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3- Propedêutica Complementar Pré-Natal

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Noções Práticas de Obstetrícia - Capítulo 7
Um pré-natal de qualidade é necessário que tenha em conjunto do exame clínico exames 
laboratoriais e de imagem. Condições que somos dependentes do método laboratorial:
A tipagem sanguínea, por exemplo, não tem como saber na clínica, principalmente se é Rh 
negativo ou positivo, e, se não for feito laboratorialmente no pré-natal, é possível que 
ocorra eritroblastose fetal ou isoimunização. 
A Toxoplasmose passa subclínica na maioria dos casos, no entanto, se houver transmissão 
vertical o dano é muito grave, então depende de método laboratorial primeiramente para 
buscar isso na mãe, e, caso encontrado na mãe, é necessário buscar no feto. 
Hemograma, HIV, exame de urocultura são alguns dos exames que são pedidos na primeira 
consulta e que precisam ser repetidos. 
Hemograma:
Solicitar na primeira consulta de pré-natal;-
Solicitar novo exame no 3º trimestre.-
As vezes no pré-natal tem exames que precisamos repetir, já na primeira consulta são 
muitos e tem alguns que vamos ter que repetir ou por rotina, ou conforme o resultado. 
Então por exemplo, no primeiro trimestre alguns exames como hemograma, urina –
urocultura e HIV deverão ser repetidos no terceiro trimestre, porque muitas vezes o 
exame reflete um momento que pode modificar, por esse motivo é necessário a repetição 
de alguns dos exames complementares. A assistência complementar pré natal é muito 
padronizada pela OMS. 
Hemoglobina: Primeiro, existem valores de referência para mulher gravida e não gravida. A 
gestante tem interpretação dos índices hematimétricos diferente da mulher não grávida e 
do homem. 
VN não grávida: 12,5 a 14,0g%;•
VN grávida: 10,0 a 13,0g%.•
-
Dentre as modificações fisiológicas do organismo materno ocorre uma hemodiluição, que 
alguns autores caracterizam como anemia fisiológica da gravidez, o que não é um termo 
adequado, uma vez que o processo de anemia não é fisiológico. Na verdade, o que ocorre é 
uma expansão da massa eritrocitária e uma expansão do volume plasmático, que são 
desproporcionais: o volume plasmático expande mais do que a massa de eritrócitos, o que 
faz uma hemodiluição que aparente uma anemia. Então os valores de referência vão 
modificar na mulher grávida, inclusive alguns autores consideram valores diferentes até por 
trimestre da mulher grávida, de modo geral vai depender do local. Mas geralmente 
consideramos em torno de 10,5 g/dL como valor de corte, se tiver abaixo desse valor que 
a gente considera realmente que está havendo uma anemia na gravidez. Alguns autores 
Raissa NovelliT.67
Propedêutica Complementar Pré-Natal
terça-feira, 11 de agosto de 2020 15:57
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a gente considera realmente que está havendo uma anemia na gravidez. Alguns autores 
trabalham variando com índices de 10,5 e 11, variando segundo o trimestre.
A maioria das gestações demandam suplementação de ferro que serve para profilaxia da 
anemia, uma vez que as necessidades fetais vão esgotar as reservas maternas. Porém, 
existem aquelas que precisam de tratamento de anemia, e, a principal causa de anemia na 
gestação, que ocorre devido ao aumento da demanda, é a anemia ferropriva. 13:04 
Anemia Ferropriva: 
Hb: <11-10g%;•
Hto: < 32%;•
VCM e CHCM: normal ou ↓ - inicialmente tende a ser normal e, depois de um 
tempo, se não tratada, tende a ser uma anemia normocítica e normocrômica e, 
depois de um tempo, se não tratada, diminui ficando microcitica e hipocrômica;
•
Hematoscopia: 
Microcitose, hipocromia, Hm de formas variadas.○
•
Obs.: então é recomendado solicitar o hemograma na primeira consulta de pré-natal e hoje 
é consenso que a gente vai repetir esses exames em torno de 28, 29 semanas, que é o 3 
trimestre. Além disso tudo no hemograma é importante fazer nele também a 
hematoscopia (visualização microscópica do esfregaço) em busca de células anormais, como 
células em forma de foice, no caso da anemia falciforme.
