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LINGUAGEM JURÍDICA PRIMEIRO SEM�TRE DE 2023 INSTRUTOR: Clarice Assalim no_reply@example.co7 Linguagem, Língua e Fala Linguagem: língua+fala - É a atividade comunicativa, através da qual interagimos, expressando ideias, pensamentos, opiniões, sentimentos, experiências, desejos, informações, etc. - Todo sistema de signos usado na transmissão de uma mensagem. ○ gestos ○ sinais ○ sons ○ cores ○ imagens, etc. Língua: - É uma forma de linguagem - A língua que falamos é um bem, por ser útil ao homem e objeto de apropriação - É um fenômeno cultural, social e cognitivo construído e organizado pelos interlocutores no processo de interação verbal. Onde houver língua, haverá sociedade humana - A língua é um bem pessoal, na medida que é um bem coletivo Fala: - É a língua em sua forma oral 1 - É um ato individual, pois transmite valores individuais Língua vs. Fala público- uso comum de todos que a utilizam para a comunicação, falada por um conjunto de indivíduos privado- aspecto individual da linguagem humana exterior aos indivíduos ato individual caráter social- a sociedade nos impõe a língua A fala é personalizada, logo, cada um de nós tem suas peculiaridades na hora de se comunicar. Ex: gírias, sotaques, etc. regras (gramática) - padronizada restrições intrínsecas ( de dentro para fora) e extrínsecas (de fora para dentro) frase gramatical e agramatical liberdade de comunicação (sem regras específicas), podendo usá-la da forma como preferir de acordo com os costumes sociais estabelecidos Enunciação: - Conversão de língua em fala - Um ato pelo qual um sujeito se apropria de algo que é público, a língua, e passa a utilizá-la como se fosse sua - Textos Enunciativos (projeção de eu/tu- objetividade) e Textos Enuncivos (textos em que há projeção de um ele- subjetividade) - Momento da enunciação- Concomitância (presente) e Não concomitância (futuro/passado) O Texto: - O texto é uma unidade de sentido e um objeto de comunicação entre sujeitos - produção, verbal ou não verbal, que se constitui com algum código, no intuito de comunicar algo a alguém, em determinado tempo e espaço. - Prática social - O texto é posto em ação no momento da interação. 2 - considera os sujeitos envolvidos na interação como socialmente atuantes, ou seja, sujeitos que conscientemente utilizam textos para alcançar objetivos práticos. - Características: linguagem, contexto, público alvo, função sociocomunicativa - Textos temáticos: predominam os temas ( palavras abstratas que exprimem conceito de natureza cognitiva, ex: justiça, poder, esperança, etc.)- textos filosoficos e cientificos/organizam o mundo - Textos Figurativos: predominam as figuras (palavras concretas que tem um referente no mundo real ou imaginado/percepção pelos sentidos)- Textos literários/representam o mundo Variação Linguística: - instituição social, espelha a sociedade - vairação geogrática, sociocultural, individual e de canal - Variante é uma forma alternativa de dizer a mesma coisa - Variedade é um dos modos de uso da lingua Norma linguística: - Modelo de língua considerado ideal, por representar o bom uso da língua. É veiculada sobretudo pelas regras gramaticais normativas - A gramática normativa mostra a língua como deveria ser - as normas têm a função de impor um comportamento padrão (norma padrão)d - a norma deve estar adequada ao fato social que visa regular e conter uma sanção, ou seja, uma punição para garantir que aquilo que ela determina será cumprido - Para ter eficácia é importante que a norma reflita o fato social da maneira como ele ocorre no momento em que a regra foi formulada Norma Culta - variedade do portugues, aquela representativa das pessoas dotadas de escolarização formal, como acesso à cultura letrada 3 - Trata-se de uma variedade do português, ou seja, tem existência concreta. Representa o uso característico das pessoas cultas, isto é, daquelas com acesso à cultura letrada - o julgamento em relação a variedade popular do portugues, é um juízo de valor feito com base no preconceito, na não aceitação da diversidade cultural, social e linguística - Adquiriu prestígio social Variedade Brasileira - A heterogeneidade social e cultural implica uma heterogeneidade linguística - independência linguística A Gramática - É o