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Trabalho_O Papel do Fundo Monetário Internacional na UE

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Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Economia e Relações Internacionais
Curso de Relações Internacionais
Instituições Econômicas e Políticas Internacionais
Profa Dra Bárbara Motta
O Papel do Fundo Monetário Internacional na União Europeia: O Caso da Grécia
ALVES, Fernando (11521RIT032)
CARVALHO, Beatriz (11711RIT006)
CRUVINEL, Victória (11711RIT036)
GOULART, Jessica (11711RIT003)
SANTOS, Anna Clara (11711RIT007)
VANCIM, Lucca (11711RIT045)
Uberlândia
Dezembro, 2019
1. Introdução
Este trabalho tem como finalidade analisar e expor a situação grega no que tange suas crises econômicas e como a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional atuaram e tiveram suas participações mediante a tais acontecimentos, além de explicar como o FMI atuou na UE ao longo da cronologia histórica, expondo suas funções, como assistência técnica, assessorias e afins, destacando datas em que devido a acontecimentos históricos, sua participação e destaque na organização se elevaram e como mais tarde levou a criação do primeiro Programa de Avaliação do Setor Financeiro (FSAP) e do Mecanismo Único de Supervisão (MUS).
É destacado também, como a Grécia foi afetada devido a crise da Bolha Imobiliária que teve sua gênese nos Estados Unidos e mais tarde afetando a União Europeia, levando ao esclarecimento do déficit orçamentário no qual os países europeus se encontravam e quais medidas foram tomadas para que a situação se revertesse. Dessa forma, o FMI passou a ter ação sobre tal criando um pacote anticrise, que não foi totalmente eficaz. Com tantos empréstimos e medidas para sair de tal crise, a Grécia teve sua entrada no bloco econômico da União Europeia e busca mais tarde se redimir de seu déficit.
Com empréstimos vindo tanto do FMI e da UE, houve a implantação de reformas fiscais e temiam sua estagnação e deflação de sua economia, visto que ainda se encontravam devidamente endividados. Comenta sobre o panorama atual da Grécia mostrando que até os dias de hoje sua economia não é algo sólida e estável e mostra como as ajudas que ela recebeu não foram eficazes e pontuais. 
2. O papel do Fundo Monetário Internacional na União Europeia ao longo da história
	As principais atividades do FMI na Europa são prover assistência técnica e assessorar em políticas e financiamentos. O FMI efetua seu papel na região de forma independente, nos países da União Europeia (UE), em cooperação com instituições, como a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE). O serviço de assistência técnica é prestado a por missões de curta duração de especialistas da sede do FMI, ou por peritos e/ou consultores residentes destacados por períodos que variam de algumas semanas a alguns anos. A assistência pode também abranger estudos técnicos e de diagnóstico, curso de formação, seminários, workshops e assessoria e apoio online. (IMF, 2016)
A análise econômica e assessoria em políticas de cada economia avançada e emergente da Europa é feita a partir das consultas regulares com cada país membro e, se necessário, instituições europeias como o BCE e a CE, e resulta em relatórios de supervisão bilateral para estas consultas, que incluem avaliações das perspectivas econômicas e da estabilidade econômica e financeira. Em relação aos países da Europa central, oriental e do sudeste, o FMI publica um relatório semestral intitulado CESEE Regional Economic Issues, que debate temas analíticos de interesse comum para a região, como os desafios para o crescimento potencial pós-crise, a compatibilidade entre consolidação fiscal e crescimento, o ciclo de crédito, e os padrões de financiamento externo da região. (IMF, 2016)
No século XXI, o FMI passou a ter atuação mais intensa na Europa desde o início da crise financeira global em 2008, com ainda mais destaque a partir de meados de 2010, em função da crise na área do euro. Segundo estudos feitos pelo FMI, os países da zona do euro precisam aprofundar sua integração fiscal e financeira para resolver a crise econômica e resgatar a confiança dos investidores globais. (Terra, 2012) Para garantir a eficácia do funcionamento e integração da área do Euro, foi criado o primeiro Programa de Avaliação do Setor Financeiro (FSAP) sobre o conjunto da UE, concluído em março de 2013, que defendeu a criação de um Mecanismo Único de Supervisão (MUS). (IMF, 2016)
 Além disso, desde o princípio da crise financeira mundial, diversos países europeus emergentes e avançados solicitaram apoio financeiro do FMI para ajudar a superar seus desequilíbrios fiscais e externos. A primeira onda de programas apoiados pelo FMI destinou-se sobretudo a países europeus emergentes. O FMI também concedeu empréstimos à Islândia após o colapso do sistema bancário do país no fim de 2008, e a partir de 2010, foram concedidos empréstimos a países da área do euro, como, Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre. (IMF, 2016)
3. A atuação do Fundo Monetário Internacional na União Europeia durante a crise
	A Grécia é um dos países-membros da União Europeia desde 1981 e que compõe a Zona do Euro. Segundo informações do próprio bloco, seu orçamento recebe contribuições de 1,2 bilhões de euros anualmente, ao passo que lhe fornece 6,2 bilhões de euros, sendo estes fundamentais para a manutenção das despesas gregas. A crise da Bolha Imobiliária iniciada nos Estados Unidos desembocou em uma crise na União em 2011 (sem um início propriamente definido), já que muitos de seus membros eram grandes parceiros econômicos americanos. Entre os países principalmente afetados estava a Grécia, que não conseguiu se coordenar bem para vencer a situação em que se encontrava. (SALES; BOSSO, 2017).
