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Psicologia da comunicação aulas

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Psicologia da comunicação
Aula 1 
De inicio vamos diferenciar Psicologia Social e Sociologia. A principal distinção entre ambas reside no fato de que enquanto a Sociologia tem por objeto de estudo o grupo como um todo, a Psicologia Social analisa as relações interpessoais que ocorrem no interior do grupo. 
Dentre os principais processos psíquicos que hoje podemos considerar como determinados pelas relações interpessoais têm os seguintes: o outro como fator de segurança, o outro como fator de influência na personalidade, o outro como fator de equilíbrio psicológico e o outro como fator motivador de ações e atitudes.
O modo como as relações dos processos psíquicos se estabelecem é, inicialmente, através de certos comportamentos que produzimos em função do outro, ou mesmo em função de nossas próprias expectativas sociais, ou seja, em função do modo como queremos que os outros nos percebam. 
A estes comportamentos chamamos de comportamento social. Assim, o que difere um comportamento social de um não social, não é propriamente a ação realizada, mas sim, a intenção que motivou a ação.
Podemos destacar ainda os processos relacionais como, por exemplo, a coesão, coalização, comunicação, normas, liderança, status e papel. 
A importância da existência dos comportamentos sociais inatos, é a consciência de que são condutas que, por serem naturais, estarão sempre presentes nos grupos sociais e, portanto, é lícito considerarmos a existência destas condutas em nossas análises dos processos sociais. No entanto, todos os comportamentos de organização do grupo social, o que irá variar segundo o aspecto cultural são os modos como estes comportamentos serão efetuados. Vamos a eles: hierarquia social, preservação territorial, cooperação social, preservação da Prole e comunicação social. 
O homem, como já vimos, encontra-se inserido neste grupo de animais, o que significa que para nós, viver em sociedade não é exatamente uma opção, mas sim um determinante biológico, portanto natural. A espécie humana, entretanto, possui um terceiro aspecto que o distingue das demais espécies sociais, é o aspecto cultural.
Entre os animais sociais, portanto, existe sociedade, mas não cultura, o que significa que a espécie toda atua sobre o ambiente e constrói suas relações sociais de modo constante e uniforme, sem diferenciação geográfica ou temporária e sem possibilidade de reconstrução de sua ordem social por intermédio de reminiscências de sua “cultura”.
Uma vez estabelecida uma civilização, seu desenvolvimento será baseado fundamentalmente em uma tríade de desenvolvimentos que se relacionam entre si. São eles: desenvolvimento tecnológico, social e cultural.
Aula 2
A linguagem possibilita e representa a capacidade da pessoa em relacionar-se e extrair relações de sua realidade. Devemos compreender a linguagem como a estrutura capaz de dar simbolismos ao real. Isto é, o modo pelo qual nossos referenciais da realidade se introjetam em nossas mentes.
Como todo símbolo, a linguagem implica em um conjunto de códigos que necessitam ser interpretados para que cumpram sua função comunicativa de transmissão de mensagens e, ao interpretarmos algo, sempre damos também ao símbolo uma representação subjetiva.
Em outras palavras, tudo que implica em decodificação carrega consigo uma forte carga subjetiva, na medida em que podemos estabelecer a relação entre significado e significante de diversas maneiras.
Sempre que tivermos o desenvolvimento da linguagem associado a alguma forma de condicionamento ou aprendizagem, estamos diante de perspectivas behavioristas. Por outro lado, sempre que as explicações tenderem ao desenvolvimento da linguagem como um processo biológico, estamos tratando da perspectiva da Psicolinguística.
A chamada 1ª Tópica Freudiana se divide em: consistente que é aquilo que está presente na consciência; tudo o que a pessoa sabe sobre si, seus motivos e suas condutas. Pré-consistente que é mais próximo do consciente e sem sofrer a pressão do recalque, pode tornar-se consciente pelo processo da ASSOCIAÇÃO sem produzir muitos conflitos profundos e, portanto, não apresenta grave resistência do consciente. Inconsistente que é constituído por material recalcado, reúne sentimentos e desejos que, apesar de constituírem as verdadeiras causas das atitudes e condutas, necessitam permanecer fora da consciência para que não produzam conflitos no indivíduo.
