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Noções Práticas de Obstetrícia - Capítulo 7 Um pré-natal de qualidade é necessário que tenha em conjunto do exame clínico exames laboratoriais e de imagem. Condições que somos dependentes do método laboratorial: A tipagem sanguínea, por exemplo, não tem como saber na clínica, principalmente se é Rh negativo ou positivo, e, se não for feito laboratorialmente no pré-natal, é possível que ocorra eritroblastose fetal ou isoimunização. A Toxoplasmose passa subclínica na maioria dos casos, no entanto, se houver transmissão vertical o dano é muito grave, então depende de método laboratorial primeiramente para buscar isso na mãe, e, caso encontrado na mãe, é necessário buscar no feto. Hemograma, HIV, exame de urocultura são alguns dos exames que são pedidos na primeira consulta e que precisam ser repetidos. Hemograma: Solicitar na primeira consulta de pré-natal;- Solicitar novo exame no 3º trimestre.- As vezes no pré-natal tem exames que precisamos repetir, já na primeira consulta são muitos e tem alguns que vamos ter que repetir ou por rotina, ou conforme o resultado. Então por exemplo, no primeiro trimestre alguns exames como hemograma, urina – urocultura e HIV deverão ser repetidos no terceiro trimestre, porque muitas vezes o exame reflete um momento que pode modificar, por esse motivo é necessário a repetição de alguns dos exames complementares. A assistência complementar pré natal é muito padronizada pela OMS. Hemoglobina: Primeiro, existem valores de referência para mulher gravida e não gravida. A gestante tem interpretação dos índices hematimétricos diferente da mulher não grávida e do homem. VN não grávida: 12,5 a 14,0g%;• VN grávida: 10,0 a 13,0g%.• - Dentre as modificações fisiológicas do organismo materno ocorre uma hemodiluição, que alguns autores caracterizam como anemia fisiológica da gravidez, o que não é um termo adequado, uma vez que o processo de anemia não é fisiológico. Na verdade, o que ocorre é uma expansão da massa eritrocitária e uma expansão do volume plasmático, que são desproporcionais: o volume plasmático expande mais do que a massa de eritrócitos, o que faz uma hemodiluição que aparente uma anemia. Então os valores de referência vão modificar na mulher grávida, inclusive alguns autores consideram valores diferentes até por trimestre da mulher grávida, de modo geral vai depender do local. Mas geralmente consideramos em torno de 10,5 g/dL como valor de corte, se tiver abaixo desse valor que a gente considera realmente que está havendo uma anemia na gravidez. Alguns autores Raissa NovelliT.67 Propedêutica Complementar Pré-Natal terça-feira, 11 de agosto de 2020 15:57 Página 1 de GO a gente considera realmente que está havendo uma anemia na gravidez. Alguns autores trabalham variando com índices de 10,5 e 11, variando segundo o trimestre. A maioria das gestações demandam suplementação de ferro que serve para profilaxia da anemia, uma vez que as necessidades fetais vão esgotar as reservas maternas. Porém, existem aquelas que precisam de tratamento de anemia, e, a principal causa de anemia na gestação, que ocorre devido ao aumento da demanda, é a anemia ferropriva. 13:04 Anemia Ferropriva: Hb: <11-10g%;• Hto: < 32%;• VCM e CHCM: normal ou ↓ - inicialmente tende a ser normal e, depois de um tempo, se não tratada, tende a ser uma anemia normocítica e normocrômica e, depois de um tempo, se não tratada, diminui ficando microcitica e hipocrômica; • Hematoscopia: Microcitose, hipocromia, Hm de formas variadas.○ • Obs.: então é recomendado solicitar o hemograma na primeira consulta de pré-natal e hoje é consenso que a gente vai repetir esses exames em torno de 28, 29 semanas, que é o 3 trimestre. Além disso tudo no hemograma é importante fazer nele também a hematoscopia (visualização microscópica do esfregaço) em busca de células anormais, como células em forma de foice, no caso da anemia falciforme. Anemia megaloblástica: Hm normocrômicas e volumosas (VCM > 99);• CHCM normal ou levemente ↓;• Folato sérico < 400mcg/dl.