Buscar

capítulo 1 ao 10- resumo livro justiça o que é fazer a coisa certa?

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO TÉCNICO-EDUCACIONAL SUPERIOR DO OESTE PARANAENSE – CTESOP
DIREITO
MARIA EDUARDA DE OLIVEIRA DOMICIANO
RESUMO DO LIVRO JUSTIÇA: O QUE É FAZER A COISA CERTA
ASSIS CHATEAUBRIAND – PR
2022
RESUMO DO LIVRO JUSTIÇA: O QUE É FAZER A COISA CERTA
Trabalho de graduação apresentado como avaliação parcial à disciplina de Linguagem Jurídica do Curso de Direito do 1º ano de Centro Técnico-Educacional Superior de Oeste Paranaense – CTESOP.
Orientador(a):
Professora: Patrícia Paiva Chemin
ASSIS CHATEAUBRIAND – PR
2022
Capítulo 1 – Fazendo a coisa certa: O livro se dá início com uma história sobre o furacão Charley, que no verão de 2004 acabou por atingir o golfo do México e varreu a Flórida até o oceano atlântico, o furacão além de levar 22 vidas deixou também um enorme prejuízo de 11 bilhões de dólares. O autor conta essa história com o intuito de promover uma discussão reflexiva sobre as graves questões de moral e lei, já que após a tempestade em questão notou-se um abuso na alta dos preços de vendedores de mercadorias e serviços, que se aproveitaram do desastre para cobrar mais do que o mercado podia suportar já que existia uma enorme demanda, pois as pessoas tinham necessidade de acionar aqueles serviços naquele momento.
Ainda no primeiro capitulo o autor promove diversas reflexões sobre pautas como bem-estar, liberdade e virtude ao mencionar as condutas individuais dentro do coletivo, a lei e a organização social, promove também discussões sobre honra e feridas psicológicas, questionando ainda que feridas merecem o coração purpura ao mencionar a medalha do Coração Púrpura, homenagem promovida desde 1932 pelo exército dos Estados Unidos ao outorgar essa medalha a soldados feridos ou mortos pelo inimigo durante o combate, o autor cita também a questão de socorro a bancos e instituições financeiras por parte do governo e reflete sobre o merecimento que essas instituições tem sobre esse socorro, e sobre ações populares contra a pratica dessa ajuda. Existe ainda a reflexão sobre as três abordagens da justiça em um texto que fala sobre o ato de maximizar e valorizar o bem-estar, respeitar a liberdade e cultivar a virtude, sobre a sociedade justa e também aborda a distribuição de bens.
Mais à frente, ainda no primeiro capítulo, o autor coloca como exemplo duas situações hipotéticas, na primeira coloca o leitor como motorneiro de um bonde desgovernado que avança sobre os trilhos à 100 quilômetros por hora, os freios não funcionam e é preciso fazer uma escolha, matar cinco operários que estão trabalhando nos trilhos, ou desviar o bonde e matar apenas um operário que trabalha no desvio para a direita. Na segunda situação coloca o leitor como um simples espectador da tragédia que está de pé em uma ponte acima dos trilhos, os freios não funcionam no bonde que avança pelos trilhos onde estão cinco operários, o leitor precisa refletir sobre se toma a atitude de empurrar um homem corpulento nos trilhos com o intuito de parar o bonde para salvar os cinco operários. O autor promove essas situações hipotéticas com o intuito de induzir o leitor a refletir sobre dilemas morais e sobre as ações, se seriam corretas ou não. Um pouco mais a frente o autor apresenta outro dilema moral, dessa vez verdadeiro e centrado nos pastores de cabras afegãos, onde o dilema da vez é sobre qual atitude tomada pelos soldados americanos seria a correta e mais apropriada, deixá-los partir ou mata-los para garantir que os pastores não comunicassem o talibã sobre a presença deles. E para finalizar o primeiro capítulo o autor apresenta reflexões mais profundas sobre a moral e seus dilemas nas sociedades democráticas, fazendo apontamentos sobre justiça e injustiça, igualdade e desigualdade, direitos individuais e do bem comum.