A segunda 2ª TÓPICA, na qual Freud estabelece as estruturas que irão compor a personalidade para a Psicanálise. Essas estruturas são: 
* ID: Instinto do prazer, fonte de desejos básicos e egocêntricos; puramente inconsciente.
* EGO: EU, estrutura central e mais consciente da personalidade. Visa satisfazer os desejos do ID sem produzir conflitos com o SUPEREGO.
* SUPEREGO: Instinto da realidade. Constitui-se das regras, normas e valores sociais. Funciona como o aspecto da repressão dos desejos.
É importante frisar que todas estas características aplicam-se em função do Isomorfismo. Tanto as percepções oriundas diretamente de órgãos sensoriais (visão, audição gustação, tato e olfato) quanto as percepções de situações psicológicas e emocionais.
Alguns fatores influenciam no processo perceptivo. Ou seja, não chegam a ser características por não pertencerem diretamente ao processo, mas podem alterar ou tendenciar a percepção. São eles: a posição do observador em relação ao objeto, o conhecimento intelectual do observador em relação ao objeto e experiências afetivas do observador em relação ao objeto.
A Percepção é o mais importante dos processos cognitivos por ser a porta de entrada da realidade. Tudo o que compreendemos está necessariamente acompanhado do “modo como nós percebemos”. A Percepção irá atuar diretamente não só na compreensão das coisas, como também em todos os demais processos que são oriundos de nossos entendimentos, como o modo pelo qual construímos nossas condutas e até mesmo as características de nossa personalidade.
Aula 3
Vinculada à memória, a linguagem vai codificar as informações estocadas e armazenadas e acioná-las de modo imediato através de conceitos compreensíveis dentro de uma função comunicativa. De modo amplo, consideramos como linguagem toda e qualquer modalidade de comunicação entre os seres.
Temos uma linguagem gestual, por exemplo, que apesar de não utilizar-se de palavras as substitui por gestos que tem a mesma finalidade.
A linguagem verbal, ou oral como preferem alguns, não é diferente de nenhuma outra modalidade de linguagem. Resume-se a um conjunto de códigos aprendidos e compartilhados por um dado grupo social que visa o estabelecimento de comunicação conceitual entre seus membros.
A linguagem vai funcionar de modo a transformar um conceito em um código comunicável mais facilmente do que se houvesse a necessidade de expor o sujeito ao contato direto com o conceito ou objeto que se deseja comunicar.
Tecnicamente temos duas esferas que se interligam. O termo é a palavra que representa o objeto (ou conceito); e o objeto (ou conceito) que é aquilo que a palavra está representando. 
As estruturas que caracterizam o pensamento teriam suas raízes na ação e em mecanismos sensório motores mais profundos que a linguagem. Por outro lado, quanto maior o refinamento destas estruturas do pensamento, maior também a necessidade da linguagem para sua elaboração.
Com o advento da linguagem, surgem duas novas estruturas na organização psíquica: a representação e esquematização, que corresponde a inserção dos objetos e fatos num âmbito conceitual, isto é, os conceitos.
Sabemos que o fato de conceituar é que permite à criança a produção de classificações e categorizações, assim, os esquemas mentais e as operações necessitam desta função para o desenvolvimento de suas estruturas lógicas. Um segundo argumento, refere-se à relação de dependência entre operações intelectuais e ações.
O conceito de Atitude tem sido, em função de sua utilização leiga, confundido com a ação ou o comportamento que surge como consequência da existência de uma intenção em relação a algo. Atitudes,na verdade, são sentimentos pró ou contra um objeto social, produzidos por um sistema de crenças e cognições e que predispõem o indivíduo a ações coerentes em relação a este objeto social. Ou seja, atitudes não são comportamentos, atitudes produzem comportamentos através dos componentes afetivos e das experiências pessoais do indivíduo. Podemos prever o comportamento de alguém se soubermos qual a atitude do sujeito frente a um determinado objeto.
