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JUSTIÇA

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LIVRO JUSTIÇA 
 
 
INTRODUÇÃO 
. 
 
 
Livro Justiça – O que é fazer a coisa certa. 
Indicação Biográfica: 
SANDEL, Michael J. Justiça – o que é fazer a coisa certa. 6ª Edição, Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2014, 349 páginas. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O presente trabalho visa elucidar as reflexões de Justiça Social, conceitos morais de 
nossa sociedade. 
 Após os estudos do livro acerca do assunto, teremos a percepção de se tratar de uma 
proposta para a reflexão de suma importância para a construção de uma sociedade mais 
igualitária, sabendo que existem ainda muitas lacunas a serem preenchidas. 
 Sintetizando, direcionando o olhar para esses aspectos de Justiça que abre o 
questionamento através do senso crítico, buscando despertar um sentido para uma nova 
sociedade, quase destruída pelo individualismo. 
 De acordo com os fatos narrados no livro, fica evidente a desigualdade de Justiça, a qual 
restringi o acesso a serviços essenciais aos menos favorecidos. 
 Desta forma não se assegura o direito de igualdade de Justiça fundamental na 
sociedade. 
 Através da leitura, se instaura o grande debate sobre ética versos moral, sendo esse o 
maior objetivo do autor, direcionando o estudo da filosofia política. 
 
 
Capítulo I – Fazendo a coisa Certa 
Págs. De (09 a 42) 
 
Neste Capítulo foi abordado por Michael Sandel a temática da moral versos a ética, na Flórida 
após a passagem do furacão Charley no ano de 2004. 
Um verdadeiro caos ocorreu, com efeitos devastadores para a sociedade local e o imediato 
aumento dos preços cobrados pelos prestadores de serviços e comerciantes sobre itens de 
extrema necessidade tais como: água, gelo, hotéis para os desabrigados, serviços como: 
arrumação de telhados destruídos por árvores entre outros. 
A população não tinha opção, além de pagar preços exorbitantes pelos itens de primeira 
necessidade. 
Foi aberto o questionamento por Charlie Crist (Procurador Geral do Estado), se isso não seria 
falta de humanidade, elevar os preços, no momento em que as pessoas estavam vivendo o 
resultado da catástrofe. 
Em sua colocação citou ¨ estou impressionado com o nível de ganância que alguns certamente 
tem na alma ao se aproveitar dos outros que sofrem em consequência de um furacão¨. 
Na Flórida existe uma norma que coíbe os preços exorbitantes. 
Por outro lado, havia quem defendesse a alta dos preços, Tomas Sowell economista Norte 
Americano, considerava a extorsão favorável para o incentivo de empresas de locais afastados 
tivesse maior produtividade. 
No capítulo um assunto muito contraditório foi em referência a Condecoração: Coração 
Púrpura somente soldados feridos ou mortos em guerras, tem direito a premiação concedida 
pelo Congresso Estadunidense. Enquanto os acometidos por sequelas de ordem psicológica, 
não tem o merecimento. 
Sandel, nos leva a uma profunda análise sobre a ação de legalidade e moralidade. 
Conclui-se, que na prática fica evidente a problemática da violação da Moralidade Humana, 
porque o bem se manifesta nas ações e a solidariedade está associada ao contexto. 
 A ganância humana é insaciável, em nossa sociedade capitalista e afasta o princípio do 
bem comum, o dinheiro não pode ser colocado a frente dos valores fundamentais. 
Essas ações levam o acúmulo de riquezas à uma minoria e alimenta a desigualdade social. 
 Sobra a questão da meritocracia neste contexto do capítulo, há uma questionável 
inversão de valores, pois é um mito que reproduz perfeitamente a injustiça social, quando a 
premiação se dá não somente pelo desempenho dos soldados e somente aqueles feridos ou 
mortos em guerras. 
 
 
 
 
Capítulo II – O princípio da máxima felicidade/ O Utilitarismo 
Págs. De (43 a 74) 
 
No Capítulo foi relatado sobre o utilitarismo de Jeremy Bentham, porém o utilitarismo não 
acata os direitos individuais das pessoas. Já John Stuart Mill defende que felicidade máxima, 
deve ser alcançada a longo prazo, e que cada um é livre para fazer o que quiser, e que o Estado 
não interfira. 
Mill confirma ¨a teoria da vida na qual se baseia essa teoria da moralidade – ou seja, que 
prazer e ausência da dor são as únicas coisas desejáveis como finalidade¨. (pág. 69). 
Mill resgata o utilitarismo recorrendo a um ideal de moral da dignidade do caráter humano 
livre da respectiva utilidade. 
A partir deste raciocínio, o utilitarismo se apresenta oposto ao egoísmo, pois as ações devem 
ser focadas gerando consequências na felicidade de um conjunto de interesses particulares e 
individuais. Essa teoria defende a doutrina ética citada pelos filósofos. 
Em minha perspectiva, na prática ninguém está disposto a tratar todas as pessoas como iguais, 
pois requereria que abandonássemos as nossas relações especiais. O utilitarismo me parece 
demasiado permissível, porque o absoluto não existe. 
 