Anemia megaloblástica:
Hm normocrômicas e volumosas (VCM > 99);•
CHCM normal ou levemente ↓;•
Folato sérico < 400mcg/dl.•
A segunda causa mais comum de anemia na gestação no Brasil é a anemia megaloblástica 
que chama assim porque cursa com aumento do volume corpuscular médio e, baixos níveis 
de ácido fólico, de modo que, a suplementação de ácido fólico é necessária até mesmo como 
profilaxia no início do pré-natal (além das questões do fechamento do tudo neural). Se eu 
já tiver a anemia megaloblástica instalada, ai fazemos tratamento com doses maiores.
A anemia megaloblástica é comum em gestantes adolescentes, multíparas, gestações com 
curto espaço de tempo.
Leucócito:
VN não grávida: 4.300 a 4.500;•
VN grávida: 5.000 a 12.000 - ; em geral consideram no laboratório para grávida o 
limite superior a 10 mil células por milímetro cubico. Na mulher gravida existe um 
estimulo na hamatopoiese que inclui a serie branca que esses valores podem ficar em 
um nível de até 12mil células, sem que necessariamente isso signifique leucocitose. 
Claro que o quadro clínico é relevante, se a paciente tiver febre ou alguma evidência 
de um processo infeccioso a interpretação muda;
•
Trabalho de parto e puerpério imediato: 25.000 A 30.000 – mais uma vez o 
-
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Trabalho de parto e puerpério imediato: 25.000 A 30.000 – mais uma vez o 
quadro clínico é relevante, esses achados sem evidência clínica de infecção não tem 
significado clínico, é apenas um mecanismo de proteção/defesa. 
•
Obs.: Pergunta: Se tiver infecção urinaria aumenta quanto? Resposta: Depende da ITU, 
pode aumenta tão pouco ou nada em uma verdadeira cistite, como pode ter uma 
leucocitose com desvio a esquerda em uma pielonefrite, só que ambas as situações vão ter 
manifestação clinica hematúria, polaciúria, no caso da pielonefrite dor lombar, febre alta, 
sinal de jordano positivo.
Plaquetas: oscila durante a gravidez mas não é nada significativo.
VN grávida: 150.000 a 320.000;
20 semanas: 257.000;○
35 semanas: 260.000.○
•
-
A gravidez, independentemente do aumento da variação do número de plaquetas, é um 
estado de hipercoagulabilidade. Favorece tanto a gravidez quanto ao parto e o puerpério a 
ocorrência de fenômenos tromboembólicos. Então independentemente da variação do 
número de plaquetas sempre temos que estar atentos a isso, particularmente nas pacientes 
com fatores de risco, tais como: história familiar, tabagistas, varizes de membros 
inferiores, antecedentes pessoais, etc. Todas as alterações pró-coagulantes ocorrem, grande 
parte, como alterações fisiológicas na gestante, em que todas vão ter alguma estase 
venosa. Toda parturiente ou puérpera vai ter lesão vascular, então isso favorece a 
agregação plaquetária e a formação de trombo também.
Obs.: Pedir para toda gestante na primeira consulta: 
Exame de rotina pré-natal: 
No sangue considera-se três exames não sorológicos e cinco exames sorológicos. 
Dentre os não sorológicos: (3)
Hemograma, tipagem sanguínea e glicemia;○
•
Dos sorológicos: (5)
Exame para sífilis (VDRL), HIV, toxoplasmose, hepatite B e rubéola (que é 
discutível). 
○
•
-
Já na urina: 
Solicita o exame de urina rotina (EAS) e urocultura com o respectivo antibiograma, 
se necessário. 
