Buscar

PlanoDeAula 6

Prévia do material em texto

Plano	de	Aula:	TEORIA	DO	ORDENAMENTO	JURÍDICO
INTRODUÇÃO	AO	ESTUDO	DO	DIREITO	-
CCJ0257
Título
TEORIA	DO	ORDENAMENTO	JURÍDICO
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
6
Tema
TEORIA	DO	ORDENAMENTO	JURÍDICO.
Objetivos
Compreender	os	diversos	critérios	de	classificação	das	normas	jurídicas.
Estabelecer	a	distinção	entre	os	diversos	elementos	constituintes	do
ordenamento	jurídico,	a	saber:	normas,	regras	e	princípios.
Reconhecer	o	fundamento	de	validade	das	normas,	à	luz	da	estrutura
escalonada	do	ordenamento	jurídico.
Conceber	o	ordenamento	jurídico	como	um	sistema	que	doutrinariamente	pode
ser	fechado	ou	aberto.
Estrutura	do	Conteúdo
Antes	 da	 aula,	 leia	 as	 páginas	 87	 a	 100	 do	 livro	 texto	 Livro	 didático	 de
introdução	ao	estudo	do	Direito,	Solange	Ferreira	de	Moura	[organizador].-	Rio
de	 Janeiro:	 Editora	 Universidade	 Estácio	 de	 Sá,	 1ª.	 Ed.	 2014.	 MAS,	 LEIA
MESMO!!!
Estrutura	de	conteúdo	desta	aula
TEORIA	DO	ORDENAMENTO	JURÍDICO
-Ordenamento	jurídico	e	seus	elementos	constitutivos.
-A	validade	do	ordenamento	jurídico.
-Hierarquia	e	constitucionalidade	das	leis.
-Sistema	e	ordenamento	jurídico	à	luz	da	Constituição	Brasileira.
-Regras	da	Completude	no	Brasil.
Segue	abaixo	um	esboço	conceitual	dos	tópicos	relacionados:
1.	O	Ordenamento	Jurídico	à	luz	da	Constituição	brasileira.
O	Direito	objetivo/positivo,	como	conjunto	de	normas	jurídicas	constitui	no	seu
todo	um	sistema	global	que	se	denomina	ordenamento	jurídico.	De	fato,	o
Direito	se	apresenta	concretamente,	em	qualquer	país,	sobre	a	estrutura	de
um	ordenamento:	as	normas	jurídicas	não	existem	isoladas,	não	atuam	de
forma	solitária,	porém	se	correlacionam	e	se	implicam,	formando	um	todo
uniforme	e	harmônico.
Os	autores	apresentam	diversas	definições	no	que	respeita	a	definição	do
ordenamento	jurídico.
Paulo	Nader,	leciona	que	o	ordenamento	jurídico	compreende	?o	sistema	de
legalidade	do	Estado,	formado	pela	totalidade	das	normas	vigentes,	que	se
localizam	em	diversas	fontes?.
Conforme	Miguel	Reale,	é	o	sistema	de	normas	jurídicas	in	acto,
compreendendo	as	fontes	de	direito	e	todos	os	seus	conteúdos	e	projeções:
é,	pois,	os	sistemas	das	normas	em	sua	concreta	realização,	abrangendo
tanto	as	regras	explícitas	como	as	elaboradas	para	suprir	as	lacunas	do
sistema,	bem	como	as	que	cobrem	os	claros	deixados	ao	poder	discricionário
dos	indivíduos	(normas	negociais).
Aspecto	relevante	sobre	o	ordenamento	jurídico	é	a	questão	da	plenitude.
Assim,	o	ordenamento	jurídico	não	pode	deixar	a	descoberto,	sem	dar	solução,
qualquer	litígio	ou	conflito	capaz	de	abalar	o	equilíbrio,	a	ordem	e	a	segurança
da	sociedade.	Por	isso,	ele	contém,	a	possibilidade	de	solução	para	todas	as
questões	que	surgirem	na	vida	de	relação	social,	suprindo	as	lacunas	deixadas
pelas	fontes	do	direito.	É	o	princípio	da	plenitude	do	ordenamento	jurídico.	Se
ele	não	fosse	sem	lacunas	e	auto-suficiente,	não	poderia	cumprir
precisamente	sua	missão.
