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Geovanna Alves de Sousa Pereira AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: ABUSO SEXUAL INFANTIL, NO CONTEXTO, INTRAFAMILIAR (Paciente 04) Uberlândia-MG 2020-2 Geovanna Alves de Sousa Pereira AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: ABUSO SEXUAL INFANTIL, NO CONTEXTO, INTRAFAMILIAR (Paciente 04) Trabalho apresentado ao professor Filipe Silva Castro do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) como requisito para obtenção de conhecimento e experiência de planejamento para uma avaliação psicológica na matéria Técnicas de exame e avaliação psicológica I no curso de Psicologia. Orientador: Filipe Silva Castro. Uberlândia-MG 2020-2 SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA…………………….................01 e 02 2. ABUSO SEXUAL NO CONTEXTO INTRAFAMILIAR….................................03 à 16 2.1. Possíveis alterações vinculadas ao abuso sexual: cognitivas, afetivas, sociais e orgânicas…………………………..….......................................…….04 2.2. Relação entre a ansiedade e o abuso sexual ………….......……….04 e 05 2.3. Conceituação e relação entre automutilação e suicídio …..................…05 2.4. Visão diagnóstica a partir do abuso sexual: Síndro Conectora de Segredo e Adição, Transtornos Depressivos, Transtornos de Estresse Pós-Traumático (TETP), Transtornos Alimentares e Transtono Obsessivo-Compulsivo………........................................................……05 à 08 2.5. A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Depressivos……………………………….................................………….09 à 12 2.6. A avaliação psicologica direcionada ao tratamento de Transtornos de Estresse Pós-Traumático …………………………..............................…12 e 13 2.7. A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Alimentares………………………………………........…………………….14 e 15 2.8. A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Obsessivos-Compulsivo.........................................................................15 e 16 3. ESTUDO DE CASO…………………............…………...............……………...17 à 24 3.1. Demanda………………………………………........………………..………20 3.2. Hipóteses…….….……………………………................………………..…20 3.3. Objetivo………………………………………...............................…..21 e 22 3.4. Planejamento de avaliação……….......................................……….22 à 24 4. CONCLUSÃO……………………………………..........……….………………………25 5. REFERÊNCIAS………………………………….......….……………………...…26 à 35 6. ANEXOS…………………………………………..................………………....…36 à 42 6.1. Anexo 1: Análise breve a partir da relação entre os sintomas e critérios diagnóticos para Transtornos Depressivos............................................37 e 38 6.2. Anexo 2: Análise breve a partir da relação entre os sintomas e critérios diagnóticos para Transtornos de Estresse Pós-Traumático...................39 e 40 6.3. Anexo 3: Análise breve a partir da relação entre os sintomas e critérios diagnóticos para Transtornos Alimentares.............................................40 e 41 6.4. Anexo 4: Análise breve a partir da relação entre os sintomas e critérios diagnóticos para Transtornos de Obsessivos-Compulsivos...................41 e 42 1 1- INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: Na construção de conhecimento psicológico as diversas áreas têm buscado explicar fins e tendências das condutas humana. A avaliação psicológica constituiu-se como uma subárea do saber psicológico (Alchieri e Cruz, 2003), sendo, atualmente, uma função privativa do Psicólogo e como tal se encontra no Art. 13 da lei 4.119/62. Apesar da avaliação psicológica ser uma das áreas mais antigas da psicologia, no Brasil, a história da mesma se entrelaça com a história da psicologia, a qual tem seu primeiro marco em 1911. O laboratório pioneiro que desenvolvia pesquisas na área da avaliação psicológica foi fundado em 1907 e, em 1924, Medeiros Costa publicou o primeiro livro sobre testes psicológicos no país (Gomes, 2009; Hutz & Bandeira 2003). A avaliação psicológica se trata de um processo flexível, não-padronizado e, geralmente, complexo, que tem por objetivo chegar a uma determinação sustentada a respeito de uma ou mais questões psicológicas através da coleta, avaliação e análise de dados apropriados ao objetivo em questão (Maloney e Ward, 1976). Essas questões psicológicas podem envolver o funcionamento intelectual, as características da personalidade, a aptidão para desempenhar uma ou um conjunto de tarefas, entre outras possibilidades. Comumente, a expressão testagem psicológica é usada como um sinônimo de avaliação psicológica. Vale ressaltar que neste trabalho será abordada a testagem psicológica como uma parte da avaliação psicológica, ou seja, como um procedimento de exames, o qual é compreendido como um procedimento sistemático e tecnicamente organizado em torno de instrumentos de testagem para coletar amostras de comportamento relevantes para o funcionamento cognitivo, afetivo ou interpessoal e responder a uma demanda específica de uma pessoa ou grupo de acordo com as normas, o mesmo é elaborado a partir de uma amostra cuidadosamente escolhida, além de ter o valor diagnóstico ou preditivo e ter a capacidade de medir potencialidades. (ANASTASI E URBINA, 2000, 2014 p.2) Ao ser colocado o conceito de avaliação em comparação com a testagem psicológica, é possível concluir que a avaliação psicológica possui um grau maior de complexidade por envolver vários procedimentos, como a entrevista, a observação e a testagem, demanda um tempo mais longo, podendo variar entre horas ou dias, tem como fonte de dados colaterais, como pessoas próximas ao sujeito em avaliação, 2 além do mesmo, tem o foco ideográfico, ou seja, direcionado a singularidade de um determinado indivíduo, grupo ou situação, além de demandar subjetividade, na forma de julgamento clinico. Enquanto a testagem psicológica, possui um grau de complexidade menor por se tratar de um procedimento uniforme, frequentemente, unidimensional, possui um tempo mais curto de duração, o qual é normatizado de acordo com cada teste, tem como fonte de dados o sujeito em avaliação, o foco é determinado como nomotético, ou seja, o resultado é obtido a partir da comparação do sujeito com a média de outras pessoas e ao invés de subjetividade, como é necessário no processo de avaliação, aqui se ressalta a importância da objetividade e quantificação. O plano de avaliação é estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais, definindo-se não só quais os instrumentos necessários, mas como e quando utilizá-los. Pois, se aplicados com um objetivo definido para fornecer respostas a específicas perguntas ou testar certas hipóteses se tornam ainda mais eficientes. Com isso, o planejamento e realização da avaliação psicológica se inicia com a formulação das perguntas básicas como, idade, escolaridade, experiências anteriores, vivência urbana ou rural e condições físicas gerais , que resultará na obtenção de dados importantes os quais serão associados com as informações clínica, da história pessoal ou com outras, assim a partir das hipóteses iniciais será possível traçar um objetivo inicial para que assim permita uma seleção, uma integração e determinação do nível de inferências que deve ser alcançado. Em relação a testagem de teste, é necessário que o instrumento psicológico escolhido tenha sido avaliado, em questão de sua qualidade técnico-científica, e verificado, de forma objetiva a partir de um conjunto de requisitos técnicos demandado pelo órgão responsável por esta avaliação, o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATESPI), como a padronização, validade e fidedignidade. 