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TRANSTORNOS-GLOBAIS-DO-DESENVOLVIMENTO-TGD

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO ............................. 4 
2.1 Neurodesenvolvimento e a psiquiatria contemporânea ........................ 6 
2.2 Neurodesenvolvimento, normalidade e patologia ............................... 11 
3 DSM-5 ....................................................................................................... 12 
4 DEFICIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SÍNDROMES .............................. 14 
4.1 Autismo .............................................................................................. 14 
4.2 Autismo e psicose .............................................................................. 28 
4.3 Síndrome de Rett ............................................................................... 33 
4.4 Esquizofrenia ...................................................................................... 35 
5 SÍNDROME GENÉTICA ........................................................................... 37 
5.1 Síndrome de Down ............................................................................. 39 
5.2 Síndrome do X Frágil.......................................................................... 42 
5.3 Neurofisiologia e o deficiente intelectual ............................................ 43 
6 ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: HISTÓRICO E CONCEITOS
 46 
6.1 Características do superdotado .......................................................... 51 
6.2 Evolução conceitual dos termos adotados ao longo da história no Brasil: 
dotação, supernormais, bem-dotados, talentos, altas habilidades/superdotação .. 57 
6.3 Um gênio, um prodígio ou simplesmente precoce ............................. 60 
7 INCLUSÃO E A TRANSFORMAÇÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL: 
INCLUSÃO/EXCLUSÃO ........................................................................................... 63 
7.1 Integração/Inclusão ............................................................................ 66 
7.2 Inclusão/sistema educacional ............................................................. 71 
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 79 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 
 
Fonte: educarepedagogia.com.br 
TGD – transtornos globais do desenvolvimento representa uma categoria na 
qual os transtornos que compartilham as funções de desenvolvimento afetadas são 
agrupados. Em outras palavras, é importante entender que nem todos os alunos com 
diagnóstico de determinado tipo de transtorno mental são alunos da educação 
especial - área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Esta categoria inclui 
alunos que foram diagnosticados com autismo, transtorno Desintegrativo da Infância 
(psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento - sem outra especificação, 
(PARANA, 2016). 
No campo de TGD, síndromes de terminologia e / ou transtornos são 
frequentemente encontrados. Portanto, é importante esclarecer que a síndrome da 
nomenclatura se refere a um conjunto de sintomas, não se limitando a uma única 
doença, que ocorre em um indivíduo; já em relação ao transtorno é utilizado para 
indicar a existência de uma série de sintomas ou comportamentos ao longo da 
infância, acompanhados por o desenvolvimento e maturação do sistema nervoso 
central que pode ter danos ou atrasos. Os transtornos não são causados por trauma 
ou doença cerebral adquirida, mas desenvolve através de doenças neurológicas e tem 
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origem em processos cognitivos anormais causados por disfunção biológica 
(FRANZIN, 2014). 
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas 
interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros 
cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação 
estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e 
nas atividades. Cf. REVISTA ESCOLA (2013 apud SOARES; 2017). 
A neurociência define o cérebro social como um grupo de regiões do cérebro 
que são ativadas durante atividades sociais. Considerando que essas estruturas estão 
inter-relacionadas e formam o que podemos chamar de cadeias de associação ou 
redes neurais, é certo que o modo de comportamento social depende do desenho 
dessas redes. Os transtornos globais do desenvolvimento (TGD), por serem um 
conjunto de sintomas e comportamentos que ocorrem na infância, acompanhados de 
transtornos ou atrasos do desenvolvimento, apresentam uma série de características 
entre a síndrome e os transtornos que os constituem, uma sucessão de 
características. 
 Contudo, os transtornos globais do desenvolvimento, envolvem características 
muito parecidas e semelhantes aos transtornos do espectro autista. E os sintomas 
característicos do TGD são, atraso da fala do desenvolvimento da comunicação, 
atraso motor fino e grosso, crianças que tem dificuldade na socialização, aquelas que 
possuem interesses restritos, ou que tem dificuldade para aprender coisas novas e 
acompanhar a escola, dessa forma são sintomas que hoje depois do DSM – 5 manuais 
de diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais desde de 2013, são considerados 
todos como TEA – transtornos do espectro autista. Portanto, os antigos TGDs são 
hoje voltados e caracterizados como autismo. 
Transtorno Global do Desenvolvimento é um distúrbio no desenvolvimento da 
criança, isto é, o comportamento é alterado qualitativamente, de forma que 
tal não corresponde a nenhum estágio concreto do desenvolvimento. Tendo 
em vista, a característica descrita acima, o processo de aprendizagem e 
desenvolvimento da criança diagnosticada com TGD, se dá de forma 
diferente das crianças “normais”. Cf. APNEETGD (2013 apud SOARES; 
2017). 
É importante ressaltar que antigamente as pessoas entendiam o autismo como 
patologia ou como sintomas muito grave ou severo, dessa forma as pessoas julgavam 
as crianças com autismo como as crianças que ficavam somente no canto da sala de 
aula, sem interagir com ninguém e fazendo movimentos repetitivos estereotipados, 
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porém, hoje ampliou – se muito o leque de diagnóstico e consequentemente ampliou 
também as possibilidades dos sintomas dentro do transtorno do espectro autista. Visto 
isso, podemos dizer que quase não se usa mais o termo TGD – transtornos globais 
do desenvolvimento. 
Mais em relação ao transtorno global do desenvolvimento, não significa que 
tem um atraso geral? Isso não é melhor do que ter autismo? Pois bem, transtorno 
global significa que tem todo um desenvolvimento da criança em atraso, dessa forma 
podemos dizer que nenhum atraso é bom, porque se a criança tem atraso significa 
que o cérebro dela caminha em direção a acumular atrasos e não se desenvolver 
como um cérebro padrão. Conforme o que foi citado acima o transtorno global do 
desenvolvimento basicamente é a mesma coisa que autismo. 
2.1 Neurodesenvolvimento e a psiquiatria contemporânea 
A ligação entre psiquiatria e desenvolvimento não é nova - por exemplo, 
Foucault (2001 apud KLEIN; 2020) aponta que a psiquiatria está conectada com os 
ideais do desenvolvimento moderno. Deste modo, esse conceito está mais ou menos 
enraizado em estágios mais ou menos delineados que se desdobram em um tempo 
contínuo e cumulativo - o conceito de evolução está no centro. No entanto, nos últimos 
anos, os radicais neuro alocado a este termo parece promover uma mudança 
importante em relação às características de trajetória pré-determinadas dos conceitos 
modernos de desenvolvimento. 
No entanto, não pretendemos ver o neurodesenvolvimento como uma evolução 
do conceito moderno de desenvolvimento, mas como um conceito que engloba 
continuidade e diferença. Além da trajetória previamente definida, se vincula a 
discussões biológicas como epigenética e plasticidade cerebral. Refere-se a um 
processo instável e em constante mudança que se diferencia da trajetória evolutiva 
por meio de etapas pré-delineadas. Além disso, esse caminho em constante mudança 
começa na infância, mas se estende aos adultos: a incisão entre esses dois polos não 
pode ser vista com precisão, KLEIN; (2020). 
 
 
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De um modo geral, o surgimento do transtorno do neurodesenvolvimento no 
DSM-5 (APA, 2013) possui uma lógica que exerce importante influência na psiquiatria 
contemporânea. Neste capítulo, uma grande parte das emoções anteriormente 
pertencia a grupos que estavam destinados a ocorrer na infância, ou que se pensava 
que geralmente começariam na infância. Segundo Lima (2020a apud KLEIN; 2020), 
essa parte está munida de um "desaparecimento da infância" no DSM-5, que é uma 
conclusão discreta do diagnóstico de outras crianças designadas à mesma categoria 
dos transtornos do adulto. Em vista desta situação, a psiquiatria mudou de uma 
patologia relacionada ao atraso de desenvolvimento transitório da infância para uma 
perspectiva de neurodesenvolvimento, ou seja, passa pelo ciclo de vida. 
Ressalte-se que o surgimento deste capítulo inclui certa continuidade com a 
mudança de paradigma consolidada na publicação do DSM-III em 1980, pois pretende 
se basear em uma abordagem ateórica e descritiva com uma visão de vincular a 
patologias mentais. À doença. Substrato biológico, KLEIN; (2020). 
 Essa mudança é a força motriz por trás do que Shorter (1997 apud KLEIN; 
2020) que chama de "segunda psiquiatria biológica", que usa a intenção para vincular 
transtornos mentais a problemas neuronais. De acordo com as instruções de Paris 
(2013 apud KLEIN; 2020), os problemas que impulsionaram as mudanças em 1980 
ainda existem e aparecem no contexto da publicação do DSM-5 (2013 apud KLEIN; 
2020), pois a terceira e a quarta edição do manual não incorporavam a psiquiatria 
biológica. 
Nesse caso, o capítulo sobre os transtornos do neurodesenvolvimento tenta 
resolver esses problemas, ou seja, o projeto psiquiátrico como um todo - 
principalmente na concepção da patogênese dos transtornos mentais. Bispo e Rath 
(2008 apud KLEIN; 2020) acredita que a discussão em torno do 
neurodesenvolvimento é fruto de um movimento iniciado nas décadas de 1960 e 1970, 
que foi diagnosticado como diagnóstico “Minimal brain disfunction”, que pretendia 
alocar diferentes sintomatologias em uma única etiopatogênese cerebral, se 
distanciando de descrições sintomatológicas. 
 
