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Monitoria Microbiologia - Fármacos antibacterianos

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MICROBIOLOGIA 
Monitor: Victor Rannier 
Curso de Bacharelado em Medicina - Universidade Federal de Campina Grande 
 
 
 
FÁRMACOS ANTIBACTERIANOS 
 
Ação 
Bacteriostática 
Usando esse fármado, não vai destruir as bactérias, mas inibir o seu crescimento 
bacteriano -> impede que a infecção tenha uma progressão, se espalhando pelo 
corpo e o sistema imunológico pode destruir o alvo; 
Paciente com sistema imunológico ativo; 
Bactericida 
Em que casos se utiliza? O paciente está com o sistema imunológico debilitado; 
Ou em casos de falha terapêutica, já que o bactericida é mais forte que o 
bacteriostático; 
Possuem vários sítios de ação; 
5 principais grupos de fármacos: 
a. Agem na parede celular; 
b. Agem na membrana celular; 
c. Agem na síntese das purinas e na síntese do ácido fólico; 
d. Agem na síntese proteica; 
e. Agem no DNA e na função estrutural; 
 
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FÁRMACOS INIBIDORES DA SÍNTESE DE PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS 
INIBIDORES DA SÍNTESE DE MONÔMEROS DE MUREÍNA (FASE 1) 
 
Fosfomicina e fosfomidomicina 
A fosfomicina e a fosfomidomicina é análoga (= estrutura similar) ao 
fosfoenolpiruvato (PEP), ligando-se a Mur A e impedindo a síntese de UDP-NAM 
a partir de UDP-NAG; 
Fosfomicina 
Praticamente atóxica; 
Muito utilizada em infecções do trato urinário (bactérias Gram -, como E. coli); 
Sinergismo com outros antibióticos (principalmente em beta-lactâmicos); 
Maior efetividade em bactérias Gram - -> as bactérias Gram - utilizam 
transportadores celulares que são similares a ela -> esses transportadores levam 
a glicose para o interior da célula bacteriana, ou seja, ela consegue entrar nessas 
células com mais facilidade; 
Efeitos adversos: cefaleias, náuseas e diarreia; 
Não usar com antiácidos ou metoclopramida (usado para náuseas e vômitos, 
aumentando o peristaltismo intestinal, aumento o trânsito de diversas 
substâncias -> interferência de absorção) -> inativam ou diminuem a velocidade 
de absorção desse medicamento; 
Fosfomidomicina 
Não é comum de ser comercializado; 
 
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Mecanismo de resistência 
Mutação dos transportadores celulares e de enzimas (transferase); 
Bombas de efluxo -> retira o antimicrobiano do interior da célula bacteriana e 
jogando para fora; 
Ciclosserina 
A ciclosserina é análoga estrutural da D-alanina. Esse 
agente inibe tanto a D-alanina racemase, que converte L-Ala em 
D-Ala, quanto D-alanina sintetase, que une duas moléculas de 
D-Ala; 
A ciclosserina é inibidor irreversível dessas enzimas e, 
com efeito, liga-se mais firmemente a elas que seu substrato 
natural, a D-alanina; 
É agente de segunda linha (ou seja, utilizado quando há uma falha terapêutica) 
utilizado no tratamento da infecção por Mycobacterium tuberculosis resistente 
a múltiplos fármacos; 
A ciclosserina é excretada pelos rins (pequena); 
Efeitos adversos: convulsões, síndromes neurológicas (neuropatia periférica) e 
psicose; 
Suplementação de piridoxina (vitamina B6) -> evitar que acontecça a neuropatia 
periférica como efeito adverso; 
Cuidado: não consumir bebidas alcoólicas, isoniazida, etionamida; pode acentuar a 
doença renal crônica e inibe o metabolismo da fenitoína (medicamento 
psicotrópico -> epilepsia e convulsão); 
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Mecanismo de resistência 
Mutação no sistema de captação de alanina; 
Hiperexpressão da alanina racemase; 
Bacitracina 
A bacitracina vai agir em uma fase posterior à sintese dos monômeros de mureína, 
no espaço periplasmático, mas vai ter efeito direto sobre ela; 
Interfere na desfosforilação do pirofosfato de bactropenol (inativo), tornando o 
carreador de lipídios bactoprenol inútil para ciclos subsequentes de síntese e 
exportação de monômeros de mureína; 
A bacitracina inibe a desfosforilação pela formação de complexo com pirofosfato 
de bactropenol, que envolve os anéis imidazol e tiazolina da bacitracina. Essa 
interação exige um íon de metal divalente, habitualmente Zn 2+ ou Mg 2+; 
Então, não ocorre a desfoforilação em fosfato de bactropenol (ativo); 
É agente de segunda linha utilizado no tratamento da infecção por 
Mycobacterium tuberculosis resistente a múltiplos fármacos; 
Geralmente vem associada à Neomicina (comum para ferimentos); 
Utilização por via tópica -> não é absorvido por via oral; 
No entanto, existem utilizações por via oral: utilizados em outra indicação -> TGI 
colonizado por micro-organismos patogênicos -> Clostridium difficile causando 
colite e enterococos resistente à vancomicina; 
Não usar quelantes (exemplo: antiácidos) junto com ela, por causa da participação 
dos metais -> interfere na sua ação; 
Não combinar com drogas nefrotóxicas ou bloqueadores neuromusculares; 
 