3 2- ABUSO SEXUAL NO CONTEXTO INTRAFAMILIAR: De acordo com o Ministérioda Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em 2019, de 159 mil registros feitos pelo Disque Direitos Humanos, 86,6 mil são de violações de crianças ou adolescentes, em comparação com o ano de 2018, houve um aumento de quase 14%. Em relação a violência sexual, apresenta 17 mil ocorrências, o que corresponde a 11%, referente ao mesmo grupo já citado. Em 2018, apresentou uma queda de apenas 0,3%, o que manteve o número, praticamente, estável. A partir do levantamento da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), foi possível concluir que a violência sexual acontece, em 73% dos casos, na casa da própria vítima ou do suspeito, e é cometida por pai ou padrasto em 40% das denúncias. Segundo o Conselho de Prevenção contra o Abuso Infantil da Organização Mundial da Saúde, o abuso ou maus-tratos direcionado à criança aborda, em geral, todas as formas de tratamento insalubre físico e/ou emocional, abuso sexual, negligência, exploração, seja de forma comercial ou outras, tendo consequências prejudiciais reais ou potenciais para a saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança no contexto de responsabilidade, confiança ou poder. “A pedofilia é o termo utilizado para a repetição compulsiva desta prática, a qual consiste num distúrbio de conduta sexual, psicopatológica, perversão sexual com caráter obsessivo e compulsivo, que é considerada um fenómeno universal, na qual adultos apresentam uma atração sexual, exclusiva ou não, por crianças e adolescentes (Araújo, 2004) e diferencia-se do abuso sexual de crianças. Trata-se de uma perturbação parafilica passível de ser diagnosticada que afirmam de forma livre está paralifia, assim como é possível indivíduos que negam veementemente qualquer atração sexual por crianças. Enquanto o abuso sexual, é um imbróglio muito decorrente no âmbito hodierno, refletindo na sociedade como um afligimento de relevância incontestável, configurada como uma problemática de cunho mundial, e tem como resultado consequências graves para a vítima conviver confortavelmente em sociedade, o qual “inclui prática de atividades sexuais que envolvem contato físico, como beijo inapropriados ou com boca aberta, carícias no seios ou genitais, masturbação, sexo oral e penetração com os dedos ou pênis. (SANDERSON, 2005, p.16)”.” Destarte, é incontrovertível que essa violência dificulta o desenvolvimento psicológico da vítima, principalmente no contexto intrafamiliar ou envolvendo parentes que vivem no mesmo espaço em comum, visto que a infância é uma fase onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, a qual envolve graduais alterações no comportamento e na constituição da sua personalidade. O abuso sexual infantil é um fenômeno de natureza social, influenciado 4 fortemente pela cultura e de difícil definição. As atitudes e crenças relacionadas às crianças e os padrões de cuidado com os filhos mudaram sensivelmente ao longo do tempo (LIMA,2009 APUD MELO Et. Al, 2015). Com base nisto, é possível afirmar que quando mais cedo houver uma intervenção em algum tipo de abuso, maior a probabilidade de se realizar um tratamento eficiente para que futuramente não seja desenvolvidos problemas mentais ou físicos. 2.1- Possíveis alterações vinculadas ao abuso sexual: cognitivas, afetivas, sociais e orgânicas: O desenvolvimento de um transtorno mental nunca deve ser visto como um evento isolado, pois os transtornos mentais são atribuídos multifatoriais. Da mesma forma que negligência vivenciados em tenras etapas no desenvolvimento também se constituem em fatores de grande impacto para a vida adulta (Sanders et at., 2015) Os indicadores psicológicos de abuso sexual são a ansiedade, a depressão, a baixa autoestima, ataques de pânico, sentimentos de desânimo e impotência, sentimentos de insegurança e desconfiança relativamente aos adultos em geral, o isolamento social, a ambivalência afetiva, a mentira compulsiva, a redução do rendimento escolar, comportamentos agressivos, comportamentos de violência autodirigida, ideação e/ou tentativas de suicídio e alterações de natureza psicossomática (Finkelhor & Brown, 1986; Kendall et al., 2001). 2.2- Relação entre ansiedade e o abuso sexual: “A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizada "pela preocupação excessiva (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional)”.” De acordo com Solomon (2013) a violência sexual tem como consequência danos permanentes na vida da vítima, não resultando apenas em cicatrizes, mas profundas feridas abertas. Corrobora-se a partir do estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na área médica, sobre a "Associação entre depressão na vida adulta e trauma psicológico na infância", o qual teve a verificação sucedida da relação entre estes aspectos. 5 “O trauma além de permanecer na consciência e no inconsciente, também consiste no corpo, disponível para se manifestar a partir de gatilhos que desencadeie a dor da vivência do trauma. "A tentativa de suicídio é um dos motivos que ilustra nitidamente a gravidade de sua vivência, sendo decorrentes de estados depressivos graves (LAMOUR, 1997)”." 2.3- Conceituação e relação entre automutilação e suicídio: As estatísticas da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2003) resultam em dados alarmantes que estimam para as próximas duas décadas um aumento tão vertiginoso para o número de novos deprimidos que em 2020 a depressão representará a segunda afecção que mais perpassará os anos de vida útil da população mundial, podendo mesmo até ultrapassar o número de afetados por doenças cardiovasculares. Para Barbosa, Macedo & Silveira(2011) o suicídio é a resolução para uma história de muito sofrimento, de um quadro depressivo, um ato de desespero ou insanidade. Na depressão, é comum a presença de pensamentos suicidas, mas é possível afirmar que nem todos os casos de suicídio possuem uma relação com a depressão, porém a partir do desenvolvimento da patologia aumenta as chances da pessoa pensar em tirar sua própria vida. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a segunda principal causa de morte. Em casos mais extremos, pode ocorrer a prática de automutilação, que também pode levar à morte. "Em resposta ao aumento da autolesão e suicídio entre jovens e, em especial, na internet, algumas mídias sociais têm atuado para combater essa problemática. Recentemente o Instagram anunciou medidas que impedem imagens de automutilação em sua plataforma (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019). O Facebook, que é proprietário do Instagram, tem utilizado recursos de inteligência artificial na busca de identificar pessoas com potencial tendência à prática de tentativa de suicídio ou automutilação (SPRINGER LINK, 2018). Esse recurso consiste em detectar posts nos quais a pessoa demostre estar precisando de ajuda a fim de atuar de forma preventiva. O Twitter também tem atuado nessa linha. Ao observar usuários que busquem conteúdos sobre suicídio ou automutilação, a plataforma os redireciona para a página com informações sobre o CVV (GAUCHAZH, 2018). Embora cada vez mais as plataformas de internet se preocupem com o tema do suicídio e da automutilação, em especial entre os jovens, ainda se registram vídeos de incentivo a essas práticas, isto é, em que crianças e adolescentes são ensinados a se automutilarem (PAIS E FILHOS, 2019)." 