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página - 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Solos Intemperismo Conceito Conjunto de processos: físicos, químicos, físico-químicos que atuam na superfície dos continentes e que acabam transformando, após milhares a milhões de anos: ROCHA SÃ SAPROLITOS SOLOS Materiais tenazes Rochas podres ou Parcialmente decompostas Materiais friáveis σc=500 a 1800 Kgf/cm 2 σc=0a50 Kgf/cm 2 Onde σc = Resistência à compressão simples. Rochas são agregados de minerais firmemente entrelaçados e/ou fortemente cimentados, que não são desagregados pela pressão dos dedos. Rochas sedimentares como argilitos e folhelhos podem ser desagregados quando pressionados com os dedos. Solos são agregados de minerais (na sua maioria argilo-minerais) justapostos ou frouxamente entrelaçados e/ou fracamente cimentados, que são desagregados pela pressão dos dedos quando úmidos ou secos. Os solos e os saprolitos são o resultado final do intemperismo físico e químico sobre as rochas. Rochas sedimentares, como argilitos, possuem uma resistência mecânica semelhante aos solos, mas não devem ser consideradas como solos. Tipos de intemperismo Intemperismo físico compreende os processos que fraturam ou fragmentam as rochas e desagregam os minerais das rochas. Intemperismo químico compreende os processos capazes de decomporem os minerais das rochas. Essa decomposição transforma os minerais primários em minerais secundários (argilo-minerais). página - 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos SOLO SAPROLITO ROCHA Solo residual página - 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Processos do intemperismo físico Variação da temperatura As rochas, por ação do sol, são aquecidas 1,5 a 2,5 vezes mais que a atmosfera, apresentando temperaturas acima de 60°C. À noite elas passam a ter temperaturas da ordem de 20°C. Em algumas regiões, pode chegar até 10°C e em outras, até de 0°C. Cada mineral possui um coeficiente de dilatação diferenciado, provocando a desagregação da rocha devido as tensões de dilatação e compressão internas no maciço rochoso. As rochas, nestas condições: • Durante o dia : DILATAM-SE • Durante a noite: CONTRAEM-SE Sendo submetidas diariamente a esforços intermitentes que após dezenas a centenas de milhares de solicitações são capazes de provocarem o fraturamento das rochas, por fadiga. Hidratação dos minerais das rochas A maioria dos minerais das rochas, inclusive os feldspatos: hidratam-se com aumento de volume deslocando e quebrando os minerais adjacentes. A hidratação dos minerais origina tensões internas que são as principais responsáveis pela desagregação das rochas, dando origem a solos com fragmentos de rocha e arenosos, quando originários de rochas macro-granulares (granitos, gnaisses, conglomerados, arenitos, etc) e dando origem a solos siltosos, quando originários de rochas micro-granulares (basaltos, riolitos, etc). Congelamento e degelo A água ao congelar-se, cristaliza-se e aumenta em 9% seu volume. Quando uma fenda estiver cheia de água e a temperatura atingir –22°C, o congelamento da água exerce sobre as paredes uma força expansiva da ordem de 2000 Kgf/cm2, que poucas rochas são capazes de resistir. A repetição periódica do congelamento e degelo das águas intersticiais, que ocupam parcialmente ou totalmente os poros e as fendas, acaba por fragmentar a rocha, mesmo as mais resistentes. Em regiões sujeitas a ciclos de congelamento e degelo, as rochas estão cobertas por uma camada de cascalho anguloso (fragmentos de rocha) resultantes da ação do gelo. página - 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Tensões nas fraturas Devido ao degêlo Crescimento dos minerais (cristais) As águas de infiltração e/ou gases podem precipitar, de forma lenta e gradual, solutos nas fendas das rochas, dando origem a cristalização de sais ou minerais. Os minerais, dessa forma, podem exercer forças de expansão devido a cristalização, similares às do congelamento das águas intersticiais, nas paredes das fendas, capazes de provocar a fragmentação das rochas adjacentes de forma lenta e progressiva. Alívio de pressões Degelo de espessas camadas de gelo após um período glacial ou erosões de espessas camadas de solos e rochas provocam nos maciços rochosos alívio de pressão e conseqüente expansão do maciço, originando fraturas paralelas à superfície do terreno ou a abertura de fendas existentes. página - 5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos O efeito de alívio de pressões se faz sentir até centenas de metros abaixo da superfície