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IPVA – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (Art. 155, III da CF/88)
O IPVA é imposto estadual, com disciplinamento na CF, no comando inserto no artigo 155, III. Por outro lado, não há menção a tal tributo no CTN, uma vez que seu nascimento data de 1985, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 27/85.
SUJEITO ATIVO – Art. 155, III da CF – Estados e DF – Estado onde o veículo estiver registrado/licenciado. – Competência cumulativa.
O imposto será devido no local em que o veículo deva ser registrado e licenciado, independente do local do domicílio do proprietário ou possuidor. – Divergência: o que vem prevalecendo pelas leis estaduais dos IPVA’s é que ele será devido NO LOCAL DO DOMICÍLIO OU DA RESIDÊNCIA DO PROPRIETÁRIO.
Para instituição desse imposto, as normas gerais atinente ao fato gerador, base de cálculo e contribuintes hão de ser definidas por Lei Complementar (art. 146, III, “a” da CF/ 88). Todavia, não existem normas gerais relativas ao IPVA, podendo os estados e o Distrito Federal exercerem a competência legislativa plena (art. 24, § 3º da CF/88.
SUJEITO PASSIVO – É o proprietário do veículo, presumindo-se como tal aquele em cujo nome o veículo esteja licenciado. E o caso do possuidor? 
FATO GERADOR – É a propriedade (e não o uso) de veículo automotor de qualquer espécie (automóvel, motocicleta, caminhão, aeronave, embarcação, etc  Segundo o STF o IPVA não pode incidir sobre embarcações e aeronaves – RE 134.509-8). 
Apenas a propriedade gera incidência de IPVA, e não a mera detenção do veículo, o próprio uso ou mesmo a posse.
BASE DE CÁLCULO – Valor venal do veículo ou preço comercial de tabela (= valor de mercado). – Valor de mercado para veículo usado e valor constante do documento fiscal de aquisição de veículo novo pelo consumidor.
É o valor venal do veículo, fixado de conformidade com o seu peso, potência, capacidade máxima de tração, ano de fabricação, cilindrada, número de eixos, tipo de combustível utilizado e dimensões.
No Estado de São Paulo, os valores venais são anualmente reajustados no mês de dezembro de cada ano, através de decreto do Poder Executivo.
ALÍQUOTA – Será estabelecida em lei ordinária estadual. Deverá ser proporcional, não existindo limite máximo a ser fixado. No entanto, a Emenda Constitucional nº 42/2003 incumbiu ao Senado Federal a estipulação de suas alíquotas mínimas. 
ADEMAIS, PODERÁ O IPVA TER ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM FUNÇÃO DO TIPO E UTILIZAÇÃO DO VEÍCULO (ARTIGO 155, § 6º, I E II DA CF). NÃO PODEM, POR SUA VEZ, TER ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA OU DESTINO.
Em SP (Lei nº 13.296/08 altera 6.606/89); – divisão por tipo de veículo:
1,5% para veículos de carga, tipo caminhão;
2% para ônibus e micro-ônibus, caminhonetes cabine simples, motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e quadrículos;
3% para veículos que utilizarem motor específico para funcionar, exclusivamente com os seguintes combustíveis: álcool, gás veicular ou eletricidade, ainda que combinados entre si;
4% para qualquer veículo não descrito acima.
 50% daquilo que for arrecadado do IPVA ficam para o Estado e 50% para o Município onde for licenciado o veículo.
ATENÇÃO  A lei do Estado pode estabelecer alíquota diferente só porque o carro é importado? 
PRINCÍPIO DA NÃO DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA  Art. 152 da CF. 
É vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou destino. Logo, por esse princípio, carro importado não pode ter alíquota diferenciada (em razão da procedência).
OBSERVAÇÃO 1: A EC nº 42/03 dispôs na parte final do art. 150, parágrafo primeiro da CF que a alteração na base de cálculo do IPVA é exceção à anterioridade nonagesimal. 
Portanto, é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um veículo automotor, no fim do ano, e que tal modificação possa ser aplicada no primeiro dia do exercício financeiro seguinte.
OBSERVAÇÃO 2: CASOS DE ISENÇÃO DO IPVA NA LEI PAULISTA – São isentos:
1 - Máquinas utilizadas essencialmente para fins agrícolas.
2 - Veículos ferroviários.
3 - Único veículo adequado para ser conduzido por pessoa com deficiência física.
4 - Único veículo utilizado no transporte público de passageiros na categoria aluguel (táxi), de propriedade de motorista profissional autônomo e por ele utilizado em sua atividade profissional.
5 - Veículo de propriedade de embaixada, de representação consular, veículo do embaixador e do cônsul, bem como de funcionário de carreira diplomática, DESDE QUE O RESPECTIVO PAÍS DE ORIGEM CONCEDA RECIPROCIDADE DE TRATAMENTO.
6 - Ônibus e micro-ônibus, empregados EXCLUSIVAMENTE no transporte público de passageiros, devidamente autorizados pelos órgãos competentes. – Só não paga se for exclusivamente para transporte público. Aqui no Estado de SP incide 2% para ônibus e micro-ônibus que prestam serviço de transporte particular.
7 - Máquina de terraplanagem, empilhadeira, guindaste e demais máquinas utilizadas na construção civil.
8 - Veículos com mais de 20 anos de fabricação.
OBSERVAÇÃO 3: IPVA e alienação do veículo  Via de regra, o fato gerador do IPVA ocorre todo dia 1º de janeiro de cada ano. Assim, o imposto só poderá ser exigido uma única vez para aquele exercício, de modo que se a cobrança for em duplicidade em razão da alienação do veículo o Estado estará incorrendo no bis in idem.
