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Apostila_Direito_e_processo_coletivo_do_trabalho

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DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 6 
Aula 1: Direito coletivo do trabalho .............................................................................................. 8 
 ............................................................................................................................. 8 Introdução
 ................................................................................................................................ 9 Conteúdo
Aspectos históricos ........................................................................................................... 9 
Revolução Industrial .......................................................................................................... 9 
Revolução Francesa ........................................................................................................ 10 
Brasil ................................................................................................................................... 10 
Revolução Econômica no Brasil ................................................................................... 11 
Surgimento do primeiro sindicato Brasileiro.............................................................. 11 
Direitos ............................................................................................................................... 12 
Princípios ........................................................................................................................... 12 
Liberdade sindical ............................................................................................................ 14 
Liberdade sindical em relação ao indivíduo ............................................................... 14 
Liberdade sindical no Brasil ........................................................................................... 16 
Unicidade sindical ............................................................................................................ 17 
Representação por categoria profissional/econômica ............................................. 18 
Competência normativa da Justiça do Trabalho ...................................................... 19 
Convenção 87 da OIT ..................................................................................................... 19 
Atividade proposta .......................................................................................................... 20 
........................................................................................................................... 20 Referências
 ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 
 ..................................................................................................................................... 23 Aula 1
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 
Aula 2: Estrutura sindical brasileira ............................................................................................. 25 
 ........................................................................................................................... 25 Introdução
 .............................................................................................................................. 27 Conteúdo
Estrutura sindical brasileira ............................................................................................ 27 
Sindicatos .......................................................................................................................... 28 
A assembleia geral ........................................................................................................... 28 
Federações, confederações e centrais sindicais ........................................................ 29 
Registro sindical ............................................................................................................... 30 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 2 
Fiscalização sobre a criação de sindicatos ................................................................. 31 
Conflito de representação ............................................................................................. 32 
Decisão do MTE ............................................................................................................... 33 
Formulário ......................................................................................................................... 34 
Natureza jurídica do sindicato ...................................................................................... 35 
Sindicatos no gênero pessoa jurídica .......................................................................... 35 
Atividade proposta .......................................................................................................... 37 
........................................................................................................................... 37 Referências
 ......................................................................................................... 38 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 40 
 ..................................................................................................................................... 40 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 40 
Aula 3: Administração de entidades sindicais ............................................................................. 42 
 ........................................................................................................................... 42 Introdução
 .............................................................................................................................. 44 Conteúdo
O Artigo 9 .......................................................................................................................... 44 
A organização sindical da CLT ...................................................................................... 45 
Os princípios do ordenamento jurídico ...................................................................... 45 
O princípio da razoabilidade ......................................................................................... 46 
A responsabilidade do magistrado ............................................................................... 47 
A liberdade sindical ......................................................................................................... 48 
Atividade proposta .......................................................................................................... 56 
........................................................................................................................... 56 Referências
 ......................................................................................................... 57 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 61 
 ..................................................................................................................................... 61 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 61 
Aula 4: Contribuições sindicais ....................................................................................................63 
 ........................................................................................................................... 63 Introdução
 .............................................................................................................................. 65 Conteúdo
Conceito de sindicato ..................................................................................................... 65 
Funções dos sindicatos .................................................................................................. 66 
Função econômica .......................................................................................................... 67 
Função política ................................................................................................................. 68 
Função ética ..................................................................................................................... 70 
A função de representação ............................................................................................ 70 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 3 
Função negocial ou regulamentar ............................................................................... 71 
A natureza política da energia ...................................................................................... 73 
Função de arrecadação .................................................................................................. 74 
Receitas sindicais ............................................................................................................. 74 
Contribuição sindical ...................................................................................................... 74 
Mensalidade sindical ....................................................................................................... 77 
Atividade proposta .......................................................................................................... 79 
........................................................................................................................... 80 Referências
 ......................................................................................................... 80 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 83 
 ..................................................................................................................................... 83 Aula 4
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 83 
Aula 5: Negociação coletiva ........................................................................................................ 85 
 ........................................................................................................................... 85 Introdução
 .............................................................................................................................. 87 Conteúdo
Conflitos coletivos e soluções ....................................................................................... 87 
Grandes transformações ................................................................................................ 88 
Solução de conflito .......................................................................................................... 89 
Autotutela .......................................................................................................................... 90 
Mecanismo de autotutela .............................................................................................. 91 
Greve .................................................................................................................................. 91 
Autocompositivos (negociação direta e mediação) ................................................. 92 
Autocompositivos (princípios) ...................................................................................... 94 
Heterocompositivos (arbitragem e jurisdição do Estado) ....................................... 98 
Natureza jurídica da arbitragem ................................................................................... 99 
Classificação da arbitragem ......................................................................................... 100 
Heterocompositivos (arbitragem e jurisdição do Estado) ..................................... 101 
......................................................................................................................... 103 Referências
 ....................................................................................................... 103 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 106 
 ................................................................................................................................... 106 Aula 5
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 106 
Aula 6: Acordo e convenção coletiva de trabalho..................................................................... 108 
 ......................................................................................................................... 108 Introdução
 ............................................................................................................................ 109 Conteúdo
Autonomia privada coletiva ........................................................................................ 109 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 4 
Conceito .......................................................................................................................... 109 
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 110 
Divisão.............................................................................................................................. 110 
Limites .............................................................................................................................. 111 
Negociação coletiva - Conceito ................................................................................. 111 
Da alegação de urgência .............................................................................................. 112 
Negociação coletiva - Funções .................................................................................. 113 
Níveis da Negociação coletiva .................................................................................... 114 
Convenções e acordos coletivos de trabalho .......................................................... 114 
Acordo Coletivo de Trabalho ...................................................................................... 115 
Acordo Coletivo de Trabalho ...................................................................................... 116 
Natureza jurídica da norma coletiva .......................................................................... 117 
Aplicação das normas coletivas .................................................................................. 118 
Cláusulas obrigacionais e normativas das normas coletivas ................................ 119 
Cláusulas típicas e atípicas ........................................................................................... 120 
Condições de validade das normas coletivas .......................................................... 123 
Descumprimento das normas coletivas .................................................................... 124 
......................................................................................................................... 126 Referências
 .......................................................................................................126 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 129 
 ................................................................................................................................... 129 Aula 6
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 129 
Aula 7: Greve e louckout no direito brasileiro .......................................................................... 131 
 ......................................................................................................................... 131 Introdução
 ............................................................................................................................ 133 Conteúdo
Conceito .......................................................................................................................... 133 
Classificando os dissídios coletivos ............................................................................ 133 
Pressupostos processuais e condições da ação coletiva ....................................... 134 
Mas, a quem compete apreciar o dissídio coletivo? ............................................... 134 
Legitimação .................................................................................................................... 135 
Para entender melhor os processos .......................................................................... 136 
No que diz respeito ao dissídio jurídico de greve... ................................................ 137 
Interesse processual ...................................................................................................... 137 
Agora, vamos conhecer algumas definições importantes .................................... 138 
Natureza da ação ........................................................................................................... 139 
Negociação Prévia ......................................................................................................... 141 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 5 
Procedimento ................................................................................................................. 142 
Agora, conheça os princípios que orientam o dissídio coletivo .......................... 143 
Recursos em dissídio coletivo ..................................................................................... 143 
Ação de Cumprimento da norma coletiva ............................................................... 144 
......................................................................................................................... 144 Referências
 ....................................................................................................... 144 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 149 
 ................................................................................................................................... 149 Aula 7
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 149 
Aula 8: Dissídios coletivos de trabalho ...................................................................................... 150 
 ......................................................................................................................... 150 Introdução
 ............................................................................................................................ 152 Conteúdo
O direito de greve .......................................................................................................... 152 
O que greve representa para o Ordenamento Jurídico? ....................................... 152 
Os tipos de greve ........................................................................................................... 153 
A evolução do termo “greve” ...................................................................................... 154 
A greve e o direito do trabalho ................................................................................... 154 
A greve nos moldes da lei ............................................................................................ 155 
O direito constitucional da greve ............................................................................... 156 
Algumas considerações importantes ........................................................................ 157 
Restrições do direto ao exercício de greve............................................................... 158 
Detalhamentos ............................................................................................................... 159 
Requisitos impostos pela lei ........................................................................................ 161 
Compreendendo melhor a Lei nº 7.893/1989 .......................................................... 162 
Observações importantes ............................................................................................ 164 
......................................................................................................................... 168 Referências
 ....................................................................................................... 168 Exercícios de fixação
Chaves de resposta ................................................................................................................... 171 
 ................................................................................................................................... 171 Aula 8
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 171 
Conteudista ............................................................................................................................... 173 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 6 
 