Os	elementos	do	ordenamento	jurídico	brasileiro	estão	estruturados	na	forma
de	atenderem	à	obediência	aos	ditames	da	Constituição	Federal.	Todo	o	nosso
direito	positivo	para	ter	validade	deriva-se	dos	princípios	constitucionais.
Estando	na	República	Federativa	do	Brasil,	os	Estados,	via	de	consequência,
têm	poderes	para	se	organizar	e	reger-se	pelas	constituições	e	leis	que
venham	adotar.	A	autonomia	dos	Estados	é	condicionada,	isto	é,	tem	poderes
explícitos	e	implícitos	que	não	lhe	são	vedados	pela	Constituição	Federal.	Os
Municípios	também	tem	autonomia	condicionada.	A	legislação	municipal	deve
seguir	os	ditames	da	Constituição	Estadual	e	por	consequência	da
Constituição	Federal.	Em	outras	palavras,		o	que	não	for	de	competência	da
União	ou	do	Estado,	será	do	Município.	Não	existe	uma	hierarquia,	cada	um	vai
agir	de	acordo	com	a	sua	competência.
2.	Normas,	regras	e	princípios.	Conceitos	e	distinções
O	professor	Canotilho	(2000,	p.	1123),	fornece-nos	a	explicitação	da	ideia	de
que	o	sistema	jurídico	deve	ser	visto	como	um	sistema	normativo	aberto	de
regras	e	princípios:
(1)	é	um	sistema	jurídico	porque	é	um	sistema	dinâmico	de	normas;
(2)		é	um	sistema	aberto	porque	tem	uma	estrutura	dialógica	{Caliess}
traduzida	na	disponibilidade	e	?capacidade	de	aprendizagem?	das	normas
constitucionais	para	captarem	a	mudança	da	realidade	e	estarem	abertas	às
concepções	cambiantes	da	?verdade?	e	da	?justiça?;
(3)		é	um	sistema	normativo,	porque	a	estruturação	das	expectativas
referentes	a	valores,	programas,	funções	e	pessoas,	é	feita	através	de
normas;
(4)		é	um	sistema	de	regras	e	de	princípios,	pois	as	normas	do	sistema	tanto
podem	revelar-se	sob	a	forma	de	princípios	como	sob	a	sua	forma	de	regras.
Por	sua	vez,	Dworkin	(1982,	p.	90)	mostra	que,	nos	chamados	casos-limites	ou
hard	 cases,	 quando	 os	 juristas	 debatem	 e	 decidem	 em	 termos	 de	 direitos	 e
obrigações	 jurídicas,	eles	utilizam	standards	que	não	funcionam	como	regras,
mas,	 trabalham	 com	 princípios,	 política	 e	 outros	 gêneros	 de	 standards.
Princípios	 (principles)	 são,	 segundo	 este	 autor,	 exigências	 de	 justiça,	 de
equidade	ou	de	qualquer	outra	dimensão	da	moral,	e	que	junto	com	as	regras
compõem	o	sistema	jurídico.
Assim,	 ao	 afirmar	 que	 os	 juristas	 empregam,	 em	 determinados	 casos,
princípios	 e	 não	 regras	 o	 autor	 reconhece	 serem	duas	 espécies	 de	 distintas
do	gênero	norma,	habitando	o	sistema	jurídico,	cuja	diferença,	trataremos	de
esboçar	adiante.
O	 prof.	 Luiz	 Flávio	 Gomes	 ,	 a	 partir	 do	 pressuposto	 pelo	 qual	 o	 Direito	 se
expressa	por	meio	de	normas,	assim	se	manifesta:	As	normas	se	exprimem	por
meio	de	regras	ou	princípios.	As	regras	disciplinam	uma	determinada	situação;
quando	ocorre	essa	situação,	a	norma	tem	incidência;	quando	não	ocorre,	não
tem	 incidência.	 Para	 as	 regras	 vale	 a	 lógica	 do	 tudo	 ou	 nada	 (Dworkin).
