Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Plantas tóxicas ornamentais: Animais de companhia tem mais susceptibilidade a se intoxicar devido a decoração. O médico veterinário deve saber dá o diagnóstico diferencial ou definitivo dos pacientes, porque as intoxicações possuem sinais clínicos sintomas que não são patognomanicos, por isso podem ser infecções, doenças parasitárias. Deve-se ter o histórico de exposição (proprietário), anamnese e exame físico. Existem vários meios de intoxicação de animais de companhia, mas o principal dele é pela ingestão- intoxicação pela via oral e se comparar, os principais casos se concentram em filhotes, tendo em vista o comportamento mais “curioso”, e em cães, visto que gatos possuem o paladar mais seletivos. As plantas não são palatáveis, a ingestão é acidental. Fatores de risco: ➔ Idade- dentição ➔ Ansiedade- relacionada a falta de atividade física, falta de enriquecimento ambiental ➔ Mudanças ambientais- PICA Comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena): ➔ Toda planta é tóxica (folhas, caules frutos) ➔ A mastigação e/ou ingestão causa intoxicação. ➔ O caule é a parte mais importante, pois é no caule que se encontra a seiva, que irá transportar os princípios tóxicos da planta, que são o oxalato de cálcio e uma outra substância que é desconhecida. ➔ O oxalato de cálcio é formado pelo ácido oxálico e cálcio presente na própria planta. Estão presentes na planta em forma de cristais insolúveis, então a seiva veicula cristais insolúveis de oxalato de cálcio e esses cristais estão presentes nos mais variáveis formatos, dentre eles as ráfides. O princípio tóxico desconhecido é um lipídeo, causa indução da liberação de histamina pelos mastócitos (efeito químico), é constituído de fatores hipersensibilizastes, em contato com a pele do animal. Os cristais de oxalato de cálcio irão potencializar os efeitos tóxicos do princípio ativo desconhecido. Quando em formato de ráfide provocam lesões na pele e na mucosa do animal, penetrando na pele, então os cristais têm efeito mecânico de intoxicação, a partir da irritação e inflamação de pele e mucosas e a partir dessas lesões que este princípio ativo tóxico consegue alcançar áreas mais profundas do animal. ➔ Intoxicação grave causa síndrome glossite- estomatite após a mastigação ➔ Intoxicação moderada e leve ➔ A quantidade de princípio tóxico, a planta e a susceptilidade do animal determina o grau de gravidade. ➔ Intoxicação por D. amoena → sintomatologia grave. Sinais clínicos (após a mastigação): ➔ Glossite e estomatite graves ➔ Sialorreia intensa ➔ Irritação e queimação na mucosa oral ➔ Disfagia ➔ Polidipsia ➔ Edema ➔ Afonia ou rouquidão Em casos mais graves ocorre obstrução de glote e pode haver óbito por asfixia (raro). Sinais clínicos (contato cutâneo): ➔ Dermatite de contato Sinais clínicos (contato ocular) ➔ Dor queimadura ➔ Edema ➔ Fotofobia ➔ Lacrimejamento Princípio tóxico: ➔ Irritação com congestão, podendo desenvolver conjuntivite e úlcera de córnea. Diagnóstico: ➔ Histórico (ingestão) ➔ Manifestações clínicas compatíveis Tratamento (contato oral): ➔ Sintomático e de suporte ➔ Não induzir o vômito, pois o conteúdo gástrico pode estar repleto da planta, consequentemente dos seus princípios tóxicos, provocando novas lesões. ➔ Lavagem gástrica cuidadosa (até 2h após a ingestão) ➔ Exame da cavidade oral → remoção de fragmentos da planta ➔ Protetor de mucosa (sulcralfato) ➔ Anti-histamínico bloqueador H2, para controlar e reduzir o suco gástrico (ranitidina) ➔ Anti-emético (metoclopramida) ➔ Fluidoterapia (êmese e/ou diarreia) ➔ Dor hipnoanalgésico (butorfanol. Cães e gatos- 0,1mg/kg IV/ 0,4mg/kg IM ou SC ➔ Demulcente (hidróxido de alumínio, clara de ovo, gelatina) Tratamento (Contato cutâneo): ➔ Administração tópica de gelo + anestésicos locais como a lidocaína