2.4- Visão diagnóstica a partir do abuso sexual: Síndrome Conectora de Segredo e Adição, Transtornos Depressivos, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtornos Alimentares e Transtorno Obsessivo-Compulsivo: Para Funiss (1993), o abuso sexual intrafamiliar pode ser considerado como uma 6 "Síndrome Conectora de Segredo e Adição", a qual é intensificada por meio de punições, reforço positivo pormeio de recompensas e promessas, além da garantia de silêncio introduzidas pelo abusador, bem como pela negligência e negação da família em "escutar" as tentativas da criança em comunicar ou descobrir, por meio de marcas físicas e observação na alteração de humor e personalidade. "A síndrome de adição, por sua vez, envolve a crescente intensidade das diferentes formas de abuso sexual, em geral, num primeiro momento, mais leves, como carícias no corpo da criança, até, num segundo momento, o abuso sexual com intercurso completo. Portanto, o abuso sexual envolve atividades que objetivam a gratificação das demandas e desejos sexuais do abusador, de modo a incluir o elemento intencional e repetitivo (Furniss, 1993). “Fatores externos à família também contribuem para que o abuso sexual não seja interrompido. Estes fatores estão relacionados com a relutância de alguns profissionais da saúde e da educação em reconhecer e denunciar o abuso, bem como a insistência dos tribunais por regras estritas de comprovação do abuso para a proteção da vítima e para a penalização do agressor.” Vale ressaltar que os transtornos depressivos são caracterizados pela predominância da tristeza suficientemente grave ou persistente capaz de interferir no funcionamento do organismo, além desses sintomas, há uma diminuição brusca no interesse ou o prazer em atividades que um dia já foram comuns no dia-a-dia, afastamento ou isolamento de atividades sociais, baixo rendimento escolar, problemas alimentares, insônia e distúrbios de sono, baixa autoestima ou sensação de culpa, abuso de álcool e/ou drogas, ansiedade ou medos e inquietação ou irritabilidade. É uma patologia de origem multifatorial, a qual pode envolver fatores hereditários, alterações no funcionamento de neurotransmissores, alterações da função neuroendócrina e fatores psicossociais. “Ademais, estudos indicam que o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é o quadro psicopatológico mais associado ao abuso contra crianças e adolescentes (Ruggiero, McLeer & Dixon, 2000; Runyon & Kenny, 2002). De modo geral, o TEPT, por definição, envolve a exposição a um evento estressor traumático, ao qual a vítima reage com intenso conteúdo emocional, relacionado a dor, pavor, medo e terror (Post et al., 1998). Considera-se um evento traumático, quando se trata de "uma situação experimentada, testemunhada ou confrontada, na qual houve ameaça à vida ou à integridade física de si próprio ou de pessoas a ele afetivamente ligadas” (Câmara Filho & Sougey, 2001, p. 222).” 7 Assim o abuso sexual é considerado como um trauma e, ser um fator relevante associado ao desenvolvimento do TEPT. “Adicionalmente, um estudo de metaanálise dos efeitos do abuso sexual infantil revelou que as crianças abusadas sexualmente têm um risco aumentado em 20% para o desenvolvimento de TEPT, de 21% para depressão e suicídio, de 14% para comportamento sexual promíscuo, de 8% para a manutenção do ciclo de violência e de 10% para déficits no rendimento escolar (Paolucci et al., 2001). Ademais, estudos apontaram a prevalência de 30% e 40%, respectivamente, de sintomas de dissociação e TEPT (Collin-Vézina & Hébert, 2005), em meninas vítimas de abuso sexual. Alta prevalência de ansiedade, depressão, TEPT e do transtorno de personalidade borderline foi encontrada em mulheres que sofreram abuso sexual na infância (GrassiOliveira, 2005; MacMillan et al., 2001). Este dado revela que as seqüelas desse ato podem persistir ao longo da adolescência e da vida adulta.” Além dos transtornos já citados, vários autores consideram positiva a correlação entre o abuso sexual e a etiopatogenia dos transtornos alimentares (Baldo, Wallace, & O’Halloran, 1996; Everill & Waller, 1995; Fleming, Mullen, Sibthorpe, & Bammer, 1999; Striegel-Moore et al., 2002). Embora esses estudos utilizem diferentes metodologias e apresentem resultados variados, todos apontam um alto índice de bulimia nervosa em mulheres com história de abuso na infância, incluindo-se aí experiências de incesto (Hall, Tice, Beresford, Wooley, & Hall, 1989). Os transtornos alimentares mais populares são, classicamente, a Anorexia Nervosa (NA) e a Bulimia Nervosa (BN). Respectivamente, trata-se da “recusa em manter o peso corporal dentro do mínimo esperado para a idade e a altura, medo intenso de engordar ou de se tornar obesa (mesmo apresentando déficit e desnutrição), distorção da imagem corporal ou negação da gravidade da condição nutricional, amenorreia primária ou secundária. De acordo com o tipo de comportamento alimentar, a AN pode ser classificada em dois subtipos, restritivo e purgativo. A bulimia nervosa é uma síndrome caracterizada pela alternância entre períodos de restrição alimentar, episódios de ingestões copiosas, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos, inibidores de apetite, enemas, jejum e exercício excessivo. Estes episódios são geralmente motivados pelo temor intenso da obesidade e pela preocupação exagerada e persistente em relação à forma e ao peso corporal (American Psychiatric Association, 2003)”. Na maioria dos transtornos, a psicoterapia é o tratamento mais recomendado. Em alguns casos, apenas o procedimento psicoterapêutico é o suficiente, porém, trata-se de um processo de médio a longo prazos. Isto se explica, pelo fato dos problemas, 8 que estão sendo enfrentados, são trabalhados de forma profunda e em conjunto do psicoterapeuta, permitindo assim o entendimento dos fatores desencadeantes do transtorno desenvolvido, o conhecimento de identificar e fazer mudanças em comportamentos ou pensamentos distorcidos ou negativos, exploração de relacionamentos e experiências, entre outros processos, podendo envolver o cognitivo, emocional e orgânico. Porém, em casos mais graves, pode ser necessária a medicação prescrita por um médico. O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno de ansiedade de origem multifatorial, caracterizada por obsessões e compulsões, as quais podem existir isoladas ou concomitantemente. Respectivamente, trata-se da presença de pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados em algum momento durante a perturbação, como intrusivos, indesejáveis e que causam acentuada ansiedade ou desconforto, na maioria dos indivíduos, os quais tentam ignorar estes ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação com o objetivo de prevenir ou reduzir ansiedade ou desconforto. Entretanto, esses comportamentos ou atos mentais ou não são conectados de uma forma realística com o que pretendem neutralizar ou prevenir são claramente excessivos. Enquanto, compulsões são definidas pela presença de comportamentos repetitivos ou atos mentais que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com as regras que devem ser aplicadas. Segundo um estudo comunitário realizado nos Estados Unidos, indivíduos abusados sexualmente na infância eram cinco vezes mais suscetíveis a desenvolver o TOC, em comparação a indivíduos que não sofreram abuso. O tratamento para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, assim como os outros, envolve o processo psicoterapêutico e, dependente da necessidade e nível de gravidade, é recomendado o uso de medicamentos. Entre as medicações, como primeira opção são utilizados os inibidores de recaptação da serotonina, como a fluoxetina, a fluvoxamina, a sertralinas, além dos antidepressivos do grupo dos triciclos, que também podem ser úteis, por exemplo, a clomipramina. 