Quando	duas	 regras	 colidem,	 fala-se	 em	 "conflito";	 ao	 caso	 concreto	 uma	 só
será	aplicável	(uma	afasta	a	aplicação	da	outra).	O	conflito	entre	regras	deve
ser	 resolvido	pelos	meios	clássicos	de	 interpretação:	a	 lei	especial	derroga	a
lei	geral,	a	lei	posterior	afasta	a	anterior	etc..	Princípios	são	as	diretrizes	gerais
de	um	ordenamento	 jurídico	(ou	de	parte	dele).	Seu	espectro	de	 incidência	é
muito	 mais	 amplo	 que	 o	 das	 regras.	 Entre	 eles	 pode	 haver	 "colisão",	 não
conflito.	 Quando	 colidem,	 não	 se	 excluem.	 Como	 "mandados	 de	 otimização"
que	são	 (Alexy),	 sempre	podem	 ter	 incidência	em	casos	 concretos	 (às	vezes,
concomitantemente	dois	ou	mais	deles).
A	 diferença	 marcante	 entre	 as	 regras	 e	 os	 princípios,	 portanto,	 reside	 no
seguinte:	 a	 regra	 cuida	 de	 casos	 concretos.	 Exemplo:	 o	 inquérito	 policial
destina-se	a	apurar	a	infração	penal	e	sua	autoria	?	CPP,	art.	4º.	Os	princípios
norteiam	 uma	 multiplicidade	 de	 situações.	 O	 princípio	 da	 presunção	 de
inocência,	por	exemplo,	cuida	da	forma	de	tratamento	do	acusado	bem	como
de	 uma	 série	 de	 regras	 probatórias	 (o	 ônus	 da	 prova	 cabe	 a	 quem	 faz	 a
alegação,	 a	 responsabilidade	 do	 acusado	 só	 pode	 ser	 comprovada
constitucional,	legal	e	judicialmente	etc.).
Os	princípios	desempenham	funções	estratégicas,	a	saber:	 	 fundamentadora,
interpretativa	e	supletiva	ou	integradora:	por	força	da	função	fundamentadora
dos	 princípios,	 é	 certo	 que	 outras	 normas	 jurídicas	 neles	 encontram	 o	 seu
fundamento	de	validade.	O	artigo	261	do	CPP	(que	assegura	a	necessidade	de
defensor	 ao	 acusado)	 tem	 por	 fundamento	 os	 princípios	 constitucionais	 da
ampla	defesa,	do	contraditório,	da	igualdade	etc..	Os	princípios,	ademais,	não
só	 orientam	 a	 interpretação	 de	 todo	 o	 ordenamento	 jurídico,	 senão	 também
cumprem	 o	 papel	 de	 suprir	 eventual	 lacuna	 do	 sistema	 (função	 supletiva	 ou
integradora).	 No	 momento	 da	 decisão	 o	 juiz	 pode	 valer-se	 da	 interpretação
extensiva,	 da	 aplicação	 analógica	 bem	 como	 do	 suplemento	 dos	 princípios
gerais	 de	 direito	 (CPP,	 art.	 3º).	 Considerando-se	 que	 a	 lei	 processual	 penal
admite"interpretação	extensiva,	aplicação	analógica	bem	como	o	suplemento
dos	 princípios	 gerais	 de	 direito"	 (CPP,	 art.	 3º),	 não	 havendo	 regra	 específica
regente	 do	 caso	 torna-se	 possível	 solucioná-lo	 só	 com	 a	 invocação	 de	 um
princípio.