Capítulo 2 – O princípio da máxima felicidade / O utilitarismo: Já no segundo capítulo o autor trás mais uma história ao começar contando sobre quatro marinheiros ingleses que estavam à deriva em um pequeno bote salva-vidas, logo após o barco em que estavam afundar, e como esses marinheiros estavam sem comida ou água eles acabaram decidindo matar um de seus companheiros, que ficou doente após beber água salgada do mar, para que os outros pudessem sobreviver até o tão esperado resgate. Essa história possibilita ao leitor uma reflexão bem direcionada ao utilitarismo, teoria de Jeremy Bentham que diz que o ser humano sempre visa em suas atitudes evitar a dor na busca do próprio bem-estar. O autor apresenta, sobre a teoria de Bentham, algumas objeções como a impossibilidade de o utilitarismo respeitar os direitos individuais, considerando esse fato a vulnerabilidade mais flagrante do utilitarismo. Apesar dessa vulnerabilidade o utilitarismo era contra a pratica de jogar cristãos para os leões, os que apoiavam a teoria do utilitarismo se preocupavam com a possibilidade dessa prática tornar os romanos menos civilizados e também a potencial geração de mais violências em Roma. No entanto o autor aponta que o argumento utilizado a favor da tortura em alguma circunstância vem de um cálculo utilitarista. 
Ainda no segundo capítulo, o autor trás duas versões sobre a cidade da felicidade e faz apontamentos para o sofrimento abominável de uma criança que é mantida em um porão para o bom andamento e prosperidade da cidade de Omelas. Mais à frente é posta pelo autor, seguindo a teoria do utilitarismo e levando em consideração o ponto de vista dos indivíduos que defendem a teoria em questão, os benefícios do câncer de pulmão, as explosões nos tanques de combustível de um dos automóveis da Ford, custo benefício de novos padrões de poluição do ar que levava em consideração a idade das pessoas que tinham a vida salva em consequência de um ar mais puro, e sobre quanto custa o sofrimento.
John Stuart Mill foi o responsável pela reformulação do utilitarismo, tentou salvar a teoria tornando-a mais humana e menos calculista, ao defender as liberdades individuais, Mill procurou mostrar que para o utilitarismo seria sim possível distinguir entre os prazeres mais elevados e os mais desprezíveis. E para finalizar, o autor conta que promoveu um debate com seus alunos sobre o que seria mais prazeroso, assistir à uma luta da World Werstling Entertaiment, um monólogo de Hamlet ou um episódio de Os Simpsons.
Mesmo depois de morto, a teoria de Jeremy Bentham de promover o bem maior ao maior número de pessoas continua viva.
Capítulo 3 – Somo donos de nós mesmos? / A ideologia libertária: O capítulo começa apresentando dados sobre a riqueza americana e a retenção econômica de mais de um terço da riqueza do país nas mãos de uma pequena minoria de 1% dos americanos mais ricos. O autor faz apontamentos sobre a exorbitante desigualdade econômica dos Estados Unidos, desigualdade essa que é maior que em outras democracias. Essa desigualdade expressiva faz com que diversas pessoas sejam favoráveis à taxação dos ricos para ajudar os pobres, porém há quem discorde com a justificativa de que essa retenção de riquezas não é injusta se não existe o uso da força e fraude, esses que não apoiam a redistribuição são chamados de libertários e defendem o mercado livre. No decorrer do capítulo o autor fala sobre o Estado mínimo e aponta sua compatibilidade com as teorias libertárias de direitos, fala também sobre a filosofia do livre mercado onde aborda Robert Nozick, que por sua vez sai em defesa dos princípios libertários e complementa ainda que apenas um Estado mínimo seria justificável, pois estaria limitado a fazer cumprir contratos e proteger as pessoas contra a força, o roubo e a fraude argumentando que não há nada de errado na desigualdade. Mais à frente o autor faz menção ao dinheiro de Michael Jordan como exemplo para o pensamento de Nozick, segundo Robert sua maneira de pensar pouco tem a ver com dinheiro pois os fundamentos morais vão além, para ele o que está em jogo é a liberdade humana. Para finalizar o capítulo o autor se direciona aos que tem intuito de adotar os princípios libertárioscitando, do ponto de vista libertário, a venda de rins já que um dos argumentos para a defesa da liberação da venda de rins se baseia em uma noção libertária de que o indivíduo é dono de si mesmo e deveria ser livre para vender seus órgãos quando quisesse. Cita também o suicídio assistido que também emprega argumentos a seu favor baseados na filosofia libertária que definem as leis que proíbem o ato como injustas justificando que o indivíduo deve ser livre para desistir da própria vida pois ela pertence apenas a ele mesmo. Por fim o autor fala sobre o canibalismo consensual, mais uma pratica que tem sua defesa pautada na teoria libertária justificando que se somos donos do nosso corpo e de nossas vidas podemos fazer o que bem quisermos com ela argumentando que a proibição do ato seria injusta pois viola o direito à liberdade.
