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Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil/AVALIA??O Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil.pdf 19/11/2021 03:32 EPS https://simulado.estacio.br/alunos/ 1/4 Jaqueline Teixeira Alves Avaliação AV 202109528408 POLO PARQUE IMPERIAL - MONTE MOR - SP avalie seus conhecimentos 1 ponto O conceito de corporeidade considera o corpo, os movimentos e os ritmos do aluno, entendendo a criança nesta etapa de ensino como autora e produtora de significado. Considerando as premissas de Carl Rogers a esse respeito, podemos afirmar que: (Ref.: 202115544202) 1 ponto Com relação às práticas diversificas e à construção de narrativas de aprendizagem na pré-escola, é correto afirmar que, seguindo a premissa de Nilda Alves e na construção de uma teia educacional: (Ref.: 202115139571) Lupa Calc. Notas VERIFICAR E ENCAMINHAR Disciplina: EEL0015 - CONT. MET. EDUC. Período: 2021.3 EAD (G) Aluno: JAQUELINE TEIXEIRA ALVES Matr.: 202109528408 Turma: 9004 Prezado(a) Aluno(a), Responda a todas as questões com atenção. Somente clique no botão FINALIZAR PROVA ao ter certeza de que respondeu a todas as questões e que não precisará mais alterá-las. A prova será SEM consulta. O aluno poderá fazer uso, durante a prova, de uma folha em branco, para rascunho. Nesta folha não será permitido qualquer tipo de anotação prévia, cabendo ao aplicador, nestes casos, recolher a folha de rascunho do aluno. Valor da prova: 10 pontos. 1. Precisamos ouvir e respeitar os sons da criança, estimulando que criem seus significados de maneira individual e coletiva. As intervenções devem ser centradas no olhar docente e no controle dos corpos em sala de aula. Precisamos respeitar os sons das crianças, mas não deixar que elas se movimentem de maneira livre no ambiente escolar. O professor, como sujeito de autoridade historicamente constituída, precisa ser escutado pelas crianças. Todas as crianças precisam aprender da mesma forma, possuir os mesmos gestos e as mesmas movimentações. 2. Tiram a concentração das crianças e devem ser pontuais, como uma estratégia de aproximação e depois substituídas por uma linguagem e literatura adequadas. Os ritmos e os sons vão surgir naturalmente nos contextos e nas mediações, afinal a escola está imersa na sociedade, sendo impossível a segregação das linguagens, formas familiares, mesmo quando são agressivas ou entendidas como incompatíveis. Excluem as crianças das aprendizagens e afirmam o professor como produtor de significado, afinal, o cotidiano escolar rompe com o cotidiano comunitário, visto como deletério. Precisam ser limitadas e reduzidas, afinal refletem a cultura popular que deve ficar fora da escola. São o último recurso da prática do professor diante de um conjunto de interações, afinal, reproduzem o pensamento colonialista e a escola vem para romper e impor uma pedagogia decolonial. javascript:voltar(); javascript:diminui(); javascript:aumenta(); javascript:calculadora_on(); javascript:anotar_on(); 19/11/2021 03:32 EPS https://simulado.estacio.br/alunos/ 2/4 1 ponto Visando a situações que favoreçam interações e aprendizagens orientadas, é fundamental pensar em uma organização do trabalho educativo por meio de estruturas didáticas que proponham múltiplas estratégias envolvendo os cuidados, as brincadeiras e as aprendizagens. Essas estruturas didáticas podem ser reunidas em três modalidade de tempo, listadas e descritas a seguir: I. Atividades permanentes. II. Sequências de atividades. III. Projetos de trabalho. ( ) Partem de uma problemática identificada coletivamente e possibilitam a conexão de conhecimentos e descobertas. Sua duração é flexível e depende dos interesses e desejos das crianças. ( ) Respondem às necessidades infantis relacionadas ao cuidado, às interações e às aprendizagens orientadas, apresentando uma constância. ( ) São planejados(as) e orientados(as) para estruturar uma série de atividades com foco em promover uma aprendizagem específica e definida. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: (Ref.: 202115080588) 1 ponto Os movimentos, os balbucios, as mímicas, os gestos, as protoconversações e as falas instituem-se em múltiplas linguagens, entendidas como caminhos para o conhecimento, o pensamento sobre o mundo e a expressão de sentimentos e desejos. Com base nesse pressuposto, é correto afirmar que se deve: (Ref.: 202115080587) 1 ponto Leia a situação hipotética abaixo: Numa reunião de responsáveis, o professor destacou a culminância de seu trabalho sobre cantigas populares. Em seu portfólio, o professor apresentou as canções que as crianças não conheciam. Um dos pais fez questão de questionar o motivo dessa escolha. O professor respondeu que, na educação infantil, as crianças não conseguiriam expressar as suas escolhas. Com relação à postura do professor, é correto afirmar que... (Ref.: 202115544204) 3. II, III e I. III, II e I. I, III e II. III, I e II. I, II e III. 4. Direcionar esses momentos para a hora da roda de conversa, pois é ali que devem ocorrer, conforme a rotina na Educação Infantil, atividades para o desenvolvimento da linguagem verbal. Incentivar o desenvolvimento da linguagem oral como área privilegiada, direcionando as falas das crianças nos momentos oportunos e definidos na rotina. Guiar e vigiar essas ações na creche, evitando que as crianças se mordam e que se agridam, ensinando- lhes a pronúncia correta das palavras quando iniciarem a fala. Promover situações de interação, a fim de observar e registrar as múltiplas linguagens, considerando sua importância na constituição das identidades das crianças. Promover momentos para a fala das crianças, verificando as pronúncias, corrigindo-as quando necessário e favorecendo o desenvolvimento da fala. 5. No seu planejamento, ele trouxe um pensamento mais fácil; assim, as crianças poderiam aproveitar sua aula sem a preocupação em participar do processo. Não ignorou as crianças, pois elas podem aprender as músicas que ele quer, e todos vão gostar de suas decisões. Sua postura foi incorreta, porque ignorou os processos de interação, manifestação de interesse e participação dos responsáveis. 19/11/2021 03:32 EPS https://simulado.estacio.br/alunos/ 3/4 1 ponto Leia os passos que um professor pretende tomar em uma atividade de sala de aula: Consultar seus levantamentos sobre os interesses dos alunos; Escolher um tema dessa lista e produzir um podcast; Propor um jogo sobre o mesmo tema; Contar uma história sobre o personagem principal do jogo na sala de aula; Construir esse personagem de origami com os alunos e os responsáveis; Fotografar todo esse processo e criar um vídeo para turma. Em relação à utilização das tecnologias na educação infantil, podemos dizer que... (Ref.: 202115139576) 1 ponto Conforme afirma a BNCC, ''na educação infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas''. Esta afirmação diz respeito a qual campo de experiência? (Ref.: 202115529201) 1 ponto De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil, as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular das instituições de educação infantil devem ter como eixos norteadores: (Ref.: 202115139454) 1 ponto (Prova: CETRO - 2013 - Prefeitura de Araraquara- SP - Professor - Educação Infantil). ''Desenhar é lançar um olhar para a realidade, procurando e achando significados.'' Para Ester Gresspum, o desenho pode ser visto como marcas, registros, vestígios. Desenhar é também uma forma de se aproximar das linguagens artísticas, sendo que o desenho para a criança é uma linguagem, como o gesto ou a fala. É importante, no planejamento das atividades vinculadas às artes visuais e à exploração da imagem na Educação Infantil, garantir: (Ref.: 202115604205) Sua postura docente foi correta, pois as crianças não interagem na sala de aula na educação infantil. Ele levou em consideração que as crianças não podem manifestar seus interesses na educação infantil. 6. Limitou suas atuações à tecnologia e não se concentrou na aprendizagem dos alunos. Não considerou a história de seus alunos. Seu planejamento construiu um percurso, um processo de aprendizagem. Foi restrito aos seus interesses enquanto docente. Não inseriu os responsáveis no processo de dinamização da atividade. 7. O eu, o outro e o nós. Corpo, gestos e movimentos. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Traços, sons, cores e formas. Escuta, fala, pensamento e imaginação. 8. As interações e a coletividade. O desenvolvimento e a brincadeira. A aprendizagem e a disciplina. As interações e a brincadeira. A disciplina e a brincadeira. 9. Que a criança possa escolher como se expressar, buscando um equilíbrio entre a intencionalidade do professor e a iniciativa da criança. 19/11/2021 03:32 EPS https://simulado.estacio.br/alunos/ 4/4 1 ponto (Prova: Avança SP - 2020 - Prefeitura de Louveira-SP - Professor Ensino Básico) No que se refere ao espaço físico e materiais, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta: I - Os materiais constituem um instrumento importante, porém, somente para a socialização da criança, não contribuindo significativamente para seu desenvolvimento cognitivo. II - O espaço na instituição de Educação Infantil deve propiciar condições para que as crianças possam utilizar os materiais em prol de seu desenvolvimento e aprendizagem. III - Materiais, brinquedos e o espaço físico são elementos dispensáveis no processo educacional. (Ref.: 202115080605) O direcionamento, pelo adulto, do desenho da criança a uma norma ou padrão estético. A repetição de atividades prontas e, ainda, a pintura de presentes também prontos para as datas festivas, como o Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia das Crianças. A sensibilidade visual que pressupõe a percepção do espaço. O professor deve planejar atividades para serem desenvolvidas pela turma toda, do mesmo jeito, ao mesmo tempo, de modo uniforme e homogêneo. A presença do desenho figurativo e atividades que envolvem lápis de cor e papel com desenhos impressos para a criança pintar. 