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Didática - Trilha de Aprendizagem

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A DIDÁTICA: CONCEITUALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS 
 
A escola se transformou em sua essência. O que, antes, era um espaço de ensino, no qual professores 
eram os supremos conhecedores da cognição científica, os alunos, meros expectadores, e a 
reprodução do conhecimento, a base do trabalho pedagógico, hoje se transformou em uma área de 
desafios constantes. O professor já não consegue garantir o aprendizado com apenas a transmissão 
do conhecimento em aulas expositivas, como fazia antes. Até meados do século XX, a tendência 
pedagógica tradicional dominou o cenário brasileiro. Dentro dessa perspectiva, a função do professor 
centrase na transmissão dos conhecimentos científicos visando à adaptação do aluno à sociedade. Na 
abordagem tradicional, é o professor quem ocupa o centro do processo educativo, sendo o único 
detentor do conhecimento. O seu papel é garantir que, por meio da memorização e da repetição de 
exercícios, o aluno memorize os conteúdos estudados. Os procedimentos didáticos não levam em 
conta o contexto escolar nem os problemas reais vivenciados na realidade social. A diversidade 
cultural encontrada atualmente nas escolas teve sua origem na democratização do ensino. Antes, os 
professores lidavam com alunos oriundos das classes sociais mais abastadas. Com a Constituição de 
1988, a educação tornou-se um direito de todos e um dever do Estado. Com isso, encontramos nas 
escolas pessoas com diversas características e situações socioeconômicas múltiplas. A tecnologia, a 
violência e as transformações da sociedade trazem um desafio crescente para o educador. Como 
trabalhar conteúdos e competências com alunos que não desejam estar no espaço escolar? Como 
motivá-los? Como usar essa tecnologia como apoio didático? Para responder a essa pergunta, 
precisamos mergulhar no universo da didática, que abreviadamente pode ser entendida como a prática 
de ensino que o professor escolhe para que ocorra a aprendizagem. A palavra “Didática” vem do 
grego Téchne Didaktike, que significa o dom de ensinar. Com o surgimento da Pedagogia Moderna, 
rompeu-se a ideia de que para ensinar basta ter um dom ou gostar de crianças. A Pedagogia como “a 
ciência que investiga a teoria e a prática da educação tem como um ramo de estudo a Didática. A 
Didática, nesse sentido, é entendida como a Prática do Ensino” (LIBÂNEO, 2013, p. 24). A Didática 
é um ramo de estudo exclusivo da Pedagogia. Sendo assim, seu objeto de estudo é o 
ensinoaprendizagem. A Didática vem do campo das ciências humanas, da relação interpessoal “eu e 
o outro”, isto é, da empatia do ato de ensinar. Define-se a Didática a partir do tempo e do espaço dos 
fatos históricos, sociais e econômicos que determinaram o processo de ensino e aprendizagem. O que 
o ensino e a aprendizagem têm a ver com a Didática? Apesar de serem palavras com sentidos 
diferentes, a ideia de ensino e aprendizagem são congruentes e se complementam. E é na didática que 
encontramos essa ponte entre teoria e prática. A didática abrange o ato de ensinar e os métodos 
empregados no ensino. O ensino está pautado no trabalho do professor. A aprendizagem, por sua vez, 
refere-se ao resultado do esforço cognitivo do aluno. Um depende do outro. Em tempos atuais, há 
uma variedade de concepções de aprendizagem no contexto da educação, cada um deles decorrente 
de variadas correntes epistemológicas e psicológicas. A aprendizagem pode acontecer diante de uma 
vivência ou um diálogo informal. Já o ensino é intencional e precisa ser planejado didaticamente. 
Segundo Pimenta e Carvalho: 
 
“Quando narramos um acontecimento numa roda de amigos ou quando a mãe relata aos filhos o seu 
dia de trabalho na hora do jantar, não há intenção do falante de produzir uma aprendizagem nos seus 
ouvintes. Já no ensino, todas as atividades são concebidas e planejadas em função desse objetivo. 
Portanto, a compreensão do conceito de ensino só pode ser feita em referência ao conceito de 
aprendizagem.” (PIMENTA E CARAVALHO apud CORDEIRO, 2007, p. 21) 
 
Considerando essa realidade que abordamos, a Didática atualmente transborda a prática de ensino e 
se afeta pela aprendizagem. Dessa forma, sua conceitualização continua evoluindo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Ensino é diferente de aprendizagem 
 
Para Zabalza, Didática é, hoje em dia, esse campo de conhecimentos, pesquisas, propostas teóricas e 
práticas que se centram, principalmente, nos processos de ensino e aprendizagem. O desafio central 
da escola é garantir o aprendizado. Será que a educação brasileira está atingindo esse objetivo? Quais 
são seus resultados no ranking mundial? 
 
Diante da realidade atual em que o Brasil se encontra, em situação de rebaixamento em seus 
resultados no Programa Internacional de Avaliação (PISA), devemos nos preocupar com a forma 
como garantir o aprendizado dos alunos. Na última edição do programa de avaliação, realizada em 
2015, em que 70 países foram analisados, o Brasil ficou entre os dez últimos no ranking. Um caminho 
é certo e deve ser percorrido nas escolas: a formação dos professores. Prepará-los para a realidade da 
sala de aula, instrumentalizando-os com caminhos didáticos, é fundamental. As universidades 
formam, nos dias de hoje, professores conhecedores de algumas teorias, mas poucas encaminham 
uma prática voltada para o trabalho que o professor deve realizar em sala de aula. Sabe-se que a 
articulação entre teoria e prática constitui um ponto crucial na formação de qualquer educador 
(lembrando que a teoria se ocupa da pesquisa a partir de problemas reais que aparecem no dia a dia 
do professor). Dentro dessa perspectiva, a didática deve ocupar posição central nos currículos de 
formação de professores. Considerando essa realidade, as escolas e os coordenadores pedagógicos 
devem assumir a responsabilidade formativa do corpo docente. É fundamental que essa formação 
continuada dos professores seja organizada nas escolas com base em uma reflexão conjunta sobre a 
teoria e a prática pedagógica. Claro que, para isso, o coordenador pedagógico também deverá receber 
formação, pois normalmente ele fica totalmente imerso na logística da escola, em detrimento da 
aprendizagem. Por isso, ele precisa também ter encaminhamentos de como se organizar e o que 
priorizar em sua atuação. Nesse contexto, vamos, na sequência, buscar a conceitualização da palavra 
“didática” e como ela interfere na educação escolar. 
 
 
Conceitualizando a Didática 
Alguma vez você ouviu alguém dizendo: “aquele professor não tem Didática”? Ou então: “a Didática 
daquele professor é perfeita”? O que essas pessoas estão querendo dizer? Sem dúvida, a primeira está 
questionando a capacidade do professor de ensinar e a segunda está reconhecendo sua habilidade de 
ensinar. Libâneo (1992, p. 25) define Didática como “teoria do ensino por investigar os fundamentos, 
as condições e as formas de realização do ensino”. 
 
A Didática representa a prática que o professor escolhe para ensinar e, consequentemente, garantir a 
aprendizagem dos alunos. A Didática escolhida pelo professor deve estar em consonância com a 
realidade do aluno e facilitar o aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Didática a serviço da aprendizagem 
 
Para Libâneo (1994), a Didática trata dos objetivos, condições e formas de realização do processo de 
ensino, ligando meios pedagógico-didáticos a objetivos sociopolíticos. Não há técnica pedagógica 
sem uma concepção de homem e de sociedade, isto é, sem uma competência técnica para realizála 
educacionalmente; portanto, o ensino deve ser planejado e ter propósitos claros, preparando os alunos 
para viver em sociedade. Segundo o autor, não existe neutralidade no fazer pedagógico, pois, quando 
o professor planeja sua aula, ele deixa explícita sua concepção de mundo e sociedade. Para Libâneo, 
a prática pedagógica está vinculada a condicionantes de natureza social e política. 
 
Pesquisas Didáticasbuscam encontrar alternativas que transformem as aulas em um espaço de 
aprendizagem. É preciso conhecer o aluno, o conteúdo, o objetivo e as formas de abordar esse 
conteúdo para, dessa forma, garantir a aprendizagem. Será que existe uma receita que ajude os 
professores a ensinarem com garantias de aprendizagem? Algum teórico já garantiu que determinada 
forma de ensinar assegura a aprendizagem? Com certeza a resposta para essas perguntas é “não”. 
Como sabemos, cada escola tem suas próprias características. Cada sala de aula é um espaço diferente. 
Portanto, é impossível garantir sucesso com uma única forma de ensino. Fundamental é compreender 
que as ações dos professores não podem ser improvisadas. É necessário que haja um plano de aula 
que atenda a Didática escolhida, com um objetivo específico e uma estratégia que leve os alunos a 
esse objetivo. Sua ausência pode incorrer em aulas monótonas, desmotivadoras e ineficientes. Como 
um ator, que nos emociona ou faz rir com sua atuação, o professor deve garantir o aprendizado. O 
ator tem um script muito bem orientado, o qual ele estuda para demonstrar a emoção do autor. O 
professor, da mesma forma, precisa ter um plano de aula e pensar nos detalhes para que seus alunos 
se sintam contemplados por sua atuação. Por não ser uma questão tão simples, propomos o 
entendimento da variação que a palavra Didática apresenta. Em uma perspectiva de investigação, a 
Didática, como um campo teórico da Pedagogia, estuda os procedimentos de ensino, entre eles os 
materiais didáticos, como os livros didáticos utilizados por professores e alunos. O que são livros 
didáticos? Normalmente, as pessoas se remetem à ideia do livro que o professor usa para ensinar. Sim, 
o livro didático é um apoio para ensinar. Ele também tem sofrido muitas transformações. Houve uma 
época em que os livros didáticos eram apenas textos que fundamentavam a aula expositiva do 
professor. Com o tempo, as editoras foram aperfeiçoando esse instrumento e, atualmente, os livros, 
em sua maioria, trazem imagens, dicas, perguntas e sugestões de leitura. Existem, inclusive, livros 
chamados consumíveis, ou seja, os quais já apresentam atividades a serem realizadas como fixação 
de aprendizagem. O livro produzido nesse formato deve ser usado apenas por um aluno. Como 
escolher o livro didático? Tudo vai depender da escola, sua concepção de educação e currículo. Por 
exemplo: uma escola pode simplesmente abrir mão do uso de livros e adotar apostilas Didáticas. 
Essas apostilas trarão a proposta de ensino que a escola defende. 
 