Para que tenhamos uma atitude formada frente a um objeto, três componentes precisam estar intercalados: Componente Cognitivo o o conjunto de informações, crenças, conhecimentos, aprendizagens e demais experiências cognitivas que possibilitam à pessoa a construção de algum esquema representacional do objeto. Componente Afetivo é o componente mais característico das atitudes e alguns autores chegam a considerá-lo como o único componente necessário para a instalação das atitudes por ser este, o componente que diferencia uma atitude de uma opinião, aonde há o componente cognitivo, mas não o afetivo. Componente Comportamental é a predisposição às ações coerentes com os meus sentimentos em relação ao objeto.
Aula 4
Para compreendermos melhor as implicações de nossa natureza como parte integrante de um gênero social da natureza, torna-se importante considerarmos que o homem, como qualquer outro animal social, possui certas características de vínculos grupais que pertencem à natureza dos agrupamentos sociais destes animais (sociais).
Antes de um ser ideológico o homem é um ser biológico e, portanto, está inserida em seu código genético uma estrutura de sistemas comportamentais que independem de aspectos culturais. 
Quando a natureza gera um ser humano, não pode se dar ao luxo de criar subcategorias adequadas às variações temporais, históricas ou culturais de nossas civilizações, a adequação do ser ao meio cultural é evidentemente função da socialização.
A identidade social, produzida pelas relações parentais e pela tradição (costumes particulares, códigos culturais) de um grupo, será reforçada pelo confronto com outros grupos sociais que, embora de organização social semelhante, se diferenciam em seus modos de organização.
As ideologias mais do que simplesmente espelhar uma época, um momento da história humana, são as próprias estruturas que fundamentam o sistema de análise e compreensão da realidade.
Todos os produtos midiáticos embutem em si perspectivas ideológicas, valores, conceitos e ideias que são pertinentes aos seus posicionamentos, à cultura da sociedade a qual representam e aos interesses de seu público e de seus proprietários. 
E não poderia ser diferente. São exatamente estas análises ideológicas e políticas que irão costurar as identidades individuais em coletivas, fortalecer as representações sociais e manter, transformar ou eliminar valores, ideias e comportamentos.
Aula 5
A explicação é definida como o processo pelo qual torna-se claro ou detalhado um fato ou situação anteriormente confusa ou obscura. Ou seja, é o procedimento de análise e compreensão de um dado qualquer.
Para que sejamos capazes de executar esse processo, utilizamo-nos de relações causais, isto é, estabelecemos relações entre causa e efeito.
O pensamento explicativo é a organização típica do pensamento para o processo de dar uma ordem lógica e causal aos fatos. É fundamental que o texto jornalístico não se confunda com a simples produção de conteúdo.
O jornalista não pode se abster de seu compromisso ético com o interesse público. Ou seja, ele deve estar consciente de que sua perspectiva influencia no modo como outros interpretam a mensagem.
O Jornalismo é, por definição, uma ação de mediação entre o sujeito e sua realidade social. Assim, podemos comparar a atuação do jornalista com a atuação do professor dada no exemplo que vimos sobre o processo explicativo.
Em uma época de blogs e redes sociais, onde qualquer adolescente produz conteúdos e os divulga a um público muitas vezes maior do que aqueles que grandes jornalistas já tiveram acesso caem por terra a premissa de que qualquer informação tem valor ou mesmo se transforma em conhecimento.
Para que isso ocorra, é preciso que haja uma mediação crítica e analítica entre aquele que lê e aquilo que lê. Esta mediação é a diferença necessária do texto jornalístico.
Aula 6 Psicologia 
Aula 6 aborda algumas premissas éticas que envolve a vida de um profissional. Ser um profissional significa que a pessoa está ali trabalhando para obter um resultado. Ela não está se divertindo, nem ampliando seu círculo social. Ela deve evitar, na medida do possível, que sua tristeza ou alegria, suas vitórias ou derrotas interfiram de modo evidente em sua atuação.
