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Estágio Curricular - PAMELA PEREIRA DA SILVA - 16 10

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1 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO 
MODALIDADE PRESENCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
2 
 
Pamela Pereira da Silva – D77HIE-4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: 
TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS NO TERCEIRO 
SETOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estágio Curricular Supervisionado, 
apresentado como exigência do curso de 
Ciências Contábeis da UNIP - 
Universidade Paulista, sob orientação da 
professora Cristiane Nagai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2021 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................. 5 
1.1. Razão Social ....................................................................................... 5 
1.2. Origem ................................................................................................ 5 
1.3. Evolução ............................................................................................. 5 
1.4. Endereço ............................................................................................. 5 
1.5. Ramo de Atividade .............................................................................. 6 
1.6. Filiais ................................................................................................... 6 
1.7. Missão e objetivo da empresa ............................................................. 6 
1.8. Principais Concorrentes ...................................................................... 6 
1.9. Principais produtos .............................................................................. 6 
1.10. Organograma geral da organização .................................................... 7 
2. APRESENTAÇÃO DA ÁREA ONDE SERÃO REALIZADAS AS 
ATIVIDADES (ÁREA ESTAGIADA) ........................................................................... 8 
2.1 Nome do Departamento / Setor .............................................................. 8 
2.2 Organograma ......................................................................................... 8 
2.2.1 Organograma específico do departamento/setor ................................. 8 
2.3 Descrição sucinta das funções contidas no organograma do 
departamento/setor .................................................................................................... 8 
3. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ATIVIDADES REALIZADAS NA 
FUNÇÃO EXERCIDA ................................................................................................ 9 
4. CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA ...................................... 9 
4.1 Identificação de problemas na área estagiária ........................................ 9 
4.2 Fundamentação Teórica ......................................................................... 9 
4.2.1 Terceiro Setor...................................................................................... 9 
4.2.2 Contabilidade no Terceiro Setor e sua Importância ........................... 10 
4.2.3 Tributação ......................................................................................... 12 
4.2.4 Prestação de Contas ......................................................................... 14 
4 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 18 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ..................................................... 19 
7. ANEXO ................................................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 
1.1.Razão Social 
Núcleo de Apoio ao Pequeno Cidadão. 
 
1.2.Origem 
 Em 2001 durante a graduação no curso de Psicologia e em período de 
entrega de estágio, a fundadora Valquíria Moraes viu se realizar um dos seus 
antigos desejos: colaborar para que crianças pudessem ter seu potencial 
desenvolvidos. Através de atividades elaboradas dentro de uma escola diversas 
crianças tiveram seus sentimentos, talentos, descobrimento e um novo olhar sobre si 
despertados. 
 Mesmo após a conclusão do estágio, percebeu se que o envolvimento com as 
crianças estava apenas começando. 
 
1.3.Evolução 
 Em 2002 com a ajuda de grupo de pessoas, na garagem do seu consultório 
de psicologia, um trabalho de muito afeto, sorrisos, abraços e oportunidades de 
transformação da vida de crianças e suas famílias foi se desenvolvendo e claro, 
sempre acompanhados de um delicioso prato de sopa ao final de cada atividade. 
 Após sua fundação o local ficou pequeno para a realização de oficinas e em 
2003 com ajuda de doações de móveis, materiais a ONG ganhou um novo 
endereço: Rua 13 de Maio, 180 - Vila Mariza. 
 Sempre apresentando notórias ações pela comunidade e sendo reconhecidos 
por tamanhos resultados, surgiu-se a parceria com a Prefeitura de São Bernardo do 
Campo onde foi cedido à organização um terreno que foi totalmente mobiliado pelo 
Consulado Japonês e hoje é atual sede da instituição. 
 
 
1.4.Endereço 
 Rua Tietê, 1285, Rudge Ramos, São Bernardo do Campo – SP 
 
 
 
6 
 
1.5.Ramo de Atividade 
 Desenvolvimento de ações sócio-educativas com crianças, adolescentes e 
adultos moradores de bairros de maior vulnerabilidade social da cidade de São 
Bernardo do Campo - SP através de suas instalações e projetos junto às escolas 
municipais. 
 
1.6.Filiais 
 Rádio Comunitária localizada no bairro Cafezal também no município de São 
Bernardo do Campo. 
 