do terreno. Esse tipo de intemperismo tem importância em barragens construídas em vales formados por erosão. O alívio de pressão faz-se sentir tanto no sentido vertical como no sentido horizontal. Devido as grandes massas de rocha removidas por erosão, o número de fendas abertas por alívio de pressão é significativo e, fatalmente, ocorrerão grandes fugas de água sob as barragens construídas em tais vales. página - 6 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos NA Fundações por sapatas sobre rocha pressupõem recalques nulos. Mas, se existir abaixo da superfície da rocha uma fenda aberta, horizontal ou inclinada, recalques significativos ocorrerão, provocando fissuras, trincas e até fraturas no edifício, comprometendo sua estabilidade. Na caso de taludes em cortes de estrada. Quando é realizada a escavação para a abertura da estrada, é retirado o apoio natural do maciço rochoso. Como conseqüência, aparecem fissuras no maciço rochoso ou solo, podendo ocorrer a ruptura do talude. página - 7 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Princípios do intemperismo químico A água de infiltração, proveniente da chuva, que chega até as rochas, é levemente ácida, porque incorpora: • CO2, oxigênio e nitrogênio ao atravessar a atmosfera; • Ácidos orgânicos e CO2 provenientes da transpiração e putrefação dos organismos, em geral microorganismos, que existem em abundância nos poros da parte superior dos solos sobre as rochas. As substâncias em solução, de grande mobilidade e grande atividade química, são capazes de realizar uma permuta de radicais básicos ou ácidos com minerais das rochas. Da mesma forma, os colóides, que ocorrem também em suspensão nas águas de infiltração, sendo de fácil dispersão e possuindo íons na capa externa de água absorvida, podem reagir com os minerais das rochas. Assim, o mecanismo do intemperismo químico consiste na troca lenta e gradual de íons, durantes milhares (ou milhões) de anos entre os solutos e os colóides das águas de infiltração de um lado e os minerais das rochas de outro lado. O intemperismo químico depende, portanto, exclusivamente da água, predominando nos climas úmidos e sendo mínimo nos climas desérticos. Para que a decomposição química dos minerais se efetue, é necessário que haja um fornecimento contínuo de íons em solução e/ou colóides em suspensão pelas águas de infiltração, que percolam em direção à rocha. Além da presença de água, as condições de pH e eH do ambiente de decomposição contribuem para a velocidade do intemperismo e os minerais que serão formados, por exemplo: dependendo das condições de pH e eH o Fe pode se alterar para Fe+2 ou Fe+3. página - 8 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Como, abaixo do nível de drenagem de uma região,as águas não se encontram em movimento, este nível é o limite inferior do intemperismo químico, ou seja, abaixo do nível de drenagem não ocorre decomposição das rochas. Na zona de intemperismo, verifica-se um grande número de reações químicas e, conforme forem estas reações, assim serão classificados os processos de intemperismo químico. Processos do intemperismo químico Oxidação Os íons de oxigênio contidos nas águas de infiltração, provenientes da atmosfera e da dissociação das moléculas de água, reagem com os minerais escuros das rochas liberando óxidos de ferro hidratados. Exemplo: mFeS2 + nH2O + pO - = x(Fe2O3 y H2O) + zH2SO4 pirita óxido de ferro hidratado Os óxidos de ferro hidratados são os grandes pintores da natureza, apresentando cor amarelo parda, quando muito hidratados (Fe+3); e cor vermelha, quando pouco hidratados (Fe+2). Por esta razão, o manto de intemperismo apresenta tonalidades variando em geral do amarelo ao vermelho. Quando a concentração de óxido de ferro é muito grande no solo, esse pode se tornar uma importante fonte de minério de ferro. Esse solo rico em ferro é conhecido como solo laterítico. página - 9 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Dissolução O CO2 (dióxido de carbono) dissolvido nas águas de infiltração, provenientes da atmosfera e da transpiração, secreção e putrefação dos organismos, (em geral- microorganismos) existentes nos poros dos solos, reagem com os minerais carbonatados das rochas, dissolvendo-os. Exemplos: CaCO3 + H2O + CO2 = Ca(HCO3)2 calcita insolúvel bicarbonato de Ca solúvel CaMg(CO3)2 + 2 H2O + 2 CO2 = Ca(HCO3)2 + Mg(HCO3)2 dolomita insolúvel bicarbonatos solúveis Os calcáreos (rochas sedimentares) e os mármores (rochas metamórficas) são constituídos basicamente de calcita ou dolomita respectivamente. As águas