estudo dos fatos da linguagem e das leis naturais que a regulam - regras extrínsecas (de fora para dentro) - Gramática descritiva: as línguas como são usadas pelos falantes - Gramática gerativa: Estabelecer um modelo geral, baseado em princípios universais - Gramática funcional: vê a língua como um sistema de significados que são realizados por formas linguísticas. Um meio para se atingir um fim - Gramática textual: serviu de base para o surgimento das gramáticas textuais Regras que permitem aos falantes produzir textos bem formados Certo ou errado - a natureza do erro não é linguística, mas social - todas as variedades linguísticas servem ao propósito comunicativo - variedades vistas como erradas=sem prestígio social - erro ou acerto são aceitou ou não por uma prática social Linguística 4 - é a ciência que estuda a linguagem verbal humana com base em observações e teorias que possibilitam a compreensão da evolução das línguas e desdobramentos dos diferentes idiomas 1- observações do vídeo Fala e Escrita- parte 01- 28/03/2023 ● A escrita não é representação da fala ● Todos falam mas nem todo mundo escreve; ● A fala apresenta marcas de individualidade e a escrita não; a escrita possui um afastamento físico ● a fala e a escrita são contextualizadas 5 ● a fala tem envolvimento situacional (gestos, por ex) ● oralidade possui um grande conjunto de elementos simbólicos (prosódia, tom de voz) que não podem ser passados à escrita ● Maneiras diferentes de representação da língua ● Práticas discursivas distintas ● a linguagem falada possui supremacia cronológica ● a linguagem escrita possui supremacia social 1. observações do vídeo Fala e Escrita- parte 02 ● Fala (gestos, que podem simbolizar o oposto daquilo que foi dito;natureza argumentativa) e escrita (a própria disposição gráfica no papel;natureza argumentativa) são multimodais, ou seja, se caracterizam por formas diferentes de construir a oração ● linguagem escrita- letra- imagem,fontes/formatos- disposições gráficas ● linguagem falada-voz-paródia-gestos-expressões ● reforço argumentativo pela escrita (ex. desenhos, formato, posição das letras) ● nossa forma de expressão na sociedade está cada vez menos alfabética, usando mais de recursos gráficos (símbolos), por exemplo. (forma de escrita)-- maior acessibilidade 2. observações do vídeo Fala e Escrita- parte 03 ● em culturas diferentes, o mesmo gesto pode significar coisas distintas, por exemplo ● a construção do texto oral se caracteriza pela presença de três elementos: 1. tópico (o assunto de que se fala, é parecido com o tema– a construção do tema do t.o. é dialógica) 2. turno (vez de quem fala) 6 3. marcadores conversacionais (Palavras/expressões SEM VALOR GRAMATICAL– que servem basicamente para iniciar; monitorar ou encerrar a conversação) ● Oralização da escrita (narrações) ● A língua é um conjunto de práticas discursivas e sociais. A linguagem oral em contexto forense ● Depoimentos orais prestados em audiência e sua redução a termo ● Traduções realizadas por intérpretes durante processos judiciais ● Abordagem policial a imigrantes não fluentes na língua oficial do país em que estão “ O linguista forense se preocupa não somente se o intérprete está traduzindo de forma fiel, mas também se a imagem que está projetando da pessoa interpretada é a mesma que ela gera na versão original.” Exemplo: mulher que matou o filho de 8 anos assassino de suspensórios A IMAGEM DA PESSOA PODE SER ALTERADA INCLUSIVE NO PONTO DE VISTA JURÍDICA. O que é falado vs. interpretado pelo intérprete Tratar o outro com cidadania, usando uma linguagem acessível SEGUNDO BIMESTRE - A arte de argumentar:Gerenciando Razão e Emoção 7 - Argumentar, convencer e persuadir: - Argumentar: é a arte de convencer e persuadir (convencer+persuadir) - Condições: - Tese: saber para que tipo de problema (pergunta) essa tese é a solução (resposta). Ex: Tese: é preciso sempre poupar dinheiro.