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Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Autofagia e Envelhecimento Celular PATOLOGIA GERAL AGRESSÃO CELULAR MECANISMOS POSSÍVEIS | Respostas Redução da oferta de O2 e privação de nutrientes Agressão do DNA Vias bioquímicas e metabólicas Geração em excesso de radicais livres Se a célula conseguir sobreviver/resistir será reversível Checkpoints e reparo no DNA Reparação de lesões Morte celular (apoptose, autofagia ou necrose) – podem caminhar juntos Autofagia | consiste em um mecanismo de reparo que a célula tem para sobrevivência onde realiza a degradação (ou digestão) do seu próprio conteúdo e o recicla. – VIA DE REPARO E RECICLAGEM Auto = a si mesmo; fagia =comer ou seja, “comer a si mesmo” Ocorre a sinalização via proteínas citosólicas Ocorre a degradação dos componentes celulares (metabólitos, resíduos, organelas intracelulares, porções do citosol, etc.) Com a reciclagem/renovação da célula garante a manutenção dos seus componentes e se mantem saudável por mais tempo caminhando para a fuga do envelhecimento. Porém, não retarda o envelhecimento pois, células com danos tende ao envelhecimento dessa forma, ela envelhece mas consegue ir se reparando para a manutenção da homeostase. Resposta adaptativa Reciclagem de metabólitos e detritos Reabsorção de componentes CONDIÇÕES ADVERSAS Situações ruins para a célula que leva a tentativa de autofagia (recuperação/renovação) Células atróficas (privação de nutrientes) Depleção de fatores de crescimento Substituição de organelas (tentativa de renovação) Situações de estresse celular Remoção de agregados celulares Exemplo: 1. Alteração celular/Condições adversas e sinalização via proteínas ATG 2. Ativação da via de autofagia 3. Parte do citoplasma englobando a alteração = autofogossomo (vesícula ligadas à membrana, formada no citoplasma, corresponde ao vacúolo autofágico derivado do RE) 4. Autofogossomo se une aos lisossomos (enzimas lisossômicas fazem a digestão) 5. Ocorre a digestão da macromolécula alterada 6. Conteúdo descartado/reciclado 7. A célula volta ao seu estado de homeostasia Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Observação: Em alguns casos, a autofagia pode estar associada a atrofia dos tecidos e pode representar uma adaptação que ajuda a célula a sobreviver aos períodos de privação de nutrientes. Entretanto, se a célula em privação não puder mais sobreviver “devorando seu conteúdo”, a autofagia poderá, eventualmente, levar à morte celular via apoptose. Benefícios da Autofagia Reciclagem de proteínas danificadas, organelas, etc. Regulação das funções celulares por exemplo: as mitocôndrias que podem sofrer danos via estresse oxidativo Eliminação de patógenos intracelulares Proteção da estabilidade do DNA Prevenir danos a tecidos e órgãos Degradação ou Renovação de proteínas deformadas e tóxicas que podem contribuir para o aparecimento de doenças Proteger o sistema nervoso e cardíaco além de atuar como agente potencial no combate ao câncer e outras doenças Fornecimento de energia em privação de nutrientes A via autofágica é ativada a partir de resquícios de proteínas, organelas danificadas, patógenos, etc. Os lisossomos são as principais organelas envolvidas no processo de autofagia FORMAÇÃO DO AUTOFAGOSSOMO Indução Formação do autofagossomo Fusão Degradação e Reciclagem Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Os vacúolos do citoplasma (estrutura membranar que quando necessário engloba algo em decorrência de danos celulares, por exemplo) contribuem para a formação do autofagossomo; em seguida ocorre a degradação e ocorre a reciclagem. Pode reciclar a célula toda. Sequestro de organelas celulares em vacúolos autofágicos citoplasmáticos (autofagossomos) + lisossomos (autofagolisossomos) = digestão. Estímulos celulares | Sinalização Autogafossomo: é um vacúolo autofágico citoplasmático Os materiais citoplasmáticos são isolados e degradados após a fusão das vesículas com os lisossomos Formação do Autofagossomo | PAS (pré-autofagossomo) + Recrutamento de ATG ATG: são proteínas que facilitam o reconhecimento e a formação do autofagossomo, principalmente Vacuolo ou Fagóforo: é o início de formação do autofagossomo Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Para a criação do autofagossomo é necessário genes ATGs para a sinalização no citoplasma Existem três tipos de autofagia Macroautofagia – Processo Básico de Autofagia Ocorre o sequestro e transporte de porções de citoplasma para dentro de um vacúolo autofágico (endossomo) revestido por dupla membrana (autofagossomo). Microautofagia É um processo mais simples onde o lisossomo engloba; não há processo de formação do autofagossomo; invaginação para dentro da membrana lisossomal. Exemplo: agregados proteicos ou fragmentos de organelas são englobados e degradados Autofagia mediada por chaperonas Chaperonas são proteínas que auxiliam a ação do lisossomo. É um processo parecido com a microautofagia e não ocorre a formação do autofagossomo; utiliza-se de proteínas, assim, o complexo se liga aos lisossomos; “captura” o dano e libera no interior do lisossomo através de uma proteína de canal; facilita o reconhecimento e torna a autofagia mais específica. Trabalha- se na maioria das vezes com proteólise. