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Cluster C - Personalidades Medrosas

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Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
1 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE EVITATIVA 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
A principal queixa desse grupo é, como o nome sugere, 
a evitação de situações novas, sociais ou 
profissionais, principalmente por se exporem a 
críticas e escárnio de outros. O resultado é inibição 
social, sentimento de inadequação, timidez e grande 
sensibilidade a avaliações negativas e rejeição. 
Contudo, esses pacientes possuem desejo de 
companhia, mas têm dificuldades em iniciar 
relacionamentos ou fazer amizades. Por vezes, é 
difícil diferenciar do transtorno de ansiedade social 
(antiga fobia social), valendo como importantes 
marcadores o tempo e a cronicidade dos sintomas. 
Durante a entrevista, esses pacientes podem ter 
dificuldade de falar sobre si, demonstrando 
nervosismo e vulnerabilidade a comentários ou 
sugestões feitas. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Segundo o DSM-5, este padrão de personalidade é 
conhecido por três características principais que 
aparecem já em adultos jovens: é muito sensível a 
críticas negativas; apresenta "inibição social" e 
possui "sentimentos de inadequação". 
Para que este diagnóstico seja feito, pelo menos 
quatro dos seguintes sinais ou sintomas devem ser 
observados em situações variadas: 
• Evita muito iniciar novas atividades ou se 
envolver em alguns riscos por temer que possam 
ser constrangedores; 
• Opta por carreiras ou funções em que tenha 
pouco contato com outras pessoas (medo de 
julgamentos negativos ou rejeição); 
• Possui uma autoimagem negativa (como se fosse 
"inferior", pouco atrativo ou inepto socialmente); 
• Se não tiver certeza de que terá uma recepção 
positiva pelos outros, prefere não se relacionar 
com eles; 
• Quando em novas circunstâncias, sente-se 
inadequado e se inibe em relação aos outros; 
• Por medo de ser ridicularizado ou de se sentir 
envergonhado, age com reserva mesmo nos 
relacionamentos íntimos; 
• Em circunstâncias sociais, fica preocupado em 
ser rejeitado ou criticado. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Outros transtornos de personalidade, (Ex. 
esquizoide e dependente). 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
Pacientes apresentam grande apego e necessidade 
de serem cuidados, supervisionados, além de baixa 
autoconfiança. Têm dificuldades em tomar decisões 
sozinhos, geralmente colhendo muitas opiniões antes 
ou delegando a tomada de decisões a terceiros, 
mesmo que envolva áreas importantes da sua vida. 
Também apresentam certa submissão e evitam 
confrontos por medo de perder a fonte de apoio. 
São autodepreciativos e qualquer crítica ou 
comentário pode reforçar esse comportamento. 
Tende a ser mais comum em mulheres. Geralmente, 
pacientes com esse transtorno são cooperativos. 
Podem apresentar transtorno psicótico 
compartilhado (folie à deux) sob certas 
circunstâncias. Devido às características de sua 
personalidade, podem também se envolver em 
relacionamentos violentos ou abusivos. De tal forma, 
alguns desses pacientes podem apresentar 
comorbidades como depressão. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Segundo o DSM-5, este padrão de personalidade é 
conhecido por três características principais que 
aparecem já em adultos jovens: apego, submissão e 
uma grande necessidade de ser cuidado. 
Para que este diagnóstico seja feito, pelo menos cinco 
dos seguintes sinais ou sintomas devem ser 
observados em situações variadas: 
Cluster C – Personalidades ¨Medrosas¨ 
 Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
2 
• Grande preocupação com o medo de ser 
abandonado, mesmo que essa perspectiva seja 
fictícia; 
• Possui problemas para tomar decisões, 
solicitando muitos conselhos dos outros; 
• Ao terminar um relacionamento, procura logo 
por outro para tentar obter cuidado; 
• Delega aos outros responsabilidades 
importantes sobre sua vida; 
• Quando só, teme não conseguir cuidar de si, 
tendo a sensação de desamparo e desconforto; 
• Tem dificuldade em discordar dos outros por 
medo de perder a aprovação desses; 
• Submete-se a situações diversas (inclusive 
desprazerosas) para conseguir carinho e apoio; 
• Dificuldades em fazer coisas sozinho ou em 
começar alguma iniciativa (comprometimento da 
autoconfiança). 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Outros transtornos de personalidade, como 
borderline e histriônico; 
• Agorafobia. 
T. DE PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
No transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva 
(anancástica), a principal queixa é a minuciosidade 
(perfeccionismo), necessidade de controle mental e 
interpessoal, organização, teimosia, indecisão e 
inflexibilidade com regras, atrapalhando ou mesmo 
impossibilitando a realização de tarefas. Seguem um 
conjunto muito estrito de modos operacionais, não 
conseguindo delegar funções se esse conjunto não 
for seguido rigorosamente. Podem demorar a tomar 
decisões por medo de cometerem erros. 
É mais comum no sexo masculino e naqueles com 
familiar de 1º grau com esse mesmo transtorno. 
Na avaliação, tendem a se comportar de maneira 
distante, formal, séria e pouco espontânea. Suas 
respostas podem conter inúmeros detalhes. Pode-se 
observar seu gosto por regras, limpeza, 
organização, etc., sendo, por vezes, pouco tolerantes. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Segundo o DSM-5, este padrão de personalidade é 
conhecido por três características principais que 
aparecem já em adultos jovens: perfeccionismo; 
preocupação com a ordem e controle. Tal quadro 
compromete a capacidade do paciente de se 
mostrar mais eficiente, flexível ou aberto a certas 
questões. 
Para que este diagnóstico seja feito, pelo menos 
quatro dos seguintes sinais ou sintomas devem ser 
observados em situações variadas: 
• O paciente é teimoso/rígido; 
• Possui dificuldades em alcançar o objetivo de 
uma proposta por causa do excesso de 
preocupação com a organização, regras ou 
detalhes; 
• Acumula dinheiro e evita gastos consigo ou com 
os outros; 
• Possui dificuldade em concluir tarefas por causa 
do perfeccionismo; 
• Possui dificuldade em trabalhar com os outros 
ou atribuir tarefas a menos que sejam 
realizadas exatamente como acha que deveriam 
ser; 
• Dedica-se mais ao trabalho e às suas atividades 
do que à recreação ou às relações pessoais; 
• Não consegue jogar fora coisas que não possuem 
valor (inclusive sentimental) ou que foram 
usadas; 
• Demonstra-se inflexível e meticuloso em 
relação a valores, moral ou ética. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• O principal diagnóstico diferencial é com o 
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); 
• Também deve-se considerar os transtornos 
delirantes.

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