Diversas denominações são empregadas a esta parte do Direito do Trabalho 
exposta no título da disciplina. Entre elas, estão: Direito Coletivo do Trabalho, 
Direito Sindical e Direito Corporativo. 
 
O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia. Trata-se de um segmento 
do Direito do Trabalho, que, por sua vez, divide-se em: Direito Individual do 
Trabalho – que trata das relações entre trabalhadores e empregadores 
considerados individualmente – e Direito Coletivo do Trabalho – que trata das 
organizações coletivas de trabalhadores e empregadores. 
 
Esse segmento regula, portanto, a organização sindical, a negociação coletiva, 
os instrumentos normativos dela decorrentes, e a representação dos 
trabalhadores na empresa e a greve. 
 
Seria, na verdade, um complexo de institutos, de princípios e de regras jurídicas 
que sustentam as relações laborais de empregados e empregadores e de outros 
grupos jurídicos normativamente especificados, considerando sua atuação 
coletiva realizada de forma autônoma ou através das respectivas entidades 
sindicais. 
 
Nesta disciplina, estudaremos os conceitos traduzidos pela doutrina dentro de 
uma conotação histórica e legal do instituto para, depois, analisarmos a 
caracterização jurídica dessa modalidade bem como as críticas quanto à 
morfologia utilizada pelo mercado de trabalho. 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 7 
Por fim, analisaremos a parte processual quanto a seus institutos, a sua 
autonomia, doutrina e lei – principalmente com relação a seus procedimentos 
especiais –, visando à proteção do bem coletivo trabalhista das categorias. 
 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Conceituar a natureza jurídica do Direito Coletivo e do Direito Processual do 
Trabalho; 
2. Definir as diversas modalidades existentesno ordenamento legal brasileiro; 
3. Analisar todos os institutos jurídicos referentes à parte processual do Direito 
Coletivo do Trabalho. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 8 
Introdução 
São empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho 
que estudaremos: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito 
Corporativo. O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia, é um 
segmento do Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho está dividido em dois 
segmentos: o Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre 
trabalhadores e empregadores individualmente considerados e o Direito 
Coletivo do Trabalho que trata das organizações coletivas de trabalhadores e 
empregadores. 
 
Dessa forma, poderíamos definir o Direito Coletivo do Trabalho como um 
segmento do Direito do Trabalho que regula a organização sindical, a 
negociação coletiva, os instrumentos normativos decorrentes, a representação 
dos trabalhadores na empresa e a greve. 
 
Seria, na verdade, um complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que 
regulam as relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos 
jurídicos normativamente especificados, considerada sua atuação coletiva 
realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais. 
 
Iremos estudar os conceitos traduzidos pela doutrina dentro de uma conotação 
histórica e legal do instituto para depois analisarmos a caracterização jurídica 
desta modalidade, assim como as críticas quanto à morfologia utilizada pelo 
mercado de trabalho. 
 
Objetivo: 
1. Conceituar a natureza jurídica do direito coletivo do trabalho. 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 9 
Conteúdo 
Aspectos históricos 
Deve-se considerar que o sindicato e o movimento social que lhe é próprio, o 
sindicalismo, são produtos da sociedade capitalista. Assim, mesmo que se 
investigue a existência de associações entre seres humanos ao longo da 
história, sempre existirão diferenças fundamentais perante os atuais sindicatos. 
Jamais houve na história um sistema econômico e social em que a relação de 
emprego ocupe papel tão central na produção, como vem ocorrendo nos 
últimos dois ou três séculos. 
 
Na Idade Média existiam as corporações de ofício que eram associações de 
pessoas do mesmo ofício. Nelas havia uma divisão hierárquica entre mestres, 
companheiros e aprendizes. Os mestres determinavam tudo e havia um 
monopólio de fabricação, venda e regulamentação dos produtos. 
 
Há certa semelhança com os sindicatos modernos, pois há um interesse do 
grupo, mas dirigiam-se contra o consumidor e não contra a outra parte do 
contrato como ocorre hoje. Houve, em certo momento, revolta dos 
companheiros descontentes com o que era imposto pelos mestres. Mas eram 
movimentos esporádicos, protestos de pequenos grupos, não constituíam um 
movimento de massa de protesto entre capital e trabalho. 
 
Revolução Industrial 
Na Revolução Industrial, com o agrupamento de homens em massa em torno 
da máquina, a consciência dos operários sobre a comunhão de seus interesses 
começou a despertar, surgindo assim o movimento operário moderno do 
sindicalismo. 
 
Diz-se que o início do sindicalismo deu-se na Inglaterra em 1720, quando se 
formaram as primeiras associações de trabalhadores para reivindicar melhores 
condições de trabalho. E não poderia ser diferente, pois a Inglaterra é o berço 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 10 
do capitalismo. Mas não havia ambiente propício à vida associacionista, pois 
dominava a filosofia do individualismo e do liberalismo econômico. 
 
Revolução Francesa 
A Revolução Francesa, por exemplo, ao mesmo tempo em que suprimiu as 
corporações de ofício, não reconhecia o direito de associação (coalizão). O 
direito de associação propriamente dito foi conquistado na Inglaterra em 1871 
e na França em 1884, assinalando o início da liberdade sindical. 
 
Mas os sindicatos independentes em face do Estado encontram resistência nos 
governos autoritários e nas chamadas democracias populares. Algumas décadas 
após, em 1919 no Tratado de Versalhes, com a criação da Organização 
Internacional do Trabalho em 1919 e suas Convenções 87 de 1948 e 98 
de 1949, a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, os 
direitos de livre associação e sindicalização tornaram-se sedimentados na 
cultura jurídica ocidental. 
 
Brasil 
Enquanto na Europa existiam as corporações de ofício, as imensas áreas 
brasileiras eram descobertas com o aprisionamento dos índios e com a busca 
de escravos negros na África. 
 
Com a outorga da Constituição Imperial (1824), dois anos após a 
independência lia-se no seu texto: “Ficam abolidas as corporações de ofício, 
seus juízes e mestres”. Corporações essas que nunca existiram no Brasil, diante 
do regime de trabalho escravagista. 
 
Com a Lei do Ventre Livre (1871) e com a Abolição da Escravatura (1888) 
surgiram condições para a formação do Direito Coletivo no Brasil, enquanto na 
Europa já se reconhecia a liberdade sindical. Economia no Brasil, era 
essencialmente agrícola. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 11 
Revolução Econômica no Brasil 
A nossa Revolução Econômica marcou o seu início com o progresso industrial 
verificado no primeiro triênio da 1ª Guerra Mundial. Tal como na Europa e em 
toda a parte a criação das primeiras associações profissionais decorre do 
industrialismo moderno. 
 