	A partir dali ficou claro que os países europeus gastavam mais do que arrecadavam, além de não possuírem fundos para acertarem suas dívidas (na Grécia, o valor girava em torno de 300 bilhões de euros). O desemprego e a fuga de investimentos assolaram o continente, sem nem citar as inúmeras revoltas populares que ocorreram. (SALES; BOSSO, 2017).
	A Grécia tomou medidas de redução de gastos e aumento da taxa de juros, decisões que podem ser bastante impopulares, já que acabam por frear o consumo e prejudicar a população. A situação estava tão agravada, que os gregos cogitaram deixar a Zona do Euro, uma vez que vinha enfraquecendo a moeda, além da própria União Europeia. Isso fez com que investidores passassem a temer possíveis prejuízos com a divisão, o que levou ao abandono da ideia e a uma nova busca de como ajudar a Grécia. (SALES; BOSSO, 2017).
	Foi então que um pacote anticrise foi criado ao final de 2011, com ações diretas do FMI, da União Europeia e do Banco Mundial e um empréstimo de 110 bilhões de euros. Porém, o valor não foi suficiente para suprir toda a dívida da Grécia e acabou sendo aumentado para 240 bilhões de euros, tudo isso sob condições de cortar gastos e aumentar impostos. (SALES; BOSSO, 2017). Apesar do bom início, a relação entre as partes se deteriorou muito rápido e o país não pagou de volta todo o valor investido - deu um calote, o primeiro entre países desenvolvidos. Em 2015, a dívida com o FMI, somente o quinto maior credor grego, chegava a quase 22 bilhões de euros - com a Alemanha o valor chegava a quase 70 bilhões. (BBC, 2015).
	Dada a situação caótica, a Grécia não se foi capaz de se reerguer até hoje, e tudo ainda piorou quando o FMI decretou que o país não poderia mais contrair empréstimos até que pagasse a totalidade devida. Os gastos realizados estão no limite, mostrando que o país vem gastando apenas o necessário para sobreviver e nada mais. A dívida com o FMI foi renegociada, e este ainda pressionou outros países a fazerem o mesmo para que a Grécia consiga se manter melhor. (SALES; BOSSO, 2017). Ainda assim, não foi possível resolver a situação e, em Maio de 2019, mais uma parte da dívida foi paga ao FMI (200 milhões de euros), mas ainda resta há o que devolver e novas negociações em curso, cujas chances diminuem a cada dia. (CNF, 2019).
3.1. O caso da Grécia
	O ambiente político e econômico que antecedeu a Crise Grega envolveua atuação concomitante dos interesses privados e dos representantes do interesse público, formalmente eleitos, junto de uma burocracia governamental politizada. A convergência dessas forças resultou no “furto” de fundos públicos, na deterioração da qualidade dos benefícios sociais públicos ofertados pelo governo e na evasão fiscal desenfreada. No período que antecede a crise os valores apresentados e registrados do déficit da Grécia foram menores do que os verdadeiros, gerando um endividamento público e privado.  Do ponto de vista macroeconômico, o fracasso de sucessivos governos gregos em reverter o declínio da taxa de poupança nacional, e não somente o déficit orçamental do governo, foi um dos principais responsáveis pela instauração da crise. Esses sucessivos governos em Atenas não obtiveram êxito ao tentar superar os problemas endêmicos da baixa competitividade, do desequilíbrio comercial e de investimento e da má gestão fiscal, colocando a economia grega numa posição internacional vulnerável (PAPADIMITRIOU, 2015).