“[...] são os livros didáticos que estabelecem grande parte das condições materiais para o ensino e a 
aprendizagem nas salas de aula de muitos países através do mundo e considerando que são os textos 
destes livros que frequentemente definem qual é a cultura legítima a ser transmitida” (APPLE, 1995, 
p. 82). 
 
O livro didático deve trazer a concepção de educação na qual a escola acredita, ajudando na 
aprendizagem dos alunos, e não ser mais um “peso” na mochila das crianças. O livro didático é um 
recurso didático a mais. 
 
ensando em recursos didáticos, seria importante esclarecer até onde podemos explorar essa expressão. 
Recursos didáticos são todos os apoios que o professor usa para realizar sua aula. Estamos falando de 
todo tipo de recursos. Pode ser um apagador, a lousa, um livro, computador, sites de pesquisa, 
apostilas. 
 
Se um professor ministrar uma aula de educação física, ele precisará de alguns recursos, como bola, 
quadra e demais equipamentos específicos. Se um professor ministrar aula de química, precisará de 
instrumentos como tubos, materiais químicos, microscópio etc. 
 
A teoria da educação está diretamente ligada à Didática. Por ser um ramo de estudo da Pedagogia, 
sua fundamentação teórica deve ser conhecida pelo professor, assim como sua história e os grandes 
educadores que obtiveram bons resultados para orientar seu trabalho como mediadores do ensino. 
Libâneo reforça sobre a Didática: 
 
“A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar 
conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, 
tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos (...) trata da teoria geral do 
ensino.” (LIBÂNEO, 1990, p.26). 
 
 
GRANDES EDUCADORES E A DIDÁTICA 
 
Ser educador é uma profissão para poucos. Esses poucos indivíduos que dedicam suas vidas à 
educação devem ter em mente que o desafio é grande. Muitos acham que é preciso ser alguém 
apaixonado pelos alunos e pela profissão. Não desprestigiando a importância do amor à educação, 
precisamos de profissionais competentes para realizar um trabalho de grande influência na sociedade. 
Atualmente, não podemos aceitar a ideia de que basta gostar de crianças para ser professor. Os 
desafios contemporâneos exigem uma profissionalização cada vez maior dos profissionais da 
educação. Mais que aprender conteúdos, hoje, os professores são mentores, exemplos, inspiradores 
que podem construir excelentes cidadãos no futuro, ou então destruí-los em algumas aulas. 
Iniciaremos com um pequeno resumo histórico sobre a Didática, pois olhar para o passado nos 
permite encontrar as explicações das variações e transformações vividas no presente. É muito 
importante conhecer como se deram as mudanças que justificam a pluralidade de propostas 
pedagógicas presentes em nossa realidade. Esses personagens foram além da mesmice e estudaram, 
pesquisaram e ousaram em suas práticas pedagógicas. Escreveram sobre elas, foram criticados, 
admirados, rejeitados, contestados, mas tentaram criar caminhos diferenciados para que o trabalho 
educativo fosse mais significativo. Segundo Freire (1996, p. 39): “É pensando criticamente a prática 
de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. Cabe-nos conhecer alguns nomes 
importantes desses estudiosos, nos inspirar com seus trabalhos e talvez aperfeiçoar o que as suas 
teorias trouxeram, com a nossa determinação e vontade de acertar. Vamos conhecê-los? Esses teóricos 
contribuíram significativamente para a educação. No Brasil, eles inspiraram o movimento conhecido 
como “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, que ocorreu na Europa e aqui no Brasil na 
metade do século XX. No Brasil, o objetivo do Manifesto era renovar o sistema educacional nacional. 
O documento do Manifesto foi escrito por 26 educadores brasileiros, assinado e liderado por Fernando 
de Azevedo, e apoiado por Aluízio de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles e várias outras 
personalidades. Esses educadores acreditavam em uma educação pública e de qualidade, que 
questionasse a escola tradicional, elitizada e com matérias distantes da realidade concreta do 
estudante. Comecemos por John Dewey (1859-1952), um filósofo norte-americano que foi o grande 
precursor das ideias progressistas. Dewey iniciou uma verdadeira reflexão sobre a importância de 
uma escola útil, que ouvisse os alunos e ensinasse aquilo que é importante, trabalhando a partir de 
problemas reais. Defendia os trabalhos manuais e o desenvolvimento com base na vivência dos alunos 
com o conteúdo, explorando e expondo suas visões. Ele acreditava que a democracia seria possível 
com um trabalho na escola que estimulasse os alunos na percepção, reflexão, crítica e definição do 
seu próprio “eu”. 
 
Ovide Decroly (1871-1932) foi um médico belga que defendeu o que entendemos agora como 
metodologia ativa. Ele defendeu que o: Conhecimento deveria partir do todo, e não das partes, como 
é feito normalmente até os dias de hoje; Aluno é capaz de conduzir sua aprendizagem, reforçando a 
importância do “aprender a aprender”. Foi um dos inspiradores do método global de alfabetização. 
"A criança tem espírito de observação; basta não matá-lo", escreveu Decroly. Na sequência, vamos 
falar de um dos pensadores que foram muito influenciados por Dewey:Anísio Teixeira (1900-1971). 
Anísio Teixeira foi um grande defensor da democratização do ensino gratuito no Brasil. Seguindo as 
ideias de Dewey, ele foi um constante questionador da arte de ensinar, reforçando a relevância de 
pesquisa e inovação. Anísio defendia a importância de que os alunos conseguissem transferir os 
conhecimentos da escola para a vida e da educação integral, ou seja, todos os aspectos do cidadão 
deveriam ser abordados, refletidos e discutidos na escola. Maria Montessori (1870-1952) nasceu na 
Itália, era médica e pesquisadora. Acreditava que nascíamos com a capacidade de nos ensinar e 
aprender. Defendia o potencial da criança, desde a primeira infância, e a importância de estimular o 
aspecto criativo. Para ela, o conhecimento deveria servir como instrumento de desenvolvimento 
pessoal, por meio do qual os indivíduos fazem suas escolhas conscientes. Seus métodos são usados 
atualmente nas escolas infantis, permitindo à criança explorar diversas propriedades que a cercam, 
como o cheiro, as cores, as brincadeiras etc. Celestin Freinet (1896- 1966), um pedagogo francês , 
defendeu que o que deve guiar a escola é o trabalho. A escola deve formar o aluno de forma a torná-
lo um trabalhador criativo e reflexivo. Ele acreditava na importância do desenvolvimento afetivo e 
preocupava-se com o desestímulo dos alunos, após o erro. Incentivou aulas em locais abertos, como 
em passeios, visitas etc., e ainda valorizava o diálogo entre professor e aluno. Carl Roger (1902-1987), 
psicólogo norte-americano, argumentava que o professor tem a tarefa de facilitar o aprendizado, o 
qual o aluno conduz a seu modo. Sustentava que o ser humano aprende o que sente necessidade de 
aprender, e assim, na escola, aprenderá o que julgar ser importante para sua vida. Dessa forma, o 
ensino deve ser significativo para o aluno. Rudolf Steiner (1861-1925), austríaco, criou a linha de 
pensamento que enxerga além do que é material e, com base na Antroposofia, criou a Pedagogia 
Waldorf (muito conhecida por suas escolas espalhadas pelo Brasil). Ele considerava a espiritualidade, 
a individualidade, a criatividade e o exemplo dos professores como influenciadores da aprendizagem. 
As formas de organizar a educação são diferentes. Os alunos têm apenas um professor do 1º ao 8º 
ano, ensinando todas as disciplinas. A partir do 9º ano, surge a figura do tutor, que deverá acompanhar 
o aluno com autorização legitimada pela amizade. 
 