 
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INIBIDORES DA POLIMERIZAÇÃO DOS MONÔMEROS DE MUREÍNA (FASE 2) 
 
 
Vancomicina e Teicoplanina 
São glicopeptídeos; 
Agem principalmente em bactérias Gram +; 
Esses agentes interrompem a síntese da parede celular por meio de sua ligação 
firme à extremidade terminal D-Ala-D-Ala do peptídeo de Park (NAM- 
5peptídeos), inibindo a polimerização do peptidoglicano e bloqueando, portanto, a 
adição de unidades de mureína à cadeia do polímero em crescimento; 
Ou seja, inibe a transglicosilação, impedindo que ocorra a união do monômero de 
mureína com as próximas fases -> tem afinidade pelo dímero D-alanina; 
Apesar de não ser fármaco de primeira escolha, são utilizadas para cepas que são 
resistentes a outras classes de antibióticos -> principalmente em S. aureaus; 
Vancomicina 
Via intravenosa principalmente para S. aureus resistente à meticilina (grupo de 
antibiótico dentro das penicilinas); 
Não é absorvido por via oral -> infecção no TGI de colite por C. difficile; 
Moderada toxicidade; 
Efeitos adversos: rubor, exatemal, febre, nefro e oxotoxicidade (gentamicina) e 
neutropenia; 
Mecanismo de resistência: 
Enzimas que catalisam a reação: D-ala-D-lactato em vez de D-ala-D-ala (a 
bactéria muda o dímero para que a vancomicina perca seu efeito); 
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O que permite que isso seja possível? A última D-alanina ia ser removida 
na ligação cruzada, agora quem vai ser removido é o D-lactato, não 
interferindo na síntese da parede celular; 
Degradação do dímero D-alanina para que não haja ação da 
vancomicina; 
Aquisição de genes pelo Enterococos resistente à vancomicina -> sua 
função é bloqueada e não consegue se unir à D-alanina livre; 
Telavancina; 
Telavancina é lipoglicopeptídio relacionado, cujo espectro de ação se assemelha ao 
da vancomicina; 
Essa âncora de lipídio potencializa a ligação do fármaco à extremidade terminal D- 
Ala-D-Ala e efetua a despolarização da membrana, resultando em maior potência 
antibacteriana que a da vancomicina; 
 
INIBIDORES DA LIGAÇÃO CRUZADA (FASE 3) 
 