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Alzheimer Formação de autofagossomo acelerada; degrada aquilo que não deveria ser degradado; via alterada (altera o fagossomo) e não acontece dentro da normalidade Doença de Huntington Autofagia prejudicada – proteína huntingtina. Excesso de resíduos e metabolitos no organismo que deveriam ter sido degrado; Doenças infecciosas, exemplo: tuberculose Patógenos em geral são degradados por autofagia porém, com a deleção do gene Atg5 (específica para o macrófago) impede a sinalização para a autofagossomo Doença inflamatória intestinal, exemplo: doença de Crhn e colite ulcerativa Polimorfismo em genes envolvidos na autofagia - Danos gênicos relacionados a autofagia – SNPs (regiões específicas do DNA) Lesão isquêmica e alguns tipos de miopatias Autofagia extensa É importante saber os exemplos e o básico da via Câncer | É uma doença multifatorial caracterizado pelo crescimento “imortalização” ou defesa “antitumorigênica” Autofagia: elimina danos celulares Ativação de genes indutores de autofagia deixa o indivíduo menos suscetível a tumores dessa forma, a inativação contribui para a suscetibilidade aos tumores Por exemplo, em casos de células cancerígenas a falta de nutrientes ou agressão por radiação/quimioterápicos – desencadeia a ativação da autofagia e redução do volume celular. Porém, esse processo pode não ser eficiente e formar células quiescentes (células que não foram eliminadas) podendo impactar na recidiva do tumor. Células quiescentes são células enfraquecidas e caso mantenha aspectos tumorais ela consegue escapar das vias de reparo, incluindo a autofagia, impactando na recidiva do tumor em decorrência da proliferação celular. Na grande maioria das vezes, as células quiescentes não são reconhecidas. DESINTOXICAÇÃO DE CÉLULAS HEPÁTICAS A DROGAS SLOLÚVEIS EM GORDURA Ocorre a proliferação do REL O estímulo cessa Ocorre a remoção do excesso de REL do espaço citosólico pela AUTOFAGIA Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Envelhecimento | Declínio progressivo da função e viabilidade celular É um processo natural do organismo É regulado por um número limitado de genes e vias de sinalização. Consiste no resultado do declínio progressivo do tempo de vida e da capacidade funcional das células. Por exemplo: as células vão perdendo funções, os cromossomos vão perdendo telômeros, etc. Pode estar relacionado a doenças se o processo de envelhecimento estiver exacerbado além de que, a idade constitui umdos fatores de risco independente mais fortes para muitas doenças crônicas: câncer, Alzheimer, cardiopatias isquêmicas, etc. Nesse contexto, saúde no envelhecimento consiste na manutenção celular apesar do declínio progressivo. Dessa forma, a ausência de patologias que não contribuem para aceleração do envelhecimento celular. Todos os mecanismos acima causam ou combatem o envelhecimento. No caso de danos ao DNA, diminuição da replicação celular e diminuição de proteínas ou existência de proteínas danificadas contribuem para o envelhecimento. E as vias de reparo alteradas podem ser benéficas e vias de homeostase de proteínas conseguem neutralizar o envelhecimento celular com isso, combatem o envelhecimento. Acúmulo de mutações no DNA Comprometimento das atividades funcionais e sobrevivência da célula Lesões metabólicas com o tempo resultando em lesões do DNA nuclear e mitocondrial; ROS induzidos por toxinas e exposição à radiação contribuem para danos ao DNA além de estarem associados ao envelhecimento; Nem sempre as enzimas de reparo conseguem controlar os danos no DNA podendo ainda acumular mutações ao decorrer do envelhecimento celular Ineficácia dos mecanismos de reparo com o envelhecimento Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Diminuição da replicação Senescência replicativa das células Todas as células normais, exceto as células-tronco, apresentam capacidade limitada de replicação e, após um número fixo de divisões entram no estado de repouso ou senescência replicativa. As células das crianças apresentam a capacidade de sofrer mais ciclos de replicação Síndrome de Werner: doença rara caracterizada pelo envelhecimento precoce. Homeostasia defeituosa das proteínas Pode desencadear a apoptose Perda da capacidade de manter a homeostasia normal em decorrência ao aumento do volume de renovação e diminuição da síntese – redução da tradução de proteínas e da atividade defeituosa das chaperonas (promovem o dobramento normal das proteínas) e dos proteassomas (destroem proteínas mal dobradas); Impacta em efeitos deletérios – sobrevivência, replicação e funções celulares Ocorre o acumulo de proteínas mal dobradas Perda de proteínas funcionais Alterações bioquímicas Inibição do envelhecmento Restrição calórica alterando as vias de sinalização que influenciam o envelhecimento ou seja, ocorre a neutralização desse processo Redução da sinalização de IGF-1 (fator de crescimento do tipo insulina) - ↓ crescimento e metabolismo celular = redução de erros na replicação e melhor reparo do DNA Melhora a imunidade Inflamação persistente Indução de doenças crônicas Acumulo de células danificadas, lipídios e outras substâncias ativando a via dos inflamassomas causando uma inflamação persistente; Citocinas: podem induzir alterações celulares e exacerbar o envelhecimento Doenças: aterosclerose e diabetes tipo 2 Senescência replicativa | Encurtamento progressivo dos telômeros São sequências repetidas curtas do DNA presentes nas extremidades lineares dos cromossomos – CAPAS DE PROTEÇÃO; São importantes para garantir a replicação completa das extremidades dos cromossomos; Proteção da fusão e degradação; Se desgastam a cada ciclo de replicação do DNA Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe DNA telomérico e proteínas Se liga a proteínas que o protegem impedindo a ativação de uma resposta de lesão ao DNA Replicação e encurtamento Quando as células somáticas se replicam uma pequena parte do telômero não é duplicada, tornando os telômeros progressivamente mais curtos. DNA rompido