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Dermatite Trofoalérgica em Cães e Gatos

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14
DERMATITE TROFOALÉRGICA
hipersensibilidade alimentar
Prof.o Msc. Paulo Sergio Salzo
Informativo Científico editado por Farmina Vet Research
FARMINA VET RESEARCH
PROFISSIONAL CONVIDADO
O Grupo Farmina Vet Research é formado por médicos veterinários e zootecnistas, de diferentes nacionalidades e especialidades, 
que tem como objetivo a busca contínua de soluções nutricionais para cães e gatos.
Isso se dá através de uma estreita colaboração com o Departamento de Ciências Zootécnicas e Inspeção de Alimentos da 
Faculdade de Medicina Veterinária de Nápoles (Itália) - “Università degli Studi di Napoli Federico II”, sob a coordenação da 
Professora Monica Isabella Cutrignelli.
O intercâmbio com profissionais da área se faz também de maneira frequente, levando conhecimento e diferentes experiências 
para médicos veterinários de todo o mundo.
Farmina Vet Research faz parte de uma área científica da empresa que integra-se aos demais departamentos propondo e 
viabilizando inovações nutricionais na forma de novos produtos, sempre com o desafio de oferecer saúde e bem estar aos 
nossos mais fiéis companheiros.
Paulo Sergio Salzo
• Graduado Medicina Veterinária pela USP- 1989;
• Mestre em Clinica Veterinária pela USP em 1997- com o tema “Contribuição ao estudo das 
Hipersensibilidades alimentares em cães”;
• Clinico autônomo desde 1990;
• Residente em clínica médica e cirurgia no Hovet USP nos anos de 1990 e 1991;
• Médico Veterinário atuante na Área de Dermatologia no Hospital Veterinário Pet Care (São Paulo), 
nos hospitais escola da ANHANGUERA e UMESP e nos centros diagnósticos FAUNA e BADIGLIAN;
• Professor de Clínica Médica de Pequenos Animais na Universidade Anhanguera de São Paulo; 
Professor de Clinica Médica de Pequenos Animais, Semiologia e Doenças Infecciosas na Universidade 
Metodista de São Paulo (UMESP);
• Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária
• Coordenador do Curso de pós graduação lato sensu “Clínica de Cães e Gatos” da UMESP.
DERMATITE TROFOALÉRGICA
hipersensibilidade alimentar
Prof.o Msc. Paulo Sergio Salzo
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet Research Edição n.3 - setembro 2014
4
INTRODUÇÃO
A dermatite trofoalérgica, hipersensibilidade alimentar 
ou mais simplesmente, alergia alimentar, está incluída 
no diagnóstico diferencial de cães e gatos acometidos por 
manifestações clinicas associadas às alergopatias. Representa 
uma reação adversa a alimentos de base imunológica, 
assim como a anafilaxia alimentar. Quando a reação 
adversa não envolve o sistema imune, pode-se utilizar os 
termos intolerância e intoxicação alimentar, relacionados, 
respectivamente, com reações metabólicas, idiossincráticas, 
farmacológicas e ingestão de toxinas presentes em alguns 
alimentos (Tabela 1). Clinicamente a diferenciação entre 
todas as reações adversas citadas acima não é exequível 
(LLOYD, 2006; HARVEY & HALL, 2009; PLANT, 2014).
DERMATITE TROFOALÉRGICA
HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR
REAÇÕES ADVERSAS
A ALIMENTOS
DERMATITE
TROFOALÉRGICA ANAFILAXIA
IMUNOLÓGICAS NÃOIMUNOLÓGICAS
INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
IDIOSSINCRASIA
INTOXICAÇÃO
REAÇÃO FARMACOLÓGICA
Tabela 1: nomenclatura utilizada para reação adversa a alimento.
