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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CURSO DE GRADUAÇÃO DIREITO DISCIPLINA: Direito das Obrigações. Professora Cinthia Reis. REVISÃO PARA 1ª AVALIAÇÃO 1) Obrigação Natural Covello, S. C. diz que obrigação natural é a dívida cujo pagamento não se pode exigir judicialmente, mas, se ocorrer de maneira espontânea, é irrevogável.5 A definição fornecida pelo autor destaca os dois principais pontos nos quais há consenso em relação ao instituto: o processo de extinção da obrigação natural, confirmando a impossibilidade de adimplemento forçado; e o seu efeito mais importante – a irrepetibilidade do que se prestou de forma voluntária. O Código Civil Brasileiro menciona duas espécies de obrigações naturais. A primeira compreende as dívidas de jogo e aposta, abordadas no artigo 814: As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. § 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. § 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. § 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares. 2) Obrigação Propter Rem A expressão "obrigação propter rem" é uma expressão jurídica em latim que pode ser traduzida como "obrigação em razão da coisa". Trata-se de uma categoria de obrigações que decorrem da titularidade ou posse de um bem específico. No direito civil, a obrigação propter rem é uma obrigação que recai diretamente sobre um bem, independentemente da pessoa que o possua. Ou seja, a obrigação é vinculada ao bem em si, e não ao sujeito que detém a sua titularidade ou posse. Um exemplo comum de obrigação propter rem é o pagamento de taxas condominiais. Quando uma pessoa adquire um imóvel pertencente a um condomínio, ela assume a obrigação de contribuir financeiramente para as despesas comuns do condomínio. Essa obrigação decorre da relação com a propriedade do imóvel, ou seja, é vinculada à coisa. Dessa forma, se o titular do imóvel não cumprir com essa obrigação, o condomínio poderá buscar o pagamento das taxas atrasadas e demais sanções legais diretamente vinculadas ao imóvel, podendo alcançar inclusive a possibilidade de levar o imóvel à penhora e leilão judicial. Portanto, a obrigação propter rem é uma forma de obrigatoriedade que é imposta ao proprietário de um bem em virtude do vínculo jurídico com a coisa em si, expandindo-se além das pessoas envolvidas na relação contratual tradicional. 3) Obrigação de Fazer A obrigação de fazer ocorre quando uma das partes assume o compromisso de executar determinada atividade ou realizar um serviço em benefício da outra parte. Pode envolver desde ações simples, como entregar um produto ou prestar um serviço, até obrigações mais complexas, como realizar uma cirurgia ou concluir uma obra. É importante ressaltar que a obrigação de fazer é específica e não pode ser substituída pelo pagamento de uma quantia em dinheiro. Art. 249 - Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Importante: Ler os artigos Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Perda e deterioração nas obrigações de dar e restituir e nas obrigações alternativas Escolha, perda, deterioração e impossibilidade I. Perda e deterioração nas obrigações de dar e restituir. No código civil, Art. 234, caput, ficam definidos os efeitos da obrigação caso o objeto do negócio jurídico venha à se perder antes da tradição: “Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.” Há aqui duas possibilidades, havendo a perda sem culpa do devedor e com culpa do devedor. Considerando que a coisa estipulada em contrato tenha, antes da tradição, se perdido sem culpa do devedor, fica resolvida a obrigação para ambas as partes, ou seja, o valor pago pelo credor deverá ser restituído, e o devedor não precisará responder por perdas e danos. Diz-nos Caio Mario: “A perda ou deterioração da coisa devida suscita um rol de princípios, que variam de um para outro caso, conforme esteja o devedor de boa ou de má-fé, ou, mais exatamente, conforme tenha ou não concorrido para o dano ou o perecimento, com a sua malícia ou negligência. Estando o devedor de boa-fé, poderá reclamar seja abatido ao seu preço, quantia correspondente ao que perdeu com a deterioração.”[1] O credor poderá ainda, escolher receber a coisa em seu estado atual, caso haja deterioração, se não houver culpa do devedor, havendo culpa do devedor, poderá optar por receber o objeto em seu estado atual somado à, em um ou outro caso, indenização por perdas e danos, como dispõe o art. 236 do Código Civil. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS A obrigação é alternativa quando compreende duas ou mais prestações e o devedor exonera-se com o cumprimento de uma delas. O devedor está, deste modo, obrigado a cumprir com X ou com Y, mas tem de cumprir. Por exemplo, A. obrigou-se a entregar a B. um carro ou uma mota. No essencial, são dois os problemas específicos da obrigação alternativa: a escolha e impossibilidade. Compreendendo duas ou mais prestações possíveis, mas tendo o devedor apenas de realizar uma delas, suscita-se a questão de saber a quem cabe a escolha da prestação a realizar. Supletivamente, diz-nos a lei, compete ao devedor, a menos que se haja convencionado que será efetuada pelo credor ou por terceiro, apenas não podendo escolher parte de uma prestação e parte da outra. Quando à impossibilidade, compreendendo duas ou mais prestações possíveis, urge saber o que acontece se uma das prestações se tornar impossível antes da escolha. Por exemplo, por destruição da coisa. O regime varia consoante a impossibilidade seja ou não imputável às partes e a quem tenha sido atribuída a escolha. As obrigações alternativas encontram-se reguladas nos artigos 543.º a 549.º do Código Civil. A promessa de recompensa é a declaração de vontade, feita mediante anúncio público, pela qual alguém de obriga a gratificar quem se encontra em certa situação ou a praticar determinado ato, independentemente do consentimento do eventual credor. A partir da declaração anunciada publicamente o promitente se obriga independentemente de aceitação, pelo fato da promessa ser dirigida a uma pessoa anônima, contudo os efeitos da promessa de recompensa se darão no momento em que forem cumpridas às condições de sua exigibilidade. Consoante disposto no art. 854 do CCB/02, é notório: quem oferece publicamente recompensa, está obrigado a pagá-la. São exemplos do instituto, a promessa de recompensa pelo achado de determinada coisa, captura de uma pessoa, desaparecimento de um animal, dentre outras. Toda pessoa que publicamente se comprometer a gratificarquem desempenhar certo serviço, contrai obrigação de fazer o prometido (854, ex: recompensa para quem encontrar um cachorro perdido, para quem denunciar um criminoso, para quem descobrir a cura do câncer, etc). O promitente tem que ter capacidade (104, I). A promessa exige publicidade (ex: imprensa, carro de som, panfletos, cartazes). A promessa é feita a qualquer pessoa, ou a determinando grupo social, pois se feita a pessoa certa não é ato unilateral, mas contrato de prestação de serviço (ex: pago cem a João para procurar meu cachorro perdido, neste caso não é ato unilateral mas bilateral). A lei, tendo em vista uma justa expectativa da sociedade, obriga o autor da promessa a cumprir o prometido, independente de qualquer aceitação. O fundamento da promessa é ético: o respeito à palavra dada. A obrigação tanto é unilateral que mesmo que a pessoa que preste o serviço não tenha conhecimento da recompensa, fará jus à gratificação (855) BOA REVISÃO E EXCELENTE PROVA!
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