de infiltração que percolam pelas fendas daquelas rochas dissolvem seus minerais predominantes sem deixar resíduos formando, após milhares de anos, canais e cavernas de dissolução. Nas barragens sobre mármores e calcáreos: página - 10 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Quando há canais e cavernas de dissolução (caso1) ocorrerão grandes fugas de água pelos canais e cavernas, e, até mesmo, desmoronamento do teto das cavernas com afundamento e o colapso da barragem; quando não há canais e cavernas (caso2) a rocha de fundação será estanque e estável. Na figura abaixo podemos ver a ação do intemperismo sobre estátuas de mármore na França, devido a ação da chuva ácida. Hidrólise Os íons de H+ nas águas de infiltração, provenientes da dissociação das moléculas de água e dos solutos ácidos, reagem com os minerais alumino-silicatos das rochas quebrando a estrutura cristalina da maioria dos minerais, dando origem a novas espécies minerais, como as argilas. página - 11 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Hidrólise dos alumino-silicatos de K, Ca e/ou Na: mKalSi3O8 + n H2O + p H + = ARGILA + x SiO2 2H2O + y K + feldspato K ou ortoclásio sílica coloidal Hidrólise dos silicatos de Al, Fe e MgO: m(Mg,Fe,Al,Ca)Si2C6 + nH2O + pH + = ARGILA + q(Fe2O3 xH2O) + yFe ++ + zMg++ + wCa++ A transformação de um mineral em argila por intemperismo leva, na natureza, centenas a milhares de anos. As argilas não se formam num período curto, como no correspondente à vida útil das obras de engenharia. Por hidrólise, podem se formar diferentes tipos de argilas, dependendo das condições ambientais de drenagem natural e de pH, que podem ser classificados em argilas expansivas e não expansivas. Entre as argilas não expansivas ou de expansão desprezível, as mais comuns são: • Caolinitas, que são silicatos hidratados de Al; • Micas hidratadas, que são basicamente silicatos hidratados de Al com K ou Na, podendo conter ainda Fe e Mg. Entre as argilas expansivas, denominadas de esmectitas, as mais comuns são: • Montmorilonitas: silicatos hidratados de Al, Fe e Mg. • Nontronitas: silicatos hidratados de Al e Fe. • Serpenitas: silicatos hidratados de Al e Mg. Todas as argilas são partículas lamelares com a máxima dimensão variando de 2 microns a 0.1 micron e cátions absorvidos na superfície delas. As esmectitas (do grupo das montmorilonitas) são as que possuem maior carga elétrica, apresentando expansões de aproximadamente 200% quando possuem cátions de Ca++ absorvidos, entre 400 e 700% quando possuem cátions Na+ absorvidos. Intemperismo predominante Os processos de intemperismo físico e químico não ocorrem isoladamente, mas simultaneamente. Dependendo das condições climáticas, podem predominar os processos de intemperismo físico ou os processos de intemperismo químico. Em climas secos (frios ou quentes) predomina o intemperismo físico; em climas úmidos predomina o intemperismo químico. As reações químicas são aceleradas pela temperatura, portanto o intemperismo químico será maior nas regiões de climas úmidos e quentes do que nos climas úmidos e frios. Ele é máximo, evidentemente, nos trópicos. Por estas razões, é que as espessuras máximas dos mantos de solos de decomposição de rochas (regolitos) são da ordem de 120 m entre Curitiba e São Paulo, enquanto no Rio página - 12 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Grande do Sul são da ordem de 40 m, apesar da precipitação pluviométrica ser aproximadamente a mesma. Na região amazônica, as jazidas de bauxitas ocorrem em solos residuais com espessuras de até 100m. A profundidade do intemperismo físico é pequena, enquanto a do intemperismo químico é muito grande, atingindo a mais de uma centena de metros em climas quentes e úmidos. Resistência dos minerais ao intemperismo químico – escala de resistência do intemperismo A resistência a decomposição dos minerais silicatados é diretamente proporcional ao teor de sílica e inversamente proporcional ao teor de cátions presentes dentro da estrutura cristalina dos minerais. Por esta razão, o quartzo, constituído só de SiO2, dificilmente se encontra decomposto na natureza. Escala de resistência MINERAIS ESCUROS MINERAIS CLAROS M IN E R A IS D E B A IX A R E SI ST Ê N C IA → PIROXÊNIOS ANFIBÓLIOS MICA BIOTITA(preta) FELDSPATO Ca FELDSPATO CaNa FELDSPATO NaCa FELDSPATO Na R E SI ST Ê N C IA C R E SC E N T E ← M IN E R A IS D E A L T A R E SI ST Ê N C IA ← HEMATITA – LIMONITA F2O3 F2O3 n H2O FELDSPATO K MICA MOSCOVITA(branca) CALCEDÔNIA QUARTZO Importância da resistência à decomposição dos minerais para a