1.7.Missão e objetivo da empresa 
 Sua missão é potencializar competências e habilidades de crianças, 
adolescentes e famílias por meio de vivências sociais, educacionais e culturais. 
 Ser referencia nacional em ações inovadoras no atendimento socio 
assistencial de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade 
social é a sua visão. 
 
1.8.Principais Concorrentes 
 Não existe concorrência entre ONGs, existem outras instituições que tem o 
mesmo objetivo social, porém, exercem suas atividades em territórios diferentes. 
Como por exemplo: Camp, Instituto Jesuê e Instituto Cativar. 
 
1.9.Principais produtos 
 Ações sociais e oficinas para desenvolvimento de crianças e adolescentes de 
6 a 15 anos no período contrário da escola, além de jovens de 16 a 18 para inserção 
no mercado de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
1.10. Organograma geral da organização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pamela Pereira da Silva. 
 
Fonte: Pamela Pereira da Silva. 
8 
 
2. APRESENTAÇÃO DA ÁREA ONDE SERÃO 
REALIZADAS AS ATIVIDADES (ÁREA ESTAGIADA) 
2.1 Nome do Departamento / Setor 
Recepção e Coordenação. 
2.2 Organograma 
2.2.1 Organograma específico do departamento/setor 
 
 
 
 
 
Fonte: Pamela Pereira da Silva. 
 
2.3 Descrição sucinta das funções contidas no 
organograma do departamento/setor 
O setor da coordenação é responsável pela conferência do planejamento 
financeiro mensal, bem como controle de contas a pagar, prestação de contas, 
controle de fluxo de caixa, levantamento de orçamentos e documentação a ser 
destinada à contabilidade para demais relatórios obrigatórios. Sua responsabilidade 
se faz necessária pois a instituição não tem contabilidade própria, apenas externa 
que realiza a entrega das obrigações. 
Todos os resultados são repassados diretamente a Diretoria Executiva para 
aprovação e revisão pela Tesoureira e notificação da Presidente da instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação
Diretoria 
Executiva
9 
 
3. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ATIVIDADES REALIZADAS NA 
FUNÇÃO EXERCIDA 
 
 Atividades rotineiras na área de recepção, como atendimento telefônico, 
atendimento ao públicoe apresentação da instituição. 
 Prestação de auxílio a coordenação com foco na área contábil-financeira 
desenvolvendo atividades como: recebimento de valores em espécie e cartão 
oriundos de vendas do bazar, pagamentos a fornecedores, reembolso a 
funcionários, pequenos reparos. Além disso, houve acompanhamento da prestação 
de contas quadrimestral vivenciando na prática o dia a dia da organização 
 
 
4. CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA 
4.1 Identificação de problemas na área estagiária 
 
 Nas rotinas vivenciadas dentro da instituição, observou-se que os integrantes 
da equipe, no desempenhar de suas atividades, demonstraram certo grau de 
insegurança na aplicação de técnicas contábeis básicas. Um exemplo observado foi 
na contabilização de entrada e saída de valores onde se constatou que a 
organização estava realizando o lançamento no livro diário de forma incorreta e 
inclusive com erros básicos de cálculos comprometendo a fidelidade das 
informações. Dado este fato, faz-se o seguinte questionamento: 
 De que forma é possível melhorar o controle contábil da organização evitando 
prejuízos econômicos e financeiros a instituição e que também venha resultar em 
transparência em sua prestação de contas? 
 
4.2 Fundamentação Teórica 
4.2.1 Terceiro Setor 
 
 Muito se fala sobre o Terceiro Setor, mas suas características são pouco 
difundidas na sociedade atual. Para isso, precisamos entender seu conceito e 
objetivo. 
10 
 
 Conforme o Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, 
define pessoas jurídicas de direito privado: 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 
22.12.2003) 
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído 
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
 
