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Resenha_Documentário_Caminhos da diplomacia

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Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Economia e Relações Internacionais
Curso de Graduação em Relações Internacionais
Disciplina de Política Externa Brasileira I
Profa Sandra Cardozo
Resenha do documentário: “Aide-Mémoire: Caminhos da diplomacia brasileira”
CARVALHO, Beatriz (11711RIT006)
Este documentário tem o caráter de seu título: do francês, “aide-mémoire” significa aquilo que auxilia a lembrar. Ou seja, percebe-se, desde o princípio, que o objetivo foi de oferecer um recurso para a memória acerca dos principais pontos da política externa brasileira, até então. Dessa forma, o roteiro vale-se de acontecimentos pontuais e personagens principais da história da diplomacia no Brasil, os quais podem ser rasos àqueles que não têm conhecimento profundo. Além disso, o documentário conta com os relatos e os arquivos de diversas figuras protagonistas da história da política externa brasileira.
Inicia-se abordando a criação da diplomacia no território que compreendia o Brasil, nas bases do pensamento de Alexandre de Gusmão. Logo, passa-se rapidamente pela política externa do período imperial, destacando a figura de Barão de Rio Branco no princípio da República. Este teve uma representação indiscutível em matéria diplomática, uma vez que sua gestão deixou heranças de paz (em termos territoriais) até os dias atuais. Além disso, o documentário faz referência à transição das relações exteriores com a Europa para os Estados Unidos, sob a égide da Doutrina Monroe. 
Logo, passa-se rapidamente pelo período entre a Revolução de 1930, com o primeiro governo Vargas e, em seguida, com a participação do Brasil em organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas, no pós-Segunda Guerra Mundial. No entanto, uma conexão pode ser feita em relação ao tema tratado no parágrafo anterior: o princípio do alinhamento com os Estados Unidos e a política externa de alinhamento automático no governo Dutra. Pode-se dizer que este período foi aspecto marcante da história da diplomacia brasileira, pois serve de grau de comparação para os governos seguintes.
A relação estabelecida entre Dutra e os Estados Unidos se arrefece com a eleição de Getúlio Vargas. Como afirma, o documentário, a relação foi desgastada, haja vista o objetivo de política externa do segundo governo Vargas. Este, em busca do desenvolvimento, se destacou não só pelo seu fim trágico, mas também pela criação da Comissão Econômica para América Latina (CEPAL), órgão ligado à ONU, com o intuito de promover estudos em prol do desenvolvimento.
Em seguida, o documentário se refere aos projetos concretos do governo de JK, financiados pelo capital estrangeiro. Nesse período, havia uma aversão à presença e a política do presidente norte-americano Nixon na América Latina. Diante disso, JK participa da criação da Operação Pan-Americana, a qual reforça o movimento hemisférico, em prol do desenvolvimento econômico.
A passagem dos anos 50 para os anos 60 é marcado pela descolonização na África e na Ásia, com o surgimento de novos Estados; pelo movimento dos não-alinhados em relação ao contexto de bipolaridade; e pelo fortalecimento da China. No entanto, o principal acontecimento da época foi o sucesso da Revolução Cubana, a qual instaurou o primeiro governo comunista no continente. 
O período do governo de Jânio Quadros e, em seguida, de João Goulart, se insere no contexto de fortalecimento do movimento terceiro-mundista, em defesa dos princípios de não-intervenção e autodeterminação, como condições indispensáveis. Nessa época, o chanceler San Tiago Dantas buscou reformar a política pública nacional, pois esta servia de espelho da política externa. O caráter independente desta era coerente com o projeto de Jango, o qual, no entanto, serviu para antagonizar as relações com os Estados Unidos e com setores da população brasileira. Nesse sentido, o documentário apresenta a “Aliança para o Progresso” como um instrumento usado pelos estadunidenses em apoio às reformas no Brasil, de modo que se mantivesse como zona de influência do capitalismo. Por outro lado, do assassinato de JFK e da assunção de Lyndon Johnson, a abordagem norte-americana se transforma e escala para a articulação do golpe militar em 1964.
A relações internacionais do Brasil durante os governos militares não podem ser representadas sob uma política externa, uma vez que não havia uniformidade entre os projetos de cada general no cargo de presidente ao longo dos 21 anos. As estratégias oscilavam entre o alinhamento com os Estados Unidos, a multilateralidade, o soberanismo, o que dificultava as negociações frente às mudanças no cenário internacional.
Além dos relatos apresentados sobre determinados períodos da história brasileira, o documentário também apresenta depoimentos acerca do política internacional e das transformações na segunda metade do século XX, haja vista a financeirização, a globalização, a informatização, a polarização, entre outros processos e tendências. Estes são vistos como aspectos que transcendem o campo político, tratando da noção de identidade nacional. Diante disso, o documentário se encerra com um panorama da estrutura diplomática brasileira (o Itamaraty).
Referências
AIDE-MÉMOIRE: Caminhos da Diplomacia Brasileira. Direção de Jom Tob Azulay. Roteiro: Jom Tob Azulay, Edgard Telles Ribeiro. Brasil, 1997. (51 min.), son., color.

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