As primeiras Confederações de Trabalhadores surgiram no Brasil em 1920, a 
Confederação Geral dos Trabalhadores e posteriormente, se opondo, a 
Confederação Nacional do Trabalho. 
 
Após a Revolução Liberal de 1930 começou a surgir no Brasil uma filosofia de 
Estado intervencionista, sujeitando o Sindicato ao Estado, suprimindo-lhe a 
autonomia. 
 
Surgimento do primeiro sindicato Brasileiro 
Seguiu-se então o sindicato único, com funções públicas delegadas pelo Estado, 
representando os interesses da categoria de produção. Estipulava contratos 
coletivos de trabalho obrigatório para todos os associados. Impunha 
contribuições por lei e não só aos associados, mas a todos os membros da 
profissão representada. 
 
No final dos anos 1970, os sindicatos começaram a desafiar as leis existentes, 
realizando-se greve em São Bernardo do Campo por reajustes salariais. O 
regime militar ainda vigente na época respondeu ao movimento com dureza. 
 
Em 1988, após 20 anos de ditadura militar, A Constituição Federal trouxe a 
declaração da liberdade de associação profissional, não podendo a lei exigir 
autorização do Estado para seu funcionamento, ressalvando o registro no órgão 
competente. Estabelece a regra da unicidade sindical entre outras disposições 
que serão estudadas posteriormente. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 12 
Direitos 
São empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho 
que estudaremos: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito 
Corporativo. 
 
O Direito Coletivo do Trabalho não tem autonomia, sendo um segmento do 
Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho está dividido em dois segmentos: o 
Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre trabalhadores e 
empregadores individualmente considerados e o Direito Coletivo do trabalho, 
que trata das organizações coletivas de trabalhadores e empregadores. 
 
1 - Gustavo Garcia assim o conceitua: “Segmento do direito do trabalho que 
regula a organização sindical, a negociação coletiva, os instrumentos 
normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a 
greve”. 
 
2 - Amauri Mascaro Nascimento entende o Direito Coletivo do Trabalho como: 
“Ramo do direito do trabalho que tem por objetivo o estudo das normas e das 
relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical”. 
 
3- Maurício Godinho Delgado tem como conceito: “Complexo de institutos, 
princípios e regras jurídicas que regulamas relações laborais de empregados e 
empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, 
considerada sua atuação coletiva realizada autonomamente ou através das 
respectivas entidades sindicais”. 
 
Princípios 
Muito embora não seja disciplina autônoma, o Direito Coletivo do Trabalho tem 
princípios próprios. Conheça-os: 
 
Liberdade sindical 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 13 
Deriva de um princípio mais amplo que é o da liberdade de associação. Artigo 
5º, incisos XVII e XX, e Artigo 8º, inciso V, ambos da Constituição Federal. Tem 
várias dimensões: em relação ao indivíduo, em relação ao grupo e de ambos 
perante o Estado. Tendo em vista a importância do tema para o Direito Coletivo 
do Trabalho, o aprofundaremos posteriormente no capítulo 4. 
 
Autonomia Coletiva dos Particulares 
 
Entre a autonomia individual e a autonomia pública há a autonomia coletiva, 
que é a autonomia entre os grupos intermediários, o indivíduo e o Estado. 
Reconhecendo os grupos intermediários e o direito de associação, o Estado 
reconhece também o direito dos grupos de regular os próprios interesses. A 
autonomia não é o mesmo que soberania, que pertence somente ao Estado. 
Corresponde a: 
 
Autonomia organizativa - resulta da autonomia do sindicato de elaborar 
seus próprios estatutos. 
 
Autonomia administrativa - direito do sindicato de eleger a sua diretoria e 
exercer a própria administração. 
 
Autonomia negocial - poder que se confere aos entes sindicais de criarem 
normas a serem aplicadas as relações trabalhistas – acordos e convenções 
coletivas (fontes formais de direito do trabalho). 
 
Autotutela - o reconhecimento de que os sindicatos devem ter meios de luta 
para a solução dos conflitos, previstos nos termos da lei, como a greve. 
 
Adequação setorial negociada 
 
É o limite jurídico da norma coletiva, que só pode estabelecer normas coletivas 
com direitos mais benéficos ao trabalhador (princípio de direito individual do 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 14 
trabalho da proteção/aplicação da norma mais favorável). Somente quando a 
Constituição Federal autorizar é que se poderão estabelecer normas 
desfavoráveis. 
 
Liberdade sindical 
Diversos autores conceituam liberdade sindical, não só por ser princípio de 
Direito Coletivo do Trabalho, mas por ser considerado direito fundamental. 
 
Octavio Magano enfatiza a tradição de nosso direito que é conceber a liberdade 
sindical em três dimensões: sindicalização livre, autonomia e pluralidade 
sindical e a define como sendo “o direito dos trabalhadores e 
empregadores de não sofrerem interferência nem dos poderes 
públicos, nem de uns em relação aos outros, no processo de se 
organizarem, bem como de promoverem interesses próprios ou de 
grupos que pertençam”. 
 
Russomano afirma que a liberdade sindical é uma figura triangular, cujas partes 
distintas, sindicalização, autonomia sindical e pluralidade sindical, ao se 
tocarem nas extremidades, formam um triângulo jurídico. 
 
Liberdade sindical em relação ao indivíduo 
Normalmente os autores entendem a liberdade sobre três enfoques, Orlando 
Gomes e Elson Gottschalk a entendem sobre três aspectos: em relação ao 
indivíduo, em relação ao grupo e de ambos perante o Estado. 
 
Acompanhe as liberdades: 
 
1 - Liberdade de filiar-se a um sindicato; 
É considerada o aspecto positivo da liberdade de associação. A liberdade de 
filiar-se sem nenhuma condição, senão de cumprir os estatutos. Não pode 
haver despedida ou recusa de admissão em razão do indivíduo ser filiado a um 
sindicato. Também não pode haver cláusula no contrato de trabalho em que o 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 15 
empregado se obrigue a não se filiar (este último nos Estados Unidos chamado 
de Yellow dog contract). 
 
2 - Liberdade de não se filiar a um sindicato; 
É chamada de aspecto negativo da liberdade sindical. Não pode haver a 
exigência de filiação a um sindicato para contratação ou manutenção do 
contrato. Práticas frequentes nos Estados Unidos e na Inglaterra, assim 
denominadas: 
 
• Closed shop exigência de filiação como condição de emprego; 
 
• Union shop filiação ao sindicato como condição à continuidade no emprego. 
 
- Liberdade de retirar-se de um sindicato; 
É o complemento lógico das duas primeiras em regime de sindicalismo livre. 
Liberdade sindical em relação ao grupo: 
 
3 - Liberdade de fundar um sindicato; 
Deve-se entender sob esse aspecto que se devem minimizar as formalidades 
para a constituição de um sindicato. Não pode haver formalidades que 
impliquem, de fato, a negação da liberdade. 
 
A publicidade é o máximo exigido. Não pode haver “autorização” para 
funcionamento. 
 