	Por outro lado, caso o imposto não venha a ser recolhido e ainda assim o veículo seja alienado, A RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO SERÁ TRANSFERIDA AO ADQUIRENTE (art. 131, inciso I do CTN).
PROBLEMA DA OAB
Sônia, domiciliada em Limeira – SP, adquiriu, em meados de 2007, um veículo automotor importado. No início de 2008, foi notificada a efetuar o pagamento do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) à alíquota de 6% sobre o valor venal do bem. Entretanto, ao consultar a legislação aplicável, Sônia constatou que as alíquotas do imposto variavam da seguinte forma: I – 1% para veículos de carga com lotação acima de 2.000 kg, caminhões-tratores, micro-ônibus, ônibus e tratores de esteira, de rodas ou mistos; II – 2% para ciclomotores, motocicletas, motonetas, quadriciclos e triciclos; III – 3% para automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários; e IV – 6% para os veículos relacionados no inciso anterior, de fabricação estrangeira. 
Assim, por considerar indevida a cobrança, Sônia requereu à autoridade fazendária — delegado tributário da receita estadual — a aplicação da alíquota de 3%. Em setembro de 2008, foi proferida decisão que indeferiu o pedido de Sônia, sob o argumento de que a aplicação da alíquota de 6% está em consonância com o princípio da capacidade contributiva. Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Sônia, que entende ter direito líquido e certo de pagar o IPVA à alíquota de 3%, proponha a medida judicial que entender cabível, de caráter mais urgente e eficaz, para a defesa dos interesses de sua cliente. Aborde, em seu texto, todos os aspectos de direito material e processual pertinentes.
GABARITO
Tese(s): Violação ao princípio da isonomia tributária (discriminou origem do bem e a CF proíbe). Vd. Arts. 150 II e 152 da CF. quando ao princípio da capacidade contributiva,incabível para aplicação de progressividade no IPVA (imposto real) já se perfazendo pelovalor do veículo
ITBI – VIVOS/ONEROSA/IMOVEIS
ITCMD – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS (arts. 35 a 42 do CTN; art. 155, I da CF/88)
SUJEITO ATIVO – Art. 155, I da CF – Estados e DF – Em se tratando de DF é bom ressaltar que ele possui competência cumulativa, pois pode instituir impostos estaduais e municipais. 
SUJEITO PASSIVO: - como existem duas situações diferentes, existem dois tipos de sujeito passivo:
Herdeiro ou o legatário (transmissões causa mortis); - por que um ou outro? Se a sucessão é legítima o herdeiro será o sujeito passivo, se for testamentária o legatárioserá o sujeito passivo.
Qualquer das partes adstritas à doação (doador ou donatário) na forma da lei. – o CTN disse que qualquer das partes na doação pode ser considerado sujeitos passivos do ITCMD. Quem são as partes? Tanto o doador como o donatário. Quem escolhe se é um ou outro é a lei de cada Estado. 
FATO GERADOR – uma cessão de propriedade em razão da doação ou a transmissão em razão da morte.
Transmissão de propriedade de quaisquer bens. – Bem móveis, imóveis, valores financeiros e direito creditício.
Transmissão (cessão) de direitos em decorrência de:
 - Falecimento de seu titular;
 - Transmissão e cessão gratuitas.
A transmissão é a passagem jurídica da propriedade ou de bens e direitos de uma pessoa para outra. Ocorre em caráter não oneroso, seja pela ocorrência da morte (transmissão causa mortis) ou doação (ato de liberalidade).
ATENÇÃO  O parágrafo único do artigo 35 do CTN estabelece que: “Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários”.
	ELEMENTO ESPACIAL DO FG	
	BENS IMÓVEIS E RESPECTIVOS DIREITOS 	 O imposto compete ao Estado da situação do bem ou ao DF (art 155, § º, I da CF/88). – tanto no caso de causa mortis como no caso de doação.
	BENS MÓVEIS, TÍTULOS E CRÉDITOS	O imposto compete ao Estado onde se processar o Inventário ou Arrolamento (Estado ou DF) – local de abertura do inventário. 
Caso seja decorrente de doação, o imposto sobre bens móveis, títulos e créditos é de competência do local onde o doador tiver seu domicílio (Estado ou DF) – art. 155, § 1º, II da CF. – Estado do domicílio do doador.
Problema
Sérgio faleceu em São Paulo, cidade onde era domiciliado, mas deixou a seus herdeiros uma fazenda situada em Goiás. O inventário de Sérgio tramita perante vara competente central de São Paulo. Qual Estado da federação será competente para cobrar o imposto sobre transmissão causa mortis, relativamente à fazenda? 
Resposta: Goiás, por ser o local da situação do imóvel, conforme o art. 155, § 1º, I, da Constituição Federal
ELEMENTO TEMPORAL DO FG – Será o momento da transmissão (art. 35 do CTN) ou como estabelecer a lei ordinária estadual competente. – Se for bem imóvel é no momento da lavratura da escritura. Se for bem móvel, acontece o pagamento com a transmissão do bem. 
O momento do fato gerador deve ser o do respectivo registro da escritura de transmissão, no caso de bens imóveis, perante o Registro Imobiliário (arts. 1245 do CC).
ALÍQUOTAS – As alíquotas do ITCMD são fixadas livremente pelos Estados, respeitado o máximo fixado pelo Senado Federal por meio da Resolução nº 9/92 em 8%. Desta forma, nenhum Estado pode trazer alíquota superior a 8%. Aqui no Estado de SP a alíquota é de 4%.