Assim sendo, quanto mais neutro o profissional conseguir ser em relação à sua atuação, melhor. O comunicador não é um Deus, embora alguns ajam como se fossem, e muitos pensem que eles são. Nada há de humilhante em não ter uma informação de cabeça ou não conhecer um autor. Nesse contexto podemos destacar metodologias que auxiliam a vida, gestão do profissional no dia-a-dia, como por exemplo, a neutralidade que implica na construção de um personagem que não pode ser distante o bastante de modo a ser inacessível, nem íntimo demais de modo a estimular ou possibilitar transferências. 
Temos também a questão da acessibilidade que propicia uma identificação e neutraliza certos excessos de neutralidade. Funciona como um filtro que regula as trocas afetivas sem pessoalizá-las.
É bom ressaltar que quando não conseguimos estabelecer estas condições de identidade e receptividade, é natural que o processo comunicativo sofra resistências a partir de obstáculos psicológicos e/ou comunicacionais.
Quando atribuímos causa e efeito, damos um sentido organizacional às ações ou eventos, o que irá se transformar em nossa principal forma de organização psicológica, visto que através desta disposição somos capazes de compreender a realidade como algo lógico e coerente.
As características invariáveis da realidade, denominamos de propriedades disposicionais. São elas que nos permitem perceber o mundo sempre de modo estável e organizado, o que, em termos técnicos, chamamos de fazer as coordenações (que são as constâncias perceptivas da realidade).
Para reduzir a interferência, alguns cuidados podem e devem ser tomados. O primeiro deles refere-se a diferenciarmos as atribuições de causalidade em: pessoais, quando há intenção do agente em produzir o efeito; impessoais, quando o efeito é decorrente do ambiente e/ou sem intenção do agente. 
Dentre as atribuições pessoais, ainda podemos produzir subdivisões que correspondem aos níveis nos quais o percebedor infere a responsabilidade do agente sobre o efeito. Vejamos os principais: 
Associação: considerado o nível mais primitivo de atribuição de causalidade. Nele, o sujeito é considerado responsável por um efeito que, de qualquer modo, seja a ele relacionado pelo observador. Por mais espúria que seja esta relação, como por exemplo, a proximidade.
Engajamento: o sujeito é considerado causa de qualquer evento produzido por uma ação pessoal sua independentemente da existência de intenção para o efeito.
Previsibilidade: o sujeito é considerado causa de um evento ao qual, apesar de estar engajado, isto é, sem intenção, possuía as condições necessárias para prever o efeito e, portanto, preveni-lo.
Intencionalidade: nível considerado como de atribuição de causalidade pessoal plena. O sujeito tem a intenção consciente de produzir um dado efeito e se utiliza do conjunto de seus atributos disponíveis para tal.
Lógica é um sistema de ordenação do mundo. As pessoas estabelecem uma lógica pessoal para harmonizar suas vivências, e o modo pelo qual fazem isso depende de sua capacidade de discernir de forma mais ou menos complexa as representações sociais.
A consistência cognitiva é o processo pelo qual as pessoas administram os paradoxos para que estes não sejam sentidos de modo ilógico. Sua função é, portanto, buscar a harmonia entre as diversas cognições que compõem umavivência.
São duas as formas pelas quais estabelecemos relações entre nossas cognições. São divididas em relações relevantes e relações irrelevantes. A dissonância cognitiva, oposta à consistência, será representada pela não coerência, pela não harmonia entre os elementos. Ela ocorre quando:
1) As cognições são relevantes entre si;
2) Quando a negação de um elemento leva necessariamente ao outro.
A dissonância necessita ser eliminada para que se restabeleça a consistência. Se isso não ocorrer e a dissonância se sustentar, produzirá frustração, arrependimento e desequilíbrio.
 Aula 7
Definimos motivação como necessidades ou desejos vinculados á intenção de atingir um objetivo consciente ou não.