	TEORIA	DOS	PRINCIPIOS	DE	DWORKIN
(	WALDMAN,	Ricardo	Libel.	A	Teoria	dos	Princípios	de	Ronald	Dworkin.	Disponível
em:
http://www.ulbra.br/upload/3b2ec870da052adc7a9963f59b5fa805.pdf#page=173
Acesso	em	20	dez	2017	)
	(RESUMO)	Este	trabalho	tem	por	objetivo	analisar	a	teoria	de	Ronald	Dworkin	a
respeito	 da	 natureza	 jurídica	 dos	 princípios,	 como	 estes	 se	 distinguem	 das
regras	 e	 qual	 é	 sua	 função	no	ordenamento.	Optou-se	por	 não	 tratar,	 neste
artigo,	 da	 diferenciação	 que	 o	 autor	 faz	 entre	 princípio	 em	 sentido	 estrito	 e
policy,	 embora	 seja	 feita	 uma	 breve	 referência.	 O	 que	 interessa	 aqui	 é
demonstrar,	 pois,	 a	 existência	 dos	 princípios	 nas	 práticas	 jurídicas	 e	 porque
estes	 são	 normas	 jurídicas	 essencialmente	 diferentes	 das	 outras	 e	 não
determinar	com	precisão	quais	são	as	espécies	de	princípios	e	qual	o	tipo	de
influência	que	cada	uma	destas	podem	ter	na	definição	sobre	o	que	o	direito
requer	 no	 caso	 concreto.	 Entretanto,	 foram	 examinadas	 as	 teorias	 mais
abrangentes	 de	 Dworkin	 sobre	 o	 direito,	 sua	 natureza	 e	 em	 que	 consiste	 a
tarefa	 do	 jurista.	 Isso	 foi	 necessário,	 pois,	 como	 se	 verá	 no	 decorrer	 deste
trabalho,	 não	 há	 como	 entender	 o	 papel	 dos	 princípios	 no	 ordenamento
jurídico,	na	visão	do	autor	ora	examinado,	sem	conhecer	a	sua	visão	a	respeito
do	direito	como	um	todo.
	(...)
3.	A	Hierarquia	normativa
O	 primeiro	 doutrinador	 a	 lecionar	 que	 o	 sistema	 jurídico	 era	 composto	 por
normas	superiores	e	 inferiores	 interligadas	e	estruturadas	entre	si	 foi	Merkel.
Porém,	a	estrutura	hierárquica	das	normas	jurídicas	ganhou	ênfase	através	de
Hans	Kelsen.
As	 normas	 não	 estão	 todas	 num	 mesmo	 plano	 de	 análise.	 Existem	 normas
superiores	e	 inferiores.	As	 inferiores	são	subordinadas	às	normas	superiores,
e	este	escalonamento	garante	unidade	ao	sistema.	
"Já	 nas	 páginas	 precedentes	 por	 várias	 vezes	 se	 fez	 notar	 a	 particularidade
que	possui	o	Direito	de	regular	a	sua	própria	criação.	 Isso	pode	operar-se	de
forma	a	que	uma	norma	apenas	determina	o	processo	por	que	outra	norma	é
produzida.	 Mas	 também	 é	 possível	 que	 seja	 determinado	 ainda	 -	 em	 certa
medida	 -	o	conteúdo	da	norma	a	produzir.	Como,	dado	o	caráter	dinâmico	do
Direito,	uma	norma	somente	é	válida	porque	e	na	medida	em	que	foi	produzida
por	uma	outra	norma	representa	o	fundamento	imediato	de	validade	daquela.
A	relação	entre	a	norma	que	regula	a	produção	de	uma	e	outra	a	norma	assim
regularmente	 produzida	 pode	 ser	 figurada	 pela	 imagem	 da	 supra-infra-
ordenação.	 A	 norma	 que	 regula	 a	 produção	 é	 a	 norma	 superior,	 a	 norma
produzida	 segundo	 as	 determinações	 daquela	 norma	 é	 a	 inferior.	 A	 ordem
jurídica	 não	 é	 um	 sistema	 de	 normas	 jurídicas	 ordenadas	 no	 mesmo	 plano,
situadas	 umas	 ao	 lado	 das	 outras,	 mas	 é	 uma	 construção	 escalonada	 de
diferentes	camadas	ou	níveis	de	normas	jurídicas".	(KELSEN,	Hans.	Teoria	pura
do	direito.	 Tradução	 João	Batista	Machado.	 6ª	 ed.	 São	 Paulo:	Martins	 Fontes,
1998,	ps.	246	e	247.)
