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Farmacologia Clínica das Doenças Pulmonares Infecciosas e vasculares Terapia empírica ➔ Formulação de um diagnóstico clínico para a infecção microbiana (Amostras para exame laboratorial) ➔ Agente infectante não identificado ● Patógenos mais provavelmente responsáveis pela doença (Espectro antimicrobiano deve ser mais amplo) ● Esperança de que a intervenção precoce melhore o resultado ➔ Em casos graves exige profundo conhecimento dos fármacos e dos microrganismos mais comuns ➔ Quando não há informação microbiológica disponível (Espectro antimicrobiano deve ser mais amplo) ➔ Patógenos mais provavelmente responsáveis pela doença Pneumonia ➔ Pneumonia comunitária ● O tratamento dos episódios de pneumonia comunitária costuma ser empírico. ● Agentes esperados - AMBULATORIAL (Mycoplasma pneumoniae, Clamydophila pneumoniae, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae) ● Duração de tratamento: 5 a 7 dias. ● Em geral betalactâmicos são os antimicrobianos de primeira escolha ● Betalactâmicos / Amoxicilina (7 dias) + Ác. clavulânico ou Macrolídeos (azitromicina / clavulanato) ● Moxifloxacino / levofloxacino + Gemifloxacino (Casos de alergia a betalactâmicos ou/e ● macrolídeos) ➔ Pneumonia hospitalar ● Desenvolvida após 48 h de internação, incluindo a associada à ventilação mecânica ● Dificuldades diagnósticas • características clínicas e perfil de risco muito variados • Infecções por microrganismos multirresistentes ● Terapia específica ou cobertura empírica de microrganismos com sensibilidade avaliada na instituição ● Cefalosporina de 3°Geração (ceftriaxona ou cefotaxina) /Amipicilina + macrolídeos/ Amoxicilina + Ác. clavulânico ● Agentes esperados (Internados NÃO UTI) • S. pneumoniae • M. pneumoniae • C. pneumoniae • H. influenzae • Legionella sp. Agente esperado (Paciente grave) • S. pneumoniae • Bacilos Gram-negativos • H. influenzae • Legionella sp. • S. aureus Tuberculose ➔ Mecanismos de ação dos antimicobacterianos ➔ Fluoroquinolona: Inibe a síntese e o superespiralamento do DNA atuando na topoisomerase ➔ Rifamicina: Inibe a síntese de RNA atuando na RNA-polimerase ➔ Estreptomicina:Inibe a síntese de proteínas atuando na subunidade ribossômica 30S ➔ Macrolídeos: Atuam no RNA ribossômico 23S, inibindo a peptidiltransferase ➔ Isoniazida e etionamida: Inibe a síntese de ácido micólico ➔ Etambutol:Inibe a síntese da parede celular ➔ Pirazinamida:Inibe a trans-tradução e síntese da membrana celular CONTRA TUBERCULOSE CONTRA TUBERCULOSE (2ª escolha) ● Etambutol ● Isoniazida ● Pirazinamida ● Rifabutina ● Rifampicina ● Rifapentina ● Ácido paraminossalicílico ● Aminoglicosídeos ● Bedaquilina ● Capreomicina ● Ciclosserina ● Etionamida ● Fluoroquinolonas ● Macrolídeos ➔ Plano farmacoterapêutico Isoniazida ➔ Mecanismo de ação: pró-fármaco ativado pela catalase-peroxidase micobacteriana (KatG) ➔ Inibe a síntese de ácido micólico • Bacteriostático ➔ Penetra nos macrófagos • Atua em MOs extracelulares e intracelulares ➔ Posologia ➔ Reações adversas: ● Hepatotoxicidade (Acetiladores lentos e etilistas) ● Neuropatia periférica (doses mais altas) • Acetiladores lentos, desnutrição, etilismo, diabetes melito, Aids e uremia • Deficiência de piridoxina (Aumento de excreção (suplementar 10 mg/dia)) ➔ Interações medicamentosas: ● Antiácidos e adsorventes • Antiácidos reduzem a absorção ● Antiepiléticos • Inibe metabolismo de carbamazepina, etossuximida e fenitoína • carbamazepina possivelmente aumenta a hepatotoxicidade de isoniazida ● Ansiolíticos e hipnóticos • Inibe metabolismo do diazepam Rifamicinas ➔ Rifampicina, rifabutina e rifapentina ➔ Mecanismo de ação: liga-se à subunidade β da RNA-polimerase e impedindo a formação da cadeia na síntese de RNA ➔ Eficaz contra vários microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos ➔ Alta permeabilidade em tecidos e células fagocíticas (Atividade em abscessos e cavidades pulmonares) ➔ Substituir a Rifampicina