
influenciarão o envelhecimento ativo.
Cabe ressaltar que, com base no princípio de
territorialização, a Atenção Básica/ Saúde da
Família deve ser responsável pela atenção à
saúde de todas as pessoas idosas que estão na
sua área de abrangência, inclusive, aquelas que
encontram-se em instituições, públicas ou
privadas.
Diante do envelhecimento populacional, muitas
ações estão sendo planejadas para atender às
demandas emergentes. Nesse contexto, a
Organização Mundial de Saúde propôs, em
2002, um projeto denominado “Towards
Age-friendly Primary Health Care”, cuja
proposta é adaptar os serviços de atenção básica
para atender adequadamente às pessoas idosas,
tendo como objetivo principal a sensibilização e
a educação no cuidado primário em saúde, de
acordo com as necessidades específicas dessa
população.
São três as áreas de atuação previstas nesse
projeto:
1. Informação, Educação, Comunicação e
Treinamento: Por meio de treinamento busca-se
melhorar a formação e as atitudes dos
profissionais de saúde de modo que possam
avaliar e tratar as condições que afligem pessoas
idosas fornecendo ferramentas e fortalecendo-as
na direção de um envelhecimento saudável;
2. Sistema de Gestão da Assistência de Saúde:
Organização da gestão do serviço da Atenção
Básica, de acordo com as necessidades das
pessoas idosas;
3. Adequação do ambiente físico: tornando-o
mais acessível para as pessoas que possuam
alguma limitação funcional.
Letícia Terruel

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