• A segunda causa mais comum de anemia na gestação no Brasil é a anemia megaloblástica que chama assim porque cursa com aumento do volume corpuscular médio e, baixos níveis de ácido fólico, de modo que, a suplementação de ácido fólico é necessária até mesmo como profilaxia no início do pré-natal (além das questões do fechamento do tudo neural). Se eu já tiver a anemia megaloblástica instalada, ai fazemos tratamento com doses maiores. A anemia megaloblástica é comum em gestantes adolescentes, multíparas, gestações com curto espaço de tempo. Leucócito: VN não grávida: 4.300 a 4.500;• VN grávida: 5.000 a 12.000 - ; em geral consideram no laboratório para grávida o limite superior a 10 mil células por milímetro cubico. Na mulher gravida existe um estimulo na hamatopoiese que inclui a serie branca que esses valores podem ficar em um nível de até 12mil células, sem que necessariamente isso signifique leucocitose. Claro que o quadro clínico é relevante, se a paciente tiver febre ou alguma evidência de um processo infeccioso a interpretação muda; • Trabalho de parto e puerpério imediato: 25.000 A 30.000 – mais uma vez o - Página 2 de GO Trabalho de parto e puerpério imediato: 25.000 A 30.000 – mais uma vez o quadro clínico é relevante, esses achados sem evidência clínica de infecção não tem significado clínico, é apenas um mecanismo de proteção/defesa. • Obs.: Pergunta: Se tiver infecção urinaria aumenta quanto? Resposta: Depende da ITU, pode aumenta tão pouco ou nada em uma verdadeira cistite, como pode ter uma leucocitose com desvio a esquerda em uma pielonefrite, só que ambas as situações vão ter manifestação clinica hematúria, polaciúria, no caso da pielonefrite dor lombar, febre alta, sinal de jordano positivo. Plaquetas: oscila durante a gravidez mas não é nada significativo. VN grávida: 150.000 a 320.000; 20 semanas: 257.000;○ 35 semanas: 260.000.○ • - A gravidez, independentemente do aumento da variação do número de plaquetas, é um estado de hipercoagulabilidade. Favorece tanto a gravidez quanto ao parto e o puerpério a ocorrência de fenômenos tromboembólicos. Então independentemente da variação do número de plaquetas sempre temos que estar atentos a isso, particularmente nas pacientes com fatores de risco, tais como: história familiar, tabagistas, varizes de membros inferiores, antecedentes pessoais, etc. Todas as alterações pró-coagulantes ocorrem, grande parte, como alterações fisiológicas na gestante, em que todas vão ter alguma estase venosa. Toda parturiente ou puérpera vai ter lesão vascular, então isso favorece a agregação plaquetária e a formação de trombo também. Obs.: Pedir para toda gestante na primeira consulta: Exame de rotina pré-natal: No sangue considera-se três exames não sorológicos e cinco exames sorológicos. Dentre os não sorológicos: (3) Hemograma, tipagem sanguínea e glicemia;○ • Dos sorológicos: (5) Exame para sífilis (VDRL), HIV, toxoplasmose, hepatite B e rubéola (que é discutível). ○ • - Já na urina: Solicita o exame de urina rotina (EAS) e urocultura com o respectivo antibiograma, se necessário. • - Isso é para todas as gestantes, obvio que situações particulares devem ser particularizadas, como por exemplo “tenho hipotireoidismo” então pode ser que preciso pedir função tireoidiana (TSH, T3 T4 livre), “tenho problema renal” pedir prova de função renal (creatinina, ureia, etc). Aí são questões particulares, não são rotineiras para todas. Já vimos o hemograma que é não sorológico e agora veremos a tipagem sanguínea não sorológica também. Tanto no ABO, quanto no Rh deve ser solicitado na primeira consulta. Ou as vezes já ter essa informação na avaliação pré concepcional. Grupo Sanguíneo e Fator Rh: Solicitar na primeira consulta de pré-natal, ou, pode ser feito no momento pré- Página 3 de GO Solicitar na primeiraconsulta de pré-natal, ou, pode ser feito no momento pré- concepcional. 85% da população é Rh+, são as pessoas que expressam o antígeno Rh na superfície das hemácias. Mais ou menos 15% da população é Rh-, ou seja, não expressa o antígeno Rh na superfície da hemácia. Existe uma porcentagem de casais incompatíveis. - Os pré-requisitos para incompatibilidade Rh: o pai ser Rh+, a mãe Rh- e o filho Rh+. Se a mãe for Rh+ encerrou a investigação e não precisa preocupar, exceto nos casos em que há história de antecedentes de transfusão incompatível. Se Rh+: Nenhuma investigação exceto se já transfundidas.