10. Apenas o item III é verdadeiro. Todos os itens são verdadeiros. Apenas o item I é verdadeiro. Apenas o item II é verdadeiro. Apenas os itens I e III são verdadeiros. VERIFICAR E ENCAMINHAR Legenda: Questão não respondida Questão não gravada Questão gravada javascript:abre_colabore(); Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil/Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil - SIMULADO ll.pdf 19/11/2021 01:08 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=335097972&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 1/4 Simulado AV avalie seus conhecimentos Quest.: 1 Como podemos construir novos estímulos para a formulação do pensamento e da imaginação na pré-escola? Quest.: 2 Como podemos dizer que a identidade se manifesta na pré-escola? Quest.: 3 Analise o fragmento de texto a seguir: ''Por volta dos dois ou três meses, expressões emocionais de ambos os parceiros podem acompanhar o estabelecimento de protoconversações. Nos primeiros seis meses de vida do bebê, este padrão de comunicação desenvolve-se, passando a apresentar características e expectativas de reciprocidade, o que não ocorre na relação com objetos. As emoções são utilizadas nestas trocas não como reguladoras propriamente do self infantil, mas como pistas para o contato interpessoal e relacionamento.'' (Fonte: NOGUEIRA, S. E.; MOURA, M. L. S. Intersubjetividade: perspectivas teóricas e implicações para o desenvolvimento infantil inicial. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 131, ago. 2007.) Esse trecho afirma que há uma participação ativa dos bebês em estabelecer protoconversações reativas ao adulto que com ele conversa. Sobre o desenvolvimento da fala, analise as afirmativas a seguir: I. A criança deve ter contato apenas com a pessoa adulta de referência para não aprender palavras erradas. Lupa Calc. Aluno: JAQUELINE TEIXEIRA ALVES Matr.: 202109528408 Disciplina: EEL0015 - CONTEÚDO E METODOLOGIAS DA EDUC. INFANTIL Período: 2021.3 EAD (G) / SM 1. Reconstruindo discursos para valorizar uma cultura padrão. Ignorando as histórias dos alunos. Pensando num modelo de sociedade e de conhecimento. Mantendo a história tradicional eurocêntrica. Por meio da reconstrução dos discursos e da valorização de novas e diferentes histórias. 2. Em conjunto, e o professor tem a função de liderar e tem o papel de manipular para que todos cheguem ao objetivo que ele traçou. De maneira complexa, mas é preciso controlar e limitar para não ''virar bagunça'', afinal o foco da pré- escola é a preservação e o cuidado das crianças. De maneira única, pois a criança tem o direito de ter o mesmo padrão de educação independentemente de sua origem social. De diferentes formas e por meio da valorização das diferenças e das subjetividades! De maneira diversificada, mas quem decide os caminhos é o professor por conta da sua experiência e de sua formação. 3. javascript:voltar(); javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115529206.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115139566.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115559196.') javascript:diminui(); javascript:aumenta(); javascript:calculadora_on(); 19/11/2021 01:08 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=335097972&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 2/4 II. A interação social é um componente necessário para a criança adquirir os atos de fala. III. O desenvolvimento da fala requer um cuidado especial, já que o sistema linguístico é complexo e estático. IV. As relações da criança com os adultos são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades linguísticas. V. As crianças apresentam intenções comunicativas desde seus primeiros meses de vida. Das afirmativas primordiais para a constituição do trabalho pedagógico na creche, estão corretas: Quest.: 4 As funções materna e paterna possuem um papel central no desenvolvimento do psiquismo da criança, pois organizam o equilíbrio entre seu mundo interno e a realidade externa. Assinale a alternativa que melhor define essas funções: Quest.: 5 Leia as afirmações a seguir e diga quais são verdadeiras (V) ou falsas (F) em relação à utilização das ferramentas tecnológicas em sala de aula: ( ) É preciso limitar o contato dos alunos com as ferramentas tecnológicas. () Não se deve reduzir o universo de experiências dos alunos. ( ) O professor tem a responsabilidade de não delimitar as oportunidades de aprendizagem. ( ) As aprendizagens dos alunos devem corresponder às ansiedades dos professores. Quest.: 6 Pode-se afirmar que, ao pensar na literatura na sala de aula de educação infantil, é preciso... I, II e III. II, IV e V. II, III e IV. I, IV e V. III, IV e V. 4. As funções materna e paterna se assemelham, pois são realizadas pelos pais da criança em espaços domésticos e familiares. A função materna é de responsabilidade exclusiva da mãe. A função materna é responsável pela segurança e pelo bem-estar físico e emocional por meio de cuidados e da relação íntima afetuosa. A função paterna se insere na relação por meio do limite e da espera. A função paterna é responsável pela segurança e pelo bem-estar físico e emocional por meio dos cuidados e da relação íntima afetuosa. A função materna se insere na relação por meio do limite e da espera. A função paterna é de responsabilidade exclusiva do pai. 5. Falso, falso, verdadeiro, verdadeiro. Falso, verdadeiro, verdadeiro, falso. Todas as alternativas são verdadeiras. Todas as alternativas são falsas. Verdadeiro, falso, verdadeiro, falso. 6. Centrar os acervos apenas nas histórias dos contextos das crianças, ignorando as contribuições de outras culturas. Excluir as sugestões dos pais e todas as considerações advindas das leituras estabelecidas nos ambientes familiares. Reforçar um padrão e uma literatura formal de nosso país, excluindo a diversidade étnica. Construir um equilíbrio entre a cultura particular e da comunidade e outras experiências de outros povos. Fugir da pesquisa de textos e não mapear os interesses dos alunos. javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115544199.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115095357.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115643566.') 19/11/2021 01:08 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=335097972&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 3/4 Quest.: 7 As DCNEI, no artigo 10º, inciso IV, apontam que as instituições escolares de educação infantil devem garantir ''documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na educação infantil''. Esta documentação diz respeito à: Quest.: 8 Marque a afirmativa correta sobre a educação infantil. Quest.: 9 (Prova: Prefeitura Municipal de Ponta Grossa - 2005 - Educação Infantil). Qual a alternativa cujas ações pedagógicas não condizem com as possibilidades comunicativas de crianças de um a três anos? Quest.: 10 (FUNDATEC - 2019 - Prefeitura de Campo Bom (RS) Professor - Educação Infantil). Sobre o desenho na infância não é correto afirmar: 7. Projetos pedagógicos da educação infantil. Orientações legais sobre a educação infantil. Funcionamento da escola de educação infantil. Planejamento curricular da educação infantil. Avaliação das crianças na educação infantil. Cuidar e educar são aspectos da educação infantil que ocupam lugares diferentes nas propostas pedagógicas. É a primeira etapa da educação básica e responsável pelo início do processo educativo das crianças em creches e pré-escolas. A brincadeira deve ocupar, no planejamento curricular, momentos específicos e escolhidos pelos educadores. As interações e a brincadeira são eixos norteadores das práticas educativas somente na pré-escola. As interações na escola, enquanto eixo norteador das práticas docentes, garantem a ausência de conflitos e desentendimentos entre as crianças. Articular as diferentes formas de linguagem, incentivar o ''faz de conta'' e outras situações em que as crianças interajam entre si e com a professora. Nomear figuras e objetos, contar e ler histórias, estimular o aprendizado de novas palavras. Criar situações em que as crianças sejam desafiadas a usar algum tipo de linguagem para comunicar seus desejos e necessidades. Estabelecer relações entre a fala e a escrita, incentivar a escrita espontânea, individual e coletiva. Conversar com as crianças, participar de jogos e brincadeiras, explorar sons e mediar as ações pela linguagem. 10. O desenho revela a função imaginativa da criança. As características do desenho infantil não acompanham o desenvolvimento biológico da criança. Todo desenho é uma manifestação da função simbólica e um ato de criação. O desenho forma e consolida novas memórias. Desenhar é um ato de cultura. Não Respondida Não Gravada Gravada javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115469220.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115139453.