por Rifabutina em casos de HIV ➔ Posologia: 600 mg/dia (10 mg/kg/dia) por via oral 600 mg/dia/4 meses (Tuberculose latente) ➔ Reações adversas: coloração alaranjada inócua à urina, ao suor e às lágrimas / exantemas, trombocitopenia e nefrite / icterícia colestática e hepatite ➔ A rifampicina pode induzir as enzimas CYP450 e os transportadores hepáticos (Aumento na metabolização de vários fármacos ➔ Fármaco deve ser usado cautelosamente em pacientes idosos, alcoolistas ou que sofrem de doença hepática crônica ➔ Como a rifampicina induz fortemente as CYP 1A2, 2C9, 2C19 e 3A4, sua administração leva a uma diminuição da t1/2 para uma série de compostos que são metabolizados por essas CYP Pirazinamida ➔ Mecanismo de ação: ● Ativada por condições acídicas • Lisossomos de macrófagos • Margens das cavidades necróticas da TB ● Interfere • Na síntese de ác. micólico • No transporte de membrana ➔ Os inibidores do metabolismo energético ou estados reduzidos de produção de energia conduzem a um efeito aumentado da pirazinamida ➔ Posologia Padrão • 25 mg/kg/dia V.O. • 40-50 mg/kg, 2-3x/semana Doenças renais • 25 a 35 mg/kg, 3x/semana ➔ Efeitos adversos ● Hepatotoxicidade • Principalmente (40 a 50 mg/kg) • Acompanhamento da função hepática ● Hiperuricemia - Gota ➔ A maior parte do benefício clínico da pirazinamida ocorre no princípio do tratamento. Por isso, seu uso é interrompido, em geral, após 2 meses de um tratamento de 6 meses Etambutol ➔ Mecanismo de ação: ● Tuberculostático ● Síntese da parede celular ● Inibe a arabinosil-transferase III, interrompendo assim a transferência de arabinose para a biossíntese de arabinoga-lactano, o que, por sua vez, interrompe a montagem da parede celular micobacteriana. ➔ Reação adversas: ● Neurite óptica, resultando em diminuição da acuidade visual e perda da capacidade de diferenciar o verde e o vermelho ● Exantema ● Febre ➔ O etambutol diminui a excreção de ácido úrico, por isso é preciso ter cautela com pacientes com gota ➔ Posologia: 15 a 25 mg/kg/dia V.O. (associado à isoniazida e/ou rifampicina) ➔ TRATAMENTO DA TUBERCULOSE ● Adulto ● Crianças ➔ Fármacos de 2° linha ETIONAMIDA • Quimicamente relacionada com a isoniazida • bloqueia a síntese dos ácidos micólicos. • Posologia : 250 mg/dia – aumentar até 1 g/dia VO • Reações adversas • irritação gástrica e sintomas neurológicos • Pacientes com uso de anticonvulsivante ( Isoniazida por etionamida ) CAPREOMICINA • Inibidor da síntese do peptídeo proteico • Tratamento da tuberculose resistente a fármacos • Posologia : 1 g/dia I.M. • Reações adversas • nefrotóxica e ototóxica. • Zumbido, surdez e distúrbios vestibulares CICLOSSERINA • inibidor da síntese da parede celular • Posologia : 250-500 g/2x dia VO • Reações adversas • Mais graves são neuropatia periférica • disfunção do SNC (depressão e reações psicóticas) OUTROS • ácido aminosalicílico (PAS) - desuso • Canamicina e amicacina - Amicacina é mais indicada • Quinolonas - Cepas resistentes (em combinação) • Rifapentina e Rifabutina (Análogos à rifampicina) Questões L.A.T., 43 anos, masculino, cobrador de ônibus, foi à Unidade Básica de Saúde, pois, há 3 dias, apresenta febre, tosse, expectoração, dispneia e dor torácica. Nega tabagismo, doenças respiratórias crônicas e infecções recentes. O paciente foi diagnosticado com pneumonia comunitária leve. Com base no caso relatado, assinale a terapia adequada: (A) Levofloxacino por 3 dias (B) Amoxicilina por 7 dias (C) Amoxicilina/clavulanato por 5 dias (D) Cefepima por 5 dias GABARITO: B JUSTIFICATIVA DO GABARITO: O tratamento dos episódios de pneumonia comunitária costuma ser empírico. É importante que se tenha conhecimento da flora microbiológica local para a escolha terapêutica. Em geral, os beta lactâmicos são os antimicrobianos de primeira escolha com associação de macrolídeos e quinolonas para quadros mais graves. A duração de tratamento de pneumonias não complicadas deve ser de 5 a 7 dias. Tratamento domiciliar de pneumonia