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DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 1 Apresentação ................................................................................................................................ 6 Aula 1: Direito coletivo do trabalho .............................................................................................. 8 ............................................................................................................................. 8 Introdução ................................................................................................................................ 9 Conteúdo Aspectos históricos ........................................................................................................... 9 Revolução Industrial .......................................................................................................... 9 Revolução Francesa ........................................................................................................ 10 Brasil ................................................................................................................................... 10 Revolução Econômica no Brasil ................................................................................... 11 Surgimento do primeiro sindicato Brasileiro.............................................................. 11 Direitos ............................................................................................................................... 12 Princípios ........................................................................................................................... 12 Liberdade sindical ............................................................................................................ 14 Liberdade sindical em relação ao indivíduo ............................................................... 14 Liberdade sindical no Brasil ........................................................................................... 16 Unicidade sindical ............................................................................................................ 17 Representação por categoria profissional/econômica ............................................. 18 Competência normativa da Justiça do Trabalho ...................................................... 19 Convenção 87 da OIT ..................................................................................................... 19 Atividade proposta .......................................................................................................... 20 ........................................................................................................................... 20 Referências ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 ..................................................................................................................................... 23 Aula 1 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 Aula 2: Estrutura sindical brasileira ............................................................................................. 25 ........................................................................................................................... 25 Introdução .............................................................................................................................. 27 Conteúdo Estrutura sindical brasileira ............................................................................................ 27 Sindicatos .......................................................................................................................... 28 A assembleia geral ........................................................................................................... 28 Federações, confederações e centrais sindicais ........................................................ 29 Registro sindical ............................................................................................................... 30 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 2 Fiscalização sobre a criação de sindicatos ................................................................. 31 Conflito de representação ............................................................................................. 32 Decisão do MTE ............................................................................................................... 33 Formulário ......................................................................................................................... 34 Natureza jurídica do sindicato ...................................................................................... 35 Sindicatos no gênero pessoa jurídica .......................................................................... 35 Atividade proposta .......................................................................................................... 37 ........................................................................................................................... 37 Referências ......................................................................................................... 38 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 40 ..................................................................................................................................... 40 Aula 2 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 40 Aula 3: Administração de entidades sindicais ............................................................................. 42 ........................................................................................................................... 42 Introdução .............................................................................................................................. 44 Conteúdo O Artigo 9 .......................................................................................................................... 44 A organização sindical da CLT ...................................................................................... 45 Os princípios do ordenamento jurídico ...................................................................... 45 O princípio da razoabilidade ......................................................................................... 46 A responsabilidade do magistrado ............................................................................... 47 A liberdade sindical ......................................................................................................... 48 Atividade proposta .......................................................................................................... 56 ........................................................................................................................... 56 Referências ......................................................................................................... 57 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 61 ..................................................................................................................................... 61 Aula 3 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 61 Aula 4: Contribuições sindicais ....................................................................................................63 ........................................................................................................................... 63 Introdução .............................................................................................................................. 65 Conteúdo Conceito de sindicato ..................................................................................................... 65 Funções dos sindicatos .................................................................................................. 66 Função econômica .......................................................................................................... 67 Função política ................................................................................................................. 68 Função ética ..................................................................................................................... 70 A função de representação ............................................................................................ 70 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 3 Função negocial ou regulamentar ............................................................................... 71 A natureza política da energia ...................................................................................... 73 Função de arrecadação .................................................................................................. 74 Receitas sindicais ............................................................................................................. 74 Contribuição sindical ...................................................................................................... 74 Mensalidade sindical ....................................................................................................... 