Com	 base	 nisto	 é	 possível	 afirmar	 que	 as	 normas	 de	 diferente	 hierarquia
possuem	 características	 distintas,	 notadamente	 quanto	 a	 sua	 criação.	 Uma
norma	de	uma	determinada	hierarquia	somente	pode	ser	editada	ou	revogada
inovando	a	ordem	jurídica	por	outra	norma	quando	a	segunda	for	editada	pelo
mesmo	 órgão	 e	 seguir	 o	 mesmo	 procedimento	 fixado	 pela	 Constituição,	 ou
ainda,	quando	editada	e	instituída	por	órgão	superior.
http://www.ulbra.br/upload/3b2ec870da052adc7a9963f59b5fa805.pdf#page=173
4.		Pirâmide	de	Kelsen
Aprendemos	 acima	 que	 no	 sistema	 jurídico	 existe	 a	 chamada	 hierarquia	 de
normas.	 Sendo	 que	 na	 lição	 de	 Celso	 Ribeiro	 Bastos,	 "as	 normas	 de	 direito
encontram	 sempre	 seu	 fundamento	 em	 outras	 normas	 jurídicas".	 Assim	 as
normas	 inferiores	 encontram	 seu	 fundamento	 de	 validade	 em	 outras	 normas
de	 escalão	 superior.	 Desde	 a	 norma	mais	 simples	 até	 à	 própria	 Constituição
ocorre	 o	 fenômeno	 da	 "pirâmide	 jurídica".	 Representa-se	 esta	 estrutura
hierárquica	de	um	ordenamento	através	de	uma	pirâmide.	O	vértice	é	ocupado
pela	norma	fundamental	e	a	base	pelos	atos	executivos.
Nesta	pirâmide,	as	normas	tiram	os	seus	fundamentos	de	validade	nas	regras
que	 se	 encontram	 em	 escala	 superior	 da	 hierarquia	 normativa.	 Deste	modo,
para	 sabermos	 se	 uma	 norma	 é	 valida,	 basta	 que	 verifiquemos	 a	 sua
concordância	com	as	regras	que	se	encontram	acima	no	ordenamento.
Portanto,	podemos	então	transcrever	um	trecho	da	obra	de	Hans	Kelsen:
Todas	 as	 normas	 cuja	 validade	 pode	 ser	 reconduzida	 a	 uma	e	mesma	norma
fundamental	 formam	um	 sistema	 de	 normas,	 uma	 ordem	normativa.	 A	 norma
fundamental	é	a	fonte	comum	da	validade	de	todas	as	normas	pertencentes	a
uma	e	mesma	ordem	normativa,	o	seu	fundamento	de	validade	comum.	O	fato
de	 uma	 norma	 pertencer	 a	 uma	 determinada	 ordem	normativa	 baseia-se	 em
que	o	seu	último	fundamento	de	validade	é	a	norma	fundamental	desta	ordem.
É	a	norma	fundamental	que	constitui	a	unidade	de	uma	pluralidade	de	normas
enquanto	 representa	 o	 fundamento	 da	 validade	 de	 todas	 as	 normas
pertencentes	 a	 essa	 ordem	 normativa.(KELSEN,	 Hans.	 Teoria	 pura	 do	 direito.
[tradução	João	Baptista	Machado].		6ª.	Ed.		São	Paulo:	Martins	Fontes,	1998).
Deste	modo	é	que	devemos	zelar	pela	unidade	de	nosso	ordenamento	jurídico,
procurando	excluir	de	seu	âmbito	de	eficácia	toda	a	norma	que	vá	de	encontro
à	nossa	Constituição	Federal	.
Podemos	 situar	 as	 normas	 do	 ordenamento	 jurídico	 em	 diferentes	 graus	 de
hierarquia.		
Eis	 uma	 das	 mais	 citadas	 concepções	 de	 hierarquia	 das	 normas	 do
ordenamento	jurídico	brasileiro:
1	 .	 Normas	 constitucionais:	 ocupam	 o	 grau	 mais	 elevado	 da	 hierarquia	 das
normas	jurídicas.		Todas	as	demais	devem	subordinar-se	às	normas	presentes
na	 Constituição	 Federal,	 isto	 é,	 não	 podem	 contrariar	 os	 preceitos
constitucionais.	 	Quando	contrariam,	costuma-se	dizer	que	a	norma	 inferior	é
inconstitucional.