comunitária leve: Fármacos de escolha (Amoxicilina, SMX/TMP, Doxiciclina) Fármacosalternativos (Levofloxacino e Cefuroxima) O.D.J., 27 anos, feminino, costureira, relata tosse produtiva, febre vespertina, sudorese noturna, anorexia e emagrecimento. Baciloscopia de escarro positiva e foi diagnosticada com tuberculose pulmonar. A paciente possui três filhos e o mais novo, de 2 meses, ainda mama. Sobre o caso acima, qual é a orientação correta para essa mãe? (A) Ela deve iniciar a farmacoterapia imediatamente e substituir o aleitamento materno por fórmula infantil. (B) A paciente deve manter a amamentação até os 6 meses e, só então, iniciar a farmacoterapia para tratar a tuberculose. (C) A farmacoterapia deve ser iniciada, mas a isoniazida é contraindicada durante a amamentação, devendo ser substituída até o fim do aleitamento exclusivo. (D) A farmacoterapia deve ser iniciada sem a suspensão da amamentação, desde que a mãe não apresente mastite tuberculosa. GABARITO: D JUSTIFICATIVA DO GABARITO: os medicamentos anti tuberculose passam em pequenas quantidades pelo leite materno, por isso a importância do seu uso seguro durante a amamentação (RicH; seunG, 2003; WHo, 2014). não há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não seja portadora de mastite tuberculosa. É recomendável, entretanto, que faça uso de máscara cirúrgica ao amamentar e ao cuidar da criança, enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver positiva. Sobre ao tratamento da tuberculose em pacientes diabéticos, analise as assertivas abaixo e a relação proposta entre elas: I. A rifampicina acelera a metabolização de hipoglicemiantes orais das classes sulfonilureias, metiglinidas e biguanidas. PORTANTO II. Caso o controle glicêmico não seja atingido durante o tratamento da tuberculose, a insulinoterapia deverá ser instituída. (A) As afirmações I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa da I. (B) As afirmações I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. (C) A afirmação I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. (D) A afirmação I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. GABARITO: A JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Nos pacientes com diabetes e tuberculose deve-se ficar atento às complicações referentes ao tratamento de ambas as doenças. como o diabetes retarda a resposta microbiológica, pode ocorrer diminuição das taxas de cura, aumento das recaídas, além de maior evolução para tuberculose resistente (WHo, 2011). nesse sentido, é de fundamental importância o tratamento diretamente observado, o adequado controle glicêmico e o controle do tratamento da tb por meio das baciloscopias mensais. Quanto ao tratamento de ambas as comorbidades, deve-se considerar o fato da rifampicina ser um potente indutor do complexo enzimático p450, que acelera o metabolismo de vários medicamentos, incluindo os hipoglicemiantes orais tipo sulfonilureias (glibenclamida, glimepirida, glipizida), as metiglinidas (repaglinida e nateglinida) e biguanidas (metformina). a isoniazida, por sua vez, pode diminuir a ação da metformina. dessa forma, devido à complexidade das interações medicamentosas, caso o controle glicêmico não seja atingido durante o tratamento da tb, a insulinoterapia deverá ser instituída. Paciente, 24 anos, gestante (23 semanas) foi diagnosticada com tuberculose. O plano terapêutico será, em princípio, feito no esquema básico. Entretanto, a paciente deve fazer uso de piridoxina para evitar um possível efeito neurotóxico no feto. Qual fármaco está relacionado a esse efeito? (A) Rifampicina (B) Isoniazida (C) Etambutol (D) Pirazinamida GABARITO: B JUSTIFICATIVA DO GABARITO: A piridoxina, vitamina B6 (10-50 mg/dia) deve ser administrada com isoniazida para minimizar os riscos de toxicidade neurológica em pacientes predispostos à neuropatia (p. ex., os malnutridos, idosos, mulheres grávidas, indivíduos infectados pelo HIV, pacientes diabéticos, pacientes alcoolistas e