 Segundo Paes (2004) “o Terceiro Setor é composto por organizações de 
natureza “privada” (sem o objetivo do lucro) dedicadas à consecução de objetivos 
sociais ou públicos, embora não seja integrante do governo (Administração Estatal)”. 
Seu objetivo é proporcionar benefícios a sociedade e promover a melhoria na 
qualidade de vida através de ações sociais às comunidades onde existe um alto 
índice de voluntariado e participação da sociedade envolvida e os objetivos e 
atividades são decididas pelos membros. 
 Dessa forma o Terceiro Setor é tido como um agente de transformação do ser 
humano, trabalhando para o desenvolvimento de ações sociais e possui duas 
importantes características que a difere do primeiro e segundo setor: não distribuem 
lucro, como fazem as organizações pertencentes ao setor privado, nem estão 
sujeitas ao controle estatal, como as organizações do setor público. (ARAÚJO, 
2009). 
Portanto, podemos compreender o Terceiro Setor como instrumento auxiliador 
da divisão das responsabilidades que o Primeiro e Segundo Setor, Estado e 
Mercado respetivamente não consegue exercer, possuindo ainda a conjunção de 
característica de ambos. 
 
4.2.2 Contabilidade no Terceiro Setor e sua Importância 
 
De acordo com Marion (2009), a contabilidade é o instrumento que fornece o 
máximo de relatórios com informações úteis que explicam causas e efeitos de suas 
mutações, e auxiliam na tomada de decisão. 
11 
 
Niyama e Silva (2009, p. 30) relatam que: 
Por ser uma ciência social, a contabilidade é fortemente influenciada 
pelo ambiente em que se atua. Assim, as diferenças históricas, os 
valores culturais e as estruturas políticas, legais e econômicas de 
cada país acabam refletindo nas práticas contábeis em vigor. 
 
 A Contabilidade define normas e leis que regulamenta a análise de 
transações e auxilia no cumprimento de exigências legais inclusive ao Terceiro 
Setor. Sua presença se faz necessária para garantir transparência e fidedignidade 
nas operações realizadas nas organizações não governamentais fiscalizando para 
os atuais e possíveis doadores, Estado ou qualquer pessoa interessada na 
veracidade do caminho das doações realizadas, seja por meio de doações 
especificas ou em espécie. 
A estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 
6404/1976) é a base da contabilidade do terceiro setor. Porém, é necessário 
algumas adaptações, principalmente em relação a nomenclatura de contas 
utilizadas, sendo necessário a edição de normas de contabilidade para o Terceiro 
Setor. Temos como exemplo a NBC T 10 Dos Aspectos Contábeis Específicos em 
Entidades Diversas: 
Para as organizações do terceiro setor, o CFC, ao editar a Norma 
Brasileira de Contabilidade – Técnica nº 10, NBC T – 10, DOS 
ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADES 
DIVERSAS, dedicou 5 (cinco) itens dos 20 (vinte) que a compõem, 
para evidenciar os aspectos relacionados ao registro de operações 
e ao formato das demonstrações contábeis que se lhes aplicam. 
(ARAÚJO, 2009, p. 53-54). 
 
É importante ressaltar que o patrimônio dessas entidades é constituído, 
conservado e dilatado a partir de contribuições, doações e subvenções e que, de 
modo algum, se reverte para seus membros ou diretores. Essa principal 
característica, a de não distribuir lucro, é definida por Petri (1981 apud OLAK, 
NASCIMENTO, 2010, p. 4) da seguinte forma: 
Entidades sem fins lucrativos não são aquelas que não têm 
rentabilidade. Elas podem gerar recursos através de: atividades de 
compra e venda; de industrialização e venda de produtos 
elaborados; e de prestação de serviços, obtendo preço ou 
12 
 
retribuição superior aos recursos sacrificados para sua obtenção, 
sem por isso perderem a característica de sem-fins lucrativos. O 
que lhe dá essa característica é o fato de não remunerarem seus 
proprietários (acionista, sócios ou associados) pelos recursos por 
eles investidos em caráter permanente (capital social, fundo social 
ou patrimônio), com base nos recursos próprio por elas gerados 
(ganhos ou lucros), a eles não revertem o patrimônio (incluindo os 
resultados) dessa mesma maneira no caso de descontinuidade 
 
4.2.3 Tributação 
 
O Artigo 150 da Constituição Federal de 1988, narra a respeito da imunidade 
tributária para organizações não governamentais: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei 
 