Necessidades são chamadas de “impulsos da deficiência”, pois partem de sentimentos de perturbação ou deficiências ligadas ao Ego. O objetivo delas é afastar as condições indesejáveis e restabelecer uma condição de equilíbrio no organismo. Ou seja, a necessidade se caracteriza pela existência de uma perturbação (dor) física ou psíquica, consciente ou não, que produz um movimento de tentativa de extinção da perturbação para restauração do equilíbrio (ausência de dor).
Desejos ao contrário das necessidades, os desejos não são resultantes de estados de perturbação ou deficiência. Os desejos estão necessariamente vinculados à obtenção de prazer e são sempre dirigidos à objetos ou condições específicas, sejam conscientes ou não. Isto é, o desejo apresenta uma sofisticação que permite a especificação do objeto desejado, justamente por não ser proveniente de um desconforto.
A possível relação entre desejos e necessidades ocorre em duas situações particulares. A primeira, quando a satisfação de uma necessidade se transforma, por associação, em uma fonte de prazer. Neste caso, temos uma necessidade produzindo um desejo.
Na segunda situação, quando um desejo intenso não satisfeito, assume uma característica obsessiva, tal que sua não realização se transforma em dor, e converte-se em uma necessidade.
Sobre causa e motivação os objetivos podem ser de dois tipos: voltados para a aproximação ou obtenção de objeto, ou voltados para o afastamento ou evitação do objeto. Existem algumas categorias de motivos como motivos referentes ao corpo - produzidos pelas necessidades primárias e pela estimulação sensorial; motivos referentes às relações com o ambiente - produzidos pela condição adaptativa dos indivíduos, estas necessidades, ou desejos, seriam derivadas das solicitações sociais do meio-ambiente; motivos referentes às relações com o outro - produzidos por sentimentos de afiliação. Seriam os motivos voltados para aceitação do sujeito pelo grupo social (aceitação afetiva, por exemplo); motivos referentes ao ego - necessidades ou desejos de valorização pessoal, realização, autoestima, poder, etc e motivos inconscientes - estes, para a psicanálise, são os únicos e verdadeiros fatores motivacionais reais do indivíduo.
Para Piaget a motivação é um impulso essencial à atividade da aprendizagem e faz parte do próprio aparato cognitivo. Variados aspectos podem ser considerados quando tratamos do processo motivacional relacionado às práticas comunicacionais. Um dos mais básicos se refere ao próprio estimulo à informação.
Temos na comunicação intragrupos, ou seja, aquela produzida no interior de grupos corporativos ou não, com seus modelos comunicacionais, suas respectivas interações e diferentes eficácias motivacionais. Comunicação grupal refere-se ao nível de acesso e influência direta exercida por um membro do grupo em relação aos demais. Em outras palavras, o quanto cada membro do grupo influencia ou exerce autoridade sobre os outros.
Dividimos em dois tipos básicos a comunicação entre os membros de um grupo. A comunicação CENTRALIZADA e DESCENTRALIZADA.
Na comunicação centralizada, em ambientes grupais cuja comunicação seja centralizada os estímulos são produzidos pela figura que filtra as comunicações. Já em comunicação descentralizada, entretanto, onde não há esta centralização e a fluência da comunicação se distribui igualitariamente, temos estes mesmos estímulos também igualmente fluidos entre os membros do grupo.
Aula 8
A entrevista, na verdade, equipara-se a um trabalho de pesquisa, onde aquele que a executa precisa conseguir extrair de seu “objeto de estudo” mais do que algo simplesmente interessante. Ele precisa obter algo capaz de agregar valor ao que já se conhece. Para tal, naturalmente, quem entrevista necessita ter um domínio bem razoável acerca do tema, do entrevistado e dos objetivos que almeja.
A entrevista precisa gerar interesse e gerar interesse significa dar às pessoas que a leem ou ouvem a sensação de que estão descobrindo ou aprendendo algo que lhes seja útil ou prazeroso. Se o profissional tiver a intuição necessária para tal e, ao mesmo tempo, a capacidade de gerar em seu entrevistado a confiança suficiente para que este lhe confidencie o que deseja, certamente conseguirá o material necessário para excelentes entrevistas.