• - Se Rh-: aqui o que interessa então é aquele grupo de 15% das gestantes que vão ser Rh-, porque caso o parceiro seja Rh+, existe o risco também do filho ser Rh+. Tipagem do parceiro - se o parceiro também for Rh– não existe a possibilidade do filho ser Rh+, então tem que fazer coombs sempre!! Não pode confiar; • Coombs indireto quantitativo para casos de incompatibilidade Rh.• - Obs1.: Coombs indireto: é a pesquisa de anticorpos anti-Rh, e, é dito indireto porque é feito na circulação materna. Isso porque, pode estar ocorrendo a passagem de hemácias Rh+ do feto para a circulação materna que é Rh-, gerando uma sensibilização no sistema imune da mãe que vai começar a produzir anticorpos contra as hemácias fetais, anticorpos os quais podem ser buscados da circulação materna através do coombs indireto. Lembrando que, pode fazer o coombs direto, que é feito do feto, mas, é um processo invasivo, sendo restrito a situações especiais. O coombs indireto é feito em intervalos entre 30 a 40 dias, porque espelha aquele momento específico, podendo se modificar em 4/6 semanas. Então a repetição de exames pode ser necessária conforme a situação clínica. Esse teste pode ser também quantificado em medidas de diluição, exemplo 1:4, 1:8, 1:32. A quantificação é importante para determinar condutas nos casos de isoimunização. Obs2.: Pergunta: mas a passagem não é só no parto? Resposta: a passagem não é só no parto, a passagem pode acontecer durante a gravidez também. A membrana placentária, que antigamente era chamado de barreira placentária, barreira coisa nenhuma, é uma peneira, o arranjo é programado para não existir contato entre o sangue materno e fetal, mais isso falha muito e não podemos contar com essa probabilidade. Rastreamento do Diabetes na Gestação: Consenso OPAS (Organização Panamericana de saúde) /MS/FEBRASGO/SBD;- Estudo HAPO (Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes) - hiperglicemia e efeitos adversos em gestantes; - IADPSG (International Association of Diabetes in Pregnancy Study Group) - associação internacional do estudo da diabetes na gravidez ; - Ver documento anexo páginas 23 e 24.- Hoje o rastreamento é universal, antigamente era apenas para alguns grupos de risco e hoje toda gestante tem que ser submetida a pesquisa de diabetes gestacional. É baseado na glicemia de jejum feita na primeira consulta de pré-natal. Página 4 de GO glicemia de jejum feita na primeira consulta de pré-natal. Se essa glicemia é maior ou igual que 126 já está feito o diagnóstico de DM. Lembrando que a paciente pode ter DM prévio que foi diagnosticado na gravidez; • Se estiver entre 92 e 125 confirma o diagnóstico de diabetes gestacional;• Se for menor que 92 fica encerrado o rastreio em um primeiro momento, e, depois procura no teste oral de tolerância à glicose entre 24 e 28 semanas de gestação. • Obs.: O teste oral de tolerância à glicose deve ser feito com 75g de dextrosol e, realizar dosagens com 0, 60 e 120 minutos, ao menos um valor alterado fecha o diagnóstico de DM gestacional. Outra coisa levada em consideração é o início do pré-natal, que, quanto mais precoce iniciado maior a possibilidade de encontrar o diagnóstico. Para o DM gestacional é importante saber se começou antes de 20 semanas, depois de 20 semanas ou depois de 28 semanas. Se começou o pré-natal entre 24 e 28 semanas dispensa a glicemia de jejum e já pode iniciar o teste oral de tolerância a glicose. Quando o local é muito carente em recursos não sendo possível realizar o teste oral de tolerância à glicose considera-se apenas a glicemia de jejum, mas não é o ideal. Sorologia para Rubéola: Questionar sobre vacinação prévia - se for uma avaliação pré concepcional, e não tiver histórico vacinal, tem que vacinar e pedir para segurar a gravidez; e mesmo que não tenha feito avaliação pré-concepcional não é tão indispensável pedir o pré-natal, por