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APS Direito Administrativo

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Nome: Nayara Lohayne S. Ferreira RA: 1908640 03107C02 
 
 
Atividade Prática Supervisionada – Direito da Administração Pública 
 
No texto 1 é tratado sobre a anulação ou invalidação dos atos administrativos, 
este que se baseia em questões de ilegitimidade ou ilegalidade, os quais são feitos 
pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, com fundamento no seu poder 
de autotutela sobre os próprios atos. Sendo este pautado de acordo com o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal por meio das súmulas 346 e 473. 
Visto que atinge sua própria origem, a anulação produz efeitos retroativos a 
data em que foi emitido, efeitos ex tunc. 
Para ser feita pelo Poder Judiciário, a anulação depende da provocação do 
interessado, visto que o Poder Judiciário, ao contrário da atuação administrativa, age 
através da iniciativa da parte (baseando-se pelo Princípio da Demanda), o qual pode-
se utilizar ações ordinárias, mandado de segurança, ação popular, dentre outros. 
Para fins de anulação do ato administrativo, o conceito de ilegitimidade ou 
ilegalidade não se limita somente à violação direta da lei, visto que abrange também 
o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou até mesmo por negação aos princípios 
gerais do direito. O ato nulo não vincula as partes, mas produz efeito válidos em 
relação aos terceiros, efeitos estes que devem ser respeitados pela administração. 
Há requisitos, os quais se violados, há a decretação da nulidade do ato. 
Requisitos estes que são competência ou sujeito, finalidade, forma, motivo ou causa 
e objeto ou conteúdo. Para saber se houve a violação de um destes requisitos, deve-
se observar a Lei de Ação Popular (Lei 4.717/65) em seu art. 2º, o qual enumera-se 
hipóteses em que ficam caracterizados os vícios que podem atingir os atos 
administrativos. 
É importante ressaltar também que há duas diretrizes referente a teoria das 
nulidades no Direito Administrativo: monistas e dualistas. Para os monistas o ato 
administrativo será nulo ou válido. Já para os dualistas, os atos administrativos podem 
ser nulos ou anuláveis, com base na maior gravidade do vício. 
A diferença que predomina entre nulidade e anulabilidade em Direito 
Administrativo fundamenta-se, quase que exclusivamente, na possibilidade de 
convalidação. Sendo assim, no ato absolutamente nulo, é impossível sua 
convalidação; enquanto nos atos anuláveis é possível que os mesmos sejam sanados 
pela Administração. 
De acordo com a lei federal nº 9.784/99 foi positivada a teoria dualista, uma vez 
que referida lei admite expressamente de convalidação dos atos administrativos que 
apresentarem efeitos sanáveis. É de suma importância ressaltar que se há um prazo 
para a Administração anular seus atos, prazo este que é de cinco anos, da data em 
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
Portanto, conclui-se que se faz necessário a aceitação da nulidade e 
anulabilidade também no Direito Público. Ressalta-se também que apenas a anulação 
(nulidade relativa) está sujeita a prazo decadencial de cinco anos, desde que presente 
boa-fé. 
 
 
No texto 2 é falado sobre a convalidação, uma forma de extinção de um ato 
administrativo contaminado de vícios, ocasionada pela prática de outro ato 
administrativo, que retira do mundo jurídico o primeiro, sanando os vícios do anterior. 
De acordo com o professor Bandeira de Mello, a convalidação é o suprimento da 
invalidade de um ato com efeitos retroativos. 
A convalidação pode ser resultado do comportamento do particular ou da 
própria administração, entretanto, esta somente poderá ocorrer quando o ato possa 
ser praticado validamente no presente. Um outro requisito, além do já citado, é a 
possibilidade de retroação dos efeitos. Ou seja, há a prática de um ato novo que 
convalida os defeitos do anterior e é necessário que este novo ato possa retroagir 
seus efeitos válidos. 
É importante ressaltar a importância dos princípios na convalidação. Ela vem a 
concretizar os princípios de segurança jurídica, legalidade, e da boa-fé. Diante do fato 
de a convalidação atender a estes princípios, se tornou perceptível que a mesma é 
capaz de facilitar o atendimento do interesse público, algumas vezes mais eficaz que 
a anulação. 
Quanto a obrigatoriedade ou não da administração convalidar seus atos, 
diversos autores divergem entre si acerca do fato. Há quem ache que é prática 
obrigatória da administração e há quem pense que é facultativo. 
 
ADMINISTRATIVO. CONVALIDAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. 
IMPOSSIBILIDADE. HIPÓTESE QUE CONFIGURA VERDADEIRA 
ANULAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE VONTADE DA ADMINISTRAÇÃO. 
INCIDÊNCIA DO PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO ARTIGO 54 DA 
LEI Nº 9.784/99. 1. Conforme previsão legal, a administração pública 
poderá convalidar seus próprios atos quando sobre eles recair defeito 
sanável (artigo 55 da Lei nº 9.784/99). Ao se debruçar sobre o estudo da 
referida norma, a doutrina elenca situações nas quais é cabível o 
saneamento do ato emanado do poder público, a saber: a) constatação de 
vício de incompetência do sujeito que praticou a ação, desde que não se 
cuide de competência exclusiva e b) mácula relacionada à forma do ato - e 
esta não seja essencial à própria validade do ato administrativo (DI PIETRO, 
2018, p. 328/329). Vale destacar que a tese é acolhida no âmbito da 
jurisprudência (STJ, REsp 850.270/RS, Rel. Ministro FRANCISCO 
FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/05/2007, DJ 31/05/2007, p. 
378). 2. A contrario sensu, cuidando-se de vício sobre o objeto/conteúdo do 
ato administrativo, não é admissível o saneamento do mesmo, ou seja, não 
há possibilidade convalidação. Logo, alterar aspectos da declaração de 
vontade alusivos a outros requisitos do ato, que não o sujeito e a forma, 
consiste verdadeira anulação do mesmo. Assim sendo, tratando-se de 
anulação de atos administrativos, deve ser observado o prazo decadencial 
do artigo 54 da Lei 9.784/99. 3. Recurso do autor parcialmente provido e 
recurso da ré a que se nega provimento. 
(TRF-4 - RECURSO CÍVEL: 50103927520184047002 PR 5010392-
75.2018.4.04.7002, Relator: GERSON LUIZ ROCHA, Data de Julgamento: 
13/02/2020, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DO PR) 
 
A jurisprudência a seguir trata-se de uma ação que visa condenar a ré ao 
pagamento da rubrica ANUENIO. A parte autora interpõe recurso onde sustenta que 
a demandada deve ser condenada a ressarcir as parcelas já descontadas e 
decorrentes da indevida redução ao pagamento do anuênio para o percentual de 9%, 
quando o certo seria integralizar 14%. 
Diante do fato, a parte ré interpôs recurso sustentando que a administração 
convalidou o direito de o servidor perceber o anuênio a que faz jus. Se é analisado 
após os recursos interpostos que não há a possibilidade da convalidação, dando 
provimento ao recurso do autor e negando o recurso da União, com base no art. 54 e 
55 da Lei nº 9.784/99. 
A ré argumenta que a concessão do pagamento de anuênios foi convalidada e 
não anulada, de modo que a ação não se submete ao prazo decadencial previsto no 
art. 54, caput, Lei 9.784/99. Contudo, conforme exposto não é possível falar em 
convalidação do ato administrativo produzido em benefício do autor, visto que para a 
existência dos atos administrativos são necessários cinco requisitos conforme já 
citado acima, sujeito, forma, objeto, motivo e finalidade. 
Isto posto, não é possível haver a convalidação.

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