Tratamento (contato ocular): ➔ Lavagem (10 a 15 minutos com água correte ou solução fisiológica) ➔ Exame oftalmológico completo Obs: líquidos friso, demulcentes e analgésico ajuda no alívio da dor. Mamona (Ricinus communis): ➔ Encontrada em todo o território nacional ➔ Terrenos baldios e culturas/pastagens abandonadas ➔ Sementes são utilizadas para extração do óleo de rícino, não é tóxico, é utilizado em combustíveis, fixador de cores e lubrificantes. Princípio ativo tóxico: Sementes possui a ricina (lectina) que causa distúrbios gastrointestinais e nas folhas possuem a ricinina (alcaloide) que possuem efeito neurotóxico. Dentro de cada fruto há três sementes, onde se encontra a ricina, e nas folhas há a ricinina que intoxicam principalmente bovinos. Fatores de risco: ➔ Saber qual parte da planta foi ingerida ➔ Em pequenos animais, o consumo de sementes é muito mais frequente, visto que as sementes de mamona podem ser utilizadas na fabricação de adereços. O animal consumindo a semente, se mastigar ou deglutir vai influenciar na gravidade da intoxicação. ➔ Há casos de animais intoxicados pela torta de mamona que é utilizado como adubo ou inseticida, parece ser palatável para cães. Deve fazer o aquecimento da torta de mamona, para que ocorra a desintoxicação. ➔ É formado por duas cadeias de glicoproteínas, a cadeia A e cadeia B, a partir do momento que o animal ingere a semente de mamona e libera a ricina das sementes, a molécula de ricina passa a ter contato direto como TGI, e nas superfícies das células do TGI, existem moléculas de galactose, a cadeia B vai se ligar a galactose, a partir dessa ligação, toda molécula de ricina sofrerá endocitose pela célula do TGI, então a ricina entra na célula do TGI. No citosol, a ricina irá caminhar até o RE e terá a atuação da cadeia A. A cadeia A irá atuar diretamente sobre a região 28S do RNAr, inibindo a região e inibindo a síntese de proteínas. Ricina: Por fim, ocorrerá a morte daquela célula, devido a inibição da síntese proteica. ➔ É um potente inibidor da síntese proteica ➔ Morte celular ➔ Armazenamento → manutenção da toxicidade ➔ Destruída pelo calor (termolábil) = 56° C- perde seus efeitos tóxicos ➔ Liberação tem que ter a mastigação de sementes. Sinais clínicos: ➔ Dose letal (ricina)= 0,03mg a 2g/kg ou 1 a 8 sementes ➔ Cães dose letal mínima- 2,7µg/kg ➔ Várias horas após a ingestão das sementes (mastigadas) ➔ Período de latência (ingestão → manifestação clínica) ➔ Êmese, dor abdominal, diarreia, letargia, desidratação, cianose e choque ➔ Gastroenterite hemorráfica ➔ Características hemoaglutinantes ➔ Efeitos hematológicos: anemia hemolítica, neutropenia, eosinofilia ➔ Distúrbios cardiovasculares: desequilíbrio da concentração de cálcio intracelular, hipotensão, taquicardia, hemorragia e necrose do miocárdio. Diagnóstico: ➔ Exames laboratoriais: aumento de hematócrito e do número de hemácias, leucopenia, eosinofilia, aumento da concentração do ALT, aumento de AST, necrópsia (gastroenterite hemorrágica, congestão e edema pulmonar, hepatomegalia e nefrite. ➔ Anamnese e histórico do proprietário ➔ Sinais clínicos de êmese e diarreia sanguinolenta Tratamento: ➔ Fase inicial indução de êmese e lavagem gástrica ➔ Carvão ativado para diminuir a absorção do princípio tóxico ➔ Lavagem da cavidade oral. ➔ Sintomático e de suporte- antiespasmódico e analgésico para diminuir e controlar a dor abdominal, protetor de mucosa e antiemético; fluidoderapia e transfusão sanguínea (em casos de anemia), resfriar o paciente e corticoterapia ➔ Monitoramento do débito urinário, em casos de insuficiência renal. ➔ Obs: diurese forçada (manitol) ➔ Caso não haja histórico o médico veterinário deve-se atentar para a gastrenterite, hipotensão, fase terminal apresentando convulsões (benzodiazepínicos IV) ➔ O animal morrepor choque hipovolêmico.
Compartilhar