Anton Seminionovich Makanko (1888-1939), educador ucraniano, ajudou com suas pesquisas e seu 
trabalho centenas de crianças e adolescentes marginalizados, transformando-os em cidadãos. A escola 
de Anton baseouse em exercícios físicos, trabalhos manuais, recreação, excursões, aulas de música e 
idas ao teatro. Dessa forma, desenvolvia-se o contato com a sociedade. As conhecidas assembleias 
de escola, usadas atualmente para discutir sobre situações comuns no cotidiano escolar, eram 
realizadas desenvolvendo a cidadania e o poder de decisão coletivo dos alunos. Anton criou 
personalidades sem rigidez, e sua obra serve de inspiração para as escolas atuais. Muitas escolas se 
esforçam para mudar seus padrões em função de sua teoria, na qual as habilidades e competências 
individuais devem ser desenvolvidas por meio de uma metodologia que contemple cada indivíduo. 
Jean Piaget (1896-1980), um biólogo sueco, investiu na observação científica rigorosa com relação à 
aquisição do conhecimento. Ele defendia que o pensamento infantil passa por quatro estágios, até a 
adolescência, quando o raciocínio se torna pleno. Henri Wallon (1879-1962), um médico, psicólogo 
e filósofo francês, considerava o corpo, a mente e as emoções das crianças na educação. A reprovação 
era altamente condenável em sua obra, pois, segundo ele, o emocional é preponderante no 
desenvolvimento da pessoa. Wallon afirmava que a aprendizagem não é linear, e sim marcada por 
instabilidades, e provém das vivências, podendo sofrer avanços ou recuos. Crítico da escola 
tradicional, Henri Wallon incentivava uma sociedade democrática, justa, cooperativa e solidária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura7: Imagem de Wallon e Durkeim 
 
 
 
Até aqui conhecemos diversos nomes que fizeram diferença na educação, contribuindo com reflexões 
muitas vezes similares e outras paralelas. No entanto, ainda existem muitos outros nomes para estudar, 
como Johann Pestalozzi, Philippe Perrenoud, Burrhus Frederic Skinner e outros educadores cujas 
obras contribuíram para a evolução do pensar a Didática. Cabe-nos sempre pesquisar e aprofundar 
nossos conhecimentos sobre esses estudiosos, pois, com isso, poderemos ampliar nossas visões de 
educação. 
 
 
 
 
 
Figura 8: Inteligências múltiplas de Philippe Perrenoud 
Dados históricos e tendências pedagógicas A história, sua evolução e forte persuasão política sempre 
influenciaram a escola e sua forma de ensinar. Conhecer sinteticamente dados históricos e tendências 
pedagógicas nos fará entender melhor as características contemporâneas e os processos que ainda 
poderão surgir para renovar a Didática escolar. Para iniciarmos essa navegação histórica, partiremos 
do início no século XVII, quando a burguesia apoiava a monarquia. Jan Amos Comenius (séc. XVII) 
era um bispo protestante que acreditava que a Didática poderia mudar a Escola e que a educação 
poderia criar uma sociedade mais justa e pacífica. Ele foi um dos primeiros a expressar, em pleno 
século XVII, que a educação deveria ser pública, e que todos, homens e mulheres, tinham o direito 
de aprender a ler. Para Comenius, todas as pessoas deveriam poder ler a Bíblia e fazer sua própria 
interpretação. Foi ele quem sistematizou um tratado de educação em que a Didática era posta como a 
arte de ensinar tudo a todos, em seu livro conhecido como Didática Magna, a arte universal de ensinar 
tudo a todos. Ele foi considerado o primeiro pedagogo ocidental, e seu trabalho contemplava a ideia 
de que todos os seres humanos deveriam ter possibilidade de aprender. A concepção da Didática 
Moderna nasceu com Comenius e teve o respaldo de Jean Jacques Rousseau. Em 1762, Rousseau 
publicou um livro conhecido como Emilio ou da Educação. Esse romance pedagógico revolucionou 
a Pedagogia e serviu de inspiração para as teorias de todos os grandes educadores dos séculos XIX e 
XX. De acordo com Rousseau, o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Toda a sua proposta 
fundamentava-se na ideia de que, se a criança tiver a educação fortalecida na infância e na 
adolescência, ela se tornará um ser incorruptível. 
 
No século XIX, com a consolidação do modo de produção capitalista, as empresas começaram a 
precisar de uma educação que fornecesse profissionais para ocupar os cargos desse tipo de produção. 
Ter somente a elite capacitada não produzia mão de obra necessária. Johann Friedrich Herbart surgiu 
adotando a ideia de que o indivíduo é formado pelas percepções que vêm do exterior. Assim, o aluno 
deve ser preparado intelectual e fisicamente. Para Herbart, o ensino deve percorrer as seguintes etapas: 
preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação. Herbart pode ser considerado um 
dos responsáveis por organizar a Pedagogia como ciência. Nesse sentido, ele resgatou a ideia do 
ensino por meio da instrução e da disciplina. As escolas herbartianas transmitiam um ensino 
totalmente receptivo, sem diálogo entre professor e aluno e com aulas que obedeciam a esquemas 
rígidos e preestabelecidos. Ele é uma das referências na tendência pedagógica tradicional. Essas 
teorias se instalaram no século XIX pelas escolas públicas mundiais.Com a abertura de espaço na 
educação para mais pessoas, a burguesia se sentiu fragilizada, pois as classes mais baixas passaram a 
ter acesso ao conhecimento. John Dewey surgiu com a Escola Nova, que contestava a escola 
tradicional e apontava a necessidade de um novo homem social. Sua proposta adotou métodos de 
pesquisacomo método didático. Contudo, apesar de defender a democracia dentro da sala de aula, a 
Escola Nova ainda era elitista e não se preocupava com o que acontecia socialmente fora da escola. 
No Brasil Colônia, as escolas jesuítas cumpriram o papel de atender às necessidades políticas da coroa 
portuguesa, explorando indígenas e os menos abastados financeiramente. O ensinamento cristão 
fundamentou os trabalhos. Manoel da Nóbrega inseriu as “escolas de ler e escrever”, as quais foram 
contestadas inclusive pelos jesuítas. Os professores eram formados pelos jesuítas e a ciência deveria 
ser interpretada como imutável. A aprendizagem era avaliada pela memorização. Em 1759, o Marquês 
de Pombal expulsou os jesuítas e causou retrocesso na organização escolar. Na Primeira República, 
o ensino continuava reforçando a supremacia da classe dominante. O trabalho escravo era explorado 
intensamente no país. O Estado de São Paulo foi o primeiro a preocuparse com a educação pública, 
e em 1983 regulamentou a escola preocupada na formação para o magistério. Esse acontecimento 
influenciou diversos outros estados a buscarem um aperfeiçoamento educacional. Na década de 1920, 
após a Primeira Guerra Mundial, a escola brasileira iniciou seu encontro com a Escola Nova. O êxodo 
rural e as necessidades de mão de obra especializada foram motivos para a abertura de mais escolas. 
A Didática era compreendida como regras que asseguravam boas aulas que orientassem o trabalho. 
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, e a oferta de escolas gratuitas foi 
ampliada. Nessa época, acontecia uma renovação Didática em detrimento da tradicional. Com a 
Constituição de 1934, foi elaborado o Plano Nacional da Educação, que determinou a obrigatoriedade 
da escola do ensino primário. Em 1932, surgiu a primeira universidade brasileira. A origem da 
Didática como disciplina na formação de professores aconteceu em 1934, com a criação da Faculdade 
de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. A Constituição de 1937 abordou a 
educação introduzindo o ensino profissional para atender às necessidades industriais. A Carta tornou 
obrigatórias as disciplinas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira. 
Ainda na década de 1930, foi criado o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, do qual Anísio 
Teixeira foi diretor por duas décadas, aproximadamente. Nesse período, ele realizou grandes reformas 
no ensino. Em 1941, a Didática passou a ser um curso à parte, como uma especialização. Na Era 
Vargas, a educação estagnou-se e condicionouse às posições políticas. Com a redemocratização, a 
Constituição de 1946 instituiu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ao final da década 
de 1950, com a expansão econômica e industrial, a escola defendeu a liberdade, a iniciativa e a 
autonomia, e enfatizou a atenção às diferenças individuais. Segundo Saviani, entre 1930 e 1960, 
ideias da Escola Nova predominaram na educação brasileira. Já a partir daí se iniciou um período 
tecnicista. Candau (1983) escreveu: 
 
“O ensino da Didática assume certamente uma perspectiva idealista e centrada na dimensão tecnicista 
do processo de ensino-aprendizagem. É idealista porque a análise da prática pedagógica concreta na 
maioria das escolas não é objeto de reflexão. Considerada tradicional ela justificada pela ignorância 
dos professores que, uma vez conhecedores dos princípios e técnicas escalavonistas, a transformariam. 
Para reforças esta tese, experiências pedagógicas que representa, exceções dentro do sistema e que, 
mesmo quando realizadas no sistema oficial de ensino, se dão em circunstâncias excepcionais, são 
observadas e analisadas. Os condicionamentos socioeconômicos e estruturais da educação não são 
levados em consideração. A prática pedagógica depende exclusivamente da vontade e do 
conhecimento dos professores que, uma vez dominando os métodos e técnicas que desenvolvidos 
pelas experiências escalavonovistas, poderão aplica-los às diferentes realidades em que se encontram. 
A base científica desta perspectiva se apoia fundamentalmente na psicologia.” (CANDAU, 1983, 
p.49). 
 
Na década de 1960, Paulo Freire iniciou seu trabalho de alfabetização de jovens e adultos com a 
metodologia em que acreditava e que repercutiu em todo o mundo da educação. 
 