- Liberdade de determinar o quadro sindical na ordem profissional e 
territorial; O quadro territorial e profissional em que o sindicato é constituído 
é determinado pelos próprios interessados. Pode ser constituído dentro de uma 
só profissão ou profissões similares. É permitida a constituição de vários 
sindicatos dentro de uma profissão ou categoria. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 16 
4 - Liberdade de estabelecer relações entre sindicatos para formar 
agrupações mais amplas; Liberdade de constituir federações e 
confederações, assim como a elas filiar-se. E de as organizações filiarem-se a 
organizações internacionais; 
 
- Liberdade de fixar regras internas para regular a vida sindical; 
A liberdade de criarem seus estatutos e para elegerem seus administradores. 
 
- Liberdade na relação entre o sindicalizado e o grupo profissional; 
O sindicato é obrigado a aceitar o pedido de filiação de um membro da 
profissão? A matéria é controvertida. O sindicato poderá recusar se a decisão 
for tomada de acordo com os estatutos. Não poderá se a decisão for por 
discriminação quanto à raça, religião, ideologia, filiação político-partidária. 
 
5 - Liberdade nas relações entre os sindicatos de empregados e de 
empregadores; 
Deve haver o reconhecimento e a independência dos sindicatos de empregados 
em relação aos sindicatos de empregadores. 
 
- Liberdade sindical em relação ao Estado; 
A independência do sindicato em relação ao Estado, o conflito entre a 
autoridade do Estado e a ação sindical e a integração do Sindicato no Estado 
são problemas que se relacionam com o mono ou plurisindicalismo, com o 
sindicato obrigatório, sua representação em face da categoria ou profissão que 
estudaremos adiante. 
 
Liberdade sindical no Brasil 
A autonomia dos Sindicatos perante o Estado, conforme já dito, sempre sofreu 
restrições no Brasil. A Constituição de 1988 eliminou o controle político 
administrativo do Estado sobre os sindicatos quer quanto à sua criação, quer 
quanto a sua gestão e alargou as prerrogativas de atuação dos sindicatos. 
Porém manteve: unicidade sindical; representação por categoria 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 17 
profissional/econômica; financiamento genérico e compulsório de toda a sua 
estrutura; poder normativo dos tribunais trabalhistas; representação classista 
na justiça do trabalho. 
 
Unicidade sindical 
Pluralidade sindical – quando é permitido e efetivamente existe mais de um 
sindicato de determinada profissão. Na França funciona a pluralidade. 
 
Unidade sindical 1 
Quando a lei permite a criação de mais de um sindicato por base por profissão, 
mas efetivamente só existe um. Na unidade não há contrariedade ao princípio 
da liberdade sindical, já que são os interessados que voluntariamente decidem 
pela sua adoção. Alemanha e Suécia são exemplos onde o sistema é o da 
unidade. A Organização Internacional do Trabalho não tomou partido, seja da 
unidade, seja da pluralidade sindical. No Brasil vigora a unicidade sindical. 
 
Unidade sindical 2 
Quando a lei obriga a existência de somente um sindicato de determinada 
exatamente o intervencionismo estatal, onde ossindicatos são constituídos 
conforme regras estabelecidas pelo poder público, negando o princípio da 
liberdade de organizarem-se. Ou seja, Sindicato obrigatoriamente único por 
categoria profissional ou diferenciada em se tratando de trabalhadores e por 
categoria econômica, em se tratando de empregadores. A base territorial 
mínima dos sindicatos é o município. Base territorial é a abrangência de 
representatividade dos trabalhadores ou empregadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 18 
 
Atenção 
 A personalidade sindical depende de registro junto ao Ministério 
do Trabalho. Esse registro visa conferir se não existe outro 
Sindicato representativo da mesma categoria em certo espaço 
territorial (base territorial). Entende-se que a exigência do 
registro por si só não fere a liberdade sindical. 
 
Representação por categoria profissional/econômica 
Representação e filiação são distintas. Pertencer a determinada categoria 
profissional ou econômica independe da vontade. A representação legal da 
categoria pelo Sindicato é automática ea incondicional. A filiação é opcional e 
espontânea. Empregador faz parte da categoria econômica de sua atividade 
preponderante, em determinada área territorial. 
 
Empregado faz parte da categoria profissionais correspondente à categoria 
econômica de seu empregador. Empregado pode exercer profissão diferenciada 
(§3º, 511). Nesta hipótese, independente da atividade desenvolvida pelo 
empregador, pertencerá o empregado, sempre, à sua própria categoria. Quanto 
à aplicação das normas coletivas, dependerá de o empregador ter participado 
da negociação coletiva. 
 
Conheça sobre Contribuição sindical obrigatória 
Anteriormente conhecida como imposto sindical está prevista no Artigo 
579 da CLT que ainda está em vigor. É compulsória, devida independentemente 
de filiação, manifestação de vontade ou concordância do trabalhador ou 
empregador. É devida pelo simples fato de fazer parte de uma determinada 
categoria profissional ou econômica. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 19 
Competência normativa da Justiça do Trabalho 
Possibilidade dos tribunais trabalhistas criarem normas para determinada 
categoria, através do julgamento dos dissídios coletivos (sentenças 
normativas). Existente somente no Brasil é criticada pela doutrina internacional 
e atualmente pela nacional. 
 
POR QUÊ? 
• Solução do regime fascista que inibe greve e não condiz com a moderna 
doutrina neoliberal de autocomposição das disputas coletivas. 
 
• Desestimula o desenvolvimento de um sindicato autêntico, porque atribui ao 
Estado a solução dos conflitos que poderia ser realizada somente pelas partes 
ou com a intervenção de mediadores e árbitros. 
 
Representação classista na Justiça do Trabalho 
Eliminada com a Emenda Constitucional nº 24/1999. Também era vista como 
resquício do velho sistema corporativista, pois mantinha a representação 
corporativa no seio do Estado. 
 
Convenção 87 da OIT 
Versando sobre liberdade sindical, a Convenção nº 87 da OIT faz diversas 
previsões, como segue. Direito de constituir, sem autorização prévia do Estado 
organizações de sua escolha, bem como o direito de se filiar a essas 
organizações, sob a única condição de observar seus estatutos. Empregadores 
e trabalhadores poderão escolher entre a unidade ou a pluralidade sindical. 
 
O direito de filiar-se e o de retirar-se do sindicato. Liberdade das organizações 
de elaborar seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger 
livremente seus representantes, sem qualquer interferência do Estado. As 
autoridades públicas devem abster-se de qualquer intervenção que possa 
limitar esse direito ou entravar seu exercício legal. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 20 
As organizações não estão sujeitas à dissolução ou suspensão por via 
administrativa. As organizações terão o direito de constituir federações e 
confederações, bem como filiar-se a essas e às organizações internacionais. 
 
As organizações para aquisição da personalidade jurídica não poderão estar 
sujeitas a condições que possam restringir o direito de associação. 
 
Atividade proposta 
Discorra sobre o princípio da autonomia negocial coletiva que sustenta o direito 
coletivo brasileiro. 
 
Chave de resposta: 
É o princípio que assegura aos grupos sociais o direito de elaborar normas 
jurídicas que o Estado reconhece; é o direito positivo autoelaborado pelos 
próprios interlocutores sociais para fixar normas e condições de trabalho 
aplicáveis ao seu respectivo âmbito de representação. 
 