e parada do ciclo celular A medida que os telômeros encurtam, as extremidades dos cromossomos NÃO podem ser protegidas e são percebidos como células com um DNA rompido Parada do ciclo celular: incapacidade de gerar novas células para substituir as danificadas. Manutenção do comprimento ENZIMA TELOMERASE: é um complexo de RNA-proteína especializado que usa seu próprio RNA como molde para adicionar nucleotídeos às extremidades dos cromossomos. “Retarda” o envelhecimento” Células germinativas Expressa a enzima Células tronco Baixo nível da enzima Células somáticas Ausência da enzima em sua maioria REPRESENTAÇÃO NO GRÁFICO: Corresponde a diminuição do comprimento dos telômeros em decorrência do ocorrência de divisões celulares. EXEMPLO DE DOENÇAS EM DECORRÊNCIA DO ENCURTAMENTO DOS TELÔMEROS: Fibrose pulmonar e anemia aplásica – são protótipos de “telomeropatias” Células somáticas Quanto mais divisões celulares mais perda de telômeros; Gera incapacidade de substituir células danificadas. Células tronco Tem perda de telômero muito mais lenta porém, pode acumular danos impactando no desencadeamento de algumas neoplasias no envelhecimento; O encurtamento contribui para a diminuição da sua capacidade regenerativa; Se mantem mais tempo viável podendo acumular outros tipos de mutações que não seja devido a telomerase. Se ela fica viável mais tempo ela fica mais tempo gerando danos. Células germinativas Possuem menor perda do telômero quando comparado as demais Células cancerosas Continua se dividindo e ocorre a estabilização da perda de telômeros (para de perder); Ocorre a imortalização replicativa Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Mecanismos de Lesões Celular Diminuição de oxigênio Estresse oxidativo Geração de radicais livres Lesões e doenças são provocadas por causas (agressões) diversas, processo no qual estão envolvidos fatores ambientais e suscetibilidade individual - vinculada ao patrimônio genético 1. Intensidade 2. Tempo de ação 3. Capacidade de reação do organismo: busca pela homeostase em vista à fatores agressores Determinação de consequência e condições do indivíduo Mecanismos Exógenos (do meio ambiente: agressão, patógeno, agente químico, exposição) e Endógenas (do próprio organismo). Muitas vezes os exógenos irão causar problemas endógenos e ambos colabora para a condição da doença e da patologia em geral. Amplificação de fatores endógenos potencializando o impacto no organismo Exemplo: exposição solar com alterações genéticas corroborando no aparecimento de doenças Nem toda lesão ou doença, possui uma causa conhecida. Doença ou lesão é denominada criptogenética (cripto: escondido), idiopática (idios: próprio) ou essencial. Danos no DNA e proteínas As células possuem mecanismos que reparam danos ao DNA, porém se o dano é muito grave para ser corrigido, a célula inicia um programa de suicídio que resulta em morte por apoptose. Exógenos Endógenos Componente de UV da luz solar Radiação ionizante natural ou utilizada na clínica Compostos químicos adicionados aos alimentos ou inalados – capacidade mutagênica implicando na expressão gênica EROS/ROS – fosforilação oxidativa: doenças endócrinas (DM); câncer, processos psicológicos; ↑ ROS Replicação – expressão gênica; danificação do DNA Transcrição – expressão gênica; danificação do DNA Doenças Fumar, beber, se alimentar mal, exposição UV, etc. impactam em alterações celulares. Mecanismos de reparo no DNA: BER (Reparo por excisão de bases); NER (reparo por excisão de nucleotídeos). Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Endonucleases: enzimas que possuem a capacidade de reconhecer locais danificados e após o seu reconhecimento ocorre a excisão por enzimas de restrição de bases ou nucleotídeos. Dessa forma, depende da gravidade e do que foi lesionado. BER: Bases NER: Nucleotídeos Existem bases e nucleotídeos “soltas” e, principalmente, fosfato e pentose no nosso organismo que contribuem para que ocorra esse processo. Problema maior: alteração de bases; Impactando na formação de aminoácidose tradução de proteínas. Algumas doenças afetam o sistema de reparo. 1. Transcrição: o RNA é sintetizado a partir do molde de DNA; 2. O RNA que carrega a informação codificada sob a forma de RNA mensageiro (RNAm) é transportado do núcleo para o citoplasma; 3. O RNA é decodificado e traduzido nos ribossomos, RNA ribossômico (RNAr); e a sua transferência ocorre pelo RNA de transferência (RNAt) que fornece a ligação molecular entre o código contido na sequência de bases de cada RNAm e a sequência de aminoácidos da proteína codificada por tal RNAm. Aminoácidos Proteínas Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe A reversibilidade ou não da lesão depende do tipo de agressão, da sua intensidade e duração e do tipo de células agredidas. É muito útil considerar quando a lesão se torna irreversível. Tipo, intensidade, duração, célula lesionada, etc. A relevância clínica essa questão é relacionada a traçar estratégias para prevenir que a lesão celular tenha consequências deletérias permanentes. Causas As agressões atuam por mecanismos muito diversos, sendo os mais conhecidos e importantes: Redução na disponibilidade de O2 às células Radicais livres, exemplo: ROS Anormalidades em ácidos nucleicos e proteínas Resposta imunitária alterada ou ineficiente Transtornos nutricionais e metabólicos Agentes físicos, químicos e biológicos (agentes infecciosos) Lesões e doenças causadas por distúrbios nutricionais Desafio clínico: O “ponto de não retorno” no qual a lesão se torna irreversível é ainda completamente indefinido, e não há correlação bioquímica ou morfológica indiscutível de irreversibilidade. Caracterização