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115604297.') javascript:alert('Quest%C3%A3o com o c%C3%B3digo de refer%C3%AAncia 202115604206.') javascript:alert('Gravando a resposta...');regrava('8','XYOM5DKOX5558205','5558205','2'); javascript:alert('Gravando a resposta...');regrava('9','86OKEGSSE6023049','6023049','2'); 19/11/2021 01:08 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=335097972&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 4/4 Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil/Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil - SIMULADO.pdf 09/11/2021 00:16 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=167548986&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 1/4 Teste de Conhecimento avalie sua aprendizagem Leia a situação de uma sala de aula: No momento da roda de conversa as crianças começam a chorar e algumas preferem ficar em silêncio. O professor da pré- escola diz para a toda turma que as crianças que choram estão atrapalhando a atividade e que as que estão em silêncio são as corretas. Como relação à atitude deste professor podemos dizer que ele: Leia as afirmações e diga quais são verdadeiras (V) ou falsas (F) com relação aos ritmos presentes numa sala de aula da pré-escola: ( ) O silêncio deve ser privilegiado, como um exercício de sociabilização. ( ) Existem sons simultâneos e experimentações livres. ( ) Os alunos devem ser ensinados a controlar a interação e os sons. ( ) Cada sala de aula possui seu ritmo. Podemos dizer que: CONTEÚDO E METODOLOGIAS DA EDUC. INFANTIL Lupa Calc. EEL0015_202109528408_TEMAS Aluno: JAQUELINE TEIXEIRA ALVES Matr.: 202109528408 Disc.: CONT. MET. EDUC. 2021.3 EAD (G) / EX Prezado (a) Aluno(a), Você fará agora seu TESTE DE CONHECIMENTO! Lembre-se que este exercício é opcional, mas não valerá ponto para sua avaliação. O mesmo será composto de questões de múltipla escolha. Após responde cada questão, você terá acesso ao gabarito comentado e/ou à explicação da mesma. Aproveite para se familiarizar com este modelo de questões que será usado na sua AV e AVS. 1. Reforçou o silêncio necessário para a pré-escola e ensinou os alunos que não estão mais em idade de chorar. Ensinou para a turma que os sentimentos precisam ser guardados para outros momentos. Ignorou a insatisfação de parte da turma e não dialogou com aquelas manifestações de sentimentos. Valorizou um comportamento em detrimento do outro e não compreendeu a diversidade de sentimentos presentes durante a rodinha. Atuou de maneira correta. A hora da rodinha não é para chorar. O choro atrapalha muito e mostra uma falta de atenção por parte dos alunos. Poderia explicar para a turma a necessidade de amadurecer, pois em breve estarão numa turma com crianças maiores que não podem mais chorar. Não agiu de forma correta, pois deveria parar toda a atividade e ser mais duro com as crianças que estavam chorando. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:31 Explicação: A resposta certa é: Ignorou a insatisfação de parte da turma e não dialogou com aquelas manifestações de sentimentos. Valorizou um comportamento em detrimento do outro e não compreendeu a diversidade de sentimentos presentes durante a rodinha. 2. Falso, verdadeiro, falso, verdadeiro. javascript:voltar(); javascript:voltar(); javascript:diminui(); javascript:aumenta(); javascript:calculadora_on(); 09/11/2021 00:16 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=167548986&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 2/4 Visando a uma Educação Infantil que garanta o pleno direito às aprendizagens significativas, a organização de um espaço dedicado ao desenvolvimento de crianças de 0 a 3 anos e 11 meses deve ter claras suas necessidades. Assinale a alternativa que apresenta elementos de suma importância em um espaço de creche bem organizado: Pesquisas atuais apontam para a potência dos bebês em aprender e que cuidados de qualidade devem atender duas necessidades essenciais para a ampliação de suas descobertas. Assinale a alternativa que apresenta essas duas necessidades: Pode-se afirmar que, ao pensar na literatura na sala de aula de educação infantil, é preciso... Falso, falso, verdadeiro, verdadeiro. Todas as alternativas são falsas. Verdadeiro, falso, verdadeiro, falso. Todas as alternativas são verdadeiras. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:36 Explicação: A resposta certa é: Falso, verdadeiro, falso, verdadeiro. 3. Áreas abertas, semiabertas, cantinhos reservados e área externa. Berços para quem estiver com sono, caixa de brinquedos e mesas para atividades. Uma decoração colorida, com personagens infantis conhecidos das crianças, e área externa. Mesas e cadeiras na altura das crianças, quadro branco e uma estante com livros de histórias. Estante baixa para acesso aos brinquedos, berços, mesas e cadeiras e área externa. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:43 Explicação: A resposta certa é: Áreas abertas, semiabertas, cantinhos reservados e área externa. 4. Alimentação e sono. Afeto e banho. Cercado e andador. Afeto e motricidade livre. Silêncio e alimentação. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:47 Explicação: A resposta certa é: Afeto e motricidade livre. 5. Fugir da pesquisa de textos e não mapear os interesses dos alunos. Excluir as sugestões dos pais e todas as considerações advindas das leituras estabelecidas nos ambientes familiares. Reforçar um padrão e uma literatura formal de nosso país, excluindo a diversidade étnica. Centrar os acervos apenas nas histórias dos contextos das crianças, ignorando as contribuições de outras culturas. Construir um equilíbrio entre a cultura particular e da comunidade e outras experiências de outros povos. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:52 Explicação: A resposta certa é: Reforçar um padrão e uma literatura formal de nosso país, excluindo a diversidade étnica. 09/11/2021 00:16 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=167548986&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 3/4 Para a construção de um acervo literário de uma sala de aula da educação infantil, é correto afirmar que... O direito de aprendizagem ''explorar'' na educação infantil, diz respeito a: Qual dos documentos a seguir não é um marco legal que embasa a Base Nacional Comum Curricular? (Prova: FCC - 2012 - SEE-MG - Professor de Educação Básica - Anos Iniciais do Ensino Fundamental - questão adaptada). Na organização de sua rotina, a professora Ana Lúcia dedica um tempo para o trabalho com o calendário junto ao grupo. Para cada dia, propõe uma situação diferente como: descobrir quantos dias faltam para determinado evento da escola, marcar uma data importante, pesquisar quantos são os aniversariantes do mês, descobrir quantos dias tem a semana, o mês, o semestre etc. Essa atuação da professora é: 6. Limita-se o material e escolhem-se os textos mais fáceis. Não se pode trazer livros de estilos diferentes, mas apenas os de literatura infantil. Utilizam-se livros adequados para limitar a curiosidade dos alunos. É preciso ofertar materiais diversificados que estimulem a curiosidade dos alunos. Deve-se escolher apenas livros com imagens e muito coloridos. Data Resp.: 09/11/2021 00:15:56 Explicação: A resposta certa é: É preciso ofertar materiais diversificados que estimulem a curiosidade dos alunos. 7. Ao direito de a criança se desenvolver em um ambiente que lhe permita a exploração de diferentes materiais, recursos e linguagens. Proporcionar um ambiente no qual a criança possa expressar e compartilhar suas ideias. Oportunizar que a criança tome decisões e faça escolhas no coletivo de sua turma. Convivência com outras pessoas no cotidiano escolar. À construção da identidade por meio de interações e acesso a imagens positivas de seu grupo de pertencimento e de outros grupos. Data Resp.: 09/11/2021 00:16:01 Explicação: A resposta certa é: Ao direito de a criança se desenvolver em um ambiente que lhe permita a exploração de diferentes materiais, recursos e linguagens. 8. Indicadores de Qualidade na Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.394/96). Constituição Federal de 1988. Plano Nacional de Educação de 2014. Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica de 2010. Data Resp.: 09/11/2021 00:16:06 Explicação: A resposta certa é: Indicadores de Qualidade na Educação. 9. Adequada, pois as crianças precisam resolver problemas com o uso do calendário e aprender sobre a função social desse instrumento. Equivocada, pois as crianças ainda não são capazes de compreender o uso do calendário. Equivocada, pois as crianças não precisam da problematização do professor, visto que o calendário é trabalhado desde os 3 anos de idade, diariamente. Equivocada, pois as crianças precisam realizar todos os dias a mesma ação com o calendário para aprender a efetividade do seu uso. Adequada, pois as crianças irão ter um contato sistemático com o calendário e aprender com as tentativas de erro e 09/11/2021 00:16 Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?p0=167548986&user_cod=6036130&matr_integracao=202109528408 4/4 (Prova: Prefeitura Municipal de Curitiba - 2012 - Educador). Assinale a estratégia que NÃO representa uma alternativa para a construção da identidade e autonomia da criança. acerto. Data Resp.: 09/11/2021 00:16:09 Explicação: A resposta certa é: Adequada, pois as crianças precisam resolver problemas com o uso do calendário e aprender sobre a função social desse instrumento. 10. Diante de um espelho, mostrar a imagem da criança para ela mesma, nomeando as partes do corpo e suas características pessoais. Oportunizar às crianças a escolha de suas brincadeiras favoritas, enfatizando o ser único que cada uma delas é, com gostos, desejos e características próprios. Enfatizar atividades com crianças sempre do mesmo tamanho e idade, evitando contato com as crianças maiores ou mais velhas, pois essa interação pode atrapalhar a construção do modelo do eu (self) nas crianças pequenas. Em uma atividade com as famílias, construir um painel com fotos dos alunos e seus familiares, de forma a se perceberem integrantes de grupos sociais distintos. Colocar fotos identificadas das crianças na própria sala de aula, de maneira que elas possam se reconhecer facilmente. Data Resp.: 09/11/2021 00:16:12 Explicação: A resposta certa é: Enfatizar atividades com crianças sempre do mesmo tamanho e idade, evitando contato com as crianças maiores ou mais velhas, pois essa interação pode atrapalhar a construção do modelo do eu (self) nas crianças pequenas. Não Respondida Não Gravada Gravada Exercício inciado em 09/11/2021 00:15:19. Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil/Conte?do e Metodologias da Educa??o Infantil - TEMA l.pdf DESCRIÇÃO O conhecimento da dinâmica de aprendizagens no ambiente pré-escolar a partir de informações empíricas sobre este universo da educação infantil, e a construção de habilidades e competências. PROPÓSITO Articular experiências da prática docente, pesquisa acadêmica e de diversidade cultural para estimular que a práxis dos professores fomente a valorização da diversidade de estímulos para as aprendizagens na pré-escola. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar as crianças como sujeitos dos processos de aprendizagem na pré-escola MÓDULO 2 Reconhecer a educação por meio das linguagens sonora, corporal, visual e artística MÓDULO 3 Comparar pensamentos, imaginação e as relações espaçotemporais na pré-escola INTRODUÇÃO Vamos começar nossa conversa situando a educação infantil como a etapa de ensino que, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), deve ser oferecida às crianças de 0 e 5 anos, fase na qual grande parte da arquitetura cerebral do ser humano é desenvolvida. Pensando nas práticas de atendimento da pré-escola em nosso país, temos um contexto histórico demarcado por lutas, respostas a demandas sociais e baixos investimentos. As intervenções e investimentos no desenvolvimento físico, cognitivo, linguístico e socioemocional de crianças pequenas até a transição para o ensino fundamental têm o potencial de promover o acesso, permanência e a conclusão dos estudos na idade adequada, além de interferir na capacidade de formar relações positivas, de expressar sentimentos adequadamente, empatia, curiosidade, persistência, atenção, escuta e uso social da linguagem. O entendimento da pré-escola como algo ou lugar que antecede as práticas educativas formais do ensino regular vigorou durante bastante tempo na educação brasileira. Entre sair de modelos assistenciais para crianças pobres e filhos de operários e transformar a educação pré-escolar em um direito transcorreram-se vários anos em um longo processo de sistematização de práticas pedagógicas. Entretanto, esse passado ainda pesa no olhar do senso comum. E o professor precisa romper velhos grilhões e perceber o quão pedagógico e sofisticado é sua atuação neste segmento. O que condicionou, em diversos espaços, um lugar de silenciamento das práticas educativas foi também o propulsor da criatividade de docentes que estimularam o debate de suas práticas e o que apontou para um novo caminho. O fato de atender majoritariamente aos públicos das classes populares conferiu a essa etapa de ensino um lugar assistencial, de pouco investimento. De acordo com as pesquisas acadêmicas e com os relatos de profissionais que atuam na educação infantil, esse cenário não prevalece mais. A educação infantil visa à experiência centrada no desenvolvimento das crianças e na garantia de seus direitos de aprendizagem. Ao longo de nossa conversa, você perceberá que a pré-escola é uma construção dialógica e autoral. Sim! Autoral porque ela propicia processos de afirmação da identidade das crianças e da necessidade de leitura de sua corporeidade, de suas manifestações e cultura. E é dialógica por possibilitar o encontro com um mundo que rompe com os limites das relações centradas na família. O contexto histórico não pode ser negado e é necessário fazer a leitura das contradições. No decorrer de sua formação, perceba que novas histórias podem ser escritas com a valorização dos profissionais da educação infantil e com a construção de práticas educativas que ampliam os significados do saber/fazer/aprender/ensinar na primeira infância. MÓDULO 1 Identificar as crianças como sujeitos dos processos de aprendizagens na pré-escola Assista ao vídeo com o professor Ricardo Luiz da Silva Fernandes sobre os desafios da ideia de assistência sendo substituída pela figura afetiva do cuidador, até, finalmente, a professora e o compromisso com o desenvolvimento. EM PRIMEIRO LUGAR, A CRIANÇA! Ao começar com esta frase, reforçamos o objetivo central das práticas educacionais para a educação infantil. Precisamos compreender as crianças não apenas como público-alvo desta política educacional, mas perceber que são o centro desta ação. Para isso, é necessário romper a ótica assistencialista e atingir um perfil profissional que respeite e compreenda as subjetividades. Os profissionais que atuam na pré-escola devem reconhecer as crianças como sujeitos de todos os processos de aprendizagem. Para ilustrar a situação, imagine um quadro que já está pintado, contendo um cenário e elementos diversos. A tela, que não está vazia, interage com as tintas e modifica suas cores a cada nova intervenção do pintor. A cada nova forma inserida, a tela se modifica, comportando-se como uma pintura dinâmica que não se apresenta da mesma forma no decorrer do dia e que sempre responde a todas as novas ideais do pintor. APRENDIZAGEM Seguindo o princípio de Carl Rogers e da educação humanista, cada sujeito é único e constrói seu próprio trajeto de aprendizagem, devendo ser estimulado. (ROGERS, 1971. p. 41) ATENÇÃO Essa ilustração é para nos lembrar que a criança não chega na pré-escola vazia, como uma tela em branco. Ela apresenta muitas cores e experiências que precisam ser consideradas. E nós, que podemos ser considerados o pintor desta ilustração, não devemos limitar e nem definir as respostas às nossas javascript:void(0) intervenções. Todas as crianças, independentemente de sua realidade social e cultural, são seres dinâmicos que poderão a todo instante interagir e produzir significado para as práticas educativas. Você deve estar questionando algumas das ideias que apresentamos acima. Primeiramente, por acreditar que em todos os contextos de nosso país tanto essa visão sobre as crianças como a prática pedagógica atrelada a ela sejam legitimadas como algo natural. Talvez você diga: “Nenhum professor acredita que, na educação infantil, a criança está em segundo plano ou seja como uma tela em branco”. E pode até pensar que a educação prescinde da participação das crianças. Mesmo sendo este o seu caso, é necessário ter um olhar profissional atento, a fim de superar modos de ser do professor da educação infantil que limitam o universo de (re)conhecimento de identidades. Para isso, é necessário conhecer um pouco da história desta modalidade de ensino e reconhecer que existem diversas lutas por uma educação infantil de qualidade. Os espaços educacionais não podem ser vistos como um local que abrigue crianças para que seus responsáveis possam trabalhar, nem devem ser um espaço com valorização secundária e tampouco devem ser considerados um lugar menor do saber/fazer na educação. VOCÊ SABIA Como apresenta o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (1998, v. 3, p. 15- 16), grande parte dessas instituições nasceram com o objetivo de atender exclusivamente às crianças de baixa renda. O uso de creches e de programas pré-escolares como estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças foi, durante muitos anos, justificativa para a existência de atendimentos de baixo custo, com aplicações orçamentárias insuficientes, escassez de recursos materiais; precariedade de instalações; formação insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto. Não podemos, sobretudo nas salas da pré-escola da educação pública de nosso país, ter uma concepção de que a educação infantil é algo assistencial. A educação, nesta etapa, e em todas as outras, não precisa reverberar os preconceitos e contribuir para a segregação social. AO TRAZER ESTA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO, REFORÇAMOS QUE A SALA DE AULA, OS CURRÍCULOS E OS ESPAÇOS EDUCATIVOS DEVEM SER PENSADOS A PARTIR DA COMPREENSÃO DA CRIANÇA COMO SUJEITO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM, COMO PESSOA QUE POSSUI HISTÓRIAS E CONTEXTOS COMPLEXOS, E NÃO APENAS COMO ALGUÉM QUE ESTÁ NA SALA DE AULA PARA QUE SEUS RESPONSÁVEIS POSSAM TRABALHAR. Esses espaços educativos pertencem às crianças, e, por isso, precisam oferecer uma estrutura pedagógica que fortaleça o seu “eu”, a sua identidade. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p. 38) reforça esta ideia quando estabelece que um dos seis direitos de aprendizagem da educação infantil é: CONHECER-SE E CONSTRUIR SUA IDENTIDADE PESSOAL, SOCIAL E CULTURAL, CONSTITUINDO UMA IMAGEM POSITIVA DE SI E DE SEUS GRUPOS DE PERTENCIMENTO, NAS DIVERSAS EXPERIÊNCIAS DE CUIDADOS, INTERAÇÕES, BRINCADEIRAS E LINGUAGENS VIVENCIADAS NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR E EM SEU CONTEXTO FAMILIAR E COMUNITÁRIO. (BNCC, 2017, p. 38) EXEMPLO PRÁTICO Vejamos agora um relato de um docente com experiência na educação infantil. Ele evidencia as diferentes formas dessa experiência, a pluralidade de práticas e as reflexões resultantes dessa modalidade educativa. Durante minhas primeiras experiências na educação infantil pude perceber que a identidade é um conceito complexo. Nesta etapa da aprendizagem, ela se manifesta de diferentes formas: na construção de um conjunto de interesses pessoais, no reconhecimento de sua personalidade, nas descobertas sobre seu corpo, na percepção de seu lugar racial, na visualização de seu gênero e na construção de um canal de diálogo com os outros. Todos os dias, durante minha prática como professor da educação infantil, foram diferentes, não havia um dia em que uma atividade comum da rotina ocorresse como uma repetição de experiências, alguma criança sempre trazia algum elemento novo que criava reflexões no grupo. Mesmo quando repetíamos uma história que já era de conhecimento do grupo, havia a percepção de um novo detalhe na ilustração ou uma fala que interrompia a contação para apresentar um dado sobre o cotidiano. Cada criança de sua maneira, no seu ritmo, participava e modificava o nosso espaço coletivo. Centrando o olhar para a questão deste movimento de observação das identidades era possível reconhecer as vozes culturais de cada uma das crianças. Alguns profissionais, que não estavam atentos a estas questões, cometiam os seguintes erros: entregar objetos pessoais, produções de atividades pedagógicas, desenhos e outras produções para as crianças erradas, e não reconheciam os traços culturais de cada uma das crianças nestes elementos. Ainda na fase de acolhimento e ambientação, bem no começo da construção de nossa relação, as crianças fizeram uma atividade com argila. Cada uma produziu sua escultura com cuidado e atenção, elaborou uma forma, utilizou cores e produziu uma obra de arte. Sim, cada uma daquelas estatuetas era uma obra de arte para as crianças. No dia seguinte, uma profissional foi entregar as estatuetas para os responsáveis. Ela não fez a entrega correta: de maneira aleatória entregou as obras para as famílias. Todos foram para suas casas e, no dia seguinte, no momento da roda de conversa, um lugar privilegiado para trazer suas questões e indagações, as crianças começaram a destrocar as obras e retomar as suas produções. Não ocorreu nenhum tipo de reclamação, apenas foram trocando e reconhecendo seus trabalhos nas mãos dos colegas e recebendo com alegria. Esta última situação serve para exemplificar dois pontos importantes quando falamos de identidade na educação infantil: A criança reconhece suas produções, nela manifesta seus gostos pessoais e sua personalidade. O espaço da roda de conversa é uma oportunidade para o “conflito”. Explicando melhor... Convidamos você a pensar nos processos que levaram os alunos a produzir, cada um, sua estatueta, que para alguns adultos não possuíam qualquer sentido. Eles lembram dos movimentos feitos por suas mãos, da intensidade com que tocou a argila e da maneira como se relacionaram com os colegas durante a atividade. Esse reconhecimento não acontece apenas de maneira visual ou mecânica. Quando consideramos a criança como sujeito do seu movimento de aprendizagem, precisamos perceber que ela é um ser complexo e, por isso, reconhece suas ações. A roda surge como um lugar para o “conflito”! Perceba que colocamos o conflito entre aspas, para destacar a necessidade de ampliar o significado desta palavra. Muitas vezes, na educação, o enfrentamento é classificado com um movimento arriscado, mas a criança precisa lidar com estes processos para fortalecer sua percepção sobre a pluralidade e as diversidades que existem no nosso mundo. O conflito e o reconhecimento de diferentes identidades podem fazer parte do contexto da pré-escola. Neste exemplo, o fato de as crianças não chorarem ou de manifestarem fisicamente seu descontentamento foi demarcado. Mas o choro e a manifestação de insatisfação não podem ser silenciados, os sentimentos são parte da identidade dos alunos e não podem ser ignorados pelos educadores. Como dizem Pessoa e Costa (2014): AS INTERAÇÕES SOCIAIS, OS EXERCÍCIOS E OS JOGOS SÃO RECURSOS IMPORTANTES PARA QUE A CRIANÇA CONSIGA DISSOCIAR, NAS IMPRESSÕES, O QUE LHE PERTENCE OU NÃO, PROVOCANDO EM SI MANIFESTAÇÕES DE ESPERA, FRUSTRAÇÃO, RAIVA, ALEGRIA, EXPLOSÃO DE SURPRESA. É O OUTRO QUE VAI EXIGIR DA CRIANÇA, POR MEIO DO CONFRONTO DA GESTUALIDADE E DA PALAVRA, FORMAS DIFERENCIADAS DE AÇÕES E REAÇÕES, PORQUE OS OBJETOS E AS PESSOAS ROMPEM EXPECTATIVAS E ESTE ROMPIMENTO É IMPORTANTE NESTE PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO DO EU E DO OUTRO. (PESSOA & COSTA, 2014, p. 503). AINDA SOBRE IDENTIDADE No momento em que a criança ingressa na educação infantil, ela é inserida em um novo universo. Antes, muitas das suas interações eram centradas apenas nas pessoas de sua família que atendiam diretamente as suas necessidades afetivas e fisiológicas. Em casa, ela precisou diferenciar sua identidade da de seus pais e (re)conhecer seu pertencimento a outros espaços de socialização. A educação infantil é mais um espaço para isso, pois, nele, a criança precisa conviver por muitas horas com outros adultos e crianças. Nosso objetivo, enquanto educadores, é respeitar seus interesses e trazê-la para o primeiro plano, mas, para isso, é necessário que cada uma delas entenda a noção de tempo. NOÇÃO DE TEMPO? IDENTIDADE? VAMOS PENSAR JUNTOS SOBRE ESTAS DUAS QUESTÕES? Ter noção de tempo é saber dividir o afeto dos profissionais com outros colegas, esperar sua vez, dividir e compartilhar experiências etc. Em suma, é perceber que o tempo da família não é o mesmo da escola. Por vezes, na faixa etária correta, serão feitas intervenções pedagógicas que auxiliarão na construção da autonomia e no direito de manifestar sua identidade. Ao compreender o tempo e dividir o espaço de convivência com outras crianças, os alunos percebem que existe um conjunto de regras que precisam ser respeitadas, que podem seguir um cronograma de atividades e que é necessário respeitar as necessidades dos outros colegas. A noção de tempo aqui reúne uma série de conceitos: DIVIDIR OS AFETOS SABER ESPERAR SABER OUVIR COMPARTILHAR EXPERIÊNCIA Percebe quantos desafios a criança enfrenta na pré-escola? Para garantirmos a segurança dessas aprendizagens, é necessário estarmos atentos às identidades presentes em nossas salas de aula e estabelecermos a construção de diálogos constantes. Uma maneira interessante de construir esse diálogo entre as identidades infantis presentes numa sala de aula é a construção de um universo de escuta. Uma escuta que não está centralizada apenas na fala, mas que atinge o gestual e as diversas linguagens que são construídas nos primeiros anos de vida. Por isso, precisamos estar atentos à forma diferenciada como cada uma das crianças prefere estabelecer uma comunicação. Para explicar melhor esse conceito, vamos trazer a história de uma aluna, a quem daremos o nome fictício de Ana. ANA! Ela ingressou na educação infantil depois de migrar com seus familiares. Ana era uma refugiada. Ela não falava nosso idioma, ainda assim comunicava muito. Muitas pessoas de nossa instituição diziam: “Ela é bem pequena, mas tem muita personalidade!”. Você concorda com esta afirmação? Nós, não! Acreditamos que todas as crianças possuem sua personalidade, e cada uma com sua especificidade. Ana, utilizava a linguagem gestual para interagir com os colegas e com os profissionais que cuidavam dela. Se ela não gostasse de uma brincadeira, seu rosto de imediato manifestava uma expressão clara. Mas, se ela gostava de ouvir uma história e queria repetir aquela sensação, sorria através do brilho de seus olhos. Ana tinha um vocabulário próprio, e todos nós o reconhecíamos e nos comunicávamos com ela. No passar do tempo ela começou a falar algumas palavras da língua portuguesa, mas o seu gestual nunca deixou se der utilizado. Perceba que não ocorreu uma pressão para que ela fosse de imediato oralizada. Respeitamos suas escolhas e nos adaptamos à forma mais confortável de ela estabelecer a comunicação com o grupo. A sua história de vida foi manifestada, construída e modificada por ela mesma! Sim, é redundante, mas é necessário destacar o “por ela mesma”. Ana precisou ser acolhida pelo coletivo, criou sua forma de comunicação e superou o desafio de aprender uma nova língua no seu tempo. Aqui, a identidade de Ana foi preservada e respeitada e seus direitos de aprendizagem garantidos. Você pode questionar: “Como posso inserir a história de vida dos meus alunos na educação infantil?”. Esse questionamento é natural e parte de uma cultura que reduz o universo cultural das crianças na primeira infância. Desde o nascimento, nossos alunos constroem suas biografias, eles são imersos na história cultural de sua família, interagem com os desafios socioeconômicos e desenham uma trajetória. O primeiro movimento para considerar esta historicidade infantil é atuar como uma espécie de jornalista educacional. Sim, você leu corretamente: jornalista, e com perfil investigativo! CADA CRIANÇA PRECISA SER OBSERVADA, ESTUDADA E OUVIDA EM SUAS COMPLEXIDADES. SEMPRE FAÇA ANOTAÇÕES PARA QUE SUAS AÇÕES SEJAM ESTRUTURADAS. Ao fazer essa investigação, procure conhecer o lugar de nascimento das crianças, a história por trás da escolha dos nomes, dos sobrenomes das famílias, os hábitos alimentares, interesses culturais, ou seja, uma imersão completa. Assim, você será o narrador que poderá contar nas suas intervenções pedagógicas as histórias de vida de seus alunos. Todos podem conhecer os detalhes de sua personalidade e estabelecer uma relação amorosa no espaço educativo. Vamos retornar ao caso de Ana. Ao perceberem que ela não falava nosso idioma, os colegas decidiram atuar como tradutores de sua corporeidade. Neste momento, eles estabeleceram o cuidado e manifestaram empatia. A turma sempre esteve atenta para observar os gestos de sua colega e faziam intervenções sempre que algum adulto esteve disperso perante as movimentações dela. Este caso nos ajuda a refletir sobre a diversidade de caminhos que podem ser construídos numa sala de aula e sobre a necessidade de estimular a construção de relações interpessoais que compreendam a diversidade inerente aos universos escolares. Agora, chegou o momento em que podemos exercitar os pontos apresentados neste módulo. Leia as situações de uma sala de aula da educação infantil e escolha o conceito que melhor explica cada uma delas: Vamos fazer? MÃO NA MASSA 1. Complete o quadro abaixo relacionando os conceitos às situações do cotidiano de uma instituição de ensino pré-escolar. Confira o feedback do exercício com o professor Rodrigo Rainha. 