77 Atividade proposta .......................................................................................................... 79 ........................................................................................................................... 80 Referências ......................................................................................................... 80 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 83 ..................................................................................................................................... 83 Aula 4 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 83 Aula 5: Negociação coletiva ........................................................................................................ 85 ........................................................................................................................... 85 Introdução .............................................................................................................................. 87 Conteúdo Conflitos coletivos e soluções ....................................................................................... 87 Grandes transformações ................................................................................................ 88 Solução de conflito .......................................................................................................... 89 Autotutela .......................................................................................................................... 90 Mecanismo de autotutela .............................................................................................. 91 Greve .................................................................................................................................. 91 Autocompositivos (negociação direta e mediação) ................................................. 92 Autocompositivos (princípios) ...................................................................................... 94 Heterocompositivos (arbitragem e jurisdição do Estado) ....................................... 98 Natureza jurídica da arbitragem ................................................................................... 99 Classificação da arbitragem ......................................................................................... 100 Heterocompositivos (arbitragem e jurisdição do Estado) ..................................... 101 ......................................................................................................................... 103 Referências ....................................................................................................... 103 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 106 ................................................................................................................................... 106 Aula 5 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 106 Aula 6: Acordo e convenção coletiva de trabalho..................................................................... 108 ......................................................................................................................... 108 Introdução ............................................................................................................................ 109 Conteúdo Autonomia privada coletiva ........................................................................................ 109 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 4 Conceito .......................................................................................................................... 109 Natureza Jurídica ........................................................................................................... 110 Divisão.............................................................................................................................. 110 Limites .............................................................................................................................. 111 Negociação coletiva - Conceito ................................................................................. 111 Da alegação de urgência .............................................................................................. 112 Negociação coletiva - Funções .................................................................................. 113 Níveis da Negociação coletiva .................................................................................... 114 Convenções e acordos coletivos de trabalho .......................................................... 114 Acordo Coletivo de Trabalho ...................................................................................... 115 Acordo Coletivo de Trabalho ...................................................................................... 116 Natureza jurídica da norma coletiva .......................................................................... 117 Aplicação das normas coletivas .................................................................................. 118 Cláusulas obrigacionais e normativas das normas coletivas ................................ 119 Cláusulas típicas e atípicas ........................................................................................... 120 Condições de validade das normas coletivas .......................................................... 123 Descumprimento das normas coletivas .................................................................... 124 ......................................................................................................................... 126 Referências .......................................................................................................126 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 129 ................................................................................................................................... 129 Aula 6 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 129 Aula 7: Greve e louckout no direito brasileiro .......................................................................... 131 ......................................................................................................................... 131 Introdução ............................................................................................................................ 133 Conteúdo Conceito .......................................................................................................................... 133 Classificando os dissídios coletivos ............................................................................ 133 Pressupostos processuais e condições da ação coletiva ....................................... 134 Mas, a quem compete apreciar o dissídio coletivo? ............................................... 134 Legitimação .................................................................................................................... 135 Para entender melhor os processos .......................................................................... 136 No que diz respeito ao dissídio jurídico de greve... ................................................ 137 Interesse processual ...................................................................................................... 137 Agora, vamos conhecer algumas definições importantes .................................... 138 Natureza da ação ........................................................................................................... 139 Negociação Prévia ......................................................................................................... 141 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 5 Procedimento ................................................................................................................. 142 Agora, conheça os princípios que orientam o dissídio coletivo .......................... 143 Recursos em dissídio coletivo ..................................................................................... 143 Ação de Cumprimento da norma coletiva ............................................................... 144 ......................................................................................................................... 144 Referências ....................................................................................................... 144 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 149 ................................................................................................................................... 149 Aula 7 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 149 Aula 8: Dissídios coletivos de trabalho ...................................................................................... 150 ......................................................................................................................... 150 Introdução ............................................................................................................................ 152 Conteúdo O direito de greve .......................................................................................................... 