 
 
 
8 
 
Argumentos usados para abandonar o capítulo de diagnóstico normalmente 
concluído na infância e encontrado no site da APA, parece confirmar essa intenção. 
A razão para a inclusão de radical neuro é baseada principalmente na visão de que 
"as evidências científicas atualmente colocam vários transtornos, até mesmo em sua 
maioria, em um espectro com transtornos que são intimamente relacionados, tendo 
em vista, que esses transtornos apresentam sintomas semelhantes e compartilhados, 
como: genéticos, fatores de risco ambientais e provavelmente substratos neuronais 
compartilhados (APA, 2013, p. 24 apud KLEIN; 2020). Na mesma direção, o editor 
afirma que transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): 
Foi colocado no capítulo sobre os transtornos do neurodesenvolvimento para 
refletir seus correlatos no desenvolvimento cerebral bem como a decisão no 
DSM-5 de eliminar o capítulo do DSM-IV que incluía todos os diagnósticos 
usualmente feitos pela primeira vez na primeira infância, infância ou 
adolescência. (APA, 2013, p.82 apud KLEIN; 2020). 
Conforme KLEIN; (2020), de acordo com o próprio manual, na descrição do 
TDA / H, e mais precisamente, nos tópicos de recursos relevantes que dão suporte ao 
diagnóstico, encontramos as seguintes afirmações: 
Não há marcador biológico que seja diagnóstico de TDA/H. Como grupo, na 
comparação com pares, crianças com TDAH apresentam eletrocefalogramas 
com aumento de ondas lentas, volume encefálico total reduzido na 
ressonância magnética e, possivelmente, atraso na maturação cortical no 
sentido póstero-anterior, embora esses achados não sejam diagnósticos. Nos 
raros casos em que há uma causa genética conhecida (p. ex., síndrome do 
X-frágil, síndrome da deleção 22q11), a apresentação do TDAH ainda deve 
ser diagnosticada (APA, 2013, p.61 apud KLEIN; 2020). 
É muito importante ressaltar que apesar da intenção clara, na prática, o 
agrupamento em torno dos transtornos do neurodesenvolvimento não é apoiado por 
marcadores biológicos, e as clínicas psiquiátricas, ainda não possuem marcadores 
biológicos. Além disso, a hipótese biológica baseada no conceito de epigenética que 
a grosso modo, afirmam a interação entre gene e meio ambiente na origem dos 
transtornos mentais, bem como a noção de plasticidade cerebral, que apontaria para 
um caminho errático de constante mudança dos circuitos cerebrais, não são mais bem 
explicitadas nesse manual diagnóstico, KLEIN; (2020). 
Porém, mesmo que não esteja claramente declarado no manual, a hipótese do 
neurodesenvolvimento se baseia na premissa de geração de biomarcadores a partir 
da interação de genes e meio ambiente, e biomarcadores podem ser definidos como 
 
9 
 
causas detectáveis de transtornos mentais. O radical neuro alocado colocados ao lado 
da palavra "desenvolvimento" parecem ser uma possibilidade (embora ainda não 
consolidada) de aproximar a psiquiatria da neurologia, trazendo assim mais 
legitimidade biomédica à primeira. Portanto, esse grupo está se tornando cada vez 
mais importante nas pesquisas atuais porque anuncia a visão da psiquiatria, da 
neurologia e do desenvolvimento que estão de alguma forma interligados, inseparável, 
KLEIN; (2020). 
Neste âmbito, é possível traçar uma linha de continuidade entre estes 
objetivos e a diretriz, discutida desde 2008, pelo National Institut of Mental 
Health (NIMH), em seu plano estratégico. Este estabelece como objetivoprimeiro promover descobertas no cérebro e nas ciências comportamentais 
para impulsionar as pesquisas sobre as causas dos transtornos mentais 
(NIMH, 2008 apud KLEIN; 2020). 
É também neste caso que os itens acima foram inseridos. Anteriormente 
conhecido como RDoc (Research Domain Criteria), tem como objetivo classificar os 
transtornos mentais por meio da análise de genes, células e circuitos neurais e, por 
fim, promete ter maior validade e confiabilidade etiológica do que as classificações 
existentes. De acordo com Insel e Quirion (2005 apud KLEIN; 2020), a meta da década 
inclui a possibilidade de coincidência entre doença mental e transtorno cerebral, o que 
mostra que "o psiquiatra do futuro deve ser um neurocientista" (Página 5). 
Conforme apontado por Casey, Oliveri e Insel (2014 apud KLEIN; 2020), a 
chave para abrir o caminho para o sistema cerebral é focar nas questões de 
desenvolvimento. Portanto, os transtornos do neurodesenvolvimento parecem ser um 
ponto de transição entre o paradigma DSM-5 e o paradigma RDoC- Reseach Domain 
Criteria. Além de ligar a patologia ao desenvolvimento de neurônios, os transtornos 
do neurodesenvolvimento nos dão um vislumbre de outro movimento importante no 
quinto manual: o sistema de classificação de doenças passou de um multieixo 1 desde 
1980 para uma dimensão de classificação. 
 Sob o desvio dimensional, a patologia é vista como um continuum de 
intensidade, reduzindo a imposição de um único e claro ponto de corte nos limiares 
patológicos - um conceito típico de classificação. O capítulo sobre transtornos do 
neurodesenvolvimento ajuda a examinar o processo dos transtornos mentais 
longitudinalmente, o que é uma característica da perspectiva das dimensões 
categóricas, para destaque o corte do ciclo de vida. O diagnóstico de 
neurodesenvolvimento neste capítulo não se limita à infância - algumas das patologias 
 
10 
 
incluídas nele costumavam ser privilegiadas na infância, mas agora são estendidas 
aos adultos, como TDA / H, KLEIN; (2020). 
Outro aspecto importante é que, em geral, o DSM-5 reflete a tendência dos 
transtornos mentais relacionada à diferença quantitativa e persistente entre normal e 
patológico, caso em que a discussão dos transtornos do neurodesenvolvimento está 
no centro (Paris, 2013 anos). Casey, Oliveri e Insel (2014) explicaram claramente a 
intenção de restringir a patologia a mudanças quantitativas no neurodesenvolvimento 
normal (entendido como uma média fisiológica), e apontaram que uma das tarefas 
mais importantes das novas diretrizes de pesquisas no Instituto Nacional de Saúde 
Mental (NIMH) é delinear o neurodesenvolvimento típico. 
Como caracteriza KLEIN; (2020) em relação a referência das pesquisas na área 
de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA/H), o autor apontou que 
está relacionado ao neurodesenvolvimento normal: (...) as trajetórias do 
neurodesenvolvimento mostram maturação cortical atrasada em vez de déficit na 
maturação cortical, dessa forma configura-se em um atraso mais significativo - 
consistente com os problemas característicos do TDAH – que ocorre no córtex pré-
frontal, sendo ele muito importante para a construção do controle cognitivo (p.352). 
Por sua vez, os editores do manual destacaram que o diagnóstico da equipe 
de neurodesenvolvimento pode estar relacionado a excessos e déficits e também a 
atrasos no alcance dos marcos esperados, sejam eles globais ou relacionados a 
funções específicas. Por exemplo, você pode ver à direita lado deste trecho Início do 
capítulo: 
Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em 
geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por 
déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento 
pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de desenvolvimento 
variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle 
de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou 
inteligência (APA, 2013, p.31 apud KLEIN; 2020). 
Embora as características de atrasos e defeitos sejam delineadas, o DSM-5 
não discute em mais detalhes quais parâmetros normais e patológicos guiam os 
transtornos do neurodesenvolvimento: como descrever melhor os conceitos de normal 
e patologia a partir da definição qual é a hipótese da diferença quantitativa entre esses 
pólos? Como esses parâmetros não são fornecidos no manual, somos responsáveis 
 