espessura dos solos residuais Num mesmo clima úmido e numa mesma topografia a espessura dos solos, que residem sobre a rocha que lhes deu origem por decomposição, é variável com o tipo de rocha. página - 13 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos As composições mineralógicas daquelas rochas são as seguintes: Granitos Feldspatos K Quartzo Feldspato CaNa ±60% ±30% ±10% Basaltos Diabásios Feldspatos CaNa Piroxênios ±60% ±40% Xistos Filitos Micas escuras Quartzo ±70% ±30% Quartzito Quartzo Feldspato ±90% ±10% Os basaltos e os diabásios, de mesma composição, são rochas constituídas de minerais de baixa resistência a decomposição, dando origem a grande espessura de solo, dependendo da morfologia do terreno. Os xistos e os filitos, sendo constituídos principalmente de micas com uma resistência ao intemperismo químico um pouco maior, originam solos com uma espessura um poucomenor que a dos provenientes dos basaltos. Os quartzitos, constituídos basicamente de quartzo que não se decompõem, ocorrem na superfície sem cobertura de solos ou geram solos de muito pequena espessura. Geralmente ocorrem solos arenosos de pequena espessura em zonas planas. Já os granitos, onde predominam minerais de alta resistência à decomposição (+ 85%), estão cobertos por uma pequena espessura de solos em relação aos basaltos e aos xistos. Dessa forma, a construção de subsolos de edifícios deve ser realizada preferencialmente sobre xistos ou basaltos, porque as escavações em solos custam cinco vezes menos do que em rocha. Deve-se evitar, por motivos econômicos, construí- los sobre granitos ou quartzitos. página - 14 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Velocidade do intemperismo químico em rochas sãs A velocidade de intemperismo químico é muito pequena. Em laboratório se consegue reproduzir o intemperismo químico, mas não se obteve ainda uma escala de tempo. Os dados que se dispõe são de obras muito antigas, onde as rochas empregadas ficaram permanentemente expostas ao sol e à chuva e apresentaram as seguintes velocidades de decomposição: • PIRÂMIDES DE GRANITO DO EGITO 1cm/5000 anos • TÚMULOS DE MÁRMORE DA INGLATERRA 1cm/200 anos Portanto, toda vez que se empregar rochas sãs e duras constituídas de minerais- silicatos, como os granitos, os gnaisses, os basaltos, etc., deve-se esperar uma velocidade de decomposição maior que 1cm/1000 anos. Assim, não haverá qualquer problema de durabilidade dessas rochas, uma vez que a vida útil das obras de engenharia é, em geral, bem inferior a 100 anos. Saprolitos Quando se emprega saprolitos (rochas podres ou rochas parcialmente decompostas) nas obras, a velocidade do intemperismo químico é muito variável, desde desprezível a muito grande. Há casos em que os saprolitos se desagregam em solos em poucos anos e até em poucos dias, reduzindo em muito a resistência deles. No Rio Grande do Sul foram verificados, em algumas rodovias, casos de desagregação dos saprolitos empregados na estrutura dos pavimentos, que se transformaram em solos após períodos muito curtos, como em Bento Gonçalves (4 anos), Santa Maria (4 meses), Sarandi (poucos dias). Quando se emprega saprolitos em obras sujeitas a ação do sol e das chuvas, a possibilidade de ocorrer degradação deve ser considerada, devendo-se realizar previamente, antes do início dos trabalhos de construção, ensaios de durabilidade. A análise de qualidade dos materiais de construção naturais ou industriais deve ser desenvolvida através de ensaios tecnológicos de modo a responder as seguintes perguntas: - Qual a resistência mecânica? - Quanto dura a resistência mecânica? Para todo e qualquer material de construção sempre existe um ensaio tecnológico específico de durabilidade, que pode ser realizado em laboratórios tecnológicos públicos e privados, que existem em qualquer metrópole estadual. página - 15 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Alteração dos saprolitos e constituição dos saprolitos Nos saprolitos, alguns minerais não se decompõem, como o quartzo, outros são resistentes a decomposição, como o feldspato K, que se apresentam parcialmente decompostos, e outros de baixa resistência, como os piroxênios, podem já estarem transformados em argila. Os saprolitos, em geral, possuem a seguinte constituição: • esqueleto resistente • minerais sãos • minerais parcialmente decompostos • argilas nos vazios do esqueleto, provenientes da decomposição final dos minerais de fácil decomposição. As argilas podem ser: • caolinitas (não expansiva) • ilitas (não expansivas) • esmectitas com Ca expansão de ± 200% • na