152 O que greve representa para o Ordenamento Jurídico? ....................................... 152 Os tipos de greve ........................................................................................................... 153 A evolução do termo “greve” ...................................................................................... 154 A greve e o direito do trabalho ................................................................................... 154 A greve nos moldes da lei ............................................................................................ 155 O direito constitucional da greve ............................................................................... 156 Algumas considerações importantes ........................................................................ 157 Restrições do direto ao exercício de greve............................................................... 158 Detalhamentos ............................................................................................................... 159 Requisitos impostos pela lei ........................................................................................ 161 Compreendendo melhor a Lei nº 7.893/1989 .......................................................... 162 Observações importantes ............................................................................................ 164 ......................................................................................................................... 168 Referências ....................................................................................................... 168 Exercícios de fixação Chaves de resposta ................................................................................................................... 171 ................................................................................................................................... 171 Aula 8 Exercícios de fixação ..................................................................................................... 171 Conteudista ............................................................................................................................... 173 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 6 Diversas denominações são empregadas a esta parte do Direito do Trabalho exposta no título da disciplina. Entre elas, estão: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito Corporativo. O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia. Trata-se de um segmento do Direito do Trabalho, que, por sua vez, divide-se em: Direito Individual do Trabalho – que trata das relações entre trabalhadores e empregadores considerados individualmente – e Direito Coletivo do Trabalho – que trata das organizações coletivas de trabalhadores e empregadores. Esse segmento regula, portanto, a organização sindical, a negociação coletiva, os instrumentos normativos dela decorrentes, e a representação dos trabalhadores na empresa e a greve. Seria, na verdade, um complexo de institutos, de princípios e de regras jurídicas que sustentam as relações laborais de empregados e empregadores e de outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerando sua atuação coletiva realizada de forma autônoma ou através das respectivas entidades sindicais. Nesta disciplina, estudaremos os conceitos traduzidos pela doutrina dentro de uma conotação histórica e legal do instituto para, depois, analisarmos a caracterização jurídica dessa modalidade bem como as críticas quanto à morfologia utilizada pelo mercado de trabalho. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 7 Por fim, analisaremos a parte processual quanto a seus institutos, a sua autonomia, doutrina e lei – principalmente com relação a seus procedimentos especiais –, visando à proteção do bem coletivo trabalhista das categorias. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Conceituar a natureza jurídica do Direito Coletivo e do Direito Processual do Trabalho; 2. Definir as diversas modalidades existentesno ordenamento legal brasileiro; 3. Analisar todos os institutos jurídicos referentes à parte processual do Direito Coletivo do Trabalho. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 8 Introdução São empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho que estudaremos: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito Corporativo. O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia, é um segmento do Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho está dividido em dois segmentos: o Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre trabalhadores e empregadores individualmente considerados e o Direito Coletivo do Trabalho que trata das organizações coletivas de trabalhadores e empregadores. Dessa forma, poderíamos definir o Direito Coletivo do Trabalho como um segmento do Direito do Trabalho que regula a organização sindical, a negociação coletiva, os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a greve. Seria, na verdade, um complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua atuação coletiva realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais. Iremos estudar os conceitos traduzidos pela doutrina dentro de uma conotação histórica e legal do instituto para depois analisarmos a caracterização jurídica desta modalidade, assim como as críticas quanto à morfologia utilizada pelo mercado de trabalho. Objetivo: 1. Conceituar a natureza jurídica do direito coletivo do trabalho. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 9 Conteúdo Aspectos históricos Deve-se considerar que o sindicato e o movimento social que lhe é próprio, o sindicalismo, são produtos da sociedade capitalista. Assim, mesmo que se investigue a existência de associações entre seres humanos ao longo da história, sempre existirão diferenças fundamentais perante os atuais sindicatos. Jamais houve na história um sistema econômico e social em que a relação de emprego ocupe papel tão central na produção, como vem ocorrendo nos últimos dois ou três séculos. Na Idade Média existiam as corporações de ofício que eram associações de pessoas do mesmo ofício. Nelas havia uma divisão hierárquica entre mestres, companheiros e aprendizes. Os mestres determinavam tudo e havia um monopólio de fabricação, venda e regulamentação dos produtos. Há certa semelhança com os sindicatos modernos, pois há um interesse do grupo, mas dirigiam-se contra o consumidor e não contra a outra parte do contrato como ocorre hoje. Houve, em certo momento, revolta dos companheiros descontentes com o que era imposto pelos mestres. Mas eram movimentos esporádicos, protestos de pequenos grupos, não constituíam um movimento de massa de protesto entre capital e trabalho. Revolução Industrial Na Revolução Industrial, com o agrupamento de homens em massa em torno da máquina, a consciência dos operários sobre a comunhão de seus interesses começou a despertar, surgindo assim o movimento operário moderno do sindicalismo. Diz-se que o início do sindicalismo deu-se na Inglaterra em 1720, quando se formaram as primeiras associações de trabalhadores para reivindicar melhores condições de trabalho. E não poderia ser diferente, pois a Inglaterra é o berço DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 10 do capitalismo. Mas não havia ambiente propício à vida associacionista, pois dominava a filosofia do individualismo e do liberalismo econômico. Revolução Francesa A Revolução Francesa, por exemplo, ao mesmo tempo em que suprimiu as corporações de ofício, não reconhecia o direito de associação (coalizão). O direito de associação propriamente dito foi conquistado na Inglaterra em 1871 e na França em 1884, assinalando o início da liberdade sindical. Mas os sindicatos independentes em face do Estado encontram resistência nos governos autoritários e nas chamadas democracias populares. Algumas décadas após, em 1919 no Tratado de Versalhes, com a criação da Organização Internacional do Trabalho em 1919 e suas Convenções 87 de 1948 e 98 de 1949, a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, os direitos de livre associação e sindicalização tornaram-se sedimentados na cultura jurídica ocidental. Brasil Enquanto na Europa existiam as corporações de ofício, as imensas áreas brasileiras eram descobertas com o aprisionamento dos índios e com a busca de escravos negros na África. Com a outorga da Constituição Imperial (1824), dois anos após a independência lia-se no seu texto: “Ficam abolidas as corporações de ofício, seus juízes e mestres”. Corporações essas que nunca existiram no Brasil, diante do regime de trabalho escravagista. Com a Lei do Ventre Livre (1871) e com a Abolição da Escravatura (1888) surgiram condições para a formação do Direito Coletivo no Brasil, enquanto na Europa já se reconhecia a liberdade sindical. Economia no Brasil, era essencialmente agrícola. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 11 Revolução Econômica no Brasil A nossa Revolução Econômica marcou o seu início com o progresso industrial verificado no primeiro triênio da 1ª Guerra Mundial. Tal como na Europa e em toda a parte a criação das primeiras associações profissionais decorre do industrialismo moderno. As primeiras Confederações de Trabalhadores surgiram no Brasil em 1920, a Confederação Geral dos Trabalhadores e posteriormente, se opondo, a Confederação Nacional do Trabalho. Após a Revolução Liberal de 1930 começou a surgir no Brasil uma filosofia de Estado intervencionista, sujeitando o Sindicato ao Estado, suprimindo-lhe a autonomia. Surgimento do primeiro sindicato Brasileiro Seguiu-se então o sindicato único, com funções públicas delegadas pelo Estado, representando os interesses da categoria de produção. Estipulava contratos coletivos de trabalho obrigatório para todos os associados. Impunha contribuições por lei e não só aos associados, mas a todos os membros da profissão representada. No final dos anos 1970, os sindicatos começaram a desafiar as leis existentes, realizando-se greve em São Bernardo do Campo por reajustes salariais. O regime militar ainda vigente na época respondeu ao movimento com dureza. Em 1988, após 20 anos de ditadura militar, A Constituição Federal trouxe a declaração da liberdade de associação profissional, não podendo a lei exigir autorização do Estado para seu funcionamento, ressalvando o registro no órgão competente. Estabelece a regra da unicidade sindical entre outras disposições que serão estudadas posteriormente. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 12 Direitos São empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho que estudaremos: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito Corporativo. O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia, sendo um segmento do Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho está dividido em dois segmentos: o Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre trabalhadores e empregadores individualmente considerados e o Direito Coletivo do trabalho, que trata das organizações coletivas de trabalhadores e empregadores. 1 - Gustavo Garcia assim o conceitua: “Segmento do direito do trabalho que regula a organização sindical, a negociação coletiva, os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a greve”. 2 - Amauri Mascaro Nascimento entende o Direito Coletivo do Trabalho como: “Ramo do direito do trabalho que tem por objetivo o estudo das normas e das relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical”. 3- Maurício Godinho Delgado tem como conceito: “Complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulamas relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua atuação coletiva realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais”. Princípios Muito embora não seja disciplina autônoma, o Direito Coletivo do Trabalho tem princípios próprios. Conheça-os: Liberdade sindical DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 13 Deriva de um princípio mais amplo que é o da liberdade de associação. Artigo 5º, incisos XVII e XX, e Artigo 8º, inciso V, ambos da Constituição Federal. Tem várias dimensões: em relação ao indivíduo, em relação ao grupo e de ambos perante o Estado. Tendo em vista a importância do tema para o Direito Coletivo do Trabalho, o aprofundaremos posteriormente no capítulo 4. Autonomia Coletiva dos Particulares Entre a autonomia individual e a autonomia pública há a autonomia coletiva, que é a autonomia entre os grupos intermediários, o indivíduo e o Estado. Reconhecendo os grupos intermediários e o direito de associação, o Estado reconhece também o direito dos grupos de regular os próprios interesses. A autonomia não é o mesmo que soberania, que pertence somente ao Estado. Corresponde a: Autonomia organizativa - resulta da autonomia do sindicato de elaborar seus próprios estatutos. Autonomia administrativa - direito do sindicato de eleger a sua diretoria e exercer a própria administração. Autonomia negocial - poder que se confere aos entes sindicais de criarem normas a serem aplicadas as relações trabalhistas – acordos e convenções coletivas (fontes formais de direito do trabalho). Autotutela - o reconhecimento de que os sindicatos devem ter meios de luta para a solução dos conflitos, previstos nos termos da lei, como a greve. Adequação setorial negociada É o limite jurídico da norma coletiva, que só pode estabelecer normas coletivas com direitos mais benéficos ao trabalhador (princípio de direito individual do DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 14 trabalho da proteção/aplicação da norma mais favorável). Somente quando a Constituição Federal autorizar é que se poderão estabelecer normas desfavoráveis. Liberdade sindical Diversos autores conceituam liberdade sindical, não só por ser princípio de Direito Coletivo do Trabalho, mas por ser considerado direito fundamental. Octavio Magano enfatiza a tradição de nosso direito que é conceber a liberdade sindical em três dimensões: sindicalização livre, autonomia e pluralidade sindical e a define como sendo “o direito dos trabalhadores e empregadores de não sofrerem interferência nem dos poderes públicos, nem de uns em relação aos outros, no processo de se organizarem, bem como de promoverem interesses próprios ou de grupos que pertençam”. Russomano afirma que a liberdade sindical é uma figura triangular, cujas partes distintas, sindicalização, autonomia sindical e pluralidade sindical, ao se tocarem nas extremidades, formam um triângulo jurídico. Liberdade sindical em relação ao indivíduo Normalmente os autores entendem a liberdade sobre três enfoques, Orlando Gomes e Elson Gottschalk a entendem sobre três aspectos: em relação ao indivíduo, em relação ao grupo e de ambos perante o Estado. Acompanhe as liberdades: 1 - Liberdade de filiar-se a um sindicato; É considerada o aspecto positivo da liberdade de associação. A liberdade de filiar-se sem nenhuma condição, senão de cumprir os estatutos. Não pode haver despedida ou recusa de admissão em razão do indivíduo ser filiado a um sindicato. Também não pode haver cláusula no contrato de trabalho em que o DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 15 empregado se obrigue a não se filiar (este último nos Estados Unidos chamado de Yellow dog contract). 2 - Liberdade de não se filiar a um sindicato; É chamada de aspecto negativo da liberdade sindical. Não pode haver a exigência de filiação a um sindicato para contratação ou manutenção do contrato. Práticas frequentes nos Estados Unidos e na Inglaterra, assim denominadas: • Closed shop exigência de filiação como condição de emprego; • Union shop filiação ao sindicato como condição à continuidade no emprego. - Liberdade de retirar-se de um sindicato; É o complemento lógico das duas primeiras em regime de sindicalismo livre. Liberdade sindical em relação ao grupo: 3 - Liberdade de fundar um sindicato; Deve-se entender sob esse aspecto que se devem minimizar as formalidades para a constituição de um sindicato. Não pode haver formalidades que impliquem, de fato, a negação da liberdade. A publicidade é o máximo exigido. Não pode haver “autorização” para funcionamento. - Liberdade de determinar o quadro sindical na ordem profissional e territorial; O quadro territorial e profissional em que o sindicato é constituído é determinado pelos próprios interessados. Pode ser constituído dentro de uma só profissão ou profissões similares. É permitida a constituição de vários sindicatos dentro de uma profissão ou categoria. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 16 4 - Liberdade de estabelecer relações entre sindicatos para formar agrupações mais amplas; Liberdade de constituir federações e confederações, assim como a elas filiar-se. E de as organizações filiarem-se a organizações internacionais; - Liberdade de fixar regras internas para regular a vida sindical; A liberdade de criarem seus estatutos e para elegerem seus administradores. - Liberdade na relação entre o sindicalizado e o grupo profissional; O sindicato é obrigado a aceitar o pedido de filiação de um membro da profissão? A matéria é controvertida. O sindicato poderá recusar se a decisão for tomada de acordo com os estatutos. Não poderá se a decisão for por discriminação quanto à raça, religião, ideologia, filiação político-partidária. 