→ O que eu faço com o dinheiro que recebo? - Tese de adesão inicial: prepara terreno para a tese principal, fazer com que o auditório concorde com ela e prenda a atenção→ Estabilidade - Fatos: Fazer o auditório concordar com um FATO. Ex: Tese: Defender o Novo Código de trânsito. Tese de adesão: depois de implantado esse código, os acidentes diminuíram em 50% - Presunções: São suposições fundamentadas dentro daquilo que é normal ou verossímil. Ex: se uma pessoa está demorando a chegar, você pode presumir qual a causa: pode ter ficado presa no trânsito, recebido uma visita inesperada, etc. Mas não pode ser algo fantasioso ou impossível. Ex: Pouca probabilidade. - Linguagem Comum - Contato positivo com o Auditório: Honestidade, ser um bom ouvinte - Agir de forma Ética: argumentação vs. Manipulação 8 - Convencer: saber gerenciar informação, é falar à razão do outro, demonstrando e provando. Vencer junto com o outro e não contra (mundo das ideias). Quando convencemos o outro a pensar como nós. - Persuadir:saber gerenciar relação, é falar à emoção do outro (mundo das emoções). Quando sensibilizamos o outro a agir. Ex: Podemos convencer um filho de que estudo é importante e, apesar disso, ele continuar negligenciando as tarefas escolares. - Convencendo as pessoas: - O Auditório: - Técnicas Argumentativas: são os fundamentos que estabelecem a ligação entre as teses de adesão inicial e a tese principal - Argumentos quase lógicos: - Compatibilidade e incompatibilidade: demonstrar que a tese inicial é compatível ou incompatível com a tese principal. Ex: Retirar as lombadas (tese principal); Em caso de incêndio ou transporte de doentes, as lombadas são prejudiciais (tese inicial)→ As lombadas são INCOMPATÍVEIS com o bom funcionamento dos serviços públicos de segurança - Regra da justiça: fundamenta-se no tratamento idêntico a seres e situações integrados numa mesma categoria. - Retorsão: uma réplica que é feita utilizando os próprios argumentos do interlocutor. É como se você usasse a fala do outro contra ele mesmo como argumento. - Ridículo: consiste em criar uma situação irônica, ao se adotar, de forma provisória, o argumento do outro. Gerando paradoxos. - Definição: - Lógicas: Termo= gênero + diferenças 9 - Expressivas: Sem compromisso lógico, dependem de um ponto de vista - Normativas: indicam o sentido que se quer dar a uma palavra em determinado discurso - Etimológicas: fundamentadas na origem das palavras - Argumentos fundamentados na Estrutura do Real: Não estão ligados a uma descrição objetiva dos fatos, mas a pontos de vista, ou seja, a opiniões relativas sobre ele. - Argumento pragmático: relação de dois acontecimentos sucessivos por meio de um vínculo causal→ transferência de valor de uma consequência para a sua causa. Ex: Karma. Os males que as pessoas sofrem hoje em dia, são consequência do que fizeram anteriormente. É aquele que se baseia em fatos, em que um é a causa do outro. - Argumento do desperdício: uma vez iniciado o trabalho, é preciso ir até o fim para não perder o tempo e investimento - Argumentação pelo exemplo: Acontece quando sugerimos a imitação das ações de outras pessoas Ex. Pessoas célebres, autoridades, etc. - Argumentação pelo modelo ou antimodelo: - Pelo modelo: Quando usamos o modelo de outra pessoa para justificar determinada ação - Antimodelo: fala daquilo que devemos evitar - Argumentação pela analogia: utilizamos como tese de adesão inicial um fato que tenha uma relação analógica com a tese principal - Falácias não formais: Argumentos de má-fé - Conclusão inatingente: argumento que tira uma conclusão indevida de um fato ou princípio - Argumentum ad Baculum: fundamenta-se no princípio de que o uso da força que faz o direito 10 - Argumentum ad hominem: acontece quando o julgamento dos fatos é desviado para pessoas. Ex: usar de xingamentos contra a pessoa com quem está debatendo - Argumentum ad ignorantiam: sustenta a ideia de que uma suposição é verdadeira porque até o momento não demonstrou sua falsidade, ou é falsa porque até aquele momento não se demonstrou verídica. - Argumentum Ad misericordiam: quando se apela a piedade para ganhar uma discussão - Argumentum ad populum: quando alguém dirige um apelo emocional ao povo com o propósito de ganhar aprovação - Argumentum ad verecundiam: Argumento de autoridade. Explora o sentimento que as pessoas costumam ter por alguém famoso em determinada área - Argumento da causa falsa: Depois disso, por causa disso→ superstições - Argumento da pergunta complexa: parte de uma pergunta que traz uma afirmação embutida dentro dela. Ex. O que você fez com o dinheiro que roubou? - Persuasão: - Emoções e valores: - conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização que determinam a forma como estas se comportam e interagem com outros indivíduos e com o meio ambiente - Concretos: - útil: dinheiro, automóvel, comida - Sensível: torcer por time de futebol, ouvir música, fazer turismo, etc. - Abstratos: justiça, amizade, honestidade, etc. - Hierarquia de valores: Priorização de valores por um auditório - Os lugares da argumentação: - Figuras: 11 Simulado 2 bimestre: 1) Temos aí dois argumentos (o que fica claro na correlação “não apenas” ... “mas sim”): o primeiro é [o homem] “não teria inteligência ou conhecimento suficiente para julgar de novo tudo que exigisse um juízo seu no decorrer de sua vida”; o segundo é “tal falta de preconceito requereria um estado de alerta sobre-humano”, ambos classificados como argumentos pragmáticos, pois ambos estabelecem-se a partir de uma relação de causa-efeito. 2) não há juízos de valor explícitos. O autor está discutindo a natureza dos preconceitos e sua relação com a política, sem expressar uma opinião sobre eles. O autor argumenta que os preconceitos são componentes integrais da vida cotidiana e desempenham um papel na política. O texto destaca a dificuldade de eliminar os preconceitos completamente, pois exigiria um estado de alerta sobre-humano. Além disso, o autor menciona que os preconceitos têm suas raízes no passado e podem obscurecer a formação de julgamentos verdadeiros no presente. O texto busca descrever a função dos preconceitos na sociedade e sua relação com o pensamento político, sem fazer avaliações positivas ou negativas sobre eles. 3) a 4) a) O argumento usado é de analogia, visto que a tese de adesão inicial tem uma relação analógica com a tese principal (um linguista jamais dirá que um fato é errado ou feio.”). Isso fica claro quando a autora cita como tese de adesão a comparação entre outras profissões e suas áreas de atuação e a linguística. b) Argumento de descrição expressiva, visto que o autor usa como tese de adesão inicial a descrição da palavra terrorismo sem comprometimento com a lógica. c) Argumento pragmático, visto que o autor vincula a consequência da população não vacinada a causa dos problemas econômicos. 5) a) Direitos humanos b) 12 b) Direitos humanos não são privilégios de minorias, como são no Brasil c) reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. 6) O caráter brasileiro é definido pela cordialidade, expressa através da lhaneza no trato, hospitalidade e generosidade, em contraste com a polidez e a civilidade. 7) Argumento da pergunta complexa. Já que o autor sustenta a sua argumentação na hipótese de que na creche da saudade-sc não foram utilizados direitos humanos, sendo que estes são universais, sendo esta uma pergunta embutida com uma resposta pretensiosa 8) Ad hominem, o autor do post usou de características pessoais ( ou de estilo de vida)dos envolvidos numa causa social como argumento, ao invés de julgar os fatos a serem discutidos em si, que seria a luta contra o capitalismo. 9) a a) Fato. Já que o que está sendo defendido é sustentado com dados e pesquisa comprovados. b) F c) Opinião TERCEIRO BIM�TRE Linguagem e Persuasão: ● o elemento persuasivo está colado ao discurso como a pele ao corpo ○ graus mais ou menos visíveis de persuasão ● Cap 1- Retórica ○ a preocupação com o domínio da expressão verbal nasceu entre os gregos ○ falar de modo convincente e elegante, unindo arte e espírito 13 ○ reflexão sobre a linguagem→ estudar a linguagem não enquanto ‘língua’, mas enquanto ‘discurso’” ○ modo de constituir as palavras visando a convencer o receptor acerca de dada verdade ○ A retórica tem, para Aristóteles, algo de ciência→ um método verificativo dos passos seguidos para se produzir a persuasão→ atitude analítica ■ a retórica não é a persuasão; ■ a retórica pode revelar como se faz persuasão; ■ a retórica é analítica (descobrir o que é próprio para persuadir); ■ A retórica é uma espécie de código dos códigos, está acima do compromisso estritamente persuasivo (ela não aplica suas regras a um gênero próprio e determinado), pois abarca todas as formas discursivas. ○ A retórica não poderia ser uma ética, pois ela não entra no mérito daquilo que está sendo dito, mas, sim, no como aquilo que está sendo dito o é de modo eficiente. ○ regras gerais a serem aplicadas nos discursos persuasivos: ■ Exórdio: É o começo do discurso→ indicação do assunto, conselho, elogio, uma censura, etc.