Temos alíquotas proporcionais ou progressivas?
À luz do entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, sempre foi comum a recusa à progressividade para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).
Por outro lado, conforme se mencionou, não se pode perder de vista que a Resolução n.º 9/92 do Senado Federal, ao estabelecer alíquota máxima para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de que trata a alínea “a”, inciso l, e § 1º, inciso IV do art. 155 da CF, dispõe: (i) a alíquota máxima do ITCMD será de oito por cento (8%), a partir de 1º de janeiro de 1992; (ii) as alíquotas dos impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal.
Em fevereiro de 2013, o STF declarou constitucional a progressividade para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). A conclusão do feito, com repercussão geral reconhecida, deu-se em 6 de fevereiro de 2013, quando o Plenário, por maioria, deu provimento ao recurso extraordinário, considerando constitucional a progressividade para o ITCMD, à semelhança do que já se adota em legislação alienígena (Espanha, Itália, Alemanha etc.). 
Desse modo, conclui-se que subsistem quatro impostos com previsão de progressividade em nosso sistema tributário: dois federais (IR, ITR), um municipal (IPTU) e, finalmente, um estadual (ITCMD).
Ressalte-se que o STF, ao admitir a aplicação de alíquotas progressivas ao ITCMD, em sede de repercussão geral (STF. RE 562.045, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Rel. p/ Acórdão: Min. Cármen Lúcia, Pleno, julg. 06/02/2013), também previu que esta decisão não se estendia ao ITBI, por ser tributo com sistemática distinta, permanecendo aplicável ao ITBI a Súmula 656 do STF. 
Entendeu o STF que existia uma peculiaridade que os diferencia: o ITCMD tem como fato gerador um acréscimo patrimonial a título gratuito, revelador de evidente capacidade contributiva, aproximando-o dos impostos pessoais como o IR.
 Veja-se trecho do voto da Ministra Ellen Gracie no RE 562.045 que expressamente delimita a diferença entre ambos os tributos e ressalva a continuidade de aplicação da Súmula 656 ao ITBI (grifos nossos): “6. O ITCMD permite mais do que uma simples presunção indireta da capacidade contributiva do contribuinte. Isso porque não se trata de um tributo que incida sobre a propriedade de um bem, por exemplo, de característica estática e dissociada da situação do contribuinte ou que tome qualquer outra realidade econômica de modo isolado. O imposto sobre a transmissão causa “mortis” é devido pelo “beneficiário ou recebedor do bem ou direito transmitido” por ocasião do direto e necessário acréscimo patrimonial que a transmissão implica. Aliás, trata-se de um acréscimo patrimonial a título gratuito, que revela, por si mesmo, evidente e clara capacidade contributiva.
 
BASE DE CÁLCULO – Será o valor venal dos bens ou direito transmitidos e da doação. Em princípio, representará o valor de mercado do bem objeto da transmissão, não devendo superá-lo. 
Súmulas
O cálculo é feito sobre o valor dos bens na data da avaliação (Súmula 113 do STF), observada a alíquota vigente na data da abertura da sucessão (súmula 112 do STF). O imposto não é exigível antes da homologação do cálculo (Súmula 114 do STF). 
– Toda vez que o imposto incide sobre o bem a base de cálculo sempre será o valor venal. 
Valor venal  valor do mercado do bem transmitido ou doado (terreno + construção).
Problema
Em abril de 2015, 30 dias após o falecimento de Maria, Joana, uma de suas três filhas, ajuizou ação de inventário e partilha e foi nomeada inventariante do espólio de sua mãe, composto por dois imóveis. Em julho do mesmo ano, a alíquota do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) do estado Y, onde Maria residia e onde estavam localizados seus dois imóveis, foi alterada de 4% para 6%. O Fisco Estadual, dois anos após o ajuizamento da ação de inventário e partilha, discordando do valor dos bens declarado pela inventariante que atribuiu aos imóveis o valor venal vigente na data da abertura da sucessão, lançou o ITCMD, utilizando, como base de cálculo, os valores dos bens arbitrados na data da avaliação e a alíquota de 6%, então em vigor. A inventariante, após regularmente notificada do lançamento do tributo e sentindo-se prejudicada pela decisão desfavorável do Fisco Estadual, decidiu impugnar administrativamente o lançamento do tributo. A partir dos fatos apresentados, responda aos itens a seguir. 
A) A atitude do Fisco em cobrar o ITCMD com base na nova alíquota de 6% está correta? Fundamente. 
B) Sobre a base de cálculo, assiste razão à inventariante? 
Respostas
A) Não. Conforme a Súmula 112 do STF, o ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão, que ocorre no exato momento da morte. Em outras palavras, o momento da abertura da sucessão definirá a legislação aplicável ao lançamento do ITCMD.
B) Não. Conforme a Súmula 113 do STF, o ITCMD é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação, portanto está correto o fisco em atribuir aos imóveis o valor atual.
OBSERVAÇÃO 1: ITCMD e progressividade  De acordo com o STF apenas os impostos pessoais poderãoreceber alíquotas progressivas. O ITCMD é um imposto REAL e, consequentemente, deverá ter alíquota proporcional. É vedado aos Estados estabelecerem progressividade de alíquotas a este imposto. Aplica-se a súmula 656 do STF por analogia. Ver atual posicionamento do STF = progressividade
OBSERVAÇÃO 2: ITCMD e morte presumida  A súmula 331 do STF nos ensina que é legítima a incidência do ITCMD no inventário por morte presumida. 