que não existe conduta; - Solicitar em caso de contato;- Solicitar SEMPRE????? Ministério da Saúde não indica - porque não tem conduta. É lamentável isso. Nem tem tratamento direito. Primeiro que a mulher que adquire rubéola - Página 5 de GO lamentável isso. Nem tem tratamento direito. Primeiro que a mulher que adquire rubéola na gravidez a probabilidade de transmissão vertical é enorme, e, quanto mais precoce essa transmissão mais grave é o quadro. Obs.: Se negativa, cuidados para evitar exposição desnecessária. Vacinar imediatamente após o parto, para prevenir em futuras gestações. Sorologia para Sífilis: Esse é importante demais! Ele não só tem que ser pedido na primeira consulta, como tem que ser repetido no segundo trimestre, para sorologia para sífilis o mais utilizado é o VDRL. Solicitar trimestralmente: Na primeira consulta;• No final do segundo trimestre;• Até um mês da data provável do parto.• - Testes não treponêmicos: VDRL (rastreio, inespecífico) - deve ser solicitado na primeira consulta e repetido trimestralmente. Ele pode dar falso positivo, um positivo pode não ser sífilis, ou pode ser sífilis tratada ou pode ser sífilis em atividade. Então quando positivado, ele tem que ser quantificado (para ver qual estágio da sífilis) e tem que ser confirmado com o teste treponêmico específico, que é o FTA-Abs, não cito esse exame como rotina pré- natal pois ele é um teste confirmatório. • - Obs.: Pergunta: quais são as causas de falso positivo? Resposta: Lúpus, doenças reumatoides, colagenoses, algumas leucemias e linfomas, alguns medicamentos, etc. então o VDRL é inespecífico, porém se presta para rastreio e é barato. Testes treponêmicos: FTA-Abs (confirmatório).• - Sorologia para Toxoplasmose: outro importante Solicitar na primeira consulta;- Seguimento será de acordo com o perfil encontrado - Vou pedir IgM e IgG. Em geral, IgM é marcador de infecção aguda, embora hoje a gente sabe que não é bem só isso, existem falsos IgMs, IgM residuais... Hoje os laboratórios tão usando muito a técnica de quimiluminescência para pesquisa desses anticorpos, com uma técnica muito sensível, as vezes ela detecta IgM residuais que não representam doença aguda, isso tem que ser levado em consideração. E tem a possibilidade pela questão da especificidade de serem falsos positivos. Mas vamos trabalhar agora na teoria que IgM é marcador de infecção aguda e IgG é passado da doença. lembrando que pra toxoplasmose não existe vacina. Sendo assim eu só tenho 4 perfis sorológicos possíveis: - PERFIL 1: IgG e IgM negativas: paciente não imunizada, não tem e nunca teve - É o perfil de risco, essas pacientes vão precisar de orientações, medidas higiênicas e dietéticas para • - Página 6 de GO risco, essas pacientes vão precisar de orientações, medidas higiênicas e dietéticas para não contrair durante a gravidez. Mas, como toxoplasmose pode ser adquirida de forma subclínica, é necessário repetir periodicamente a sorologia de tempos em tempos, pelo menos trimestralmente. Pode não ter manifestação clínica, pode contrair assintomática. PERFIL 2: IgG + e IgM -: toxoplasmose antiga ou paciente imunizada - Não tem, mais já teve. É o perfil ideal, pode abandonar o acompanhamento dessa paciente. As pessoas imunocompetentes adquirem e se tornam imunes e não ocorre sintomas geralmente. • - PERFIL 3: IgG - e IgM+: suspeita de toxoplasmose em fase inicial, o IgM pode estar recém positivado ou pode ser um falso IgM. Para diferenciar o falso IgM pode ser solicitado o IgA. • - PERFIL 4: IgG + e IgM +: toxoplasmose aguda ou IgM residual, e para diferenciar ambas situações pode ser solicitado o teste de avidez do IgG que permite dizer quanto tempo ocorreu essa toxoplasmose. • - Propedêutica Laboratorial: Anti HIV 1 e 2: Rastreamento após aconselhamento pré-teste: deve haver aconselhamento pré e pôs- teste, o que que significa um teste positivo e o que que é um teste negativo Elisa: sensibilidade acima de 99,5% - hoje existe um debate sobre a técnica a ser usada, ainda utiliza muito o teste de Elisa, que tem uma sensibilidade ótima. Mas hoje tão usando muito os testes rápidos. Os