 
 
Capítulo III, Somos donos de nós mesmos? A Ideologia libertária 
Págs. De (75 a 95) 
 
De acordo com o Capítulo, os Estados Unidos, tem um gigantesco índice de Desigualdade 
Social, onde Sandel, exemplifica a teoria dos libertários que defendem que as pessoas tenham 
liberdade de escolhas. Acreditam na maximização da felicidade (neste caso o ricos dividindo 
suas riquezas com os pobres), em um Estado sem Paternalismo, sem legislação ou seja um 
Estado Mínimo que faz cumprir contratos, protege a propriedade privada e mantém a paz 
Robert Nozick defendia o liberalismo, ele dizia ser injusto cobranças de impostos por parte do 
Estado e defendia a justiça distributiva. 
Sandel, cita no capítulo, Michael Jordan por sua popularidade, que recebia partes dos 
ingressos, dos jogos em que atuava o que seria uma violação dos direitos, seria uma¨ 
distribuição justa¨, outro ponto de relevância no livro são as taxas de impostos equivalentes a 
30% cobradas nos salários, pelo Estado. 
Esse é o grande questionamento nos fazendo refletir, a liberdade do indivíduo deve chegar a 
qual ponto, em extremos do direito de vender seus órgãos? 
¨Somos donos de nós mesmos. Sócrates já defendia a igualdade. 
Após leitura do capítulo, conclui-se que atualmente a ideia de Estado mínimo é uma utopia, 
porque não pode estar acima do Estado do bem estar social, porque para impedir o círculo 
depravado que espalha a pobreza é necessário que o estado crie mecanismos políticos, que 
visem intervir cada vez para o avanço da qualidade de vida do mais necessitados. 
 
 
 
 
O Capítulo IV, Prestadores de serviço/ O mercado e conceitos morais 
Págs. De (99 a 131) 
 
 
Neste capítulo Michael J. Sandel, destaca duas teorias acerca do assunto livre mercado e 
moralidade, 
Vale ressaltar que nos Estados Unidos o exército de “Voluntários” é formado por recrutamento 
de contratados, que recebem salários por isso. 
A dúvida é se os soldados são realmente livres ou se suas escolhas são motivadas por questões 
financeiras, como Sandell, exemplifica através da estatística de que os contratados do exército, 
são os indivíduos das camadas com faixa de menor renda. 
Mas servir ao exército deveria ser um ato de patriotismo e não um livre comércio, e não 
escolha de pessoas com poucas oportunidade de emprego, não tem escolha. Isso fere a 
liberdade a liberdade. 
Uma prática decorrente de contratação de mulheres para barriga de aluguel é evidenciada no 
capítulo, para alguns libertários, seria um direito de escolha. 
A conclusão acerca do assunto é bem controverso, pois é uma forma de precificar a vida 
humana, onde não é viável a quantificação, pois esteiremos dando início a um conflito moral. 
 
 
 
 
O Capítulo V, O que importa é o motivo/ Immanuel Kant 
Págs. De (135 a 174) 
 
No presente capítulo é apresentado a Teoria de Kant (a síntese entre o racionalismo e o 
empirismo). 
Vale destacar que Kant, não aceita o utilitarismo como a base para a moralidade e a lei em seuentender, “Uma Constituição justa tem como objetivo harmonizar a liberdade de cada 
indivíduo com a liberdade de todos os demais” (171). 
Para ele, cada qual deve buscar a felicidade a sua maneira. 
A segunda característica evidenciada no capítulo, tem base na Justiça e nos direitos de um 
contrato social, para ele, um contrato não é real é ilusório. A lei moral não pode ser 
fundamentada em interesses ou desejos de cada um. 
Conclui-se, que agir moralmente é agir através da razão por agir de forma de leis criadas 
através da liberdade, caso contrário é uma forma autoritária. 
E a liberdade não é para ser livre e fazer o bem quiser, deve visar o comportamento de 
maneira ética para a evolução de uma sociedade. 
 