OBSERVAÇÃO 3: ITCMD e legislação aplicada  O ITCMD deve ser recolhido de acordo com a legislação em vigor na data da ocorrência do fato gerador, portanto, a doutrina nos ensina que a legislação aplicável é aquela da DATA DO ÓBITO do indivíduo (art. 150, inciso III, letra “a” da CF c/c art. 144 do CTN). Verificar a súmula 112 do STF.
OBSERVAÇÃO 4: Elemento espacial e temporal do fato gerador 
Espacial (a quem)
Imóveis = Estado da situação do bem;
Móveis, títulos e valores creditícios = na transmissão causa mortis o ITCMD deve ser recolhido onde se processar o inventário ou o arrolamento.
Móveis, títulos e valores creditícios = em se tratando de doação o ITCMD será recolhido no local do domicílio do doador. Aplica-se o art. 155, par. 1º, inciso I e II da CF.
Temporal – Segundo o art. 35 do CTN, o elemento temporal do fato gerador deste imposto é o momento da transmissão ou como estabelecer a lei ordinária competente. A melhor doutrina tem nos ensinado que o momento do fato gerador deve ser o respectivo registro da escritura em se tratando de bem imóvel, em face da condição de ser este o momento em que a transmissão se opera em relação a terceiros.
ATENÇÃO  CABERÁ A LEI COMPLEMENTAR DISCIPLINAR AS SEGUINTES SITUAÇÕES:
1 - Se o doador tiver domicílio ou residência no exterior (art. 155, par. primeiro, inciso III, alínea “a” da CF);
2 - Se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (art. 155, par. 1º, inciso III, letra “b” da CF).
Problema 
Em 01 de novembro de 2017, o Estado X instituiu um sistema progressivo de alíquotas para o Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCD. A redação do dispositivo legal era a seguinte: "Art. 26 – O valor da totalidade dos bens e direitos transmitidos é a base de cálculo do imposto e sobre ela incidirão as seguintes alíquotas: I – 4% (quatro por cento), para valores entre R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); II – 6% (seis por cento), para valores entre R$ 50.000,01 (cinquenta mil reais e um centavo) e R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais); III – 8% (oito por cento), para valores acima de R$ 250.000,01 (duzentos e cinquenta mil reais e um centavo). Parágrafo único: há isenção do imposto quando a totalidade dos bens e direitos transmitidos não exceder R$ 2.000,00 (dois mil reais)”. Caio, residente no Estado Y, recebeu de herança um bem imóvel localizado no Estado X, no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), e decidiu impugnar o lançamento, afirmando que a progressividade do ITCD é inconstitucional, por ser este um imposto de caráter real. Alegou, ainda, que o imposto é devido no Estado Y, local de sua residência. Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir. 
A) Caio está correto quanto à alegação de inconstitucionalidade da progressividade do imposto? 
B) Em qual Estado o ITCD é devido? 
Respostas
A) Não. A progressividade de alíquotas está de acordo com a CRFB/88. Isso porque no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) é possível aferir a capacidade contributiva do contribuinte do tributo, nos termos do Art. 145, § 1º, da CRFB/88. O ITCD é devido pelo contribuinte beneficiário de bem ou direito transmitido, implicando em um acréscimo patrimonial gratuito. Nesse sentido, o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, reconhecendo a repercussão geral no RE 562.045, julgou constitucional a progressividade de alíquotas do ITCD.
B) O imposto é devido, nos casos de bens imóveis, no Estado da situação do bem, ou seja, o Estado X, conforme o Art. 41 do CTN ou o Art. 155, § 1º, inciso I, da CRFB/88
ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO 
(Art. 155, II da CF/88; LC nº 87/96)
O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS), está disciplinado:
Na Constituição Federal, principalmente em seu artigo 155, inciso II e §§ 2.º (com seus 12 incisos);
Na Lei Complementar n. 87/96, que estabelece normas gerais sobre o ICMS, a serem observadas por todos os Estados e pelo Distrito Federal.
Art. 155 da CF/88: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II – operações relativas à circulação de mercadorias / e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal /e de comunicação /, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
SUJEITO ATIVO – Estados e DF. 
SUJEITO PASSIVO – O sujeito passivo do ICMS poderá ser, consoante a dicção do artigo 4º da Lei Complementar nº 87/96 c/c art. 155, § 2º, XII, “a” da CF:
- Pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;
- Importadores de bens de qualquer natureza; – além de pagar o imposto sobre a importação, ele ainda recolhe o ICMS.
- Prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;
- Prestadores de serviços de comunicação (qualquer tipo de comunicação).
Além da disciplina jurídica trazida pela CF, existem uma complementar que disciplinam as normas gerais em matéria de ICMS (LC 87/96). 
Há a possibilidade de figurar no polo passivo da relação jurídica o responsável tributário, quando escolhido por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador – há dois tipos de sujeitos passivos: 
Contribuinte = realiza o fato gerador, e 
Responsável = terceira pessoa escolhida pela lei para pagar o tributo sem que tenha praticado o fato gerador – (art. 121, parágrafo único, II do CTN). Vide art 150, § 7º da CF – admite o fenômeno da responsabilidade atinente ao ICMS – escolha de uma terceira pessoa para recolher o tributo antes da ocorrência do FG.
Artigo 4 da Lei Complementar 87/96
Art. 4º. Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial: 
I - importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; 
II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
III - adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; 
IV - adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.  