11 
 
por realizar essa tarefa por meio de um diálogo de pensamento com o filósofo Georges 
Canguilhem, KLEIN; (2020). 
2.2 Neurodesenvolvimento, normalidade e patologia 
As controvérsias no campo da saúde sobre normalidade e padrões patológicos 
tendem a opor naturalistas e normativos. O ponto de vista naturalista representado 
por Cristopher Boorse insiste que os conceitos de saúde e doença pertencem à ordem 
dos fatos puramente descritivos, referindo-se estritamente a Especificações biológicas 
(GIROUX, 2011; ALMEIDA FILHO, JUCÁ, 2002 apud KLEIN; 2020). O objetivo dos 
naturalistas é mostrar que a diferença entre normal e patológico é verdadeira, e os 
desvios desse padrão agora são considerados patológicos (GAUDENZI, 2014 apud 
KLEIN; 2020). 
De uma perspectiva normativa, os conceitos de normal e patológico são 
entendidos como eventos que dependem da experiência subjetiva, normas e valores 
morais. Os normativos são divididos em duas categorias: uma afirma que o valor 
depende de julgamentos sociais que fazem as normas de saúde, e a outra é que o 
valor da saúde é determinado por certos fatores inerentes à vida. Do primeiro ponto 
de vista, a normatividade é antes de mais nada de natureza social e cultural 
(GAUDENZI, 2014 apud KLEIN; 2020). 
Conforme enfatizou Fulford (2001 apud KLEIN; 2020), o que é considerado 
doença depende da vivência subjetiva de desconforto em um determinado meio 
social. Esse grupo de sintomas recebeu um nome e foi incluído na classificação 
médica, tornando-se uma patologia. Por sua vez, a segunda visão diz respeito ao 
importante normativismo defendido por Canguilhem (1966/1995 apud KLEIN; 2020), 
que é o precursor desse paradigma. 
É relevante notar que já na primeira parte do livro O normal e o Patológico, 
Canguilhem (2000) identifica um dos equívocos do modo clássico de se 
entender o patológico ao perguntar: “Seria o estado patológico apenas uma 
variação quantitativa do estado normal? ” (CANGUILHEM, 2000, p.19 apud 
KLEIN; 2020). A discussão empreendida pelo filósofo culmina na sustentação 
da tese de que considerar o anormal como simples redução ou acréscimo 
feito sobre determinada norma fisiológica equivale a converter a continuidade 
entre normalidade e patologia em homogeneidade –postura que acaba por 
tornar sem sentido a noção de doença, reduzida a uma simples variação 
(para mais ou para menos) do funcionamento corporal. 
 
12 
 
Portanto, Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020) apontou que é impossível 
definir patologia como uma mudança quantitativa e reduzir o valor normal a uma média 
estatística, pois para o autor, o fenômeno da doença só pode ser compreendido 
quando o valor é registrado. Conforme as ideias, pode-se dizer que onde os médicos 
dizem que há mudanças quantitativas / objetivas, as mudanças qualitativas / 
avaliativas estão ocultas. Segundo Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020), esse 
aspecto oculto muitas vezes aparece no surgimento de termos qualitativos 
(interferência, desproporcional, discordante), que se inserem no discurso quantitativo 
óbvio (super, hiper baixo: hipo), e o próprio médico não o percebe. 
Como caracteriza KLEIN; (2020) essa ambiguidade pode ser observada na 
descrição da própria categoria atribuída sob a égide dos transtornos do 
neurodesenvolvimento, bem como na descrição de todo o manual: palavras como 
desvios e transtornos estão associadas a expressões como déficits e excessos. 
Depois de usar essas expressões, é interessante considerar o padrãode déficits de 
acordo com as instruções do editor para distúrbios do neurodesenvolvimento, por 
exemplo, neste trecho: 
Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que 
o indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e 
responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo 
comunicação, participação social, funcionamento acadêmico ou profissional 
e independência pessoal em casa ou na comunidade (APA, 2013, p.31 apud 
KLEIN; 2020). 
O valor usado como um farol para condições normais, portanto, eles são 
baseados em coisas como independência pessoal e Responsabilidade social - isso, 
por sua vez, torna patológico tudo o que os restringe ou excluí. Seguindo novamente 
as instruções de Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020), ignorando que "a doença não 
é apenas o desaparecimento da ordem de vida fisiológica, mas o surgimento de uma 
nova ordem de vida" (p.156) pode ser entendida como a diferença. 
3 DSM-5 
Em 1840, os Estados Unidos iniciaram um censo que incluía a categoria de 
"idiota / louco" com o objetivo de registrar a frequência de doenças mentais. No censo 
de 1880, a doença mental foi dividida em sete categorias diferentes (mania, 
 
13 
 
melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania e epilepsia). Portanto, 
podemos observar que a primeira aplicação em larga escala da classificação de 
transtornos mentais na América do Norte é principalmente para fins estatísticos 
(ARAÚJO; NETO, 2013). 
A American Psychiatric Association (APA) publicou a primeira edição do Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) em 1953, que foi o primeiro 
manual de transtornos mentais voltado para aplicações clínicas. O DSM-I consiste 
basicamente em uma lista de diagnósticos classificados com um glossário que contém 
uma descrição clínica de cada categoria de diagnóstico. Embora muito rudimentar, o 
manual ajuda a estimular uma série de revisões de questões relacionadas à doença 
mental. O DSM-II, que foi desenvolvido em paralelo com o CID-8, foi publicado em 
1968 e é muito semelhante ao DSM-I, com uma ligeira mudança na terminologia 
(ARAÚJO; NETO, 2013). 
Ainda segundo Araújo e Neto (2013), em 1980, a APA publicou a terceira 
edição do seu manual, introduzindo importantes mudanças metodológicas e 
estruturais, as quais foram parcialmente retidas para a edição mais recente. Além de 
promover pesquisas empíricas, sua publicação representa um importante avanço no 
diagnóstico dos transtornos mentais. O DSM-III propõe um método mais descritivo 
que organiza critérios diagnósticos claros em um sistema multieixo, com o objetivo de 
fornecer ferramentas aos médicos e pesquisadores, ao mesmo tempo que facilita a 
coleta de dados estatísticos. O manual foi revisado e corrigido, levando à publicação 
do DSM-III-R em 1987. 
Em 1994, uma onda de pesquisas, revisões de literatura e testes de campo 
levaram a APA a apresentar o DSM-IV. A evolução do manual representa um aumento 
significativo de dados, incluindo diversos novos diagnósticos descritos com padrões 
mais claros e precisos. A versão revisada desta versão foi lançada como DSM-IV-TR 
em 2000 e foi usada oficialmente até o início de 2013 (ARAÚJO; NETO, 2013). 
O DSM-5 foi lançado oficialmente em 18 de maio de 2013. É a versão mais 
recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da American 
Psychiatric Association. A publicação é resultado de doze anos de pesquisas, 
resenhas e pesquisas de campo realizadas por centenas de profissionais divididos em 
diferentes grupos de trabalho. O objetivo final é garantir que a nova classificação que 
 
14 
 
inclui, reformula e exclui diagnósticos forneça uma fonte segura e científica para 
aplicações em pesquisa e prática clínica, (ARAÚJO; NETO, 2013). 
Em termos de estrutura, o DSM-5 quebra o modelo multieixo apresentado na 
terceira edição do manual. Os transtornos de personalidade e deficiências intelectuais, 
previamente identificados como transtornos do eixo II, não são mais doenças 
subjacentes, e outros transtornos mentais no eixo I foram adicionados. Outros 
diagnósticos médicos, geralmente listados no eixo III, também receberam o mesmo 
tratamento. Conceitualmente, não há diferença fundamental que suporte a divisão do 
diagnóstico nos eixos I, II e III. O objetivo da distinção é apenas incentivar uma 
avaliação completa e detalhada do paciente (ARAÚJO; NETO, 2013). 
4 DEFICIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SÍNDROMES 
Na literatura especializada existem pesquisadores importantes por suas 
argumentações acerca dos transtornos, sobre os fundamentos internacionais para o 
seu diagnóstico e, ainda, por se dedicarem ao estudo das possíveis hipóteses para 
seu aparecimento. Para os educadores, esse conhecimento é considerado importante 
para pensarmos nas dificuldades e desvantagens que esses alunos podem ou não ter 
no processo de ensino. 
4.1 Autismo 
O autismo como o conhecemos hoje é entendido como um Transtorno Global 
do Desenvolvimento (TGD), ou recentemente classificado pelo DSM-V como 
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sua principal característica é a mudança 
que é de grande importância na comunicação, interação social e também no 
comportamento das crianças (MELLO, 2005 apud YAEGASHI et al, 2021). Porém, 
antes de chegar a esse ponto, vários estudos são necessários para melhor esclarecer 
as causas e aspectos dessa situação especial. 
Em 1943, Léo Kanner (Léo Kanner) definiu pela primeira vez o autismo infantil 
como "autismo de contato emocional ou seja, distúrbio autístico do contato afetivo", 
que se caracteriza por seus padrões de comportamento específicos, tais como: 
perturbação do relacionamento emocional e desordenado com o meio ambiente, 
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incapacidade de usar a linguagem, comportamentos padronizados e repetitivos, 
extrema solidão, aparência aparentemente normal, dominação masculina, etc. Neste 
momento, o autismo era visto como uma doença específica da linha da esquizofrenia 
(ASSUMPÇÃO JUNIOR; PIMENTEL, 2000 apud YAEGASHI et al, 2021). 
Asperger, por sua vez, em 1944, propôs o termo “psicopatia autística”, 
caracterizada por um transtorno severo na interação social, uso pedante da fala, 
disfunção motora e exclusividade de incidência no sexo masculino (TAMANAHA; 
PERISSINOTO; CHIARI, 2008 apud YAEGASHI et al, 2021). 
Entretanto, hoje temos a diferença de Asperger para o autismo leve de acordo 
com DSM-V, como já abordado acima o autismo hoje é definido como Transtorno do 
Espectro do Autismo (TEA), a palavra “espectro” significa que faz parte de um 
espectro grande com vários sintomas diferentes, tendo em vista que já são mais de 
200 genes relacionados aos sintomas de autismo, YAEGASHI et al, (2021). 
Se dentro de apenas um gene já se tem imensas variações comportamentais, 
então dá para imaginar a quantidade de diferentes comportamentos em centenas de 
genes diferentes. 
Dessa maneira, a síndrome de Asperger já não existe nos manuais de 
diagnósticos (Manual estatístico dos transtornos mentais – DSM) que é o manual que 
os profissionais da saúde se baseiam para auxiliar no diagnóstico e também a nova 
versão do (CID 11 – Código internacional da doença) visto que toda doença tem um 
código em forma de número para que seja classificada como universal ou 
internacional, sobre a doença ou transtorno que a pessoa será diagnosticada. 
De acordo com esses manuais a síndrome de Asperger não entra mais como 
diagnóstico, ela está dentro do transtorno do espectro autista, porém vamos fazer uma 
breve comparação entre autismo leve ou asperger. Podemos dizer que o espectro 
autista é amplo e o mesmo é dividido entre 30 % a 40% das pessoas com autismo 
leve, 70% das pessoas tem autismomoderado ou severo, ainda sim a maioria tem o 
autismo com o maior comprometimento. 
 