O parágrafo 2º do Art. 12 da Lei 9.532/1997 exige o cumprimento de 
requisitos mínimo para garantia e utilização da imunidade fiscal. Sendo elas: 
➢ De forma alguma é permitido remunerar membros da diretoria pelos 
serviços prestados, exceto no caso de associações, fundações ou 
organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos diretores 
poderão ser remunerados desde que atuem expressamente na área de 
gestão executiva e tenham salário compatível com a área de atuação 
praticados pelo mercado. 
➢ Aplicação integral dos recursos recebidos em manutenção e 
desenvolvimento dos projetos sociais. 
➢ Escrituração correta e completa de receitas e despesas. 
➢ Conservação de documentos pelo prazo de 5 anos contado a partir da 
data de emissão 
➢ Apresentar anualmente, Declaração de Rendimentos junto a Receita 
Federal 
13 
 
➢ Recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou 
creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos 
empregados 
➢ Garantir a distribuição de seu património para outra instituição que 
atenda aos mesmo requisitos citados em caso de incorporação, fusão, 
cisão ou encerramento de suas atividades. 
 
É necessário ressaltar que imunidade e isenção são“benefícios” diferentes. A 
imunidade tributária é a vedação à cobrança de impostos, ou seja, não existe a 
obrigação tributária para entidades que atuam oferecendo serviços sociais no 
Terceiro Setor e só poderá ser concedida pelo ente federativo que institui e 
regulamenta o tributo, que pode ser a União, os Estados ou Municípios além de só 
poder ser mudada com alteração da Constituição Federal. 
Para Machado (2004, p. 218): 
Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à 
incidência de regra jurídica de tributação. O que é imune não pode 
ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como hipótese de 
incidência tributária aquilo que é imune. É limitação de competência 
tributária. 
 
Tabela 1 – Impostos imunes às entidades. 
Sobre Patrimônio IPTU, ITR, ITCMD, ITBI, IPVA 
Sobre Renda IR 
Sobre Serviços ISS e ICMS incidente sobre serviços de 
transporte e comunicação 
 Fonte: Pamela Pereira da Silva. 
 
Diferente da imunidade, na isenção existe a obrigação tributária, ou seja, há 
incidência do tributo, porém por determinação da lei é possível a dispensa da 
obrigatoriedade do pagamento do imposto. 
Conforme o Art. 15 da Lei 9.532/1997 há isenção do pagamento em relação 
ao imposto de renda de pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro líquido a 
entidades de caráter filantrópico, recreativo, culturas e científico a e as associações 
civis sem fins lucrativos. Lembrando que não estão abrangidos pela lei, a isenção de 
14 
 
imposto de renda sobre os rendimentos e ganhos em aplicações financeiras de 
renda fixa ou variável. 
De acordo com a Lei 12.101/2009, para que haja isenção de contribuições 
para a seguridade social, se faz necessário a emissão da certificação das entidades 
CEBAS (Certificação de entidades beneficentes de assistência social). O § 7º do Art. 
195 da Constituição Federal de 1988 confirma o poder das entidades de usufruir da 
isenção do pagamento das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração 
paga aos seus empregados e trabalhadores avulsos, e também receber 
transferências de recursos governamentais a título de subvenções sociais, ou seja, 
há isenção de INSS Patronal, COFINS (Contribuição para Financiamento da 
Seguridade Social) inclusive de importação. 
As entidades portadoras do CEBAS também são isentas das contribuições do 
PIS/PASEP incidentes apenas sobre as receitas ou faturamento de acordo com o 
Art. 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019. Entretanto, deverão apurar 
normalmente o PIS/PASEP com base na folha de salários. 
 
4.2.4 Prestação de Contas 
 
Nos últimos anos, a prestação de contas, por parte das entidades de terceiro 
setor, à sociedade e aos doadores de recursos vem se desenvolvendo de forma 
mais aprimorada e profissional com objetivo de possibilitar um aumento da 
transparência de suas ações e da confiança perante a sociedade. Essa 
transparência é o elo que evidencia a fidedignidade das informações contábeis 
divulgadas possibilitando o usuário a visualizar toda a estrutura patrimonial da 
instituição. 
O autor lista o Estado como um dos principais interessados na prestação de 
contas das entidades do terceiro setor, uma vez que é a ele que a prestação de 
contas é direcionada em conformidade com a lei, com os contratos e convênios. 
Carneiro (2011) afirma que os interessados nas informações da accountability 
podem estar tanto dentro quanto fora da organização, portanto essas informações 
podem interessar a toda comunidade. 
A partir do convênio denominado Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos com a Prefeitura de São Bernardo do Campo tendo a Secretaria de 
Assistência Social como intermediadora, após a aprovação do plano de trabalho 
15 
 