pacientes urêmicos). Sobre as pneumonias hospitalares, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa verdadeira: I. O uso de sulfametoxazol/trimetoprima é indicado para o tratamento de pacientes internados com infecção pulmonar de risco moderado. II. A escolha dos antimicrobianos depende, principalmente, do risco de infecção por microrganismos multirresistentes. III. Para pacientes internados em estado grave, um dos protocolos sugeridos é a associação de ceftriaxona e claritromicina. (A) As afirmativas I e II estão corretas. (B) As afirmativas I e III estão corretas. (C) As afirmativas II e III estão corretas. (D) As afirmativas I, II e III estão corretas. GABARITO: C JUSTIFICATIVA DO GABARITO: O uso de sulfametoxazol/trimetoprima pode ser indicado apenas para o tratamento de pacientes com infecção pulmonar comunitária leve. Dificuldades diagnósticas, características clínicas e perfil de risco muito variados dos pacientes, bem como frequente infecção por microrganismos multirresistentes (variável entre instituições) impedem que se apresentem recomendações universais para a escolha de antimicrobianos em pneumonias nosocomiais. Para pacientes internados em estado grave, os protocolos sugeridos são associação de ceftriaxona e claritromicina; Amoxicilina/clavulanato e claritromicina; cefuroxima e claritromicina Paciente, 46 anos, foi à UBS com tosse, expectoração e febre. Foi diagnosticado com pneumonia comunitária. Relata alergia à penicilina. Com base no quadro acima, qual seria a terapia antimicrobiana de primeira escolha? (A) Amoxicilina/clavulanato (B) Levofloxacino (C) Azitromicina (D) Cefepima GABARITO: C JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Em geral betalactâmicos e macrolídeos são os antimicrobianos de primeira escolha com associação de macrolídios ou quinolonas para quadros mais graves Paciente, 31 anos, foi à Unidade Básica de Saúde, pois, há 2 dias, apresenta febre, tosse e expectoração. Nega tabagismo, doenças respiratórias crônicas e infecções recentes. Relata alergia à penicilina. O paciente foi diagnosticado com pneumonia comunitária leve. Com base no caso relatado, assinale a terapia mais adequada: (A) Doxiciclina por 7 dias (B) Amoxicilina por 7 dias (C) Levofloxacino por 3 dias (D) Cefepima por 5 dias GABARITO: Item A JUSTIFICATIVA DO GABARITO: O tratamento dos episódios de pneumonia comunitária costuma ser empírico. É importante que se tenha conhecimento da flora microbiológica local para a escolha terapêutica. Em geral, os betalactâmicos são os antimicrobianos de primeira escolha com associação de macrolídeos ou quinolonas, para quadros mais graves. A duração de tratamento de pneumonias não complicadas deve ser de 5 a 7 dias. Tratamento domiciliar de pneumonia comunitária leve: Fármacos de escolha (Amoxicilina, SMX/TMP, Doxiciclina) Fármacos alternativos (Levofloxacino e Cefuroxima) O tratamento da tuberculose é longo e demanda bom acompanhamento do paciente a fim de evitar abandono ou complicações graves. Assinale a alternativa correta sobre possíveis riscos associados ao tratamento da tuberculose: (A) A isoniazida produz coloração alaranjada inócua em urina, suor e lágrimas. (B) A rifampicina promove inativação de algumas isoformas do citocromo P450, desacelerando a metabolização de vários fármacos. (C) O risco de hepatotoxicidade por isoniazida é alto e a hepatite é frequente em todas as faixas etárias. (D) A perda da acuidade visual é o efeito adverso grave mais comum em pacientes que fazem uso de etambutol. GABARITO: Item D JUSTIFICATIVA DO GABARITO: A rifampicina produz uma coloração alaranjada inócua à urina, ao suor e às lágrimas. A rifampicina induz intensamente a maioria das isoformas do citocromo P450 (CYP1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4), o que aumenta a eliminação de vários outros fármacos. O risco de hepatite depende da idade. A doença raramente ocorre em pacientes com menos de 20 anos; manifesta-se em 0,3% daqueles com idade