Em 2001 a Grécia adere ao bloco econômico da União Europeia (UE), e apesar de aceita, sempre esteve aquém de exercer atividades e funções de mesma importância quando equiparadas a seus parceiros econômicos do bloco. A adesão da Grécia ocorreu muito por conta de sua posição geográfica estratégica e suas relações políticas. Ambos aspectos chamaram a atenção dos membros àquela época, pois com a entrada da Grécia a economia do bloco poderia ser aquecida já que diminuiria-se os custos de transação.  A estrutura Macroeconômica e os indicadores de contas públicas não condizem com os mínimos estabelecidos pelo Tratado de Maastricht, traduzindo em uma eventual dificuldade da Grécia em manter-se bem desempenhada nesta comunidade da UE (PAPADIMITRIOU, 2015). 
O déficit e a dívida pública se mantiveram em um patamar tímido no início do alargamento da zona do euro, onde ocorreu a sua adesão, trazendo melhoria aos padrões de vida dos gregos, relações econômicas mais favoráveis, acesso facilitado à bens importados de alta qualidade vindos da Europa, turismo se torna protagonista na geração de renda e concessão de crédito com taxas de juros menores. A primeiro momento esta paridade da antiga Dracma com o Euro se dá via moeda comum resultante da adesão a Zona do Euro e de maneira galopante o nível de preços internos sobe ao mesmo patamar que os outros países presentes no mesmo bloco, tal movimento que trás apreciação cambial real. Por consequência, há um aumento salarial significante e custos de transação e de produção ficam mais abastados, o que diminui a condição de competitividade da Grécia trazendo mazelas a sua Balança Comercial com deterioração das contas correntes (PAPADIMITRIOU, 2015).
Em dezembro de 2008, o governo grego anuncia uma série de reformas fiscais e estruturais com o intuito de fortalecer a demanda doméstica, as quais foram aprovadas pelo Conselho Europeu - por meio do Programa de Recuperação Econômica da Europa (EERP). Feito isso, deram ênfase à reforma estrutural para que houvesse uma melhora das perspectivas de longo prazo da economia grega. As medidas implementadas estabilizaram a economia. com uma grande importância da manutenção das transações bancárias, a prevenção do escoamento de depósitos da Grécia, assim como a preservação da confiança dos consumidores internos. Entretanto, a implementação dessas reformas estruturais foram interrompidas (VISVIZI, 2012).
A pós-crise financeira de 2008 trouxe impactos de grande relevância para a economia grega, onde sua atividade e produção econômica viu-se estagnada e posteriormente em recessão. No ano seguinte, a Grécia já apresentava taxas de crescimento negativa e taxas de juros altíssimas para colocar em prática uma política monetária contracionista (já que a condição emissão de moeda não é de decisão do governo grego, mas sim do Deutsche Bundesbank, banco central da Zona do Euro), em congruência com altos gastos governamentais para manter a economia interna aquecida e assim manter o padrão de vida grego (PAPADIMITRIOU, 2015).
Segue abaixo um gráfico comparando os gastos e o orçamento do governo grego até 2010:
								(PAPADIMITRIOU, 2015)
A Grécia gastou bem mais do que podia na década passada, pedindo empréstimos pesados e deixando a economia cada vez mais exposta aos riscos da crescente dívida. Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos, deixando o quando o mundo foi afetado pela crise de crédito que veio à tona em setembro de 2008. Este efeito crescente da dívida pública foi de maneira generalizada por todo o globo (não excludente a União Europeia) no momento pós-crise financeira de 2008 que por sua vez tornou o cenário da economia grega incapaz de prosseguir com sustentabilidade o bem-estar da população. Além disso, desde do ingresso da Grécia à Zona do Euro, o governo tem gasto altas quantias para conseguir arcar com o padrão de vida da sociedade grega (PAPADIMITRIOU, 2015).
Desta forma, somada também a questões já citadas, o país anuncia crise e recorre por auxílio à União Europeia e também ao Fundo Monetária Internacional. Esta situação de crise trouxe questionamentos para os integrantes do bloco ao ponto de considerar a possibilidade de exclusão da Grécia na UE (PAPADIMITRIOU, 2015).
