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Aula nº. 14. Jornadas de trabalho

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DIREITO DO TRABALHO I
 PROFESSOR:
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
 valdece@fvadvogados.adv.br
 DIREITO DO TRABALHO I
Aula nº. 14
Jornadas de trabalho.
 DIREITO DO TRABALHO I
01 - Considerações iniciais.
O homem e a pedra.
Certa vez um homem encontrou uma enorme pedra em seu caminho, e ficou pensando como poderia passar por ela.
Após avaliar resolveu começar a quebrá-la, e após longo período do dia não atingiu seu objetivo – que era ver o tamanho da pedra reduzido o suficiente para seguir seu caminho - assim resolveu desistir e voltou exausto para sua casa.
A pedra permaneceu no lugar. E noutro dia, outro homem encontrou a pedra, no mesmo caminho, e também tendo que continuar seu percurso, avaliou e resolveu talhar a pedra. Passadas 8 (oito) horas de trabalho, com uma parada para descansar, pensou... Vou para casa e amanhã continuo, pois hoje não tenho mais forças, criatividade e motivação. 
E assim foi dia-a-dia, até ele conseguir abrir uma fenda na pedra e passar.
Após esse dia pensou: mais vale um pouco por dia com bons resultados, que um dia todo sem resultado algum.
Natanael do Lago  
Aula nº. 14
Jornadas de trabalho.
 DIREITO DO TRABALHO I
01 - Considerações iniciais.
As regras de medicina e segurança do trabalho envolvem os períodos de trabalho, os de descanso e as condições de trabalho. São normas imperativas que estabelecem direitos de ordem pública, impedindo as partes de renunciar, transacionar ou dispor de qualquer benesse que a lei tenha concedido ao empregado. A limitação do tempo de duração do trabalho tem como fundamento três aspectos importantes: biológicos, sociais e econômicos.
Jornadas de trabalho.
I - Biológicos.
O excesso de trabalho traz fadiga, estresse, cansaço ao trabalhador, atingindo sua saúde física e mental. Portanto, os fatores biológicos são extremamente importantes para limitar a quantidade de trabalho diário.
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01 - Considerações iniciais.
As regras de medicina e segurança do trabalho envolvem…
Jornadas de trabalho.
II - Sociais
O trabalhador que executa seus serviços em extensas jornadas tem pouco tempo para a família e amigos, o que segrega os laços íntimos com os mais próximos e exclui socialmente o trabalhador.
III - Econômicos.
Um trabalhador cansado, estressado e sem diversões produz pouco e, portanto, não tem vantagem econômica para o patrão.
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02 - Jornadas e horários de trabalho.
Jornada - do francês jour - journée; do italiano giorno - giornata.
Jornada significa duração do trabalho diário. Diz respeito ao número de horas de trabalho que o obreiro presta ao seu empregador a cada dia. 
Não obstante o vocábulo tenha o significado do horas trabalhadas a cada dia, é comum, nos meios forenses, a utilização dessa expressão abrangendo lapso temporal de maior duração: jornada semanal, jornada mensal, etc.
A CF/88 define, como regra geral, que as jornadas de trabalho de cada trabalhador será no máximo de 08 horas diárias, totalizando 44 horas semanais, permitindo, contudo, observadas as normas de medicina e segurança no trabalho, que as partes - empregadores e empregados - flexibilizem a forma como tais jornadas devam ser cumpridas.
Exemplos: 5 jornadas de 8h e 1 de 4h = 44 horas;
 5 jornadas de 8h48m = 44 horas;
 6 jornadas de 7h20m = 44 horas. 
Jornadas de trabalho.
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02 - Jornadas e horários de trabalho.
Cumpre anotar, por oportuno, que todo o tempo que o empregado ficar à disposição do empregador, ainda que não desenvolva qualquer atividade, será considerado como de serviço efetivo.
Assim, se o empregado comparece à empresa e é dispensado por não ter serviço para executar, ou ainda, se o empregador lhe concede intervalo não previsto em lei, receberá a remuneração integral, como se estivesse trabalhando durante esse período. 
Também será considerado tempo à disposição do empregador o tempo despendido pelo empregado, por imposição do empregador, em cursos de aperfeiçoamento.