“Penso em um dos capítulos tão fecundos na história da educação latino-americana: a educação 
popular e o pensamento de Paulo Freire. Eles nasceram colados à terra e foram cultivados em contato 
estreito com os camponeses, com suas redes de socialização, de reinvenção da vida e da cultura. 
Nasceram percebendo que o povo do campo tem também seu saber, seus mestres e sua sabedoria.” 
(ARROYO, 2000, p. 14) 
 
Depois do Golpe Militar de 1964, a educação foi vinculada à Segurança Nacional, e passou a sofrer 
controle e repressão, causando um retrocesso no desenvolvimento educacional do país. O professor 
retornou à Didática tradicional. A partir de 1974, mesmo com a abertura do regime político, instaurou-
se um pessimismo em função da influência política que se estabelecia a cada governo. A partir da 
década de 1980, a escola começou a se reinventar, questionando velhos métodos e redefinindo a 
política educacional. A Didática passou a centrar seus esforços na formação integral do aluno. A Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) foi reorganizada com grandes inovações. 
 
Atualmente, a educação já é vista com o vínculo sociopolítico e preocupa-se com a formação social 
do cidadão. A busca é pela união entre teoria e prática, conteúdo e forma, técnico e político, ensino e 
pesquisa, professor e aluno. A Didática precisa evoluir e acompanhar as mudanças paradigmáticas 
que estão se instalando na sociedade. Para que essa evolução continue, é preciso que os professores 
se conscientizem da necessidade de serem pesquisadores de outras práticas que não as historicamente 
conhecidas e também de sua própria prática. É necessário fundamentarse teoricamente, ousar no ato 
de planejar, errar ou acertar, refletir e novamente ousar em planejar. A Didática só evoluirá e será 
funcional se nossos educadores se entenderem como eternos aprendizes. 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO, SUAS DEFINIÇÕES E PROCESSOS 
 
O direito a educação é assegurado por lei, independentemente da procedência do cidadão. Esse direito 
é um caminho que garante outros direitos. Não é possível lutar por um direito que não se conhece, e 
a escola nos traz informações essenciais sobre o que nos resguarda constitucionalmente. Se a escola 
não cumpre esse papel, deverá repensar seus caminhos. A escola deve ser um dos principais caminhos 
de acesso à informação verdadeira, consistente e útil para a formação cidadã. Mas o que é educação? 
Como conceitualizar uma palavra que traz percepções diversas? 
 
 
 
 
 
Figura 11: Fatores que envolvem a palavra “educação” 
Normalmente, quando as pessoas falam em educação, estão se referindo à forma como se estabelece 
a convivência interpessoal. É comum chamar alguém de “mal-educado”. Isso significa que a pessoa 
não foi “bem educada” e não sabe tratar as pessoas das formas especificadas pela sociedade como 
“educadas”. No entanto, a palavra “educação” pode ser empregada de diversas maneiras, como 
educação cultural, educação filosófica, educação científica, educação moral, educação profissional, 
entre outras. Entendendo a educação como o objeto de estudo da Pedagogia, Libâneo (1990) define 
a educação como um conceito amplo que se refere ao processo de desenvolvimento, envolvendo a 
formação de qualidades humanas, físicas, morais, intelectuais e estéticas dentro de um contexto de 
relações sociais. Etimologicamente falando, a palavra “educação” provém de educare, que, em Latim, 
significa alimentar, cuidar, criar. Por outro lado, para alguns professores, a palavra se refere ao 
processo educacional oferecido formalmente na escola. Comotivemos a oportunidade de conhecer a 
história da Didática, vimos que cada teórico enxergou a educação de uma forma. Para alguns, é o 
saber acumulado; para outros, o desenvolvimento da cidadania. No Brasil, temos a Constituição 
Federal, que, no capítulo III, artigo 205, apresenta o seguinte texto: 
 
“Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988, p. xx). 
 
Nesse artigo, podemos verificar que a educação escolar é algo que abrange o desenvolvimento 
integral do aluno, mas muitos professores resistem a essa concepção alegando que na escola se deve 
aprender disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências. Complementam ainda que 
educação social é responsabilidade da família. Mas será que é só da família? Segundo a Lei de 
Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), em seu artigo 1º 
 
“Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na 
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. §1º Esta Lei disciplina a educação 
escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A 
educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social.” (BRASIL, 1996, p. 
XX). 
 
Como se pode notar, a LDB confirma a Constituição Federal e entende a educação também como 
desenvolvimento social. Somos educados a partir do momento em que nascemos. Aprendemos a 
chorar para pedir alimento, pedir para trocar a fralda e mostrar nossa insatisfação com alguma coisa. 
A vivência e a convivência nos trazem educação. Também as formas culturais em que cada cidadão 
estiver inserido serão fontes educativas. A religião que frequentamos, os esportes que praticamos, a 
convivência e os exemplos que desfrutamos sempre nos trarão formas de educação. 
 
 
 
Figura 12: BNCC 
Para a escola e, atualmente, com a Base Nacional Comum Curricular, o desenvolvimento social, isto 
é, a educação integral, já não é mais uma sugestão, e sim uma determinação. Sendo assim, os 
professores podem achar que devem se eximir dessa obrigação, mas a lei deixa clara a importância 
do desenvolvimento de 10 competências gerais. São elas: 1. Conhecimento – reforço da importância 
da metacognição e da transformação do aluno, que reconhece a importância do que foi aprendido. 2. 
Pensamento científico, crítico e criativo – desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e da 
transferência do conhecimento para o mundo real. Capacidade de correlacionar, questionar ideias, 
criar novas soluções a partir de diferentes caminhos. 3. Repertório cultural – reconhecimento de 
diversas formas de expressões culturais. Trata-se de ter conciência multicultural. 4. Comunicação – 
uso de diferentes linguagens, desenvolvendo a escuta, a expressão, a discussão, o multiletramento e 
a contextualização sociocultural. 5. Cultura digital – uso de tecnologias de forma crítica e consciente. 
6. Trabalho e projeto de vida – compreensão das relações próprias do mundo trabalho e das escolhas 
a serem feitas para o seu projeto de vida. 7. Argumentação – desenvolvimento de opiniões e 
argumentos com base em dados e evidências. 8. Autoconhecimento e autocuidado – conhecimento 
de si, identificação de características próprias e aprendizagem emocional. 9. Empatia e cooperação – 
exercício para a convivência respeitosa. 10. Responsabilidade e cidadania – desenvolvimento da 
flexibilidade, resiliência, tomada de decisões, princípios éticos etc. 
 
Talvez a maior dificuldade das escolas, hoje, seja capacitar os professores para trabalharem essas 
questões, principalmente por meio do exemplo, que deve ser dado em cada ação e movimento 
institucional. Mas isso não é tão fácil. Devemos considerar que muitos professores têm suas próprias 
“visões de mundo”, e muitas vezes sua conduta não é exemplo para que se alcancem os objetivos 
esperados. As Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional é de competência da União. As escolas, 
subordinadas aos estados e cidades, podem realizar adequações, porém jamais mudar uma lei como 
essa. 
 
 
EDUCAÇÃO COMO FORMA DE DOMINAÇÃO 
 
Todos os sentidos da palavra educação nos remetem ao caminho de formação do indivíduo. 
Consideremos agora que a escola pode ser manipuladora e reforçar cada vez mais o desnivelamento 
social. Enquanto alguns alunos agradecem os professores pela forma como abordaram temas políticos 
na sala de aula, fazendo-os enxergar criticamente os diversos aspectos sociais, outros reclamam 
daqueles que aproveitam a oportunidade para convencer os alunos de suas convicções pessoais. Sim, 
a educação pode ser usada como forma de manipulação política e, por isso, reforça-se a importância 
de que os professores passem por formações constantes, sendo orientados acerca da maneira como 
realizar um trabalho póscrítico, ou seja, sem posicionamento, mas com respeito e aceitação às 
diferenças. Dessa forma, leva-se o aluno a se posicionar segundo suas próprias convicções, sem 
desrespeitar as pessoas cujas convicções são diferentes das suas. Nesse contexto, alguns defendem, 
atualmente, a chamada “Escola sem partido”. 
 
 
 
Figura 13: Escola sem partido 
O projeto de lei é claro, porém muitas pessoas ainda não acreditam que seja possível trabalhar o senso 
crítico do aluno sem, com isso, influenciá-lo em alguns aspectos. Essa é uma questão a ser estudada 
e refletida incessantemente. Como exemplo, citamos agora parte do artigo 3º desse projeto: 
 
“Art. 3º. No exercício de suas funções, o professor: I - não se aproveitará da audiência cativa dos 
alunos, para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, 
religiosas, morais, políticas e partidárias; II - não favorecerá, não prejudicará e não constrangerá os 
alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III 
- não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de 
manifestações, atos públicos e passeatas; IV - ao tratar de questões políticas, socioculturais e 
econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as principais versões, teorias, opiniões e 
perspectivas concorrentes a respeito;” (RIO DE JANEIRO, 2019) 
 
Considerando esse exemplo, é possível entender a neutralidade da escola em relação às escolhas 
pessoais, porém muitos acreditam que isso tirará do professor a possibilidade de trabalhar temas 
transversais, como sexualidade e saúde. O que precisa ficar claro em todas as questões abordadas é 
que a escola poderá ajudar a educação integral, mas sozinha não dará conta de tantas 
responsabilidades. É preciso que haja apoio da sociedade, da família e da política. É claro que a escola 
influenciará todas esses seguimentos também. Ainda é possível verificar que a escola influenciará a 
sociedade, de uma forma que poderá ser benéfica ou não. Citando Saldanha, 1980, p.147: 
 
“Se nos regimes democráticos a educação forme homens livres, deixando livre a escolha da profissão 
e até preparando o cidadão para a crítica social e para a vida partidária, nos regimes ditatoriais a 
educação padroniza opressivamente o educando. Na Alemanha nazista, por exemplo, a juventude era 
formada no fanatismo belicoso e exaltada quase magicamente para o culto do “Fuhrer”.” 
(SALDANHA, 1980, p.147). 
 