Capítulo 4 - Prestadores de serviço / O mercado e conceitos morais: Já no quarto capítulo o autor inicia fazendo análises sobre o livre mercado, no que se fundamenta o livre mercado, como seus apoiadores o veem e argumentam a seu favor, e de que forma os céticos do mercado questionam esses argumentos. O autor faz também analises sobre a moralidade na prática de pagar para que pessoas combatam em guerras e gerem filhos.
O que é justo: convocar soldados ou contratá-los? Esse é um dos questionamentos do capítulo que trás a obrigatoriedade do serviço militar como estopim para uma discussão sobre a liberdade individual. Os apoiadores da filosofia libertária acreditam que o serviço militar obrigatório é injusto e o classificam como escravidão pura e simples, já os utilitaristas se opõem ao serviço militar obrigatório com a justificativa de que ele limita as escolhas do indivíduo e assim reduz a felicidade geral.
Mais à frente o autor apresenta duas objeções ao uso dos mercados, a primeira referente a equidade e liberdade justificando que o livre mercado não seria tão livre assim para pessoas que tem poucas alternativas. A segunda objeção é referente à virtude cívica e o bem comum e trata diretamente dos deveres cívicos como o serviço militar, segundo esse olhar de deveres seria errado contratar soldados não pela injustiça, mas poque permitiria o individuo de abrir mão de um dever cívico.
Para finalizar o capítulo o autor fala sobre a barriga de aluguel e conta a história de William e Elizabeth Stern, um casal de profissionais liberais que tinham o desejo de ter um filho, mas não podiam conceber, foi quando então eles optaram pela barriga de aluguel. Uma das mulheres que entrou em contato para realizar a prática foi Mary Beth Whitehead, com quem o casal assinou um contrato no qual ela aceitou submeter-se à uma inseminação artificial, e após o nascimento entregar o bebê para William, Mary Beth concordou também em abrir mão de seus direitos maternos para que a criança pudesse ser adotada, diante disso, ela seria paga no valor de dez mil dólares além das despesas médicas. Quando a criança nasce Mary Beth decidiu que não abriria mão da criança e fugiu. O caso foi parar na justiça de New Jersey, argumento a favor do cumprimento do acordo era que trato é trato. 
O argumento a favor da manutenção do contrato baseia-se em duas teorias, a do utilitarismo e a do libertarismo, no caso do utilitarismo o argumento é que contratos promovem bem-estar geral pois se ambas as partes entram em um acordo, ambas devem obter algum benefício ou felicidade logo o cumprimento do acordo teria como resultado a promoção de um bem-estar geral. Já a do libertarismo diz que os contratos refletem na liberdade de escolha, e para que essa liberdade seja respeitada o contrato por sua vez deveria ser cumprido. São apresentadas duas objeções sobre o caso citado mais à cima, a primeira é referente ao consentimento comprometido e tem como objetivo determinar quando um acordo supostamente voluntário é realmente voluntario, é apresentado o olhar do libertarismo sobre o respeito às escolhas, porem em certo ponto é apontado que que as nossas escolhas só serão livres se não estivermos sob pressão excessiva como por exemplo necessidade financeiras, ponto de vista que faz parte de outras teorias que também veem a justiça como respeito à liberdade porem com algumas restrições nas condições de escolha.
A segunda objeção é referente a degradação e bens maiores, que é fundamentada na discussão se seria correto ou não a compra e venda de bebês e a possível depreciação do sistema reprodutivo da mulher já que essas coisas acabam por ser tratadas como uma mercadoria qualquer quando não damos o devido valor a elas. 