 
O Capítulo VI, A Questão da equidade/Jonh Rawls. 
Págs. De (177 a 205) 
 
 
O sexto capítulo, aborda a questão da justiça distributiva, com a teoria de Jonh Rawls (filósofo 
e político americano), para ele o princípio de justiça tem início num contrato hipotético. 
 Rawls classifica o contrato social como “o véu da ignorância” e rejeita o utilitarismo por 
acreditar que todos temos o direito a liberdade e a também a teoria libertária por achar que a 
alta classe da sociedade deveria favorecer as minorias. 
Porque, não tem como elaborar um contrato social justo para todos, se somos diferentes em 
classe social, etnia, religião entre outros e temos interesses diversos, sendo impossível em sua 
visão o exercício da equidade por esses fatores. 
E neste modelo de Contrato Social é a forma que difunde a tirania moral entre os indivíduos da 
sociedade. 
Após análise e entendendo-se que a Justiça igualitária está atrelada à construção do bem estar 
comum, ainda bem longe do modelo atual dos contratos sociais estabelecidos, infelizmente já 
somos uma nação mais excludente que inclusiva. 
 
O Capítulo VII, A ação afirmativa em questão. 
Págs. De (209 a 227) 
 
O presente capítulo relata a história de Cheryl Hopwood, jovem branca de ótima condição 
social que não conseguiu ingressar na Universidade do Texas pela política de cotas adotada 
pela Universidade, ela se sentiu injustiçada, já que negros ou descendente de Mexicanos 
americanos que tiveram notas inferiores foram privilegiados. 
É evidente que cria-se um dilema da legalidade e moralidade. Seria uma política 
discriminatória essa proteção aos negros e descendentes de Mexicanos americanos, o sistema 
de distribuição de cotas em universidades. 
Já que pessoas brancas e muitas vezes de baixa renda com notas até superiores, não 
conseguem ingressar na tão sonhada Universidade pelo sistema adotado. 
Sandell, provoca o leitor a refletir sobre a definição do que é justo ou injusto neste sistema? 
É evidente que Constitucionalmente o objetivo é produzir um sociedade mais justa, visando 
diminuir a desigualdade social e racial. 
Conclui-se que no Brasil mesmo com os sistema de cotas a população negra diplomada ainda é 
menor que de brancos, essa é a prova que mesmo que diminua a distância entre brancos e 
negros ainda precisamos de criação de novas políticas. 
Após análise, quando entendemos a realidade racista atual, sabemos que existe sim, os 
mecanismos criados para excluir a população negra e portanto jamais seremos contra 
exemplos de políticas de ações afirmativas, políticas de inclusão, é de suma importância nos 
incorporarmos a esse debate. 
Se o racismo é o elemento que estrutura todas as relações sociais, se ele está presente em 
tudo, então é necessário pensarmos em uma política transversal em habitação, educação, 
saúde. 
A questão racial tem que perpassar todas as políticas e não somente em políticas localizadas, 
políticas específicas ou especiais, porque quando melhoramos a vida da população negra 
estamos melhorando a vida do país, e nós temos a responsabilidade em ações. 
 Desde, no nosso micro espaço, até as pessoas que ocupam espaços maiores e que realmente 
possam fazer mudanças institucionais. 
São essas as mudanças que temos que começar a nos responsabilizar em até que ponto 
alimentamos o poder que dizemos combater. 
 
O Capítulo VIII, Quem merece o quê /Aristóteles 
Págs. De (231 a 256) 
 
O Capítulo apresenta a concepção de Justiça de Aristóteles que está relacionada com a teoria 
da igualdade, partindo do pressuposto de que se não somos iguais, não merecemos receber 
coisas iguais. 
O autor exemplifica a distribuição de flautas já que para Aristóteles as melhores flautas devem 
ser distribuídas aos melhores flautistas, com o intuito de serem melhores utilizadas. 
Analisando assim o telos e o propósito e honra, pode-se então definir a distribuição das coisas 
a cada indivíduo por mérito. 
Sandell, expõe o caso de Carllie Smartt, portadora de paralisia cerebral e usuária de cadeira de 
rodas, expulsa no final da temporada pela torcida organizada de sua escola. 
Esse caso abriu o dilema sobre a equidade, virtude e honra, a expulsão fere a dignidade de 
Carliie. 
Outro caso apresentado no capítulo é do jogador profissional de golfe, Casey Martim que 
solicitou a Associação Profissional de Golfe para usar um carrinho durante os campeonatos, 
alegando dores na pernas devido a problemas circulatórios e teve o seu pedido negado. 
Martim, ingressou na justiça e seu caso foi levado a Suprema Corte, e em uma decisão por 
7(sete) votos a 2 (dois) e obteve o direito de usar o carrinho dentro de campo. 
O juiz entendeu por votação que o uso do carrinho não prejudicaria o carácter fundamental do 
jogo. 
A após análise conclui-se, que as questões sobre justiça e direitos se entrelaçam, a finalidade 
do Direito é a promoção da justiça, para o bem comum. 
Em nossa sociedade cabe ao Poder Judiciário aplicar a justiça porém, infelizmente muitas vezes 
no dia a dia os direitos são violados, as normas não acompanham a evolução da sociedade. 
É importante entender a importâncias das normas e as aplicações devem ser cumpridas pela 
sociedade, porém no Brasil muitas vezes não há punições aos que erram violando as leis e 
direitos adquiridos. 
 