•
-
Isso é para todas as gestantes, obvio que situações particulares devem ser particularizadas, 
como por exemplo “tenho hipotireoidismo” então pode ser que preciso pedir função 
tireoidiana (TSH, T3 T4 livre), “tenho problema renal” pedir prova de função renal 
(creatinina, ureia, etc). Aí são questões particulares, não são rotineiras para todas.
Já vimos o hemograma que é não sorológico e agora veremos a tipagem sanguínea não 
sorológica também. Tanto no ABO, quanto no Rh deve ser solicitado na primeira consulta. 
Ou as vezes já ter essa informação na avaliação pré concepcional.
Grupo Sanguíneo e Fator Rh:
Solicitar na primeira consulta de pré-natal, ou, pode ser feito no momento pré-
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Solicitar na primeiraconsulta de pré-natal, ou, pode ser feito no momento pré-
concepcional. 85% da população é Rh+, são as pessoas que expressam o antígeno Rh na 
superfície das hemácias. Mais ou menos 15% da população é Rh-, ou seja, não expressa o 
antígeno Rh na superfície da hemácia. Existe uma porcentagem de casais incompatíveis.
-
Os pré-requisitos para incompatibilidade Rh: o pai ser Rh+, a mãe Rh- e o filho Rh+. Se a 
mãe for Rh+ encerrou a investigação e não precisa preocupar, exceto nos casos em que há 
história de antecedentes de transfusão incompatível. 
Se Rh+:
Nenhuma investigação exceto se já transfundidas.•
-
Se Rh-: aqui o que interessa então é aquele grupo de 15% das gestantes que vão ser Rh-, 
porque caso o parceiro seja Rh+, existe o risco também do filho ser Rh+.
Tipagem do parceiro - se o parceiro também for Rh– não existe a possibilidade do 
filho ser Rh+, então tem que fazer coombs sempre!! Não pode confiar;
•
Coombs indireto quantitativo para casos de incompatibilidade Rh.•
-
Obs1.: Coombs indireto: é a pesquisa de anticorpos anti-Rh, e, é dito indireto porque é 
feito na circulação materna. Isso porque, pode estar ocorrendo a passagem de hemácias Rh+ 
do feto para a circulação materna que é Rh-, gerando uma sensibilização no sistema imune 
da mãe que vai começar a produzir anticorpos contra as hemácias fetais, anticorpos os 
quais podem ser buscados da circulação materna através do coombs indireto. Lembrando 
que, pode fazer o coombs direto, que é feito do feto, mas, é um processo invasivo, sendo 
restrito a situações especiais. O coombs indireto é feito em intervalos entre 30 a 40 dias, 
porque espelha aquele momento específico, podendo se modificar em 4/6 semanas. Então a 
repetição de exames pode ser necessária conforme a situação clínica. Esse teste pode ser 
também quantificado em medidas de diluição, exemplo 1:4, 1:8, 1:32. A quantificação é 
importante para determinar condutas nos casos de isoimunização.
Obs2.: Pergunta: mas a passagem não é só no parto? Resposta: a passagem não é só no 
parto, a passagem pode acontecer durante a gravidez também. A membrana placentária, 
que antigamente era chamado de barreira placentária, barreira coisa nenhuma, é uma 
peneira, o arranjo é programado para não existir contato entre o sangue materno e fetal, 
mais isso falha muito e não podemos contar com essa probabilidade.
Rastreamento do Diabetes na Gestação:
Consenso OPAS (Organização Panamericana de saúde) /MS/FEBRASGO/SBD;-
Estudo HAPO (Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes) - hiperglicemia e efeitos 
adversos em gestantes;
-
IADPSG (International Association of Diabetes in Pregnancy Study Group) - associação 
internacional do estudo da diabetes na gravidez ;
-
Ver documento anexo páginas 23 e 24.-
Hoje o rastreamento é universal, antigamente era apenas para alguns grupos de risco e hoje 
toda gestante tem que ser submetida a pesquisa de diabetes gestacional. É baseado na 
glicemia de jejum feita na primeira consulta de pré-natal. 