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Fonte: youtube.com 
Esses 30% a 40% em média da população que são as pessoas que tem o 
diagnóstico de autismo leve, dentro dessa parte da área que engloba autismo leve os 
asperger estaria bem na ponta no limite entre a normalidade de pessoas típicas e 
pessoas com autismo, sendo os sintomas mais leves de autismo que existe, conforme 
demonstrado na figura abaixo: 
 
 
Fonte: youtube.com 
No asperger o atraso na comunicação social é muito leve e muito sutil, 
geralmente, são crianças que interagem, se comunicam, que falam e tem 
reciprocidade social, porém fazem isso de maneira inadequada a diferença entre o 
asperger e o autismo leve é que no autismo leve não tem interação social, as crianças 
com autismo leve tendem a ignorar quando são chamadas, principalmente quando 
tentam falar com elas sobre um determinado assunto que não é do interesse delas. 
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Já as crianças que tem asperger respondem e interagem, mais faz isso de uma 
maneira “ estranha” ou “ esquisita”, porque falam com uma linguagem muito 
rebuscada pronunciando todos os pronomes e todos os artigos, usam termos difíceis 
com palavras peculiares que não são do jargão popular e podem também ter uma 
dificuldade em interpretar sinais, por exemplo: quando é preciso encerrar uma 
determinada conversa, ou quando quer sair de determinado lugar, ou também se não 
estiver gostando de determinado assunto, justamente porque elas tem essa 
dificuldade na leitura de interpretação de sinais sociais. 
 
 
Fonte: youtube.com 
Portanto, elas acabam falando ou sendo inadequadas sem querer, essas 
crianças tendem a ter assuntos e interesses restritos de falar apenas do que elas 
querem e muitas vezes elas têm altas habilidades, sabem muito sobre um 
determinado assunto, por exemplo: sabem tudo sobre bandeiras e países, 
dinossauros ou carros. Enquanto as crianças com autismo leve, têm interesses 
também restrito mas podem ter um pouco mais de dificuldade cognitiva. 
 
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Fonte: youtube.com 
Os asperger não tem atraso no coeficiente de inteligência, geralmente tem a 
inteligência ou Q.I médio em torno de 100 pontos ou altas habilidades, as vezes as 
crianças com asperger tem muito conhecimento e é dotado de uma inteligência até 
superior à média, justamente, por causa do Q.I bom, médio ou acima da média. As 
crianças com asperger não tem atraso e dificuldade na escola. 
 
 
Fonte: youtube.com 
 
 
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De acordo com isso as crianças costumam acompanhar os estudos de maneira 
funcional sem necessidade de ajuda. As crianças com autismo leve, têm uma variação 
maior no coeficiente de inteligência, elas podem ter inteligência média e também 
podem apresentar inteligência abaixo da média que seria um coeficiente de 
inteligência mediano ao limítrofe até 70 pontos, dessa forma podem ser mais ou 
menos inteligentes, porém se é autismo leve, elas não podem ter retardo mental ou 
deficiência intelectual associada. 
Durante o desenvolvimento da infância as crianças com asperger demoram 
para apresentar sintomas do espectro autista, como já abordado acima geralmente 
elas falam, não apresentam atraso e só irá perceber com a idade entre 6,7 ou até 8 
anos e notar que a reciprocidade social é “estranha” e “inadequada” do que deveria 
ser. 
 
 
Fonte: youtube.com 
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São crianças que tem rigidez comportamental, não gostam de mudança de 
rotina, gostam das coisas sempre do mesmo jeito dentro do script mental que elas 
instalam e todas as vezes que mudam esse script a tendência são elas se angustiarem 
muito. É muito comum em crianças com a antiga síndrome de asperger, ouvir elas 
dizerem as frases “ eu não quero crescer” “ não quero ficar adulto” “eu não quero 
mudar dessa casa” “ eu não quero mudar o corpo” “ eu não quero saber sobre morte 
porque eu não quero morrer um dia”, então elas ficam muito aflitas com os tipos de 
mudanças que são inerentes e que acontecem no nosso ciclo vital. 
 
 
Fonte: youtube.com 
Os atrasos motores das crianças com asperges são muito leves as vezes elas 
são um pouco mais “desengonçadas” ou um pouco mais “estabanadas”, mas não 
chegam a ter atrasos motores finos ou grossos que prejudiquem e que causem um 
prejuízo na vida delas. 
Voltando a falar sobre a história do autismo, em um trabalho posterior, Kanner 
em 1956 ainda descreveu imagens de autismo como uma forma de "psicose" porque 
os testes clínicos e laboratoriais da época ainda eram inúteis de fornece dados 
consistentes sobre sua etiologia, o que distinguia o mesmo de quadros deficitários 
sensoriais. A primeira mudança nessa direção começou em 1976, com Ritvo passou 
a ver o autismo como um déficit cognitivo, passando a encará-lo como um distúrbio 
do desenvolvimento, e não como uma psicose (ASSUMPÇÃO JUNIOR; PIMENTEL, 
2000 apud YAEGASHI et al, 2021). 
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De acordo com a “The National Society for Autistic Children”, citada por Lopes 
(2011 apud YAEGASHI et al, 2021), o autismo consiste em uma síndrome 
que atinge cinco entre dez mil pessoas e que pode ser encontrada em 
qualquer família, independentemente de seu nível social, ético e racial. Mello 
(2005 apud YAEGASHI et al, 2021) aponta que a causa do autismo ainda não 
é evidentemente conhecida, todavia, é considerado o fato de seu surgimento 
se dar devido a algumas irregularidades no cérebro ainda não especificadas 
e possivelmente pela origem genética. 
Lopes (2011 apud YAEGASHI et al, 2021) acredita que o autismo é sério, 
incluindo tríades envolvendo interação social, comunicação e comportamento. O autor 
explicou que este a tríade do autismo tem as seguintes características: : 1) Deficiência 
na interação social: a pessoa possui dificuldade em fazer amizades; não expressa 
suas emoções; apresenta um bloqueio para comunicar-se seja através de gestos, 
expressão corporal e facial; 2) Deficiência na comunicação: atraso ou falta da 
linguagem; nos que falam, evidencia-se dificuldade de começar ou permanecer em 
uma conversa; uso estereotipado e repetitivo da linguagem; e 3) Comportamento 
focalizado e repetitivo: o indivíduo tem preocupação somente com parte do objeto e 
não o vê como um todo; apresenta maneiras e preocupações estereotipadas. 
De acordo com Steiner (2005 apud YAEGASHI et al, 2021), em algumas 
crianças, os sintomas do autismo aparecem desde o nascimento, enquanto em outras 
crianças, as interações sociais e a linguagem aparentemente normais começam a se 
deteriorar. Para a autora, mesmo com melhorias no tratamento, o autismo não tem 
cura, pois o autismo acompanha o indivíduo por toda a vida, e a gravidade disso varia 
de pessoa para pessoa. 
Ressalta-se que crianças com autismo prestam atenção aos aspectos não 
funcionais dos brinquedos e partes de objetos durante as brincadeiras, como girar 
pneus de caminhões de brinquedo ou passar horas assistindo a ventiladores de teto. 
Algumaspessoas podem não se importar com ruídos altos; no entanto, serão atraídas 
pelo som de relógios ou papel sendo amassado. Eles também podem carecer de 
flexibilidade para toque social e afetivo e tecidos específicos, da mesma forma que 
podem ser insensíveis à dor causada por uma lesão grave (KLIN, 2006 apud 
YAEGASHI et al, 2021). 
Por fim, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais do DSM-V, as características típicas dos pacientes com transtorno do 
espectro do autismo são barreiras qualitativas e quantitativas na interação e 
comunicação social mútua, que podem ser utilizadas para identificar comportamentos 
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por meio de transtornos não verbais. A falta de interesse e os comportamentos 
restritivos e repetitivos acompanham os indivíduos desde a infância, afetando de 
forma prejudicial as funções diárias. “O estágio em que a disfunção se torna aparente 
irá variar de acordo com as características do indivíduo e de seu ambiente” (APA, 
2014, p.53 apud YAEGASHI et al., 2021). 
O DSM-V apresenta três níveis de gravidade para o TEA. Os indivíduos do 
nível 1 necessitam de pouco apoio; os do nível 2 necessitam de apoio 
substancial e os de nível 3 necessitam de muito apoio. Em outras palavras, 
as características do Transtorno do Espectro Autista variam intensamente de 
acordo com a gravidade da condição autista, a idade cronológica e o nível de 
desenvolvimento, por isso o termo espectro. Os principais sintomas 
aparecem no indivíduo de forma precoce na infância e durante o seu 
desenvolvimento, ainda assim, suas anormalidades podem ser percebidas 
somente com as demandas sociais. Geralmente, a idade para detecção do 
quadro ocorre por volta dos dois primeiros anos de vida, entre 12 a 24 meses, 
acometendo homens quatro vezes mais do que mulheres; entretanto, no sexo 
feminino, a tendência a apresentar deficiência intelectual é maior. Se os 
sintomas forem mais graves, suas manifestações poderão ser percebidas 
antes dos 12 meses, ou, após os 24 meses para casos mais sutis (APA, 2014 
apud YAEGASHI et al., 2021). 
De acordo com o DSM-V, os sintomas do autismo existem em áreas 
importantes das funções sociais e ocupacionais e ao longo da vida. Esses sintomas 
vão piorar O contexto pode flutuar com o tempo. Além disso, a teimosia e a resistência 
às pequenas mudanças, aderem à rotina e ao modo ritualizado e à particularidade. O 
interesse excessivo por objetos incomuns, como cheirar e tocá-los excessivamente, e 
o fascínio / sensibilidade a sons, luzes ou movimentos também são relatados (APA, 
2014 apud YAEGASHI et al., 2021). 
Além das dificuldades inerentes ao desenvolvimento e aprendizagem das 
crianças com autismo, um aspecto importante que precisa ser ressaltado é a 
dificuldade de diagnóstico e aceitação da família pela criança com autismo. Na 
verdade, todas as famílias sonham em ter filhos "perfeitos", que tenham plena 
capacidade para se desenvolver e superar todas as expectativas criadas por seus 
parentes. No entanto, quando a realidade é diferente e esses filhos nascem com 
deficiência, O resultado costuma ser a dor e o sofrimento dos pais (SILVA; CHAVES, 
2014). Além disso, poucas pessoas têm o suporte emocional necessário para aceitar 
a chegada da criança com déficits ou qualquer outro tipo de transtorno do 
desenvolvimento (RODRIGUERO; YAEGASHI, 2013 apud YAEGASHI et al., 2021). 
 