ICMS e habitualidade
Para estar sujeito à incidência do ICMS é imprescindível que a circulação da mercadoria seja realizada por um comerciante. Entende-se por comerciante aquela pessoa que pratica atos de mercancia com habitualidade. Art. 4º, LC 87/96
Obs – Não precisam ter habitualidade os mencionados no parágrafo único do artigo 4 (slide anterior)
FATO GERADOR – O ICMS é um imposto estadual, cujo fato gerador pode consistir:
1 - Circulação de mercadorias;
2 - Prestação de serviço de transporte;
3 - Prestação de serviço de comunicação;
4 - Importação.
Não incidência
a) sobre coisas corpóreas que não sejam mercadoria, isto é, bens de particulares;
b ) na alienação de bens do ativo fixo ou imobilizado .
Observe a jurisprudência no STF : EMENTA: A venda debens do ativo fixo da empresa não se enquadra na hipótese de incidência determinada pelo art. 155, I, “b” da Carta Federal, tendo em vista que, em tal situação, inexiste circulação no sentido jurídíco-tributário: os bens não se ajustam ao conceito de mercadorias e as operações não são efetuadas com habitualidade (RE 194,300-9/SP, 1ª T., rei. Min. Ilmar Galvão j. 29-04-1997)
c) na simples transferência de mercadoria de um para outro estabelecimento da mesma empresa (Súmula nº. 166 do STJ )
d) nas remessas de mercadorias para demonstração e/ou consignação;
e) na integralização de bens (máquinas, equipamentos, veículos etc.) pela pessoa jurídica para a constituição ou ampliação de uma outra empresa (mero negócio societário);
f) na mudança integral do estabelecimento da pessoa jurídica, com o deslocamento do seu patrimônio para outro local.
g) serviços de transporte dentro de um mesmo município, que são sujeitos ao ISS;
Art.155.
§ 2- O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...)
X - n ã o incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art, 153, § 5o.
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
Circulação de mercadorias  Assim entendida a circulação capaz de realizar o trajeto da mercadoria da produção até o consumo; o bem sai da titularidade de um sujeito e passa à titularidade definitiva de outro. Saliente-se que mercadoria são bens móveis que podem ser comercializados, devendo haver intuito de obtenção de lucro com a movimentação jurídica do bem. 
Circulação: não é mera movimentação "física", mas circulação jurídica do bem). Exemplo: na saída de bens para mostruário não o se paga ICMS, pois não ocorre a circulação jurídica do bem, apenas a movimentação “física”, não havendo mudança de titularidade; o mesmo fato ocorre na mera movimentação física de bens entre matriz e filial. 	Apesar da Lei Complementar 87/96 informar que incide o ICMS sobre a circulação de mercadorias entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte NÃO ADOTAR ESSE DISPOSITIVO PARA A OAB.
Mercadoria  é tudo aquilo que é transferido de uma pessoa à outra, como ato de comércio, instrumento mercantil. De um comerciante para outro comerciante. 
A simples movimentação de bens não configura fato gerador do ICMS. Mudança da matriz para a filial não configura o ICMS. Não configura também quando a mercadoria vai da concessionária para uma feira, bem como, também não incide quando a mercadoria estiver consignada. TODA VEZ QUE CIRCULAR A MERCADORIA TERÁ NOVO FATO GERADOR DO ICMS. 
Mercadorias: o conceito de mercadoria é fundamental ao estudo do fato gerador deste imposto; mercadoria é a coisa que se constitui objeto de uma venda. Todavia, a Constituição define implicitamente mercadoria em seu sentido estrito, e somente nesse conceito estrito deve ser ela considerada na formatação do fato gerador do ICMS (art. 110 do CTN). A mercadoria é bem ou coisa móvel. O que caracteriza uma coisa como mercadoria é a destinação, uma vez que é coisa móvel com aptidão ao comércio. Não são mercadorias as coisas que o empresário adquire para uso ou consumo próprio mas somente aquelas adquiridas para revenda ou venda.
Saliente-se que mercadoria são bens móveis que podem ser comercializados, devendo haver intuito de obtenção de lucro com a movimentação jurídica do bem. Além disso, essa atividade deve ser habitual. Por essa razão, a saída eventual de bens do ativo fixo ou imobilizado de um a empresa não configura circulação de mercadorias, mas mera circulação de bens desgastados pelo uso.
Cabe ainda registrar que a energia elétrica é pacificamente entendida como “mercadoria” para efeito da incidência do ICMS.
- Prestação de serviço de transporte (interestadual e intermunicipal)  A prestação de serviços de transporte entre Municípios da mesma unidade federada (intermunicipal) ou entre Estados diferentes (interestadual) representa fato gerador do ICMS. Portanto, por exclusão, os serviços de transportes dentro do território do Município estão fora do campo de incidência do ICMS e dentro da incidência do ISS.
- Prestação de serviços de comunicação  A CF não entra em detalhes, deixando-os para serem fixados por lei complementar. A LC nº 87/96 no seu artigo 2º, III estabeleceu que “o ICMS incide sobre prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza”. – O ICMS incide sobre qualquer serviço de comunicação, AINDA QUE A COMUNICAÇÃO SEJA DE DADOS.
- Importação de bens de qualquer natureza.
As prestações hão de ser onerosas, pois as prestações de serviços gratuitos não podem gerar incidência. É o que se nota no transporte de carga própria, em que o valor desse transporte está necessariamente incluído no valor das mercadorias transportadas e, assim, automaticamente, alcançado pelo tributo, conforme entendimento do STJ.
Outrossim é importante enaltecer que quando ocorre o transporte da mercadoria em parcelas considerar-se-á o corrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída do primeiro componente, peça ou parte.