O Capítulo IX, O que devemos uns aos outros? /Dilema de lealdade 
Págs. De (259 a 301) 
 
O capítulo traz exemplos como: os erros histórico cometidos durante a segunda guerra 
mundial ( pag259), o pagamento de indenizações pela Alemanha por danos causados pelo 
Holocausto e pedido de desculpas públicas. 
O Japão com desculpas pelo atos criminosos de abusos sexuais contra milhares de meninas e 
mulheres asiáticas, entre outros. 
Porém há quem discorde, Jonh Howard, primeiro ministro australiano acha que a geração 
atual não deva assumir a responsabilidade por atos cometidos pela descendência anterior. 
Já Walter E. Williams, economista negro defende que não deve ser pago indenizações, 
alegando que o governo teria que tirar dinheiro dos cidadãos através dos impostos e assim 
pode dar origem a outro tipo de problema. 
As noções de aceitação e livre escolha é englobante atualmente não somente na política mas 
nas teorias da Justiça liberal. 
O presente capítulo aborda o questionamento a concepção contratualista em até que ponto 
somos responsáveis por exemplo as injustiças históricas e as ações morais. 
Após a leitura entende-se, a importância do debate moral deve ser uma busca coletiva, porque 
qualquer decisão tomada afeta imediatamente a vida de todos. 
A Política deve ter o comprometimento com as questões morais, para reconstituir os valores 
da sociedade e não se tornar verdadeira disputa política sem nenhum fundamento. 
 
 
O Capítulo X, A justiça e o bem comum. 
Págs. De (305 a 334) 
 
O autor discorre sobre a questão religiosa na política, a posição religiosa de um presidente é 
um assunto particular e não pode interferir nas posições políticas como afirmou o na época 
candidato a presidência dos Estados Unidos, Kennedy. 
Muitas pessoas viram semelhanças entre Jonh Kennedy e Barack Obama, por serem pessoas 
jovens, com discursos estimulantes, e buscando uma nova fase de engajamentopatriótico. 
Ambos adotaram, o ideal de neutralidade excluindo de seus discursos políticos as discussões 
morais e religiosas. 
Mas, existe um controvérsia moral e religiosa, quando falamos sobre o aborto e as pesquisas 
com células –tronco embrionárias. 
Há quem defenda a prática com argumentos liberais do direito, porém outros por sua vez 
discordam veemente. 
Conclui-se que outra questão a ser analisada é o matrimonio entre pessoas do mesmo sexo e 
são questões muito polêmicas impulsionadas pelos valores morais e religiosos. 
Vale ressaltar que a família passou por transformações ao longo dos anos, considerando que 
as mudanças da sociedade exigiram uma adaptação, atualmente existe a ¨” humanização” do 
Direito e valorização da dignidade Humana. 
 Se tratando de aborto deve ser defendido que, além de descriminalizá-lo, deve ser, 
também, legalizado. Dessa forma, não imbricando-se às pautas religiosas vigentes nas esferas 
sociais, a criminalização do aborto está diretamente ligada à desigualdade social. 
 Na perspectiva de considerar importante defender os direitos estabelecidos 
constitucionalmente no que tange aos direitos femininos, como liberdade e a inalienável 
dignidade humana, consideramos imprescindível o respeito à escolha da mulher, de levar ou 
não adiante a gestação, distanciando-se de pensamentos misóginos e fundamentalistas que 
grande parcela da população tende a emitir. 
A Justiça Social e o bem comum deve atender a todos e ter como objetivo o de trabalhar a 
igualdade de direitos.

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