 
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 Diferenças entre autismo leve e moderado 
 
 É importante ressaltar novamente que os sintomas de autismo hoje, fazem 
parte de um espectro que é chamado de transtorno do espectro autista, e que já 
sabemos que de 30% a 40% das crianças e das pessoas que são diagnosticadas com 
esse transtorno, fazem parte dos sintomas de autismo leve e 60% a 70% fazem parte 
do quadro de autismo moderado ou severo. 
 
 
Fonte: youtube.com 
Dessa forma a grande maioria das crianças tem um atraso maior, mais 
dificuldades, consequentemente tem também mais sintomas que trazem mais 
prejuízos e por isso esses sintomas são enquadrados em autismo moderado. 
Contudo, qual é a grande diferença entre autismo leve e moderado? Podemos dizer 
que é o nível de suporte, o nível de ajuda é o quanto essa pessoa autista precisa de 
mediação para se encaixar na sociedade. 
As crianças com autismo leve não têm deficiência intelectual associada e isso 
significa que o coeficiente de inteligência dessas crianças, a média do Q.I é acima de 
70% pontos, com essa média as crianças têm a capacidade de aprender, conseguem 
acompanhar as coisas da vida de uma maneira funcional. 
 
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Fonte: youtube.com 
Já as pessoas que tem um coeficiente de inteligência abaixo da média que é 
70 pontos, são consideradas com deficiência intelectual associada concomitante junto 
com o autismo e se elas tiveram o Q.I abaixo desse valor automaticamente elas são 
consideradas com autismo moderado. Outra diferença importante é na quantidade e 
na qualidade das verbalizações da linguagem dessas crianças o quanto as 
comunicações delas são efetivas. 
As crianças com autismo leve podem ter um atraso de comunicação muito leve, 
como a dificuldade para interpretar alguns termos, dificuldades de expressar em 
algumas situações, dificuldades para fazer relatos de eventos passados sobre coisas 
que aconteceram, mas ainda assim não podem ter um prejuízo significante para se 
expressar, para fazer entender, para se comunicar na sociedade. 
 
 
Fonte: youtube.com 
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Por ter maior dificuldade de linguagem e comunicação as crianças que estão 
no nível moderado tendem a ter mais comportamentos disruptivos, devido ao fato de 
não conseguirem se expressar e não conseguirem falar direito, acaba ocasionando a 
ter um comportamento autoagressivo ou heteroagressivas. 
 As diferenças também entre crianças com autismo leve e autismo moderado, 
é que as crianças com sintomas de nível leve ou de nível 1, elas passam também pelo 
processo terapêutico, porém não muito intenso, porque elas conseguem se 
desenvolver com independência sem a necessidade de apoio na escola, sem a 
necessidade de adaptação material, sem a necessidade de acompanhante 
terapêutico no ambiente para fazer com que ela preste atenção para realizar as 
atividades escolares, justamente porque essas crianças tem um Q.I preservado no 
qual está acima de limítrofe sendo ele acima de 70 pontos, dessa forma elas tendem 
a ter capacidade e condições para aprender o que lhe é ensinado. 
 
 
Fonte: youtube.com 
As crianças ou as pessoas com autismo moderado já tem uma dificuldade muito 
significativa para aprendizagem e é muito maior dentro da escola, em relação as 
atividades de independência e autonomia da vida e durante o dia a dia, são pessoas 
que precisam de muitoapoio substancial apoio, muita terapia, de acompanhante 
terapêutico na escola, da mediação em casa para fazer as atividades, não 
esquecendo também da interação social que também vai pelo mesmo caminho, pois 
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é sabido que as crianças que tem autismo moderado, tem maiores dificuldades, mais 
interesses restritos, passam mais tempo fazendo estereotipias, mais tempo em seu 
“mundo” e perdendo a oportunidade de aprendizado. 
Se a criança tem um atraso de falar importante, automaticamente é 
considerada por critérios de diagnósticos como autismo moderado, dessa forma é 
preciso trabalhar e forçar o cérebro dessa criança, através de técnicas especificas, 
metodologias comportamentais, para que aconteça novas redes no cérebro e novas 
redes neurais levando a criança migrar para o autismo leve. 
 
 
Fonte: youtube.com 
É possível que uma criança migre de diagnóstico que antes era considerado 
moderado e depois migrou para leve e depois passou a ter traços levíssimos? Sim, é 
possível, porém isso vai depender absolutamente do tratamento atencioso com a 
criança, da quantidade de estímulos que a criança vai receber na primeira infância, 
porque como já foi comprovado através de estudos e pesquisas, quanto mais nova for 
a criança maior a capacidade do cérebro de aprender coisas novas e de criar novos 
caminhos, em vista disso, crianças mais novas tem capacidades maiores de melhorar 
os sintomas e melhorar também os critérios de diagnóstico. 
 
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Fonte: youtube.com 
É difícil quando as crianças são bem pequenas, medir e saber qual é o 
coeficiente de inteligência delas, dessa forma os testes psicológicos são realizados e 
efetivos e mais fidedignos em crianças acima de 6 anos de idade. Mais como saber 
se a criança possui atrasos significantes? 
 Veja bem! Se a criança em comparação as crianças da mesma idade têm 
atrasos, é sinal que ela precisa recuperar, levando em consideração que esses 
atrasos vão se acumulando e as outras crianças da mesma idade não ficam 
esperando para que ela um dia se desenvolva ou amadureça, pois, as outras crianças 
que não tem atrasos vão se desenvolvendo e cada dia mais ganhando estímulos do 
ambiente e aprendendo coisas novas. 
Então é necessário tomar cuidado para não deixar as crianças com autismo 
que tem sintomas do espectro acumularem também atrasos justamente porque eles 
blindam acesso às informações, porque as crianças com autismo tendem a ignorar 
quando explicamos algo, ignorar quando damos um comando mais complexo e que 
não é de interesse dela, não imitam tanto uma função que gostaríamos que fizessem, 
não interagem e perdem a oportunidades com a interação com outras as crianças nas 
brincadeiras entre as crianças. 
 A brincadeira é algo muito importante, porque durante a brincadeira, elas 
podem aprender uma série de coisas, em uma simples brincadeira a criança têm, 
estímulos sensoriais, visuais, auditivos, verbais. 
 