Capítulo 5 – O que importa é o motivo / Immanuel Kant: No presente capítulo o autor apresenta a questão dos direitos para Kant que nos trás uma proposta alternativa para a questão de direitos e deveres, ele não acredita que a nossa vida e liberdade são advindas de Deus, pelo contrário, Kant acredita que somos seres racionais e por isso somos merecedores de dignidade e respeito. A fundamentação, publicada por Kant pouco depois do final da revolução americana (1776) e antes do início da revolução francesa (1786) levanta algumas questões importantes no âmbito da moralidade e da liberdade, questões que fazem parte da filosofia moral e política até os dias atuais. Kant repudiava o libertarismo pois para ele era mais importante vivenciar a justiça e a moralidade e não apenas fazer escolhas e tomar atitudes visando apenas a felicidade ou porque proporciona prazer, para ele o conceito de felicidade não estaria necessariamente ligado a moralidade já que tornar um homem feliz e astuto é muito diferente de torná-lo bom e virtuoso.
Para Kant o valor moral de uma atitude não é medido por suas consequências, a atitude não necessita se quer ser concretizada para ser considerada uma boa ação, para é necessário fazer o que é certo simplesmente porque é certo, sem pensar em resultados apenas fazer o certo pelo motivo certo.
Kant nos trás o principio de moral supremo e com isso a correlação entre os conceitos de moralidade liberdade e razão para que possamos compreender tal princípio. Mais à frente Kant faz a distinção entre o imperativo categórico e o imperativo hipotético que segundo ele são duas maneiras diferentes pelas quais a razão pode comandar a vontade. A primeira, o imperativo categórico seria referente ao que motiva a ação do indivíduo, buscando que seja cumprido o dever apenas porque é o correto a se fazer. Já o imperativo hipotético se relaciona com os possíveis resultados daquela ação, sendo essa ação apenas um meio para se conseguir tal coisa.
Capítulo 6 – A questão da equidade / John Rawls: O capítulo 6 nos apresenta a teoria de Rawls sobre justiça que trás a questão da equidade social, econômica e dos contratos sociais, baseando-se igualdade de direitos onde todos tem oportunidades e que os indivíduos devem emergir de um mesmo ponto ele questiona as riquezas e a criação de oportunidade.
Mais a frente Rawls apresenta uma discussão por meio da comparação de algumas teorias de justiça sendo elas o sistema feudal ou de castas, libertário, meritocrático e igualitário, porém julga sendo um sistema justo apenas o ultimo, já que os outros três teriam como requisito para a distribuição de renda e riqueza a loteria natural, sendo esse um resultado arbitrário do ponto de vista moral.
São apresentadas duas grandes objeções ao principio da diferença de John Rawls, sendo a primeira delas os incentivos, pautada na ideia de que os talentosos só poderiam se beneficiar de suas aptidões naturais quando essas beneficiarem os menos favorecidos, gerando assim a ideia de que essas pessoas com talentos naturais possivelmente não se esforçariam tanto em desenvolver essas habilidades. Segunda objeção é referente ao esforço, segundo Rawls talentos naturais não são méritos por isso ele repudia a teoria da meritocracia, porém o autor destaca que a teoria de Rawls não leva em consideração o trabalho árduo e a dedicação para cultivar o talento.
Capítulo 7 – A ação afirmativa em questão: O capítulo começa relatando a história de Cheryl Hopwood, uma estudanteamericana que não nasceu em uma família abastada, uma jovem branca que teve dificuldades para ingressar na faculdade pois apesar de ter obtido uma média boa durante o ensino médio e um desempenho relativamente bom no exame admissional não conseguiu entrar na faculdade. Cheryl, que é branca, se sentiu injustiçada pois alguns candidatos negros ou descendentes de mexicanos nascidos nos Estados Unidos teriam obtido médias escolares e de aproveitamento nos exames inferiores às dela e foram ainda sim admitidos. Isso aconteceu poque a faculdade tinha uma política de ação afirmativa que privilegiava candidatos das minorias, pois tinha como parte de sua missão aumentar a diversidade étnico racial da carreira de direito no estado do Texas. Hopwood levou seu caso à justiça federal, o autor destaca ainda que casos como esse vem sendo há três décadas motivo de muita luta por parte das cortes por serem difíceis questões morais e legais propostas pela ação afirmativa. Os tribunais tem a dificuldade de definir se essas políticas de ação afirmativa violam a garantia de que as leis protegerão a todos igualmente, garantia presente na constituição dos Estados Unidos.