Registre-se por fim que o tempo que exceder à jornada normal deverá ser pago como hora extraordinária, cujo valor será igual ao valor de remuneração da hora normal acrescido de pelo menos 50% (Cinquenta por cento) - o percentual será maior se assim for pactuado através de ACT ou CCT. 
Jornadas de trabalho.
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03 - Horários. Registro de frequência.
A hora de entrada e de saída do trabalhador no emprego determina seu horário de trabalho. Dependendo desse parâmetro a jornada é fixada.
Arnaldo Sussekind afirma que horário de trabalho “é a fixação dos momentos em que deve ter início e fim da jornada normal de trabalho e, se for o caso, do intervalo para descanso ou refeição.
Nos termos do que dispõe o art. 73 da CLT, as empresas com mais de 10 (Dez) empregados estão obrigadas a manter um registro de início e término das jornadas de cada um dos seus empregados.
Jornadas de trabalho.
 DIREITO DO TRABALHO I
03 - Horários. Registro de frequência.
Art. 74 – O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.
§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.
§ 2º  – Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.
§ 3º – Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeletzo do que dispõe o § 1º deste artigo.
Exceções:
Nos termos do que dispõe o artigo 11 do Estatuto da Microempresa, as microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas do cumprimento das obrigações acessórias a que se referem os arts. 74; 135, § 2º.; 360; 429 e 628, § 1º., da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Jornadas de trabalho.
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04 - Jornada extraordinári. Horas extras.
Jornada extraordinária é o lapso temporal de trabalho ou disponibilidade do empregado perante o empregador que ultrapasse a jornada padrão, fixada em lei, nos ACT`s / CCT`s ou por cláusula contratual.
A jornada extraordinária será remunerada de forma diferenciada, cujo valor será superior à remuneração da jornada normal em pelo menos 50% (Cinquenta por cento), sem prejuízos dos adicionais de insalubridade ou periculosidade a que o trabalhador faça jus.
Cumpre anotar, por oportuno, que o trabalho após o decurso da jornada normal não pode ocorrer de forma continuada, sob pena de ser considerada irregular.
O trabalho excedente, ainda que irregular, deve ser pago na forma da lei, ficando certo que o empregador poderá sofrer multa administrativa (MTE) ou ação civil púbica (MPT) com o objetivo de eliminar essa prática. 
Jornadas de trabalho.
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05 - Horas in itinere.
CLT, art. 58, § 2º. - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.
A positivação do tempo in itinere como tempo à disposição do empregador foi resultado da construção jurisprudencial trabalhista, notadamente no âmbito do TST, que uniformizou a questão através da súmula 90.
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20,22 e 25.04.2005 
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978) 
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1  - inserida em 01.02.1995) 
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993) 
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993) 
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) 
Jornadas de trabalho.
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06 - Intervalos.
Intrajornada - Intervalo entre um turno e outro que será de no mínimo uma hora, no máximo duas, salvo acordo coletivo em contrário.
* Digitador - um intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos de labor.
Interjornada Intervalo entre dus jornadas que será de pelo menos onze horas consecutivas.. 
Folga semanal - Uma folga semanal, preferencialmente aos domingos, sem prejuízo do descanso nas datas cívicas e ou nos dias santificados. 
07 - Sobreaviso.
O sobreaviso, nos termos legais, é o tempo efetivo em que o trabalhador permanece em casa aguardando ser chamado para o serviço. A duração máxima do tempo de sobreaviso é de 24 (Vinte e quatro) horas e deve ser remunerado à razão de 1/3 (Um terço) do valor da remuneração da hora normal. Em princípio, o tempo de sobreaviso só era reconhecido e aplicado aos ferroviários, visto se tratar de norma de caráter especial 
 
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08 - Tempo residual à disposição do empregador.
Conforme dispõe o art. 58 da CLT, não serão computados como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite diário de 10 (Dez) minutos. De igual forma, se o empregado atrasa cinco minutos na chegada e, eventualmente, termina o serviço cinco minutos antes do horário, não sofrerá desconto desse tempo.
Vale destacar que uma vez excedido o limite residual de 10 (Dez) minutos, todo o tempo será considerado na sua totalidade, tanto para o pagamento de hora extra, como para eventual desconto na remuneração do trabalhador.
