Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina → Síndrome altamente prevalente, com elevada morbidade e mortalidade, além de altos custos → Presença de disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta desregulada à infecção → PRINCIPAIS DISFUNÇÕES ORGÂNICAS - Hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou queda de PA > 40 mmHg) - Oligúria (≤0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL) - Relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 90% - Contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias - Lactato acima do valor de referência (até 18mg/dL) - Rebaixamento do nível de consciência, agitação e delirium - Aumento significativo de bilirrubinas (> 2X o valor de referência) → Definida pela presença de, no mínimo, dois sinais. Temperatura central > 38,3º C ou < 36ºC OU equivalente em termos de temperatura axilar Frequência cardíaca > 90 bpm Frequência respiratória >20 irpm ou PaO2 < 32mmHg Leucócitos totais > 12.000/mm³ ou < 4.000/mm³ ou presença de > 10% de desvio à esquerda (presença de formas jovens) → Não faz parte dos critérios para definição da presença de sepse, porém tem valor como instrumento de triagem para a identificação de pacientes com infecção e, potencialmente, sob risco de apresentar sepse ou choque séptico → Tendo ou não os critérios de SRIS, possui foco infeccioso suspeito ou confirmado (bacteriano, viral, fúngico) sem apresentar disfunção orgânica. → Presença de hipotensão não responsiva à utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. → CONCEITOS UTILIZADOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROTOCOLOS DE SEPSE Classificação antiga Classificação atual Característica Sepse Infecção sem disfunção Infecção suspeita ou confirmada, sem disfunção orgânica, de forma independente da presença de sinais de SRIS. Sepse Grave Sepse Infecção suspeita ou confirmada associada a disfunção orgânica, de forma independente da presença de sinais de SRIS. Choque Séptico Choque Séptico Sepse que evoluiu com hipotensão não corrigida com reposição volêmica (PAM ≤65 mmHg), de forma independente de alterações de lactato. → Protocolo de sepse deve ser aberto para pacientes com SUSPEITA de sepse e choque séptico → qSOFA - Nas novas recomendações (2021) não deve ser usado isoladamente, mas em associação com outros scores - Não deve ser utilizado para triagem de pacientes com suspeita de sepse, mas sim para, após a triagem adequada desses pacientes com base em critérios mais sensíveis, identificar aqueles com maior risco de óbito - Pacientes com escore qSOFA positivo, ou seja, com dois ou mais componentes presentes, devem receber atenção especial, da mesma forma que pacientes com múltiplas disfunções orgânicas → CRITÉRIO NEWS (ESCORE DE ALERTA PRECOCE) → CRITÉRIO MEWS (ESCORE DE ALERTA PRECOCE MODIFICADO) Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina → SOFA - Se alteração ≥ 2 pontos -> resposta desrregulada à infecção → IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE COM SUSPEITA DE SEPSE 1- Registrar o diagnóstico no prontuário ou na folha específica de triagem do protocolo institucional 2- Atendimento priorizado com o objetivo de otimizar a coleta de exames, o início de antibioticoterapia e a ressuscitação hemodinâmica 3- Realização da anamnese e exame físico dirigidos, com atenção especial aos sinais clínicos de disfunção orgânica 4- Pacientes com disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados em leitos de terapia intensiva assim que possível, a fim de garantir o suporte clínico necessário → RECOMENDAÇÕES - Rastreamento de doenças agudas/ pacientes de alto risco para sepse + Padronização do tratamento - Escores SOFA, SIRS, NEWS e MEWS para estratificação - Medir o lactato sérico → RESSUCITAÇÃO INICIAL - Início imediato do tratamento e da ressucitação volêmica - 30ml/kg de cristalóide EV nas primeiras 3h da ressucitação - Além do exame clínico e SSVV, medidas hemodinâmicas - Monitorar a dosagem do lactato quando elevado - Monitorar o tempo de enchimento capilar → PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA - PAM mínima de 65mmHg → ADMISSÃO NA UTI - Em até 6 horas → INFECÇÃO - Suspeita de sepse ou choque séptico, mas infecção não confirmada, recomendamos reavaliar continuamente e procurar diagnósticos alternativos e descontinuar antimicrobianos empíricos se uma causa alternativa da doença for demonstrada ou