Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HOOKS, Bell. Introdução. In: ________. Ensinando a transgredir: Uma educação como prática da liberdade. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. 1ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013, p.9-24. Todo o livro tem uma linguagem que combina autobiografia com ideias de outros autores. Hooks vivenciou o momento histórico de segregação racial e o momento da diluição dessa separação de maneira problemática. A autora aponta que nas escolas de negros a educação era política, fazendo parte da luta antirracista, “aprendizado como revolução”1. Ela aponta como adorava ser aluna e aprender novas ideias, mas que contrariam os valores e crenças de casa. Mas que seu entusiasmo esfriou quando foi para uma escola integrada, pois a educação passou a ser pura informação, ela reverteu isso adotando uma postura crítica sobre a pedagogia tradicional, “frequentemente usavam a sala de aula para executar rituais de controle cuja essência era a dominação e o exercício injusto do poder. Nesse ambiente, aprendi muito sobre o tipo de professora que não queria ser”2. Com isso nasceu um desejo de lecionar de maneira diferente, no qual a sala de aula deveria ser um lugar de entusiasmo, com a necessidade de estratégias pedagógicas que diblasse o possivel tédio, seus referenciais pra isso foram Freire e a pedagogia feminista, que falavam sobre um ensinar contra-hegemonico e inclusivo, mas que não trabalhavam a noção de prazer, que foi sua contribuição, mas que recebia críticas pois via-se o entusiasmo comocapaz de perturbar a seriedade vistos como necessários para o aprendizado e os professores temiam que perdessem o controle da sala de aula, e por isso para autora uma educação pautada da liberdade é transgressora, no qual o roteiro da materia deveria ficar em aberto, tendo possibilidade de mudança de acordo com a bagagem dos alunos. Bell Hooks aponta o entusiasmo pode coexistir com a atividade intelectual, até mesmo promovê-la, mas ele por si só não é capaz de criar um processo de aprendizagem empolgante, sendo necessário outros elementos, como a humanização tanto dos alunos quanto do professor em entender que dentro da sala de aula estão pessoas que carregam histórias interessantes e que ambos tem o que agregar no processo de aprendizagem, “ a visão constante da sala de aula como um 2 p. 14 1 p.10 espaço comunitário aumenta a probabilidade de haver um esforço coletivo para criar e manter uma comunidade de aprendizado”3. Durante os ensaios traz exemplos práticos de ensino e estratégias construtivas, sem ter o intuito não é de propor um modelo de pedagogia engajada, já que isso iria contra os ideias desse ensinar transgressor, que é que cada sala de aula traz um desafio de ser constantemente inventada. Como afirma “ensinar é um ato teatral”4, no qual os professores têm que pensar em termos de reciprocidade, fazendo um trabalho catalisador que chame todos os presentes a se engajar de maneira ativa no aprendizado, continuando nessa ideia teatral ela afirma que lecionar em comunidades diversas faz haver a necessidade de mudar os paradigmas, a forma de pensamento, de escrita e de fala. A autora evidencia que mesmo que recentemente tenha reconhecido as existências diversas de classe social, raça, prática sexual, nacionalidade, entre outras, isso não significou um aumento expressivo de vozes de sujeitos oprimidos nas discussões sobre as práticas pedagógicas radicais. Como contribuição, afirma tentar fazer parte de um resgate da sala de aula enquanto espaço de aprendizado para que ela possa atingir sua capacidade máxima de possibilidade radicais de mudança. 4 p. 21 3 p. 18
Compartilhar