Considerando essas informações, é possível entender que a escola não resolverá tudo na sociedade, 
porém poderá ser grande influenciadora. Ainda pensando nos processos que se desenvolvem na escola, 
haverá sempre uma dependência da legislação, que poderá mudar conforme a influência política, as 
concepções de educação, a Didática, a forma de encaminharas situações cotidianas, o Projeto Político 
Pedagógico construído periodicamente e a comunidade escolar, que precisará ser ouvida, entendida, 
considerada em suas características gerais e necessidades. 
 
“Nesse contexto, o Plano de Educação tem ‘um caráter reflexivo, organizador e articulador e não 
acontece em um percurso linear’, sua implementação “depende da criação de mecanismos para sua 
gestão, processo que se inicia no interior da Secretaria de Educação, na análise de sua estrutura, 
organização e funcionamento.” (CENPEC, 2009, p. 25). 
 
Os processos educacionais são norteados por: Didática – em que se escolhem as formas de ensino em 
função das necessidades locais e as formas de aprendizagem. Avaliação da aprendizagem – que 
poderá ser entendida como forma de repressão, ou mesmo forma de acompanhamento e fonte, para 
repensar a Didática escolhida pelo professor. Legislação - que fornecerá todo o apoio legal para os 
demais processos educacionais. 
 
Resumo 
A Didática pode ser entendida como o caminho escolhido pelo professor para ensinar e concretizar a 
aprendizagem dos alunos. As formas de trabalho atuais continuam muito tradicionais, mas os 
pensadores da história nos mostraram vários caminhos e concepções diversas de como ensinar. Todos 
eles foram fortemente influenciados pela evolução histórica e sociopolítica da humanidade. Os 
processos educacionais dependerão das concepções adotadas nas escolas e definirão as metodologias 
e objetivos do ensino. 
 
A partir dos conhecimentos adquiridos nesta unidade, considerandose como um professor em sala de 
aula, qual Didática você adotaria para ensinar? Considere as referências históricas, a BNCC, a LDB. 
Bom trabalho! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 
 
Considerando a didática como estudos, técnicas, percepções que contribuem para o ensino de forma 
mais eficaz, ressalta-se a importância de sua aplicação, ou seja, discutir a prática em sala de aula. 
Entendemos como tendência pedagógica as diversas teorias filosóficas que pretenderam dar conta da 
compreensão e da orientação da prática educacional em diversos momentos e circunstâncias da 
história humana (LUCKESI, 1990, p. 53). Já tivemos a possibilidade de explorarmos o termo 
“didática”, de onde provém, suas interpretações e algumas correntes filosóficas sobre o assunto. 
Agora, cabe-nos verificar como aplicá-la, e para isso vamos avançar em algumas questões 
importantes, como as tendências que afetam a pedagogia. Algumas tendências foram fortemente 
influenciadoras das práticas pedagógicas e por isso vamos explorá-las, onde poderemos retomar 
alguns pontos já estudados e conhecer outros detalhes muito significativos para o trabalho do 
professor. Espera-se que esse estudo ajude o futuro professor a pensar em sua prática, pautado em 
conhecimentos e experiências de grandes personagens da pedagogia. De acordo com Paulo Freire: O 
professor que não leva a sério sua formação, que não estuda e que não se esforça para estar à altura 
de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, 
que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua 
competência científica. Há professores e professoras cientificamente preparados, mas autoritários a 
toda a prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do 
professor (FREIRE, 1996, p.36). Para isso vamos conhecer as tendências pedagógicas e refletir sobre 
elas que são as Tendências Liberais e Tendências Progressistas. Vamos explorá-las? 
 
Tendências Liberais 
As Tendências Pedagógicas Liberais surgiram no século XIX, sob forte influência das ideias trazidas 
pela Revolução Francesa (1789), de “igualdade, liberdade, fraternidade”. Receberam também, 
contribuições do liberalismo no mundo ocidental e do sistema capitalista. Para os liberais, a educação 
e o saber já produzidos (conteúdo), são mais importantes que a experiência vivida pelos educandos 
no processo pelo qual ele aprende. Dessa forma, os liberais, contribuíram para manter o saber como 
instrumento de poder entre dominador e dominado. As tendências pedagógicas liberais mais 
importantes são: Liberal Tradicional e Tendência Liberal Renovada, vamos ver o que defendem cada 
uma destas Surgidas no século XIX e forjadas com o capitalismo, a tendência Liberal entende o 
conhecimento como conteúdos fechados, sem reflexão. A Manutenção do poder se manter com a 
manutenção de classes, onde quem tem possibilidade de estudos tem mais poder que os demais. As 
mais importantes tendências são liberais são: Tradicional, Liberal Renovada, Tecnicista e Renovada 
nãodiretiva. 
 
A Tendência Liberal Tradicional 
 
Encontrada até hoje nas escolas, essa prática defende que o professor é o detentor do saber, senhor da 
sala de aula, manterá a ordem e a disciplina através de ações impositivas e castradoras, onde o aluno 
é visto como um ser inferior, que deverá ser moldado para a sociedade que manterá suas 
características sem posicionamentos contrários. A prática é garantida pela exposição de conteúdos e 
memorização. Como apontava os estudos de Skinner, o aluno seria condicionado por punição e 
recompensas. A punição consistia em notas baixas e a recompensa em notas altas. Nessa prática eram 
desconsiderados os conhecimentos prévios dos alunos, suas vivências, cultura, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1- Tendência 
Liberal Tradicional 
Um aluno que participa desse tipo de educação sente-se motivado para aprender e ir à escola? Reflita 
sobre as características do povo brasileiro e sua cultura. Como isso pode ser trabalhado com esse tipo 
de educação? 
 
Tendência liberal-renovada 
 
Vista como o mais forte movimento renovador, defende a escola pública para todos, e mesmo assim 
reforça a divisão classes e garante mais privilégios aos elitizados. O objetivo inicial era garantir que 
um indivíduo livre, social e ativo. Por educação nova entendemos a corrente que trata de mudar o 
rumo da educação tradicional, intelectualista e livresca, dando-lhe sentido vivo e ativo. Por isso se 
deu também a esse movimento o nome de `escola ativa´” (LUZURIAGA, 1980, p. 227). Com essa 
nova forma de olhar a educação o professor sai do papel centralizador e o conhecimento passa a ser 
visto como fruto da pesquisa e não um conhecimento fechado. Alimenta-se ideias de proporcionar 
aos alunos a criatividade, inventividade, experimentação, curiosidade estimulados por um professor 
que deva estimular esses comportamentos. Desdobra-se assim algumas escolas consideradas 
construtivistas. Entendidas de forma arbitrária por alguns educadores, os alunos ficaram livres demais 
e muito se perdeu nessa caminhada. “Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos 
pela ciência e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos, pois 
acreditava-se que, passando por esses métodos, eles seriam naturalmente encontrados e organizados” 
(FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2- Tendência Liberal Renovada 
 
Tendências Liberal-tecnicista 
 
Influenciados pela força do militarismo, a escola sofre um retrocesso e volta a trabalhar com uma 
educação tradicional, behaviorista, que consequentemente ampliam garantias às elites, e assim 
mantem a posição dominante na sociedade. O tecnicismo volta a reafirmar o professor como 
centralidade de poder e os conteúdos são trabalhados de forma fechada e sem reflexões. A ideia é 
garantir a mão de obra para o mercado de trabalho e as classes sem possibilidades de movimentação. 
A compartimentalização do trabalho é reforçada pela compartimentalização das disciplinas que são 
transmitidas com técnicas de repetição. O professor passou a ser refém de técnicas exigidas através 
de materiais didáticos previamenteestabelecidos. Cabe dizer que esse movimento ainda insiste em 
acontecer nas escolas. Professores aprenderam assim e ensinam assim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3 - Tendência 
Liberal Tecnicista 
 
Tendências progressistas 
Com o período de abertura política surgem as tendências progressistas. Tendo Paulo Freire como seu 
maior inspirador, a educação caracteriza-se pela valorização do sujeito no processo de aprendizagem, 
progredindo a partir das experiencias pessoais e o professor volta ao seu papel de mediador. Segundo 
GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação 
educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora 
uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do 
conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de 
outros. Portanto, nessa concepção de escola, o aluno deve desenvolver seu senso-crítico e ser capaz 
de se posicionar na sociedade, estimulando o questionamento de classes. Por esse motivo é uma 
prática que de certa forma influencia o posicionamento político-social. 
 
Tendência progressista-libertadora 
 
Advogando pela ideia de que as discussões e reflexões sobre temas sociais e políticos deveria ser o 
foco central da educação, o professor deve agir como um organizador de problematizações sobre a 
realidade e o trabalho. Não havia uma didática explícita para essas ações e essas reflexões ocorriam 
mais em escolas públicas, já que nas escolas particulares os interesses eram outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4 - Tendência 
Libertadora 
 
Tendência progressista libertária 
 
A crescente abertura política incentiva a democracia na educação, propiciando condições mais 
igualitárias a todos. Nesse momento é ampliada a abertura nas escolas, permitindo que a comunidade 
escolar tivesse mais acesso as decisões, atuando em conselhos escolares, cooperando com a gestão 
democrática e outras formas de participação. O aluno e o professor são parceiros de descobertas, e 
apesar dos conteúdos serem explorados, não são exigidos. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 5- Tendência 
Progressista Libertária 
 
A aprendizagem que se dará informalmente é uma forma de negar a repressão e pretendem que as 
pessoas sejam mais livres e críticas. 
 