→ introdução→ prender a atenção do ouvinte ao texto, assegurando sua fidelidade ■ Narração: É propriamente o assunto, onde os fatos são arrolados e os eventos indicados.→ justa medida: usar da argumentação para demonstrar que o assunto declarado teve a importância que lhe atribuímos ■ Provas: comprovar aquilo que se está dizendo e tentando persuadir→ elementos sustentadores da argumentação→ particularmente significativa no discurso judiciário. 14 ■ Peroração: É a conclusão→ a última oportunidade para se assegurar a fidelidade do receptor ● Dispor mal o receptor contra o adversário: Isso envolve criar uma imagem negativa do adversário ou da posição oposta. O objetivo é enfraquecer a credibilidade do adversário perante o público. ● Amplificar ou atenuar o que foi dito: Aqui, o orador pode escolher enfatizar a importância de seus próprios argumentos (amplificar) ou minimizar a importância dos argumentos do adversário (atenuar). ● Excitar as paixões no ouvinte: Esta etapa visa apelar às emoções do público-alvo. O orador pode usar técnicas retóricas para evocar sentimentos como empatia, raiva, compaixão, medo ou esperança, dependendo do efeito desejado. ● Proceder a uma recapitulação: Nesta parte final da peroração, o orador recapitula os principais pontos do discurso ou argumento, reforçando suas ideias-chave e relembrando ao público por que deve concordar com ele. ○ Verdade e Verossimilhança ■ per + suadere = aconselhar→ essa exortação possui um conteúdo que deseja ser verdadeiro: alguém “aconselha” outra pessoa acerca da procedência daquilo que está sendo enunciado.→minimamente verossímil ■ aquilo que se constitui em verdade a partir de sua própria lógica ○ raciocínios discursivos ■ raciocínio apodítico: tom da verdade inquestionável→o mais completo dirigismo das idéias→ verbos no imperativo→ 15 raciocínio fechado em si mesmo que não dá margem a discussão. Ex: Zupavitin, a sopa que emagrece 1 quilo por dia. ■ Raciocínio dialético: quebrar a inflexibilidade do raciocínio apodítico→mais de uma conclusão possível→ o modo de reformular as hipóteses acaba por indicar a conclusão mais aceitável. Ex: Você poderia comprar várias marcas de sabão em pó. Mas há uma que lava mais branco. (verbo no condicional) ■ Raciocínio retórico:mecanismo de condução das idéias.→ não só se busca um convencimento racional, mas igualmente emotivo→ Ex: O candidato X deve merecer seu voto porque é um democrata; realizará mais pelo bem comum, é amigo dos humildes, defensor dos desfavorecidos.→não se quer apenas o assentimento lógico, deseja-se também trabalhar com os dados emocionais ● Cap 2- A Natureza do Signo Linguístico ○ articulações entre o signo e a persuasão ○ e todo signo possui dupla face: ○ significante: aspecto concreto do signo, é a sua realidade material, ou imagem acústica→ conjunto sonoro, fônico, que torna o signo audível ou legível ○ significado: aspecto imaterial, conceitual do signo→ a representação mental evocada pelo significante. ○ Significante (Ste) + Significado (Sdo) = Significação (Sção). ○ A significação é uma espécie de produto final da relação existente entre o significado e o significante ■ O signo é sempre arbitrário (não segue regras ou normas). Ou seja, não há relação direta entre o Ste e o Sdo→ o que rege é a convencionalidade 16 ■ O signo é representativo, simbólico→ as palavras não são as coisas que designam→ os objetos só se relacionam com os nomes através do sentido→ as palavras estão sempre em lugar das coisas e não nas coisas. ■ a relação entre palavras (linguagem) e coisas (objetos, conceitos, realidade) não é inteiramente arbitrária, mas também pode ser determinada por necessidade em alguns casos. ■ o mundo concreto, ao longo de seus processos de desenvolvimento, foram criando necessidades de nomeação dos objetos→ O homem precisa nomear e o faz arbitrariamente, criando o símbolo a que chamamos de signo ou palavra. ○ Signo e Ideologia ■ Bakhtin ■ e é impensável afastarmos do estudo das ideologias o estudo dos signos ■ O modo de dispor o signo, a escolha de um ou outro recurso linguístico, revelaria múltiplos comprometimentos de cunho ideológico.