fortemente suspeita - Possível choque séptico ou alta probabilidade de sepse, recomenda-se administrar antimicrobianos imediatamente, de preferência dentro de 1 hora após o reconhecimento - Para adultos com possível sepse sem choque, sugerimos um curso de investigação rápida por tempo limitado e, se a preocupação com a infecção persistir, a administração de antimicrobianos dentro de 3 horas a partir do momento em que a sepse foi reconhecida pela primeira vez - Baixa probabilidade de infecção e sem choque, adiar os antimicrobianos enquanto continua-se a monitorar de perto o paciente - Não usar pocalcitonina para decidir iniciar o ATB - Usar ATB empírico para MRSA (Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina) quando alta probabilidade - Não usar ATB empírico para MRSA quando baixa probabilidade - 2 ATB empíricos contra gram negativos quando alta probabilidade de germes MDR (organismos multiresistentes) - Não usar 2 ATB empíricos na baixa probabilidade de MDR - Não usar 2 ATB quando o agente e a sensibilidade são conhecidos - Antifúngico empírico quando alta probabilidade de infecção - Evitar o uso dos antivirais - Após dose bolus dos betalactâmicos, fazer lentamente - Otimizar tratamento de acordo com a farmacocinética e farmacodinâmica dos ATB - Tratar precocemente as causas anatômicas da sepse - Pronta remossão do aceso venoso infectado após novo acesso instalado - Avaliação diária para decidir o prazo de tratamento ao invés de prazos fixos e preferir prazos mais curtos de tratamento (descalonamento) - Na indefinição do tempo de tratamento, usar avalição clínica e procalcitonina DICAS - Focar a pesquisa pelo quadro clínico do doente - Coleta de dois ou mais pares de cultura (aeróbio e anaeróbio) simultâneas - Pacientes com cateter venoso central > 48h e sem foco definido eve ter uma amstra de hemocultura coletada do cateter - Inflamação por si só não precisa de antimicrobiano → HEMODINÂMICA/ RESSUCITAÇÃO VOLÊMICA - 1ª escolha: uso de cristalóides (30ml/kg EV nas primeiras 3h da ressucitação) - Preferir CTL balanceados (Ringer lactato/ Acetato/ Plasma lyte) - Albumina quando altos volumes de cristalóides - Não usar amido/ gelatina - - Usar o tempo de enchimento capilar para orientar a ressuscitação como adjuvante a outros medidas de perfusão → USO DE VASOPRESSORES Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina - 1ª escolha: noradrenalina - Associar vasopressina em doses baixas (0,03U/min) quando altas doses de noradrenalina - Epinefrina quando altas doses de noradrenalina e vasopressores - Não usar dopamina como estratégia protetora renal - Na hipoperfusão persistente, usar dobutamina + noradrenalina ou apenas adrenalina -> sinais de baixa perfusão a despeio de ressucitação volêmica adequada - Não usar levosimendan (inotrópico/ sensibilizador de cálcio) e terlipressina (vasopressor) - Preferir a monitorização invasiva da PAM - Iniciar vasopressores em acesso periférico e oo quanto antes no acesso venoso central - Hipoperfusão e depleção de volume pós 24h da RV leva a dúvida sobre balanço hídrico → VENTILAÇÃO - Destaque para a pressão de platô < 30 cm H2O e calcular a PEEP ideal → TERAPIAS ADICIONAIS - Destaque para o uso de corticoide, bicarbonato, nutrição, diálise, transfusão e insulinoterapia PACOTE DE 1 HORA → COMPOSIÇÃO 1- Coleta de exames laboratoriaispara a pesquisa de disfunções orgânicas: - Gasometria e lactato arterial - Hemograma completo - Creatinina - Bilirrubina - Coagulograma 2- Coleta de lactato arterial, que deve ser imediatamente encaminhado ao laboratório, a fim de se evitar resultado falsos positivos - Objetivo: ter resultado do exame em 30 minutos 3- Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos em até uma hora e culturas de todos os outros sítios pertinentes (aspirado traqueal, liquor, urocultura) antes da administração do antimicrobiano 4- Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro para a situação clínica, por via endovenosa, visando o foco suspeito 5- Princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos - Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou confirmado, com dose de ataque nos casos pertinentes, sem ajustes para a função renal ou hepática. - Atentar para a diluição adequada de forma a evitar incompatibilidade e concentração excessiva - Utilizar a infusão estendida de antibióticos betalactâmicos como piperacilina-tazobactam e