2. Imagine que você fará o papel de repórter investigativo para criar uma matéria sobre a história de vida de seus alunos. Você precisa fazer perguntas importantes para incluir no seu bloco de notas. Sendo assim, responda: Confira o feedback do exercício com o professor Rodrigo Rainha. 3. Você irá ilustrar com uma frase o cartaz que enfeitará sua sala de aula. Sendo assim, responda: Confira o feedback do exercício com o professor Rodrigo Rainha. TEORIZANDO Todas as proposições aqui elaboradas tiveram o cuidado de aproximá-lo da realidade escolar, da prática, a fim de que você sentisse, de alguma forma, a experiência docente. Mas todas as abordagens têm uma fundamentação que as conduz, e é importante que você não perca esse olhar. Entre as muitas possibilidades, optamos por focar na aprendizagem significativa de Carl Rogers. Os trabalhos do autor são pano de fundo para três percepções básicas: A aprendizagem é centrada no aluno. Cada aluno é um indivíduo singular. Cada indivíduo constrói seu trajeto de aprendizagem. ATENÇÃO Nunca se esqueça: teoria e prática são indissociáveis. Aqui, ainda que estejamos focados na apreciação do debate das práticas, sempre é importante ter esse olhar. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Reconhecer a educação por meio das linguagens sonora, corporal, visual e artística Assista ao vídeo em que o professor Ricardo Luiz da Silva Fernandes aborda o desenvolvimento que pode ser trabalhado pela audição, estímulos e seu papel, além de falar sobre a inclusão e como criar possibilidades. O SOM DAS CRIANÇAS! Vamos começar a nossa conversa fazendo uma reflexão: VOCÊ PREFERE UM ESPAÇO DE EDUCAÇÃO INFANTIL SILENCIOSO OU UM QUE POSSUA O SOM DAS CRIANÇAS? Não estamos propondo uma reflexão que envolva juízo de valores, mas que promova uma pausa para que você elabore os sons que espera encontrar na pré-escola. Vejamos alguns pontos que atuam na configuração do espaço escolar e suas discussões cotidianas, como o tempo. Conforme explica Andrade & Caldas (2017, p. 496): QUANTAS ESCOLAS CONHECEMOS QUE, AO INCORPORAREM CRONOS, PRODUZINDO EXPLICAÇÕES CONTROLADAS, LOGO CONSIDERADAS MENORES PARA SEREM SUBSTITUÍDAS POR MAIS EXPLICAÇÕES, MAIS TÍTULOS E MAIS GARANTIA DE UM SUCESSO SEMPRE EM UM FUTURO DISTANTE? NÃO NOS CABE AQUI, NESTAS POUCAS LINHAS, APRESENTAR A VASTA TESE DE RANCIÉRE A PARTIR DA PRODUÇÃO DE JACOTOT, MAS NOS INTERESSA PENSAR QUAL O PAPEL DA ESCOLA DIANTE DESTE CONVITE RADICAL DE COMPREENSÃO DE QUE TODOS SÃO CAPAZES DE APRENDER ENSINAR QUALQUER COISA. (ANDRADE & CALDAS, 2017, p. 496). Não existe instituição que lide com a realidade infantil sem perceber que precisa dialogar com esse mundo. Não é uma defesa da “desordem”, mas de lidar com esta outra ordem. Então, neste módulo, vamos com a professora Nilda Alves fazer uma discussão de cotidianos escolares e sua aceitação. [...] PARA A ESCOLA, OS ESTUDOS DOS COTIDIANOS VÊM INDICANDO A NECESSIDADE DA CRÍTICA RADICAL À ORGANIZAÇÃO DOMINANTE: INTERNAMENTE, TANTO QUANTO À ESTRUTURA DE PODER, QUANTO AO FAZER PEDAGÓGICO, COMO QUANTO À SUA ESTRUTURAÇÃO CURRICULAR; EXTERNAMENTE, QUANTO AOS LIMITES E RELAÇÕES DE PODER EXISTENTES NA SOCIEDADE, QUANTO ÀS RELAÇÕES DA EDUCAÇÃO COM A SOCIEDADE (O MUNDO DO TRABALHO, OS MOVIMENTOS SOCIAIS, ETC.), NA BUSCA DA IDENTIFICAÇÃO/ CARACTERIZAÇÃO/ANÁLISE CRÍTICA/PROPOSIÇÃO DOS CONHECIMENTOS DA PRÁTICA, NAS SUAS MÚLTIPLAS CRIAÇÕES TEÓRICAS (RACIONAIS, IMAGINÁRIAS, ARTÍSTICAS ETC.). (ALVES, 2008, p. 96) Assista ao vídeo sobre cotidiano escolar. SAIBA MAIS! Sobre a expressão vocal e sua importância no desenvolvimento de competências na pré-escola é importante a leitura do próprio documento: Desenvolvimento cognitivo . A dimensão cognitiva se relaciona com as capacidades de aprender e de resolver problemas. Ou seja, ela é muito importante para a aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Na educação infantil, raciocínio lógico, comandos simples e problemas mais concretos podem ser trabalhados para desenvolvê-la. DESENVOLVIMENTO SOCIAL E EMOCIONAL O desenvolvimento social e emocional é mais um entre as competências e habilidades que podem ser trabalhadas na educação infantil. Nessa fase, a criança começa a interagir com mais pessoas, inclusive da mesma idade, pode entender e seguir regras e trabalhar competências socioemocionais, como a habilidade de identificar sentimentos e manter o autocontrole. DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA LÍNGUA Essa competência envolve a capacidade de compreender e utilizar a linguagem. Nos primeiros anos de vida, a criança descobre as primeiras palavras e aprende a controlar seu tom de voz. (BRASIL. BNCC, 2017) VENHA OUVIR O SOM DA ESCOLA! Em uma das instituições onde atuou um pedagogo voltado para a educação infantil, em um papel mais burocrático e sem a energia constante das crianças, o pedagogo sempre percorria as salas das turmas da pré-escola quando queria retomar os objetivos centrais de sua intervenção profissional. Ao chegar às salas, as cores já mudavam, e havia ritmos nas canções e instrumentos manipulados pelas crianças. Além disso, nessas breves visitas com a intenção de “recarregar as baterias”, o pedagogo sentia os aromas de uma receita que estava sendo produzida por uma turma ou era acolhido pelo abraço afetivo e simultâneo de quinze crianças. Toda essa energia e liberdade eram importantes para o ele reconhecer seu papel como profissional da educação. Não, as salas não eram silenciosas, elas possuíam vários sons e alguns eram simultâneos. O choro não era considerado pelos demais colegas do pedagogo como algo a ser controlado, mas entendido e mediado. A criança não era silenciada e percebia que podia utilizar sua comunicação de maneira saudável. Os ritmos eram diferentes em cada uma das salas e formavam uma sintonia que empregava àquele complexo de educação infantil um lugar de uma orquestra. Ao pensar naquele espaço como um lugar de diferentes formas, cores, movimentos e sons, o pedagogo via uma orquestra educacional. As atividades de estruturas com massinhas, argilas, areia e água eram planejadas de maneira coletiva, assim todos poderiam experimentar as texturas e diferenciar cada um dos elementos que estão presentes na natureza. Ao estimular o toque nos diferentes materiais de origem natural ou industrializada, as crianças promoviam transformações na matéria. Sim! Um processo que está interligado aos conhecimentos científicos, que podem fazer parte de uma estratégia educativa da educação infantil. ATENÇÃO Ao falarmos de movimentos, corpos e ritmos da pré-escola, é preciso destacar que ela pode ser demarcada por saberes científicos, por uma ampliação dos conceitos e pela inserção das crianças em um universo reflexivo sobre as produções de nosso mundo, tudo isso de maneira lúdica e adequada à etapa de desenvolvimento das crianças. Ao produzirem um picolé, com a receita tradicional de uma sorveteria do bairro, por exemplo, elas poderão vivenciar a transformação da matéria líquida em sólida. Ao produzir o picolé com os alunos, em vez de propor uma atividade linear e que não seja interessante para essa faixa etária, eles poderão observar os diferentes elementos e criarão hipóteses em conjunto. Claro, neste caminho vão sujar as mãos, perceber a diferença de sensação e temperatura entre um líquido e um sólido. Vão poder experimentar os sabores que serão produzidos e associar as frutas a cada uma de suas memórias gustativas e de cores. Percebe a complexidade das aprendizagens que estão presentes neste processo? Por meio de atividades como essas, os alunos promovem e conduzem seus movimentos de aprendizagem. Não se trata de uma simples atividade sobre cores e sabores, mas de algo orgânico do processo de reconhecer a diferença entre um picolé amarelo, de manga, e um picolé verde, de abacate, por exemplo. Assim, as cores deixam de ser conceitos abstratos e começam a fazer parte dos significados afetivos dos alunos. Muitos professores diriam que é uma atividade barulhenta, pois envolverá o liquidificador, o ruído dos potes caindo etc. Mas, neste momento, podemos trabalhar as sensações auditivas. Estes aspectos dão conta dos sentidos envolvidos no processo da aprendizagem. Sendo assim, pensemos, por exemplo, na audição no ambiente escolar da pré-escola. As construções e os sentidos de sequência, de reprodução e composição de melodias estarão presentes do ambiente pré-escolar. Neste caminho, ao perceberem a possibilidade de criar uma melodia, mesmo que de maneira intuitiva e correspondente à faixa etária, as crianças estarão inseridas nos contextos de autoria, o que pode contribuir com a associação destes movimentos com os processos de aquisição da escrita. SAIBA MAIS! Segundo o RCNEI (1998. v. 3, p. 53), além de cantar, a criança tem interesse, também, em tocar pequenas linhas melódicas nos instrumentos musicais, buscando entender sua construção. Torna-se muito importante poder reproduzir ou compor uma melodia, mesmo que usando apenas dois sons diferentes e percebe o fato de que para cantar ou tocar uma melodia é preciso respeitar uma ordem, à semelhança do que ocorre com a escrita de palavras. A audição pode detalhar mais, e o interesse por muitos e variados estilos tende a se ampliar. Se a produção musical veiculada pela mídia lhe interessa, também mostra-se receptiva a diferentes gêneros e estilos musicais, quando tem a possibilidade de conhecê-los. Entenda que atividades voltadas para melodias podem estar associadas a outras, em uma rotina de práticas diversificadas, e que o objetivo final não é instrumentalizar a