→ retórica ■ tudo que é ideológico é um signo→ o martelo e a foice transformaram-se em signos, isto é, ganharam dimensão ideológica ■ Se as palavras, por exemplo, nascem neutras, mais ou menos como estão em estado de dicionário, ao se contextualizarem, passam a expandir valores, conceitos, pré-conceitos. ■ O signo forma a consciência que por seu turno se expressa ideologicamente. ○ Discurso dominante 17 ■ O discurso persuasivo se dota de signos marcados pela superposição (combinação de diferentes elementos persuasivos para tornar a mensagem mais eficaz) ■ Os signos enunciados por nós revelam as marcas das instituições de onde derivam. ○ Discurso competente ou autoritário ■ as verdades de uma instituição sejam expressão da verdade de todos ■ Discurso burguês ■ Determina de forma autoritária o que é certo ou errado ● Modalidades Discursivas: ○ Discurso Lúdico: ■ forma mais aberta e “democrática” de discurso ■ ênfase no diálogo e na interação entre os participantes, e a noção de verdade absoluta cede espaço para a pluralidade de interpretações. ■ produção artística, como música, literatura e poesia ○ Discurso polêmico: ■ alto grau de confronto e persuasão ■ convencer uns aos outros ■ Debate ■ a polissemia, ou seja, a multiplicidade de sentidos, tende a diminuir, uma vez que o objetivo principal é dominar o referente da discussão. ○ Discurso autoritário: ■ Altamente persuasivo ■ imposição de uma única voz como autoridade absoluta ■ monólogo 18 ■ no quartel, onde o grito é usado para preservar a ordem e a hierarquia ○ Um Esquema: ■ A análise dos discursos deve ser considerada em função de quatro elementos (discurso autoritário e persuasivo) ● Distância: O sujeito falante assume uma posição exclusiva e dominante, com a voz do enunciador prevalecendo sobre os elementos enunciados. ● Modalização: Inclui o uso frequente do imperativo e uma linguagem repetitiva e dogmática. ● Tensão: O emissor domina a fala do receptor, não permitindo espaço para respostas ou contribuições significativas. ● Transparência: A mensagem é clara e direta, com pouca polissemia. A metáfora e a ambiguidade são evitadas. ● Textos Persuasivos: ○ Publicitário: ■Premissa maior: As mais belas mulheres (do cinema usam Lux. ■ Premissa menor: Você é (ou quer ser) uma bela mulher. ■ Conclusão: Você deve usar Lux (assim será tão bela como as formosas atrizes). ● Fugir da Persuasão: ○ a representação do desejo de se prescrever a adoção de alguns comportamentos ○ Condições para existir texto persuasivo: ■ Livre circulação de ideias Petição 19 Texto em que pedimos algo a alguém. Um advogado que representa uma parte pede algo para a justiça representada pelo juiz. Parte(representada pelo adv) — pede algo pra justiça — justiça (representada pelo juiz) Petição inicial é um gênero discursivo (textual) que engloba todos os tipos textuais que existem (descrição, narração, dissertação, argumentação e injunção) — único gênero que dá pra fazer isso. Descrição de quem é a parte e quem é o representante – QUALIFICAÇÃO Narração (tem que estar ligada a causa jurídica, não enche linguiça, dizer o que aconteceu sendo objetiva) — DOS FATOS A melhor narrativa é a que tem aspecto de verdade, que tem VEROSIMILHANÇA. Textos que não são verdade podem ter verossimilhança, aspecto de verdade. Nem sempre um texto verdadeiro é verossímil.→ coerência Mostrar pro juiz qual lei ampara o que eu to dizendo, vou DISSERTAR, expor pro juiz qual é a lei que ampara meu cliente. Cito pro juiz qual é a lei (artigo 171 estelionato) mostra que existe mas não preciso copiar o texto da lei, se o juiz é apto para julgar eu só preciso mostrar qual é a lei. Depois disso preciso argumentar como se adequa ao caso em questão. — DO DIREITO Injunção, aqui eu peço o que eu quero, texto instrucional, dá instrução sobre o que fazer, depois que eu fundamento eu falo o que o juiz deve fazer (pedir que ele pague as custas médicas da avó e corte a árvore) — DO PEDIDO 20 F.D.P→ FATOS (narração)-DIREITO (argumentação e descrição) -PEDIDO (injunção) - Artigo - Pragmática: - Pragmática é o ramo da linguística que estuda a linguagem no contexto de seu uso na comunicação. É o estudo de como o contexto contribui para o significado. O campo de estudo avalia como a linguagem humana é utilizada nas interações sociais, bem como a relação entre o intérprete e o interpretado - uso da linguagem como determinante primário do significado dos signos. De acordo com essa abordagem, o significado de uma expressão é derivado da maneira como ela é usada em situações concretas de comunicação. Isso envolve considerar não apenas o contexto imediato, mas também as convenções sociais, os objetivos comunicativos e a interação entre os falantes. Portanto, o significado não é fixo ou absoluto, mas sim dependente da maneira como os falantes empregam a linguagem em situações específicas.