2.	 Normas	 complementares:	 são	 as	 leis	 que	 complementam	 o	 texto
constitucional.	 	 A	 lei	 complementar	 deve	 estar	 devidamente	 prevista	 na
Constituição.		 Isso	quer	dizer	que	a	Constituição	declara,	expressamente,	que
tal	ou	qual	matéria	será	regulada	por	lei	complementar.
3.	Normas	ordinárias:	são	as	normas	elaboradas	pelo	Poder	Legislativo	em	sua
função	típica	de	legislar.		Exemplo:	Código	Civil,	Código	Penal,	Código	Tributário
etc.
4.	 Normas	 regulamentares:	 são	 os	 regulamentos	 estabelecidos	 pelas
autoridades	administrativas	em	desenvolvimento	da	lei.
Exemplo:			decretos	e	portarias.
5.	 	Normas	 individuais:	são	as	normas	que	representam	a	aplicação	concreta
das	 demais	 normas	 do	 Direito	 à	 conduta	 social	 das	 pessoas.	 	 Exemplo:
sentenças,	contratos	etc.
	
CONFRONTO	DE	IDEIAS	:	KELSEN	em	relação	a	DWORKIN
	 (BASTOS	 NETO,	 	 Osvaldo	 de	 Oliveira.	 	 Do	 Positivismo	 Jurídico	 ao	 Liberalismo
Igualitário:	 apontamentos	 sobre	 Kelsen	 e	 Dworkin.	 Disponível	 em:
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,do-positivismo-juridico-ao-liberalismo-
igualitario-apontamentos-sobre-kelsen-e-dworkin,38280.html	 Acesso	 em:	 20
dez	2017)	
(RESUMO)	 Desenvolve	 breve	 argumentação	 no	 sentido	 de	 mostrar	 a
importância	 do	 Positivismo	 Jurídico	 no	 Direito	 ocidental	 contemporâneo,	 suas
principais	contribuições	e	a	relação	com	o	Liberalismo	Igualitário.	Articula	estas
duas	 doutrinas	 focando	 o	 tema	 da	 ?justiça?,	 tema	 importante	 em	 ambas	 as
abordagens	doutrinárias.
	
O	presente	artigo	compartilha	a	 ideia	de	que	o	direito	 representa	e	 reproduz
as	dinâmicas	de	opressão	socialmente	existentes.Nesse	sentido,	entendendo
a	 Teoria	 Crítica	 da	 Raça	 como	 um	 referencial	 teórico	 alternativo	 para	 uma
discussão	 engajada	 do	 papel	 da	 dogmática	 jurídica	 ou	 jurisprudência
tradicionais	 no	 enfrentamento	 das	 relações	 raciais	 hierarquizadas,	 pretende-
se	apresentar	as	premissas	básicas	desse	 referencial	 teórico	que,	em	última
instância,	 se	 propõe	 a	 investigar	 a	 realidade	 usando	 a	 raça	 como	 categoria
privilegiada	 de	 análise.	 Apesar	 de	 ser	 um	 referencial	 teórico	 desenvolvido	 no
contexto	estadunidense,	de	meados	da	década	de	70,	este	artigo	objetiva	não
apenas	 apresentá-lo	 nas	 suas	 origens	 e	 premissas,	 mas	 aproximá-lo	 do
debate	antirracismo	brasileiro.