3.1.1. Vantagens e Desvantagens
	O empréstimo de emergência negociado entre o FMI e a Comissão Europeia para a Grécia, em maio de 2010, estava condicionado à implementação de reformas fiscais ao longo dos quatro anos seguintes. Estas referiam-se não somente ao sistema de impostos e aos gastos públicos, mas também aos setores de pensões, de saúde, de seguridade social e ao sistema econômico, constituindo uma forte contração na economia grega. Além disso, a Grécia concordou com a presença de assistência técnica em vários âmbitos. Dada a implementação de todas as condicionalidades, o país poderia se manter na Zona do Euro. (JANSSEN, 2010; MORSS, 2016) 
Ademais, a Grécia tinha que reconquistar sua credibilidade no mercado financeiro, de modo a pagar o empréstimo em questão. Contudo, os agentes financeiros observam a capacidade de geração de receita como competência para o pagamento da dívida. Logo, temiam pelo risco de estagnação e deflação da economia grega. Diante isso, Janssen acreditava que tanto o FMI quanto a Comissão Europeia tinham noção de que o pacote de emergência não seria suficiente para recuperar a confiança no mercado financeiro. Para ele, o objetivo do pacote foi transferir a dívida do setor privado para o setor público, uma vez que o empréstimo fora usado para pagar as dívidas dos bancos e fundos de investimentos. Em outras palavras, a ideia era proteger o sistema financeiro europeu da possibilidade de inadimplência por parte da Grécia. Por outro lado, os trabalhadores e cidadãos gregos estavam sujeitos aos prejuízos dos cortes em orçamento e da recessão. (JANSSEN, 2010) 
Embora, os efeitos do desaquecimento da economia grega fossem perceptíveis aos especialistas no momento da negociação, eles afirmavam que em dois anos a economia se recuperaria. Essa projeção parecia ilógica a Ronald Janssen, uma vez que a taxa de crescimento não acompanharia o grande aperto fiscal exigido, e dessa forma, o FMI contaria com a possibilidade de melhoria das finanças públicas a partir do ajuste estrutural. No entanto, as expectativas e as probabilidades calculadas pelo FMI, sobretudo em relação ao desemprego, foram errôneas, pois esta taxa escalou acima dos 20%. (JANSSEN, 2010; MORSS, 2016)
Apesar do progresso atingido ao longo do tempo, desde a negociação com o FMI, sobre a situação fiscal, o problema da dívida e da competitividade da economia grega representavam grandes preocupações ao governo e ao próprio Fundo. Além disso, as reformas estruturais necessitavam ser mais eficazes no estímulo ao crescimento e na geração de empregos. Para tanto, requeria certa flexibilidade na alocação de recursos que melhorassem a produtividade, o sistema de impostos e a administração pública. (IFM, 2012;IFM, 2013)
O panorama atual ainda requer atenção nas mesmas áreas (produtividade e competitividade), o que coloca em questão a efetividade do pacote e da assistência negociada entre o FMI e a Comissão Europeia para a Grécia. Ainda é evidente que a economia grega precisa se fortalecer e se estabilizar em face de possíveis choques futuros. Diante disso, percebe-se que as condicionalidades impostas em nome do empréstimo (de quase uma década atrás), apesar de rígidas, falharam em fornecer as bases para a estabilização da economia grega no longo prazo. Portanto, o pacote de emergência esteve situado em torno de uma única problemática, em vez da recuperação econômica da Grécia. (IMF, 2019a)
4. Considerações finais
Apesar da recuperação atingida, até os dias de hoje, a situação na Grécia permanece instável. As expectativas de crescimento da renda nacional até o atingimento daquela no período pré-crise não foi atingida, sendo recalculada para 2034. A contração fiscal que induziu a redução do consumo, conduziu a economia a um estágio de recessão tanto necessário à estabilização das contas quanto impeditivo, até então, do aumento das receitas. Esse ponto, que deixava o crescimento à mercê do fluxo de investimentos, trouxe à tona a falta do apoio dos demais países europeus para com a Grécia, que se viu prejudicada tanto pela abstenção quanto pela instabilidade na zona do euro. (IMF, 2019)
Sendo tida como mais próxima de uma crise política do que de uma crise puramente econômica, o FMI aponta que um dos fatores a ser visto com maior cautela para que o país consiga encerrar as políticas de austeridade e se ver fora da crise é a atuação política interna, que deve se dar de forma a contingenciar as despesas fiscais e buscar maior arrecadação, fora, claro, promover maior fiscalização quanto às sucessivas denúncias de corrupção. Segundo eles, a responsabilidade concernente a essa ação recai tanto sobre os países vizinhos e parceiros econômicos quanto sobre o próprio Fundo, que deve realizar mais demandas nesse sentido. (IMF, 2019)
Como conclusão, o Fundo Monetário Internacional assume a dificuldade em aplicar suas condições padrão para a Grécia, uma vez que o necessário para o seu desenvolvimento deve se atingido em consonância com os demais países europeus e através de compromissos firmados politicamente. A folga adquirida recentemente com a arrecadação permite que uma aprimoração no mercado financeiro seja operada, no sentido de angariar um maior volume de financiamentos. É dessa forma que a recuperação, apesar de lenta, deve ocorrer. Para além disso, resta à Grécia progredir com a reforma política que se faz necessária para a sua estabilização, que deve gerar efeitos tanto interna quanto externamente. (IMF, 2019)
5. Referências Bibliográficas
BBC. Grécia não paga dívida ao FMI; e agora? 2015. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150630_crise_grecia_atualiza_rb>. Acesso em: 13 dez. 2019.