2.5- A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Depressivos: 9 A depressão, por se tratar de uma doença incapacitante e que prejudica, em diversos âmbitos, a sociedade, em geral, deve ser avaliada de forma precisa e cautelosa, considerando seus diferentes níveis. Assim, será possível a realização de tratamentoseficientes e adequados às características de cada pessoa. A avaliação da depressão como traço e estado são complementares (Campos, 2006, 2011) devido ao pressuposto de que o traço depressivo tem a possibilidade de variação alta, cujos extremos podem significar variados níveis de quadros clínicos depressivos, a partir do pensamento de um traço relativamente estável, têm-se a avaliação do que poderia ser considerado uma dimensão normal da personalidade. Com isso, ao estudar o traço e os sintomas depressivos, alcança-se resultados que variam em relação a cronicidade, estabilidade e frequência com que determinadas características são exibidas. Pensando desta forma, este trabalho tem como um dos objetivos, a estruturação de uma avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Depressivos, Transtornos Alimentares e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) Neste tópico, será apresentado formas de avaliação psicológica, com enfoque em testes psicológicos, porém no decorrer do trabalho será exposto técnicas e planejamentos, em relação aos Transtornos Depressivos. Há variados e diversos instrumentos psicológicos e técnicas disponíveis para serem utilizados por psicólogos com o objetivo de oferecer um tratamento que atenda às demandas trazidas pelo paciente. Como a escala, elaborada e desenvolvida por Hamilton, na década de 50, HAM-D foi pioneira de heteroavaliação, ou seja, necessário a presença de um avaliador. Em 1988, a fim de padronização e normatização, a elaboração de um manual estruturado para a entrevista da escala HAM-D foi realizado. Esta foi validada por vários estudo ao inserir um comparativo de escores entre grupos de pacientes com doenças de gravidades diferentes. “O Inventário de Depressão de Beck (BID-II), segundo Rangé (2001), trata-se de um instrumento que possibilita o avaliador detectar comportamentos associados à depressão, servindo para a auxiliar o psicólogo na avaliação de uma possível gravidade do caso, além de identificar dados sobre os padrões de pensamentos negativistas. Esta escala é recomendada de ser aplicada em pessoas entre 17 e 80 anos, capaz de analisar a intensidade da depressão, podendo ser de forma individual ou coletiva, sem um tempo limite determinado. Sendo possível também recorrer a Escala Baptista de Depressão (versão adulto) (EBADEP-A) de Baptista (2012) foi desenvolvida com o intuito de recolher o maior número possível de detalhes sobre a sintomatologia da depressão, baseado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10; OMS 1997), no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V, APA, 1994), na teoria cognitiva de Beck e na teoria 10 comportamental de Fester. "Para a criação de itens da EBADEP, estabeleceu-se número mínimo de cinco frases para cada um dos 28 indicadores de depressão: humor deprimido, perda ou diminuição de prazer, choro, desesperança, desamparo, indecisão, sentimento de incapacidade, sentimentos de inadequação, carência/dependência, negativismo, esquiva de situações sociais, queda de produtividade, inutilidade, autocrítica exacerbada, culpa, diminuição de concentração, pensamento de morte, autoestima rebaixada, falta de perspectiva sobre o presente, falta de perspectiva sobre o futuro (incorporado à desesperança), hipocondria, alteração de apetite, alteração de peso, insônia/hipersonia, lentidão/agitação psicomotora, perda de libido, fadiga/ perda de energia e irritação." A partir dos resultados do teste, é possível que o avaliador identifique, de forma mais ampla, o grau de comprometimento em que se encontra o avaliado. Vale ressaltar que em seu manual expõe vários estudos de validade e fidedignidade, e sensibilidade e especificidade, com base na Teoria Clássica dos Testes (TCT) e Teoria de Resposta ao Item (TRI). Enquanto a Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo (EFN) têm como base o modelo dos cinco grandes fatores de personalidade (CGF): neuroticismo, agradabilidade/socialização, abertura para experiência, extroversão e conscienciosidade/realização. Estes aspectos se separam para medir construtos específicos. Como o fator neuroticismo, o qual possui quatro facetas que avaliam a predisposição para a depressão, vulnerabilidade, ansiedade e desajustamento psicossocial (Hutz & Nunes, 2000). Este instrumento destina-se a adolescentes a partir dos 16 anos até a idade adulta. Não há estudo específico sobre a depressão no manual do teste, porém há artigo sobre a temática (Maciel & Yoshida, 2006). Assim como a Escala Fatorial de Neuroticismo, a Bateria Fatorial de Personalidade (Nunes et al., 2010) explora a avaliação da personalidade por meio de traços e é baseada no modelo dos Cinco Grandes Fatores já citados. Esta ferramenta permite avaliar os estilos emocionais, interpessoais e motivacionais do avaliado, propiciando uma análise da personalidade e, em seu manual, recomenda-se a aplicação em pessoas de 10 a 92 anos. Da mesma forma que a EFN e a BFP, o Inventário NEO-PI de Personalidade Revisado (NEO-PI-R) (Costa & Mccrae, 2007) também tem como base o modelo CGF para a avaliação da personalidade, segundo Costa e Mcrae (1992, 2002) é um instrumento reconhecido em grandes extensões e utilizado internacionalmente em pesquisas, sendo útil em diversas culturas. 11 “Ademais, existem diversas técnicas projetivas para avaliação de características depressivas, as quais podem ser usadas de modo complementar aos instrumentos que avaliam especificamente a depressão como estado. O House-Tree-Person (HTP), de John N. Buck, trata-se de uma técnica de desenhos, praticamente, não-verbal, na qual o avaliado é convidado a realizar um desenho que interprete a realidade de uma casa, uma árvore e uma pessoa, em folhas distintas, permitindo assim, na realidade, a projeção de conteúdos internos e a expressão das vivências emocionais e ideacionais do avaliado (Trinca,1997). "O desenho é uma técnica auxiliar da entrevista e permite ao examinador levantar questões sobre aspectos da personalidade do avaliado – é, em suma, um método de investigação extremamente útil (Trinca, 1997)." O autor, em seu manual, orienta a aplicação em pessoas com a idade a partir de 8 anos de idade e a consideração de um variedades de dados coletados, como conteúdos verbais e gestuais durante a realização do procedimento, dados dos desenhos, informações coletadas de outras fontes (anamnese e outros instrumentos psicológicos, como os já citados) e a interpretação do instrumento fundamentada