Mais a frente o autor propõe deixemos de lado a questão constitucional e foquemos nas questões morais que essas políticas de ação afirmativa podem acarretar. A primeira delas é se seria justo ou não considerar raça e etnia como fatores para a admissão à universidade ou até mesmo em meio ao mercado de trabalho, para responder esse questionamento ele apresenta três razões que são promovidas pelos defensores da ação afirmativa para justificar que requisitos como raça e etnia sejam levados em consideração. A primeira razão seria a correção de possíveis distorções nos testes padronizados, já que alguns estudos mostram que estudantes negros e hispânicos normalmente se classificam abaixo da média obtida pelos estudantes brancos nos teste padronizados, o exemplo para esse argumento é o caso de um candidato ao programa de doutorado da faculdade de teologia da universidade de Boston que obteve notas consideradas medíocres na prova de graduação e tendo uma nota abaixo da média em aptidão oral, o exemplo conta que esse candidato foi aceito mesmo assim, e felizmente, já que algum tempo depois viria a se tornar um dos maiores oradores da história americana, esse candidato era ninguém mais ninguém menos que Martin Luther King. O segundo argumento seria o compensatório que considera a ação afirmativa uma espécie de compensação pelas injustiças do passado, um jeito de remediar essas feridas de longa data e o histórico de discriminação que os coloca em posição de inferioridade, porém o autor aponta que esse argumento dá margem à uma grande contestação já que esses alunos que serão beneficiados não são necessariamente aqueles que sofreram com essa injustiças do passado, tão pouco os que acabam por pagar por essa compensação raramente são os responsáveis pelos erros que estão à ser corrigidos. O terceiro e ultimo argumento se refere à diversidade, argumento que se justifica em nome do bem comum, cujo objetivo é promover diversidade no corpo estudantil de tal forma que proporcione aos alunos a experiencia de aprender mais sobre os outros, há também a justificativa de que essa diversidade se pensada no âmbito das lideranças da vida pública, seria um meio de promover o bem comum.
Nesse capítulo o autor ainda levanta questões como se as preferências raciais violam direitos, e promove reflexões sobre a segregação racial e as cotas antissemitas, ação afirmativa para brancos e se a justiça pode ser dissociada do mérito moral.
Capítulo 8 – Quem merece o quê / Aristóteles: O capítulo começa com a história de Callie Smartt, uma popular aluna do primeiro ano do ensino médio que fazia parte de uma torcida organizada em uma escola no Texas. Callie tinha paralisia cerebral e andava de cadeira de rodas, porém o autor conta que isso não diminuiu o entusiasmo e inspiração que sua presença alegre na beira do campo passava para os jogadores do time de futebol americano, no entanto Callie foi expulsa da torcida organizada no final da temporada com alegações de que se quisesse retornar teria que se submeter à treinos e uma rigorosa rotina de exercícios físicos, o pai da líder da torcida organizada comandou o movimento contra a permanência de Callie Smartt com a justificativa de que estava preocupado com sua segurança. Logo depois o autor lenvantou questões derivadas de reflexões sobre a história anteriormente contada, questões sobre equidade e discriminação, fez ainda reflexões bem direcionadas na tentativa de encontrar uma resposta para o motivo do pai da líder da torcida organizada ter se incomodado tanto com a presença de Callie.
Mais à frente o autor fala sobre justiça, télos e honra, citando diretamente a teoria de Aristóteles sobre ética e política. Segundo Aristóteles justiça seria dar as pessoas exatamente o que lhes é devido, dar o que cada indivíduo merece. 
O autor fala no decorrer do capítulo sobre o pensamento teológico, citando como exemplo e nos fazendo refletir com uma citação hipotética envolvendo uma quadra de tênis e mais à frente cita o ursinho pooh como exemplo para o raciocínio teológico. No decorrer do capítulo o autor fala sobre qual seria o Télos de uma universidade e qual o propósito da política, que segundo Aristóteles seria a vida boa, e ainda levanta o questionamento sobre se conseguimos ser pessoas boas sem participar da política pois segundo Aristóteles o indivíduo não poderia viver perfeitamente bem sem participar da política pois essa seria a parte essencial para se alcançar a vida boa.
A defesa da escravidão por Aristóteles é citada no decorrer do capítulo, segundo o autor Aristóteles não apenas aceitava a escravidão, mas também justificava a mesma de forma filosófica, segundo ele se a pessoa nasceu para ser escravo ela preencheria os requisitos para tal ato sendo assim a escravidão seria justa. Ao final do capítulo o autor utiliza a história de Casey Martin, um atleta de golfe profissional que tinha um problema na perna e queria ter o direito de usar o carrinho de golfe para andar nos campos ato que era proibido em campeonatos profissionais, para facilitar a ilustração da teoria de justiça de Aristóteles.