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet ResearchEdição n.3 - setembro 2014
5
Apesar da prevalência relativamente baixa da 
hipersensibilidade alimentar nos pequenos animais, 
quando comparada com dermatite atópica e dermatite 
alérgica à picada de pulgas, muitos animais alérgicos 
apresentam etiologia multifatorial, ou seja, são alérgicos 
a saliva de pulgas e trofoalérgenos e ácaros de poeira ao 
mesmo tempo. Dessa forma, em animais supostamente 
alérgicos, é soberano determinar se o alimento participa 
ou não do quadro clínico (HARVEY & HALL, 2009).
Recentemente a literatura especializada internacional 
propôs reconsiderar a separação entre dermatite atópica e 
hipersensibilidade alimentar, baseando-se principalmente 
na apresentação clínica e predisposição racial similares 
entre as duas doenças. Neste contexto o clínico deve ter em 
mente que a alergia alimentar envolve adicionalmente aos 
sinais e sintomas de dermatite atópica, as manifestações de 
vasculite, onicodistrofia, angioedema, urticária e de doença 
gastrintestinal (HILLIER & GRIFFIN, 2001; PICCO et al., 
2008; NETT, 2012; PLANT, 2014). 
ETIOPATOGENIA
A mucosa do trato gastrintestinal é desafiada 
continuamente com uma variedade de alérgenos. Apesar 
da elevada exposição, apenas alguns animais tornam-se 
alérgicos a alimentos. A barreira de defesa da mucosa 
intestinal, composta principalmente por peristaltismo, 
enzimas digestivas, muco, IgA e imunidade celular 
contribui para a baixa ocorrência da hipersensibilidade 
alimentar. A resposta imune normal relativa a 
proteínas da alimentação é denominada tolerância oral; 
assim, quando a tolerância é falha, o individuo pode 
desenvolver a alergia alimentar (PLANT, 2014).
Basicamente, qualquer ingrediente alimentar pode ser 
um alérgeno para um paciente em particular. Grande 
parte dos alérgenos alimentares são glicoproteínas com 
pesos moleculares entre 10 e 70kD, termoestáveis e 
que estimulam a resposta de produção de IgE alérgeno 
específica. Estas glicoproteínas podem ser reconhecidas 
apenas após digestão ou aquecimento e preparo do 
alimento. A determinação de alérgenos alimentares 
representa um grande desafio em medicina veterinária. 
Os principais identificados em cães incluem o leite, carne 
bovina, ovos, cereais e derivados do leite, e, em gatos, peixe 
e derivados do leite. Em geral, a maioria dos alimentos 
incriminados são aqueles mais comumente oferecidos na 
dieta: carne bovina, derivados do leite, frango, leite, trigo, 
ovos, peixe, milho e soja. O mesmo raciocínio se aplica a 
petiscos oferecidos regularmente. Aditivos e conservantes, 
apesar do forte apelo, raramente são causa de alergia 
(WILLEMSE, 2001; NETT, 2012; MILLER, GRIFFIN & 
CAMPBELL, 2013). Como informação nacional, destaca-
se o estudo de Salzo & Larsson (2009), em que foi possível 
o diagnostico de alergia alimentar em 20 cães através de 
dieta de eliminação, em detrimento dos testes sorológicos 
RAST e ELISA, sendo carne bovina, frango e arroz os 
alimentos com maior frequência de acometimento e um 
estudo retrospectivo de 69 casos em que frango, carne 
bovina e derivados do leite foram os trofoalérgenos 
principais (SEIXAS et al., 2009).
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet Research Edição n.3 - setembro 2014
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Reações cruzadas entre alérgenos alimentares e outros 
alérgenos também merecem destaque: ácaros, baratas 
e crustáceos; leite e carne; carne e ovos; frango e peru 
(WILLEMSE, 2001), leite, carne bovina e carne de carneiro 
(MARTIN et al., 2004). 
Após a ingestão do alimento alergênico, acredita-se que 
a reação de hipersensibilidade tipo I, imediata e mediada 
por IgE, seja a principal resposta do sistema imune. 