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Fonte: youtube.com 
A criança que não brinca perde a oportunidades de aprendizagem por isso que 
a terapia comportamental é um dos métodos de tratamento é muito importante para 
as crianças que tem sintomas desde de pequenas mesmo que elas não tenham um 
diagnóstico, se elas têm um tipo de atraso ou algum tipo de diferença de 
desenvolvimento pode considerar isso como algo que não é normal, é necessário ficar 
atento aos sinais para que o mais rápido possível faça a estimulação precoce na 
criança com autismo. 
É importante ressaltar que é possível migrar de diagnóstico, através da 
intervenção ou estimulação precoce e mudar o quadro de sintomas do mais severos 
para os mais leves, porque é possível andar dentro do espectro do autismo. 
4.2 Autismo e psicose 
A palavra "autismo" vem da palavra grega "autos", que significa "voltar-se para 
si mesmo". O termo autismo foi usado pela primeira vez pelo psiquiatra austríaco 
Eugen Bleuler em 1911 para se referir a uma das características da esquizofrenia. Ele 
mencionou que o psicótico tende a se fechar em seu mundo, embriagar-se em seu 
mundo interior e não entrar em contato com o exterior (ROUDINESCO; PLON, 1998 
apud ILHA; 2015). 
Partindo do conceito de Bleuler, Léo Kanner (1943 apud BOSA, 2002 apud 
ILHA; 2015) descreveu o autismo pela primeira vez. Canner estudou estudando 11 
crianças com diagnóstico de esquizofrenia e começou a perceber que essas crianças 
têm algumas características comuns que podem distingui-las da esquizofrenia por não 
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serem capazes de relacionamentos interpessoais, como a linguagem. Obstáculo, 
obcecado por coisas imutáveis, incapaz de estabelecer contato com os outros 
(KANNER apud BOSA, 2002 apud ILHA; 2015). Canner chamou a doença de autismo 
em crianças porque os sintomas apareceram muito cedo. 
Kanner (apud BOSA, 2002 apud BOSA, 2002 apud ILHA; 2015) também 
comentou sobre as famílias dessas crianças, destacando que as crianças 
tinham, em comum, pais com altos níveis de inteligência e sociocultural que 
apresentava uma certa frieza em suas relações. Esse comentário levantou 
uma grande polêmica e acabou gerando uma culpabilização nos pais, que 
pode ser percebida até hoje. No mesmo trabalho, ele afirma que, por causa 
do fechamento autístico extremo dessas crianças, não seria possível atribuir 
todo o quadro às relações parentais dos pacientes. Porém, pelas suas 
observações, já podíamos ver a importância das funções materna e paterna 
para o desenvolvimento do quadro da criança. 
Por muitos anos, o autismo foi chamado de esquizofrenia infantil, mas Rutter 
(1985 apud ILHA; 2015) reconheceu que os transtornos mentais da infância devem 
ser diferenciados da psicose de início tardio. Os bebês humanos precisam dos 
cuidados das mães para se desenvolverem e se desenvolverem física e mentalmente, 
incluindo a aparência, o toque e a linguagem. Portanto, por meio do sentido 
emprestado por quem fez a pergunta dos pais, especialmente a maternidade, a 
percepção humana se organiza, e a criança estabelece sua referência simbólica e 
transforma um corpo somente orgânico em um corpo erógeno, um corpo desejante. 
Se porventura um fracasso precoce na apresentação dos referentes 
imaginários e simbólicos, por problemas na formação física ou por motivos 
desconhecidos, a criança é excluída da comunicação simbólica, o que a deixa à mercê 
da realidade e do corpo, dificultando a subjetivação. (Siebenberg, 2006 apud ILHA; 
2015). Portanto, a existência de outras crianças não é importante para algumas 
crianças, o olhar que se dirige a ela não é percebido como um desejo, nem a palavra 
encontra seu lugar importante. 
O objetivo da psicanálise não é obter uma cura e um bom comportamento social 
para amortecer os sintomas. Seu propósito é constituir um sujeito psicológico que 
possa acessar a palavra, e o resultado serão mudanças de comportamento e 
aprendizagem. Sibemberg (2006 apud ILHA; 2015) comentou que a psicanálise em 
relação à linguagem na medida em que o assunto passa a ser o suporte básico do ser 
humano e dos desejos, em outros aspectos, o autismo será um problema de 
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aprendizagem que pode ser melhorado por meio de técnicas de treinamento 
adequadas. 
Jerusaléminski (1993 apud ILHA; 2015) defende que o autismo é entendido 
como a quarta estrutura clínica, que está lado a lado com as outras três propostas por 
Lacan: psicose, neurose e perversão. Para ele, autismo não é parecido com psicose, 
autismo é uma espécie de rejeição, em que não há nenhuma inscrição sobre o 
assunto, apenas a verdade. Esta interpretação é contrária à psicanálise mais clássica, 
que se argumenta que após a experiência traumática com o outro primordial, o sujeito 
se retrairá, o que acabará por culpar os pais, que se sentem responsáveis pelo estado 
do filho. 
A afirmação de que não há inscrição se opõe radicalmente às interpretações 
mais clássicas da psicanálise a respeito do autismo, para as quais teria 
havido o recuo do "sujeito" diante de experiências traumáticas com o Outro 
primordial. São as bolhas, as conchas autísticas, que supõem um sujeito 
prévio, capaz de "avaliar" a hostilidade do mundo e "escolher" a fuga. 
(KUPFER, 1999, p.104 apud ILHA; 2015). 
Freud (1911/1996 apud ILHA; 2015) foi a primeira pessoa a relatar um caso de 
psicose nas autobiografias em "Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de 
um caso de paranóia (dementia paranoides), o famoso Caso Schereber. Mas, foi 
Lacan (1985; 1998 apud ILHA; 2015) quem explicou e mostrou que era possível 
trabalhar com a psicose. 
Lacan (1974 apud ILHA; 2015) falou sobre registros psicológicos reais, 
simbólicos e imaginários. Na imaginação estão nossas fantasias e exigências de amor 
e reconhecimento; quando essas exigências não forem atendidas, ou seja, quando 
essas demandas não são satisfeitas, a frustração aparece e movimenta o psiquismo. 
Além da frustração, entretanto, temos a decepção, que é prejudicial para o psiquismo 
quer dizer que é psicologicamente prejudicial. 
 No simbolismo, temos desejos, então quando nossos desejos não são 
satisfeitos, ocorre a falta e a castração. Na imaginação simbólica entra no mundo real 
como os restos psíquicos que constituem nossas necessidades reais (que são 
diferentes da realidade) verdadeiras e falsas (poucos restos psíquicos formam 
verdadeiras necessidades e muitos restos psíquicos podem gerar faltas 
necessidades). A realidade não tem sentido: a construção do significado é realizada 
no processo da imaginação ao simbolismo, e a construção do significado é realizada 
no processo de alcance da realidade, ILHA; (2015). 
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A castração produzirá falta, produzirá insatisfação, Insegurança, indecisão, 
incompletude, etc. Visto que a psicose é uma recusa à castração, a falta dela aparece 
de outras maneiras, como delírios e alucinações. O mecanismo de psicose 
denominado por Lacan (1985 apud ILHA; 2015) é a rejeição do nome do pai - a 
rejeição dos símbolos linguísticos que aparecem na realidade. O problema do 
psicótico é simbólico: na castração não comete erros e tem ações. O resultado é uma 
espécie de vazio espiritual, é esse tipo de sensação constante de fracasso, de não 
sentir nada. 
Portanto, embora as teorias psicanalíticas do autismo e da psicose sejam muito 
semelhantes, em ambientes clínicos e escolares, a diferença entre as duas estruturas 
pode ser notada com clareza, e mais crianças são diagnosticadas com autismo. Na 
década de 1980, o termo “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento” começou a ser 
usado e o autismo foi removido da categoria de e psicoses no DSM-III e na CID-10. O 
termo foi posteriormente alterado para " Transtornos Globais do Desenvolvimento”, 
ILHA; (2015). 
Em 2012, no Brasil, o autismo foi considerado uma deficiência em todos os 
aspectos legais pela lei nº 12.764 de 27 de dezembro 2012, alterando o § 3º 
do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. O diagnóstico é feito 
com base nos critérios da Classificação Internacional de Doenças (CID) – 10, 
junto com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM) - 
IV, observando o comportamento da criança. É comum, contudo, 
encontrarmos crianças com outra síndrome ou deficiência associadas ao 
autismo. Já no DSM-IV, o transtorno autista foi agrupado com os transtornos 
desintegrativos, a Síndrome de Rett e a Síndrome de Asperger. Segundo 
Bosa (2002, p.28-29 apud ILHA; 2015), tanto o DSM-IV quanto o CID-10 
apontam o comprometimento em três áreas principais como critério para o 
transtorno autista: "alterações qualitativas das interações sociais recíprocas; 
modalidade de comunicação; interesses e atividades restritos, estereotipados 
e repetitivos". 
Após excluir a psicose mental infantil do "Manual de Diagnóstico", um grande 
número de crianças começou a receber diagnósticos de autismo ou síndrome de 
Asperger no final do século passado e no início deste século. No entanto, para a 
psicanálise, ainda há uma diferença entre autismo e psicose menos severa. O DSM-
V mais uma vez, então, modifica a organização do diagnóstico de autismo, retirando 
a Síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo e o Transtorno Invasivo do 
Desenvolvimento das categorias de autismo, existindo apenas a denominação 
Transtornos do Espectro Autista, que é dividido nos níveis leve, moderado e severo, 
ILHA; (2015). 
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Jerusaléminsky (2012 apud ILHA; 2015) assume que a estrutura da infância é 
indeterminada e vai além do diagnóstico fechado de DSM e CID. Dessa forma, deve-
se trabalhar supondo um sujeito, para assim produzir uma inscrição nele e ter, como 
consequência, uma passagem de uma estruturação autística para uma estruturação 
psicótica. 
Para Kupfer (1999 apud ILHA; 2015), a distinção entre autismo e psicose, 
levando em consideração a transição do autismo para a psicose, superando a 
dicotomia organogênico/psicogênico e introduzindo discursos contemporâneos sobre 
o autismo, teria consequências clínicas positivas sobre a direção do tratamento, 
principalmente pela escuta dos pais. O problema com o diagnóstico de uma criança é 
que, muitas vezes, a criança é vista como um sujeito fechado pelos pais, pela escola 
e pela sociedade como um sujeito encerrado, apenas com dificuldades e não com 
possibilidades e potencialidades, a partir do momento em que recebe o diagnóstico. 
Podemos então nos perguntar acerca da posição que uma palavra, referida 
como diagnóstico, pode assumir para os pais e seus filhos. Inúmeras vezes 
encontramos crianças que tem suas vidas marcadas por estas classificações 
que obstaculizam seu desenvolvimento, assim como o exercício que os pais 
possam vir a fazer de suas funções. A partir do diagnóstico que a criança 
recebe, seus pais passam a buscar, no discurso cientifico, um saber a 
respeito de como educá-los. (MEIRA, 2006, p.74 apud ILHA; 2015). 
Portanto, alguns autores, como Bernardino (2004 apud ILHA; 2015), defendem 
que a estrutura não é determinada na infância e mudanças no campo da linguagem 
podem acontecer e interferir no seu desenvolvimento. Essa afirmação relativiza o 
diagnóstico na infância, o que não significa desconsiderar os sintomas e o sujeito para 
a organização dos tratamentos e a escolha dos melhores espaços escolares. 
Situamos-nos neste grupo, pois pensamos que este diagnóstico de 
PSICOSES NÃO DECIDIDAS é um operador clínico mais condizente com 
estas características da infância e do próprio processo de estruturação 
subjetiva, que implicam a entrada do pequeno sujeito no campo da 
linguagem, a partir da relação com um Outro que sustenta este processo, 
dentro de um tempo que vai constituir o infantil. (BERNARDINO, 2004, p.35 
apud ILHA; 2015). 
Quando forem rotulados como "autismo", a criança se torna um assunto 
fechado por outros, reforçando os comportamentos estereotipados- a ecolalia, entre 
outros - e a criança se torna o próprio nome do diagnóstico ele recebeu universais. Às 