contendo todas as atividades, ações inclusive com valores que serão utilizados para 
pagamento de colaboradores da instituição, é disponibilizado uma verba liberada por 
meio de um edital divulgado em meados de novembro, com intuito de auxiliar o 
funcionamento da organização. O valor total do recurso é dividido em 12 meses e 
controlado pela Coordenadora Geral mensalmente, apresentando à Prefeitura 
através da Prestação de contas, todas as obrigações, gastos e justificativas listadas 
no plano de trabalho não podendo exceder os valores estipulados, sendo a ONG 
sujeita a obrigação de restituição do valor excedido. 
Devido a pandemia do COVID-19, por não ter atividade com as crianças e 
pela falta de educadores, houve sobra de parte do recurso disponibilizado para uso 
em 2020. Atualmente, a instituição está solicitando 
à prefeitura do município o remanejamento da verba para pequenos reparos e 
pagamento de contas básicas como luz, água e telefone. 
Sua principal fonte de renda são doações e vendas realizadas através do 
bazar localizado na própria instituição, onde o valor arrecadado é destinado à 
compra de alimentação e pagamento dos insumos. Infelizmente, às vezes, por falta 
de dinheiro disponível em caixa e para não haver corte no fornecimento de insumos 
básicos, a Presidente intervém pagando as contas básicas com seus meios próprios 
como forma de “empréstimo” e posteriormente lhe é ressarcido assim que os 
recursos vão entrando. 
 
Segundo Rezende, 2007, as ONGs devem prestar contas ao Ministério 
Público e ao Ministério da Justiça, para estreitar o uso de seus recursos, devendo 
transparecer de seus feitos e atos, para que não haja desvio de verba, referindo-se a 
captação de recursos públicos, e de acordo com o artigo 5º da lei 9.790/99, em que: 
Art. 5º A ONG prestará contas anualmente dos recursos recebidos 
por intermédio de convênios ou subvenções de origem pública ou 
privada, inclusive doações, através de relatório a ser enviado ao 
Ministério Público e ao Ministério da Justiça, independente da 
prestação de contas aos respectivos doadores. (REZENDE, 2007, 
p.130) 
 
Segundo Slomski et al. (2017): “As políticas contábeis adotadas devem 
proporcionar informação relevante, confiável, comparável e compreensível. As 
entidades do terceiro setor devem realizar evidenciações de informações adicionais, 
16 
 
quando as julgarem insuficientes para permitir que os usuários compreendam o 
impacto de determinadas transações e outros eventos”. 
Em 27 de setembro de 2012, foi aprovada pelo Conselho Federal de 
Contabilidade a Interpretação Técnica Geral (ITG) 2002 – Entidade sem finalidade 
de lucros (CFC, 2012), sendo alterada em 2014, com finalidade de regulamentar e 
estabelecer critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade, independente 
da natureza e do porte, para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais bem 
como guarda e a manutenção da documentação e de arquivos contábeis e a 
responsabilidade do profissional da contabilidade. 
De acordo com a ITG 2002 (CFC, 2012): 
No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com 
individualização, clareza e referência ao documento probante, todas 
as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem 
variações patrimoniais. […] Os registros auxiliares, quando 
adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração 
contábil. 
 
Em uma visita à ONG Pequeno Cidadão foi observado que não existe 
escrituração contábil e sua contabilidade no dia a dia se resume ao uso de um livro 
caixa comum. Seus lançamentos eram realizados de forma extremamente sucinta, 
sem histórico compratório, contrariando o que precede a ITG 2002 mencionada 
anteriormente transmitindo de certa forma, dúvida quanto a real destinação e ou 
origem do recurso. Após uma conferência minuciosa dos lançamentos e numerário 
disponível em caixa, foi identificado uma diferença na contabilização de R$ 123,00 a 
mais que não tem justificativa aparente. 
Outro ponto observado é o excesso de pessoas que tinham contato direto 
com o numerário, sendo possivelmente a principal causa dos desvios identificados. 
Com o objetivo de solucionar os errosde escrituração e lançamentos, foi sugerido a 
eleição de colaboradores que serão exclusivamente responsáveis por toda a 
movimentação de caixa, bem como registro de entradas e saídas para que haja 
minimização de erros e aumento da fidedignidade das informações. Pra que a 
conformidade com as normas e regulamentações exigidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade sejam cumpridas, houve orientação total a esses profissionais de 
forma didática utilizando-se de exemplos e acompanhamento em tempo real de 
como as informações devem ser adicionadas e como o controle deve ser realizado 
17 
 