testes rápidos têm sido bastante utilizados na própria unidade básica de saúde, dispensando o Elisa, com mesmo índice de sensibilidade, o que tem deixado o custo mais baixo da pesquisa do HIV e facilitando a realização do teste; ○ Elisa (+) ou inconclusivo -> Testes confirmatórios (IFI, Western blot) - nos casos do teste rápido ou Elisa positivo é realizado os testes confirmatórios principalmente pela técnica de Western blot; ○ • Os anticorpos podem ser detectados em 95% dos pacientes com 6 meses de infecção;• Transmissão vertical sem intervenção pré-natal: ± 20% - logo a transmissão vertical reduz em mais de 20x, DEVE pedir o exame; • Transmissão vertical com intervenções combinadas: < 1%.• - HBsAg: Exame para rastreio é a pesquisa do antígeno do vírus b, o HBsAg, porque existe uma grande chance de transmissão vertical. A Hepatite B faz parte do rastreio pela prevalência epidemiológica que tem no nosso meio, então ela deve ser solicitada durante o pré-natal também, não precisa ser obrigatoriamente na primeira consulta. Deve ser solicitado, porque existe uma conduta modificatória caso seja positivo (pode aplicar - Página 7 de GO solicitado, porque existe uma conduta modificatória caso seja positivo (pode aplicar imunoglobulina no RN além vacina). Aqui a gente pesquisa o antígeno, não é bem um sorológico, pois não pesquisamos anticorpo. Se mãe HBsAg+: Criança tem 70-90% de chance de adquirir hepatite B e 85-90% de ser portadora crônica; ○ • Aplicar imunoglobulina e vacina nas 1° 12 horas pós-parto - para prevenir que depois ele desenvolva hepatite B, se torne portador crônico com cirrose e até mesmo carcinoma hepatocelular; • Idealmente solicitado no 3º trimestre.• O maior risco de transmissão da hepatite B é no momento do parto, mas pode ser transplacentária também, igual o HIV. CMV: Não é consenso na nossa assistência pré-natal. Pode pedir, mas primeiro, nele não existe imunidade após a primo-infecção (é uma diferença em relação a toxoplasmose), e segundo não existe a possibilidade de adoção de condutas específicas no caso de sorologia positiva. A utilização de rotina em pré-natal é muito questionável nos dias de hoje. Ministério da Saúde não recomenda. • - Hepatite C (Anti-HCV): E o mesmo vale para Hepatite C. Mas devemos particularizar condutas. Usuárias de drogas;• Múltiplos parceiros;• HIV positivas ou parceiras;• Transfundidas;• Não é rotina, tem que saber personalizar as condutas.• - Então se a paciente tem história de usos de droga, múltiplos parceiros, é também HIV positiva, teve transfusão (antes de 1994 a gente não conhecia o vírus C então imagina o tanto de gente que recebeu transfusão contaminada sem pesquisa pré-transfusional...), Então nesse caso podemos pedir o anticorpo Anti-HCV. Estreptococos do grupo B: ele nem ia falar nessa aula, só falou por que a Andreza perguntou; Cultura para estreptococos do grupo B (rastreamento universal - CDC) entre 35-37 semanas ou por fatores de risco – está relacionado a sepse neonatal. Não está de rotina no pré-natal. • - Existem duas maneiras de rastrear: uma estratégia que é preconizada pelo CDC que é fazer a cultura entre 35 e 37 semanas que pode fazer a profilaxia no momento do parto porque eu quero ver colonização do trato vagina com essa bactéria, então não é consulta de pré- natal. A outra estratégia (que é adotada pelo ministério da saúde) é basear nos fatores de Página 8 de GO natal. A outra estratégia (que é adotada pelo ministério da saúde) é basear nos fatores de risco, por exemplo, ruptura das membranas amniocoriônicas acima de 18 horas, febre no trabalho de parto, antecedentes de sepse neonatal, são os fatores considerados de risco que podem ser levados em consideração independentemente da cultura. Investigação de ITU: Solicitar na primeira consulta de pré-natal e Repetir EAS na 30ª semana.