→ LINHA DE RACIOCÍNIO ACEITA - Dialogismo para Bakhtin→ polissemia da linguagem - → Qualificação → Narrativa jurídica→ ligada a causa→ linguagem mais objetiva possível→ provas (1. documental (texto, fotografia, áudio, etc.); 2. Testemunhal (pessoas que presenciaram o fato); 3. Pericial (laudo pericial e laudo técnico) → topicalizar todos os fatos que sejam interessantes → advogados da cuddy → danos materiais 21 Tópico 1: O Crescimento do Influenciador Infantil -Muitas crianças e adolescentes sonham em se tornar influencers. -O shareting se tornou comum, onde pais expõem seus filhos nas redes sociais para fins lucrativos. -Superexposição pode ter consequências graves na segurança e saúde psicológica dos menores. Tópico 2: Violando Direitos de Personalidade -Responsáveis devem adequar o conteúdo exposto de crianças e adolescentes aos seus direitos de personalidade. -Muitos jovens expostos não deram consentimento e não têm idade para ter contas em redes sociais. -Violam a privacidade e expõem crianças a riscos como roubo de identidade, golpes e pedofilia. Tópico 3: Digital Footprint desde o Nascimento -Digital footprint começa cedo, até antes do nascimento, com detalhes da vida pessoal sendo postados online. -Vida que deveria ser pessoal se torna pública para entreter o público. Tópico 4: Sharenting vs. Oversharenting -Sharenting envolve pais compartilhando conteúdo sobre seus filhos com consentimento. -Oversharenting é excessivo e perigoso, sem consentimento do menor. Tópico 5: Princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) -Proteção Integral: Reconhece crianças como sujeitos de direitos, incluindo privacidade e segurança online. 22 -Melhor Interesse: O interesse superior da criança deve ser considerado no compartilhamento de informações pessoais. - Participação: Reconhece o direito das crianças de participar das decisões que afetam suas vidas. ● Linguagem e Ideologia ○ Linguística→ ciência autônoma→ estudar internamente a linguagem → parou de se preocupar com a relação entre o homem e a linguagem → passou a ser análise das relações internas entre os elementos linguísticos = linguagem estrutural ■ Fastígio ■ Declínio ○ Linguística estrutural = Linguística burguesa→ problemas colocados até então pela ciência da linguagem foram considerados falsos problemas→ aquisições da linguística estrutural como ideológicas (domínio dos conceitos da linguística) ○ Crise epistemológica→ instituição social ■ A linguagem é singular em relação às instituições sociais→ estruturas linguísticas têm baixíssimo coeficiente de mobilidade histórica Cap 2- Marx e Engels ● A linguagem não é uma realidade autônoma→ expressões da vida real ● a linguagem é determinada pelas condições sociais, mas ao mesmo tempo goza de autonomia em relação às formações sociais ● Níveis e dimensões da linguagem ○ sistema virtual (língua): É a rede de relações que se estabelece entre um conjunto de elementos linguísticos (organização interna) → é social pois é comum a todos, um elemento linguístico deve ser 23 diferente do outro para que ele tenha determinado valor (distinção significativa) ex. t vs. l mata e mala→ os elementos se combinam segundo uma série de regras→ realiza-se concretamente com o ato da fala ■ Discurso: combinação de elementos linguísticos→ exprimir seus pensamentos e opiniões ■ Fala: exteriorização psico-físico-fisiológica do discurso - Rigorosamente individual, pois é sempre um EU quem toma a palavra e realiza o ato de exteriorizar o discurso ● Quem determina o que? ○ A fala por si só não sofre qualquer determinação social, pois ela é a simples exteriorização do discurso. É o ato concreto, momentâneo e individual de manifestação da linguagem ○ O sistema muitas vezes altera-se independente de questões sociais, econômicas, etc. O sistema