vezes, essas crianças até têm um o quadro de psicose e está em uma posição de 
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alienação e, eventualmente, torna-se um quadro de apagamento subjetivo devido a 
um diagnóstico errado. 
Partindo desse ponto, ser autista ou estar no autismo são condições 
diferentes que devem ser levadas em conta. Para Meira (2006 apud ILHA; 
2015), o trabalho com o autista marca-os com sintomas e traços e, a partir 
disso, se estabelece o tratamento, com programas em que possam adquirir 
funções baseando-se em seu comportamento. O trabalho com uma criança 
que está no autismo deve considerar que a possibilidade de sua escolha é 
uma posição, um modo de funcionamento no seu meio ambiente. A 
intervenção psicanalítica é necessária, partindo da história de sua família, 
para que ela possa fazer parte dessa rede simbólica, ao invés de utilizar 
treinamentos que a mantenham no autismo. Como a história da família é a 
principal via de entrada no universo imaginário e simbólico da criança, é no 
trabalho com os pais e familiares que se oferece o espelho da cultura e 
inscreve-se um nome onde há um diagnóstico. Se isso não acontece, há um 
risco de a criança permanecer na alienação, não havendo outra opção para 
ela além de permanecer no automatismo e nos comportamentos que lhe 
foram atribuídos. 
O diagnóstico finalmente produziu uma pessoa com deficiência, por 
necessidades educativas específicas, as crianças deixam de ser consideradas como 
criança e sujeito único e passam a ser rotuladas, o que conduz à exclusão social e ao 
insucesso escolar, o mesmo na perspectiva de que todos devem ser iguais e 
desenvolvidos, fazendo um apagamento da singularidade de cada um, ILHA; (2015). 
4.3 Síndrome de Rett 
Síndrome de Rett é um transtorno neurológico raro sendo uma condição 
genética, causado por uma mutação genética que pode ocasionar em um grave 
comprometimento motor, intelectual, gastrointestinal e respiratório com acometimento 
sistêmico. As características mais marcantes da síndrome de Rett são as regressões 
nas falas e motora e também as estereotipias nas mãos, em grande maioria ela 
acomete as meninas. 
A síndrome de Rett é uma doença neurológica hereditária do cromossomo X, 
onde a mutação do gene MECP2 é determinada e tem um papel importante em 
"silenciar" seletivamente a expressão de outros genes que aguardam para serem 
identificados. Descoberta pelo Dr. Andreas Rett aconteceu em 1966, esta síndrome é 
caracterizada por regressão do desenvolvimento e afeta principalmente meninas, 
geralmente antes do primeiro ano de vida. No Brasil, a síndrome de Rett foi 
identificada pela primeira vez por Rosemberg em 1986. Desde então, alguns trabalhos 
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foram publicados, os quadros clínicos foram publicados e é possível identificar 
meninas com síndrome de Rett (POZZI; ROSEMBERG, 2003 apud PONCE; et al., 
2017). 
As crianças afetadas por essa síndrome são aparentemente saudáveis ao 
nascer e começam a se desenvolver normalmente; no entanto, o desenvolvimento é 
interrompido entre os 6 e 18 meses de idade. Pode vir a perder todas as habilidades 
motoras e na linguagem, sua característica típica é o movimento contínuo e 
involuntário da mão. As crianças também podem apresentar início de irritabilidade 
incontrolável, convulsões, marcha anormal e desordens respiratórias, 
gastrointestinais e nutricionais importantes. Além disso, ela passa a apresentar 
retardo mental em vários graus, PONCE; et al., (2017). 
Conforme Rosemberg (1987 apud PONCE; et al., 2017), a síndrome de Rett 
apresenta quatro estágios. O primeiro estágio (estágio inicial de estagnação precoce) 
ocorre entre 6 e 18 meses e é caracterizado por parada do desenvolvimento, 
mudanças na comunicação e no contato visual, diminuição do interesse pelo meio, 
movimentos manuais de "onda", esporádicos e inespecíficos e crescimento do crânio 
desacelerado. O segundo estágio (estágio rapidamente destrutivo) dura de várias 
semanas a vários meses e ocorre do primeiro ao quarto ano de vida, é caracterizado 
por deterioração do desenvolvimento, manifestações autísticas, severa demência, 
perda da capacidade manipulatória, inabilidade/apraxia/ataxia da mobilidade, 
respiração irregular e crises convulsivas. 
 O terceiro estágio (estágio pseudo-estacionário), que dura vários anos, é 
caracterizada por apraxia da marcha (o andando) e ataxia de tronco óbvia, sintomas 
comuns de epilepsia, disfunção motora grossa variável, retardo mental e início de 
contato emocional. Finalmente, o quarto estágio (estágio da degeneração motora 
tardia) dura décadas e é caracterizado por diminuição da mobilidade (cadeira de 
rodas), sinais de paraplegia ou tetraplegia, escoliose, doença nutricional do pé e 
caquexia, PONCE; et al., (2017). 
Admite-se, na atualidade, uma prevalência da doença estimada entre 
1:10.000 e 1:15.000 meninas, sendo uma das causas mais frequentes de 
deficiência mental severa que afeta o sexo feminino. Essa síndrome não tem 
cura, mas alguns sintomas podem ser tratados com o auxílio de uma equipe 
multidisciplinar (SCHWARTZMAN,2003 apud PONCE; et al., 2017). 
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4.4 Esquizofrenia 
“Esquizo” vem de um termo grego que significa dividido, “frenia” tem a ligação 
com a mente. Portanto, esquizofrenia é o distúrbio da mente dividida. A esquizofrenia 
foi diagnosticada a mais de um século, porém, ainda não se sabe as causas exata da 
mesma e ela permanece hoje como uma das doenças mais incompreendidas e 
estigmatizadas. 
A esquizofrenia também é considerada como uma síndrome, levando em 
consideração que ela pode englobar um certo número de desordens psicológicas com 
sintomas semelhantes, mas com causas que variam, por isso a pessoa que possui 
esquizofrenia tem sintomas levemente diferentes. 
Os primeiros sinais dos distúrbios podem passar despercebidos como por 
exemplo: mudanças sutis na personalidade, irritabilidade, ou a invasão gradual de 
pensamentos estranhos. O diagnóstico ocorre na maioria das vezes após a psicose 
ter início, o que geralmente acontece entre o final da adolescência até os vinte e 
poucos anos em relação aos homens, já em mulheres a transição acontece 
geralmente dos vinte para os trinta anos. 
Dessa maneira os primeiros episódios para ambos os sexos podem 
desenvolver sintomas como: delírios, alucinações e desorganizações do pensamento, 
da fala e do comportamento, esses sintomas são chamados de positivos ou produtivos 
não porque são sintomas considerados bons, mas porque são alterações severas na 
percepção da realidade. 
Os sintomas negativos são chamados de negativos, porque eles representam 
uma ausência ou uma redução nas funções normais do indivíduo como por exemplo, 
sintomas de baixa motivação, baixa expressividade ou diminuição da fala. Também 
existem os sintomas cognitivos que são as dificuldades de concentração, de lembrar 
informações e de tomar decisões. 
Não existe uma única causa, entretanto, existem uma combinação de fatores 
de riscos que podem ser genéticos e ambientais e contribuem para o desenvolvimento 
da doença. Dessa maneira, é sabido que a doença esquizofrenia é psiquiátrica com 
raízes genéticas mais fortes, porque embora apenas cerca de 1% da população tenha 
esquizofrenia, irmãos e filhos de esquizofrênicos apresentam chances 10 vezes maior 
de desenvolver a doença, sendoque um irmão gêmeo de uma pessoa com 
esquizofrenia tem 40% de chance de também apresentar a doença. 
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Muitas vezes familiares próximos de pessoas com esquizofrenia também 
apresentam versões leves ou traços do distúrbio, embora não ao ponto de precisar de 
tratamento. Além da genética, fatores ambientais como certas doenças virais, quando 
ainda é bebê, ou ser, criados por pais excessivamente críticos ou tirânicos, podem 
também aumentar a probabilidade de desenvolvimento da doença, bem como já ter 
feito o uso de drogas inclusive a “maconha”. 
Os fatores ambientais não afetam a todas as pessoas da mesma forma, 
aquelas pessoas que contem riscos genéticos muito baixos, dificilmente desenvolverá 
a doença só por razões ambientais. Já aquelas pessoas com alto risco genético e 
juntamente com os fatores ambientais leves, podem ser o suficiente. A forma de 
tratamento através dos antipsicoticos usados para tratar a esquizofrenia, tem ajudado 
os pesquisadores a encontrar aspectos da doença relacionados ao cérebro. 
Os antipsicóticos tradicionais atuam bloqueando os receptores de dopamina e 
podem ser muito efetivos na redução dos sintomas positivos que estão relacionados 
ao excesso de dopamina em determinado circuitos cerebrais. 
 É importante ressaltar também que a mesma medicação pode piorar os 
sintomas negativos, devido ao fato de que esses sintomas podem estar relacionados 
a pouca dopamina em outras áreas do cérebro. Algumas pessoas com a esquizofrenia 
podem apresentar perda de tecido nervoso, entretanto, ainda não está claro se essa 
atrofia é resultado da doença em si ou um efeito da medicação. 
Felizmente novas gerações de antispsicóticos, tem como objetivo superar 
alguns desses problemas por visarem múltiplos neurotransmissores, como a 
serotonina além da dopamina. Contudo, está claro que nenhum neurotransmissor 
sozinho é responsável por todos os sintomas e como essas drogas afetam a 
comunicação entre neurônios por todo o cérebro e todo o corpo, as pessoas com a 
esquizofrenia podem ter efeitos colaterais como ganho de peso. 
De qualquer maneira apesar de todas as complicações o uso de antipsicóticos 
podem ser muito eficazes, especialmente se combinado com a psicoterapia. Enfim, é 
necessário iniciar o tratamento mais cedo possível porque é algo extremamente 
importante, tendo em vista que se a esquizofrenia não for tratada por meses ou por 
anos, essas psicoses podem se enraizar na personalidade do indivíduo. 
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5 SÍNDROME GENÉTICA 
Síndromes são padrões de repetições que ocorrem em uma determinada 
população que levam a determinados indivíduos a terem características físicas, 
comportamentais, problemas cognitivos e alterações nos órgãos internos, alterações 
no coração, tireoide, rins. 
Diversos fatores podem levar ao surgimento de uma síndrome, desde fatores 
genéticos e hereditários, até situações traumáticas e epigenéticas. Quando esses 
padrões se tornam repetitivos e ao mesmo tempo se torna algo que se observa em 
vários lugares no mundo e nas mais variadas populações, podemos então considerar 
isso como síndrome. A grande maioria das síndromes tem uma fundamentação 
genética e uma explicação genética e hereditária na família, podemos então chamar 
de síndromes genéticas. 
Uma doença genética é definida como qualquer alteração na hereditariedade. 
Abrange todas as alterações genéticas em um indivíduo que podem ser repassadas 
à descendência, bem como aumentos ou diminuições na quantidade de DNA, seja por 
meio de todo o cromossomo ou parte do cromossomo, por meio de deleção, 
duplicação ou mesmo translocação não desequilibrada, SANTOS (2020). 
O DSM-5 acredita que a deficiência intelectual é uma doença heterogênea com 
múltiplas causas, incluindo causas pré-natais, como síndrome genética (envolvendo 
variação de sequência ou variação do número de cópias de um ou mais genes; 
problemas cromossômicos), erros inatos do metabolismo, malformações cerebrais, 
doenças maternas (incluindo doenças placentárias) e influências ambientais (álcool, 
outras drogas, toxinas, teratógenos), SANTOS (2020). 
Também existem causas perinatais, incluindo parto e eventos de parto que 
levam à encefalopatia neonatal. E o DSM-5 também enfatiza as razões após o 
nascimento, incluindo lesão isquêmica - hipóxica, lesão cerebral traumática, 
infecções, doenças desmielinizantes (qualquer doença do sistema nervoso na qual a 
bainha de mielina dos neurônios é danificada), doenças convulsivas (espasmos 
infantis), privação social grave e crônica, síndromes metabólicas tóxicas e 
intoxicações (chumbo, mercúrio), SANTOS (2020). 
 