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glicemia de jejum feita na primeira consulta de pré-natal. 
Se essa glicemia é maior ou igual que 126 já está feito o diagnóstico de DM. 
Lembrando que a paciente pode ter DM prévio que foi diagnosticado na gravidez; 
•
Se estiver entre 92 e 125 confirma o diagnóstico de diabetes gestacional;•
Se for menor que 92 fica encerrado o rastreio em um primeiro momento, e, depois 
procura no teste oral de tolerância à glicose entre 24 e 28 semanas de gestação. 
•
Obs.: O teste oral de tolerância à glicose deve ser feito com 75g de dextrosol e, realizar 
dosagens com 0, 60 e 120 minutos, ao menos um valor alterado fecha o diagnóstico de 
DM gestacional. 
Outra coisa levada em consideração é o início do pré-natal, que, quanto mais precoce 
iniciado maior a possibilidade de encontrar o diagnóstico. Para o DM gestacional é 
importante saber se começou antes de 20 semanas, depois de 20 semanas ou depois de 
28 semanas. Se começou o pré-natal entre 24 e 28 semanas dispensa a glicemia de jejum 
e já pode iniciar o teste oral de tolerância a glicose. 
Quando o local é muito carente em recursos não sendo possível realizar o teste oral de 
tolerância à glicose considera-se apenas a glicemia de jejum, mas não é o ideal. 
Sorologia para Rubéola:
Questionar sobre vacinação prévia - se for uma avaliação pré concepcional, e não tiver 
histórico vacinal, tem que vacinar e pedir para segurar a gravidez; e mesmo que não tenha 
feito avaliação pré-concepcional não é tão indispensável pedir o pré-natal, por que não 
existe conduta;
-
Solicitar em caso de contato;-
Solicitar SEMPRE????? Ministério da Saúde não indica - porque não tem conduta. É 
lamentável isso. Nem tem tratamento direito. Primeiro que a mulher que adquire rubéola 
-
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lamentável isso. Nem tem tratamento direito. Primeiro que a mulher que adquire rubéola 
na gravidez a probabilidade de transmissão vertical é enorme, e, quanto mais precoce essa 
transmissão mais grave é o quadro. 
Obs.: Se negativa, cuidados para evitar exposição desnecessária. Vacinar imediatamente após 
o parto, para prevenir em futuras gestações. 
Sorologia para Sífilis: Esse é importante demais! Ele não só tem que ser pedido na primeira 
consulta, como tem que ser repetido no segundo trimestre, para sorologia para sífilis o 
mais utilizado é o VDRL.
Solicitar trimestralmente:
Na primeira consulta;•
No final do segundo trimestre;•
Até um mês da data provável do parto.•
-
Testes não treponêmicos:
VDRL (rastreio, inespecífico) - deve ser solicitado na primeira consulta e repetido 
trimestralmente. Ele pode dar falso positivo, um positivo pode não ser sífilis, ou pode 
ser sífilis tratada ou pode ser sífilis em atividade. Então quando positivado, ele tem 
que ser quantificado (para ver qual estágio da sífilis) e tem que ser confirmado com o 
teste treponêmico específico, que é o FTA-Abs, não cito esse exame como rotina pré-
natal pois ele é um teste confirmatório. 
•
-
Obs.: Pergunta: quais são as causas de falso positivo? Resposta: Lúpus, doenças 
reumatoides, colagenoses, algumas leucemias e linfomas, alguns medicamentos, etc. então o 
VDRL é inespecífico, porém se presta para rastreio e é barato.