Referências 
- BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 
2013. 
- CASSAR, Volia Bonfim. Direito do trabalho. Niterói: Impetus, 2013. 
- DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 
2013. 
- MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
- NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 32. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
- RUSSOMANO, Mozart Victor. Comentários à Consolidação das Leis do 
Trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
- SARAIVA. Renato. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Método, 2013. 
- SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. 1. São Paulo: LTr, 2000. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 21 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
São mecanismos para solução dos conflitos coletivos de trabalho, exceto: 
a) O dissídio coletivo 
b) A convenção coletiva de trabalho 
c) A mediação 
d) A arbitragem 
e) A comissão de conciliação prévia 
 
Questão 2 
São prerrogativas dos sindicatos, exceto: 
a) Representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os 
interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou 
interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão 
exercida. 
b) O empregado eleito para cargo de administração sindical ou 
representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação 
coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem 
transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o 
desempenho das suas atribuições sindicais. 
c) Eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou 
profissão liberal. 
d) Colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo 
e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria 
ou profissão liberal. 
e) Para os sindicatos de empregados, a fundação e a manutenção de 
agências de colocação. 
 
Questão 3 
Quanto à negociação coletiva, assinale a alternativa correta: 
a) A negociação coletiva não sofre limitações. 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 22 
b) As convenções e os acordos coletivos de trabalho não necessitam conter 
disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou 
parcial de seus dispositivos. 
c) Os empregados e as empresas podem celebrar contratos individuais de 
trabalho, estabelecendo disposições ou condições que contrariem normas 
ajustadas em convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
d) Os instrumentos de negociação coletiva somente devem conter cláusulas 
normativas, ou seja, regras que estabelecem condições ajustadas para 
reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência. 
e) Conforme expressiva corrente doutrinária e jurisprudencial, os 
dispositivos previstos em instrumentos de negociação coletiva vigoram 
no prazo assinado, não aderindo de forma definitiva aos contratos 
individuais de trabalho. 
 
Questão 4 
Sobre a garantia de emprego ou estabilidade provisória do dirigente sindical é 
incorreto afirmar que: 
a) O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza 
de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria 
profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.b) Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial 
do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade do dirigente 
sindical. 
c) O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave 
mediante a apuração em inquérito judicial. 
d) Em decorrência da aplicação do princípio da liberdade sindical, não há 
limitação para o número de dirigentes de sindicato portadores de 
garantia de emprego ou estabilidade provisória. 
e) O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical 
durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe 
assegura a estabilidade. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 23 
Questão 5 
Analise as proposições abaixo (de I a V) e assinale a alternativa correta, 
conforme sejam verdadeiras ou falsas: 
I- a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, que é o Cartório de Registro Civil 
de Pessoas Jurídicas, sendo desnecessário o registro sindical também perante o 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
II- a similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em 
comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em 
atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social 
elementar compreendida como categoria profissional. 
III- a unicidade é exigida apenas para a organização sindical representativa de 
categoria profissional. 
IV- a base territorial mínima das entidades sindicais é o distrito municipal. 
V- é obrigatória a participação dos entes sindicais nas negociações coletivas de 
trabalho. 
a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras 
b) Apenas as proposições I e IV são verdadeiras 
c) Apenas as proposições II e V são verdadeiras 
d) Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras 
e) Apenas as proposições III, IV e V são verdadeiras 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Justificativa: A resposta correta é a letra E, pois a CCP é utilizada apenas para 
conflitos individuais de trabalho. 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 24 
Questão 2 - C 
Justificativa: A resposta errada é “Eleger ou designar os representantes da 
respectiva categoria ou profissão liberal”, pois são os próprios trabalhadores 
quem deverão eleger seus representantes. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Conforme expressiva corrente doutrinária e jurisprudencial, os 
dispositivos previstos em instrumentos de negociação coletiva vigoram no prazo 
assinado, não aderindo de forma definitiva aos contratos individuais de 
trabalho, pois mesmo com a atual redação da Súmula 277 do C.TST, eles 
possuem vigência limitada. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: Eis que o item II da Súmula 369 do C.TST estabelece o número 
máximo de 7 dirigentes para o referido fim, sendo assim, a resposta incorreta 
é: Em decorrência da aplicação do princípio da liberdade sindical, não há 
limitação para o número de dirigentes de sindicato portadores de garantia de 
emprego ou estabilidade provisória. 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: Já que na I o registro é obrigatório no TEM, na III há exigência 
também para o sindicato patronal e na IV, não existe distrito municipal diante 
da CRFB/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 25 
Introdução 
A organização sinfical brasileira estrutura-se como uma pirâmide, possuindo 
quatro segmentos. Na base da pirâmide estão os sindicatos, representantes 
diretos dos trabalhores. A cada cinco sindicatos de uma mesma categoria 
profissional, com a condição de que representem a maioria dos trabalhadores 
do setor, pode-se fundar uma Federação, que tem a finalidade de coordenar e 
aglutinar interesses comuns. As Federações podem ser nacionais ou regionais 
(ex: Federação de determinado segmento do sul, centro-oeste etc.). A cada 
três Federações representativas pode-se constituir uma Confederação Nacional, 
com sede em Brasília. As Centrais Sindicais possuem estrutura diferente das 
Confederações, Federações e Sindicatos porque não reúnem apenas 
trabalhadores de um mesmo setor. As centrais são intercategorias. Veja a 
organização da pirâmide: 
 
 Simdocatos 
 Federações 
 Confederações 
 
Os sindicatos lutam pelos direitos dos trabalhadores em negociações diretas 
com as empresas, sendo responsáveis, por exemplo, pelos Acordos Coletivos. 
As Federações traçam a linha ideológica que os sindicatos a ela filiados devem 
seguir. Por sua vez, as Confederações têm uma atuação semelhante às Centrais 
Sindicais, entretanto, sua influência limita-se ao seu setor de atuação 
semelhante às Centrais Sindicais, entretanto, sua influência limita-se ao seu 
setor de atuação. As Centrais unem sindicatos de diversos segmentos. Elas 
determinam a linha de atuação a ser seguida pelas entidades filiadas, e 
possuem mais representatividade junto ao governo. A estrutura dos sindicatos 
patronais e da Justiça do Trabalho é a mesma, ou seja, também seguem o 
modelo de pirâmide. Na base estão as Varas do Trabalho (antigas Juntas de 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 26 
Conciliação e Julgamento), os TRTs (tribunais Regionais do Trabalho), por 
Estado ou sub-região, e TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília. 
 
Objetivo: 
1. Estudar a estrutura sindical brasileira diante da CRFB/88 e da CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 27 
Conteúdo 
Estrutura sindical brasileira 
 
A estrutura sindical está estabelecida no Artigo 8º, inciso IV, da CF e no artigo 
511 e seguintes da CLT. É chamado sistema confederativo. Não é um sistema 
hierarquizado, mas de coordenação. Os Artigos 534 e 535 da CLT definem, 
respectivamente, as Federações e as Confederações. O Artigo 511 da CLT 
define os Sindicatos. As centrais sindicais não integram o sistema confederativo 
e foram regulamentadas e definidas pela Lei n° 11.648/2008. 
 
No Brasil há o enquadramento sindical por categorias distintas e paralelas. A 
determinada categoria econômica corresponde determinada categoria 
profissional. Luciano Martinez, em sua obra Curso de Direito do Trabalho: 
relações individuais, coletivas e sindicais do trabalho, cita Ronaldo Mancuso, 
que esclarece que sob o ponto de vista sociológico e político "Categoria é o 
conjunto de pessoas que gozam, pela condição comum em que se 
encontram, da mesma posição com relação aos direitos e deveres 
políticos". São integrantes da mesma categoria, por exemplo, industriários, 
comerciários e bancários no segmento dos trabalhadores e os donos da 
indústria, os comerciantes e os banqueiros, no segmento dos empregadores. 
 