expansão de 400 a 700% Mecanismo de alteração dos saprolitos As argilas expansivas sob a ação do sol se contraem, sob a ação da chuva se expandem. Se as argilas forem expansivas e o esqueleto petreo não resistir às forças de expansão das argilas haverá degradação do saprolito (σc de 200 a 500 Kgf/cm 2) em solo (σc de 0 a 10 Kgf/cm2). Se as argilas forem expansivas e o esqueleto petreo resistir às forças de expansão das argilas, o saprolito não sofrerá degradação, mantendo seu comportamento de rocha e sua resistência inicial. página - 16 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Se as argilas não forem expansivas não haverá degradação dos saprolitos que manterão a resistência inicial de rocha. Ensaios de durabilidade dos saprolitos Mais usual no Brasil para determinar a durabilidade da pedra britada é o Ensaio de Sanidade com Solução de Sulfato de Sódio. Amostras representativas da pedra britada a ser empregada numa obra são submetidas em laboratório a cinco ciclos de 24 horas de secagem em estufa a 110°C, 18 horas de imersão em recipiente com solução de Na. Se as perdas por degradação (desagregação dos minerais ou fraturamento ), após os cinco ciclos, forem: • > 12% a pedra britada é considerada inadequada; • < 12% a pedra britada é considerada adequada. Durante a imersão, nesse ensaio, a solução se infiltra nos poros e nas micro- fendas das pedras britadas, precipitando sulfato de sódio naqueles interstícios, que se cristalizam e exercem pressões de cristalização nas paredes. Estas pressões de cristalização são muito maiores que as pressões de expansão das argilas, responsáveis pela degradação na natureza. Produtos finais do intemperismo químico dos minerais de rocha • feldspatos ⇒ argilas + m SiO2 2 H2O + cations (Na+, Ca++, K+) • piroxênios ⇒ argilas + m Fe2O3 n H2O + cations (Ca++, Mg++) • anfibólios • mica biotita ⇒ argilas + m Fe2O3 n H2O + p SiO2 2 H2O + cations (K+, Mg++) • mica moscovita ⇒ argilas + m SiO2 2 H2O + cations (K+) • quartzo ⇒ não se decompõe • calcita (CaCO3) ⇒ se dissolve sem deixar resíduo • dolomita (CaMgCO3) ⇒ se dissolve sem deixar resíduo A figura abaixo apresenta o resultado do intemperismo químico para as rochas ígneas predominantes no Rio Grande do Sul. Pode-se observar que o quartzo não sofre intemperismo químico. página - 17 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Constituição dos Solos Partículas sólidas justapostas em cujos vazios há ar e/ou água com óxidos e cátions em solução. Partículas constituintes dos solos: • pedras φ ≥ 76 mm (fragmentos de rocha – sãos ou parcialmente decompostos) • pedregulho 76 > φ ≥ 4.8 mm (minerais muito grandes – sãos ou parcialmente decompostos) • areias grossas 4.8 > φ ≥ 0.84 mm ( minerais grandes – sãos e/ou parcialmente decompostos) • areias médias 0.84 > φ ≥ 0.25 mm (minerais médios – sãos e/ou parcialmente decompostos) • areias finas 0.25 > φ ≥ 0.05 mm (minerais pequenos – sãos e/ou parcialmente decompostos) • siltes 0.05 > φ ≥ 0.005 mm (minerais muito pequenos, invisíveis a olho nu – sãos e/ou parcialmente decompostos) • argilas φ < 0.005 mm (minerais provenientes da decomposição final dos minerais silicatos da rocha, que se caracterizam por apresentar plasticidade quando saturados e endurecimento quando secos) página - 18 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Classificação geológica dos solos • solos residuais: residem sobre as rochas que lhes deram origem • solos transportados: constituídos de partículas que sofreram transporte, não residindo mais sobre as rochas que lhes deram origem. • solos orgânicos resultantes da decomposição parcial da celulose da vegetação acumulada na superfície dos continentes. Solos residuais Desenvolvimento do manto de intemperismo As rochas no interior da crostaterrestre se encontram sãs com um sistema de fendas resultante dos processos de formação e dos processos tectônicos que possam ter ocorrido posteriormente. Entrando em contato com a superfície da crosta terrestre ou próximo dessa situação, as rochas passam a ser submetidas inicialmente a ação dos processos de intemperismo físico que acabam: • fraturando e/ou fragmentando-as, aumentando o sistema de fendas • desagregando os minerais delas • abrindo as fendas Dessa forma, a percolação das águas de infiltração provenientes das chuvas através das rochas é facilitada, possibilitando a ação posterior dos processos de intemperismo químico sobre os minerais das rochas. A hidratação sempre é percursora das reações do intemperismo químico e, portanto, os minerais primeiro se desagregam para depois se página - 19 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos decomporem. Assim, na parte inferior do manto de solos residuais, que cobre as rochas, predomina a desagregação dos minerais, enquanto na parte superior predomina a decomposição dos minerais. Camadas constituintes dos solos residuais sobre os saprolitos Os horizontes que formam os solos residuais são os seguintes: • Horizonte C ou solo saprolítico • Horizonte B • Horizonte A Horizonte C O horizonte C ou solo soprolítico ou solo residual jovem solo de alteração de rocha: • Resulta da ação predominante dos processos de intemperismo físico, situando-se acima do saprolito. • Predomina a desagregação dos minerais da rocha mãe. • Os minerais da rocha mãe, que não se decompõem, como o quartzo, originam partículas sãs e tenazes; os minerais de difícil decomposição, como o feldspato K, originam partículas parcialmente decompostas e friáveis; constituindo os pedregulhos, as areias, e os siltes dos solos do horizonte C. • Os minerais de fácil decomposição, como os piroxênios e os feldspatos CaNa, podem estar decompostos em argila. • É um solo pedregulhoso, arenoso ou siltoso, dependendo do tamanho dos minerais da rocha mãe, com pouca argila. • Quando a rocha mãe é rica em minerais de fácil decomposição, como no caso do basalto, onde predominam os piroxênios e os feldspatos CaNa, o solo residual desse horizonte pode ser argiloso com pedregulhos, areias e/ou siltes. página - 20 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos • Guarda o aspecto da rocha mãe. Horizonte B ou solo residual maduro Horizonte B ou solo residual maduro: • Resulta da ação predominante do intemperismo químico, situando-se acima do horizonte C. • A maioria dos minerais passíveis de decomposição estão decompostos em argila. Poucos minerais, como o quartzo, não se decompõem e encontram-se sob a forma de pedregulhos, areias e/ou siltes. • É um solo argiloso com poucos pedregulhos, areias e/ou siltes. • Quando proveniente de rocha rica em quartzo, como o arenito e o quartzito, é um solo arenoso. • Há deposição, nos poros desse solo, de óxidos e argilas trazidos pelas águas de infiltração, que os removeram do horizonte superior A. • Não guarda o aspecto (textura e estrutura) da rocha mãe. • Em regiões tropicais e subtropicais, é um solo rico em Fe2O3 n H2O, apresentando cor vermelha e sendo também denominado de solo laterítico (later = ferro). Horizonte A O horizonte A ou solo superficial orgânico ou top-soil: • Constitui a parte superior do manto de intemperismo, ocorrendo sobre o horizonte B; ou sobre o horizonte C, quando o B não existir; ou sobre o saprolito, quando os horizontes B e C não existirem. • É parcialmente lixiviado (remoção dos óxidos e das argilas) pela águas de infiltração, que precipitam os óxidos e depositam as argilas nos poros do horizonte B. • Há o acúmulo de matéria orgânica (celulose e/ou húmus) proveniente das raízes da vegetação principalmente. • Apresenta cor cinza a preta, dependendo do teor de matéria orgânica. • Não guarda o aspecto (textura ou estrutura) da rocha mãe, mesmo quando sobre o horizonte C e o saprolito, devido à lixiviação. A figura abaixo apresenta a seção geológica completa de um solo residual típico. página - 21 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos O intemperismo físico por hidratação e intemperismo químico, resultantes da ação das águas de infiltração, iniciam-se pelas paredes das fendas para dentro dos blocos individualizados pelas mesmas fendas. Assim, os saprolitos se caracterizam por apresentarem as paredes das fendas mais decompostas que os blocos correspondentes. Entre as camadas constituintes do manto de intemperismo não há em geral uma superfície de separação, mas uma zona de transição. As espessuras dos horizontes são variáveis, dependendo do clima, da topografia e da rocha matriz. No Rio Grande do Sul com clima sub-tropical, as espessuras variam, em geral, no horizonte A de 10 a 30 cm; no horizonte B de menos de um metro a 20 m; no horizonte C de poucos metros a 40 m. Na parte inferior do horizonte C é comum se encontrar blocos arredondados de rocha, denominados de matacões, que não foram ainda transformados em solo. Esses matacões se apresentam envolvidos por solos do horizonte C. Processos de formação dos solos residuais • Processos geológicos: processos de intemperismo físico (predominam no horizonte C) e processos de intemperismo químico (predominam no horizonte B). • Processos pedológicos: acúmulo de matéria orgânica ou humificação (ocorre no horizonte A); eluviação ou lixiviação (ocorre