Sugere-se também que as reações de hipersensibilidade 
tipo III, com deposição de complexos antígeno/anticorpo 
principalmente na pele, e tipo IV, mediada por células, 
contribuam para a patogenia da hipersensibilidade 
alimentar (MILLER, GRIFFIN & CAMPBELL, 2013). 
ASPECTOS CLÍNICOS
Estima-se que um por cento de todas as dermatopatias sejam 
relacionadas com reações adversas a alimentos e que estas 
constituam cerca de 10% das dermatoses alérgicas (MARTIN 
et al., 2004). A hipersensibilidade alimentar pode ocorrer em 
qualquer faixa etária, mas principalmente em animais jovens. 
Qualquer raça canina pode ser afetada, porem SharPei, West 
Highland White Terrier, Boxer, LhasaApso, Pastor Alemão 
e Golden Retriever parecem ter risco maior quanto a essa 
afecção (HARVEY & HALL, 2009). 
Prurido não sazonal de severidade variável é o 
sintoma mais comum na hipersensibilidade alimentar, 
acompanhado ou não de lesões cutâneas. As lesõesobservadas incluem alopecia, eritema, escamas, crostas 
(Figura 1), escoriações, hiperpigmentação e ulceração. 
Urticária e angioedema, podem mais raramente, estar 
presentes. A distribuição lesional e localização de prurido 
são similares às observadas na dermatite atópica (Figura 
2): face, orelhas, axilas, região inguinal e abdômen. Em 
24% dos cães acometidos, otite externa pode ser a única 
manifestação evidente (Figura 3). Prurido em orelhas 
e região perineal é um padrão que pode ser atribuído 
à alergia alimentar em cães (NETT, 2012; MILLER, 
GRIFFIN & CAMPBELL, 2013; PLANT, 2014).
Além do prurido, foliculite bacteriana recidivante 
com ou sem prurido; disqueratinização seca ou 
oleosa com malasseziose e/ou piodermite; urticária 
com prurido variável; lesões ulcerativas e crostosas 
em extremidades de pavilhões e coxins (vasculite) e 
eritema multiforme, também podem ser manifestações 
de alergia alimentar (PLANT, 2014). 
Cerca de 10% dos animais envolvidos apresentam 
sintomas e sinais de doença gastrintestinal concomitante: 
êmese, diarreia e flatulência. 
Em gatos o prurido não sazonal principalmente em face e 
região cervical deve indicar a suspeita de reação alimentar 
adversa, contudo, os padrões de complexo granuloma 
eosinofílico, alopecia simétrica e dermatite miliar também 
podem ter como causa os trofoalérgenos (WILLEMSE, 
2008; MARSELLA, 2012; SANTORO, 2012). 
Infelizmente a apresentação clínica por si nos 
pequenos animais não permite a definição 
diagnóstica dessa enfermidade. 
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet ResearchEdição n.3 - setembro 2014
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Figura 1. Crostas perilabiais em cão acometido por 
dermatite trofoalérgica. Acervo Pessoal. 
Figura 2. Eritema interdigital. Dermatite trofoalérgica 
relacionada a derivados do leite. Acervo Pessoal.
Figura 3. Eritema e escamas em pavilhão auricular. Dermatite trofoalérgica. Acervo Pessoal.
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet Research Edição n.3 - setembro 2014
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DIAGNÓSTICO
Pelo fato da hipersensibilidade alimentar não apresentar 
um padrão lesional e de distribuição típicos, deve-se 
realizar um diagnóstico diferencial com dermatite alérgica 
a picada de ectoparasitas, dermatite atópica, escabiose, 
farmacodermia e alopecia psicogênica (felinos) (HARVEY 
& HALL, 2009). Na rotina de atendimento de casos clínicos 
com animais supostamente acometidos por dermatopatias 
alérgicas, inicialmente deve-se excluir rigorosamente a 
possibilidade de etiologia associada a ectoparasitas antes 
da possibilidade de alimento como causa do quadro 
clínico. Mesmo que o clínico suspeite de etiologia alérgica 
multimodal, é imprescindível reduzir ao máximo o 
contato com pulgas e carrapatos para avaliar o quanto essa 
redução proporcionou de melhora no grau de prurido. 