em literatura científica (Buck, 2009). Em relação aos estudos de validade presentes no manual, existem dois que englobam desenhos de pessoas obesas, outro de relaciona o HTP com o CAT, um com enfoque principal na avaliação de pessoas internadas para cirurgias invasivas e mutiladoras, dois com pessoas que foram vítimas de abuso físico ou sexual e a avaliação da melhora do paciente após a intervenção psicanalítica. O Palográfico é um teste estudado por Salvador Milá. Esse instrumento avalia a personalidade através pela expressão gráfica do avaliado. Acredita-se que o movimento possui um significado expressivo e intencional, caracterizando uma manifestação vital da pessoa. Dentro dessa premissa, o teste Palográfico analisa, por meio do traço projetado, a personalidade do indivíduo (Alves & Esteves, 2009). É recomendado para aplicação em pessoas com a idade de 16 a 60 anos, de forma coletiva ou individual. O Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC) (Villemor-Amaral, 2005) trata-se de um instrumento destinado à avaliação da personalidade onde o avaliado realiza o desenho de três pirâmides coloridas no papel, da forma como desejar. O público-alvo engloba desde crianças de 7 anos até idosos. As cores usadas pelo avaliado são aspectos importantes para a avaliação, sobretudo, da depressão. Segundo o manual do teste e pesquisas em artigos científicos afirmamque quando em estado depressivo, a pessoa tende a utilizar cores esmaecente, tornando o desenho sem contraste. 12 O Roshcharch, teste desenvolvido por Hermann Roshchach, em 1921 (Torres, 2010) é um instrumento bastante sensível a variações do quadro clínico (Manfredini & Argimon, 2009) e tem como objetivo coletar informações sobre a estrutura da personalidade do avaliado. Esta ferramenta é recomendada para aplicação em pessoas com a idade de 6 anos até a fase adulta. "Sobre a interpretação, as respostas dadas a cada mancha são avaliadas em função de três elementos: localização, que se refere à parte da mancha visualizada pelo avaliado e significa a maneira como percebe e faz contato com a realidade, ou seja, sua relação com o mundo; os determinantes, que dizem respeito à qualidade perceptiva da resposta (se existe cor, movimento, forma, etc.); conteúdo (humano, anatômico, animal, etc.). A avaliação considera a sequência e qualidade das respostas dadas às manchas, o simbolismo de cada prancha e os indicadores de ansiedade. No resultado, o teste apresenta dados a respeito da estrutura da personalidade e indica focos de possíveis conflitos (Torres, 2010)." Enquanto o teste Zulliger, desenvolvido por Hans Zulliger, em 1948, segundo Vaz (2000) procura a criação de um instrumento que fosse capaz de avaliar um grande número de pessoas de forma eficaz e rápida. Além de ser destinado à avaliação da personalidade, também é direcionado para a identificação das condições atuais, traços de personalidade, nível de ansiedade e depressão, por meio da análise do funcionamento de seus psicodinamismos (Manfredini & Argimon, 2009). Assim como o teste Zulliger, a escala Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) é uma ferramenta realizada de forma rápida, porém não demanda a presença de um aplicador, pois é autoaplicada. Esta é recomendada para o público-alvo que engloba a população de adultos e idosos. 2.6- A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos de Estresse Pós-Traumático: Como já dito, o abuso sexual infantil deixa marcas permanentes até a fase adulta, sendo possível o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, entre outros. Pensando na importância de uma avaliação adequada para cada caso, é necessário a seleção de instrumentos e técnicas indicados. Em relação ao TETP, No Brasil, há uma escassez de instrumentos disponíveis à avaliação, tanto para a população adulta quanto infantil. A versão brasileira da K-SADS-PL (Brasil, 2003; Kaufman et al., 1997) inclui um módulo de perguntas referentes a avaliação clínica do TEPT. Além disso, Del Ben et al. (2001) traduziram e adaptaram a Entrevista Clínica 13 Estruturada para o DSM-IV (SCID-TEPT). Apesar disto, foram encontrados alguns métodos eficientes para a realização da avaliação psicológica, como o MCMI-III, entre outros que serão citados no decorrer do trabalho. O Millon Clinical Multiaxial Inventory - III (MCMI-III), foi desenvolvido por Theodore Millon, em 1997, trata-se de um instrumento constituído por 24 escalas clínicas e 4 escalas de verificação que avaliam 14 tipos de personalidades, que são: esquizoide, evitativo, depressivo, dependentes, histriônico, narcisista, antissocial, agressivas (sádico), compulsivo, negativista e masoquista, esquiotípicas, boderline e paranoide, e 10 síndromes clínicas, com base no DSM-IV e outras síndromes clínicas, como a ansiedade, distúrbio somatoforme, transtorno bipolar, transtorno distímico, dependência de álcool, toxicodependência, estresse pós-traumático, pensamento desorganizado, depressão maior e desordem delirante (Millon e outros, 2006). Além deste, há o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) (Pasquali, Gouveia, Andriola, & Ramos, 1996), o qual é formatado em um questionário de saúde física e psíquica e tem como proposta a identificação de doenças psiquiátricas não-severas (não psicóticas) e subdivido em cinco fatores: estresse, desejo de morte, preocupação com o próprio desempenho, distúrbios do sono e distúrbios psicossomáticos. Estes tem como enfoque para avaliar o índice de depressão, o nível de estresse cognitivo e físico, as características psicossomáticas, o índice de auto eficácia, desejo de morte e os distúrbios do sono, que no total se resultam no escore de saúde geral. Diferentemente do QSG, o Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI) trata-se de uma entrevista diagnóstica breve e padronizada, concilia-se com os critérios do DSM-IV e do CID-10 e explora 17 transtornos do eixo I do DSM-IV, o risco de suicídio e o transtorno da personalidade antissocial, além dos critérios de inclusão e de exclusão e a cronologia, como a data de início e duração dos transtornos, números episódios. 2.7- A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Alimentares: 14 Já foram apresentados instrumentos e técnicas de avaliação para Transtornos Depressivos e Transtornos de Estresse Pós-Traumático, por fim, aqui, será tratado sobre os Transtornos Alimentares. Por serem originados de formas diversas, é necessário que a avaliação e as abordagens englobem aspectos variados envolvidos em sua gênese e manutenção, sendo capazes de analisar as possíveis comorbidades (principalmente sintomas depressivos e ansiosos), a imagem corpo, a qualidade de vida e adequação social, além daqueles utilizados para diagnóstico do transtorno. Apesar de existir controvérsias sobre os procedimentos mais eficientes para a avaliação dos transtornos alimentares, será dividido em três categorias de instrumentos, para melhor entendimento: instrumentos autoaplicáveis, entrevistas clínicas e automonitoração. Respectivamente, são de fácil administração, eficientes e econômicos, principalmente, quando se trata de um número grande de avaliados. O Eating Atitudes Test - EAT é investiga a presença de padrões alimentares anormais, mas não revela a possível psicopatologia subjacente. Enquanto o Eating Disorder Inventory - EDI é composto por oito subescalas, onde três delas avaliam os fatores psicopatológicos específicos dos Transtornos