Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FarmacognosiaII FARMACOGNOSIA II Aula 07: Alcaloides – generalidades AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Assuntos desta aula 1. Definição e histórico; 2. Funções nos vegetais; 3. Ocorrência e distribuição; 4. Classificação; 5. Detecção e caracterização; 6. Extração; 7. Purificação e isolamento; 8. Análise quantitativa; 9. Propriedades farmacológicas. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Definição • Etimologia: Alcali (básico) + oide (semelhante a) • Classe de metabólitos secundários. • Grande número de substâncias estruturalmente muito diversas. • Substâncias nitrogenadas, geralmente de caráter básico e de origem vegetal, que apresentam acentuada ação farmacológica em animais. • Caráter básico se deve ao par de elétrons não compartilhados do nitrogênio. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Histórico Antiguidade • A morte de Sócrates (399 a.C) com bebida a base de cicuta. • Cicuta produzida a partir de Conium maculatum. • Principal alcaloide é a coniina. • Além dos gregos e romanos, outras culturas antigas usavam alcaloides como venenos, principalmente para o envenenamento de setas empregadas em caçadas e guerras. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Histórico Antiguidade • Envenenamento de setas empregadas em caçadas e guerras em flechas e zarabatanas. • Vários alcaloides encontrados no curare, tais como a curarina, a tubocurarina e a protocurarina são extraídos de várias plantas, inclusive diversas espécies do gênero Strychnos spp. • Tubocurarina é um bloqueador da junção neuromuscular. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Histórico • Bernardino Antônio Gomes (1810): isolou da cinchona (quina) uma substância cristalina, que denominou cinchonina. • Pierre-Joseph Pelletier isolou outros alcaloides, como a estricnina, a colquicina e a veratrina. • Em 1840, a maioria dos alcaloides estava isolada e identificada. Usos terapêuticos • Friedrich Wilhelm Sertürner (1806): isolou do ópio a morfina, com notável propriedade sedativa. Friedrich Wilhelm Sertürner (farmacêutico) Bernardino Antônio Gomes (médico) Pierre-Joseph Pelletier (farmacêutico) AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Funções nos vegetais AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES • Plantas com alcaloides são tóxicas e de gosto amargo. • Inibição do crescimento de outras espécies. • Proteção contra a irradiação UV seus núcleos aromáticos são altamente absorventes dessa radiação. • Proteção contra micro-organismos. • Atuam como reserva de nitrogênio. herbívoros patógenos micro-organismos FarmacognosiaII Classificação Tipos de classificação • Quanto à estrutura molecular e origem metabólica. • Quanto ao aminoácido que lhe deu origem (origem biossintética). • Quanto à estrutura do anel heterocíclico básico. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Classificação Quanto à estrutura molecular e origem metabólica AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Classificação Quanto ao aminoácido que lhe deu origem (origem biossintética) ornitina fenilalanina tirosina triptofano histidina ácido antranílico ácido nicotínico adenosina-3’-5-monofosfato AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Classificação Quanto à estrutura do anel heterocíclico básico Precursores aminoácidos • Derivados de fenilalanina e tirosina (ArC2N): isoquinolinicos e feniletilamínicos (protoalcaloides). • Derivados do triptófano (indole-C2N ): indólicos e quinolênicos. Protoalcaloides Fenilalanina Tirosina Fenetilamina Isoquinolínico Triptofano B-carbolínico Pirroloindólico AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Classificação Quanto à estrutura do anel heterocíclico básico Precursores aminoácidos • Derivados da lisina: quinolizidínicos, indolizidínicos e piperidínicos. • Derivados da ornitina: tropánicos, pirrolizidínicos, pirrolidínico. • Derivados da histidina: imidazólico. Ornitina Tropânico Pirrolizidínico Pirrolidínic o Lisina Quinolizidínico Piperidínico Indolizidínico Histidina AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES Imidazólico FarmacognosiaII Classificação Quanto à estrutura do anel heterocíclico básico Precursores NÃO aminoácidos • Derivados do metabolismo terpênico: diterpênicos e esteroidais. • Derivados dos ácidos nicotínicos. • Derivados do ácido antranílico. • Derivado da adenosina-3',5'-monofosfato (AMP). pseudoalcaloides AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Detecção e caracterização Reações de identificação • São detectados por meio dos reativos gerais de alcaloides (RGA). • A extração prévia evita resultados falso-positivos muito comuns para essas reações. • A presença é caracterizada por precipitação (turvação) e/ou aparecimento de cor. • Alguns alcaloides são identificados por aparecimento de fluorescência. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Extração • Remoção de componentes lipofílicos (ceras terpenos pigmentos) com solventes de baixa polaridade (n- hexano ou éter de petróleo). Extração em meio básico • Grau de basicidade se deve ao par de elétrons livres do nitrogênio, estrutura molecular e grupos funcionais. • Forma sal em solução aquosa de ácidos minerais. • Alguns alcaloides possuem amônio quaternário (R4N+X -) e propriedades químicas diferentes. Tubocurarina AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Extração • Alcalinizar e extrair com solvente orgânicos, posteriormente recuperados por evaporação. Alcaloides totais Soluçãoorgânica de alcaloides Extração em meio básico • São sensíveis a luz, pH, aquecimento solventes como clorofórmio e diclorometano. • Iniciar com material seco, moído, desengordurado, umidificado com água e alcalinizado (NaOH, NH3, Na2CO3). • Alcaloides são extraídos com solventes orgânicos. • Purificação com soluções ácidas formando sal. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII Propriedades farmacológicas • Baseiam-se em propriedade intrínseca do alcaloide a ser determinado. • Servem de protótipos para síntese ou semi-síntese de diversos medicamentos. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Alcaloides tropânicos; Caracterização, importância e formação; Reações de identificação; Propriedades farmacológicas; Propriedades toxicológicas; Principais drogas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. AULA 07: ALCALOIDES – GENERALIDADES FarmacognosiaII FARMACOGNOSIA II Aula 08: Alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Assuntos desta aula 1. Caracterização, importância e formação; 2. Reações de identificação; 3. Propriedades farmacológicas; 4. Propriedades toxicológicas; 5. Principais drogas. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Caracterização • Apresentam estruturas bicíclicas denominadas tropano (8-metil-8-azabiciclo[3,2,1]octano). • Formalmente constituídos por estrutura biciclica formada pelo anel pirrolidina e piperidina. • Orientação a ou b da hidroxila em C-3 fornece dois isômeros geométricos: tropanol (tropina) e pseudotropanol (pseudotropina). • Esterificação do grupo hidroxila com ácidos aromáticos formam alcalóides das famílias Solanaceae e Erythroxylaceae. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Caracterização Estão divididos em dois grupos. • No grupo da atropina estão os alcaloides da família Solenaceae, como atropina, hiosciamina, hioscina (escopolamina) e atroscina. • No grupo da cocaína estão os alcaloides da família Erythroxylaceae como a cocaína, tropacocaína e valerina. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Importância • Alcaloides de maior importância farmacêutica. • Protótipos a partir dos quais foram desenvolvidos análogos sintéticos. • Ponto de partida da síntese de anticolinérgicos e anestésicos locais. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Reação de identificação Reação de Vitali • Consiste na nitraçãodo ácido trópico. • Coloração violeta caracteriza presença de atropina e/ou hiosciamina. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Propriedades farmacológicas Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Inibem as ações da acetilcolina em efetores autônomos inervados pelos nervos pós-ganglionares colinérgicos e na musculatura lisa, que é desprovida de inervação colinérgica. • Drogas antimuscarínicas são usadas no tratamento da úlcera péptica. • Os alcaloides tropânicos e seus substitutos sintéticos reduzem a salivação excessiva associada ao envenenamento por metais pesados ou parkinsonismo. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Propriedades farmacológicas Propriedades farmacológicas e toxicológicas • A maioria dos efeitos no SNC são atribuídos às ações antimuscarínicas centrais. • Pequenas doses deprimem as secreções salivar, brônquica e as sudoreses. • Doses maiores, leva a dilatação da pupila, bloqueio dos efeitos vagais sobre o coração aumentando a frequência cardíaca. • Doses elevadas inibem o controle parassimpático da bexiga e do trato gastrointestinal, tônus muscular e da motilidade intestinal. • Altas doses inibem a secreção e a motilidade gástrica. • Em doses altas ou tóxicas, os efeitos centrais consistem de estimulação seguida por depressão. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Propriedades farmacológicas Uso terapêutico • Utilizados em espasmos brônquicos e nos caso de asma brônquica. • São utilizados em espasmos do trato gastrointestinal, contra cólicas e em hipersecreção gástrica. • Tem uso como anestésico local devido a dessensibilizarão das terminações nervosas. • Devido à ação antiespasmódica, são utilizados em colites e gastroenterites e em cólicas nos ureteres provocadas por cálculos renais. • Diminuem a secreção respiratória, utilizados como medicação pré-anestésica, e para as secreções nasais, em alergia. • São antídotos de inibidores da colinesterase, como organofosforados e carbamatos. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Beladona • Origem botânica: Atropa beladona. • Família botânica: Solanaceae. • Origem geográfica: Europa central e meridional, norte da África e Ásia ocidental • Nome vulgar: Beladona/erva-mouramorta. • Farmacógeno: folhas e sumidades floridas (internamente); raízes (externamente). • As raízes devem ser coletadas a partir do terceiro ano. picturepartners / Shutterstock FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Beladona Composiçãoquímica: • Folhas contêm em média 0,30 a 0,50 % de alcaloides totais, sendo o principal (-)- hiosciamina. • Possuem pequena quantidade de bases voláteis (nicotina, piridina, N-metilpirrolina), glicosídeos flavônicos, cumarinas escopoletinas e escopolamina. • Possuem Atropina, higrina, higrolina, cuscoigrina, tropinona, tropina, pseudotropina, nove ésteres de tropanol e a beladonima (um produto de degradação). Atropina AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS • Folhas pobres em escopolamina o que as diferencia do estramônio e meimendro (a relação hiosciamina-escopolamina nas folhas é de 20:1). FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Beladona Propriedades farmacológicas: • Atividade Farmacológica: Anticolinérgico. • Partes aéreas como raiz, têm ação antiespasmódica sobre a musculatura lisa do Trato gastrointestinal (TGI), vesícula biliar e bexiga. • Diminui as secreções. • Em doses elevadas é estimulante do SNC, podendo induzir o indivíduo ao coma profundo. • A ação estimulante sobre o SNC deve-se ao maior teor de hiosciamina em relação à escopolamina. FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Beladona Propriedades toxicológicas: • É uma espécie altamente tóxica. • Todas as partes da planta são consideradas tóxicas. • As intoxicações ocorrem principalmente em crianças pela ingestão dos frutos que são pretos, atraentes e de sabor doce. Ingestão de três a quatro frutos é letal para crianças. • Os sintomas são secura da boca, hiperemia da pele, dilatação das pupilas, dificuldade de visão e deglutição, taquicardia, descoordenação muscular, dor de cabeça, sede e perda de consciência. Karelj / Wikipedia AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Miroslav Hlavko / spline_x / Shuttertock Meimendro • Origem botânica: Hyoscine niger L. • Família: Solenaceae • Origem Geográfica: Europa temperada; Ásia ocidental e central, naturalizada na América do norte. • Farmacógeno: Folhas e sumidades floridas. • Nome vulgar: meimendro negro ou erva-de-cavalo AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Meimendro Composiçãoquímica: • Contém, em média, 0,2 a 0,6% de alcaloides. • A proporção entre os principais alcaloides hiosciamina e hioscina (escopolamina) é de 1,2:1. • Outros componentes químicos: dimetilamina, trimetilamina, tetrametildiaminobutano, traços de escopoletina, flavonoides (rutina) e taninos. Hiosciamina AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Escopolamina FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Meimendro Propriedades farmacológicas e toxicológicas: • Ação mais tênue devido ao menor teor de alcaloides tropânicos. • Uso principal como antiespasmódico. • Sedante do SNC e das dores. • Predomina depressão do SNC. • Intoxicações em menor proporção devido ao odor e à consistência desagradável. • Sintomas semelhantes e mais tênues do que beladona. FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS spline_x / Shuttertock Estramônio • Origem botânica: Datura stramonium L. • Família: Solanaceae • Datura sp.: gênero de 11 espécies (trombeteira). • Origem geográfica: Himalaia, mas dispersa por todo mundo. • Farmacógeno: Folhas, e sumidades floridas. FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Estramônio Composiçãoquímica: • 0,2 a 0,6% de alcaloides totais expressos em hiosciamina/ hioscina: escopolamina (2:1). • Atropina. • Outros componentes químicos: taninos, glicosídios flavonóidicos, cumarina (escopoletina). FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Estramônio Propriedades farmacológicas e toxicológicas: • Ações da droga são semelhantes às referidas para a beladona. • Frutos e folhas não possuem aspecto atraente. • As intoxicações acidentais são raras. • Uso intencional para suicídio e envenenamento. • Uso como alucinógeno. • Sintomas semelhantes àqueles observados na beladona. Didier Descouens / Wikimedia AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Greentellect Studio / Clara Kabala / Shuttertock Coca • Origem botânica: Erythroxylon coca Lam. • Família: Erythroxylaceae • Origem geográfica: zonas montanhosas do leste dos Andes, praticamente não existindo fora dessa região. • Farmacógeno: folhas AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Coca Composiçãoquímica: • As folhas contêm entre 0,2 e 0,8% de alcaloides totais sendo 90% cocaína. • Existem três tipos de alcalóides: • Os derivados da ecgonina são a cocaína, cinamoilcocaína e cocamina. • Os derivados da tropina são a tropococaína e a valerina. • Os derivados da higrina são a higrolina e a cuscohigrina. CinamoilcocaínaCocaína Cocamina Tropacocaína Valerina Higrolina Cuscohigrina AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos Coca Propriedades farmacológicas: • Somente a ecgonina possui importância comercial. • A cocaína é um anestésico local pelo bloqueio da condução de impulso nervoso. • Ela inibe a monoaminoxidase (MAO), elevando a concentração de noradrenalina e a serotonina, causando midríase e vasoconstrição periférica (anestésico mais tempo no local). • A cocaína é um estimulante potente dos sistemas nervoso central e cardiovascular, inibe a recaptura de catecolaminasnas terminações adrenérgicas. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS FarmacognosiaII Drogas com alcaloides tropânicos AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS Coca Propriedades toxicológicas: • A cocaína por via endovenosa pode causar morte imediata por insuficiência cardíaca, devido a ação tóxica no músculo cardíaco. • A absorção da cocaína aumenta na presença de processos inflamatórios. • Em doses elevadas ocorre paranoia, ansiedade, comportamento estereotipado, alucinações visuais, auditivas e táteis. • Uso restrito à cirurgia oftálmica, de ouvido, nariz e garganta, e ainda assim, restrito devido ao abuso. FarmacognosiaII VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Alcaloides pirrolizidínicos, piperidínicos e imidazólicos; Caracterização, formação e importância; Propriedades farmacológicas e toxicológicas; Principais drogas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. AULA 08: ALCALOIDES TROPÂNICOS AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII FARMACOGNOSIA II Aula 09: Alcaloides pirrolizidínicos, piperidínicos e imidazólicos FarmacognosiaII Assuntos desta aula 1. Caracterização. 2. Alcaloides pirrolizidínicos: 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. Formação; Importância; Propriedades toxicológicas; Principal droga: confrei; AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Assuntos desta aula AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS 3. Alcaloide piperidínicos: 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. Formação; Importância; Propriedades farmacológicas e toxicológicas; Principais drogas. 4. Alcaloides imidazólicos: 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. Formação; Importância; Propriedades farmacológicas e toxicológicas; Principal droga. FarmacognosiaII Caracterização dos alcaloides • Moléculas heterocíclicas com o nitrogênio ligado ao anel principal, geralmente alcalinas, formadas a partir de aminoácidos pela via do acetato. • Os alcaloides pirrolidizinicos são formados a partir da ornitina e possuem uma estrutura bicíclica com dois anéis de pirrol acoplados. • Os alcaloides piperidínicos são formados a partir da lisina e possuem um anel piperidínico. • Os alcaloides imidazólicos são formados a partir da histidina e possuem um anel imidazol. Alcaloides AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos Importância • Representam importante papel na defesa química das plantas sendo tóxico para os vertebrados impalatáveis para insetos herbívoros. • Os alcaloides pirrolidizínicos possuem propriedades tóxicas mais relevantes do que as terapêuticas. • Representam risco para a saúde humana, para animais domésticos e criações de ruminantes, ovinos e equinos. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos Importância • Representam importante papel na defesa química de insetos que os retiram de plantas e utilizam na ação antipredação (Silva, K.L., 2000). • Insetos usam em defesa de invertebrados e na semissíntese de feromônios. Charlesjsharp / Wikimedia Utethesiaornatrix AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos Propriedades Toxicológicas • São hepatotóxicos. • São bioativados no fígado por enzimas mono- oxigenases formando os metabólicos tóxicos primários, ésteres pirrólicos (deidropirrolizidinas). • A partir das estearase são formados metabólitos tóxicos secundários os álcoois pirrólicos. • Derivados pirrólicos são agentes alquilantes altamente reativos que inibem a mitose, causando megalocitose e morte celular (Prakash et al. 1999). AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos • Origem botânica: Symphytum officinale L. • Deriva do grego Symphuô = eu reúno. • Família: Boraginaceae • Origem Geográfica:Rússia • Nomes vulgares: Confrei, consolida, consólida- maior, erva-encanadeira-de-osso. • Farmacógeno: Folha e raiz • Alcaloides nas raízes em torno de 0.3-0.4%. Nas folhas, a concentração geralmente é muito baixa. Principal Droga: Confrei Sirle Kabanen / shansh23 / Shutterstock AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei Composiçãoquímica • Alantoína (0,6-2%). • Alcaloides pirrolizidínicos (0,02-0,7%): sinfitina, equimidina, elicopsamina e sinviridina em maior concentração nas raízes. • Taninos (4-7%) e mucilagem (29%). • Saponinas esteroidais e triterpênicas, esteróis e triterpenos livres, ácidos clorogênico e cafêico. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides pirrolizidínicos Principal Droga: Confrei Propriedades terapêuticas e toxicológicas • As propriedades terapêuticas do confrei estão relacionados a presença da alantonia. • Anti-inflamatório, cicatrizante, antipsórico, hidratante , antisséptico, bactericida e fungicida, antipruriginosa, e calmante. • Tratamento de queimaduras e tecidos ulcerados. • Efeitos hepatotóxicos do confrei o limitam ao uso externo. • Alcaloides pirrozilidínicos possuem efeitos mutagênicos e carcinogênicos. • Uso por no máximo 6 semanas e dose diária não deve exceder 100g. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Formação • Apresentam como núcleo fundamental a piperidina, derivada do aminoácido lisina. • Os alcaloides piperidínicos também podem ser formados a partir da fenilalanina. • A lobelina é um aminoácido presente nas porções aéreas da Lobelia inflata L com propriedades terapêuticas contra doenças respiratórias no tratamente do tabagismo. • Nem todos os alcaloides de núcleo piperidínico têm como precursores os aminoácidos. • São classificados como pseudoalcaloides, como a coniina. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Importância • Estão incluídos no grupo dos piperidínicos a coniina, lobelina e peletierina. • A coniina é um alcaloide presente na cicuta e foi um dos primeiros alcaloides a ser caracterizado (1870) e sintetizado (1886). • A peletierina é o componente responsável pela atividade das cascas das raízes da romã. Peletierina Coniina Lobelina AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Propriedades farmacológicas e toxicológicas • No primeiro estágio ocorre estimulação respiratória, simpática e parassimpática de gânglios, ações adrenérgicas e estimulação central principalmente medular. • Um segundo estágio é caracterizado por um fenômeno depressivo. • Provocam intoxicações que envolvem náuseas, salivação excessiva, vômitos, dor abdominal, diarreia, confusão mental. • Nas formas agudas, hipotensão, colapso e morte. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Cicuta • Origem botânica: Conium macalatum Linn (não confundir com o gênero Cicuta spp.) • Família: Apiaceae • Origem Geográfica: nativa da região mediterrânea. • Farmacógeno: frutos (teor de alcaloides pode diminuir com o amadurecimento). Mick Talbot / Wikimedia Hein Nouwens/ Shutterstock AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS http://www.flickr.com/people/25258702%40N04 FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Cicuta Composiçãoquímica • Oito alcaloides piperidinicos conhecidos. • coniina, N-methylconiina, • conhydrina, pseudoconhydrina, • N,N-dimethylconiine, γ –coniceina, • conhydrinona, N-methylpseudoconhydrina. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Cicuta • Os alcaloides piperidínicos da C. maculatum não são sintetizados a partir de aminoácidos. • São pseudoalcaloides. Biogêneseda coniceína a partir do acetato AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Cicuta Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Terapeuticamente é utilizada na homeopatia. • A coniina afeta o sistema nervoso periférico. • Bloqueia os receptores nicotínicos das membranas pós-sinápticas nas junções neuromusculares. • Causa paralisia flácida, primeiramente nas pernas. Causa morte por parada respiratória. • Sistema nervoso central não é afetado, a vítima permanece consciente. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Romã • Origem Botânica: Punica granatum Linn • Família: Punicaceae • Origem Geográfica: Nativa do Oeste da Ásia • Farmacógeno: Casca da raiz nbnserge / Scisetti Alfio / Shutterstock AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Romã Composiçãoquímica • Tanino punicalagina (20%) e flavonoides. • Alcaloide peletierina, metilpeletierina, pseudopeletierina e isopeletierina ( 0,3 -0,9%) • Alcaloides também presentes nas casca dos frutos, hastes e raízes. • O anel piperídinico é formado a partir da lisina. • A cadeia lateral é formada a partir da acetil-CoA. Biossíntese da peletierina (Punica granatum) AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides piperidínicos Principais drogas: Romã Propriedades farmacológicas • Devem-se principalmente aos taninos e flavonoides. • Ação antibiótica, antisséptica, antiviral, anti-inflamatória, ação antioxidante e adstringente. • Efeito hepatoprotetor na intoxicação por tetracloreto de carbono. • Empregadas no tratamento de faringites, inflamações orais, rouquidão, úlcera oral e genital. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Formação • São protótipos de vários fármacos. • Possuem um anel pentagonal heterogêneo imidazólico. • São alcaloides derivados da histidina. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Importância • Os alcaloides imidazólicos considerados mais importantes, sob o ponto de vista farmacológico, estão nas várias espécies do gênero Pilocarpus. • O gênero Pilocarpus é composto de várias famílias que são populermente chamadas de jaborandi. • Yaborã-di em tupi-guarani quer dizer planta que faz salivar. • Foi explorada durante décadas no Norte e Nordeste do Brasil e atualmente consta na Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Propriedades terapêuticas • A pilocarpina é um alcaloide imidazólico extraída de várias espécies do gênero Pilocarpus. • Ela é repensável por propriedades terapêuticas. • A pilocarpina é usada no tratamento de alguns tipos de glaucomas primários e em cosméticos. • Alcaloide epiisopiloturina e epiisopilosina do P. microphyllus atividade anti-inflamatória e antinociceptiva. • Epiisopiloturina, substância capaz de matar o Schistosoma mansoni. Pilocarpina AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Principais drogas: Pilocarpus spp. • Gênero: Pilocarpus spp. • Farmacógeno: folhas e folíolos. Composiçãoquímica: • Pilocarpina, isopilocarpina, pilosina, isopilosina. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Principais drogas: Pilocarpus spp. Propriedades farmacológicas e toxicológicas • A pilocarpina é uma droga parassimpatomimética. • Aumento das secreções de glândulas exócrinas (salivares, sudoríparas, mucosas, gástricas e secreções digestivas pancreáticas). • Aumento do tônus da musculatura do trato gastrointestinal, motilidade dos ureteres, bexiga, vesícula e condutos biliares. • Ação estimulante da salivação no tratamento da xerostomia (“secura da boca”) em radio ou quimioterapia do câncer de garganta. • Tem ação como miótico controlando a pressão intraocular elevada (glaucoma). • Afecções bronqueais, reumatismo, esquistossomose, lactagoga e diurética. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII Alcaloides imidazólicos Principais drogas: Pilocarpus spp. Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Intoxicação por pilocarpina produz uma exacerbação de seus efeitos parassimpatomiméticos. • Os sintomas de intoxicação são salivação excessiva, lacrimejo, náuseas, vômitos, cefaleia, transtornos visuais, cólicas abdominais, diarreia, bradicardia, broncoespasmo, hipotensão, podendo ocorrer morte. • Pilocarpina é contraindicada em casos em que a contração do íris não esteja recomendada como na iritis aguda ou na iridociclitis. • Contra indicados nos cálcilos renais e biliares. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS E IMIDAZÓLICOS E IMIDAZÓLICOS FarmacognosiaII VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Alcaloides indólicos; Caracterização; Formação; Importância; Propriedades farmacológicas e toxicológicas; Principais drogas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. AULA 09: ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS, PIPERIDÍNICOS FarmacognosiaII FARMACOGNOSIA II Aula 10: Alcaloides indólicos AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Assuntos desta aula 1. Caracterização; 2. Formação; 3. Importância; 4. Propriedades farmacológicas; 5. Propriedades toxicológicas; 6. Principais drogas. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Caracterização Introdução • São derivados do aminoacido L-triptofano. • São caracterizados por apresentarem em sua estrutura um ou mais aneis indólico. • São subdivididos em grupos de acordo com origem biossintética. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Caracterização • São subdivididos em simples (harmina, harmol), hemiterpenoides (ergotamina) e monoterpenoides (ajmalina). • Alcaloides simples possuem o L-triptofano como única fonte de carbonos. • Em outros alcaloides, os carbonos são fornecidos por outras fontes, como terpenos formando o grupo dos hemiterpenoides e monoterpenoides. Ajnalina AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Ergotamina FarmacognosiaII Formação Biossíntese De acordo com a biossíntese os alcaloides indólicos são classificado como: • Alcaloides indólicos simples; • Alcaloides indólicos tricíclicos (grupo menor); • Alcaloides indólicos do tipo ergolina (grupo maior); • Alcaloides indólicos do tipo indol terpenoides. (grupo maior). AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Importância • Aproximadamente 30 % dos alcaloides isolados de plantas são indólicos. (CORDELL et al.,2001) • Mais de 12 % desse total foram obtidos somente a partir de Apocynaceae, da qual destaca-se o gênero Aspidosperma (CORDELL et al.,2001) • Os alcaloides indólicos são extensivamente investigados devido a sua importância terapêutica. • Vincristina, vimblastina, ioimbina e reserpina, entre outros. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Propriedades farmacológicas Uso terapêutico • Atuação no sistema cardiovascular: alcaloides do esporão-de-centeio, ioimbina, reserpina e ajmalicina. • Atividade antitumoral: vincristina, viblastina. • Diminuição do efeito de abstinência de drogas: Ibogaína. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Propriedades toxicológicas Toxicologia • Muitos alcaloides indólicos são usados como drogas de abuso ou em ritos religiosos. • Atividades alucinógenas: psilocibina, dimetiltriptamina, LSD, derivados do harmano (harmina e harmalina). • Utilizadas em ritos religiosos: Alcaloides do tipo humano, harmina e harmalina das espécies de Banisteriopsis como Banisteriopsis caapi. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Esporão-de-centeio • Nome Científico:Claviceps purpurea (fungo). • Família Botânica: Clavicipitaceae. • Classe: Ascomycetes. • Farmacógeno: Esclerócio recolhido sobre a espiga de centeio. • Esclerócito: estrutura arqueada. FarmacognosiaII Principais drogas Manfred Ruckszio / Hhelene / Shutterstock AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Esporão-de-centeio Composição química • Contém altas concentrações (até 2% da massa seca) do alcaloides. • Ácido lisérgico (ergolina). • Alcaloides do grupo da ergolina. FarmacognosiaII Principais drogas AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Esporão-de-centeio Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Os alcaloides da cravagem possuem um grande leque de atividades biológicas, incluindo efeitos sobre o sistema circulatório e neurotrasmissão. • Ergotismo é uma intoxicação causada por ingestão de produtos contaminados Claviceps purpurea (centeio e outros cereais) • Epidemia em 944 e 945 d.C., na França, causou a morte de 20 mil pessoas. • Produtos purificados possuem propriedades terapêuticas. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Principais drogas Esporão-de-centeio Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Ergometrina: aumento da frequência e intensidade das contrações muscular e vasoconstrição local. Usado na hemorragia, expulsão da placenta e involução do útero. • Ergotamina: inibidor alfa-adrenérgicos e antagonista parcial dos receptores de serotonina. Usado na enxaqueca. FarmacognosiaII Principais drogas AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Caapi • Origem botânica: Bannisteriopsis caapi. • Família: Malpighiaceae. • Origem geográfica: América do Sul e Antilhas. • Nomes comuns: Ayahuasca, Yajé, Dapa, Miki, Natema, Kahi, Oasca e Caapi (caa = planta; pi = colorido). • Farmacógeno: cipó e folhas. FarmacognosiaII Principais drogas animalesyplantasdeperu.blogspot.com.br www.herbalfire.com AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS http://www.herbalfire.com/ Caapi Composição química • N,N-dimetiltriptamina. • b- carbolina: harmina, harmalina, tetrahidroharmina. Harmina (HRM) Harmalina (HRL) Dimetiltriptamina (DMT) Tetrahidroharmina (THH) AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Principais drogas Caapi Propriedades farmacológicas e toxicológicas • Usada em rituais indígenas, bebida alucinógena "libera a alma de seu confinamento corporal“. • Seitas União do Vegetal (UDV) e Santo Daime utilizam "beberagem" (chá). • Dimetiltriptamina (DMT) potente alucinógeno. • Harmalina provoca vasoconstrição, interage sítios de sódio na ATPase (Na/K) e causa potencialização das propriedades alucinógenas. • Aumenta a sensação de bem-estar, felicidade, contentamento, bom apetite, impulso sexual, equilíbrio psicomotor e alucinações. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS FarmacognosiaII Principais drogas Quina • Origem botânica: Cinchona spp. • Família: Rubiaceae. • Farmacógeno: cascas de caule e raiz • Origem geográfica: América do Sul. FarmacognosiaII Principais drogas AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Quina Composição química • Possui mais de 30 alcaloides em sua composição. • Entre os alcaloides indólicos estão a quinina, quinidina, cinchonidina e cinchonina. FarmacognosiaII Principais drogas AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Quina Propriedades farmacológicas • A quinina é um antimalárico que age sobre material genético do plasmódio. • A quinidina é um antiarrítmico usado no tratamento de arritmias taquicardia e fibrilação atrial. • A droga quina é usada como estomáquico e em bebidas (água tônica). FarmacognosiaII Principais drogas AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS Rauwolfia • Origem botânica: Rauwolfia serpentina Benth. • Família: Apocynaceae. • Farmacógeno: raízes. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos http://medicalency.com AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) yotanan chankheaw/ Shutterstock http://medicalency.com/ Rauwolfia Composição química No gênero Rauvolfia, encontram-se basicamente alcaloides indólicos monoterpênicos. Alcaloides: • reserpina; • ajmalicina; • ajmalina; • yohimbina; • Sarpagina e suveolina. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Rauwolfia Uso: • Reserpina é um agente anti-hipertensivo. • Usado em associação com um diurético na retenção sódica e edema. • Inibe a captação de noradrenalina pelas vesículas nas terminações nervosas. • Diminui concentração de noradrenalina na fenda sináptica, a frequência cardíaca e a resistência vascular periférica. • Interfere no metabolismo de dopamina, adrenalina e serotonina (monoaminas). FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Rauwolfia Efeitos adversos: • Hipotensão; • Depressão do sistema nervoso central; • Sonolência e hipotermia; • Depressão está relacionada com a dose, a menor dose possível deve ser administrada. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Rauwolfia Contraindicação: Não pode ser utilizado por pacientes com: • Histórico de episódios depressivos; • Úlcera péptica; • Câncer de mama – devido ao aumento de prolactina. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Noz-vômica • Origem botânica: Strychnos nux-vomica L. • Família: Loganiaceae. • Origem geográfica: Oceano Índico (Índia, Sri- Lanka, Norte Austrália). • Nome popular: noz-vómica,noz- vomitória ou fava-de-santo-Inácio. • Farmacógeno: sementes. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos H. Zell / Commons.wikimedia.org AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) J.M.Garg / Commons.wikimedia.org Noz-vômica • Constituintesquímicos: 2,0 a 3,0% AT – alcaloides indólicos. • Metoxilados: Brucina, vomicina, a- colubrina , b-colubrina. • Não metoxilado:Estricnina. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Noz-vômica Propriedades farmacológicas: • A estricnina é um antagonista dos receptores pós-sinápticos inibitórios (neurônios motores e medula espinhal); • Promovem a sua ativação, levando ao aumento das sinapses excitatórias; Grande variedade de distúrbiosmotores: • Aumento do tônus muscular; • Elevada sensibilidade dos órgão sensoriais (capacidade auditiva e visual). AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Noz-vômica Propriedades farmacológicas: • Usada na astenia nervosa, ansiedade, depressão, dispepsia, dor de cabeça com perturbação gástrica, enxaqueca, insuficiência cardíaca, neurastenia, paralisias. • Usada apenas na homeopatia, uso não se justifica devido aos seus riscos. • Estricnina é empregada em estudos laboratoriais da excitabilidade muscular, ensaios de anticonvulsivantes e de relaxantes musculares de ação central. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Noz-vômica Propriedades toxicológicas: • Receio, desassossego, visão fixada em um ponto; • Estado de alerta elevado (visão, audição, percepção tátil) e reflexos aumentados; • Rigidez muscular na face e nos membros inferiores; • Convulsões breves e violentas, desencadeadas mesmo por um pequeno estímulo sensorial; • Anóxia e cianose devido às contrações tetânicas do diafragma, músculos torácicos e abdominais. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Noz-vômica Tratamento de intoxicações: • Estricnina não tem um antídoto específico; • Alívio dos sintomas consiste em diminuir fatores de excitação; • Paciente deve ser mantido em um ambiente escuro e calmo; • Atividade espásmica minimizada com benzodiazepinas intravenosas ou um barbitúrico de curta duração; • Em casos mais graves, o paciente deve ser sedado e paralisado com bloqueadores neuromusculares (brometo de pancurônio) e usar a ventilação; • Introdução de um tubo nasogástrico pode desencadear um novo ataque. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Vinca • Origem botânica:Catharanthus roseus. • Origem geográfica: Ilha de Madagascar na África. • Nomes populares: boa-noite, beijo da mulata e maria-sem-vergonha. • Farmacógeno: partes aéreas (folhas, flores e caule). FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Swapan Photography / Akkalak / Shutterstock AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Vinca Composiçãoquímica: • 0,2% a 1% de alcaloides totais; • Fonte de pelo menos 90 alcaloides indólicos; • Alcaloides indólicos: ajmalicina, vindolina, catarantina, vincristina e vimblastina (bisindólicos); • São alcaloides indólicos monoterpênicos; • 1g de vincristina = cerca de 500 Kg de planta. FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) Vinca Propriedades terapêuticas: • Ajmalicina é usada para o tratamento de hipertensão (Hirata et al., 1987); • Vincristina e vimblastina são usados no tratamento de grande variedade de neoplasias; • Doença de Hodgkin generalizada, linfoma linfocítico, linfoma histiocítico, micose fungoide, carcinoma testicular avançado, leucemia infantil e sarcoma de Kaposi, o coriocarcinoma e o câncer de mama resistentes a outras terapias. Mecanismo de ação: Inibe a divisão mitótica das células neoplásicas na metáfase, inibindo a multiplicação das células cancerosas. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Vinca Interações medicamentosas: • A vimblastina causa redução dos níveis plasmáticos de fenitoína; • A vimblastina aumenta captação celular do metotrexato; • A vincristina causa diminuição do efeito da digoxina; • A nifedipina causa aumento da meia vida da vincristina; • A fenitoína causa diminuição das concentrações séricas de fenitoína. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos Vinca Propriedades toxicológicas: • Seiva é extremamente tóxica e não deve ser consumida; • Manter longe do alcance de crianças e animais; • Tem causado intoxicação em animais de pasto. AULA 11: ALCALOIDES INDÓLICOS (II) FarmacognosiaII Plantas com alcaloides indólicos FarmacognosiaII VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Caracterização; Formação; Importância; Propriedades farmacológicas; Propriedades toxicológicas; Principais drogas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. AULA 10: ALCALOIDES INDÓLICOS
Compartilhar