da irreversibilidade Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial (perda de fosforilação oxidativa e de geração de ATP); Alterações profundas na função da membrana – alterações na permeabilidade na membrana impactando no transporte de substâncias; Lesão das membranas lisossômicas (dissolução enzimática da célula lesada) impactando na destruição desenfreada devido a quantidade de enzimas liberadas - Necrose Célula Tecido órgão Sistemas Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Detecção Clínica Liberação de proteínas na corrente sanguínea sendo utilizada como marcadores. Sendo fundamental para a clínica. Por exemplo: perda de proteínas intracelulares após lesão da membrana celular. Contribuindo para identificação do tecido específico que foi lesionado. Detecção de lesão celular tecido-específica e necrose (soro sanguíneo Por exemplo: O músculo cardíaco contém uma isoforma específica da creatina-cinase e da proteína contrátil troponina; O fígado contém uma isoforma da enzima fosfatase alcalina; Os hepatócitos contêm transaminases. As proteínas identificada não era para aparecer na corrente sanguínea em situações de normalidade com isso, aparece em situações de lesões. Exemplo: identificação do infarto. Mensuração de biomarcadores - avaliação dos danos a esses tecidos e identificação do tipo patológico. Necrose: Morte celular por agentes que podem causar danos (tais como produtos químicos tóxicos ou lesão física). Apoptose: Célula estimulada para uma morte celular programada. Mecanismos de lesão celular ↓AtP 1. Depleção de ATP: falência das funções dependentes de energia → lesão reversível ou causar necrose 2. Danos mitocondriais: depleção de ATP → falência das funções celulares dependentes de energia → necrose; sob certas condições, a saída de proteínas mitocondriais - apoptose 3. Influxo de cálcio: ativação de enzimas que danificam os componentes celulares - apoptose 4. Acúmulo EROS: modificação covalente de proteínas, lipídios e ácidos nucleicos celulares 5. ↑ Permeabilidade das membranas: afeta (plasmática, lisossômicas e mitocondriais) – necrose. Teoria endossímbiótica Lesões | alteração da permeabilidade da membrana Acúmulo de DNA danificado e proteínas mal dobradas: apoptose Perda da permeabilidade seletiva da membrana: Pode evoluir para dano evidente da membrana característica da maioria das formas de lesão celular (exceto no processo de apoptose pois, ocorre a destruição da membrana) Toxinas microbianas Proteínas virais Agentes químicos e físicos Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Nas células isquêmicas, os defeitos de membrana são o resultado da depleção de ATP e da ativação cálcio mediada de fosfolipases (relação com influxo de cálcio e aumento da degradação de fosfolipídios) = ROMPIMENTO DA MEMBRANA. – Liberação de enzimas. Hipóxia, Anóxia e Isquemia 1. Hipóxia: Redução no fornecimento de O2 2. Anóxia: Interrupção do fornecimento de O2 3. Isquemia: Diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo - Dependendo da intensidade, duração da isquemia e da suscetibilidade das células à privação de O2 e nutrientes, as células degeneram ou morrem. Exemplo: Isquemia de pequena intensidade e curta duração, pode causar uma lesão reversível; se intensa e/ou prolongada, pode ocasionar a morte celular. Pode impactar em anóxia e/ou hipóxia. Hipóxia e anóxia têm grande interesse na prática médica, pois são responsáveis por grande número de doenças graves em vários órgãos (coração, encéfalo, rins, intestinos etc.), que constituem causa importante de morbidade e mortalidade. Hipóxia e isquemia. Hipóxia, se refere à deficiência de oxigênio, e isquemia, que significa redução do suprimento sanguíneo, estão entre as causas mais comuns de lesão celular. Ambas privam os tecidos de oxigênio, mas a isquemia, além disso, resulta em deficiência de nutrientes essenciais e acúmulo de metabólitos tóxicos. A causa mais comum de hipóxia é a isquemia resultante de uma obstrução arterial, mas a deficiência de oxigênio pode resultar também de uma oxigenação sanguínea inadequada, como ocorre em várias doenças que afetam o pulmão, ou da redução da capacidade de transporte de oxigênio sanguíneo, como com a anemia decorrente de qualquer causa e a intoxicação por monóxido de carbono (CO). Dessa forma, a deficiência de oxigênio leva à falha de muitas vias metabólicas dependentes de energia e, em última análise, à morte celular por necrose. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Isquemia é o tipo mais comum de agressão celular na medicina clínica - resulta a hipóxia. Mas, também pode resultar em anóxia ou as duas em conjunto. Fatores: Redução do fluxo sanguíneo - geralmente devido a uma obstrução mecânica arterial Redução da drenagem venosa – resultando em acúmulo. Ou seja, após o extravasamento e necessário que ocorra a drenagem e quando não, desencadeia o seu acúmulo. Ao contrário da hipóxia (produção de energia continua), a isquemia compromete o fornecimento de substratos para glicólise, reduzindo a geração de energia. Isquemia tende a causar lesão celular e tecidual mais rápida e intensa que a hipóxia Pressão de O2 Fosforilação Oxidativa Geração de ATP Alteração da bomba de Na+/K+ (Sódio e Potássio) Entrada de íons desbalanceada impactando em influxo e liberação de enzimas contribuindo para a destruição das células. Alterações na permeabilidade da membrana. Ocorre também influxo de cálcio, com seus muitos efeitos deletérios, geralmente, sinalização enzimas fosfolipases impactando na destruição da membrana; Perda progressiva de glicogênio e redução da síntese de proteínas – consequências funcionais graves. Por