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COMO A COMUNICAÇÃO GLOBAL AFETA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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COMO A COMUNICAÇÃO GLOBAL AFETA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
As Relações Internacionais, atualmente é um dos principais motores de interação mundial, numa sociedade perfeitamente globalizada, onde se assume que este é o século das Comunicações, onde a transmissão das mensagens deve ser estudada e realizada no sentido de agradar a todos e de proporcionar um clima pacífico e de progresso universal.
O século XX nos trouxe informatização dos meios de comunicação social, que criaram redes internacionais, surgindo assim os grupos empresariais. Esse “novo” mundo alterou, significativamente, a atuação política, econômica e social. 
A informação e o conhecimento são primordiais para entendermos o andamento e as transformações no mundo de hoje, cada vez mais, a informacionalização afeta tanto as sociedades, a economia, as relações de trabalho e o próprio indivíduo em suas relações.
Continuando a análise, temos um outro fato relevante. A chamada Diplomacia Midiática, termo que foi criado pelo norte-americano Eytan Gilboa. Eytan entende que a diplomacia dita “tradicional” realizada por diplomatas e agentes de governo perdeu espaço diante das revoluções informacional e midiática, através do conceito de cultura de massa. Segundo ele, o modelo de Diplomacia feita pela Mídia possui quatro efeitos diferentes: iniciativa, motivação, ações e consequências. Iniciativa e motivação, referem-se as posições de quem inicia esse processo: se são os jornalistas agindo independentemente, ou motivados por ideologias de agentes de política externa. Ações se referem as formas como os jornalistas promovem essa interferência diplomática, e consequências são os efeitos produzidos pela ação no cenário internacional, ou seja, trata-se de um campo que analisa os efeitos dos modernos meios de comunicação e da imprensa sobre os assuntos de Estado em política externa e que trata também da interferência desses novos meios na agenda internacional e na disputa pelo poder.
O poder é dinâmico, contextual, relacional, relativo e absoluto. O poder é contextual na medida que este mesmo depende do contexto. O poder é absoluto, na medida em que o Estado se dispõem coerentemente de elemento de poder. O poder é dinâmico na medida em que as grandes potencias um dia podem ser hiperpotências e vice-versa. 
O poder pode tomar as formas de soft power e hard power. Hard power - habilidade de um Estado de exercer influência por meio de uso de força militar e Softy power - a capacidade de um estado influenciar outro estado sem o recurso da forma militar, isto é, unicamente por meio de incentivos, uso da diplomacia e investimentos.
Relações internacionais é muitas vezes vista em termos de níveis de análise: Nível individual (natureza e comportamento humano), Nível estatal (estrutura de governação e natureza do sistema político), Nível sistémico (o indivíduo e o Estado é a causa imediata da guerra), onde níveis sistêmico são os conceitos gerais que definem e moldam um ambiente internacional, caracterizado pela anarquia. 
O sistema internacional é anárquico no sentido de que não existe uma autoridade suprema acima do Estado. A falta de uma autoridade que possa mandar os Estados, faz com que haja anarquia no sistema internacional ou faz com que o indivíduo e os Estados a entrarem em guerra.
O construtivismo defende que o aspecto mais importante de relações internacionais é social, não material. Esta realidade social não é objetiva, ou externa ao observador de relações internacionais. O mundo social e político, incluindo o mundo das relações internacionais, não é uma entidade física ou objeto material que está fora da consciência. Consequentemente, estudo de relações internacionais deve focalizar nas ideias e crenças que informam os atores na cena internacional bem como as percepções partilhadas entre eles. 
Concorda com o positivismo de que é possível acumular um conhecimento valido sobre o mundo. Mas, em contraposição, o construtivismo destaca o papel das ideias do conhecimento comum do mundo social. Os Estados constroem a anarquia internacional que define as suas relações. A anarquia não é uma condição natural, mas que os Estados fazem dela.
A mídia, sempre soube influenciar, muito bem, por meio de seus discursos e práticas sociais, as relações políticas nacionais. Porém, com o avanço das novas tecnologias da informação, o exercício do soft power aumenta além das fronteiras nacionais e ganha uma escala global. Assim, pode-se afirmar, que a mídia aparece como um protagonista na utilização do soft power para algumas situações. 
Apesar de o interesse político não surgir automaticamente e nem sempre as oportunidades que a Internet oferece são aproveitadas, tem um crescente benefício por parte da sociedade ao poder se beneficiar de uma comunicação cada vez mais horizontal e interativa oferecida pelas novas tecnologias da informação.
Na propaganda “compre o detergente do Che Guevara”., os efeitos de sentidos desse texto publicitário nascem da articulação de discursos de diferentes contextos sócio históricos. Na persuasão estão mobilizados o discurso da esquerda socialista/comunista, na imagem de Che Guevara, ex-líder guerrilheiro, e o discurso da direita capitalista, na imagem das donas de casa consumidoras de produtos de limpeza. A propaganda do Bombril representa a mais famosa campanha de mídia eletrônica da publicidade brasileira e uma das mais conhecidas do mundo, em todos os tempos. 
Cultura e poder, temos Madonna e Beyoncé, os modelos de feminismos pop que, afinal, apresenta muitas convergências com aquele que está sendo agendado pela mídia contemporânea como uma mulher destemida, seu corpo, sua sexualidade, e assim acredita na igualdade dos sexos e no poder das mulheres, questionando e criticando alguns padrões da sociedade. Ampliam discussão do feminismo em um nível global e mundial, dos meios de comunicação de massa e sua cultura e utiliza do seu status para explorar um movimento que goza de aceitação popular e alta participação na mídia. 
Percebe-se que o campo de estudo das Relações Internacionais vem se consolidando como instrumento teórico e analítico que busca compreender os fenômenos políticos, econômicos e sociais em contexto mundial. As Teorias das Relações Internacionais dispõem para compreender os mais variados temas internacionais, onde compreender o cenário internacional de forma sistêmica e com profundidade é o primeiro passo para enxergar até mesmo as complexidades cotidianas das sociedades e que a mídia é um fator de influência nos campos dessas relações, seja como instrumento de captação de poder, seja como ator diplomático.

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