 
Atenção 
 É importante frisar que o enquadramento dos Sindicatos gira, 
portanto, em torno do princípio que em função da categoria 
econômica se cria a categoria profissional. 
Se a empresa possui mais de uma atividade econômica seu 
enquadramento se dá pela atividade predominante. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 28 
Sindicatos 
Definido no Artigo 511 da CLT, os sindicatos são pessoas jurídicas de direito 
privado. Associações formadas pelos sujeitos das relações de trabalho 
(empregados ou empregadores) para o estudo, a defesa e a coordenação de 
interesses econômicos e profissionais daqueles que exerçam a mesma atividade 
ou profissão. 
 
Formam-se a partir da inscrição dos seus atos constitutivos no Cartório de 
Registro Civil e, posteriormente, no Ministério do Trabalho e Emprego, para fins 
de controle da unicidade sindical. Possuem três órgãos: a diretoria, o conselho 
fiscal e a assembleia geral. A administração dos sindicatos é exercida pela 
diretoria e o conselho fiscal, cujos membros são eleitos pela assembleia geral. 
 
Entenda sobre base territorial nesse contexto. 
 
Base territorial 
Base territorial é a extensão do território brasileiro sobre a qual o sindicato 
exerceo poder de representação. A base territorial mínima dos sindicatos é o 
município. 
 
A assembleia geral 
A assembleia geral é órgão deliberativo. Responsável pela criação da própria 
entidade sindical e que delibera sobre as mais importantes matérias do 
sindicato. Elege a diretoria e o conselho fiscal. A assembleia geral submete-se, 
é claro, às previsões do estatuto. 
Os sindicatos têm diversas funções, como veremos a seguir. 
 
Função de representação 
 
É a mais importante, pois, por conta dela, falam em nome da categoria, com o 
propósito de defender e coordenar seus interesses. Em dois campos de 
atuação, o extrajudicial e o judicial. Atuam extrajudicialmente perante 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 29 
autoridades administrativas. E judicialmente através da representação e 
substituição processual. 
 
Função negocial 
 
É a segunda mais relevante função sindical. Visa a produção de direitos 
suplementares, mais vantajosos, aos previstos em lei. Podem por isso, celebrar 
acordos e convenções coletivas. 
 
Função econômica 
 
É vedada atividade econômica, segundo o Artigo 564 da CLT. 
 
Função política 
 
A CLT vedava atividade política, como se verifica do Artigo 521, porém 
entende-se que quando atua politicamente está representando os interesses da 
categoria e também de que a política faz parte da vida social. A própria 
institucionalização das centrais sindicais evidenciou o papel políticos das 
entidades sindicais. 
 
Função assistencial 
 
Diversas previsões na legislação. 
 
Federações, confederações e centrais sindicais 
Federações 
As Federações são consideradas entidades sindicais de segundo grau. A base 
territorial equivale no mínimo ao do estado federado. É a associação de cinco 
ou mais sindicatos que têm como atividade maior coordenar as atividades dos 
sindicatos a ela filiados. Além de coordenar as atividades, os sindicatos 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 30 
associados têm como atribuição celebrar acordos e negociações coletivas 
quando inexistir sindicato em determinada base territorial. 
 
Confederações 
Também são consideradas entidades sindicais de segundo grau. São 
associações de âmbito nacional de no mínimo três federações tendo como 
objetivo organizá-las. Têm sede em Brasília. Outro importante papel dessas 
entidades é opinar sobre o registro de sindicatos e federações. 
 
Centrais sindicais 
São entidades associativas compostas por organizações sindicais de 
trabalhadores e têm o objetivo de coordenar a representação operária e 
participar de negociações em fóruns e colegiados nos quais estejam em 
discussão interesses dos trabalhadores. 
 
Exercem importante papel na sociedade, buscando melhores condições de 
trabalho. Existem diversas centrais sindicais, de âmbito nacional abrangendo 
várias categorias e profissões. Embora existam de fato desde o início dos anos 
80, a efetiva regulamentação das centrais sindicais ocorreu tão somente em 
2008, através da Lei nº 11.648. 
 
Registro sindical 
Não há divergência sobre a necessidade de registro de entidades sindicais. No 
entanto, quanto à competência para o registro de entidades sindicais, doutrina 
e jurisprudência apresentam três correntes sobre a correta interpretação do 
inciso I do Artigo 8 da Constituição Federal de 1988, o qual institui a liberdade 
sindical. 
 
A primeira corrente sustenta a suficiência do registro da entidade sindical no 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a segunda entende que basta o registro 
junto ao Ministério do Trabalho, e a última exige o duplo registro. Consoante já 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 31 
visto, os sindicatos são associações sui generis, que não podem simplesmente 
enquadrar-se como pessoas jurídicas de direito privado. 
 
Não se aplica aos sindicatos o Artigo 45 do Novo Código Civil, o qual dispõe que 
as pessoas jurídicas de direito privado passam a existir a partir da inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro. Tal norma destina-se apenas às pessoas 
jurídicas listadas no Artigo 44, quais sejam, associações, sociedades e 
fundações. Esta é inclusive a posição do MTE, externada no Artigo 2º da 
Portaria nº 1.277. 
 
Ademais, não existe a distinção, difundida por alguns doutrinadores, entre a 
aquisição da personalidade jurídica e personalidade sindical. Nos termos das 
regras que regem o sindicalismo nacional, o nascedouro da entidade sindical 
deve ser o mesmo tanto para o exercício das prerrogativas privativas previstas 
no Artigo 513 da CLT, bem como para o exercício de todos os demais atos da 
vida civil. De outra parte, no sistema sindical brasileiro o registro de sindicatos 
é imprescindível para a plena vigência da regra da unicidade, elevada a cânone 
constitucional em 1988. O registro de sindicatos é o meio necessário para 
efetivação da unicidade sindical. 
 
Fiscalização sobre a criação de sindicatos 
É importante esclarecer que coisa absolutamente diversa da ingerência estatal 
é o controle da unicidade sindical exercido pelos próprios sindicatos, através do 
Ministério do Trabalho. Instituída a unicidade sindical, mister se faz que alguém 
fiscalize a criação de sindicatos, sob pena de total desobediência ao sistema. 
Neste diapasão, a Portaria nº 343/2000 do MTE, com as modificações incluídas 
pela Portaria nº 376/2000, estabelece as regras e procedimentos para a 
efetivação do Registro Sindical. Dispõe o Artigo 4º da indigitada Portaria que o 
pedido de registro sindical deve ser publicado no Diário Oficial da União. Assim 
o fazendo, o MTE dá publicidade a todas as demais entidades sindicais já 
registradas. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 32 
Conheça os artigos que envolvem esse assunto. 
 
"Artigo 4º A Secretaria de Relações do Trabalho terá o prazo de sessenta dias, 
a contar da data de protocolo do pedido, para verificar a instrução do processo 
e publicar o pedido de registro no Diário Oficial da União ou notificar o 
requerente, mediante Aviso de Recebimento, a cumprir eventuais exigências". 
 
Conflito de representação 
Havendo conflito de representação, a mesma portaria, em seu Artigo 5º, 
autoriza a apresentação de impugnação, em prazo determinado (30 dias a 
partir da publicação do pedido), por parte de eventual entidade prejudicada. 
Dependendo da apreciação da impugnação pelo MTE, constatado ou não o 
conflito de representação, o registro poderá ser sustado ou conferido. 
 
Conheça os artigos que envolvem esse assunto. 
 
"Artigo 5º A entidade sindical de mesmo grau, cuja representatividade 
coincida, no todo ou em parte, com a do requerente, terá o prazo de trinta 
dias para apresentar impugnação, contado da data da publicação de que trata o 
caput do artigo anterior. 
 