no horizonte A); iluviação, deposição de argilas e precipitação de óxidos pelas águas de infiltração, (ocorre no horizonte B ). Pedologia (pedo = solo) é a ciência que estuda a parte superior do manto de intemperismo, mais especificamente os horizontes A e B, para fins agrícolas, preocupando-se basicamente com as atividades químicas e biológicas dos solos e não com suas características mecânicas. página - 22 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos A matéria orgânica acumulada no horizonte A é constituída de celulose e húmus, sendo o húmus resultante da decomposição parcial da celulose. Os húmus são ácidos orgânicos que ocorrem sob a forma de partículas com φ < 0.1 micron, sendo moles, absorventes e muito ativos quimicamente. O teor de húmus no horizonte A raramente chega a 10%. Devido ao acúmulo de matéria orgânica e aos processos de eluviação (lixiviação) os solos do horizonte A são fofos. Já nos solos do horizonte B, devido aos processos de iluviação, há um enriquecimento de óxidos, sais, coloides e argilas, sendo mais argilosos que o horizonte A correspondente, que, por sua vez é mais arenoso e/ou pedregulhoso. Fatores que influenciam na formação dos solos residuais Clima e topografia • Perfis comuns dos solos residuais nos climas úmidos: predominam os processos de intemperismo químico e os solos residuais tendem a apresentar um perfil completo com os três horizontes. Mas, por outro lado, as erosões das enxurradas removem as partículas dos solos residuais formadas por intemperismo. • Em regiões onduladas: as erosões são pequenas e os solos residuais possuem os três horizontes • Em regiões íngremes (acidentadas): as erosões são muito grandes, impedindo a formação do horizonte B e, as vezes, inclusive do horizonte C. como sempre a vegetação e o horizonte A acabam se formando em cima do horizonte C ou mesmo do saprolito. página - 23 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos • Perfis comuns dos solos residuais em climas secos: predominam os processos de intemperismo físico, fragmentando e desagregando as rochas. Como o intemperismo químico é deficiente,não se forma o horizonte B, apenas o A e o C. • Em regiões onduladas • Em regiões íngremes (acidentadas) página - 24 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Textura da rocha matriz A textura da rocha matriz influi muito no horizonte C, resultante da desagregação dos minerais constituintes, e muito pouco nos A e B. nas rochas com textura: • macro granular • muito grossa (granitos e conglomerados): horizonte C pedregulhoso • Grossa a média (granitos, gnaisses, arenitos fluviais): horizonte C arenoso grosso a médio • Fina (arenito eólico): horizonte C arenoso fino • micro granular (basaltos, riolitos, filitos, e xistos): horizonte C siltoso Os solos do horizonte C de rochas de textura grossa são de alta resistência, quando os minerais constituintes forem de difícil decomposição como o quartzo e o feldspato K, que predominam nos granitos e em certos gnaisses. Estrutura da rocha matriz Estrutura maciça As rochas com estrutura maciça apresentam fendas esparsas, com espaçamentos da ordem do metro, individualizando blocos de rocha muito grandes. As águas de infiltração, percolando pelas fendas, decompõem os minerais das paredes para dentro dos blocos individualizados, dando origem a blocos arredondados, denominados de matacões, que acabam ficando dispersos dentro de uma matriz de solos residuais. Os matacões são arredondados, porque a decomposição dos vértices e das arestas é maior que a das faces. A incidência de matacões é maior na parte inferior do horizonte C, diminuindo a medida que se afasta da rocha, ocorrendo poucos ou nenhum matacão no horizonte B página - 25 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Estrutura fendilhada Na estrutura fendilhada o sistema de fendas é intenso, apresentando espaçamentos da ordem do centímetro ao decímetro, individualizando fragmentos pequenos, que torna a decomposição da rocha mais uniforme, originando solos residuais sem matacões. Mas, se as fendas se apresentarem fechadas e abertas, as águas de infiltração percolarão pelo sistema de fendas abertas e não pelas fechadas. Nestas condições, as fendas abertas individualizarão blocos grandes de rochas fendilhadas e ocorrerão matacões fendilhados no horizonte C. Falha tectônica de compressão Nas zonas adjacentes às falhas de compressão, devido ao atrito desenvolvido pelo deslocamento relativo das massas de rocha de um e de outro lado dos planos de falha, as rochas se apresentam muito fraturadas, aumentando as infiltrações