O conhecimento prévio do entrevistado possibilita também prever se ele estará predisposto ou não a fornecer as informações que o profissional almeja. Naturalmente, é mais fácil quando o entrevistado tem interesse em fornecer a informação que se deseja. No entanto, não se pode contar sempre com isso.
O melhor é sempre que a entrevista comece leve e descontraída, caminhe em direção a aspectos de maior profundidade (e se necessário desconforto) e, em seguida, vá retornando gradativamente a um novo clima ameno, até que se encerre sem tensões.
Algumas técnicas são essenciais para o sucesso de uma boa entrevista. Boa parte destas técnicas foi explorada quando tratamos das técnicas de comunicação profissional em geral. No entanto, algumas são muito específicas da entrevista jornalística e vale a pena uma observação mais atenta.
 São elas:
Acolhimento que diz respeito ao quanto o profissional é capaz de se fazer confiável ao entrevistado.
Dosagem que se refere à delimitação necessária ao envolvimento do comunicador para a obtenção das informações.
Empenho dos sentidos; aqui a sensibilidade, o feeling e a intuição do jornalista são ferramentas muitas vezes bem mais confiáveis do que a razão e a lógica. É importante que o entrevistador tenha o treinamento e a astúcia de perceber, através de alterações no tom da voz, gestos, expressões faciais e outros pequenos detalhes captados apenas pelos sentidos, as variações nos sentimentos de seu entrevistado.
Amistosidade que correlata ao acolhimento, e se caracteriza pela demonstração de que o jornalista não é uma ameaça ao entrevistado (como normalmente parece ser).
Relevância. Como tratamos logo ao início da aula, uma entrevista necessita ser relevante. Ela precisa ser capaz de adicionar algo novo ao que se conhece. Uma boa entrevista surpreende, transforma-se em tema de conversas e produz novos olhares sobre as coisas. Isso só ocorre porque agrega algo novo à realidade cognitiva das pessoas que a viram ou leram.
Caminhos da qualidade, aqui a entrevista, a reportagem, é produto do trabalho do jornalista. Sua meta deve ser imprimir melhorias constantes ao resultado de seu trabalho, em busca da qualidade ideal.
Dúvida metódica. René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, instituiu a dúvida como método de investigação científica. Descartes considerava que todo conhecimento válido deveria ser entendido como uma construção da lógica humana.
Aula 9 
No campo profissional, a transcrição do discurso falado para outras pessoas não pode, evidentemente, incorrer no erro de não reproduzir com fidelidade o que foi posto. Assim, os repórteres se veem frente a um dilema.
A atenção ao discurso é absolutamente fundamental para que, após o encerramento da fase de obtenção dos dados, o jornalista seja capaz de (mesmo com poucas linhas anotadas) saber transcrever com precisão e coerência o sentido exato do que foi transmitido.
É natural que cada repórter pode e deve desenvolver suas próprias preferências metodológicas de registro. É importante,no entanto, que esta escolha seja pautada em critérios. O profissional precisa conhecer seus próprios limites de atenção e capacidade mnemônica. Ele precisa estar ciente de sua condição de, a partir de sínteses, extrair dados associados e, principalmente, precisa conhecer como cada método de registro atua frente às diferentes características de entrevistados.
Um aspecto muitas vezes menosprezado, mas que auxilia muito na transcrição do conceito ou ambientação da entrevista é a fotografia. Ela contextualiza a entrevista e um bom fotógrafo é capaz de transmitir em algumas poucas imagens o sentido exato de uma situação ou “clima”. Exatamente por esta característica e força das imagens é que o vídeo, ou a entrevista televisiva, é considerado uma das formas mais invasivas da privacidade e intimidade do entrevistado.
 Ao pensarmos no tratamento dos dados e informações de uma entrevista, o fundamental é considerar que não devemos simplesmente registrar em um texto a narrativa de alguém. O jornalista tem corresponsabilidade naquilo que descreve.