Por fim, a regra geral prevalecente na determinação do local da prestação, para o qual deve haver o recolhimento do tributo, em relação aos serviços de transporte, é simples: vale o local onde tenha início à prestação do transporte. Exemplo: uma empresa de transporte de carga, com sede no Espírito Santo, contrata serviço que consiste em transportar mercadoria de uma fábrica no Rio de Janeiro para os Estados do Ceará e Piauí. Pergunta-se: pagar-se-á o ICMS para qual Estado? Resposta: para o Rio de Janeiro, onde se iniciou o transporte.
BASE DE CÁLCULO – Pode ser:
O valor da operação – tratando-se de operação de circulação de mercadoria;
O preço do serviço – tratando-se de transporte (interurbano e interestadual) e de comunicação; 
O valor da mercadoria ou bem importado, constante em documento de importação.
 
ALÍQUOTAS 
Internas – circulação dentro de um mesmo Estado. Geralmente é de 17/18%.
Interestaduais – Senado estabelece a mínima do IPVA, a máxima do ITCMD, e a mínima e a máxima do ICMS.
7 – N/NE/CO  ES – A alíquota será 7% se a mercadoria ou serviço tiver como origem o norte, nordeste ou centro-oeste com destino ao Espírito Santo. 
12 – Sul/Sudeste  Se o serviço ou mercadoria for para o Sul ou Sudeste a alíquota é de 12%.
17/18 – Importação
PRINCÍPIOS
Seletividade – princípio ORIENTADOR – Alíquota vai variar de acordo com a essencialidade do produto. Quanto menos essencial, maior a alíquota. Quando mais essencial, menor a alíquota. Quem define o que é essencial? A lei de cada estado. A seletividade está ligada à essencialidade.
Não cumulatividade – princípio IMPOSITIVO. A Lei Estadual DEVE ter esse. Abate na saída aquilo que foi pago na entrada. A não cumulatividade evita o efeito cascata, evita o ICMS sobre o ICMS. Evita o tributo sobre o tributo.
ICMS X SELETIVIDADE – Art 155, § 2º, III da CF
Pauta-se pela estipulação de alíquotas diferenciadas para certos produtos e/ou serviços, para mais ou para menos, com base na seletividade em função da essencialidade.
A seletividade decorre da conceituação do que é mais essencial ou do que é menos essencial ou supérfluo, visando-se à minimização da carga tributária daquilo que é mais essencial e maior onerosidade do que é dispensável. Exemplo: a Lei nº 6.374/89 (ICMS do Estado de SP) fixa a alíquota de 25% nas operações com bebidas alcoólicas, fumo, perfumes, motocicletas, asas-deltas, embarcações de esporte e de recreio,armas e munições, binóculos, jogos eletrônicos, bolas e tacos de bilhar, cartas para jogar, tacos para golfe, entre outros; e estabelece a alíquota de 12% nas operações com arroz, feijão, pão, sal, entre outros.
PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - A não-cumulatividade do ICMS está prevista no artigo 155, § 2.º, incisos I e II, da Constituição Federal, de modo que em cada operação ou prestação é assegurado ao contribuinte, de modo definitivo, uma dedução (abatimento) correspondente aos montantes cobrados nas operações ou prestações anteriores.
	Lembremos que o ICMS é imposto indireto. Pelo princípio da não-cumulatividade, o Constituinte beneficiou o contribuinte (de direito) desse tributo e, ao mesmo tempo, o consumidor final (contribuinte de fato), a quem convém preços mais reduzidos ou menos gravemente onerados pela carga tributária.
ICMS e não cumulatividade – Art. 155, § 2º, I da CF
Esse princípio vem regulado no art. 19 da Lei Complementar nº 87/96. O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e o de comunicação com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
Podemos, ainda entender a regra constitucional da não cumulatividade como o postulado em que o imposto só recai sobre o valor acrescentado em cada fase da circulação do produto, evitando assim a ocorrência do chamado efeito “cascata”, decorrente da incidência do imposto sobre imposto.
Atualmente temos alíquotas distintas para os produtos, admitindo-se, facultativamente ao ICMS, a própria SELETIVIDADE, em razão da essencialidade (quanto mais essencial, menor a alíquota – quanto menos essencial, maior a alíquota) das mercadorias e dos serviços (art. 155, § 2º, III da CF/88). 
Quanto às alíquotas, consoante a Resolução do Senado federal nº 22/89, há as internas – livremente estipuladas pelos Estados (usualmente 17% ou 18%) e as interestaduais para as quais há o seguinte critério:
Alíquota de 7% - para operações interestaduais que destinarem mercadoria ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para o Espírito Santo;
Alíquota de 12% - para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Sul e Sudeste;
Alíquotas de 17% ou 18% - para operações de importação.
SENADO FEDERAL
No estabelecimento de alíquotas, os Estados devem observar o que dispõe o Senado Federal, que deverá fixar alíquotas mínimas ou máximas, por meio de resolução e nos termos da Constituição federal. Enquanto ausente a fixação de tais alíquotas pelo Senado federal, os estados poderão estabelecê-las no âmbito das respectivas competências. 
Observações
1 - Súmula 323 do STF: é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.
Nada obsta a que o Fisco proceda à apreensão de mercadoria transportada, quando desacompanhada de nota fiscal, lavrando-se o auto de infração, numa providência imediata, a fim de levar a efeito as providências identificatórias do bem, no entorno da materialidade do fato . Caso contrário, se tal embaraço ganhar foro de eternização, traduzir-se -á em meio coativo de percepção de tributos, não podendo ser tolerado, como preconiza a inteligência da Súmula em comento. Com efeito, a apreensão indevida se traduz em maneira vexatória e gravosa de cobrança de tributo por via oblíqua, constituindo sanção política, o que mobilizou o Poder Judiciário a repelir tal expediente arbitrário e abusivo, com inúmeros posicionamentos calcados na Súmula 323 do STF. 