entre 21 e 35 anos, em 1,2% daqueles com idade entre 36 e 50 anos e em 2,3% daqueles com 50 anos ou mais A hipersensibilidade ao etambutol é rara. O evento adverso grave mais comum é a neurite retrobulbar, resultando em perda da acuidade visual e em cegueirapara as cores vermelho e verde Paciente, 37 anos, etilista crônico, foi diagnosticado com tuberculose pulmonar. Sobre o caso, avalie as afirmativas a seguir e a relação entre elas: I. Há indicação de administração de piridoxina para esse paciente. POIS II. A rifampicina acelera a depuração dessa vitamina e há risco aumentado de neuropatia. (A) As afirmações I e II são verdadeiras e a II é uma consequência da I. (B) As afirmações I e II são verdadeiras, mas a II não é uma consequência da I. (C) A afirmação I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. (D) A afirmação I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. GABARITO: Item C JUSTIFICATIVA DO GABARITO: A piridoxina, vitamina B6 (10-50 mg/dia) deve ser administrada com isoniazida para minimizar os riscos de toxicidade neurológica em pacientes predispostos à neuropatia (p. ex., os malnutridos, idosos, mulheres grávidas, indivíduos infectados pelo HIV, pacientes diabéticos, pacientes alcoolistas e pacientes urêmicos) V.P.C, 7 anos, masculino, foi levado por seus pais à UPA, pois apresentava tosse mucosa há dias e começou a apresentar, também, hemoptise. O paciente foi diagnosticado com tuberculose pulmonar ativa. Sobre os protocolos de tratamento da tuberculose, assinale a afirmativa verdadeira: (A) O tratamento com isoniazida, rifampicina e pirazinamida deve ser mantido por seis meses. (B) A terapia com isoniazida-rifampicina deve ser administrada durante 9 meses. (C) A terapia com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol deve ser mantida por dois meses e nos quatro meses seguintes, o paciente deve tomar apenas isoniazida-rifampicina. (D) A terapia com isoniazida por seis meses é indicada para o tratamento de tuberculose latente. GABARITO: B JUSTIFICATIVA DO GABARITO: A adição da pirazinamida à combinação de isoniazida e rifampicina durante os dois primeiros meses permite que a duração total da terapia seja reduzida para 6 meses sem perda da eficácia A combinação de isoniazida-rifampicina administrada durante 9 meses cura 95 a 98% dos casos de tuberculose causados por cepas suscetíveis Na prática, a terapia é iniciada com um esquema de quatro fármacos com isoniazida, rifampicina, pirazinamida mais etambutol, até que se tenha determinado a sensibilidade do isolado clínico. A isoniazida, como agente único, também é indicada para tratamento de tuberculose latente e o tratamento geralmente dura nove meses. Com o aumento no número de internações decorrentes da pandemia de COVID-19, aumenta, também, o risco de infecções hospitalares. Dentre elas, a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM). Sobre as infecções hospitalares, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa verdadeira: I. A escolha dos antimicrobianos depende, principalmente, do risco de infecção por microrganismos multirresistentes. II. O uso de sulfametoxazol/trimetoprima é indicado para o tratamento de pacientes internados com infecção pulmonar de risco moderado. III. Para pacientes internados em estado grave, um dos protocolos sugeridos é a associação de ceftriaxona e claritromicina. (A) As afirmativas I e II estão corretas. (B) As afirmativas I e III estão corretas. (C) As afirmativas II e III estão corretas. (D) As afirmativas I, II e III estão corretas. GABARITO: B JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Dificuldades diagnósticas, características clínicas e perfil de risco muito variados dos pacientes, bem como frequente infecção por microrganismos multirresistentes (variável entre instituições) impedem que se apresentem recomendações universais para a escolha de antimicrobianos em pneumonias nosocomiais. O uso de de sulfametoxazol/trimetoprima pode ser indicado