 
Antibióticos beta-lactâmicos 
Os diferentes agentes pertencentes a essa classe variam em sua estrutura 
físicoquímica e, portanto, no espectro de ação; 
Todavia, todos os betalactâmicos compartilham o mesmo mecanismo antibiótico 
de ação: a inibição da ligação cruzada dos polímeros de mureína; 
Possuem um anel beta-lactâmico, análago ao peptídeo de Park; 
Quer dizer que em vez de a transpeptidase ir no dímero D-alanina, ela vai no 
anel beta-lactâmico e vai se ligar a ele, não podendo mais fazer seus efeito -> 
substrato para essas transpeptidades (PBP's = proteínas de ligação da 
penicilina); 
Também estimulam a ativaçãoautolisinas bacterianas que quebram a parede 
celular para a incorporação dos monômeros, nesse caso vai quebrar demais a 
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Benefícios: age em várias enzimas transpeptidases -> o que dificulta para a 
célula bacteriana? Quando você tem várias transpeptidases sendo inibidas ao 
mesmo tempo, dificulta a criação de uma resistência pela bactéria; 
Diferentemente da vancomicina -> age apenas nas tranglicosilases que são só 
uma -> dímero D-ala -> expectro de ação restrito -> se a bactéria muda essa 
enzima ou o dímero, a vancomicina perde seu alvo; 
Característica de ser hidrofílico ou hidrofóbico do fármaco é muito importante 
porque para ultrapassar a parede celular os dois entram com facilidade, mas para a 
membrana externa (Gram -), os hidrofílicos têm maior dificuldade, precisando de 
um transportador -> por isso que os fármacos desse grupo podem estar agindo ou 
não mais em Gram + ou Gram -; 
Geralmente hidrofóbico tem maior facilidade em Gram - e hidrofílico menor 
facilidade; 
Penicilina 
Primeiro grupo: Penicilina G e Penicilina V; 
Penicilina G (benzilpenicilina) 
Eficácia limitada em bactérias Gram -; 
Sofrem hidrólise gástrica -> não podem ser administrados por via oral; 
Sensíveis a beta-lactamases -> bactérias que produzem essas enzimas 
podem ser usados penicilina G; 
Hipersensibilidade que pode levar ao edema de glote e morte por 
sufocamento; 
É aplicada em hospitais ou em clínicas que tenham aparato para 
socorrer o paciente caso ele tenha uma reação adversa dessa; 
Penicilina V 
Mudança estrutural da penicilina G que deixou resistente à hidrólise 
gástrica e permitiu sua administração por via oral; 
Eficácia limitada em bactérias Gram - se manteve; 
Segundo grupo: penicilinas antiestafilocócicas; 
Terceiro grupo: Amoxicilina e Ampicilina; 
Eficácia contra Gram - (aumentou o expectro de ação); 
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Quarto grupo: carboxipenicilinas; 
Meticilina e Oxacilina 
Adição de grupos metil- ou etil-; 
Resistência natural contra beta-lactamases; 
Quinto grupo: ureidopenicilina; 
Carbapenêmicos; 
Anel estável; 
Grande expectro de ação -> mais utilizados em casos de bactérias mais 
resistentes (multirresistentes); 
Exemplos: Imipenem (sensibilidade menor à Pseudomonas e tem efeitos 
adversos associados à cilastina, podendo produzir efeitos hepáticos e renais), 
Meropenem e Ertapenem; 
Cefalosporinas 
Têm subgrupos, divididas em 5 gerações -> isso quer dizer que possuem 
características diferentes dos outros grupos (exemplo: aumentado ou não o 
expectro de ação, ganhou resistência pata beta-lactamases), mas não quer dizer 
que uma é mais fraca ou forte; 
As cefalosporinas diferem estruturalmente das penicilinas pela presença de 
um anel acessório de seis membros, em lugar de cinco membros, fixado ao 
anel betalactâmico; 
Primeira geração: Cefalexina e Cefazolina; 
Expectro ampliado: Gram + e Gram -; 
Fármacos sensíveis à beta-lactamase; 
Segunda geração: Cefuroxima, Cefocetam e Cefoxitina; 
Melhor resistência à beta-lactamase; 
Primeiro grupo: Cefuroxima -> atividade aumentada contra Haemophilus 
influenzae; 
Segundo grupo: Cefocetam e Cefoxitina -> atividade aumentada contra 
Bacteroides; 
Terceira geração: Ceftriaxona e Ceftazidima; 
Menor atividade contra Gram +; 
Resistente a várias beta-lactamases; 
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Maior atividade antipseudomonas; 
Quarta geração: Cefepime e Cefpriroma; 
Expectro de ação: Gram + e Gram -; 
Resistente à beta-lactamases; 
Fármaco auxiliar em casos mais específicos de infecção; 
Não se pode usar somente ele: quanto mais se utiliza um fármaco, mais 
você pode induzir a formação de cepas resistentes; 
Quinta geração: Ceftaroline e Ceftobiprole; 
Melhorou o efeito contra Klebsiella; 
OBS: o que são as beta-lactamases? 
São várias enzimas bacterianas (Gram + e Gram -) que vão agir nos anéis beta- 
lactâmicos; 
É uma enzima que é produzida e depositada no espaço periplasmático; 
Diferenças entre bactérias Gram + e Gram -; 
Presença de membrana externa (Gram -): espaço delimitado (menor, fica preso) 
-> a beta-lactamase fica acumulada/concentrada; 
Gram +: fica difundido no meio extracelular, então eu vou estar perdendo o 
tempo todo essas enzimas, precisando ser produzida em grande quantidade, 
em relação à Gram -; 
 