Alimentares e as outras cinco, aspectos gerais. Uma versão autoaplicável do Eating Disorder Examination em formato de entrevista foi desenvolvida e denominada como Eating Disorder Examination versão questionário EDE-Q, investiga presença de restrição alimentar, preocupação alimentar, preocupação com a forma corporal e preocupação com o peso. Quanto às entrevistas clínicas, a Eating Disorder Examination - EDE é semiestruturada a qual oferece avaliações descritivas da grau de seriedade da psicopatologia específica dos transtornos alimentares e obtém diagnósticos com base nos critérios do DSM-IV. Esta tem os mesmos aspectos resultantes da sua versão em questionário, porém, vale ressaltar que é a mais utilizada, validada e considerada padrão-ouro para transtornos alimentares. Em relação aos instrumentos de automonitoramento, é de importância o destaque para uma técnica bastante utilizada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a construção de Diários Alimentares pelos pacientes, os quais tem como anotações a ingestão alimentar diária, incluindo hora do dia, local, quantidade e qualidade dos alimentos, textura, além de seus afetos, cognições e mecanismos 15 compensatórios relacionados à alimentação. Este instrumento torna-se um tratamento terapêutico a partir do momento em que o cliente inicia-se um processo de reconhecimento de suas ações, sendo possível planejar uma mudança no repertório de comportamentos do mesmo, após um semana de anotações, junto com o psicoterapeuta. Ainda assim, é possível citar vários outros, porém é de relevância o destaque na escala Body Shape Questionnarie - BSQ desenvolvida para obter informações sobre a preocupação com a forma corporal e com o peso, principalmente a frequência com que sujeitoscom a presença ou não de transtornos alimentares experimentam a sensação de se "sentirem gordos" nas últimas quatros. É importante ressaltar este pelo fato da avaliação dos Transtornos Alimentares deve englobar não somente os fatores psicopatológicos específicos destes, mas assim como os sintomas psicopatológicos gerais e distúrbios da imagem corporal, que, comprovado por vários estudos, colabora para o desenvolvimento do transtorno e dificultam o tratamento. É indispensável ressaltar que a construção e realização da avaliação psicológica não é baseada apenas na aplicação de exames ou testes psicológicos, porém na coleta, estruturação, sistematização e interpretação de dados, assim como o levantamento de hipóteses por meio de um processo hipotético-dedutivo. 2.8- A avaliação psicológica direcionada ao tratamento de Transtornos Obsessivos-Compulsivos: Neste tópico, serão abordados, de forma sucinta, instrumentos e técnicas da avaliação psicológica no tratamento de Transtornos Obsessivos-Compulsivos. Esta, geralmente, é realizada por meio de entrevistas de anamnese, com o objetivo de obter informações através da aplicação de questionários, escalas, como a MINI Plus, a qual já foi detalhada no recorrer do trabalho, e é capaz de avaliar presença do Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou algum outro transtorno de ansiedade ou de humor. Além desta, a Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (Y-BOCS) trata-se de uma escala que avalia a gravidade dos sintomas obsessivos-compulsivos dos adolescentes, a partir dos 14 anos estendendo-se a fase adulta, bem como o Inventário de Obsessões e Compulsões (OCI-R) o qual avalia, além de um escore global, pontua também dimensões. Geralmente, são utilizadas após a avaliação inicial e preenchidas, periodicamente, para avaliar a resposta ao tratamento tanto 16 farmacológico como psicoterápico. Segundo um estudo realizado na Universidade de São Paulo, sobre "Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo”, os pacientes adultos que praticam autolesões apresentam este comportamento desde a adolescência e os tipos de ferimentos apresentados por eles são de intensidade morada a grave, além de apresentarem diferentes tipos de automutilação. A partir disto, foi concluído que, assim como os clientes portadores do Transtorno Obsessivo-Compulsivo, os indivíduos que praticavam a automutilação indicaram altas taxas de comorbidades do Eixo I do DSM-V e também não apresentam diferenças entre os dois grupos citados quando considerados os transtornos do controle do impulso. Portanto, a automutilação e o TOC indicam características semelhantes, quando tratados de comportamentos compulsivos e impulsivos. Na autolesão, o aspecto impulsivo é predominante em comparação com o TOC, o qual a compulsividade é expressa de forma mais intensa. Com isso, é de extrema importância que o profissional tenha qualificação para avaliar de forma eficiente cada caso, pois, como foi possível compreender, um transtorno abrange causas de origens multifatoriais, sendo necessário uma avalição adequada. Além dos instrumentos e técnicas já citados, há manuais de diagnóstico à disposição, no âmbito psicológico e psiquiátrico, como o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-V) e a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem como objetivo a padronização e codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. É indispensável ressaltar que a construção e realização da avaliação psicológica não é baseada apenas na aplicação de exames ou testes psicológicos, porém na coleta, estruturação, sistematização e interpretação de dados, assim como o levantamento de hipóteses por meio de um processo hipotético-dedutivo. 3- ESTUDO DE CASO: 17 P.4, à época da realização desta análise, tinha 20 anos e era estudante de Pedagogia. Morava com os pais e dois irmãos, sendo um mais velho e o outro mais novo. Tinha uma irmã gêmea que era casada. Namorava há dois anos um rapaz de 23 anos. Ambos frequentavam a Igreja Católica. P.4 procurou atendimento psicológico por conta de um diagnóstico de depressão. Relatou que todos os seus problemas estavam relacionados ao fato de ela ter sido abusada sexualmente durante a infância. Apresentava pensamentos recorrentes a respeito do abuso e, toda vez que isso ocorria, emitia comportamentos autolesivos, justificando que era a única forma de parar de pensar no abuso. Naquela ocasião, os comportamentos autolesivos ocorriam com uma frequência de três a quatro lesões por dia. Também havia tentado suicídio várias vezes. Era muito criticada pelos membros da igreja devido às diversas tentativas de suicídio. O padre indicou um psiquiatra também religioso para atendê-la. Estava fazendo uso das seguintes medicações: quetiapina, carbonato de lítio, oxalato de escitalopram e clonazepam. O psiquiatra costumava dar orientação religiosa a ela e recomendava que, no momento em que tivesse lembranças do abuso, fizesse orações. Estava afastada do trabalho, da faculdade e não conseguia sair de casa sozinha. O único local que frequentava era a igreja. Porém, toda vez que se falava que os fiéis deveriam perdoar a quem tivesse lhes feito algum mal, ela se lembrava do tio abusador e ficava emocionada, passava mal, enrijecendo todo o corpo. Sua língua e seus membros se retorciam, apresentava tremores e começava a se debater. Isso também ocorria quando ela falava sobre o abuso sexual na terapia. Durante a infância, ficava sob os cuidados de um tio materno, já que os pais trabalhavam fora. O tio abusava sexualmente dela e dos irmãos diariamente. Os abusos sempre a deixavam com ferimentos pelo corpo. Algumas vezes, Ana costumava