apenas para o tratamento de pacientes com infecção pulmonar comunitária leve. Para pacientes internados em estado grave, os protocolos sugeridos são associação de ceftriaxona e claritromicina; Amoxicilina/clavulanato e claritromicina; cefuroxima e claritromicina . J.A.B, 46 anos, masculino, chegou à UBS relatando tosse cheia, calafrios, febre alta (até 40°C) e dificuldade de respirar. Durante a avaliação, o médico observou que o paciente apresentava taquicardia e taquipneia. O paciente foi diagnosticado com pneumonia comunitária. Ao perguntar se o paciente havia usado algum antimicrobiano recentemente, o paciente negou, mas disse ter alergia à penicilina. Com base no quadro acima, qual seria a terapia antimicrobiana de de primeira escolha? (A) Azitromicina (B) Amoxicilina/clavulanato (C) Levofloxacino (D) Cefepima GABARITO: A JUSTIFICATIVA DO GABARITO: Em geral betalactâmicos e macrolídeos são os antimicrobianos de primeira escolha com associação de macrolídios ou quinolonas para quadros mais graves. A amoxicilina/clavulanato não pode ser usada devido a hipersensibilidade aos betalactâmicos Um homem de 24 anos voltou à clínica um mês após iniciar o tratamento contra TB para realizar seu check-up. Ele está tomando isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Ele afirma sentir-se bem, mas está com dificuldade para ler o jornal de manhã e acha que está precisando de óculos. Qual dos seguintes fármacos pode estar provocando esse declínio na visão? A. Isoniazida. B. Rifampicina. C. Pirazinamida. D. Etambutol. Resposta correta = D. A neurite óptica, manifestada como diminuição da acuidade visual ou perda da discriminação das cores, é o efeito adverso mais importante associado ao etambutol. Os distúrbios visuais, em geral, são dose-dependentes e mais comuns em pacientes com diminuição da função renal. Eles são reversíveis (podendo demorar de semanas a meses) se o etambutol for interrompido imediatamente. Um homem de 35 anos, ex-viciado em heroína, vem sendo mantido com metadona nos últimos 13 meses. Duas semanas atrás, seu teste cutâneo deu positivo para TB (teste PPD), e a radiografia torácica mostrou evidências de infecção no lobo superior direito. O paciente iniciou o tratamento antimicobacteriano padrão. Ele aparece na emergência queixando-se de “sintomas de abstinência”. Qual dos seguintes antimicobacterianos provavelmente causou essa reação de abstinência aguda no paciente? A. Etambutol. B. Isoniazida. C. Pirazinamida. D. Rifampicina. Resposta correta = D. A rifampicina é um potente indutor das enzimas biotransformadoras de fármacos dependentes de CYP450. A duração da ação da metadona é dependente de depuração hepática, de forma que o aumento da sua biotransformação diminui a duração e aumenta o risco de sintomas de retirada em indivíduos mantidos com ela. Nenhum dos outros fármacos listados é indutor das enzimas CYP450. Um homem de 42 anos, portador do HIV, foi recentemente diagnosticado com TB ativa. Atualmente, está sob regime estável anti-HIV, composto de dois inibidores da protease e dois inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo (ITRNs). Qual é o tratamento mais apropriado contra a TB neste caso? A. Rifampicina + isoniazida + pirazinamida + etambutol. B. Rifabutina + isoniazida + pirazinamida + etambutol. C. Rifapentina + isoniazida + pirazinamida + etambutol. D. Rifampicina + moxifloxacino + pirazinamida + etambutol. Resposta correta = B. A rifabutina é recomendada no lugar da rifampicina em pacientes coinfectados com HIV, pois ela é um indutor menos potente das enzimas CYP450 do que a rifampicina. Contudo, a rifabutina é substrato da CYP3A4, podendo ocorrer interação bidirecional. Outras medicações, como os inibidores de proteases, podem afetar a concentração de rifabutina, exigindo ajuste de dosagem. A resposta E é incorreta, pois estes não são fármacos de primeira linha. “Sejam sempre humildes, bem-educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor.” Efésios 4:2