Tendência progressista crítico-social 
 
Em oposição a escola libertária e acreditando que os conhecimentos historicamente adquiridos não 
devem ser menosprezados, essa tendência defende que a função social e política deve ser explorado 
a partir dos conhecimentos sistematizados. Prioriza os conhecimentos científicos, a didática, a 
construção de raciocínio lógico e habilidades críticas que os ajudem a socialmente provocar 
modificações. Conforme Libâneo (1990), a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, 
diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as 
realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas 
contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, 
para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 5- Tendência Progressista Libertária 
Diante dessas constatações sobre as tendências pedagógicas, podemos verificar que muitas ideias vão 
e vem, ou seja, são pensadas, aplicadas, negadas e depois reinseridas com ajustes objetivando o 
aprimoramento. Todos esses conhecimentos nos levam a pensar sobre a educação que tivemos e que 
podemos oferecer. Qual você escolhe para você como profissional da educação? 
 
 
CONTEÚDOS OPERACIONAIS DA DIDATICA 
 
Quando pensamos em ensinar, parece tudo muito simples, mas o ensino se garante através de alguns 
conteúdos operacionais. Vamos agora explorar esse mundo. Para falarmos de didática devemos pensar 
em objetivos de ensino, conteúdos escolares, metodologia de ensino, relação professor-aluno, 
avaliação e planejamento de ensino. Não vamos nos estender em todos os itens nessa unidade. Alguns 
aspectos já foram discutidos ou serão ainda nesta disciplina em outras unidades de ensino. 
 
Objetivo 
Iniciaremos pelos objetivos de ensino, que serão citados e explorados novamente na próxima unidade. 
Cabe neste momento entender sua preponderância nesse contexto de aula. Objetivos, em geral, 
discriminam aonde queremos chegar. Se vou viajar, tenho um objetivo que é conhecer um 
determinado lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 7- Objetivos 
Na escola, a palavra “objetivo” 
se apresenta em diversos 
documentos. Temos os objetivos 
do Projeto Político Pedagógico, que é como se fosse um farol, que iluminará os caminhos a serem 
trilhados. Cada disciplina deve ter seu objetivo geral, que geram os objetivos gerais de cada ano ou 
série e depois devem gerar objetivos específicos da aula. O objetivo geral nos direciona sobre o que 
queremos que o aluno saiba ao final de um contexto, que pode ser um curso ou uma série. Vamos ser 
mais específicos e exemplificar. 
 
Em relação a um curso de pedagogia temos por objetivo geral, ou seja, ao final do curso queremos: 
Preparar profissionais para responder às diferenciadas demandas educativas da sociedade 
contemporânea atuando em uma complexa gama de atividades. Considerando que esse é um objetivo 
que deve ser atingido em um período de quatro anos, devemos pensar em organizá-lo em objetivos 
menores, ou seja para cada ano cursado. Podemos dar um exemplo de objetivo que poderá ser 
explorado de diversas formas. Compreender a educação como fenômeno social e cultural em seu 
dinamismo e diversidade. Para esse objetivo podemos pensar em disciplinas variadas como: aspectos 
antropológicos e sociológicos da educação, filosofia da educação, história da educação, psicologia da 
educação, etc.. 
 
Cada disciplina citada terá um objetivo geral e será recortado em outros mais específicos. O principal 
dessa exploração por objetivos e suas variações, é entender que ele deve nos nortear para o 
desenvolvimento do conhecimento sobre determinada prática. A definição de objetivos ajudará a 
determinar os conteúdos a serem explorados. Existem alguns cuidados essenciais para serem 
garantidos na formulação de objetivos. A primeira questão a ser garantida, é verificar se é possível 
desenvolver determinado objetivo. Podemos citar alguns objetivos que não se pode garantir, por 
exemplo: Garantir que o professor se forme com todas as condições necessárias para ensinar em salas 
de diferentes tipos e diferentes disciplinas. Como alguém pode garantir que outro individuo saberá 
tudo ao final de um curso? Como alguém pode saber ensinar tudo? Considerando essa informação 
devemos pensar em objetivos viáveis, ou seja, possíveis de serem realizados e em um determinado 
período. Outro aspecto é poder mensurá-lo. Se não tenho como mensurar, como saberei que o objetivo 
foi atingido. Vamos a outro exemplo? o Transformar a postura do aluno para que se torne um cidadão 
compreensível, colaborador, respeitoso. É possível oferecermos alguns contextos onde o aluno irá 
refletir sobre essas posturas, porém como garantir que ele se transformou? Qual avaliação pode 
garantir isso? Dessa forma, é preciso que o objetivo seja algo palpável e de preferência que atenda ao 
objetivo geral e as premissas da legislação e do Projeto Político Pedagógico, onde afinal teremos o 
produto esperado. Os objetivos específicos devem apoiar os objetivos gerais. Cabe lembrar que os 
objetivos, sejam quais forem, devem ser iniciados com um verbo no infinitivo. Existem vários verbos 
que podem ser explorados, conforme seu nível de exigência, na Taxonomia de Bloom e na atual Base 
Nacional Comum Curricular. 
 
Os verbos usados em objetivos devem ter uma coerência que respeite as características do aluno, suas 
possibilidades seus préviosconhecimentos. Por exemplo, não é possível solicitar um aluno que 
analise se ele ainda não consegue identificar. 
 
Conteúdos escolares 
Neste ponto, passaremos brevemente sobre o assunto, pois como já foi explanado, será foco de uma 
próxima unidade, onde teremos a oportunidade de explorarmos com mais profundidade. Devemos, 
no entanto, deixar claro algumas questões. Os conteúdos devem ser gerados a partir dos objetivos e 
não o contrário. É muito comum que os professores tenham prontos os conteúdos de cada série e, se 
forem obrigados, irão pensar em objetivos. Justamente por esse motivo que as avaliações e as 
metodologias usadas muitas vezes não estão alinhadas aos objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 8 – Alinhamento de aspectos importantes para o planejamento 
A reflexão deve ser a seguinte: se tenho determinado objetivo, qual o conteúdo que deve ser ensinado 
para atingir esse conteúdo? Do que adianta eu ensinar a inferir sobre um texto, se meu objetivo é que 
esse aluno saiba decodificar uma palavra? O que ajudará a inferência para atingir esse objetivo? Com 
isso, podemos afirmar que o objetivo e o conteúdo devem estar coerentes e levar ao mesmo sentido. 
 
Metodologia de ensino 
A metodologia de ensino consiste na aplicação de diferentes métodos no processo de ensino-
aprendizagem. Segundo o dicionário Aurélio, metodologia consiste na arte de dirigir o espírito na 
investigação da verdade. Aplicação do método no ensino. Método vem do latim “methodus” cujo 
significado é caminho ou via para realização de algo. Meta (objetivo, finalidade) somado a Hodos 
(caminho, intermediação). Em nosso contexto, a metodologia vem complementar as ideias iniciais 
apresentadas nessa unidade. Se eu tenho um objetivo, já defini os conteúdos a serem trabalhados, de 
que forma vou fazer isso, para garantir a aprendizagem dos alunos? Metodologia de ensino são os 
estudos das diferentes trajetórias seguidas para se atingir os objetivos de ensino. Quando um professor 
tem um objetivo a ser atingido ele precisa pensar: quem são meus alunos? O que os atrairia para 
trabalhar esses conceitos? Qual a aplicabilidade desses conceitos que eles poderiam considerar 
relevantes? O que é significativo para eles? Quais estudos já existem e fundamental essa 
aprendizagem? Posso usá-los nesse contexto? Se o professor de matemática tem por objetivo que os 
alunos tenham decorado a tabuada, ele precisará de recursos de repetição. O que ele pode fazer para 
que os alunos repitam as tabuadas? Antigamente nós copiávamos várias vezes a mesma tabuada até 
decorá-las. Hoje, antes da ação de decorar devemos garantir o entendimento do que é multiplicação. 
Isso resolvido, o professor pode proporcionar diversos exercícios em que o aluno consulta a tabuada 
para resolver. Isso pode ajudar na decoração, porém existem muitos outros caminhos como jogos, 
desafios, etc.. O professor deve verificar o que mais atraí o interesse do aluno. Cabe ainda ressaltar 
que um método não é uma solução geral para todos os alunos. Em uma determinada classe um método 
pode ser eficiente, porém em outra, o professor precisará procurar outro caminho. Tudo depende da 
caracterização dos alunos que influenciará o desempenho do professor. Outro aspecto importante é 
que o professor deve dominar o que vai ensinar, mas isso também não garante que ela saiba ensinar. 
É preciso saber ensinar e a escolha da metodologia do ensino trará ao professor alguns desafios e 
poderá ser marcado por escolhas erradas. 
 
Já ouviram as seguintes falas? Fulano é um professor tirano. Ciclano ensina por cópias sem fim. 
Beltrano é um animador de aulas. A escolha da metodologia influenciara a forma como será visto e 
como a aprendizagem do aluno. Por esse motivo, existe a necessidade de o professor ser muito 
responsável e comprometido. Estar disposto a estudar sempre, entender a dinâmica da escola em que 
trabalha, participar da construção do Projeto Político Pedagógico, conhecer diferentes métodos de 
ensino e sua relação histórica cultural, e saber escolher caminhos em que as metodologias usadas 
abracem as necessidades locais. 
 