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Mecanismos de resistência 
Modificação das PBP's; 
Bombas de efluxo; 
Beta-lactamases; 
Permeabilidade da parede celular; 
OBS 2: Micobactérias é mais resistente aos fármacos devido a sua composição 
diferenciada (glicolipídeos, arabinoglicana, ácidos micólicos)-> revestimento 
diferenciado; 
Gama restrita de fármacos que podem estar agindo nela; 
Polifármacos -> vários fármacos sendo utilizados; 
Tratamento prolongado -> a adesão do paciente vai se perdendo ao longo do 
tempo, podendo prejudicar o sucesso terapêutico; 
Metabolismo mais lento do que as outras bactérias -> os processoa acontecem se 
tiver a ativação de cada uma das fases -> se as fases não estão ocorrendo ou estão 
ocorrendo de forma mais lente, o antibiótico vai ter ação/efeito bem menor; 
Exemplos de fármacos mais comuns: 
Etambutol -> diminui a síntese de arabinogalactano. Efeito adverso: 
comprometimento visual; 
Pirazinamida e Isoniazida -> inibe a síntese de ácido micólico. Mesmo alvo, 
mas vias diferentes. Efeito adverso: hepatotoxicidade, hepatite e neuropatia 
periférica; 
Isoniazida -> inibe e induz (modula) enzimas do citocromo P450 -> sistema 
enzimático presenta na metabolização de várias substâncias 
Rifampicina e Estreptomicina; 
FÁRMACOS QUE INTERFEREM NA MEMBRANA CITOPLASMÁTICA 
 
Mecanismo de ação semelhante aos detergentes catiônicos, devido a sua estrutura 
química; 
Cadeia lateral de ácidos graxos e radicais que vão estar desestabilizando a membrana 
citoplasmática; 
Rompem a estrutura fosfolipídica da membrana celular -> estabilizam a membrana, 
fazendo com que ocorra uma desregulação do fluxo de íons; 
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Polimixinas 
Mais eficientes para bactérias Gram - e enterobactérias produtoras de 
carbapenemases; 
Daptomicina 
Mais eficientes para bactérias Gram + e linhagens resistentes; 
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Discente: Tainah Guerra Pereira 
Resumo baseado na aula do Prof. Dr. Sávio Benvindo Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FÁRMACOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA 
 