exemplo: o músculo cardíaco cessa sua contratilidade dentro de 60 segundos após a oclusão da artéria coronária. Mas a perda de contratilidade não significa morte celular. Se a hipóxia continua, a depleção ainda maior de ATP causará deteriorações adicionais. Observa-se o início do aparecimento dos sintomas. Adaptações | Em busca tentar se adaptar a agressão. Aceleração da glicólise: quebra da glicose para produção de ATP Aumento da captação de glicose – vias de captação para acelerar a glicólise Inibição da gliconeogênesee da síntese de ácidos graxos, triglicerídeos e de esteroides Ativação do HIF-1 (Fator induzível por hipóxia) - que induz a expressão gênica (codificam VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular - “criação de novos vasos”), síntese do NO (promove a vasodilatação), proteínas do choque térmico (HSP) e proteínas antiapoptóticas) – mecanismo compensatório ou seja, ir contra a obstrução em geral contribuem para a produção de novos vasos. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Lesões de Isquemia – Reperfusão Reperfusão é o termo utilizado para definir o restabelecimento do fluxo após um período de isquemia. É um processo benéfico. É uma tentativa de reverter o dano que está sendo causado nas células porém, pode intensificar a lesão quando não é eficiente. Sob certas circunstâncias, a restauração do fluxo para os tecidos isquêmicos, mas viáveis, resulta, paradoxalmente, no aumento da lesão celular. Este é o inverso do resultado esperado da restauração do fluxo sanguíneo, que normalmente resulta na recuperação de células lesionadas de forma reversível. A restauração do fluxo sanguíneo para os tecidos isquêmicos pode: Promover a recuperação de células (reversivelmente lesadas Exacerbar a lesão e causar morte celular Em certos casos, tecidos reperfundidos podem continuar perdendo células. Esse processo, denominado lesão de isquemia-reperfusão, é clinicamente importante porque contribui para o dano tecidual nos infartos do miocárdio e cerebral em seguida a terapias para restaurar o fluxo sanguíneo. Identificação da lesão e auxílio na terapêutica a fim de fazer com que o processo de reperfusão aconteça e que ela seja eficiente. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Como ocorre a lesão de reperfusão? Novos processos lesivos são desencadeados durante a reperfusão, causando a morte de células que, de outro modo, poderiam ter se recuperado. Por exemplo: Após infarto do miocárdio ou cerebral, são feitos procedimentos para restabelecer o fluxo sanguíneo, o que pode agravar as lesões. MECANISMOS | Desestruturação contribuindo para a piora da patologia Estresse oxidativo: Dano iniciado na reoxigenação (aumento da geração EROS e ERNS). Os mecanismos de defesa antioxidante estão comprometidos pela isquemia. Desbalanceamento das bombas de sódio e potássio: Captação de Ca++ pelas células anóxicas, em virtude da volta do fluxo sanguíneo Inflamação: A lesão isquêmica está associada com a inflamação. A inflamação provoca lesão tecidual adicional Ativação do sistema complemento: provoca mais lesão celular e inflamação Chegada súbita de plasma: produzindo choque osmótico nas células. Ambas contribuem para as vias de lesão. Uma nova lesão pode ser iniciada durante a reoxigenação devido ao aumento da geração de ROS. Algumas ROS podem ser geradas por células lesionadas com mitocôndrias danificadas que não conseguem realizar a completa redução do oxigênio e, ao mesmo tempo, mecanismos celulares de defesa antioxidante podem estar comprometidos pela isquemia, exacerbando a situação. As ROS geradas por leucócitos infiltrativos também podem contribuir para lesão de células danificadas vulneráveis. A inflamação induzida pela lesão isquêmica pode aumentar com a reperfusão devido ao aumento do influxo de leucócitos e proteínas plasmáticas. Os produtos de leucócitos ativados podem causar lesões teciduais adicionais. A ativação do sistema do complemento também pode contribuir para a lesão de isquemia-reperfusão. As proteínas de complemento podem se ligar aos tecidos lesionados, ou aos anticorpos depositados nos tecidos, e a subsequente ativação do complemento gera subprodutos que exacerbam a lesão celular e a inflamação. Lesões Químicas A lesão química permanece como um problema frequente na medicina clínica, e é a principal limitação à terapia com fármacos. Como muitos fármacos são metabolizados no fígado, este órgão é alvo frequente da toxicidade dos medicamentos. Existem outros órgãos como os rins, porém o fígado é o principal. Exemplo: utilização de fármacos para proteção hepática. A lesão hepatotóxica é talvez a razão mais frequente para a interrupção do uso terapêutico ou do desenvolvimento de um fármaco. É necessário trocar a terapia farmacológica devido à sobrecarga hepática. (Catabolismo e Anabolismo são feitos pelo fígado). O fármaco retorna para o circulação sanguínea e a partir de vias metabólicas ocorre a sua excreção (Farmacocinética). Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Ocorre uma sinalização de “estresse” hepático como forma de impedir a ocorrência de lesões mais graves. Não necessariamente ocorre destruição de hepatócitos, pode ser uma lesão reversível ou irreversível. Boa parte das doenças vão trabalhar com o agentes patológicos e a resposta interna, ou seja, os fatores endógenos e exógenos contribuem para ocorrência de transtornos multifatoriais. Toxicidade direta | Algumas substâncias químicas lesam células diretamente pela sua combinação com componentes moleculares críticos. O próprio agente químico em si (diretamente ou indiretamente) vai causar a lesão. Por exemplo: Envenenamento por cloreto de mercúrio - aumenta a permeabilidade da membrana impactando nos mecanismos de destruição e/ou lesão celular; Cianeto envenena a mitocôndria, inibindo, assim, a fosforilação oxidativa, impactando a formação de ATP – energia, para a célula. Interrompendo os processos dependentes de energia. Muitos agentes quimioterápicos antineoplásicos e antibióticos também provocam lesão celular – efeitos adversos. Afinidade específica pelo receptor e a chegada ao ponto especifico de onde tem que agir, impactando na mudança da atividade – inibição e ativação, de maneira agonista ou antagonista. Em grande maioria, ocorre efeito sistêmico no organismo. Conversão em metabólitos tóxicos | Causam lesão da membrana e lesão celular. Não a medicação em sí, mas os restos da metabolização daquele produto químico. E através do catabolismo e/ou anabolismo impacta na geração de matabólitos que podem ser tóxicos. É importante pesquisar sobre a medicação: barreiras, especificidade, características da doença, características das pessoas, dose, produto da metabolização para ser excretado, etc. Pois, pode-se ter o efeito primário da medicação porém, pode ocasionar o acúmulo de metabólitos tóxicos que vão causar efeitos negativos no organismo. Efeito de primeira passagem em decorrência de compatibilidade química: dependendo de onde a medicação via oral for absorvida no sistema digestivo pode passar pelo órgão metabolizador antes de chegar no local de ação impedindo o efeito da medicação. Por isso, alguns medicamentos são utilizados na forma de pró-remédio como forma de driblar a metabolização. Por exemplo: Tetracloreto de carbono (CCl4) - indústria de limpeza a seco; a metabolização é tóxica; Acetoaminofeno (analgésico) - convertido a produto tóxico durante a detoxificação pelo fígado Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Lesão Isquêmica e Tóxica Isquemia leve | Pouco duradoura – Reversível Fosforilação oxidativa reduzida → geração de ATP reduzida → falência da bombade Na → influxo de sódio e água → tumefação celular e das organelas. Isquemia intensa/prolongada | Irreversível Tumefação intensa da mitocôndria, influxo de cálcio para a mitocôndria e para dentro da célula, com rompimento dos lisossomos e da membrana plasmática. Morte por necrose e apoptose devido à liberação de citocromo c pela mitocôndria. Lesões por reperfusão Se seguem ao restabelecimento do fluxo sanguíneo dentro da área isquêmica, e são causadas por estresse oxidativo devido à liberação de radicais livres por leucócitos e células endoteliais. Lesão Química Os produtos químicos podem causar danos diretamente ou por conversão em metabólitos tóxicos. Os órgãos afetados são principalmente aqueles queestão envolvidos na absorção ou excreção de produtos químicos. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Radicais Livres O estresse oxidativo é induzido por ROS (Espécies Reativas de Oxigênio ou Radicais Livres). Os radicais livres são espécies químicas com um único elétron não pareado na órbita externa e são extremamente instáveis. Dessa forma, tentam “roubar” elétrons de compostos orgânicos e inorgânicos interrompendo o funcionamento celular homeostático - Ataque aos ácidos nucleicos, bem como uma variedade de proteínas celulares e lipídios. Sua liberação ocorre a partir de lesões químicas, radiação, hipóxia, envelhecimento celular, lesão tecidual causada por células inflamatórias e lesão por isquemia-reperfusão. Pode ocasionar o aparecimento de doenças; Pode levar a morte celular por necrose, apoptose ou pelo padrão misto de necroptose. Principais Radicais Livres Superóxido (-02) Peróxido de Hidrogênio (H2O2) – água oxigenada Radical hidroxila (-OH) Peroxinitrito (ONOO-) Espécies reativas de nitrogênio: NO, NADP. ↑ de Radicais Livres Absorção de radiação – Luz UV, raios X. Luz UV Raios X Hidrolise da água em radicais livres – Hidroxila OH e Hidrogênio H Metabolismo enzimático de produtos químicos exógenos Exemplo: Tetracloreto de carbono Conversão em metabólitos tóxicos Inflamação Leucócitos – principalmente neutrófilos e macrófagos Liberação de ROS para destruir os patógenos Reperfusão de tecidos isquêmicos Leucócitos e células endoteliais ROS Fatores fisiológicos que ↑ de Radicais Livres Mitocôndria (Cadeia transportadora de Elétrons); Peroxissomos; Lipogenases, NADPH oxidase, Reações enzimáticas (Citocromo P450, xantina oxidase, síntese de prostaglandinas). Citocromo P450 Oxida um grande número de substâncias para torná-las mais polares e hidrossolúveis liberando ROS – presente no fígado e intestino delgado. Xantina oxidase Catalisa a oxidação de hipoxantina para xantina ou ácido úrico; contribui para o influxo de cálcio e liberação de superóxido –O2 Síntese de prostaglandinas Contribuem para a resposta inflamatória do sistema imune – aumentam a permeabilidade capilar, possuem o poder da quimiotaxia (atraindo por exemplo, macrófagos). Peroxissoma São responsáveis pelo armazenamento de enzimas que catalisam o peróxido de hidrogênio: O2 H2O2 Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Lesões Celulares | causadas por Espécies Reativas de Oxigênio - Ataques no organismo: DNA; lipídios; proteína de canal; ou instabilidade na membrana. Peroxidação lipídica das membranas Ligações duplas em lipídios poli-insaturados da membrana – Podem sofrer ataques de ROS Produção de peróxido – instáveis e reativos Causam danos nas membranas plasmáticas e nas membranas lisossômicas. Ligações cruzadas e outras alterações nas proteínas Os ROS promovem uma ligação cruzada das proteínas mediado por sulfidrila – Degradação ou perda da atividade enzimática Degradação direta - Fragmentação do polipeptídio Proteínas mal dobradas – Desencadeia a resposta à proteína mal dobrada Danos no DNA – nuclear e mitocondrial Quebra de filamentos simples que contenham timina Impacto em morte celular por apoptose, envelhecimento celular e transformação em células cancerígenas Lesão celular ↑ ROS Morte de microrganismos ↑ ROS Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Importante! Baixas concentrações de ROS estão envolvidas em inúmeras vias de sinalização celular e, portanto, em muitas reações fisiológicas. Dessa forma, estas moléculas são produzidas normalmente, mas, para evitar os seus efeitos nocivos, as suas concentrações intracelulares são fortemente reguladas nas células saudáveis. Proteínas mal dobradas Proteínas não dobradas ou anormalmente dobradas se acumulam no RE: Ativação da resposta a proteína não dobrada – ↑ chaperonas no RE ↓ tradução de proteínas Os polipeptídios mal dobrados são ubiquitinados (envolvimento de enzimas - ubiquitinas, e gasto de ATP para o desdobramento de proteínas) e direcionados para a proteólise; Quando uma grande quantidade de proteínas mal dobradas se acumulam ativa a apoptose pela via mitocondrial (intrínseca) – Ativação de sensores pró-apoptóticos (BH3) e consequentemente, a ativação das caspases. Perda da atividade e rápida degradação – podem contribuir para a perda de função. Se for uma função essencial ocorre lesão celular. Exemplo de doença – Fibrose Cística; Associação com o envelhecimento celular: diminuição da capacidade de corrigir dobramentos; Aparecimento de doenças – principalmente, neurodegenerativas: Alzheimer, doença de Huntington e doença de Parkinson, e também pode constituir a base do diabetes tipo 2 Infecções – principalmente virais: o aumento da síntese de proteínas microbianas além da capacidade celular impactando no aumento da demanda; Hipóxia e isquêmia – contribuem para o aumento de proteínas mal dobradas. Mecanismos para remoção de radicais livres | minimização de efeitos nocivos 1. Podem se decompor espontaneamente pois, são moléculas instáveis; 2. A partir de sistemas não enzimáticos e enzimáticos causando a inativação de radicais livres. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Defesa primária: (SOD) Superóxido desmutase (CAT) Catalase (GPx) Glutationa Peroxidase Ação da superóxido dismutase (SOD): ↑ da taxa de decomposição do superóxido (-02); As glutationa-peroxidases (GSH) – enzimas: protege as células das lesões oxidativas. A enzima GSH peroxidase I é a mais abundante no citoplasma de todas as células; É responsável por catalisar (aumentar a velocidade da reação) a degradação de H2O2. 2GSH + H2O2 GS-SG + 2H2O Catalase presente nos peroxissomas: Catalisa a decomposição do peróxido de hidrogênio em milhões de moléculas por segundo. 2H2O2 O2 + 2H2O Defesa secundária: Os antioxidantes endógenos ou exógenos: bloqueiam a formação de radicais livres ou atuam os estabilizando a partir da doação de um elétron. Endógenos Coenzimas – CoQ Glutationa Agente quelante – Proteínas Minerais - Fe; Cu; Zn; Mn Cofatores Ácido Lipóico Exógenos Vitamina E Vitamina A Vitamina C β-caroteno Vitamina T Selênio IMPACTO DOS RADICAIS LIVRES NO ORGANISMO: Peroxidação de lipídios: Lesão de membrana celular; Peroxidação de proteínas: provocam mudanças conformacionais – alteração de função (exemplo: sítio ativo de enzimas), alteração estrutural ou indução da sua degradação; Ácidos nucleicos: no DNA pode impactar em mutações e danos; Lesão de hepatócitos: provocado por agendes quimiotóxicos – Redução de danos com antioxidantes ou por inibição do sistema Citocromo P450. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe Questões para Estudo 1. Descreve o processo de autofagia, destacando em quais situações as células o realiza e qual a relação do genes Atgs com a formação do autofagossomo. A autofagia, consiste em um mecanismo que a célula possui para a sobrevivência utilizando de respostas adaptativas, reciclagem e/ou reparo. E é caracterizada por "comer a si mesmo". Dessa maneira, em condições adversas ou ruins para a célula ela ativa mecanismos para driblar a situação. Pode ocorre em células atróficas privadas de nutrientes, quando ocorre a depleção de fatores de crescimento, tentativa de renovação celular (substituição de organelas), em situações de estresse celular, na remoção de agregados celulares e eliminação de patógenos intracelulares. Os genes Atgs são primordiais para a sinalização no citoplasma - reconhecimento e formação, e atuam em duas etapas: na indução, para a formação do autofagossomo (vacúolo autofágico com dupla membrana) sendo responsável pelo englobamento de organelas, patógenos, etc. e na fusão do autofagossomo com o lisossomo (autofagolisossomos) contribuindo para digestão enzimáticado conteúdo englobado, ocorrendo assim, a degradação e reciclagem. 2. Dependendo da forma que o material citoplasmático é entregue, a autofagia pode ser classificada em 3 tipos: microautofagia, macroautofagia e autofagia mediada por chaperonas. Destaque a diferença entre cada uma delas. - MACROAUTOFAGIA: consiste no processo básico onde ocorre o sequestro e transporte de porções do citoplasma para dentro de um vacúolo autofágico (endossomo) revestido por dupla membrana (autofagossomo) e em seguida, ocorre a fusão com o lisossomo (forma-se o autofagolisossomo) onde ocorre a digestão enzimática do conteúdo englobado). - MICROAUTOFAGIA: é um processo mais simples onde ocorre o englobamento a partir de uma invaginação no próprio lisossomo seguido da sua degradação enzimática dessa forma, não há formação do autofagossomo nem do autofagolisossomo. - AUTOFAGIA MEDIADA POR CHAPERONAS: é parecido com a microautofagia porém não ocorre a formação do autofagossomo e nem do autofagolisossomo. Neste processo, as chaperonas são proteínas que auxiliam a ação do lisossomo contribuindo para a "captura" do dano (organela, patógeno, etc.) e libera no interior do lisossomo através de uma proteínas de canal contribuindo para a degradação enzimática. É um mecanismo que torna a autofagia mais específica. 