Relação Professor-Aluno 
Para muitos esse é um aspecto que não tem valor. Professores que aprenderam nas décadas de 1970, 
1980, 1990, ainda têm em si o registro do que eram como alunos. Respeitosos, e os professores sendo 
a autoridade máxima de uma sala de aula. Com a evolução humana as relações mudaram, e não se 
pretende aqui estender os vários aspectos que levaram essas relações em sala de aula a mudar tanto, 
mas aceitá-las e verificar de que forma tudo isso influencia no cotidiano escolar e principalmente na 
aprendizagem. O que se constata é que nas salas dos professores e que se ouve muito sobre a 
irreverência e deboche dos alunos, a falta de interesse, as consequentes notas baixas e muitas vezes o 
medo de se enfrentar algumas classes, por terem alunos agressivos e que chegaram até a agredir seus 
professores. É possível ensinar ou aprender nesse contexto? Será que estamos dando muita liberdade? 
Pensar nessa relação é tão importante assim? Como os professores devem se comportar nessa relação? 
 
A princípio devemos reforçar que o professor tem a responsabilidade de, apresentar aulas que sejam 
envolventes e motivadoras aos alunos. Um bom plano de aula poderá ajudar muito nesse aspecto. Por 
outro lado, o professor já não é mais um mero transmissor de conteúdo. Sua função se ampliou e 
agora ele deve ser um educador, preparado para, além de ensinar a disciplina, propiciar reflexões nos 
alunos que os ajudem com a postura cidadã. Teríamos que conseguir que os outros acreditem no que 
somos. Um processo social complicado, lento, de desencontros entre o que somos para nós e o que 
somos para fora [...] Somos a imagem social que foi construída sobre o ofício de mestre, sobre as 
formas diversas de exercer este ofício. Sabemos pouco sobre a nossa história (ARROIO, 2000, p.29). 
Para que tenhamos professores com essas competências é preciso que haja uma equipe técnico-
pedagógica muito comprometida com a formação continuada. Uma característica de professores bem 
aceitos pelos alunos é daquele profissional que permite abertura ao diálogo. Será que professores 
conseguem dialogar sem impor suas “visões de mundo”? Tudo isso fará parte de um trabalho 
formativo e reflexivo processual e que será um desafio aos coordenadores de cada escola. É preciso 
muita determinação para insistir nesse tema e abrir diálogo com o professor para que ele entenda o 
que se espera dele. [...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se 
solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, 
não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se 
simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91). A perspectiva 
de haver diálogo em sala de aula permite desmistificar o professor como o que sabe tudo e concebê-
lo como um mediador da aprendizagem. Acreditem, que esse professor aprenderá muito com os 
alunos, também. Já a afetividade é outro aspecto muito importante e valorizado por diversos 
estudiosos da educação. Para Wallon, a aprendizagem está diretamente ligada a afetividade que se 
cria dentro da sala de aula. Considerando alguns alunos extremamente agressivos, devemos pensar o 
que levou esse individuo a esse comportamento. Será que sofreu agressão em sua vida? Como é sua 
casa e as relações que lá se efetivam? Na escola esse aluno já foi valorizado alguma vez? O que ele 
pensa sobre os professores? São muitas as respostas, mas várias experiências mostram que alunos 
podem mudar sua postura diante de atenção, e ao notar que alguém se interessa por ele. Muitas vezes 
um professor muda um destino com o respeito e atenção que demonstra ao aluno. Inquestionável é 
que o aluno sente o que o professor pensa. Se sente desprezo porparte do professor, desprezará a 
disciplina, o conhecimento oferecido e o professor. Cabe aqui os professores refletirem sobre suas 
práticas, mas isso não descarta a realidade que muitas vezes é surpreendente. Aquele aluno quietinho 
poderá de repente ficar agressivo e por isso uma boa dose de observação individual é importante. Um 
ponto muito importante é a imposição de algumas questões. Nenhum ser humano aceita certas 
imposições sem entender primeiro o motivo. Dessa forma, considere-se recebendo uma ordem 
arbitrária que você, mesmo como professor, não concorda. Essa geralmente é a motivação para 
adesões fracas em propostas escolares. Deve-se reservar um tempo para fundamentar as regras, 
dialogar sobre elas, ouvir outros pontos de vista. Como prática estritamente humana jamais pude 
entender a educação como experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, 
os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Nem tampouco jamais 
compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária 
disciplina intelectual (FREIRE, 1996, p. 146). Considerando a citação acima também é importante 
reafirmar que ser afetivo não está diretamente ligado a ser permissivo. O professor deve ser afetivo, 
porém manter a postura respeitosa e a cultura que em sala de aula devemos estudar. Cada professor 
deverá achar a medida correta para que um ponto não suprima o outro. 
 
Avaliação 
O que é avaliar? Para que avaliamos? O que fazemos com os resultados obtidos? Essas são perguntas 
fundamentais para serem realizadas com os professores. Será que pensam da mesma forma? 
Normalmente a avaliação é vista como uma forma de repressão, onde o aluno que não atinge a nota 
estabelecida como “boa” será rotulado como ineficiente, preguiçoso, desinteressado e que não estuda. 
Essa visão de avaliação é consequência da educação tradicional. Lembram como Skinner 
condicionava os ratos? Por recompensa e punição. Assim, fomos condicionados que ter uma nota 
baixa é uma punição e ter uma nota alta é uma recompensa. O prazer de aprender desaparece quando 
a aprendizagem é reduzida a provas e notas; os alunos passam a estudar para se dar bem na prova e 
para isso têm de memorizar as respostas consideradas certas pelo professor ou professora. 
Desaparecem o debate, a polêmica, as diferentes leituras do mesmo texto, o exercício da dúvida e do 
pensamento divergente, a pluralidade. A sala de aula se torna um pobre espaço de repetição, sem 
possibilidade de criação e circulação de novas ideias. (GARCIA, 1999, p. 41) Mas o que é e para 
avaliar? No dicionário “Aurélio” encontramos as seguintes definições: determinar o valor de; 
compreender; apreciar, prezar; reputar-se; conhecer o seu valor. Avaliar é investigar a qualidade do 
desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos 
resultados, caso seja necessária. (Luckesi, 2005) Na educação esperamos que a palavra avaliar venha 
ao encontro de refletir sobre um resultado. Eu avalio, tabulo os resultados, analiso no individual e no 
grupo, e depois penso em como corrigir algumas rotas realizadas e assim possibilitando aos alunos 
que não atingiram o objetivo, que por outros meios se apropriem desse conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10- Para que avaliar? 
Como corrigir resultados? Analisando sobre os motivos de cada resultado. O professor deve 
perguntar-se se aquele aluno conseguiu entender a forma como ensinou, se precisa de algum recurso 
especial para atingir o objetivo das aulas, se existem alguns motivos que o professor possa resolver. 
É comum em conselhos de classe os professores justificarem notas baixas com desinteresse, falta de 
estudo, falta de atenção. O que não é comum é serem questionados nesse momento os motivos desses 
comportamentos. Caberia aos professores analisarem com muita atenção algumas questões. Em sua 
sala de aula, quantos alunos atingiram a média mínima? Se forem poucos, ou seja, abaixo de 10% da 
classe, o professor pode pensar em formas que levem o aluno a entender melhor o conteúdo trabalhado, 
considerando suas dificuldades específicas. Se for um número grande de aluno, talvez seja o momento 
desse professor verificar a metodologia que tem usado em sala de aula, pois muitos alunos não 
apresentam aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 11- Acompanhamento das expectativas de aprendizagem 
Observando a imagem acima e entendendo que o que está pintado em verde refere-se a expectativa 
atingida, e vermelho como expectativa não atingida, Como você analisa a situação de Fátima e Hélio? 
É possível constatar que Fátima e Hélio não conseguiram atingir nenhuma expectativa de 
aprendizagem. Importante que o professor verifique as dificuldades individuais para proporcionar o 
aprendizado. A metacognição é proporcionar ao estudante uma reflexão de como ele aprende. Nem 
todos aprendem das mesmas formas. Alguns aprender pelo visual, outros pela escrita, outros pela 
audição, etc.. Em casos assim, como o de Hélio e Fátima, é muito importante que o professor entenda 
como esse aluno aprende e estimule que ele próprio perceba isso. Essa é uma forma de preparar 
atividades que ajudem os alunos a atingirem os objetivos. Quando analisamos a expectativa: 
“Entender o significado dos valores de cada número”, podemos afirmar que a professora deverá 
refletir sobre sua aula e buscar outras formas de atingir esse objetivo, pois a maioria não conseguiu 
apropriar-se dos conceitos da forma como foram oferecidos, o que nos leva a pensar que haverá outros 
encaminhamentos que podem proporcionar essa aprendizagem. Muito comum que professores 
realizem períodos de recuperação com alunos que estão abaixo das médias. É preciso entender que 
esse deve ser um momento de recuperar aprendizagem e não somente a nota. Antes de avançarmos 
em nossos conhecimentos ainda se faz necessário explorar os tipos de avaliação que conhecemos. 
 