Síntese proteica bacteriana: 
A síntese proteica bacteriana tem tradução semelhante com os eucariontes; 
No entanto o mecanismo vai ter alguns pontos diferentes; 
O ribossomo bacteriano difere do ribossomo das células eucariontes: 
30 S = rRNA 16S + 21 proteínas; 
50 S = rRNA 23S + rRNA 5S + 30-36proteínas (vamos levar em consideração 36); 
 
 beta-lactâmico 
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rRNA -> decodificação, ligação peptídica e translocação para um próximo sítio; 
Ribossomo bacteriano 70S 
3 sítios 
Sítio P (peptidil) 
Sítio A (aminoacil) 
Sítio E (exit) 
Fases 
Iniciação 
Alongamento 
Translocação 
Alvos: subunidade 30S ou subunidade 50S bacteriano -> dentro da subunidade, 
eles vão estar agindo em pontos diferentes; 
Importante que eles agentes tenham certa seletividade 
A maioria dos efeitos adversos são gastrointestinais; 
Efeitos adversos: começa a interagir com ribossomos ou mitocôndrias e/ou 
ribossomos citosólicos de mamíferos; 
Exemplo: Cloronfenicol e Tetraciclinas; 
Agem não apenas em bactérias, mas em protozoários parasitas; 
Geralmente são bacteriostátcicos; 
Alguns compostos como os aminoglicosídeos são bactericidas em certas 
condições; 
Fármacos que interferem na subunidade 30S 
Aminoglicosídeos 
Gram - e via de administração geralmente é parenteral; 
Exemplo: estreptomicina, neomicina, gentamicina, tobramicina, amicacina, 
entre outros; 
Ligam-se ao rRNA 16S (30S) -> tem efeito dependente de concentração -> 
quanto mais acumulado na célula bacteriana, maior/mais forte vai ocorrer a 
síntese proteica; 
Então, ele em baixas concentrações, diminui a síntese proteica promovendo 
uma leitura incorreta do mRNA (fase 2) fazendo com que ocorra a formação 
de proteínas anormais ou inativas (com alguma alteração de função, de 
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conformidade...); 
Em altas concentrações provoca inibição completa da síntese proteica, 
podendo levar a um efeito bactericida; 
Hipóteses para o efeito bactericida: 
Modelo de Davis -> tem-se a formação de proteínas anormais que faz com 
que ocorra uma incorporação de proteínas anormais no revertimento da 
célula bacterina -> diminuem a setetividade da célula bacteriana e mais 
aminoglicosídeos entram -> a síntese proteica fica completamente inibida -> 
o fluxo dos íons fica alterado na membrana e a síntese proteica não pode 
fazer uma correção; 
Modelo alternativo -> sensor de estresse na membrana interna bacteriana; 
Sinergismo com outros antibióticos, principalmente beta-lactâmicos; 
Efeitos adversos: hipersensibilidade, febre induzida por fármacos, 
ototoxicidade auditiva (inibição de ribossomos mitocondriais das células 
ciliares do ouvido, levando à lesão), nefrotoxicidade (acúmulo nas células 
tubulares proximais); e bloqueio neuromuscular (em alguns casos pode até levar 
a uma paralisia respiratória); 
Mecanismos de resistência: 
Inativação enzimática; 
Alteração da permeabilidade do fármaco; 
Alteração do sítio de ligação (30S); 
Espectiomicina 
Ligam-se ao rRNA 16S (30S), mas o sítio é diferente do dos aminoglicosídeos; 
Não induz a uma leitura incorreta dos códons; 
Inibe a translocação (fase 3); 
Bacteriostático; 
Via parenteral; 
Terapia alternativa em casos de infecções gonorreicas (bem mais específico 
para esses casos); 
Tetraciclinas e Glicilciclinas 
São 7 tetraciclinas: tetraciclina, minociclina, doxiciclina, oxitetraciclina... 
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São 7 tetraciclinas: tetraciclina, minociclina, doxiciclina, oxitetraciclina... 
São utilizados para tratamento da acne; 
Bacteriostáticos de grande expectro; 
Ligação reversível ao rRNA 16S (30S); 
Bloqueio do aminoacil-tRNA ao sítio A -> se esse sítio é bloqueado, o rRNA não 