Artigo 6º Findo o prazo a que se refere o Artigo 5º, a Secretaria de Relações do 
Trabalho terá quinze dias para proceder ao exame de admissibilidade das 
impugnações apresentadas e submeter ao Ministro de Estado a proposta de 
decisão. Parágrafo único: O exame de admissibilidade de impugnação 
restringir-se-á à tempestividade do pedido, à representatividade do 
impugnante, nos 7 termos do caput do Artigo 5º, à comprovação de Registro 
no Ministério do Trabalho e Emprego e de recolhimento do valor relativo ao 
custo da publicação, não cabendo a este Ministério analisar ou intervir sobre a 
conveniência ou oportunidade do desmembramento, desfiliação, dissociação ou 
situações assemelhadas". 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 33 
Decisão do MTE 
A decisão do MTE deve ser proferida nos limites da sua competência 
constitucional, garantindo a unicidade sem ofender a liberdade sindical. Dessa 
forma, o registro perante o MTE não se configura em interferência estatal. O 
Estado apenas autoriza os próprios sindicatos a defender eventual violação à 
unicidade sindical. 
 
Consagrando as posições expostas, a mais alta corte do país entende,de forma 
uníssona, que o MTE é o órgão competente para proceder ao registro de 
entidades sindicais. A defesa da unicidade sindical é o argumento no qual 
sustentam-se as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. Ao editar a 
súmula nº 677 de sua jurisprudência majoritária, o Colendo STF praticamente 
encerrou a discussão: 
 
"677 - Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho 
proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do 
princípio da unicidade". 
 
 
Atenção 
 A Solicitação de Registro Sindical (para as entidades de 
primeiro grau - sindicatos) é regida pela Portaria MTE nº 
326/2013 de 1º de março de 2013. Para as entidades de grau 
superior (Federações e Confederações) essas continuam a 
serem regidas pela Portaria MTE nº 186/2008. Para solicitar seu 
registro sindical, a entidade deve possuir um certificado digital. 
Após, deve-se selecionar na caixa "Solicitação de Registro 
Sindical", o grau da entidade a qual se deseja fazer o pedido. 
Uma entidade só pode iniciar uma Solicitação de Registro 
Sindical se ela possuir um número de CNPJ com situação 
ATIVA junto à Receita Federal. 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 34 
 
Formulário 
O formulário eletrônico é dividido em cinco partes: 
 
Dados Cadastrais 
Informações sobre os dados de localização da entidade, tais como endereço, 
telefones, sítio na Internet e endereço eletrônico (e-mail). 
 
Base Territorial 
Informações sobre a abrangência de atuação da entidade. Esses dados devem 
corresponder à abrangência declarada no Estatuto Social. 
 
Classificação 
Informações sobre a denominação e a categoria que a entidade deseja 
representar. Esses dados devem corresponder exatamente às informações 
declaradas no Estatuto Social. A denominação não deve ser abreviada e a 
descrição da categoria não deve conter expressões como: "semelhantes", 
"anexos", "assemelhados”, "conexos", "congêneres", "correlatas", "similares", 
"afins", "e outros", "em geral" etc. 
 
Dirigentes 
Informações sobre os membros dirigentes e suas respectivas funções, bem 
como período de vigência do mandato. Para o preenchimento dessas 
informações é exigido que o CPF dos dirigentes esteja com a situação regular 
junto à Receita Federal. 
 
Resumo 
Em uma única página são apresentadas todas as informações consolidadas que 
foram declaradas nas abas anteriores. Antes de transmitir a solicitação, a 
entidade deve confirmar se todas as informações estão corretas. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 35 
Natureza jurídica do sindicato 
A discussão sobre o registro de entidades sindicais há que ser precedida por 
matéria das mais tormentosas, qual seja, a definição da natureza jurídica dos 
sindicatos. 
 
A natureza jurídica dos sindicatos depende do sistema sindical em que estão 
inseridos, sendo classificados frente a três teorias principais. 
 
A primeira define o sindicato como ente de direito privado, pois se trata de uma 
associação de pessoas para a defesa de seus interesses pessoais. Segundo essa 
corrente, os sindicatos seriam disciplinados pelas regras gerais pertinentes a 
esse setor do direito. Essa teoria conta com muitos defensores na doutrina 
nacional, dentre os quais, Russomano, Catharino, Waldemar Ferreira, Segadas 
Vianna, Délio Maranhão, Orlando Gomes e Élson Gottschalk. 
 
Para a segunda, o sindicato é ente de direito público, sendo praticamente um 
apêndice do Estado. Por essa teoria, os interesses do sindicato confundem-se 
com os próprios interesses peculiares do Estado. Conforme ensina Amauri 
Nascaro, após a inscrição do princípio da liberdade sindical na Carta Magna de 
1988, restaram poucos adeptos a essa teoria na doutrina nacional. Em geral, o 
sindicato tem a natureza de pessoa jurídica de direito público apenas nos 
regimes totalitários. 
 
Por fim, a terceira posição é a do sindicato como pessoa jurídica de direito 
social. Um de seus grandes expoentes na doutrina nacional é Cesarino Júnior, 
para quem o sindicato é um ente que não se pode classificar exatamente nem 
entre as pessoas jurídicas de direito privado nem entre pessoas jurídicas de 
direito público. 
 
Sindicatos no gênero pessoa jurídica 
Enquadrando os sindicatos no gênero pessoa jurídica de direito privado, 
necessariamente deveríamos classificá-los como associações civis. Com todo o 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 36 
respeito aos que comungam dessa posição, não há como confundir os 
sindicatos com tais entidades. A principal e fundamental diferença entre 
sindicatos e associações civis é que essas representam apenas seus associados, 
enquanto aqueles representam toda a categoria, independente de associação. 
 
Outro aspecto relevante para a caracterização da distinção é a receita do 
sindicato, que através da contribuição sindical, é compulsória. Recentemente, o 
Ministério do Trabalho e Emprego, ao editar a Portaria nº 1.277, reforçou o 
entendimento de que entre sindicatos e associações existe uma oceânica 
distinção. 
 
Dispõe o Artigo 2º da indigitada Portaria que: 
 
"Artigo 2º As entidades sindicais registradas no Ministério do Trabalho e 
Emprego não estão obrigadas a promover em seus estatutos as adaptações a 
que se refere o Artigo 2.031 da Lei nº 10.406 de 2002" (Novo Código Civil). 
 
Assim, mais uma distinção salta-se aos olhos, pois as regras destinadas às 
associações civis não se aplicam aos sindicatos, os quais têm diplomas legais 
específicos (CLT, Convenções OIT, Constituição Federal). 
 
Frise-se que dentre as considerações que motivaram a edição da supra citada 
Portaria, o MTE expressamente prescreveu: "Considerando a existência na 
legislação trabalhista de normas específicas concernentes à organização 
sindical, dispostas no Título V do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 
(CLT). 
 
Considerando, finalmente, a singularidade do sindicato como ente associativo, 
de outra parte, ante à inequívoca vigência do princípio da liberdade, defender a 
natureza pública do sindicato é apelar ao nonsense. 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 37 
Atividade proposta 
Comente sobre a diferença entre acordo coletivo de trabalho e convenção 
coletiva de trabalho, indicando a competência das centrais sindicais para a 
celebração destas normas coletivas. 
 