Testes treponêmicos:
FTA-Abs (confirmatório).•
-
Sorologia para Toxoplasmose: outro importante 
Solicitar na primeira consulta;-
Seguimento será de acordo com o perfil encontrado - Vou pedir IgM e IgG. Em geral, IgM 
é marcador de infecção aguda, embora hoje a gente sabe que não é bem só isso, existem 
falsos IgMs, IgM residuais... Hoje os laboratórios tão usando muito a técnica de 
quimiluminescência para pesquisa desses anticorpos, com uma técnica muito sensível, as 
vezes ela detecta IgM residuais que não representam doença aguda, isso tem que ser levado 
em consideração. E tem a possibilidade pela questão da especificidade de serem falsos 
positivos. Mas vamos trabalhar agora na teoria que IgM é marcador de infecção aguda e 
IgG é passado da doença. lembrando que pra toxoplasmose não existe vacina. Sendo assim 
eu só tenho 4 perfis sorológicos possíveis: 
-
PERFIL 1:
IgG e IgM negativas: paciente não imunizada, não tem e nunca teve - É o perfil de 
risco, essas pacientes vão precisar de orientações, medidas higiênicas e dietéticas para 
•
-
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risco, essas pacientes vão precisar de orientações, medidas higiênicas e dietéticas para 
não contrair durante a gravidez. Mas, como toxoplasmose pode ser adquirida de forma 
subclínica, é necessário repetir periodicamente a sorologia de tempos em tempos, pelo 
menos trimestralmente. Pode não ter manifestação clínica, pode contrair 
assintomática.
PERFIL 2:
IgG + e IgM -: toxoplasmose antiga ou paciente imunizada - Não tem, mais já teve. 
É o perfil ideal, pode abandonar o acompanhamento dessa paciente. As pessoas 
imunocompetentes adquirem e se tornam imunes e não ocorre sintomas geralmente.
•
-
PERFIL 3:
IgG - e IgM+: suspeita de toxoplasmose em fase inicial, o IgM pode estar recém 
positivado ou pode ser um falso IgM. Para diferenciar o falso IgM pode ser solicitado 
o IgA.
•
-
PERFIL 4:
IgG + e IgM +: toxoplasmose aguda ou IgM residual, e para diferenciar ambas 
situações pode ser solicitado o teste de avidez do IgG que permite dizer quanto 
tempo ocorreu essa toxoplasmose. 
•
-
Propedêutica Laboratorial:
Anti HIV 1 e 2:
Rastreamento após aconselhamento pré-teste: deve haver aconselhamento pré e pôs-
teste, o que que significa um teste positivo e o que que é um teste negativo
Elisa: sensibilidade acima de 99,5% - hoje existe um debate sobre a técnica a ser 
usada, ainda utiliza muito o teste de Elisa, que tem uma sensibilidade ótima. 
Mas hoje tão usando muito os testes rápidos. Os testes rápidos têm sido 
bastante utilizados na própria unidade básica de saúde, dispensando o Elisa, com 
mesmo índice de sensibilidade, o que tem deixado o custo mais baixo da pesquisa 
do HIV e facilitando a realização do teste;
○
Elisa (+) ou inconclusivo -> Testes confirmatórios (IFI, Western blot) - nos 
casos do teste rápido ou Elisa positivo é realizado os testes confirmatórios 
principalmente pela técnica de Western blot;
○
•
Os anticorpos podem ser detectados em 95% dos pacientes com 6 meses de infecção;•
Transmissão vertical sem intervenção pré-natal: ± 20% - logo a transmissão vertical 
reduz em mais de 20x, DEVE pedir o exame;
•
Transmissão vertical com intervenções combinadas: < 1%.•
-
HBsAg: Exame para rastreio é a pesquisa do antígeno do vírus b, o HBsAg, porque existe 
uma grande chance de transmissão vertical. A Hepatite B faz parte do rastreio pela 
prevalência epidemiológica que tem no nosso meio, então ela deve ser solicitada durante o 
pré-natal também, não precisa ser obrigatoriamente na primeira consulta. Deve ser 
solicitado, porque existe uma conduta modificatória caso seja positivo (pode aplicar 
-
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solicitado, porque existe uma conduta modificatória caso seja positivo (pode aplicar 
imunoglobulina no RN além vacina). Aqui a gente pesquisa o antígeno, não é bem um 
sorológico, pois não pesquisamos anticorpo.
