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ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA GESTÃO EDUCACIONAL PEDAGOGIA - EAD DOCENTE: CYNTHIA CYBELLE RODRIGUES TUTOR: CARLOS DE OLIVEIRA Nesta atividade dissertaremos sobre as leis vigentes no Brasil que dizem respeito a gestão democrática nas escolas públicas. A escola é um sistema complexo, que compreende as esferas pedagógica e administrativa, práticas e social (discentes, educadores, colaboradores, pais e comunidade local). Todos esses setores devem estar interligados, alinhados e engajados com a intenção de oferecer aos alunos um ensino de qualidade capaz de aperfeiçoar e instruir cidadãos ativos e pensantes. A escola pública oferece um ensino gratuito para crianças, jovens e adultos e se refere a gênese de equidade de oportunidades. Em outras palavras, todo aquele, independentemente de sua condição social, possa usufruir dos mesmos direitos de um porvir promissor de outro indivíduo que esteja em uma situação distinta da sua. A gestão escolar deve assegurar que todos os campos e os indivíduos existentes na unidade escolar sejam integralizados às metas da instituição, agindo de modo que o produto final apoie, direta ou indiretamente, com a intenção do avanço e melhora do estabelecimento de ensino. Na gestão democrática, a equipe gestora se importa com a atuação e envolvimento dos integrantes da comunidade interna e externa nas deliberações tomadas por ela. O movimento da idealização da democracia em nosso país iniciou com a publicação da Constituição Federal de 1988 depois de muita pugna de grupos sociais e educadores. A gestão democrática da educação é um dos adventos da educação na CF de 88. O artigo 206 da Constituição Federal demonstra princípios próprios à difusão da aprendizagem nas unidades escolares, tornando possível a utilização de parâmetros para o envolvimento da comunidade externa adentro das escolas públicas. A Carta Constitucional no art. 206, inciso VI estabelece: gestão democrática do ensino público, na forma da lei. Ter garantido por lei a gestão democrática em substituição à administração foi um passo importante, todavia, o verbo gerir requer ação para que tal decreto seja posto em prática. O assunto discutido, assegurado pela Lei Maior, é validado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96) em seu art. 3°, inciso VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino. Tencionando que as escolas pratiquem a gestão participativa, a LDB/96 instituiu, em seu art. 14, os princípios que devem guiá-la: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996). Fica claro que, assim como a CF, a LDB dispõe que um dos regulamentos que precisa guiar as escolas públicas do Brasil é o da gestão democrática, salvaguardando um ensino de qualidade, garantindo, assim, a preparação de cidadãos indagadores e interativos. Posteriormente, mais exatamente em 09/01/2001 foi instaurado, no Território Nacional, o Plano Nacional de Educação (PNE I) para a década de 2001 a 2010 , apoiado pela Lei n° 10.172, o qual se constitui em uma das essenciais bases normativas do ensino no Brasil, com desígnios e diretivas educacionais. O PNE I listou 44 metas, das quais, 18 são relativas à gestão (da 19 a 44). Particularmente sobre a gestão democrática, o PNE I instaura a meta 22 - “Definir, em cada sistema de ensino, normas de gestão democrática do ensino público, com a participação da comunidade” (BRASIL, 2001). Em 25/06/2014 foi sancionada a Lei n° 13.005, que determina o Plano Nacional de Educação (PNE II) para a década de 2014-2024, tem 20 objetivos para todos os níveis e modalidades de ensino a serem atingidas até dezembro de 2024, tendo por metal geral esmerar a qualidade e aquilo que se oferece na educação de nosso país. O PNE II na meta 19 faz referência à gestão democrática, e ela vem seguida de 8 planos que objetivam o seu cumprimento: Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. Estratégias: 19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para os entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar; 19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos(às) conselheiros(as) dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, dos conselhos regionais e de outros e aos(às) representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções; 19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a constituírem Fóruns Permanentes de Educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais, estaduais e distrital bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos seus planos de educação; 19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-selhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações; 19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo; 19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos(as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares; 19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 19.8) desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão (BRASIL, 2014) Há um pouco mais de três décadas o sistema de gestão democrática está garantido por lei no Brasil. Apesar de sabermos que não basta ter uma lei promulgada para transformar o dia a dia de uma escola, inquestionavelmente, o estabelecimento da gestão democrática na constituição e na educação é uma coisa revolucionária e um avanço que fortalece a certeza no aprimoramento de uma educação de qualidade para todos que usufruem do sistema público. Quisera que essas leis saíssem do papel e fizessem parte do cotidiano das escolas públicas do Brasil. É fundamental que se fortaleça os espaços democráticos e transforme os alunos e a comunidade em atores protagonistas de sua história. Uma gestão democrática construirá relações interpessoais onde os envolvidos são solidários com as questões enfrentadaspelo outro. O educador deve ser estimulado a conhecer seu alunado e fortalecer os vínculos com a comunidade interna e externa. Em uma gestão democrática não há espaço para o desrespeito. Todos são tratados com respeito, igualdade, equidade e autonomia. Tudo que estiver envolvido, direta ou indiretamente com a UE, deve ser pensado de maneira a levar em consideração as necessidades, carências e contexto social da comunidade por intermédio do diálogo com o intuito de garantir um ensino de excelência valorizando a equipe gestora, professores, funcionários, pais, alunos e comunidade. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 1996. BRASIL. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, 2001. BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, 2014. LDB: Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. Conteúdo: Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional – Lei n° 9.394/1996 – Lei n° 4.024/1961. Disponível em https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e _bases_1ed.pdf Acesso em 06/05/2022. MILITÃO, S. C. N., MILITÃO, L. S. C. A gestão democrática na legislação educacional nacional: avanços, problemas e perspectivas. Disponível em file:///E:/5%20GEST%C3%83O%20EDUCACIONAL/614- Texto%20do%20artigo-2295-1-10-20190315%20(1).pdf Acesso em 07/05/2022.
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