consegue se ligar e ir adicionando os AA's (não ocorre a leitura); 
Acúmulo da droga nas bactérias, mas não nos mamíferos; 
Interação com metais, geralmente com cátions -> não pode fazer o uso de 
bebidas cálcicas; 
Uso com estômago vazio; 
Efeitos adversos: ação nos ossos e dentes, náuseas, vômitos, toxicidade renal e 
distúrbio gastrointestinal; 
Mecanismo de resistência: 
Diminuem o influxo; 
Bombas de efluxo; 
Impedimento da ligação do fármaco com o ribossomo; 
Inativação enzimática; 
Fármacos que interferem na subunidade 50S 
Macrolídeos e Cetolídeos 
Azitromicina (macrolídeo) -> foi uma modificação estrutural que lovou a uma 
mesma efetividade e uma posologia melhor (tomar 1 vez por dia -> adesão do 
paciente); 
Características básicas: grandes anéis de lactona, ótima penetração em tecido 
pulmonar (usado em infecções pulmonares de vias aéreas superiores); 
Bacteriostáticos; 
Atuam no rRNA 23S (50S) impedindo a translocação (fase 3), impedindo que o 
AA saia pelo tubo de saída; 
Exemplos (macrolídeo): eritromicina, azitromicina e claritromicina; 
Telitromicina (cetolídeo -> só tem esse representante) -> tem um efeito auxiliar, 
além disso tudo, ela se liga a outra porção do rRNA 23S, sendo mais estável que 
os macrolídeos; 
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Efeitos adversos: alteração da motilidade, hepatite colestática aguda 
(hipersensibilidade), inibição do citocromo P450; 
Mecanismos de resistência 
Produção de esterases que hidrolisam o fármaco; 
Modificação do sítio de ligação no ribossomo (metilases); 
Alteração da permeabilidade (bombas de efluxo); 
Cloranfenicol 
Ótimo expectro de ação; 
Bacteriostático; 
Liga-se ao rRNA 23S (50S), interferindo nas ligações peptídicas; 
Utilizado para: H. influenzae, Neissera meningiditis e Bacteriodes; 
Uso restrito para uso hospitalar por causa de sua toxicidade; 
Usos: meningite bacteriana, febre tifoide...; 
Efeitos adversos: inibição proteica mitocondrial; 
Síndrome do bebê cinzento -> conjugação com o ácido glucurônico, 
acumulando bilirrubina no bebê; 
Leva a vômitos, hipotermia, acidose metabólica, pigmentação cinzenta, 
angústia respiratória e morte; 
Anemia aplásica; 
Inibição do citocromo P450; 
Mecanismos de resistência: surgimento de cepas com resistência de baixo nível 
ao composto -> altera a permeabilidade; 
Inativação enzimática (produção de acetiltransferases); 
Licosamidas 
Exemplo: clindamicina; 
Bloqueio das ligações peptídicas -> interage com sítios "A" e "P" (se liga a dois 
sítios, diferentemente do cloranfenicol); 
Infecções anaeróbias graves e mistas; 
Implicações: pode levar a colite pseudomembranosa (faz seleção de 
microórganismos resistentes levando ao processo infeccioso); 
Estreptograminas 
São utilizadas em associação: grupo A (dalfopristina) e grupo B (quinupristina)-> 
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vão agir com ações complementares de inibição da síntese proteica; 
Grupo A se liga ao rRNA 23S (50S) e o grupo B inibe a pepdiltransferase; 
Bactericidas -> se deve ao fato de alterar a conformação do ribossomo, levando 
à morte da bactéria; 
Usados em infecções resistentes: E. faecium ou S. pyogenes resistente à 
vancomicina; 
Melhor ação em bactérias Gram +; 
Oxazolidonas 
Exemplo: linezolida; 
Bactérias Gram + resistentes: S. aureus resistente à meticilina e Enterococos 
resistente à vancomicina; 
Provável ligação a subunidade 50S -> sítio A; 
Retapamulina 
Faz parte do grupo das pleuromultilinas; 
Exemplo: altabax; 
Liga-se ao rRNA 23S (50S) nos sítios A e P, bloqueando a ligação do tRNA 
doador, que está trazendo o AA referente ao códon do mRNA; 
Uso tópico; 
Infecções de pele; 
FÁRMACOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DOS ÁCIDOS NUCLEICOSINIBIDORES DA SÍNTESE DO FOLATO 
 