5 - Liberdade nas relações entre os sindicatos de empregados e de empregadores; Deve haver o reconhecimento e a independência dos sindicatos de empregados em relação aos sindicatos de empregadores. - Liberdade sindical em relação ao Estado; A independência do sindicato em relação ao Estado, o conflito entre a autoridade do Estado e a ação sindical e a integração do Sindicato no Estado são problemas que se relacionam com o mono ou plurisindicalismo, com o sindicato obrigatório, sua representação em face da categoria ou profissão que estudaremos adiante. Liberdade sindical no Brasil A autonomia dos Sindicatos perante o Estado, conforme já dito, sempre sofreu restrições no Brasil. A Constituição de 1988 eliminou o controle político administrativo do Estado sobre os sindicatos quer quanto à sua criação, quer quanto a sua gestão e alargou as prerrogativas de atuação dos sindicatos. Porém manteve: unicidade sindical; representação por categoria DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 17 profissional/econômica; financiamento genérico e compulsório de toda a sua estrutura; poder normativo dos tribunais trabalhistas; representação classista na justiça do trabalho. Unicidade sindical Pluralidade sindical – quando é permitido e efetivamente existe mais de um sindicato de determinada profissão. Na França funciona a pluralidade. Unidade sindical 1 Quando a lei permite a criação de mais de um sindicato por base por profissão, mas efetivamente só existe um. Na unidade não há contrariedade ao princípio da liberdade sindical, já que são os interessados que voluntariamente decidem pela sua adoção. Alemanha e Suécia são exemplos onde o sistema é o da unidade. A Organização Internacional do Trabalho não tomou partido, seja da unidade, seja da pluralidade sindical. No Brasil vigora a unicidade sindical. Unidade sindical 2 Quando a lei obriga a existência de somente um sindicato de determinada exatamente o intervencionismo estatal, onde ossindicatos são constituídos conforme regras estabelecidas pelo poder público, negando o princípio da liberdade de organizarem-se. Ou seja, Sindicato obrigatoriamente único por categoria profissional ou diferenciada em se tratando de trabalhadores e por categoria econômica, em se tratando de empregadores. A base territorial mínima dos sindicatos é o município. Base territorial é a abrangência de representatividade dos trabalhadores ou empregadores. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 18 Atenção A personalidade sindical depende de registro junto ao Ministério do Trabalho. Esse registro visa conferir se não existe outro Sindicato representativo da mesma categoria em certo espaço territorial (base territorial). Entende-se que a exigência do registro por si só não fere a liberdade sindical. Representação por categoria profissional/econômica Representação e filiação são distintas. Pertencer a determinada categoria profissional ou econômica independe da vontade. A representação legal da categoria pelo Sindicato é automática ea incondicional. A filiação é opcional e espontânea. Empregador faz parte da categoria econômica de sua atividade preponderante, em determinada área territorial. Empregado faz parte da categoria profissionais correspondente à categoria econômica de seu empregador. Empregado pode exercer profissão diferenciada (§3º, 511). Nesta hipótese, independente da atividade desenvolvida pelo empregador, pertencerá o empregado, sempre, à sua própria categoria. Quanto à aplicação das normas coletivas, dependerá de o empregador ter participado da negociação coletiva. Conheça sobre Contribuição sindical obrigatória Anteriormente conhecida como imposto sindical está prevista no Artigo 579 da CLT que ainda está em vigor. É compulsória, devida independentemente de filiação, manifestação de vontade ou concordância do trabalhador ou empregador. É devida pelo simples fato de fazer parte de uma determinada categoria profissional ou econômica. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 19 Competência normativa da Justiça do Trabalho Possibilidade dos tribunais trabalhistas criarem normas para determinada categoria, através do julgamento dos dissídios coletivos (sentenças normativas). Existente somente no Brasil é criticada pela doutrina internacional e atualmente pela nacional. POR QUÊ? • Solução do regime fascista que inibe greve e não condiz com a moderna doutrina neoliberal de autocomposição das disputas coletivas. • Desestimula o desenvolvimento de um sindicato autêntico, porque atribui ao Estado a solução dos conflitos que poderia ser realizada somente pelas partes ou com a intervenção de mediadores e árbitros. Representação classista na Justiça do Trabalho Eliminada com a Emenda Constitucional nº 24/1999. Também era vista como resquício do velho sistema corporativista, pois mantinha a representação corporativa no seio do Estado. Convenção 87 da OIT Versando sobre liberdade sindical, a Convenção nº 87 da OIT faz diversas previsões, como segue. Direito de constituir, sem autorização prévia do Estado organizações de sua escolha, bem como o direito de se filiar a essas organizações, sob a única condição de observar seus estatutos. Empregadores e trabalhadores poderão escolher entre a unidade ou a pluralidade sindical. O direito de filiar-se e o de retirar-se do sindicato. Liberdade das organizações de elaborar seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, sem qualquer interferência do Estado. As autoridades públicas devem abster-se de qualquer intervenção que possa limitar esse direito ou entravar seu exercício legal. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 20 As organizações não estão sujeitas à dissolução ou suspensão por via administrativa. As organizações terão o direito de constituir federações e confederações, bem como filiar-se a essas e às organizações internacionais. As organizações para aquisição da personalidade jurídica não poderão estar sujeitas a condições que possam restringir o direito de associação. Atividade proposta Discorra sobre o princípio da autonomia negocial coletiva que sustenta o direito coletivo brasileiro. Chave de resposta: É o princípio que assegura aos grupos sociais o direito de elaborar normas jurídicas que o Estado reconhece; é o direito positivo autoelaborado pelos próprios interlocutores sociais para fixar normas e condições de trabalho aplicáveis ao seu respectivo âmbito de representação. Referências - BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. - CASSAR, Volia Bonfim. Direito do trabalho. Niterói: Impetus, 2013. - DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. - MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2013. - NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. - RUSSOMANO, Mozart Victor. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. - SARAIVA. Renato. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Método, 2013. - SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições de direito do trabalho. Vol. 1. São Paulo: LTr, 2000. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 21 Exercícios de fixação Questão 1 São mecanismos para solução dos conflitos coletivos de trabalho, exceto: a) O dissídio coletivo b) A convenção coletiva de trabalho c) A mediação d) A arbitragem e) A comissão de conciliação prévia Questão 2 São prerrogativas dos sindicatos, exceto: a) Representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida. b) O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. c) Eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal. d) Colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal. e) Para os sindicatos de empregados, a fundação e a manutenção de agências de colocação. Questão 3 Quanto à negociação coletiva, assinale a alternativa correta: a) A negociação coletiva não sofre limitações. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 22 b) As convenções e os acordos coletivos de trabalho não necessitam conter disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos. c) Os empregados e as empresas podem celebrar contratos individuais de trabalho, estabelecendo disposições ou condições que contrariem normas ajustadas em convenção ou acordo coletivo de trabalho. d) Os instrumentos de negociação coletiva somente devem conter cláusulas normativas, ou seja, regras que estabelecem condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência. e) Conforme expressiva corrente doutrinária e jurisprudencial, os dispositivos previstos em instrumentos de negociação coletiva vigoram no prazo assinado, não aderindo de forma definitiva aos contratos individuais de trabalho. Questão 4 Sobre a garantia de emprego ou estabilidade provisória do dirigente sindical é incorreto afirmar que: a) O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.b) Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade do dirigente sindical. c) O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial. d) Em decorrência da aplicação do princípio da liberdade sindical, não há limitação para o número de dirigentes de sindicato portadores de garantia de emprego ou estabilidade provisória. e) O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 23 Questão 5 Analise as proposições abaixo (de I a V) e assinale a alternativa correta, conforme sejam verdadeiras ou falsas: I- a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, que é o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, sendo desnecessário o registro sindical também perante o Ministério do Trabalho e Emprego. II- a similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional. III- a unicidade é exigida apenas para a organização sindical representativa de categoria profissional. IV- a base territorial mínima das entidades sindicais é o distrito municipal. V- é obrigatória a participação dos entes sindicais nas negociações coletivas de trabalho. a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras b) Apenas as proposições I e IV são verdadeiras c) Apenas as proposições II e V são verdadeiras d) Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras e) Apenas as proposições III, IV e V são verdadeiras Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - E Justificativa: A resposta correta é a letra E, pois a CCP é utilizada apenas para conflitos individuais de trabalho. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 24 Questão 2 - C Justificativa: A resposta errada é “Eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal”, pois são os próprios trabalhadores quem deverão eleger seus representantes. Questão 3 - E Justificativa: Conforme expressiva corrente doutrinária e jurisprudencial, os dispositivos previstos em instrumentos de negociação coletiva vigoram no prazo assinado, não aderindo de forma definitiva aos contratos individuais de trabalho, pois mesmo com a atual redação da Súmula 277 do C.TST, eles possuem vigência limitada. Questão 4 - D Justificativa: Eis que o item II da Súmula 369 do C.TST estabelece o número máximo de 7 dirigentes para o referido fim, sendo assim, a resposta incorreta é: Em decorrência da aplicação do princípio da liberdade sindical, não há limitação para o número de dirigentes de sindicato portadores de garantia de emprego ou estabilidade provisória. Questão 5 - C Justificativa: Já que na I o registro é obrigatório no TEM, na III há exigência também para o sindicato patronal e na IV, não existe distrito municipal diante da CRFB/88. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 25 Introdução A organização sinfical brasileira estrutura-se como uma pirâmide, possuindo quatro segmentos. Na base da pirâmide estão os sindicatos, representantes diretos dos trabalhores. A cada cinco sindicatos de uma mesma categoria profissional, com a condição de que representem a maioria dos trabalhadores do setor, pode-se fundar uma Federação, que tem a finalidade de coordenar e aglutinar interesses comuns. As Federações podem ser nacionais ou regionais (ex: Federação de determinado segmento do sul, centro-oeste etc.). A cada três Federações representativas pode-se constituir uma Confederação Nacional, com sede em Brasília. As Centrais Sindicais possuem estrutura diferente das Confederações, Federações e Sindicatos porque não reúnem apenas trabalhadores de um mesmo setor. As centrais são intercategorias. Veja a organização da pirâmide: Simdocatos Federações Confederações Os sindicatos lutam pelos direitos dos trabalhadores em negociações diretas com as empresas, sendo responsáveis, por exemplo, pelos Acordos Coletivos. As Federações traçam a linha ideológica que os sindicatos a ela filiados devem seguir. Por sua vez, as Confederações têm uma atuação semelhante às Centrais Sindicais, entretanto, sua influência limita-se ao seu setor de atuação semelhante às Centrais Sindicais, entretanto, sua influência limita-se ao seu setor de atuação. As Centrais unem sindicatos de diversos segmentos. Elas determinam a linha de atuação a ser seguida pelas entidades filiadas, e possuem mais representatividade junto ao governo. A estrutura dos sindicatos patronais e da Justiça do Trabalho é a mesma, ou seja, também seguem o modelo de pirâmide. Na base estão as Varas do Trabalho (antigas Juntas de DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 26 Conciliação e Julgamento), os TRTs (tribunais Regionais do Trabalho), por Estado ou sub-região, e TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília. Objetivo: 1. Estudar a estrutura sindical brasileira diante da CRFB/88 e da CLT. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 27 Conteúdo Estrutura sindical brasileira A estrutura sindical está estabelecida no Artigo 8º, inciso IV, da CF e no artigo 511 e seguintes da CLT. É chamado sistema confederativo. Não é um sistema hierarquizado, mas de coordenação. Os Artigos 534 e 535 da CLT definem, respectivamente, as Federações e as Confederações. O Artigo 511 da CLT define os Sindicatos. As centrais sindicais não integram o sistema confederativo e foram regulamentadas e definidas pela Lei n° 11.648/2008. No Brasil há o enquadramento sindical por categorias distintas e paralelas. A determinada categoria econômica corresponde determinada categoria profissional. Luciano Martinez, em sua obra Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, coletivas e sindicais do trabalho, cita Ronaldo Mancuso, que esclarece que sob o ponto de vista sociológico e político "Categoria é o conjunto de pessoas que gozam, pela condição comum em que se encontram, da mesma posição com relação aos direitos e deveres políticos". São integrantes da mesma categoria, por exemplo, industriários, comerciários e bancários no segmento dos trabalhadores e os donos da indústria, os comerciantes e os banqueiros, no segmento dos empregadores. Atenção É importante frisar que o enquadramento dos Sindicatos gira, portanto, em torno do princípio que em função da categoria econômica se cria a categoria profissional. Se a empresa possui mais de uma atividade econômica seu enquadramento se dá pela atividade predominante. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 28 Sindicatos Definido no Artigo 511 da CLT, os sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado. Associações formadas pelos sujeitos das relações de trabalho (empregados ou empregadores) para o estudo, a defesa e a coordenação de interesses econômicos e profissionais daqueles que exerçam a mesma atividade ou profissão. Formam-se a partir da inscrição dos seus atos constitutivos no Cartório de Registro Civil e, posteriormente, no Ministério do Trabalho e Emprego, para fins de controle da unicidade sindical. Possuem três órgãos: a diretoria, o conselho fiscal e a assembleia geral. A administração dos sindicatos é exercida pela diretoria e o conselho fiscal, cujos membros são eleitos pela assembleia geral. Entenda sobre base territorial nesse contexto. Base territorial Base territorial é a extensão do território brasileiro sobre a qual o sindicato exerceo poder de representação. A base territorial mínima dos sindicatos é o município. A assembleia geral A assembleia geral é órgão deliberativo. Responsável pela criação da própria entidade sindical e que delibera sobre as mais importantes matérias do sindicato. Elege a diretoria e o conselho fiscal. A assembleia geral submete-se, é claro, às previsões do estatuto. Os sindicatos têm diversas funções, como veremos a seguir. Função de representação É a mais importante, pois, por conta dela, falam em nome da categoria, com o propósito de defender e coordenar seus interesses. Em dois campos de atuação, o extrajudicial e o judicial. Atuam extrajudicialmente perante DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 29 autoridades administrativas. E judicialmente através da representação e substituição processual. Função negocial É a segunda mais relevante função sindical. Visa a produção de direitos suplementares, mais vantajosos, aos previstos em lei. Podem por isso, celebrar acordos e convenções coletivas. Função econômica É vedada atividade econômica, segundo o Artigo 564 da CLT. Função política A CLT vedava atividade política, como se verifica do Artigo 521, porém entende-se que quando atua politicamente está representando os interesses da categoria e também de que a política faz parte da vida social. A própria institucionalização das centrais sindicais evidenciou o papel políticos das entidades sindicais. Função assistencial Diversas previsões na legislação. Federações, confederações e centrais sindicais Federações As Federações são consideradas entidades sindicais de segundo grau. A base territorial equivale no mínimo ao do estado federado. É a associação de cinco ou mais sindicatos que têm como atividade maior coordenar as atividades dos sindicatos a ela filiados. Além de coordenar as atividades, os sindicatos DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 30 associados têm como atribuição celebrar acordos e negociações coletivas quando inexistir sindicato em determinada base territorial. Confederações Também são consideradas entidades sindicais de segundo grau. São associações de âmbito nacional de no mínimo três federações tendo como objetivo organizá-las. Têm sede em Brasília. Outro importante papel dessas entidades é opinar sobre o registro de sindicatos e federações. Centrais sindicais São entidades associativas compostas por organizações sindicais de trabalhadores e têm o objetivo de coordenar a representação operária e participar de negociações em fóruns e colegiados nos quais estejam em discussão interesses dos trabalhadores. Exercem importante papel na sociedade, buscando melhores condições de trabalho. Existem diversas centrais sindicais, de âmbito nacional abrangendo várias categorias e profissões. Embora existam de fato desde o início dos anos 80, a efetiva regulamentação das centrais sindicais ocorreu tão somente em 2008, através da Lei nº 11.648. Registro sindical Não há divergência sobre a necessidade de registro de entidades sindicais. No entanto, quanto à competência para o registro de entidades sindicais, doutrina e jurisprudência apresentam três correntes sobre a correta interpretação do inciso I do Artigo 8 da Constituição Federal de 1988, o qual institui a liberdade sindical. A primeira corrente sustenta a suficiência do registro da entidade sindical no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a segunda entende que basta o registro junto ao Ministério do Trabalho, e a última exige o duplo registro. Consoante já DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 31 visto, os sindicatos são associações sui generis, que não podem simplesmente enquadrar-se como pessoas jurídicas de direito privado. Não se aplica aos sindicatos