	
Aplicação	Prática	Teórica
Os	conhecimentos	apreendidos	serão	de	fundamental	importância	para	a
reflexão	teórica,	envolvendo	a	compreensão	necessária	de	que	o	direito,	para
ser	entendido	e	estudado	enquanto	fenômeno	cultural	e	humano,	precisa	ser
tomado	enquanto	sistema	disciplinador	de	relações	de	poder,	a	partir	da
metodologia	utilizada	em	sala	com	a	aplicação	dos	casos	concretos,	a	saber:
CASO	CONCRETO
Os	índices	de	violência	e	de	criminalidade	avançam	das	grandes	cidades	em
direção	ao	interior	do	nosso	país	de	maneira	vertiginosa.	Com	o	objetivo	de
contribuir	de	forma	efetiva	com	a	campanha	nacional	do	desarmamento,	o
doutor	Astrogildo	Maguaribe,	Prefeito	do	Município	de	Tribobó	do	Agreste,	no
interior	da	Bahia,	pretende	apresentar	projeto	de	lei	visando	proibir,	no	âmbito
do	município,	a	comercialização	de	armas	de	pequeno	e	grande	porte.	O
projeto	ainda	prevê	que	a	fiscalização	sobre	o	cumprimento	da	medida	será
exercida	por	funcionários	da	prefeitura,	que	poderão	multar	os
estabelecimentos	comerciais	no	caso	de	descumprimento	da	proibição.
Contudo,	antes	de	apresentar	o	projeto	de	lei,	o	prefeito,	sabendo	que	você
está	cursando	Direito	na	Estácio	de	Sá,	lhe	faz	uma	consulta	a	respeito	da
viabilidade	de	tal	projeto.		Responda:
	
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,do-positivismo-juridico-ao-liberalismo-igualitario-apontamentos-sobre-kelsen-e-dworkin,38280.html
1)						À	luz	da	teoria	do	ordenamento	jurídico,	do	devido	processo
legislativo,	e	da	repartição	de	competências	entre	os	entes
federativos,	qual	seria	o	seu	parecer	acerca	da	viabilidade	desse
projeto	de	lei	apresentado?
	
	
2)						De	acordo	com	a	hierarquia	normativa,	qual	norma	tem	o	condão
de	estabelecer	as	competências	dos	entes	federativos	no	Brasil?
	
3)						Em	termos	de	normas	jurídicas,	o	que	vale	mais:	as	regras	ou	os
princípios?
QUESTÕES	OBJETIVAS
1.					Julgue	os	itens	a	seguir,	relativos	ao	poder	constituinte.
I	Historicamente,	o	poder	constituinte	originário	representa	a	ocorrência	de
fato	anormal	no	funcionamento	das	instituições	estatais,	geralmente
associado	a	um	processo	violento,	de	natureza	revolucionária,	ou	a	um	golpe
de	estado.	
II	O	poder	constituinte	originário	é	inicial,	autônomo	e	incondicionado.	
III	O	poder	constituinte	originário	retira	o	seu	fundamento	de	validade	de	um
diploma	jurídico	que	lhe	é	superior	e	prévio.	
IV	O	poder	de	reforma	é	criado	pelo	poder	constituinte	originário,	que	lhe
estabelece	o	procedimento	a	ser	seguido	e	as	limitações	a	serem	observadas.	
V	Quem	tenta	romper	a	ordem	constitucional	para	instaurar	outra	e	não	obtém
adesão	ou	sucesso	na	empreitada	não	exerce	poder	constituinte	originário	e
pode	vir	a	se	submeter	a	processo	criminal	pela	prática	de	crime.
A	quantidade	de	itens	certos	é	igual	a	
a)	1.
b)	2.
c)	3.
d)	4.
e)	5.
2.					Em	sua	Teoria	Pura	do	Direito,	Hans	Kelsen	concebe	o	Direito	como	uma
"técnica	social	específica".	Segundo	o	filósofo,	na	obra	O	que	é	justiça?,	"esta
técnica	é	caracterizada	pelo	fato	de	que	a	ordem	social	designada	como
'Direito'	tenta	ocasionar	certa	conduta	dos	homens,	considerada	pelo
legislador	como	desejável,	provendo	atos	coercitivos	como	sanções	no	caso	da
conduta	oposta".	
Tal	concepção	corresponde	à	definição	kelseniana	do	Direito	como
a)	uma	ordem	estatal	facultativa.
b)	uma	ordem	axiológica	que	vincula	a	interioridade.
c)	um	veículo	de	transformação	social.
d)	uma	ordem	coercitiva.
e)	uma	positivação	da	justiça	natural.

Continue navegando