- EAS - Urinálise: As alterações fisiológicas da gravidez tendem a modificar alguns resultados no exame de urina. Caracteres gerais: pH (tende a estar mais elevado);○ • Pesquisa de elementos anormais: Proteínas – proteinúria acima de 300mg da urina de 24h é um diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia. Então proteinúria na gravidez é uma condição patológica, não fisiológica; ○ Glicose - glicosúria depende da glicemia pode ser fisiológica porque as vezes aumenta tanto o fluxo plasmático renal que aumenta o ritmo de filtração glomerular e ultrapassa a capacidade de reabsorção, mas, isso, desde que a glicemia esteja normal. Se em conjunto a glicemia da paciente está eleva é uma condição patológica; ○ Corpos cetônicos – cetonúria pode ocorrer em algumas gestantes, pode passar períodos sem se alimentar. Pode ser causada pela grande quantidade de vômitos da paciente no início da gravidez (hêmese e hiperêmese gravídica); ○ Prova do nitrito - não é porque o teste do nitrito deu negativo que pode descartar infecção urinária. Ao contrário, o teste positivo é específico, mas não tem alta sensibilidade. Então tudo precisa ser analisado dentro de um contexto. ○ • - Então é feito um EAS no início do pré-natal e repete no 3° trimestre. Urocutura – INDISPENSÁVEL e caso ela seja positiva, com seu respectivo antibiograma. - Obs.: É um exame muito importante no pré-natal porque a paciente pode ter bacteriúria assintomática que precisa ser tratada na gestante. Bacteriúria está comprovadamente relacionada com prematuridade espontânea (é uma das principais causas conhecidas). Existem pacientes com fator de risco, como por exemplo: diabetes, portadoras de litíase, infecções urinárias recorrentes, é necessário repetir o exame com intervalos de tempo mais curtos, podendo ser até mesmo mensalmente. Em geral é usado Penicilina e Cefalosporina, escolhe o melhor antibiótico pelo antibiograma. Sedimentoscopia: Hemácias e Leucócitos. • - Outros exames: Citologia oncótica: Página 9 de GO Citologia oncótica: Janela de oportunidade;• Ministério da Saúde recomenda - Não provoca nenhuma consequência na gestante igual o povo acha. É feito com maior segurança após o terceiro mês (após o primeiro trimestre) que é o período crítico para abortos espontâneos. E o pessoal critica o uso da escovinha no canal, mas hoje a gente geralmente só usa a espátula para evitar traumatismo. • - Ultrassonografia: Quantos US eu tenho que fazer? Em geral, 1 ultrassonografia ao final de cada trimestre. Depende de duas coisas para o resultado bom de uma ultrassonografia: de um bom aparelho e um bom profissional realizando o exame (é um exame operador dependente). A US mal feita pode ser mais indutora de problemas/iatrogênia, do que se não tivesse feio. 1º Trimeste: Cálculo da idade gestacional - é bom para calcular a idade gestacional e utiliza o índice comprimento cabeça-nádega; ○ Comprimento cabeça-nádega (CCN) – preditor fidedigno da idade gestacional, quanto mais cedo ele for medido, para o cálculo da data provável do parto, principalmente naquelas pacientes que tem a data da última menstruação duvidosa; ○ Translucência nucal – é um marcador de cromossomopatia. O ideal é ser realizadona 12°semana. ○ • - Obs.: O bom é associar os dois exames, mas infelizmente nem sempre conseguimos isso a nível ambulatorial, pelo menos tentar naquelas com idade maior que 35 anos, com história familiar de cromossomopatias.. 2º Trimestre: Avaliação morfológica fetal – US que se dedica a avaliar toda anatomia fetal;○ Até 24ª semana - Até porque ele pode ser uma indicação de tratamento cirúrgico fetal, ou um parto em um local com possibilidade de cirurgia no nascimento. ○ • 3º Trimestre: Avaliação do crescimento e vitalidade fetais, desenvolvimento da placenta e volume de líquido amniótico - é avaliado com precisão no US; ○ Dopplerfluxometria - efeito doppler (casos de alto risco) - estuda a vascularização de um determinado território, então eu posso avaliar as artérias uterinas, artérias umbilicais, ducto venoso.... Avaliar a artéria cerebral média é onde avalia melhor a oxigenação que o feto está recebendo. A maioria das gestantes grupo de risco (hipertensas, diabéticas, cardiopatas, tabagistas, etc) vão precisar de uma avaliação com Doppler. . ○ • Página 10 de GO vão precisar de uma avaliação com Doppler. . Página 11 de GO
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