CNF. Grécia paga dívida ao FMI, mas as chances de acordo diminuem. 2019. Disponível em: <https://cnf.org.br/grecia-paga-divida-ao-fmi-mas-as-chances-de-acordo-diminuem/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
IMF. The IMF and the Greek Crisis: Myths and Realities. 2019. Disponível em: <https://www.imf.org/en/News/Articles/2019/10/01/sp093019-The-IMF-and-the-Greek-Crisis-Myths-and-Realities>. Acesso em: 19 dez. 2019.
IMF. Greece: Economy Improves, Key Reforms Still Needed. 2019a. Disponível em: <https://www.imf.org/en/News/Articles/2019/03/11/na031119-greece-economy-improves-key-reforms-still-needed>. Acesso em: 18 dez. 2019.
IMF. IMF Executive Board Concludes 2019 Article IV Consultation with Greece. 2019b. Disponível em: <https://www.imf.org/en/News/Articles/2019/11/14/pr19418-greece-imf-executive-board-concludes-2019-article-iv-consultation>. Acesso em: 18 dez. 2019.
IMF. IMF Survey: Eurozone: Carrying Out Agreed Policies Can Help Restore Confidence. 2012. Disponível em: <https://www.imf.org/en/News/Articles/2015/09/28/04/53/socar101412a>. Acesso em: 18 dez 2019.
IMF. IMF Survey : Greece Makes Progress, But More Effort Needed to Restore Growth. 2013. Disponível em: <https://www.imf.org/en/News/Articles/2015/09/28/04/53/socar060513a>. Acesso em: 18 dez. 2019.
IMF. O FMI e a Europa. International Monetary Fund Factsheet. 2016. Disponível em: <https://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/exr/facts/europep.pdf>. 
Acesso em: 17 dez. 2019.
Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER). A Crise da Dívida da Grécia e o Contexto Político-Macroeconômico. Disponível em: <http://dspace.insper.edu.br/xmlui/bitstream/handle/11224/1292/Alexandros%20Petridis%20Papadimitriou_Trabalho.pdf?sequence=1 > Acesso em: dezembro de 2019.
JANSSEN, Ronald. Greece and the IMF: Who Exactly is Being Saved? Center for Economic and Policy Research, Washington DC. 2010.
MORSS, Elliott R. Reviewing the IMF’s Role in the Greek Crisis: What Its Independent Evaluation Office Missed. 2016. Disponível em: <https://www.morssglobalfinance.com/reviewing-the-imfs-role-in-the-greek-crisis-what-its-independent-evaluation-office-missed/>. Acesso em: 18 dez. 2019.
SALES, Eduardo; BOSSO, João Paulo. A Crise Econômica na Grécia e o Envolvimento do FMI. 2017. Disponível em: <https://www.politize.com.br/crise-economica-grecia-envolvimento-fmi/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
Terra. FMI: confiança financeira global é frágil; crise no euro é ameaça. 2012. Disponível em: <http://economia.terra.com.br/fmi-confianca-financeira-global-e-fragil-crise-no-euro-e-ameaca,75985a5e56b41410VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> Acesso em: 19 dez. 2019.
VISVIZI, Anna. The crisis in Greece and the EU-IMF rescue package: Determinants and pitfalls. 2012. Acesso em: dezembro de 2019.

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