 
São inibidores da síntese de precursores do ácido fólico; 
Importante lembrar: as bactérias não conseguem absorver o ácido fólico do ambiente, 
mas as células eucarióticas do corpo humano sim. Por que ele não tem grandes efeitos 
colaterais nas células humanas? 
As bactérias sintetizam o ácido fólico através do PABA; 
Sulfonamidas 
Bloqueiam a síntese do ácido tetra-hidrofólico -> são análogas ao PABA; e inibem a 
enzima di-hidropteroato sintetase -> a reação não segue; 
Doador de metil na síntese de adenina, guanina e timina; 
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fólico, mas a bactéria não consegue utilizá-lo para continuar 
a reação -> age inibindo a enzima dihidrofolato redutase, não formando o ácido 
tetraidrofolato ou ácido tetrahidrofólico; 
Não tem grandes efeitos colaterais porque essa redutase tem maior afinidade por 
células bacterianas; 
Utilizado em associação; 
Efeito sobre cepas resistentes a um dos compostos; 
Efeito sinérgico na sua associação; 
Uso: infecção do trato urinário e pneumonia; 
 
 
INIBIDORES DE TOPOISOMERASES 
 
 
Essas topoisomerases têm tanto em células procariontes como eucariontes; 
Quinolonas 
Exemplos: ácido nalidíxico e fluorquinolonas; 
Inibem a topoisomerase tipo II (DNAgirase, bactérias Gram -) e tipo IV (bactérias 
Gram +) bacteriana; 
Maior efetividade em Gram - -> mais associada a infecções do trato urinário e por 
causa da DNAgirase; 
Em humanos o ácido fólico já é pré-formado; 
Raros efeitos colaterais, porque essa enzima 
não está presente no nosso corpo; 
Efeitos adversos: febre, fotossensibilidade, supressão 
da medula; 
INIBIDORES DO METABOLISMO DAS PURINAS 
Trimetropina 
Bacteriostático; 
Bloqueio da síntese do ácido tetraidrofolato; 
Nesse caso, ocorre a formação do ácido dihidropteroico, 
diferentemente das sulfonamidas e posteriormente do ácido 
 
MICROBIOLOGIA 
Discente: Tainah Guerra Pereira 
Resumo baseado na aula do Prof. Dr. Sávio Benvindo Ferreira 
Curso de Bacharelado em Medicina - Universidade Federal de Campina Grande 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bactericida: altas concentrações vai ocorrer lesão do DNA; 
Infecções urogenitais, respiratórias e gastrointestinais. 
Mecanismos de resistência: 
Mutação dos genes que codificam as topoisomerases II; 
Bombas de efluxo; 
Alteração da expressão de purinas; 
 
 
INIBIDORES DA TRANSCRIÇÃO 
 
 
Rifampicina e derivados 
Utilizada no tratamento de Mycobacterium tuberculosis -> aumenta a atividade da 
isoniazida; 
Forma um complexo estável com a RNA polimerase beta; 
Baixa frequência de efeitos colaterais; 
Profilaxia: meningocócica, tuberculose e infecções micobacterianas; 
Altamente seletiva; 
Fácil aquisição de resistência; 
Mutação no sítio de ligação do fármacona polimerase. 
 
 
DANOS OXIDATIVOS NO DNA (não é uma divisão oficial) 
 
 
Metronidazol 
Faz parte do grupo dos nitroimidazólicos; 
Age na ferrodoxina reduzina e em nitrorredutases específicas -> depois que essas 
enzimas metabolizam o metronidazol, formam-se compostos citotóxicos,, que são 
altamente reativos e reagem com o DNA, proteínas e membranas; 
Antibiótico anaerobicida; 
Desconforto gastrointestinal, cefaleias, neuropatia ocasional, gosto metálico e 
náuseas; 
Efeito dissulfiram -> utilizado em pessoas alcoólicas -> quando a pessoa bebe tem 
náuseas e vômitos; 
Resistência: mutação, alteração da permeabilidade e diminuição da atividade da 
ferrodoxina reduzida; 
 
MICROBIOLOGIA 
Discente: Tainah Guerra Pereira 
Resumo baseado na aula do Prof. Dr. Sávio Benvindo Ferreira

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