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Resumo Descartes - meditações metafísicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA FACULDADE 
DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
 Discente: Erika Nayane Martins Marinho 
 
DESCARTES, RENÉ. Meditações Metafísicas. Meditação segunda; Meditação 
terceira. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
 
Na meditação segunda, René Descartes separa o corpo da alma, mostrando a 
eternidade da alma em perda do corpo. Dessa forma, o autor aborda a natureza da mente, 
seguindo por uma linha de descobertas por meio da negação para encontrar, finalmente, 
algo permanente, definitivo e constante. Assim, dito isso, se há uma negação do corpo, 
da figura e do lugar/espaço, só resta de verídico, em sua concepção, o “eu” – uma vez 
que, ao duvidar de todas as coisas, como é detalhado na meditação primeira, há a certeza 
de que esse “eu” é pensante. 
A partir disso, fundamenta-se o pontapé inicial do conhecimento – o cogito, que 
fundamenta, consequentemente, o acesso do sujeito ao seu pensamento, haja vista que o 
“cogito” diz respeito ao ato de pensar. Entretanto, isso não acontece com os elementos 
corpóreos, nos quais o “res cogito” – coisa pensante – tem acesso indireto, uma vez que 
os elementos corporais não morrem, visto que estes são apreendidos pelos sentidos, o que 
se opõe a mente. 
Ademais, o autor discorre a respeito do “eu” não poder ser algo que se ilustra na 
imaginação, tendo em conta que esta é uma esfera limitada do pensamento – isto é – não 
é uma forma de pensar perfeita, afinal de contas, a imaginação considera imagens 
corpóreas – casuais, acidentais e espontâneas – as quais não são características essenciais. 
Verifica-se que a imaginação, embora figure imagens corporais, é uma forma de pensar, 
tal como a vontade, o entendimento e a percepção. Para tanto, Descartes utiliza a cera 
como exemplo para explanar a diferença entre as entidades corporais ou acidentais das 
substanciais ou essenciais, bem como as formas de pensar atribuída a cada entidade. 
Dito isso, o autor inicia descrevendo as características gerais da cera – figura, 
tamanho, textura, cor, som e cheiro, porém, é abordado, ainda, que quando posta ao fogo, 
a cera perde as suas características acidentais – aprendidas pelos sentidos – sendo, 
portanto, imagens sensoriais. Lhe restando, apenas, as suas características substanciais, 
pertencentes a ela mesma, as quais são concebidas pelo entendimento, o que possibilita 
dizer, dessa forma, que o que permanece ali é a cera propriamente dita, surgindo, destarte, 
a “res extensa” – a coisa extensa – a qual é percebida pelo intelecto e se distingue da coisa 
pensante. 
É, portanto, na meditação terceira que se encerra o ciclo de pensamento que 
envolve o corpo, a alma e o Deus. Deus, nesse momento do texto, é verdadeiramente visto 
como existente, estando ligado à fé. A prova da sua existência prova, também, a própria 
ordem do mundo. O autor, dessa maneira, começa a caça pelo fundamento – objetivo - 
do conhecimento – como uma forma de precaução externa ao eu pensante, o que tornou 
evidente e claro as maneiras de pensar, a saber: o filosofo necessitou ir para além do 
“cogito” para encontrar a causa de tudo que se encontra externamente ao indivíduo, 
concedendo um estágio de realidade objetiva. 
Ainda nessa linha de pensamento, a saído do cogito se encontra na aceitação de 
que existem ideias infinitas de que o sujeito não pode contemplar na mente, uma vez que, 
pelo princípio da casualidade, o indivíduo é um ser finito, que só pode contemplar e 
conceber substâncias finitas ou acidentais. Nesse ponto, apenas Deus, portanto, é uma 
substancia infinita. 
 Em síntese, se existe o ideal de infinito no sujeito e ele existe como uma sustância 
finita, deve haver, também, uma causa infinita – bem como perfeita – para essa ideia. Dito 
isso, a substância infinita e perfeita só pode ser, desse modo, Deus, sendo Ele bondoso e 
a maior projeção de perfeição existente. Observa-se, destarte, que com a existência de 
Deus, o indivíduo pode alçar ideias e ideais com um maior grau de realidade objetiva, 
tendo certeza, minimamente, de sua existência. A meditação terceira se encerra, então, 
com a certeza de que Deus é a fundamentação objetiva para o conhecimento.

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