 
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De acordo com o DSM-5, pode estar relacionado a síndromes genéticas, e em 
alguns casos apresentará uma aparência característica, como a síndrome de Down, 
em outras áreas, a evidência geralmente é expressa apenas através do 
comportamento. De modo geral, o prognóstico da deficiência intelectual não é ruim, 
ou seja, não aparecerá gradativamente. No entanto, em algumas doenças genéticas 
(síndrome de Rett), há um período de estabilidade após a deterioração, em outras 
(síndrome de San Phillippo), a função intelectual se deteriora gradualmente, SANTOS 
(2020). 
Levando em consideração os critérios usados para completar o diagnóstico de 
DI, o manual enfatiza as vulnerabilidades sociais que esses sujeitos enfrentam devido 
às dificuldades associadas à avaliação de risco, comportamentos de autocontrole, 
emoções ou relacionamento interpessoal. O DSM-5 também afirmou que, por um lado, 
a falta de habilidades de comunicação pode levar a comportamentos disruptivos 
(coisas que interrompem a ação). Ou agressivos; por outro lado, a credulidade das 
pessoas diagnosticadas com DI, costuma ser uma característica que a predispõe à 
ingenuidade em situações sociais e à tendência a ser facilmente conduzida pelos 
outros, o que a tornaria alvo fácil de fraude, envolvimento criminal não intencional, 
falsas confissões e risco de abuso físico e sexual, SANTOS (2020). 
No entanto, o DSM-5 reconhece que, embora a deficiência intelectual seja 
vitalícia, sua gravidade mudará com o tempo. O curso dessa condição pode ser 
afetado por condições médicas ou genéticas subjacentes e comorbidades (deficiência 
auditiva ou visual e epilepsia). Em contraste, a intervenção precoce e contínua pode 
melhorar a função adaptativa da infância e da idade adulta, portanto, em alguns casos, 
pode melhorar significativamente a função intelectual, tornando o diagnóstico de 
deficiência intelectual não mais apropriado, SANTOS (2020). 
Enfim, geralmente as síndromes genéticas cursam com os problemas 
neurológicos, cognitivos, podendo leva as crianças em sua grande maioria a 
apresentarem transtornos de aprendizagem, verbais, não verbais, deficiência 
intelectual, autismo, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade. Dessa forma, 
são mais propensas a desenvolveram transtornos neuropsiquiátricos. 
 
 
 
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A maioria dessas crianças precisam ser encaminhada para apoio de inclusão, 
que são apoio específicos dentro escola, sendo muito importante a partir

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