lesionar seus próprios ferimentos de forma a aumentar a gravidade das lesões. Sua mãe a recriminava, alegando que ela era muito agitada e, por isso, machucava-se e que a irmã gêmea tinha bons comportamentos. Tentou algumas vezes contar para a mãe sobre os abusos, mas ela estava sempre fazendo elogios ao tio, por ter muito carinho pelos seus filhos. A escola sempre reclamava das alterações de humor apresentadas por Ana. Diziam que, em alguns momentos, ela estava feliz e interagia com os colegas e, em outros 18 momentos, ficava triste e se isolava. Sua mãe nunca deu importância à queixa da escola e sempre a recriminava por agir assim. O tio sempre ameaçava matar sua mãe, caso Ana falasse com alguém a respeito do abuso. Ele a orientava a não deixar que médicos a examinassem. Ana, então, sempre chorava e se debatia, durante as consultas médicas, de modo a evitar ser examinada. Sua mãe também a recriminava por esse comportamento. A família frequentava a igreja, e ela então contou para o padre sobre os abusos sexuais vividos. Depois disso, o padre passou a falar durante as celebrações a respeito de abuso sexual. A partir desse momento, ela começou a apresentar respondentes de ansiedade, como taquicardia, sudorese e tremores, durante as missas. Temia que o tio descobrisse que ela havia contado ao padre. Os abusos cometidos pelo tio ocorreram durante toda a sua infância e só pararam quando ela tinha aproximadamente 11 anos, e o tio faleceu. Depois da morte do tio, ela contou para a mãe sobre os abusos. A genitora a recriminou, batendo em seu rosto. Também sofreu abuso sexual por parte de um primo, do irmão mais velho e do primeiro namorado. Em uma situação em que o irmão abusou sexualmente de Ana, sua mãe justificou que os homens se comportavam dessa forma e que ela não precisava sofrer por conta disso. Na região onde morava, eram frequentes os casos de abuso sexual, não havendo nenhum tipo de punição para os abusadores. Em sua família, as mulheres frequentemente eram vítimas de abuso sexual. Sua mãe tambémhavia sofrido abuso sexual durante a infância, assim como sua irmã e também algumas primas. Esse tipo de abuso passou a ser um comportamento visto como natural em seu contexto familiar. Durante a infância e a adolescência provocava lesões no seu corpo, arranhando a sua pele com suas próprias unhas toda vez que se lembrava dos abusos sexuais. Por volta dos 19 anos, passou a utilizar objetos cortantes para provocar lesões em seu corpo. Passou a ser reprimida pela família e pela igreja por apresentar comportamentos autolesivos. Ela fazia vários cortes, principalmente nos braços, nas pernas e na barriga, com lâminas de barbear. Contava que gostava de ver as lesões no seu corpo: “gosto de me cortar, sinto prazer em ver meu corpo sangrando”. Algumas vezes, fotografava os cortes. Seus pais não demonstravam preocupação com a situação dela e achavam que não precisava de tratamento médico e 19 psicológico. O pai reclamava frequentemente por ter de custear o tratamento psiquiátrico e psicoterapêutico. A mãe saiu do emprego para cuidar de Ana, porém não dava a devida atenção ao uso da medicação, e Ana, por várias vezes, tomava medicamentos em excesso. Tentou suicídio diversas vezes. Verbalizava sempre que deveria morrer, que assim não daria trabalho para a família e que todos seriam felizes. De acordo com o relato da cliente, os pais não se importavam com as tentativas de suicídio. Em um episódio, Ana tomou 30 comprimidos e ligou para a terapeuta pedindo ajuda. A terapeuta comunicou à família e teve de insistir para que o pai pudesse levá-la ao médico. Seu namorado atual era a única pessoa que compreendia seu sofrimento e a motivava a fazer algo para melhorar. Quando estava com ele, sempre dizia se sentir segura e tranquila. Sua família, por diversas vezes, acionava o namorado para cuidar de Ana, após ela ter feito várias lesões pelo corpo. O padre e alguns fiéis da igreja diziam que Ana estava assim por ser uma pessoa que não sabia perdoar. O padre chegou a impedir que Ana participasse de algumas celebrações e rituais da igreja, por considerar que ela estava em “pecado” por não perdoar o tio. Fazia acompanhamento psiquiátrico com um médico que adotava uma postura antiética, dando orientações religiosas, recomendando frequentar eventos religiosos em busca de melhorar o seu quadro clínico. Por diversas vezes, passava mensagens no celular da cliente, com trechos bíblicos e religiosos. Nas consultas, ele desmerecia o relato da cliente e apresentava figuras religiosas que a auxiliariam a ter controle sobre seus comportamentos. Ana relatava que, algumas vezes, ao sair da consulta com o psiquiatra, sentia-se culpada e pecadora por não seguir corretamente a doutrina da sua religião. Continuava o acompanhamento psiquiátrico, justificando que gostava do médico por ter a mesma religião que ela. Depois que iniciou o acompanhamento psiquiátrico, engordou mais de 20 kg e se sentia muito desconfortável com o corpo. Os familiares a recriminavam frequentemente devido ao excesso de peso. Nessas ocasiões, Ana passou a ficar longos períodos sem se alimentar e sentia muita fraqueza, a ponto de desmaiar. Em algumas situações, forçava o vômito como forma de evitar o ganho de peso. Ana passou por um primeiro acompanhamento psicoterapêutico, em uma clínica-escola. A terapeuta que a acompanhava nesse momento, na segunda sessão 20 de psicoterapia, enfatizou que o tratamento só seria possível caso ela pudesse falar sobre a experiência vivida durante o abuso sexual. Durante o relato, Ana apresentou os respondentes de ansiedade, ficando trêmula, sua língua e seus membros enrolaram, enrijecendo todo o corpo. A terapeuta ficou assustada e acionou o Corpo de Bombeiros para socorrê-la. Ana saiu da clínica amparada pelos bombeiros. Sentiu-se desassistida pela terapeuta, ao perceber que a profissional não poderia ajudá-la. Assim, foi orientada pelo psiquiatra a buscar outro profissional. Na terapia atual, Ana também não conseguia relatar sobre o abuso sexual. Sempre que mencionava algo sobre o abuso, começava a ficar inquieta, movimentando as mãos, enrijecia todo o corpo, os membros se retorciam e começava a se debater. A terapeuta nesse momento iniciava exercícios pontuais de respiração e relaxamento em busca de diminuir esses respondentes de ansiedade e assim restabelecer o diálogo com a cliente. 3.1- Demanda: Paciente 20 anos, sexo feminino, encaminhada por psiquiatra, devido a queixa de depressão com relato de abuso sexual na infância. 3.2- Hipóteses: I. A cliente sofreu um padrão de extremos de cuidado insuficiente na infância. II. A paciente não possui apoio e nem vínculos intrafamiliares, há sofrimento, por parte da mesma, neste aspecto. III. A paciente apresenta um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. IV. A paciente apresenta alterações fisiológicas, psicológicas e emocionais na tentativa de relatar o abuso. V. A paciente apresenta emoções de medo ao relatar a possibilidade de alguém descobrir sobre o abuso. VI. A paciente apresenta um quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo. VII. A paciente apresenta comportamento não compatível com limites sociais culturalmente aceitos presente no contexto, como a automutilação. 21 VIII. A paciente apresenta um quadro de Transtorno Depressivo IX. A paciente apresenta pensamentos e desejos suicidas. X. A paciente apresenta um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada. XI. A paciente sofre ao ter que armazenar em segredo o evento traumático de forma solitária. 