Se mãe HBsAg+: 
Criança tem 70-90% de chance de adquirir hepatite B e 85-90% de ser 
portadora crônica; 
○
•
Aplicar imunoglobulina e vacina nas 1° 12 horas pós-parto - para prevenir que depois 
ele desenvolva hepatite B, se torne portador crônico com cirrose e até mesmo 
carcinoma hepatocelular; 
•
Idealmente solicitado no 3º trimestre.•
O maior risco de transmissão da hepatite B é no momento do parto, mas pode ser 
transplacentária também, igual o HIV.
CMV:
Não é consenso na nossa assistência pré-natal. Pode pedir, mas primeiro, nele não 
existe imunidade após a primo-infecção (é uma diferença em relação a toxoplasmose), 
e segundo não existe a possibilidade de adoção de condutas específicas no caso de 
sorologia positiva. A utilização de rotina em pré-natal é muito questionável nos dias 
de hoje. Ministério da Saúde não recomenda. 
•
-
Hepatite C (Anti-HCV): E o mesmo vale para Hepatite C. Mas devemos particularizar 
condutas. 
Usuárias de drogas;•
Múltiplos parceiros;•
HIV positivas ou parceiras;•
Transfundidas;•
Não é rotina, tem que saber personalizar as condutas.•
-
Então se a paciente tem história de usos de droga, múltiplos parceiros, é também HIV 
positiva, teve transfusão (antes de 1994 a gente não conhecia o vírus C então imagina o 
tanto de gente que recebeu transfusão contaminada sem pesquisa pré-transfusional...), 
Então nesse caso podemos pedir o anticorpo Anti-HCV.
Estreptococos do grupo B: ele nem ia falar nessa aula, só falou por que a Andreza 
perguntou;
Cultura para estreptococos do grupo B (rastreamento universal - CDC) entre 35-37 
semanas ou por fatores de risco – está relacionado a sepse neonatal. Não está de 
rotina no pré-natal.
•
-
Existem duas maneiras de rastrear: uma estratégia que é preconizada pelo CDC que é fazer 
a cultura entre 35 e 37 semanas que pode fazer a profilaxia no momento do parto porque 
eu quero ver colonização do trato vagina com essa bactéria, então não é consulta de pré-
natal. A outra estratégia (que é adotada pelo ministério da saúde) é basear nos fatores de 
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natal. A outra estratégia (que é adotada pelo ministério da saúde) é basear nos fatores de 
risco, por exemplo, ruptura das membranas amniocoriônicas acima de 18 horas, febre no 
trabalho de parto, antecedentes de sepse neonatal, são os fatores considerados de risco 
que podem ser levados em consideração independentemente da cultura.
Investigação de ITU:
Solicitar na primeira consulta de pré-natal e Repetir EAS na 30ª semana.-
EAS - Urinálise: As alterações fisiológicas da gravidez tendem a modificar alguns resultados 
no exame de urina.
Caracteres gerais:
pH (tende a estar mais elevado);○
•
Pesquisa de elementos anormais:
Proteínas – proteinúria acima de 300mg da urina de 24h é um diagnóstico 
precoce de pré-eclâmpsia. Então proteinúria na gravidez é uma condição 
patológica, não fisiológica;
○
Glicose - glicosúria depende da glicemia pode ser fisiológica porque as vezes 
aumenta tanto o fluxo plasmático renal que aumenta o ritmo de filtração 
glomerular e ultrapassa a capacidade de reabsorção, mas, isso, desde que a 
glicemia esteja normal. Se em conjunto a glicemia da paciente está eleva é uma 
condição patológica;
○
Corpos cetônicos – cetonúria pode ocorrer em algumas gestantes, pode passar 
períodos sem se alimentar. Pode ser causada pela grande quantidade de vômitos 
da paciente no início da gravidez (hêmese e hiperêmese gravídica);
○
Prova do nitrito - não é porque o teste do nitrito deu negativo que pode 
descartar infecção urinária. Ao contrário, o teste positivo é específico, mas não 
tem alta sensibilidade. Então tudo precisa ser analisado dentro de um contexto.