se altera por razões internas do próprio sistema ■ Fonológica: tt ou t, ll ou l→ a mudança nesse sistema causou uma série de alterações ■ Novos fonemas: z, v→ O sistema tem uma certa tendência à simetria ○ Alterações, gramaticais e semânticas, podem ocorrer por influência de fatores externos ■ Ex: a generalização do masculino como pronome geral (patriarcado); pronomes de tratamento (absolutismo) ○ As categorias linguísticas devem ter sido determinadas por fatores sociais, mas perderam, no ententanto, a relação com as causas que lhes deram origem e ganharam autonomia→ história do próprio sistema ○ é no nível do discurso que devemos estudar coerções sociais que determinam a linguagem ● Discurso: autonomia e determinação ○ O discurso é estruturado, temos que identificar em seu interior uma sintaxe e uma semântica 24 ■ Sintaxe discursiva: processos de estruturação do discurso.→ introdução ou não da primeira pessoa, objetividade e subjetividade (eu afirmo que a Terra é redonda // a Terra é redonda)→ autonomia em relação as formações sociais ● discurso direto: preservação integral do discurso relatado→ personagem fala de maneira autônoma→ sentido de verdade→ repete palavra por palavra ■ Semântica Discursiva: envolve o conteúdo presente no molde sintático abstrato. Ex: o que a personagem diz ● Depende mais diretamente das formações sociais ■ Há no discurso a manipulação consciente (sintaxe discursiva→criar efeitos de sentido e de verdade) e a determinação inconsciente (semântica discursiva→ constitui a maneira de ver o mundo→ discursos estruturados )dinheiro nn tras felicidade, etc.)) ● Variabilidade na invariabilidade ○ Se discursos de natureza muito diferente utilizam-se dos mesmos elementos semânticos, como, por exemplo, liberdade, felicidade, justiça, de que maneira se pode distinguilos? ■ É preciso estabelecer uma diferença entre um nível profundo e um nível de superfície ■ Analisar como cada elemento semântico (ex. liberdade) é concretizado no discurso ■ É no nível superficial, isto é, na concretização dos elementos semânticos da estrutura profunda, que se revelam, com plenitude, as determinações ideológicas.→ universos ideológicos distintos ■ mesmos elementos semânticos e duas visões diferentes de mundo→ valores distintos aos elementos semânticos que utiliza: eufóricos e disfóricos ● Duas maneiras de Dizer a Mesma Coisa ○ elementos distintos (abstratos ou concretos) ○ Figurativo e Temático 25 ■ Tema (elemento semântico que designa um elemento não presente no mundo natural→ categoria ordenadora dos fatos observáveis) e Figura (: Dois níveis de concretização dos elementos semânticos da estrutura semântica e da estrutura profunda ■ Diferentes temas podem concretizar o mesmo elemento semântico da estrutura profunda, o mesmo tema pode ser figurativizado de maneiras diversas (Por exemplo, considere o tema da justiça. Essa noção pode ser expressa através de variados contextos, histórias, metáforas e situações. A ideia de justiça pode ser figurativizada em diferentes narrativas, abordando desde questões sociais até dilemas pessoais, mas todas essas representações apontam para o mesmo conceito central de equidade e correção). ■ O discurso figurativo é a concretização de um discurso temático ■ Nos textos não figurativos, a ideologia se manifesta nos temas ● O que é Ideologia ○ Formação ideologica: Conjunto de ideias, representaçõeS que servem para justificar e explicar a ordem social, as condições de vida do homem e as relações que ele mantém com os outros homens e visão que determinado grupo vem do mundo→ não existe desvinculada da linguagem ○ ideologia não pode ser reduzida a consciência ○ ideologia dominante é a ideologia da classe dominante ○ Formação discursiva: como vamos materializar linguisticamente essas formações ideológicas→ através de textos tematicos e figurativos→ não temos como escapar disso, td que a gnr diz tem formações ideologicas e discursivas ● A individualidade da linguagem ○ O discurso não é original mas a linguagem sim ○ o discurso é uma trapaça→ ele simula ser neutro→ é a impressão de ser livre quando escreve 26 ● Arena de conflitos e palco de acordo ○ a linguagem é palco por onde desfilam as ideologias e o signo linguístico é a arena de conflitos 27
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