É preciso analisar a coerência do relato, buscar novas informações que complementem ou esclareçam melhor alguns aspectos, conferir informações, checar a veracidade de afirmativas e, em algumas situações, ainda dar sequência aos fatos.
A entrevista é uma atuação profissional e, portanto, como qualquer outra atividade inserida nesta categoria, é regido pelo código de ética da categoria que exerce a função.
Código Penal trata dos chamados “crimes contra a honra”. Nesta categoria, incluem-se três modalidades de crimes: a calúnia (art. 138) que consiste em atribuir, falsamente, a alguém a responsabilidade pela prática de um fato determinado definido como crime, a difamação (art. 139) que consiste em atribuir a alguém fato determinado ofensivo à sua reputação e a injúria (art. 140) que atribui a alguém qualidade negativa, que ofenda sua dignidade ou decoro.
De modo geral, se o repórter realizar a entrevista dentro dos padrões descritos no código de ética dos jornalistas brasileiros, não terá muito com o que se preocupar.
Assim, tem sido interpretado que são direitos básicos do cidadão: Não desejar ser entrevistado; não responder perguntas que considere inapropriadas ou de alguma forma comprometedoras à sua privacidade; solicitar a revisão de suas declarações antes da publicação; solicitar retratação pública quando acreditar que foram divulgadas informações incorretas; não ter sua imagem divulgada; em suma, ter sua pessoa tratada com respeito e dignidade pelos meios de comunicação.
Aula 10
A linguagem corporal é uma forma de comunicação não verbal. Abrange principalmente gestos, postura, expressões faciais, movimento dos olhos e proximidade entre locutor e interlocutor.
Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma linguagem que não mente. 
Muitas vezes temos a nítida sensação de que, embora o discurso do outro transmita uma mensagem, o que captamos é algo totalmente inverso. O motivo pelo qual isto ocorre é que as pessoas transmitem mensagens em dois canais distintos e simultâneos. A transmissão “principal” vai pelo canal da fala, mas há uma segunda transmissão, tão importante quanto em nossa percepção.
 Essa transmissão se refere aos sinais emitidos pelo corpo, pelas expressões faciais, pelo tom de voz. Enfim, por todo um conjunto de emissões simultâneas que podem reforçar ou negar o que está sendo dito.
O domínio dos sinais auxilia o comunicador tanto na “leitura” de contradições ou confirmações do que está sendo dito por outros, como no reforço de mensagens que deseja transmitir. O olhar fixo, por exemplo, demonstra confiança e, até certo ponto, ameaça. Do mesmo modo, o olhar fixo de alguém por muito tempo fará com que você se ponha em situação de desconforto ou conflito.
Outro importante aspecto a ser observado é a gesticulação e os movimentos das mãos. Normalmente percebemos estes gestos enquanto o outro fala (e menos quando nós mesmos estamos falando), mas raramente damos à gesticulação um significado maior.
Este desprezo pelos gestos diminui muito nossa capacidade de interpretar a mensagem do outro. É famosa a gesticulação exagerada dos italianos ou os gestos contidos e praticamente imperceptíveis dos ingleses.  De modo geral, a gesticulação está diretamente associada à espontaneidade ou à repressão de quem fala.
Allport divide a percepção social em diferentes classes em função das interferências e alterações que venha a sofrer pelos fatores sociais e culturais. Dentre estas classes, duas nos parecem de especial interesse para os objetivos da disciplina:
As mudanças na interpretação da natureza dos estímulos. Evidencia-se aqui o caráter social e grupal da interpretação do fato. Assim, membros de uma dada cultura terão a tendência a perceber os eventos de forma semelhante em função de suas similaridades culturais.
Os estilos perceptuais relativos à personalidade. Aqui, o que se evidencia são as particularidades da personalidade do indivíduo percebedor. Assim, mesmo pertencendo à mesma cultura, dois indivíduos podem perceber o fato de forma diferente em função destas características individuais.

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