das águas, e com a estrutura cristalina dos minerais constituintes abalada, tornando-os de baixa resistência ao intemperismo. Assim, é comum ocorrerem nas zonas de falhas de compressão gargantas de solo. página - 26 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Mas, se a falha for de tração, não ocorrerá atrito ao longo do plano de falha, porque as componentes horizontais dos movimentos relativos geram esforços de tração naquele plano, não fraturando as rochas adjacentes, nem abalando a estrutura dos minerais constituintes. Diques e veios Os diques, provenientes do resfriamento do magma em fendas da crosta terrestre, podem ser de rochas mais resistentes ou menos resistentes ao intemperismo que as rochas adjacentes, dando origem a muralhas de rocha, dentro dos solos residuais, ou a gargantas de solo, dentro das rochas adjacentes. página - 27 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Devido as altas pressões de injeção, o magma exerce também altas pressões nas paredes da fenda pela qual subiu, fraturando as rochas adjacentes encaixantes. Gases ricos em solutos de SiO2 podem precipitar íons de SiO2 nas paredes das fendas que atravessam, formando veios de quartzo transversais a crosta terrestre e com espessuras variáveis desde um centímetro a metros de espessura. Os veios de quartzo podem, numa sondagem em solo, dar falsa informação de se Ter atingido a rocha, quando na realidade há solo embaixo deles, uma vez que não se decompõem. Estrutura dobrada com bandas alternadas de rochas com diferentes resistências Exemplo: dobramentos de camadas(ou bandas) de xistos ou filitos alternadas com camadas de quartzito. página - 28 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos Os xistos ou os filitos, que são rochas metamórficas constituídas de micas escuras(+ 70%) e de quartzo(+ 30%), se decompõem com facilidade em solos. Já os quartzitos, também rochas metamórficas, não se decompõem porque são constituídos de quartzo basicamente. Subsolos similares ocorrem no manto de intemperismo dos gnaisses (rochas metamórficas) constituídos de bandas ricas em anfibólios e micas biotitas de fácil decomposição e bandas ricas em quartzo e feldspatos de difícil decomposição, alternadas e dobradas. Composição mineralógica da rocha mãe A composição mineralógica da rocha matriz influi principalmente no solo do horizonte C, cujas características mecânicas são herdadas, mas também influi na formação do solo do horizonte B, embora com menor intensidade, como se verifica a seguir: MINERAIS PREDOMINANTES HORIZONTE C HORIZONTE B GRANITO: TEXTURA GRANULAR GROSSA A MÉDIA Feldspato K +55% Quartzo +30% Feldspato CaNa +15% Solo arenoso grosso a médio com pouca argila Solo argiloso com areia grossa a média GNAISSSES: TEXTURA GRANULAR GROSSA A MÉDIA Feldspato Ca ou NaCl Solo arenoso grosso a Solo argiloso com areia página - 29 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos +50% Quartzo +30% Anfibólios e mica biotita +20% médio com mais argila que no granito grossa a média XISTOS E FILITOS: TEXTURA GRANULAR MUITO FINA A MICRO GRANULAR Micas escuras + 70% Quartzo + 30% Solo siltoso com argila Solo argiloso com silte QUARTZITO: TEXTURA GRANULAR FINA Quartzo +90% Solo arenoso fino Solo arenoso fino BASALTO E DIABÁSIO: TEXTURA MICRO GRANULAR Feldspatos CaNa +60% Piroxênios +40% Solo siltoso com muita argila Solo argiloso RIOLITO: TEXTURA MICROGRANULAR Feldspato K +55% Quartzo +30% Feldspato NaCa +15% Solo siltoso com pouca argila Solo argiloso com silte CONGLOMERADO: TEXTURA GRANULAR MUITO GROSSA Seixos rolados de: 1 granito 2 basalto 3 quartzito Solo pedregulhoso 1 solo argiloso com areia 2 solo argiloso 3 solo pedregulhoso ARENITO: TEXTURA GRANULAR GROSSA A MÉDIA(AR.FLUVIAL) OU FINA(AR.EÓLICO) Quartzo >75% Feldspato K <25% Solo arenoso Solo arenoso com pouca argila ARCOSE: TEXTURA GRANULAR GROSSA A MÉDIA(AR.FLUVIAL) OU FINA(AR. EÓLICO) Quartzo <75% Feldspato K >25% Solo arenoso Solo arenoso com mais argila que no arenito ARGILITO: TEXTURA MICROGRANULAR Argila compactada pela natureza Solo argiloso Solo argiloso página - 30 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Geologia de Engenharia II – ENG5102 Intemperismo e Solos CALCÁREO E MÁRMORE: TEXTURA GRANULAR GROSSA A FINA Calcita ou calcita+dolomita >70% Quartzo e/ou silicatos <30% Calcita e dolomita se dissolvem, solo resulta dos minerais acessórios: solo arenoso Calcita e dolomita se dissolvem, solo resulta dos minerais acessórios: solo arenoso ou argiloso dependendo dos outros minerais
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