meropenem, com exceção da primeira dose, que deve ser administrada em bolus e o mais rápido possível - Restringir o espectro antimicrobiano quando o patógeno for identificado e a sensibilidade conhecida, terapia combinada pode ser de-escalonada conforme evidência de resposta clínica ou resolução da infecção 6- Pacientes hipotensos (PAS< 90mmHg, PAM <65mmHg ou, eventualmente, redução da PAS em 40mmHg da pressão habitual) ou com sinais de hipoperfusão, entre eles níveis de lactato acima de duas vezes o valor de referência institucional (hiperlactatemia inicial), deve ser iniciada ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30 mL/kg de cristaloides dentro da 1ª hora do diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão - Sinais de Hipoperfusão . Oligúria . Presença de livedo . Tempo de enchimento capilar lentificado . Alteração do nível de consciência - Contraindicação: uso de amidos, pois está associado a aumento da incidência de disfunção renal 7- Uso de vasopressores para pacientes que permaneçam com pressão arterial média (PAM) abaixo de 65 (após a infusão de volume inicial), sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha - Não se deve tolerar pressões abaixo de 65 mmHg por períodos superiores a 30-40 minutos 8- Pacientes com lactato alterado acima de duas vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o clareamento dele - Sentro de 2 a 4 horas após o início da ressuscitação volêmica, novas dosagens devem ser solicitadas - Hiperlactatemia residual isolada, sem outros sinais clínicos de hipoperfusão ou má evolução, não necessariamente precisa ser tratada. → REAVALIAÇÃO DA CONTINUIDADE DA RESSUCITAÇÃO VOLÊMICA - Mensuração da pressão venosa central - Variação de pressão de pulso - Variação de distensibilidade de veia cava - Elevação passiva de MMII - Qualquer outra forma de avaliação de responsividade a fluídos (melhora da pressão arterial após infusão de fluidos, por exemplo) - Tempo de enchimento capilar - Mensuração de saturação venosa central - Presença de livedo (resposta vasoespástica fisiológica ao frio ou a doenças sistêmicas, caracterizando-se por um padrão de Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina descoloração cianótica, ou eritemato-cianótica, que assume um aspecto rendilhado) - Sinais indiretos (por exemplo, melhora do nível de consciência ou presença de diurese) → Recomenda-se a utilização de dispositivos invasivos (canula orotraqueal, cateter venoso central, pressão arterial invasiva e cateter vesical de demora) pelo menor tempo possível a fim de se evitar complicações mecânicas e infecciosas - Pacientes com sinais de hipoperfusão e com níveis de hemoglobina abaixo de 7 mg/dL devem receber transfusão de concentrado de hemácias - Atenção se houver coronariopatia ou hipoxemia severa Pacientes com choque séptico devem ser monitorados com pressão arterial invasiva, enquanto estiverem em uso de vasopressor Transfusão de plaquetas se < 10.000 ou < 20.000 se risco de sangramento Não se deve usar medicações de efeito prolongado, pois esses pacientes podem rapidamente evoluir com hipotensão Caso o paciente esteja sedado, deve-se avaliar a probabilidade de despertar diariamente Profilaxia para Tromboembolismo Venoso Profilaxia de úlcera de stress em indivíduos com risco de sangramento USO DE CORTICOIDES - Se refratariedade, ou seja, naqueles em que não se consegue manter a pressão arterial alvo, a despeito da ressuscitação volêmica adequada e do uso de vasopressores - Droga recomendada: hidrocortisona na dose de 200mg/dia VENTILAÇÃO MECÂNICA - Intubação orotraqueal não deve ser postergada, em pacientes sépticos, com insuficiência respiratória aguda e evidências de hipoperfusão tecidual. - Estratégia protetora: utilização de baixos volumes correntes (6 mL/kg de peso ideal) e a limitação da pressão de platô abaixo de 30 cmH2O - Objetivo: fração inspirada de oxigênio deve ser suficiente para manter uma PaO2 entre 70 – 90 mmHg BICARBONATO - Não está indicado o uso de bicarbonato nos casos de acidose lática em pacientes com pH >7,15, pois o tratamento dessa acidose é o restabelecimento da adequada perfusão. - Nos pacientes com pH abaixo desse valor, esta terapia pode ser avaliada como medida de salvamento. CONTROLE GLICÊMICO - Meta abaixo de 180 mg/dL, evitando-se episódios de hipoglicemia e variações abruptas da mesma - Uso de amostra arterial ao invés de capilar
Compartilhar