Capítulo 9 – O que devemos uns aos outros? / Dilemas de lealdade: O autor inicia o capítulo dizendo que pedir desculpas nunca é fácil, para fazer a inicialização do capítulo que trata de desculpa e indenizações. Segunda guerra mundial, holocausto, sobreviventes do Estado de Israel, esses são alguns exemplos citados pelo autor de momentos históricos nos quais foram necessários que líderes alemães se colocasse em posição de desculpa-se diante a nação e assumissem certas responsabilidades, mais à frente o autor cita diversos outros fatos e momentos onde foram necessárias retratações. O autor levanta uma questão, devemos pagar pelos pecados de nossos antepassados?, e ainda promove uma reflexão sobre o individualismo moral que seria a ideia que temos de que não somos responsáveis pelos atos de outras pessoas ou até mesmo de nossos antepassados. Ainda nesse capítulo o autor fala sobre justiça e liberdade, sobre reivindicações comunitárias, obrigações que transcendem o consentimento, a qual apresenta a concepção liberal sobre o assunto de que as obrigações só surgem de duas maneiras sendo elas os deveres naturais que são referentes ao ser humano e as obrigações voluntárias que se dão por meio do consentimento. Já ao final do capítulo o autor levanta questões referentes ao grupo em que o indivíduo pode estar inserido, como a solidariedade e a condição de membro de um grupo e faz o questionamento se a solidariedade seria uma forma de parcialidade em favor do grupo ao qual pertencemos. Para finalizar o capítulo o autor fala sobre a justiça e a vida boa, discussão que envolve a ação moral, da vontade e do consentimento. 
Capítulo 10 – A justiça e o bom comum: O capítulo 10 se dá inicio com John Kennedy e sua visão religiosa como figuras centrais, o autor cita o medoque os cidadãos dos Estados Unidos tinham de que Kennedy pudesse vir a deixar sua religião influenciar em seu governo, porém para John a questão religiosa seria algo particular. A neutralidade de Kennedy também é objeto de reflexão nesse capítulo, diante a sua preferencia em permanecer neutro em questões morais e religiosas essa acabou por se tornar uma filosofia pública de grande expressão pois pregava que o governo deveria manter-se neutro diante a essas questões de religiosidade e política para que todos pudessem escolher livremente suas concepções de vida boa. 
No decorrer desse capítulo o autor promove discussões sobre o aborto e células tronco, que segundo o mesmo são questões que não conseguimos resolver de forma neutra sem se importar com as questões religiosas e de moralidade, outro assunto que segundo o autor seria necessária a moral é o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
 Sobre justiça e vida boa o autor julga como sendo necessário que os indivíduos sobre o significado de vida boa e criem uma cultura pública que aceite as divergências que inevitavelmente ocorrerão, sendo isso o necessário para se alcançar uma sociedade justa.
Para finalizar o capítulo o autor fala sobre uma política do bem comum e apresenta algumas possibilidades de como poderia ser essa política, envolvendo a cidadania, sacrifício e serviço o autor diz que uma sociedade justa requer um forte sentimento de comunidade e precisa encontrar uma forma de incluir nos cidadãos uma preocupação com o todo e uma dedicação ao bem comum; os limites morais do mercado, o autor julga necessário um debate sobre os limites morais do mercado para que o mesmo não tenha a possibilidade de reescrever as normas que as instituições sociais; desigualdade, solidariedade e virtude cívica pois para o autor se nos voltarmos para as consequências cívicas da desigualdade e para as maneiras de revertê-las, podemos encontrar soluções políticas que as discussões sobre a distribuição de renda não encontram. Isso também ajudaria a enfatizar a relação entre a justiça distributiva e o bem comum; e por fim uma política de comprometimento moral, pois segundo ele um comprometimento público maior com nossas divergências morais proporcionaria uma base para o respeito mútuo mais forte.
 
 
Referências Bibliográficas:
SANDEL, M. J. Fazendo a coisa certa. In: SANDEL, M. J. Justiça: O que é fazer a coisa certa. Tradução: Eloísa Mátias e Maria Alice Máximo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2015.
 Disponível em: <file:///C:/Users/Usuario/Downloads/5958-Justia-by-Michael-J-Sandel-z-lib-org%20(1).pdf>
Data de acesso: 15/05/2022

Outros materiais