09 - Jornadas especiais de trabalho.
Jornadas de trabalho.
Jornadas de 06 h / dia.
Bancários,
Turnos ininterruptos revezamento,
Enfermeiros, téc. enfermagem, etc.
Operador cinematográfico.
Jornadas diversas
d) Engenheiros e médicos - 8h00m
e) Jornalista - 5h00m,
f) Professor(a) 4 aulas consecutivas 
 ou 6 aulas intercaladas.
g) Operador de raios X - 4h00m
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10 - Compensação de jornada.
São admitidas vários formas de compensação, algumas na forma intrassemanal - (5 dias x 8h48m ou 4 dias X 9h00m e 1 dia X 8h00m) ambas com liberação do sábado. Para a compensação intrassemanl um simples acordo entre a empresa e seus trabalhadores é suficiente.
A compensação de jornada envolvendo períodos mais extensos - além da semana - implica na instituição do Banco de Horas, só possível mediante negociação coletiva materializada na forma de ACT ou CCT.
11 - Horas extras proibidas.
O trabalho em sobrejornada (Hora extraordinária) é proibida aos empregados contratados sob o regime de tempo parcial - (Contract part time), bem como aos aprendizes.
Registre-se, por derradeiro, que a sobrejornada em atividade insalubre só é possível mediante prévia e expressa autorização do Ministério do Trabalho.
Jornadas de trabalho.
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12 - Trabalho em tempo parcial.
O Direito do Trabalho sempre permitiu a pactuação de jornada parcial de trabalho, restando certo que a MP 1.709/98, que regula a contratação de trabalhadores a tempo parcial não trouxe inovação.
O trabalho em tempo parcial é tipificado como sendo aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte e cinco horas) semanais, sendo permitido e perfeitamente legal que a remuneração seja proporcional ao tempo de trabalho efetivo, ainda que ao final de cada mÊs esse valor seja inferior ao valor do sala´rio mínimo. Há de se guardar a proporcionalidade.
Importante anotar que o contrato de trabalho a tempo parcial não restringe os direito do trabalhador, que receberá as parcelas de férias, 13º. salário, etc., na proporção da sua remuneração.
Registre-se de logo que não será permitida a transformação de contrato normal de trabalho em contrato a tempo parcial, exceto se da modificação não sobrevier redução na remuneração do obreiro, ou, excepcionalmente, se a modificação for requerida pelo trabalhador, em razão de interesse extracontratual específico e comprovado.
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13 - Trabalho noturno.
Ao contrário do curiango, que pia sua tristeza na escuridão dos sertões, o Homem foi e é um animal diurno.
Ao contrário da coruja, que pelas suas características de animal noturno era considerada pelos gregos como símbolo da busca pelo conhecimento.
Ao contrário do curiango, que pia sua tristeza na escuridão dos sertões, o homem foi e é um animal de hábitos diurnos, tanto que, há milhares de anos usávamos as cavernas para nos defender das feras e do frio, mas sobretudo da noite – com todos os seus incontáveis fantasmas.
Jornadas de trabalho.
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13 - Trabalho noturno.
Assim é que, em geral, o trabalhador noturno maltrata bem mais o seu corpo; tem menos contato com a família; e, como nenhum outro, expõe-se ao “stress” do silêncio e da solidão, tendo merecido, por isso, uma proteção especial por parte do legislador, que lhe outorgou uma compensação pecuniária na forma do adicional noturno, o qual, se revestido de habitualidade, produzirá reflexos nas parcelas de férias, 13º. Salário, depósitos fundiários, etc.
O salário é a contraprestação ao trabalho simples, puro, sendo o adicional noturno uma compensação pecuniária decorrente do esforço maior que é exigido do empregado que desenvolve suas atividades à noite.
Jornadas de trabalho.
SEÇÃO II
DA JORNADA DE TRABALHO
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 1o - Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.       
§ 2o - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.        
§ 3o - Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração. 
Art. 58-A.  Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.        
§ 1o  O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempointegral.      
§ 2o  Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal.
2o  - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias
§ 3º - Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.        
§ 4o  Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.
      
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. 
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).       
Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessados, e a participação em lucros e comissões, salvo em lucros de caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo.
Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.
Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.
Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efetivo trabalho.

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