Chave de resposta: 
O Acordo Coletivo do Trabalho é o acordo de caráter normativo assinado entre 
o sindicato representativo da categoria profissional e uma ou mais empresas 
para estipularem condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas 
representações, às relações individuais de trabalho. A Lei 11.648/08 
reconheceu as centrais sindicais como entidades associativas de direito privado, 
dotadas de personalidade sindical, contudo sem a possibilidade de celebrar 
acordos e convenções coletivas. 
 
Referências 
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 
2013. 
CASSAR, Volia Bonfim. Direito do trabalho. Niterói: Impetus, 2013. 
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 
2013. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 32. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
RUSSOMANO, Mozart Victor. Comentários à Consolidação das Leis do 
Trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
SARAIVA. Renato. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Método, 2013. 
SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. 1. São Paulo: LTr, 2000. 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 38 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Apesar de serem figuras presentes na estrutura sindical brasileira há vários 
anos, as centrais sindicais somente foram reconhecidas efetivamente pela 
legislação trabalhista a partir de março de 2008. Com isso, houve alteraçõesde 
dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho. Com base nessas inovações, 
assinale a alternativa CORRETA: 
a) As centrais sindicais, no caso de inexistência de sindicato, federação e 
confederação representantes de determinada categoria, poderão assumir 
as negociações coletivas, beneficiando-se integralmente da contribuição 
sindical recolhida pelos empregados daquela categoria. 
b) As centrais sindicais indicarão ao Ministério do Trabalho e Emprego quais 
os sindicatos que lhes são filiados, para que possam ser beneficiárias de 
30% (trinta por cento) do valor recolhido a título de contribuição sindical 
pelos trabalhadores pertencentes às categorias representadas pelos 
sindicatos por elas indicados. 
c) As centrais sindicais passaram a ser beneficiárias de 10% (dez por cento) 
do valor recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores 
pertencentes às categorias representadas pelos sindicatos que lhes são 
filiados, uma vez que foi extinto o repasse do percentual destinado para 
a 'Conta Especial Emprego e Salário. 
d) O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e 
Emprego a central sindical a que estiver filiado como beneficiária da 
respectiva contribuição sindical, para fins de destinação de 10% (dez por 
cento) do valor recolhido a título de contribuição sindical pelos 
trabalhadores pertencentes à categoria representada por tal sindicato. 
e) O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e 
Emprego a central sindical a que estiver filiado como beneficiária da 
respectiva contribuição sindical. Isso se faz necessário porque o valor 
recolhido a título de contribuição sindical pelos trabalhadores 
pertencentes à categoria representada por tal sindicato deverá ser 
rateado da seguinte forma: 5% (cinco por cento) para a central sindical, 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 39 
10% (dez por cento) para a confederação correspondente, 15% (quinze 
por cento) para a federação, 60% (sessenta por cento) para o sindicato 
respectivo e 10% (dez por cento) para a 'Conta Especial Emprego e 
Salário. 
 
Questão 2 
Assinale a opção incorreta a respeito da estrutura sindical brasileira. 
a) É possível a criação de mais de um sindicato representativo de uma 
mesma categoria, em idêntica base territorial. 
b) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas. 
c) O Ministério do Trabalho e Emprego detém a competência para o 
registro das entidades sindicais, devendo utilizar seu poder discricionário 
para fazê-lo. 
d) As confederações sindicais detêm legitimidade para propor ação direta 
de inconstitucionalidade. 
 
Questão 3 
Para o Direito Coletivo do Trabalho são consideradas formas de 
heterocomposição dos conflitos coletivos: 
a) A mediação, a convenção coletiva e o dissídio coletivo. 
b) A convenção coletiva, o acordo coletivo e o dissídio coletivo. 
c) A arbitragem, a mediação e a convenção coletiva. 
d) A mediação, a arbitragem e o dissídio coletivo. 
e) A arbitragem, o dissídio coletivo e o acordo coletivo. 
 
Questão 4 
São considerados princípios específicos de Direito Coletivo do Trabalho, exceto: 
a) Princípio da liberdade de associação. 
b) Princípio da autonomia sindical. 
c) Princípio do desnível dos contratantes coletivos. 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 40 
d) Princípio da interveniência sindical na negociação coletiva. 
e) Princípio da lealdade e transparência da negociação coletiva. 
 
Questão 5 
Acerca do instituto da negociação coletiva de trabalho, assinale a opção 
incorreta. 
a) O acordo ou a convenção coletiva de trabalho firmados com o sindicato 
representativo da categoria profissional podem estabelecer regime de 
compensação de jornada. 
b) É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de 
trabalho. 
c) É assegurada a irredutibilidade de salários, salvo negociação coletiva. 
d) Mediante a negociação coletiva, é possível a flexibilização das regras 
legais aplicáveis à medicina do trabalho. 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: Segundo o Artigo 589, II, b) da CLT. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: Em face do princípios da unicidade sindical brasileira. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Uma vez que conforme doutrina dominante, a exemplo de Amauri 
Mascaro Nascimento, “Curso de Direito do Trabalho”, Ed. Saraiva, 24ª Ed., p. 
1359/1364. 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 41 
Questão 4 - C 
Justificativa: Com base em doutrina dominante – Maurício Godinho Delgado – 
Curso de Direito do Trabalho – 9ª Ed. – pág. 1214/1226. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: Pois as regras de Segurança e Saúde do Trabalhador são 
inflexíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 42 
Introdução 
É livre a associação profissional ou sindical, vedadas ao Poder Público a 
interferência e a intervenção na organização sindical. Proíbe-se a criação de 
mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representando categoria 
profissional ou econômica na mesma base territorial. 
 
É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de 
trabalho. Ninguém é obrigado a filiar-se ou se manter filiado a um sindicato 
(Artigo 8º da Constituição Federal). 
 
As associações, para serem reconhecidas como sindicatos, deverão ter como 
requisitos: 
 
a) reunião de ⅓ no mínimo, de empresas legalmente constituídas, sob a forma 
individual ou de sociedade, se se tratar de associação de empregadores; ou ⅓ 
dos que integram a mesma categoria ou exerçam a mesma profissão liberal, se 
se tratar de associação de empregados ou de trabalhadores ou agentes 
autônomos ou de profissão liberal; 
b) duração de três anos para o mandato de diretoria; 
c) exercício do cargo de presidente e dos demais cargos de administração por 
brasileiros. O ministro do Trabalho poderá, excepcionalmente, reconhecer como 
sindicato a associação cujo número de associados seja inferior ao terço já 
referido. 
 
Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e 
interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de 
determinadas categorias ou profissões, o Ministro do Trabalho poderá autorizar 
o reconhecimento dos sindicatos nacionais. O pedido de reconhecimento será 
dirigido ao Ministro do Trabalho instruído com exemplar ou cópia autenticada 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 43 
dos estatutos da associação. A administração do sindicato será exercida por 
uma diretoria constituída, no máximo, de sete e, no mínimo, de três membros e 
de um conselho fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela 
assembleia geral (Artigos 515, 517 e 522 da CLT). 
 
Objetivo: 
1. Estudar a organização interna dos entes sindicais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO E PROCESSO COLETIVO DO TRABALHO 44 
Conteúdo 
O Artigo 9 
O Artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho fulmina de nulidade qualquer 
ato que vise a elidir a aplicabilidade de suas normas, ao dizer: serão nulos de 
pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou 
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. 
 
Ora, um dos preceitos contidos na CLT é o da unicidade sindical, explicitado em 
seu Artigo 516, que dispõe: “Não será reconhecido mais de um sindicato 
representativo da mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão 
liberal, em uma dada base territorial”. 
 
A Constituição Federal o recepciona no Inciso II de seu Artigo 8º, com a 
seguinte redação: “é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na 
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores

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