Avaliação diagnóstica 
 
Essa forma de avaliação normalmente é usada no início do ano, onde os professores conseguem 
identificar os pré-conhecimentos dos alunos. A partir dessa análise o professor dever delinear os 
conteúdos e níveis de aprofundamento que realizará. A avaliação diagnóstica não se propõe e nem 
existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção 
pedagógica progressista”. (Luckesi 2003, p.82) É preciso ter cuidado em não rotular um aluno a partir 
dessa avaliação. A ideia é perguntar, como posso corrigir possíveis distorções na aprendizagem? A 
avaliação diagnóstica também pode ser usada como processual, trazendo informações contínuas sobre 
o aprendizado dos alunos. 
 
Avaliação Processual ou Formativa 
 
Vista como um meio regulatório, a avaliação processual visa orientar o professor em suas atividades. 
Por meio desse tipo de avaliação é possível entender quais foram as expectativas que não foram 
correspondidas em tempo de corrigi-las. Elas devem ocorrer processualmente, ou seja, ao final de 
cada módulo de ensino, o processo deve avaliar se o conteúdo foi apropriado pelos alunos. Importante 
que avaliar não necessariamente deva ser uma prova. A avaliação processual pode ocorrer através da 
observação do professor nas atividades oferecidas aos alunos diariamente. A avaliação formativa 
consiste na prática da avaliação contínua realizada durante o processo de ensino e aprendizagem, com 
a finalidade de melhorar as aprendizagens em curso, por meio de um processo de regulação 
permanente. Professores e alunos estão empenhados em verificar o que se sabe, como se aprende o 
que não se sabe para indicar os passos a seguir, o que favorece o desenvolvimento pelo aluno da 
prática de aprender a aprender. A avaliação formativa é um procedimento de regulação permanente 
da aprendizagem realizado por aquele que aprende. (BONIOL E VIAL APUD WACHOWICZ E 
ROMANOWSKI, 2003,p. 126). 
 
Avaliação somativa 
 
A avaliação somativa é aquela aplicada ao final de um determinado ciclo ou período. Nas escolas 
normalmente ocorrem ao final de um bimestre, trimestre ou semestre. A avaliação somativa visa um 
balanço somatório dos resultados dos trabalhos realizados. Normalmente são resultados 
classificatórios que indicam o prosseguimento ou retenção dos estudos dos alunos. Apesar de ser 
importante é preciso ter cuidado para que a avaliação não seja muito longa, pois muitas vezes o aluno 
tem todo o conhecimento necessário, mas não encontra tempo para realizar todos os processos 
solicitados no tempo oferecido para a avaliação. Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no 
final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos 
objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias 
sequências de um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando esse 
balanço final leva em consideração vários balanços parciais. (GIL, 2006,p. 248). 
 
Cuidados com as avaliações 
 
Avaliar é uma responsabilidade complexa que exige do professor alguns cuidados. Podemos citar 
algumas situações que podem ser evitadas ao elaborar uma avaliação. O professor deve ter claro o 
objetivo da aprendizagem. Dessa forma, sua avaliação será em função desse objetivo. De que adiantar 
ensinar a pescar e cobrar na prova como cozinhar o peixe? 
 
As perguntas ou reflexões solicitadas devem ser claras aos alunos. Usar um vocabulário familiar aos 
alunos é importante. Para o entendimento da questão, ela deve ser conduzida com o vocabulário usado 
no desenvolvimento de aula. Perguntas devem ser elaboradas para que tenham apenas uma resposta. 
Não posso perguntas por exemplo: o que pensa sobre...? Qualquer resposta estará correta. A não ser 
que queira apenas avaliar a posição dos alunos frente a uma determinada situação. 
 
Se for fazer várias perguntas em uma única questão procure organizar de forma que o aluno seja capaz 
de identificar cada uma e organizar em sua resposta. Atualmente usamos perguntas contextualizadas 
para que o aluno consiga mostrar a transferência do que aprendeu para a realidade ou outras situações-
problema. Nesse caso, cuide para que não seja uma pré-textualização, ou seja, apenas um texto usado 
sem ligação com o conteúdo ou questão solicitada. Contextualizar é transformar a questão em uma 
reflexão significativa para os alunos. 
 
Planejamento de ensino 
Conforme dicionário Aurélio a palavra ensinar é definida como: instruir, dar lições a; dar lições de; 
indicar; adestrar.; castigar; educar. Ensino pressupõe uma ação deliberada, planejada pelo professor, 
para que ao final garanta-se a aprendizagem. Planejar o ensino é fundamental para garantir a qualidade 
da aula, o bom aproveitamento do tempo, e para se atingir os objetivos. Planejamos para tudo. Vamos 
verificar no caso de uma viagem. Se quero conhecer a América do Sul e moro na Europa, vou planejar 
a compra das passagens, a reserva nos hotéis, as roupas que devo levar para suportar o clima local, o 
tipo de alimentação que me será proporcionada, etc.. No caso do planejamento de ensino, existem 
algumas recomendações importantes e vou citar algumas indicadas por Doug Lemov em seu Livro 
“Aula nota 10”, que vem ao encontro do que consideramos importante nesse momento. Para iniciar, 
Lemov cita a importância de se iniciar pelo fim, ou seja, como mencionamos, o professor precisa ter 
claro o que quer que seu aluno saiba ao final de cada aula. Nesse momento ele inclui a ideia de que 
prever como avaliará, ajudará no alinhamento entre objetivo, procedimentos e avaliação, não 
causando ao aluno distorções entre o que aprendeu e o que foi avaliado. Tendo objetivo e avaliação 
alinhadas é preciso pensar nos procedimentos que levarão a atingir esse objetivo. Para isso o professor 
deve se perguntar: o que farei, em cada momento para que meus alunos atinjam o objetivo de 
aprendizagem? Detalhando mais, o professor precisa saber o local, como disporá as cadeiras em cada 
atividade, que materiais usará e providenciará previamente, o que ele fará e o que os alunos farão 
enquanto ele faz sua parte e os tempos de cada atividade. 
 
 
 
 
Figura 13- Componentes de um plano de aula 
Tudo isso? Sim. Mas não necessariamente em todo planejamento. O que o professor precisa é 
entender a complexidade de uma aula e garantir que ela ocorra de forma produtiva. Quando falamos 
em organizar grupos para realizar uma discussão, deve prever o tempo que levará para organizar a 
sala como pensou, se os alunos serão indicados por ele, se se organizarão com os mais próximos. 
Tudo isso evita desperdício de tempo. Outra questão é pensar nos materiais que serão usados. Se vou 
dar um texto para cada grupo, tenho de ter as cópias necessárias já prontas em mãos no momento da 
aula. Tudo isso evitará que o seu objetivo seja suprimido por urgências, como sair correndo da sala 
para tirar xerox, ou pedir para um técnico ajustar o computador onde exporá sua apresentação. 
Propiciar uma oficina com os professores onde poderão realizar esse tipo de planejamento em grupos, 
ou duplas ajudará com que eles se apropriem dessa forma de organização. 
 
COMPONENTES DO PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM (PRÁXIS PEDAGÓGICAS) 
 
O ensino deve levar a aprendizagem e para isso, cada professor deve escolher uma forma de atingir 
seus objetivos de aprendizagem, através do ensino que proporcionará. A teoria é o que deve embasar 
a prática. Adquirimos um conhecimento para ser útil em nossas vidas. No caso dos professores, eles 
estudam muitas teorias de ensino e aprendizagem que deverá fundamentar a sua práxis pedagógica. 
A práxis pedagógica é o elemento que efetiva a aprendizagem. O educador precisa pensar em ações 
que propiciem a aprendizagem, e ainda ter consciência do que fundamenta cada ação. Quando 
entendemos que a prática será tanto mais coerente e consistente, será tanto mais qualitativa, será tanto 
mais desenvolvida quanto mais consistente for a teoria que a embasa, e que uma prática será 
transformada à medida que exista uma elaboração teórica que justifique a necessidade da sua 
transformação e que proponha as formas de transformação, estamos pensando a prática a partir da 
teoria. Mas é preciso também fazer o movimento inverso, ou seja, pensar a teoria a partir da prática, 
porque se a prática é o fundamento da teoria, seu critério de verdade e sua finalidade, isto significa 
que o desenvolvimento da teoria depende da prática (SAVIANI, 2005, p.107). Para além de colocar 
em prática uma teoria, o professor deverá aperfeiçoá-la, analisando seus resultados e procurando, 
através da pesquisa de sua própria prática, encontrar elementos que possam aprimorá-la. Mas se 
estamos diante de uma escola que se transformou em muitas de suas características, onde os alunos 
são totalmente diferentes dos antigos, é preciso que o professor saiba implantar métodos e adequá-
los a realidade em que desenvolve sua aula. 
“a práxis é, na verdade, atividade teórico-prática; ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado 
material, propriamente prático, com a particularidade de que só parcialmente, por um processo de 
abstração, podemos separar, isolar um do outro”. (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 1977, p. 241) 
Considerando essas possibilidades o professor deve mediar o conhecimento de forma a respeitar a 
comunidade em que trabalha e entender os alunos no grupo e individualmente. Para isso o professor 
mediador precisa muito do diálogo. Com o diálogo, o professor perceberá e conhecerá cada aluno, 
podendo assim realizar ações que o afetem e ajudem a se apropriar do conhecimento. 
 
Figura 14- Sala de aula 
É preciso que as atividades propostas em sala de aula tenham significado e sentido aos alunos. O 
aprendizado deve ser entendido como relevante e que podem contribuir na vida dos alunos de alguma 
forma.

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