criança nem para a música e nem para a escrita. O que pretendemos aqui é o movimento de experimentação e de construção de hipóteses sobre estes elementos de nossa cultura. ATENÇÃO Perceba que a musicalidade da atividade não pode ser ignorada. Esteja atento aos fluxos de curiosidade e aos ritmos que também estão presentes em atividades regulares de nossa sala de aula. Depois, o grupo de estudantes poderá, por exemplo, brincar com palitos de diferentes tamanho e espessuras para perceber a diferença dos sons que eles produzem. Assim, de uma atividade, outras surgirão naturalmente, como ocorre no ambiente familiar de cada uma das crianças. E, por falar neste lugar privilegiado, podemos também estimular a continuidade deste movimento na casa dos alunos. DICAS E SUGESTÕES DE ATIVIDADES DIVERSAS PREPARANDO REFEIÇÕES Cozinhar é uma excelente atividade para trabalhar conteúdos como “formas” e “transformações”. Ao produzirem e assarem pães, por exemplo, os alunos poderão observar o tempo necessário para que fiquem prontos, a importância do fogo e do fermento neste processo, e da segurança que é necessária para a realização de atividades na cozinha. javascript:void(0) Cantar uma canção sobre o tema da atividade e aproveitar o momento de espera pelo pão pronto para que as crianças interajam podem ser ideias interessantes para a proposta. USANDO OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS Brincar com frutas, tocá-las e perceber a diferença de forma e textura de cada uma delas é uma boa maneira de utilizar os diversos órgãos do sentido. Além disso, pode-se provar diferentes frutas e reconhecer quais são os sabores preferidos de cada aluno. Esta atividade nos permite que voltemos à primeira sugestão, uma vez que as crianças poderão preparar uma salada de frutas, utilizando as mãos para manipular e produzir mais um alimento. javascript:void(0) javascript:void(0) MÃOS À OBRA (MANUFATURA) Uma dica interessante é estimular os alunos a produzirem instrumentos musicais com elementos naturais, como casca de coco ou utilizando outro produto que seja abundante em sua região. Esta atividade possibilita reconhecer a regionalidade de cada som e produzir ritmo de maneira coletiva com os colegas. Essa sensibilidade precisa ser estimulada. Segundo o RCNEI (1998, v. 3, p.69), “a atividade de construção de instrumentos é de grande importância e por isso poderá justificar a organização de um momento específico na rotina, comumente denominado de oficina. Além de contribuir para o entendimento de questões elementares referentes à produção do som e suas qualidades, estimula a pesquisa, a imaginação e a capacidade criativa”. Ao propor a construção de um instrumento com seus alunos, eles poderão brincar de diferentes formas e assumir diversos papéis. Na sua prática docente, exercite esse espaço para construção coletiva e individual. Ao construir um tambor, potencialize este momento por meio da contação de uma história, apresente cada um dos materiais necessários para a construção e as ferramentas que serão utilizadas. MÃOS À OBRA (PINTURA) E que tal sugerir que as crianças pintem um quadro ou simplesmente brinquem de desenhar as frutas com um giz colorido? Todas estas sugestões vão oferecer aos alunos experiências diversificadas e oportunidades de manifestar sua cultura. Por meio das cores, das formas e dos sons, nossos alunos podem criar uma comunicação artística que supera os limites da comunicação verbal. O estímulo à criatividade associado à construção de contextos javascript:void(0) é algo que está relacionado ao respeito às identidades culturais. MEXENDO O ESQUELETO A corporeidade, as relações e as percepções sobre o corpo da criança estão envolvidas em todos os processos de aprendizagem. O corpo é percebido como parte das relações de aprender e interagir e precisamos atentar para seus sinais. A construção das danças e a percepção de que ela está associada a uma cultura, por exemplo, podem ir além de ensaiar as crianças para uma apresentação. Nesta perspectiva, ao dançar, a criança deve conhecer os contextos históricos dos ritmos, adaptar os movimentos ao seu corpo e propor novos desenhos para a coreografia. No decorrer de uma atividade, as crianças dançaram de maneira autônoma e utilizam seus corpos para manifestar sentimentos. Essa coreografia natural e lúdica precisa ser legitimada e estimulada para que os processos de percepção de si e de observação do outro sejam construídos. VOLTEMOS À PRÁTICA! ANTES DE EXEMPLIFICAR, VEJA O ENTENDIMENTO EXPOSTO NO REFERENCIAL CURRICULAR javascript:void(0) NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (1998, V.3, P.64): LEIA AQUI! Há que se tomar cuidado para não limitar o contato das crianças com o repertório dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado e, não raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela mídia, produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o conhecimento das crianças. Com arranjos padronizados, geralmente executados por instrumentos eletrônicos, limitam o acesso a um universo musical mais rico e abrangente que pode incluir uma variedade de gêneros, estilos e ritmos regionais, nacionais e internacionais. A produção musical de cada região do país é muito rica, de modo que se pode encontrar vasto material para o desenvolvimento do trabalho com as crianças. Nos grandes centros urbanos, a música tradicional popular vem perdendo sua força e cabe aos professores resgatar e aproximar as crianças dos valores musicais de sua cultura. As músicas de outros países também devem ser apresentadas e a linguagem musical deve ser tratada e entendida em sua totalidade: como linguagem presente em todas as culturas, que traz consigo a marca de cada criador, cada povo, cada época. O contato das crianças com produções musicais diversas deve, também, prepará-las para compreender a linguagem musical como forma de expressão individual e coletiva e como maneira de interpretar o mundo. Na mesma instituição em que atuou o pedagogo do exemplo mencionado anteriormente, um dos responsáveis da educação infantil trabalhava produzindo cantores de funk. Seu filho trazia muito do ritmo que vivenciava em casa e, em um determinado momento, convidaram o responsável para apresentar seu trabalho para as famílias. O ritmo que fazia parte da cultura daquele aluno foi recebido de maneira afetuosa por todos do grupo e conseguimos manifestar de maneira pública o respeito à sua identidade cultural. A turma já reconhecia na criança os ritmos desta cultura, e as crianças contavam histórias sobre as músicas e as danças que experimentavam em conjunto. A visita do responsável apenas foi mais um javascript:void(0) processo de legitimação cultural do universo dos alunos, não algo pontual, mas que foi necessário para a ampliação do universo de experiência sobre este ritmo. Neste mesmo caminho, demais responsáveis trouxeram outros convidados de diferentes estilos musicais, e terminamos construindo um projeto com a visitação de escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro. O funk, que, em certos lugares, é um ritmo criminalizado, foi utilizado como ponto de partida para um projeto que levou a turma a experimentar os ritmos musicais brasileiros de origem popular. ATENÇÃO Ao propor uma imersão nas artes, é preciso superar os limites dos preconceitos e criar uma ponte entre as diferentes zonas de interesse. A condução de uma atividade artística não deve estar associada aos interesses dos profissionais da educação, mas corresponder às manifestações identitárias dos alunos. Vamos a mais um exemplo? Durante a graduação, tivemos a oportunidade de realizar pesquisa acadêmica em comunidade indígenas e quilombolas, o que nos possibilitou, de maneira constante, o contato com as aldeias guaranis Mbya e, consequentemente, com as crianças do coral indígena. Nos estudos, observamos nestas aldeias um respeito às crianças e uma proteção a elas, sobretudo na primeira infância. Elas produziam os seus instrumentos, aprendiam os ritos da comunidade e faziam parte da rotina de maneira privilegiada. O contexto de proteção era manifestado nas escolas indígenas e na compreensão de que a preservação cultural era a principal forma de garantir os costumes daquela população. Os professores estavam sempre disponíveis para as crianças e não ofereciam um formato centralizado de ensino: eram as inquietações que promoviam as trocas e as construções. Desde muito pequenas, as crianças dessa aldeia produzem ornamentos e já aprendem a matemática por meio desta atividade. Para aquele grupo, as formas de manifestação ajudam a manutenção de uma identidade, a construção das aprendizagens na primeira infância e a preservação dos ritos culturais tradicionais. Não podemos desconsiderar, em nossa reflexão, estes pontos que aprendi com a cultura indígena e com a experiência que obtive no exemplo citado do funk. A proteção e o brincar com significado pode fazer parte de nossas atividades educativas. Devemos ser ouvintes dos ritmos das crianças e estimular que elas tenham a liberdade de criar seus próprios sons. O MUNDO ESTÁ PRESENTE NA CULTURA INDÍGENA, O MUNDO ESTÁ PRESENTE EM TODAS AS INSTITUIÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL, MAS... Será que nos processos temos os mesmos movimentos dos educadores indígenas e protegemos o direito da criança de se entender como pertencente a um grupo identitário neste mundo? Estamos aptos a convidar os responsáveis para apresentar seus projetos e trabalhos sem fazer juízo de valor? Ou estamos apenas reproduzindo modelos de ensino que não dão valor às historicidades das comunidades escolares? Ao pensar na promoção de atividades culturais, artísticas e de movimentação, é necessário trazer o senso de proteção da cultura