o Artigo 45 do Novo Código Civil, o qual dispõe que as pessoas jurídicas de direito privado passam a existir a partir da inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. Tal norma destina-se apenas às pessoas jurídicas listadas no Artigo 44, quais sejam, associações, sociedades e fundações. Esta é inclusive a posição do MTE, externada no Artigo 2º da Portaria nº 1.277. Ademais, não existe a distinção, difundida por alguns doutrinadores, entre a aquisição da personalidade jurídica e personalidade sindical. Nos termos das regras que regem o sindicalismo nacional, o nascedouro da entidade sindical deve ser o mesmo tanto para o exercício das prerrogativas privativas previstas no Artigo 513 da CLT, bem como para o exercício de todos os demais atos da vida civil. De outra parte, no sistema sindical brasileiro o registro de sindicatos é imprescindível para a plena vigência da regra da unicidade, elevada a cânone constitucional em 1988. O registro de sindicatos é o meio necessário para efetivação da unicidade sindical. Fiscalização sobre a criação de sindicatos É importante esclarecer que coisa absolutamente diversa da ingerência estatal é o controle da unicidade sindical exercido pelos próprios sindicatos, através do Ministério do Trabalho. Instituída a unicidade sindical, mister se faz que alguém fiscalize a criação de sindicatos, sob pena de total desobediência ao sistema. Neste diapasão, a Portaria nº 343/2000 do MTE, com as modificações incluídas pela Portaria nº 376/2000, estabelece as regras e procedimentos para a efetivação do Registro Sindical. Dispõe o Artigo 4º da indigitada Portaria que o pedido de registro sindical deve ser publicado no Diário Oficial da União. Assim o fazendo, o MTE dá publicidade a todas as demais entidades sindicais já registradas. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 32 Conheça os artigos que envolvem esse assunto. "Artigo 4º A Secretaria de Relações do Trabalho terá o prazo de sessenta dias, a contar da data de protocolo do pedido, para verificar a instrução do processo e publicar o pedido de registro no Diário Oficial da União ou notificar o requerente, mediante Aviso de Recebimento, a cumprir eventuais exigências". Conflito de representação Havendo conflito de representação, a mesma portaria, em seu Artigo 5º, autoriza a apresentação de impugnação, em prazo determinado (30 dias a partir da publicação do pedido), por parte de eventual entidade prejudicada. Dependendo da apreciação da impugnação pelo MTE, constatado ou não o conflito de representação, o registro poderá ser sustado ou conferido. Conheça os artigos que envolvem esse assunto. "Artigo 5º A entidade sindical de mesmo grau, cuja representatividade coincida, no todo ou em parte, com a do requerente, terá o prazo de trinta dias para apresentar impugnação, contado da data da publicação de que trata o caput do artigo anterior. Artigo 6º Findo o prazo a que se refere o Artigo 5º, a Secretaria de Relações do Trabalho terá quinze dias para proceder ao exame de admissibilidade das impugnações apresentadas e submeter ao Ministro de Estado a proposta de decisão. Parágrafo único: O exame de admissibilidade de impugnação restringir-se-á à tempestividade do pedido, à representatividade do impugnante, nos 7 termos do caput do Artigo 5º, à comprovação de Registro no Ministério do Trabalho e Emprego e de recolhimento do valor relativo ao custo da publicação, não cabendo a este Ministério analisar ou intervir sobre a conveniência ou oportunidade do desmembramento, desfiliação, dissociação ou situações assemelhadas". DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 33 Decisão do MTE A decisão do MTE deve ser proferida nos limites da sua competência constitucional, garantindo a unicidade sem ofender a liberdade sindical. Dessa forma, o registro perante o MTE não se configura em interferência estatal. O Estado apenas autoriza os próprios sindicatos a defender eventual violação à unicidade sindical. Consagrando as posições expostas, a mais alta corte do país entende,de forma uníssona, que o MTE é o órgão competente para proceder ao registro de entidades sindicais. A defesa da unicidade sindical é o argumento no qual sustentam-se as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. Ao editar a súmula nº 677 de sua jurisprudência majoritária, o Colendo STF praticamente encerrou a discussão: "677 - Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade". Atenção A Solicitação de Registro Sindical (para as entidades de primeiro grau - sindicatos) é regida pela Portaria MTE nº 326/2013 de 1º de março de 2013. Para as entidades de grau superior (Federações e Confederações) essas continuam a serem regidas pela Portaria MTE nº 186/2008. Para solicitar seu registro sindical, a entidade deve possuir um certificado digital. Após, deve-se selecionar na caixa "Solicitação de Registro Sindical", o grau da entidade a qual se deseja fazer o pedido. Uma entidade só pode iniciar uma Solicitação de Registro Sindical se ela possuir um número de CNPJ com situação ATIVA junto à Receita Federal. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 34 Formulário O formulário eletrônico é dividido em cinco partes: Dados Cadastrais Informações sobre os dados de localização da entidade, tais como endereço, telefones, sítio na Internet e endereço eletrônico (e-mail). Base Territorial Informações sobre a abrangência de atuação da entidade. Esses dados devem corresponder à abrangência declarada no Estatuto Social. Classificação Informações sobre a denominação e a categoria que a entidade deseja representar. Esses dados devem corresponder exatamente às informações declaradas no Estatuto Social. A denominação não deve ser abreviada e a descrição da categoria não deve conter expressões como: "semelhantes", "anexos", "assemelhados”, "conexos", "congêneres", "correlatas", "similares", "afins", "e outros", "em geral" etc. Dirigentes Informações sobre os membros dirigentes e suas respectivas funções, bem como período de vigência do mandato. Para o preenchimento dessas informações é exigido que o CPF dos dirigentes esteja com a situação regular junto à Receita Federal. Resumo Em uma única página são apresentadas todas as informações consolidadas que foram declaradas nas abas anteriores. Antes de transmitir a solicitação, a entidade deve confirmar se todas as informações estão corretas. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 35 Natureza jurídica do sindicato A discussão sobre o registro de entidades sindicais há que ser precedida por matéria das mais tormentosas, qual seja, a definição da natureza jurídica dos sindicatos. A natureza jurídica dos sindicatos depende do sistema sindical em que estão inseridos, sendo classificados frente a três teorias principais. A primeira define o sindicato como ente de direito privado, pois se trata de uma associação de pessoas para a defesa de seus interesses pessoais. Segundo essa corrente, os sindicatos seriam disciplinados pelas regras gerais pertinentes a esse setor do direito. Essa teoria conta com muitos defensores na doutrina nacional, dentre os quais, Russomano, Catharino, Waldemar Ferreira, Segadas Vianna, Délio Maranhão, Orlando Gomes e Élson Gottschalk. Para a segunda, o sindicato é ente de direito público, sendo praticamente um apêndice do Estado. Por essa teoria, os interesses do sindicato confundem-se com os próprios interesses peculiares do Estado. Conforme ensina Amauri Nascaro, após a inscrição do princípio da liberdade sindical na Carta Magna de 1988, restaram poucos adeptos a essa teoria na doutrina nacional. Em geral, o sindicato tem a natureza de pessoa jurídica de direito público apenas nos regimes totalitários. Por fim, a terceira posição é a do sindicato como pessoa jurídica de direito social. Um de seus grandes expoentes na doutrina nacional é Cesarino Júnior, para quem o sindicato é um ente que não se pode classificar exatamente nem entre as pessoas jurídicas de direito privado nem entre pessoas jurídicas de direito público. Sindicatos no gênero pessoa jurídica Enquadrando os sindicatos no gênero pessoa jurídica de direito privado, necessariamente deveríamos classificá-los como associações civis. Com todo o DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 36 respeito aos que comungam dessa posição, não há como confundir os sindicatos com tais entidades. A principal e fundamental diferença entre sindicatos e associações civis é que essas representam apenas seus associados, enquanto aqueles representam toda a categoria, independente de associação. Outro aspecto relevante para a caracterização da distinção é a receita do sindicato, que através da contribuição sindical, é compulsória. Recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego, ao editar a Portaria nº 1.277, reforçou o entendimento de que entre sindicatos e associações existe uma oceânica distinção. Dispõe o Artigo 2º da indigitada Portaria que: "Artigo 2º As entidades sindicais registradas no Ministério do Trabalho e Emprego não estão obrigadas a promover em seus estatutos as adaptações a que se refere o Artigo 2.031 da Lei nº 10.406 de 2002" (Novo Código Civil). Assim, mais uma distinção salta-se aos olhos, pois as regras destinadas às associações civis não se aplicam aos sindicatos, os quais têm diplomas legais específicos (CLT, Convenções OIT, Constituição Federal). Frise-se que dentre as considerações que motivaram a edição da supra citada Portaria, o MTE expressamente prescreveu: "Considerando a existência na legislação trabalhista de normas específicas concernentes à organização sindical, dispostas no Título V do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (CLT). Considerando, finalmente, a singularidade do sindicato como ente associativo, de outra parte, ante à inequívoca vigência do princípio da liberdade, defender a natureza pública do sindicato é apelar ao nonsense. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 37 Atividade proposta Comente sobre a diferença entre acordo coletivo de trabalho e convenção coletiva de trabalho, indicando a competência das centrais sindicais para a celebração destas normas coletivas. Chave de resposta: O Acordo Coletivo do Trabalho é o acordo de caráter normativo assinado entre o sindicato representativo da categoria profissional e uma ou mais empresas para estipularem condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. A Lei 11.648/08 reconheceu as centrais sindicais como entidades associativas de direito privado, dotadas de personalidade sindical, contudo sem a possibilidade de celebrar acordos e convenções coletivas. Referências BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. CASSAR, Volia Bonfim. Direito do trabalho. Niterói: Impetus, 2013. DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2013. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. RUSSOMANO, Mozart Victor. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. SARAIVA. Renato. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Método, 2013. SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições de direito do trabalho. Vol. 1. São Paulo: LTr, 2000. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 38 Exercícios de fixação Questão 1 Apesar de serem figuras presentes na estrutura sindical brasileira há vários anos, as centrais sindicais somente foram reconhecidas efetivamente pela legislação trabalhista a partir de março de 2008. Com isso, houve alteraçõesde dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho. Com base nessas inovações, assinale a alternativa CORRETA: a) As centrais sindicais, no caso de inexistência de sindicato, federação e confederação representantes de determinada categoria, poderão assumir as negociações coletivas, beneficiando-se integralmente da contribuição sindical recolhida pelos empregados daquela categoria. b) As centrais sindicais indicarão ao Ministério do Trabalho e Emprego quais os sindicatos que lhes são filiados, para que possam ser beneficiárias de 30% (trinta por cento) do valor recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores pertencentes às categorias representadas pelos sindicatos por elas indicados. c) As centrais sindicais passaram a ser beneficiárias de 10% (dez por cento) do valor recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores pertencentes às categorias representadas pelos sindicatos que lhes são filiados, uma vez que foi extinto o repasse do percentual destinado para a 'Conta Especial Emprego e Salário. d) O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a central sindical a que estiver filiado como beneficiária da respectiva contribuição sindical, para fins de destinação de 10% (dez por cento) do valor recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores pertencentes à categoria representada por tal sindicato. e) O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a central sindical a que estiver filiado como beneficiária da respectiva contribuição sindical. Isso se faz necessário porque o valor recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores pertencentes à categoria representada por tal sindicato deverá ser rateado da seguinte forma: 5% (cinco por cento) para a central sindical, DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 39 10% (dez por cento) para a confederação correspondente, 15% (quinze por cento) para a federação, 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo e 10% (dez por cento) para a 'Conta Especial Emprego e Salário. Questão 2 Assinale a opção incorreta a respeito da estrutura sindical brasileira. a) É possível a criação de mais de um sindicato representativo de uma mesma categoria, em idêntica base territorial. b) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. c) O Ministério do Trabalho e Emprego detém a competência para o registro das entidades sindicais, devendo utilizar seu poder discricionário para fazê-lo. d) As confederações sindicais detêm legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade. Questão 3 Para o Direito Coletivo do Trabalho são consideradas formas de heterocomposição dos conflitos coletivos: a) A mediação, a convenção coletiva e o dissídio coletivo. b) A convenção coletiva, o acordo coletivo e o dissídio coletivo. c) A arbitragem, a mediação e a convenção coletiva. d) A mediação, a arbitragem e o dissídio coletivo. e) A arbitragem, o dissídio coletivo e o acordo coletivo. Questão 4 São considerados princípios específicos de Direito Coletivo do Trabalho, exceto: a) Princípio da liberdade de associação. b) Princípio da autonomia sindical. c) Princípio do desnível dos contratantes coletivos. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 40 d) Princípio da interveniência sindical na negociação coletiva. e) Princípio da lealdade e transparência da negociação coletiva. Questão 5 Acerca do instituto da negociação coletiva de trabalho, assinale a opção incorreta. a) O acordo ou a convenção coletiva de trabalho firmados com o sindicato representativo da categoria profissional podem estabelecer regime de compensação de jornada. b) É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. c) É assegurada a irredutibilidade de salários, salvo negociação coletiva. d) Mediante a negociação coletiva, é possível a flexibilização das regras legais aplicáveis à medicina do trabalho. Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - D Justificativa: Segundo o Artigo 589, II, b) da CLT. Questão 2 - A Justificativa: Em face do princípios da unicidade sindical brasileira. Questão 3 - D Justificativa: Uma vez que conforme doutrina dominante, a exemplo de Amauri Mascaro Nascimento, “Curso de Direito do Trabalho”, Ed. Saraiva, 24ª Ed., p. 1359/1364. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 41 Questão 4 - C Justificativa: Com base em doutrina dominante – Maurício Godinho Delgado – Curso de Direito do Trabalho – 9ª Ed. – pág. 1214/1226. Questão 5 - D Justificativa: Pois as regras de Segurança e Saúde do Trabalhador são inflexíveis. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 42 Introdução É livre a associação profissional ou sindical, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical. Proíbe-se a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representando categoria profissional ou econômica na mesma base territorial. É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. Ninguém é obrigado a filiar-se ou se manter filiado a um sindicato (Artigo 8º da Constituição Federal). As associações, para serem reconhecidas como sindicatos, deverão ter como requisitos: a) reunião de ⅓ no mínimo, de empresas legalmente constituídas, sob a forma individual ou de sociedade, se se tratar de associação de empregadores; ou ⅓ dos que integram a mesma categoria ou exerçam a mesma profissão liberal, se se tratar de associação de empregados ou de trabalhadores ou agentes autônomos ou de profissão liberal; b) duração de três anos para o mandato de diretoria; c) exercício do cargo de presidente e dos demais cargos de administração por brasileiros. O ministro do Trabalho poderá, excepcionalmente, reconhecer como sindicato a associação cujo número de associados seja inferior ao terço já referido. Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de determinadas categorias ou profissões, o Ministro do Trabalho poderá autorizar o reconhecimento dos sindicatos nacionais. O pedido de reconhecimento será dirigido ao Ministro do Trabalho instruído com exemplar ou cópia autenticada DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 43 dos estatutos da associação. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída, no máximo, de sete e, no mínimo, de três membros e de um conselho fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela assembleia geral (Artigos 515, 517 e 522 da CLT). Objetivo: 1. Estudar a organização interna dos entes sindicais. DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 44 Conteúdo O Artigo 9 O Artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho fulmina de nulidade qualquer ato que vise a elidir a aplicabilidade de suas normas, ao dizer: serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Ora, um dos preceitos contidos na CLT é o da unicidade sindical, explicitado em seu Artigo 516, que dispõe: “Não será reconhecido mais de um sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma dada base territorial”. A Constituição Federal o recepciona no Inciso II de seu Artigo 8º, com a seguinte redação: “é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores
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