Recomenda-se também, na presença de malasseziose e/ou 
piodermite bacteriana, inicialmente, tratar essas infecções 
isoladamente ou já acompanhando os procedimentos 
diagnósticos para hipersensibilidade alimentar. 
Exames hematológicos e bioquímicos de rotina não 
apresentam utilidade para o auxílio diagnóstico deste 
quadro mórbido. O exame histopatológico de biópsia 
cutânea inclui alterações compatíveis com quadro de 
hipersensibilidade, não permitindo a definição diagnóstica 
(MILLER, GRIFFIN & CAMPBELL, 2013).
Devido sensibilidade e especificidade baixas, os testes 
alérgicos sorológicos para detecção de IgE e os testes 
intradérmicos com extratos de alérgenos alimentares 
não são indicados até o momento para o diagnóstico de 
dermatite trofoalérgica (SALZO & LARSSON, 2009; 
NETT, 2012; PLANT, 2014). 
Há décadas a prova padrão para o diagnóstico da 
hipersensibilidade alimentar consiste na dieta de eliminação 
seguida pela exposição provocativa (SALZO & LARSSON, 
2009;MILLER, GRIFFIN & CAMPBELL, 2013; PLANT, 
2014) . Para realização da dieta o clínico deve inicialmente 
na anamnese detalhar todos os alimentos e petiscos 
oferecidos ao animal, o que nem sempre é uma tarefa fácil. 
Uma dieta de eliminação adequada deve durar um período 
de cerca de oito semanas e incluir uma fonte de carboidrato 
e uma de proteína inéditos para o paciente em questão. 
Todos petiscos, medicamentos palatáveis e brinquedos com 
corantes devem ser afastados. Animais que caçam dever ser 
privados do acesso externo e todas as pessoas que convivem 
com o animal devem estar cientes do rigor de não oferecer 
nenhum outro tipo de alimento ao animal. A dieta não pode 
ser implementada quando da presença de ectoparasitas, 
como citado anteriormente e nem durante época de 
mudança de residência dos proprietários. 
O procedimento da dieta pode ser extremamente 
difícil de ser realizado em gatos, pois nem sempre há 
tolerância desses animais às mudanças nos hábitos 
alimentares (LUDLOW, 2005).
A dieta pode ser baseada em alimentos caseiros, ração 
comercial com proteína inédita ou ainda, ração comercial 
com proteína hidrolisada. 
A dieta caseira apresenta como vantagens a exclusão de 
aditivos e conservantes, bem como a ausência de risco de 
contaminação industrial que pode ocorrer na produção de 
rações hipoalergênicas. A grande maioria dos proprietários 
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet ResearchEdição n.3 - setembro 2014
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recusa este tipo de dieta, por falta de tempo disponível para 
prepará-la, no caso de domicílios com vários animais, ou 
ainda quando o animal é de grande porte. No caso desta 
dieta perdurar um período superior a oito semanas o clínico 
deve estudar a suplementação da mesma com vitaminas, 
minerais e aminoácidos essenciais. Dentre os alimentos 
mais indicados, sugere-se carne de carneiro ou de coelho 
como fontes de proteína e arroz integral ou batata como 
fontes de carboidrato (apenas fonte proteica para gatos). 
Adiciona-se óleo de milho ou girassol para o alimento 
não causar constipação e a água, tanto para preparo como 
para dessedentação, deve ser preferencialmente mineral 
(MUELLER, 2007; SALZO & LARSSON, 2009; NETT, 
2012; MILLER, GRIFFIN & CAMPBELL, 2013). 