3. Considere a imagem abaixo destacando os mecanismos de causa e combate ao envelhecimento celular. Explique por que danos ao DNA, senescência replicativa e danos às proteínas são considerados mecanismos de causa do envelhecimento celular. Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe O envelhecimento celular consiste no declínio progressivo do tempo de vida e da capacidade funcional das células sendo considerado um processo natural porém, danos ao DNA, senescência replicativa e danos às proteínas são “potencializadores” desse processo. Com isso, exposição a agentes carginógenos contribuem para a liberação de espécies reativas de oxigênios (ERO ou ROS) culminando em danos ao DNA estes que, podem se acumular e contribuir para a ocorrência de mutações e, consequentemente, o comprometimento das atividades funcionais das células, principalmente, se não houver eficácia nos mecanismos de reparo. Além disso, as células em geral (exceto as células-tronco) possuem quantidade limitada de capacidade replicativa e após isso, entram em estado de senescência celular - caracterizada pelo encurtamento dos telômeros. Os telômeros são encontrados nas extremidades dos cromossomos e contribuem para a formação de uma “capa de proteção” porém, são perdidos pequenas porções a cada replicação. Dessa maneira, a diminuição da capacidade de replicação contribui para a perda celular. E às proteínas, estas que estão presentes em inúmeras funções e estruturas celulares desse modo, a diminuição de proteínas e a indução de proteínas danificadas (por exemplo: proteínas mal dobradas) no organismo impactam em alterações funcionais, estruturais ou na degradação contribuindo para a perda da homeostasia, redução da função celular, podendo também levar a ativação da via apoptótica, principalmente, quando ocorre o acúmulo de proteínas mal dobradas. 4. Diferencie patologicamente lesões celulares reversíveis e irreversíveis. As lesões celulares são caracterizadas a partir da: intensidade, tempo de ação, capacidade de reação do organismo, o tipo de célula agredida, etc. São desencadeadas por fatores exógenos (meio ambiente, patógenos, agentes químicos e exposição) e/ou endógenos (do próprio organismo). E a partir disso é possível evidenciar a reversibilidade ou não de uma lesão. Quando o estímulo é prejudicial leve e por tempo determinado ocasiona lesões reversíveis fazendo com que a célula possa se recuperar e voltar a sua homeostase ou se adaptar após a remoção do estímulo. E quando é intenso, progressivo e permanece por um longo período ocasiona lesões irreversíveis levando a morte celular por apoptose ou necrose. Algumas características podem ser observada quando as lesões são irreversíveis dentre elas destaca-se a disfunção mitocondrial (perda da fosforilação oxidativa e da geração de ATP), Bárbara Lorena | Medicina T4 - Funepe alterações da membrana (por exemplo: a permeabilidade impactando na alteração do transporte de substâncias pela bomba de sódio e potássio e também o influxo de cálcio) e lesão de membranas lisossômicas impactando em destruição desenfreada em decorrência da liberação de enzimas degradantes. E a partir disso, pode-se utilizar a mensuração de biomarcadores para avaliação dos danos – tecido lesionado e identificação do tipo patológico. Exemplo: lesão do músculo cardíaco observa-se creatina-cinase e troponina. 5. Descreva os mecanismos celulares alterados em quadros de lesões isquêmicas. A lesão isquêmica é caracterizada pela diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo e da drenagem venosa contribuindo para a privação de oxigênio e nutrientes. É observado a diminuição de oxigênio impactando na diminuição da fosforilação oxidativa e, consequentemente, na geração de ATP (energia celular), contribuindo para alterações na permeabilidade da membrana, alteração na bomba de sódio e potássio contribuindo para o influxo de cálcio culminando em efeitos deletérios como a destruição da membrana em decorrência da ativação de enzimas fosfolipases, perda progressiva de glicogênio (via alternativa anaeróbia de energia que contribui para o aumento de ácido lático, diminuição do pH e aumento de ROS potencializando a lesão) e redução da síntese de proteínas. 6. Descreva como ocorre e os mecanismos envolvidos nas lesões celulares causadas pela reperfusão do tecido isquêmico. A reperfusão consiste na tentativa reverter o dano causado pela lesão isquêmica que busca reestabelecer o fluxo sanguíneo porém, pode intensificar a lesão quando não é eficiente. Dessa maneira, pode aumentar a lesão em decorrência da reoxigenação impactando no aumento da geração de EROs (espécies reativas de oxigênio) culminando em estresse oxidativo pois, os mecanismos de defesa antioxidante podem estar comprometidos, seguido pelo influxo de cálcio em decorrência da alteração da permeabilidade da membrana plasmática devido ao desbalanceamento das bombas de sódio e potássio ocasionando a perda de fosfolipídios pelas enzimas fosfolipases e a ativação de proteases causando danos ao citoesqueleto. Além disso, observa-se o aumento da inflamação e a ativação do sistema complemento e, consequentemente, provocando ainda mais danos celulares e também a chegada súbita de plasma produzindo choque osmótico nas células.
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