atendendo assim, aos critérios e procedimentos listados na ITG 2002 (R1). 
 Em conversa com o Assistente Social Antônio Carlos Firmino, cerca de 90% 
dos voluntários e estudantes que procuram a instituição são do curso de Psicologia e 
Pedagogia, ou seja, nitidamente se percebe a escassez de voluntários da área 
contábil. Uma forma de mudar esses números não deixando de atender a principal 
missão social da ONG, é a criação de uma parceria com universidades locais 
implementando um projeto com tema Auditoria Interna, destinado aos alunos de 
Ciências Contábeis com objetivo de trazer experiência aos estudantes e auxílio aos 
profissionais atuantes na Área de Tesouraria da instituição, assim beneficiando 
ambas as partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das organizações e das 
pessoas com objetivo de registrar, informar, analisar e interpretar ocorrência no 
patrimônio de um indivíduo ou de uma empresa. Os dados extraídos permitem a 
mensuração e o controle do patrimônio de uma entidade podendo ser utilizada como 
ferramenta de transparência e gestão para as organizações 
Nos últimos anos o Terceiro Setor tem apresentado grandes avanços e 
crescimento econômico proporcionando mudança na vida de muitas pessoas, 
através de serviços que tem como resultado benefícios à sociedade, e ao longo do 
tempo contribuindo com a diminuição da desigualdade se tornando responsável pela 
demanda não atendida pelo Estado. 
O presente trabalho teve como objetivo analisar a importância da 
contabilidade para entidades do Terceiro Setor utilizando-se como instrumento para 
transparência para que não existam dúvidas quanto à gestão de seus recursos e o 
trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Apoio ao Pequeno Cidadão. 
A entidade analisada possui algumas incongruências de acordo com as novas 
normas contábeis, especificamente com Interpretação Técnica Geral (ITG) 2002 – 
Entidade sem finalidade de lucros, responsável pela adequação correta de sua 
escrituração contábil de seus fatos patrimoniais. Os registros incorretos tiveram sua 
atualização de acordo com os critérios exigidos e os profissionais orientados sobre a 
maneira correta que deve ser realizado os lançamentos evidenciando assim, a 
importância da correta contabilização das demonstrações contábeis, bem como a 
importância de um profissional capacitado para este tipo de trabalho. 
Por fim, sugere-se novas pesquisas voltadas a contabilidade no Terceiro 
Setor a fim de verificar o correto desenvolvimento e aplicação das normas contábeis 
assim mitigando possíveis erros e aumentando a visão dos demais profissionais de 
contabilidade. 
 
 
 
 
 
19 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para Organizações do 
Terceiro Setor.ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo. Contabilidade para 
Entidades sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
REZENDE, Denis Alcides; PROCOPIUCK, Mario; MACHADO, Evanio 
Tavares; BESSA, Fabiane Lopes Bueno Netto. O Plano Plurianual Municipal no 
sistema de planejamento orçamentário brasileiro. 2007. Disponível em: 
https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/181 acesso em 16/09/2021. 
NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da 
contabilidade. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 24 ed. São Paulo: 
Malheiros, 2004. 
SLOMSKI, Valmor. et. al. Contabilidade do Terceiro Setor: Uma 
Abordagem Operacional Aplicável Às Associações, Fundações Partidos 
Políticos e Organizações Religiosas. São Paulo: Atlas, 2017. 
CARNEIRO, Wanderley. et al. Terceiro Setor: Estudo Diagnóstico Voltado 
para o Planejamento Estratégico e Gestão de Projetos em 100 ONGs na Cidade 
de São Paulo. São Paulo: 2006. Acesso em 06 de outubro de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
7. ANEXO
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