A dieta com fonte proteica inédita varia em termos de 
origem e disponibilidade em diferentes países. Pode incluir 
carne de veado, cavalo, carneiro, coelho, peixe (salmão), 
cabrito, dentre outros. O clínico e o proprietário devem 
atentar ao fato de que o rótulo e embalagem da ração nem 
sempre informam sobre todos os ingredientes realmente 
presentes. Idealmente esta ração também deve apresentar 
uma fonte inédita de carboidrato, embora seja uma causa 
menos descrita de alergia alimentar (PLANT, 2014). 
A ração com proteína hidrolisada utiliza proteína de 
frango ou soja que durante a hidrólise sofre redução de 
tamanho para menos de 10Kd. Com o tamanho inferior 
há menor estímulo do sistema imunológico (LOEFFLER 
et al., 2004; LOEFFLER et al., 2006; PUIGDEMONT, 
2006; RICCI et al., 2010). Alguns estudos mostram 
que até 50% dos cães alérgicos a uma proteína tem o 
quadro clínico agravado quando recebem a proteína 
hidrolisada da mesma origem. Assim, recomenda-se 
estas rações para animais que nunca receberam a dieta 
com a proteína original (OLIVRY & BIZIKOVA, 2010). 
Normalmente as dietas de proteína inédita e proteína 
hidrolisada são balanceadas, podem ser administradas por 
períodos indefinidos e a aceitação do proprietário é maior. 
A confirmação diagnóstica somente será obtida se houver 
recidiva de piora clínica quando o animal for submetido 
aos alimentos anteriores da dieta de eliminação. Este 
procedimento, denominado exposição provocativa, nem 
sempre é aceito pelos proprietários. Em períodos de dez 
a 14 dias, cada ingrediente da dieta anterior é oferecido 
individualmente. Cada alimento então incriminado 
por acarretar exacerbação dos sinais e sintomas será 
considerado um trofoalérgeno e, portanto, não deverá 
mais ser fornecido ao animal (NETT, 2012; PLANT, 2014). 
TRATAMENTO
A terapia consiste simplesmente na remoção dos alérgenosalimentares incriminados através da dieta de eliminação 
e exposição provocativa. Alguns animais necessitarão de 
tratamento concomitante com antibióticos, antifúngicos 
e corticoesteróides, na dependência da gravidade lesional 
e desconforto originado pelo prurido. O clínico precisa 
lembrar que nenhuma terapia medicamentosa pode durar 
o mesmo tempo da dieta durante a fase de diagnóstico e 
assim, recomenda-se que a dieta não esteja acompanhada 
de fármacos por um período mínimo de quatro semanas. 
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet Research Edição n.3 - setembro 2014
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Alguns pacientes atópicos poderão apresentar melhora 
sintomática parcial durante a dieta, sugerindo então que 
os trofoalérgenos participam do complexo de alérgenos 
envolvidos (MILLER, GRIFFIN & CAMPBELL, 2013). 
CONCLUSÕES
A hipersensibilidade alimentar representa uma causa 
pouco frequente de dermatopatia em cães e gatos, mas 
em pacientes com causas alérgicas variadas pode ter uma 
participação superior ao esperado;
A sintomatologia e lesões observadas são pouco 
conclusivas, assim, somente com a dieta de eliminação e 
exposição provocativa pode-se ter a conclusão diagnóstica;
A exclusão de dermatite alérgica à picada de ectoparasitas deve 
preceder obrigatoriamente a realização da dieta de eliminação;
Os testes alérgicos disponíveis, “in vivo”e “in vitro” 
não devem ser utilizados para o diagnóstico da 
hipersensibilidade alimentar;
O prognóstico pode ser bom desde que haja definição e 
remoção dos trofoalérgenos.
Informativo Científ ico editado por Farmina Vet ResearchEdição n.3 - setembro 2014
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BIBLIOGRAFIA
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