○
•
-
Então é feito um EAS no início do pré-natal e repete no 3° trimestre. 
Urocutura – INDISPENSÁVEL e caso ela seja positiva, com seu respectivo antibiograma. -
Obs.: É um exame muito importante no pré-natal porque a paciente pode ter bacteriúria 
assintomática que precisa ser tratada na gestante. Bacteriúria está comprovadamente 
relacionada com prematuridade espontânea (é uma das principais causas conhecidas). 
Existem pacientes com fator de risco, como por exemplo: diabetes, portadoras de litíase, 
infecções urinárias recorrentes, é necessário repetir o exame com intervalos de tempo mais 
curtos, podendo ser até mesmo mensalmente. Em geral é usado Penicilina e Cefalosporina, 
escolhe o melhor antibiótico pelo antibiograma.
Sedimentoscopia:
Hemácias e Leucócitos. •
-
Outros exames:
Citologia oncótica:
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Citologia oncótica:
Janela de oportunidade;•
Ministério da Saúde recomenda - Não provoca nenhuma consequência na gestante igual 
o povo acha. É feito com maior segurança após o terceiro mês (após o primeiro 
trimestre) que é o período crítico para abortos espontâneos. E o pessoal critica o uso 
da escovinha no canal, mas hoje a gente geralmente só usa a espátula para evitar 
traumatismo.
•
-
Ultrassonografia: Quantos US eu tenho que fazer? Em geral, 1 ultrassonografia ao final de 
cada trimestre. Depende de duas coisas para o resultado bom de uma ultrassonografia: de 
um bom aparelho e um bom profissional realizando o exame (é um exame operador 
dependente). A US mal feita pode ser mais indutora de problemas/iatrogênia, do que se 
não tivesse feio. 
1º Trimeste: 
Cálculo da idade gestacional - é bom para calcular a idade gestacional e utiliza o 
índice comprimento cabeça-nádega;
○
Comprimento cabeça-nádega (CCN) – preditor fidedigno da idade gestacional, 
quanto mais cedo ele for medido, para o cálculo da data provável do parto, 
principalmente naquelas pacientes que tem a data da última menstruação 
duvidosa;
○
Translucência nucal – é um marcador de cromossomopatia. O ideal é ser 
realizadona 12°semana. 
○
•
-
Obs.: O bom é associar os dois exames, mas infelizmente nem sempre conseguimos isso a 
nível ambulatorial, pelo menos tentar naquelas com idade maior que 35 anos, com história 
familiar de cromossomopatias..
2º Trimestre:
Avaliação morfológica fetal – US que se dedica a avaliar toda anatomia fetal;○
Até 24ª semana - Até porque ele pode ser uma indicação de tratamento 
cirúrgico fetal, ou um parto em um local com possibilidade de cirurgia no 
nascimento.
○
•
3º Trimestre:
Avaliação do crescimento e vitalidade fetais, desenvolvimento da placenta e 
volume de líquido amniótico - é avaliado com precisão no US;
○
Dopplerfluxometria - efeito doppler (casos de alto risco) - estuda a 
vascularização de um determinado território, então eu posso avaliar as artérias 
uterinas, artérias umbilicais, ducto venoso.... Avaliar a artéria cerebral média é 
onde avalia melhor a oxigenação que o feto está recebendo. A maioria das 
gestantes grupo de risco (hipertensas, diabéticas, cardiopatas, tabagistas, etc) 
vão precisar de uma avaliação com Doppler. .
○
•
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vão precisar de uma avaliação com Doppler. .
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