A apreensão ilícita viola inúmeros dispositivos constitucionais: desrespeita o direito de propriedade (art. 5o, XXII, CF), da qual o cidadão somente será privado mediante justa indenização, com obediência ao devido processo legal. Ademais, estiolada desponta a liberdade de trabalho, consagrada nos arts. 5o, XIII , XVIII e 170, ambos da CF, na medida em que o comerciante tem a continuação de sua atividade condicionada ao pagamento de tributos. Viola -se, outrossim, o devido processo legal, do qual o contraditório e a ampla defesa são desdobramentos (a rt. 5o, LIV e LV, CF). 
2 – Salvados de Sinistro - As operações com salvados de sinistros ocorrem (1) na transferência de tais bens para as companhias seguradoras e posteriormente; (2 ) na saída dessas para o adquirente comum.
O inciso IX do art. 3° da LC n , 87/96 determina a não incidência do ICMS nas operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistros para companhias seguradoras. É usual que as seguradoras recebam, quando do pagamento das indenizações de seguro, em caso de perda total do bem sinistrado, os respectivos salvados, por menor que seja seu valor. Essa operação de aquisição não gera incidência do ICMS. Todavia, é também usual que as companhias seguradoras revendam esses salvados - aqui, há incidência do ICMS (2 ), Nesse caso, as companhias seguradoras agem com o comerciantes comuns, devendo recolher o imposto. Tal direcionamento encontra guarida na Súmula nº 152 do STJ (“Na venda pelo segurador, de bens salvados de sinistros, incide o ICMS”).
Súmula Vinculante 32 - O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
3 - ICMS e Software 
Sobre a produção de software para atender a necessidade de 1 (uma) empresa teremos a incidência do ISS. A partir do momento que esse software passa a ser comercializado como mercadoria teremos à incidência do ICMS. Aplica-se aqui a Súmula 662 do STF por analogia.
As operações de licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador (software) referem-se a bem incorpóreo, não tendo por objeto a mercadoria, propriamente dita.
Portanto, em tais operações não haverá incidência de ICMS. Todavia, outro será o tratamento, caso tenhamos a circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em série ou escala e comercializados no varejo (software de prateleira ou exemplar standard—offthe shelf). Neste caso, teremos o fato gerador do ICMS.
Abordagem Constitucional
Artigo 155, paragrafo 2 da CF
I -  será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II -  a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a)  não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; A B C D
b)  acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III -  poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV -  resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V -  é facultado ao Senado Federal:
a)  estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b)  fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI -  salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, g, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII -  nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquotainterna do Estado destinatário e a alíquota interestadual (EC 87/2015);
VIII -  a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
a)  ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
b)  ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;
IX -  incidirá também:
a)  sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b)  sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X -  não incidirá:
a)  sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b)  sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c)  sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d)  nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
XI -  não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
XII -  cabe à lei complementar – já definidas pela Lei Complementar 87/96
a)  definir seus contribuintes;
b)  dispor sobre substituição tributária;
c)  disciplinar o regime de compensação do imposto;
d)  fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e)  excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, a;
f)  prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g)  regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h)  definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
i)  fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II (ICMS) do caput deste artigo e o art. 153, I (II) e II (IE), nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (falou de imposto; mas contribuição pode – CIDE/COMBUSTIVEIS)
 § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
 h)  definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade,
I -  nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;
II -  nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;
III -  nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;
IV -  as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
a)  serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b)  poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;
c)  poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
Problema 1
A pessoa jurídica “X” é fabricante de telefones celulares e, nas vendas realizadas para seus adquirentes, comerciantes de tais aparelhos, efetua remessas de telefones entre diferentes Estados da federação. Em março de 2014, o Estado “Y”, ao fiscalizar uma dessas remessas, verificou que a pessoa jurídica “X” não recolheu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (“ICMS”) incidente sobre tal operação e, imediatamente, apreendeu todos os telefones celulares.
Tendo em vista o caso apresentado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
O Estado “Y” agiu corretamente ao apreender as mercadorias? 
Será aplicável a alíquota interna ou a interestadual à operação, realizada pela pessoa jurídica “X”, de remessa de aparelhos celulares a consumidor final localizado em outro Estado, quando o destinatário não for contribuinte do ICMS? 
A) Não, uma vez que o Estado dispõe de meios legalmente previstos para a cobrança de tributos e, consequentemente, para a satisfação dos seus créditos. Nesse sentido, dispõe e Súmula 323, do Supremo Tribunal Federal, que “é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos”.
B) Conforme dispõe o Art. 155, § 2º, VII, b, da Constituição, em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, quando o destinatário não for contribuinte do imposto, adotar-se-á a alíquota interna (EC 87/2015)
ALTERAÇÃO GABARITO EC 87/2015
VII -  nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;
Problema 2
Determinado jogador integrante de importante time de futebol de estado da federação brasileira, na qualidade de pessoa física, ao promover, em dezembro de 2010, a importação, por conta própria, de um automóvel de luxo, da marca Jaguar, zero quilômetro, fabricado no exterior, foi surpreendido com a cobrança de tributos, inclusive o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Todavia, o jogador de futebol, inconformado com a cobrança do referido imposto estadual, ajuizou, por meio de seu advogado, competente mandado de segurança, com base na súmula 660 editada pelo STF, a fim de viabilizar a defesa dos seus direitos perante a Justiça Estadual. Com base no caso acima, o jogador de futebol em questão estaria enquadrado na qualidade de contribuinte do ICMS? 