indígena e estimular um desenvolvimento diversificado para as crianças. Por exemplo, para construir um intercâmbio e promover a apresentação num teatro fora da aldeia, as crianças foram estimuladas a criar de maneira autônoma suas linguagens de comunicação. NÃO PODEMOS DIALOGAR COM O OUTRO SEM RECONHECER AS NOSSAS VOZES, OS NOSSOS RITMOS E, PARA ISSO, A EDUCAÇÃO INFANTIL DEVE POSSIBILITAR ESSA EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO COM SUAS POTENCIALIDADES ARTÍSTICAS, DE VALORIZAÇÃO DAS MATRIZES CULTURAIS DAS FAMÍLIAS E DE RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE DE CADA UM DOS ALUNOS. A orquestra que citamos no começo deste módulo, a orquestra educacional, só existirá na educação infantil se cada um dos alunos tiver a liberdade de atuar como um instrumento, com a sua voz e com a sua dimensão. Não podemos limitar os universos de troca e nem formatar o universo cultural de nossos educandos. Cada um, neste olhar, terá a liberdade para experimentar as diferentes manifestações artísticas pautadas nas relações familiares e nas curiosidades que possui sobre si e sobre o mundo. Assim, não teremos um modelo de condução desta orquestra, mas a inserção de diferentes atores que poderão auxiliar o professor nesta mediação: os seus pares, os responsáveis, a comunidade, a cultura local e global. Agora, vamos exercitar! MÃO NA MASSA 1. Hora de organizar o planejamento abaixo pensando na necessidade de compreender os movimentos de aprendizagem. Para isso, escreva uma sugestão de atividade para cada proposta sinalizada nas caixas. CONTAÇÃO DE UMA HISTÓRIA INDÍGENA DANÇAS CIRCULARES CANTIGAS LIVRETO DE MEMÓRIA RESPOSTA CONTAÇÃO DE UMA HISTÓRIA INDÍGENA Apresentação do texto para as crianças de forma oral. DANÇAS CIRCULARES Ilustração e grafismos indígenas com tinturas tradicionais nos livretos das crianças. CANTIGAS Apresentação dos movimentos de danças circulares dos povos tradicionais brasileiros LIVRETO DE MEMÓRIA Construção coletiva de um ritmo e uma letra de canção (versinhos) para ilustrar a história. Confira o feedback do exercício com o professor Rodrigo Rainha. 3. Algumas ações são necessárias para a condução de um professor como maestro da orquestra educacional. Sendo assim, responda: Confira o feedback de um minuto do exercício com o professor Rodrigo Rainha. javascript:void(0) TEORIZANDO A professora Nilda Alves é, sem dúvida, um dos grandes nomes da Pedagogia e um dos maiores destaques de seu trabalho vem de um conceito importante: A EDUCAÇÃO É UMA TEIA. Se o professor pensar a educação como restrita ao seu ambiente de sala de aula, estará fadado ao fracasso; do mesmo modo, a escola que imaginar que se imporá aos meios sociais. Não existe isolamento possível entre a escola e a sociedade, sendo ambas continuamente impactadas pelas decisões de ações dessa teia. O que, com práticas, demonstramos é que o aluno chega à escola desejoso de “ser”, de se expressar. Esse desejo pode virar muitas coisas diante de um novo ambiente. Um desafio, uma imposição, uma violência. Se a pré-escola deseja ser fomentadora das habilidades e competências preconizadas na BNCC, ela precisa necessariamente dialogar com o mundo do aluno, gerar oportunidade para que ele traga e construa novas vivências, seja mediado e crie olhares. É FÁCIL DIZER QUE SE PRETENDE PLURAL QUANDO A ESCOLA É PENSADA COM MUROS QUE A ISOLAM DO MUNDO. ESSES MUROS SÓ PRODUZIRÃO DOIS EFEITOS: OU SERÃO UMA PRISÃO DE ONDE SE DESEJA FUGIR, OU SERÃO UM PONTO ISOLADO E SEM SENTIDO PARA O MUNDO QUE O CERCA. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Comparar pensamentos, imaginação e as relações espaçotemporais na pré-escola. Assista ao vídeo com o professor Ricardo Luiz da Silva Fernandes apresentando tecnologias analógicas e digitais que podem ser utilizadas em sala de aula com os alunos, contando um pouco de sua experiência. NOVOS PENSAMENTOS NA PRÉ-ESCOLA No módulo anterior, terminamos a nossa conversa discorrendo sobre a cultura indígena e apresentando as contribuições destes povos tradicionais para a educação infantil. Agora, vamos começar a nossa conversa pensando nos afro-brasileiros. Convidamos você a refletirem sobre as contribuições destes povos para a efetivação de uma educação infantil pautada na garantia dos direitos de aprendizagem. Vamos começar com um trecho da BNCC: O RACIOCÍNIO ESPAÇO-TEMPORAL BASEIA-SE NA IDEIA DE QUE O SER HUMANO PRODUZ O ESPAÇO EM QUE VIVE, APROPRIANDO-SE DELE EM DETERMINADA CIRCUNSTÂNCIA HISTÓRICA. A CAPACIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DESSA CIRCUNSTÂNCIA IMPÕE-SE COMO CONDIÇÃO PARA QUE O SER HUMANO COMPREENDA, INTERPRETE E AVALIE OS SIGNIFICADOS DAS AÇÕES REALIZADAS NO PASSADO OU NO PRESENTE, O QUE O TORNA RESPONSÁVEL TANTO PELO SABER PRODUZIDO QUANTO PELO CONTROLE DOS FENÔMENOS NATURAIS E HISTÓRICOS DOS QUAIS É AGENTE. (BNCC, 2017, p. 353) Ao olhar para as populações afro-brasileiras, vamos observar as organizações comunitárias e coletivas, como, por exemplo, as comunidades quilombolas. Nestas comunidades, as crianças aprendem as práticas culturais dos mais velhos, sentadas no chão e ouvindo as histórias. Vamos partir desta cultura pautada na oralidade para pensarmos na construção de um trabalho pautado no pensamento e na imaginação? VOLTANDO-SE PARA SUA INFÂNCIA, VOCÊ CONSEGUE LEMBRAR DE UMA PESSOA QUE GOSTAVA DE CONTAR HISTÓRIAS, OU OS POPULARES “CAUSOS” OU “HISTÓRIAS DE PESCADORES”? Estes personagens de nossa comunidade são os guardiões das tradições orais, são as pessoas que, durante a nossa infância, utilizaram as histórias para trazer ensinamentos e conhecimentos. Nas comunidades quilombolas, existem muitas histórias que tratam do cuidado com as plantas, da utilização das ervas e dos personagens de nossa cultura popular. Ao ouvir, por intermédio dos mais velhos, a história de um personagem, a criança começa a elaborar o cenário desta história, a pensar nas características dele. ATENÇÃO Perceba que, nas histórias comunitárias, em um espaço domiciliar, o pensamento e a imaginação são articulados. Nas contações existem narrativas e a criança, desde seus primeiros anos, começa a construir uma relação de afeto com “o que é contado” e “com aquilo que se conta”. Em nossa prática formal educativa, não podemos perder a conexão com o modo tradicional de contar histórias e nem o valor da oralidade. Ao ouvir o texto narrado, a criança acessa seu acervo de imagens e começa a materializar cada um dos acontecimentos. Parece uma prática simplória, mas, associada a outras abordagens, pode inserir os alunos no universo de construção do pensamento complexo. Vamos conversar um pouco sobre este pensamento complexo? Ao trazer uma história, a narrativa e a oralidade, convidamos você a pensar nos contextos imagéticos inerentes. Sua aprendizagem, ao longo de toda nossa conversa, foi estimulada e conduzida por mecanismos de nossa cultura. Assim, ao pensar cada um destes conceitos na pré-escola, você poderá natural seguir este processo. Estas articulações se dão na construção do pensamento complexo, influenciada por diferentes matrizes culturais e demandas sociais dos sujeitos. Neste sentido, o pensamento e a imaginação não podem ser estimulados e construídos com movimentos de repetição sem fins pedagógicos coerentes. As aprendizagens são construídas em trajetórias. Portanto, ao construir suas práticas educativas, pense que a criança precisa imergir num ambiente de curiosidade de aventura. A construção de hipóteses deve ser uma constante, pois as repostas não surgirão de maneira mecânica. Isso poderá ser feito inserindo as crianças na solução de um problema, por exemplo. Agora, ouça a história a seguir. Para ler a história, clique no botão a seguir. JOÃO E O BARCO João era um menino que não parava quieto! João sofria de tremeliques constantes! Ele tremia até quando sorria... Sua mãe não controlava seus tremeliques. Seus irmãos entendiam que João era poderoso. Eles pensavam: “Como ele consegue dormir, comer, brincar e tremer, nossa que poder!” Um dia, todas as crianças de sua aldeia Foram construir seu primeiro barco. javascript:void(0) Mas João não conseguia! Ele não parava de tremer... O mais velho da aldeia De longe observa. João agora tremia e tentava as madeiras prender. Os amigos com seus barcos na água já estavam Mas João não parava de tremer! O mais velho então falou: Respire João, ouça seu coração... E ele fez... O tempo de toda Aldeia parou! Foi uma grande confusão! Mas, João parou de tremer. O mais velho então disse, Com cuidado e atenção: “João veio ao mundo Aqui em nossa aldeia para ensinar a compaixão Ele treme e é acelerado Está tudo bem!” Então todos foram ajudar João a terminar seu barco Que rápido ficou preparado. E perceberam que o ritmo de João Era da aldeia o coração! Percebeu que esta história que contamos a você apresenta uma lição, um contexto e uma mensagem? As histórias tradicionais africanas, as músicas populares e todas as narrativas culturais nos dão pistas para a construção de um pensamento não tradicional. Na história de João, as crianças poderão criar hipóteses sobre os tremeliques de João e, em seguida, construir seus barcos de papel. Mas não de uma maneira simples. Na condução e na mediação, poderemos destacar a importância de compreender que nem todos terminarão uma atividade no mesmo tempo e da mesma forma que os outros colegas. A estrutura do raciocínio e da elaboração de ideias precisa ser estimulada para fundamentar as futuras construções como a realização de desafios matemáticos, a produção de textos, mas, claro, lembrando sempre que cada criança possui o seu ritmo, mesmo que seja os do tremeliques de João. ALGUMAS “VERDADES” E NOVAS CONSTRUÇÕES “Verdades” são
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