Sim. Até a entrada em vigor da Emenda Constitucional no. 33, de 11/12/2001, o art. 155, inciso IX, letra a, da CF/88, não disciplinava, em sua redação originária, a possibilidade de incidência do ICMS de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física, daí porque inúmeros contribuintes, à época, questionaram judicialmente a cobrança do ICMS pelos Estados o que resultou em julgamentos favoráveis aos contribuintes, culminando com a edição da súmula 660 do STF. 
Contudo, com o advento da Emenda Constitucional no. 33, de 11/12/2001, que alterou a redação do art. 155, inciso IX, letra a, da CF/88, a pessoa física passou, expressamente, a constar como contribuinte de bem ou mercadoria importado do exterior.Ademais, a LC no. 87/1996, teve a redação alterada pela LC no. 114/2002, a qual passou a determinar, em seu art. 4º, parágrafo único, inciso I, que a pessoa física, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, enquadra-se como contribuinte do ICMS quando “ importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja sua finalidade”. Dessa forma, o candidato deverá interpretar as mudanças trazidas pela EC no. 33/2001 em relação ao caso posto em debate, bem como mencionar a inaplicabilidade da súmula 660 STF frente à redação atual prevista no art. 155, inc. IX, letra a, da CRFB/88. Não. 
Problema 3
A seguradora ABC S.A. realizou a venda de um lote dos chamados "automóveis salvados de sinistro", isto é, automóveis que, por algum acidente (colisão, enchente etc.), perderam mais de 75% de seu valor, sendo sua propriedade transferida para a seguradora, a qual paga a correspondente indenização ao segurado. O Fisco do Estado X, alegando que a venda dos "automóveis salvados de sinistro" é uma operação de compra e venda de mercadorias, exige o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre esta operação. Diante do caso exposto, responda aos itens a seguir. 
A) O Fisco Estadual está correto em sua exigência? 
B) Uma sociedade empresária que se dedicasse exclusivamente a recuperar “automóveis salvados de sinistro", parcial ou totalmente, vendendo-os, ou suas peças avulsas, aos consumidores em geral, seria contribuinte de ICMS? 
A) O Fisco Estadual não está correto. As seguradoras não são contribuintes de ICMS ao realizar as operações de venda de veículos salvados de sinistro porque a alienação de veículos salvados de sinistro configura atividade integrante das operações de seguros e não tem natureza de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS. Esta conclusão foi consagrada na Súmula Vinculante nº 32: "O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras". 
B) Sim. Caso uma sociedade se dedicasse empresarialmente à recuperação de “automóveis salvados de sinistro", colocando-os à venda posteriormente (ou suas peças em avulso), tal operação se configuraria como sendo propriamente mercantil e de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS, nos termos do Art. 155, inciso II, da CRFB/88 e do Art. 2º da LC 87/96.
Problema 4
Empresa fabricante de sorvetes, sediada na Capital do Estado de São Paulo, resolve abrir uma filial na Capital do Estado do Rio de Janeiro, que se encarregará da distribuição de sorvetes a vendedores autônomos. Como é comum nesse ramo de atividades, a empresa possui carrinhos de sorvete, de sua propriedade, que são cedidos a autônomos (os sorveteiros), para o transporte de sorvetes a serem vendidos nas praias. A fim de iniciar as operações da nova filial, a empresa remete ao novo estabelecimento 200 carrinhos de sorvete adquiridos em junho de 2008 pelo estabelecimento paulista de um fornecedor local. Como a demanda, na alta temporada, superou em muito a expectativa inicial, o estabelecimento paulista transfere outros 100 carrinhos, adquiridos em 1o de janeiro de 2006. É legítima a incidência do ICMS sobre os carrinhos de sorvetes? 
Trata-se de transferência interestadual de bens do ativo permanente. 
A operação de transferência de bens do ativo permanente não é tributada pelo ICMS, já que não se trata de mercadoria.
 
Problema 5
A Indústria Estrela do Norte Ltda. possui dois estabelecimentos situados no Município de São Paulo - SP: a matriz, em que se desenvolve a atividade produtiva, e a filial, em que se desenvolve o comércio. Para acomodar divergências entre os sócios, decidiram-se pela cisão da sociedade, com a criação de uma nova pessoa jurídica, a Cruzeiro do Sul Indústria e Comércio Ltda., cujo capital social seria integralizado com os ativos constantes do estabelecimento filial. Antes da formalização da cisão, transferiu-se para a filial todo o estoque de produtos, que estava no estabelecimento matriz, sem recolhimento de ICMS. Após a cisão, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e imposição de multa contra a Estrela do Norte Ltda., exigindo o recolhimento do imposto sobre a mencionada transferência do estoque. Os sócios da Estrela do Norte Ltda. consultam-no para saber se é devido o imposto e se a operação, da forma como foi organizada, caracteriza fraude fiscal. Qual seu aconselhamento?
Não é devido o imposto. De acordo com a Súmula n.º 166 do Superior Tribunal de Justiça, não incidem ICMS no simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento da mesma pessoa jurídica, tendo em vista que a circulação de mercadorias, que enseja a cobrança do imposto, pressupõe a transferência da titularidade do bem. 
No mais a operação levada a efeito constitui legítimo planejamento tributário, à medida que se evitou a incidência do imposto antes da ocorrência do fato gerador.

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