3.3- Objetivos: I. Construção de um vínculo seguro e empático entre terapeuta e cliente. II. Captação de maiores informações para diagnóstico de um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático: quando se iniciaram, frequência, duração e intensidade. III. Análise e observação para identificar as possíveis alterações ao tentar, da paciente, compartilhar o acontecimento traumático. IV. Captação de maiores informações para diagnóstico de um quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo: quando se iniciaram, frequência, duração e intensidade. V. Identificar emoções e sensações ao realizar práticas autolesivas, para ressignificação e mudança no repertório de comportamentos. VI. Captação de maiores informações para diagnóstico de um quadro de Transtornos Depressivos: quando se iniciaram, frequência, duração e intensidade. VII. Captação de maiores informações para diagnótisco de um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada: quando se iniciaram, frequência, duração e intensidade. VIII. Análise de comportamentos-alvo para possível mudança de repertório de comportamentos IX. Captação de maiores informações para diagnóstico de um quadro de Transtorno Alimentar, especialmente, a Anorexia Nervosa. X. Solicitação do Índice de Massa Corporal (IMC) da paciente para possível comprovação de um quadro de Anorexia Nervosa. XI. Análise dos possíveis efeitos colaterais provocados pelos antipsicóticos, estabilizador de humor e antidepressivos, respectivamente, quetiapina, carbonato de 22 lítio, oxalato de escitalopram e clonazepam. Indicação e encaminhamento para um psiquiatra adequado e profissional na área para acompanhar seus medicamentos. XII. Identificar e expor as diferentes formas de apoio. 3.4- Planejamento: A partir da compreensão e análise das informações do estudo de caso, foi realizado um planejamento de avaliação, dividido em: entrevista inicial, entrevista estruturada com base no DSM-I/SCID para avaliação de transtorno de estresse pós-traumático, aplicação do Inventário de Depressão de Beck (BID-II), encontros devolutivos, aplicação da Baterial Multifatorial de Personalidade, aplicação do Millon Clinical Multiaxial Inventory - III (MCMI-III), aplicação do Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) e da Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI). Porém, nãofoi determinado um número específico de sessões necessárias, acredita-se que será possível esta etapa no processo psicológico avaliativo, dependente da demanda e evolução da paciente. Entrevista semi-estruturada inicial constituída em duas partes: 1ª parte - tem como proposta o estabelecimento do vínculo terapêutico com a paciente, construindo um espaço seguro e acolhedor baseado em uma relação de confiança, por meio de observação assistemática. 2ª parte - tem como objetivo obter o relato da paciente com relação ao abuso sexual, bem como identificar a frequência, dinâmica dos episódios abusivos e possíveis sintomas para diagnóstico de um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático por meio da entrevista desenvolvida pelo The Metropolitan Toronto Special Committee on Child Abuse (1995) e traduzida para o Português e adaptada por Kristensen (1996). Entrevista estruturada com base no DSM IV/SCID para avaliação de transtorno de estresse pós-traumático: identificação da existência dos sintomas que compõe o transtorno, como a re-experimentação da evento traumático, esquiva de estímulos associados com o trauma; e, sintomas de excitabilidade aumentada, além de analisar a intensidade e a frequência de cada um deles, com base nos 23 critérios diagnósticos estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM). Inventário de Depressão de Beck (BID-II): Aplicação da escala com objetivo de avaliar uma possível gravidade do caso e identificar pensamentos negativistas. Proposta da construção de um diário, baseado no Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD), que aborda diferentes áreas da vida como a observação de comportamentos alimentares, quanto de comportamento repetitivos e obsessivos, como a prática de automutilar. Encontro devolutivo após obtenção dos resultados da escala aplicada. Além da análise e reflexão sobre o diário realizado em uma semana. Bateria Fatorial de Personalidade: Aplicação do instrumento, o qual é capaz de avaliar os estilos emocionais, interpessoais e motivacionais do avaliado. A partir dos resultados obtidos, será possível a análise e modificação no repertório de comportamentos, além de estabelecer estratégias para diminuir os sintomas depressivos por meio da experimentação de atividades novas. Encontro devolutivo após obtenção dos resultados dos instrumentos aplicados. Millon Clinical Multiaxial Inventory - III (MCMI-III): Aplicação do instrumento com o objetivo de identificar presença do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, e possível ansiedade, além de ser possível distinguir entre Transtorno Depressivo Maior e Transtorno Distímico. Encontro devolutivo após obtenção dos resultados dos instrumentos aplicados. Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG): Aplicação do instrumento com maior enfoque em detectar possíveis desejos de morte. Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI): Aplicação do instrumento com o objetivo de avaliar a presença de TOC, Depressão, Distimia, Transtorno de Estresse Pós Traumático e outros transtornos (Risco de Suicídio, Hipomania/Mania, Pânico, Agorafobia, Fobia Social, Fobia Específica, Transtorno Psicótico, Ansiedade Generalizada, TDAH e Misto de ansiedade), relevando a gravidade de risco de suicídio, a cronologia e números de episódios. http://www.ufrgs.br/toc/images/instrumentos/Registro%20de%20Pensamentos%20Disfuncionais%20_RPD_.pdf http://www.ufrgs.br/toc/images/instrumentos/Registro%20de%20Pensamentos%20Disfuncionais%20_RPD_.pdf 24 Encontro devolutivo após obtenção dos resultados dos instrumentos aplicados. Todos os instrumentos foram selecionados e escolhidos, segundo as orientações e aprovação do SATESPI, outros utilizados de forma complementar e pelo fato do perfil da paciente se enquadrar nas recomendações dos manuais, tanto em relação à idade, bem como a demanda trazida. 25 4- CONCLUSÃO: O abuso sexual, seja infantil ou não, sempre esteve presente desde o surgimento da história humana, sendo possível listar infindo situações em que a vítima não recebe um apoio familiar, psicológico e social. Com base em pesquisa e busca na literatura científica, foi possível concluir que desde os primórdios a psicologia tem contribuído para a compreensão do abuso sexual infantil, bem como outros assuntos relevantes, por meio de estudos sobre o funcionamento familiar, incidência epidemiológica, consequências do trauma para o desenvolvimento e intervenções clínicas. Dentre outras formas de tratamento, o processo de avaliação psicológica possibilita a compreensão da dinâmica de cada caso em específico, por meio de entrevistas e outros instrumentos e métodos, como foi possível foi exposto. Contudo, salienta-se a importância do desenvolvimento de instrumentos psicológicos validados para avaliação dos casos de abuso sexual. Estes ofereceriam a possibilidade de garantir maior eficácia nas avaliações psicológicas, colaborando, assim, para o planejamento de intervenções clínicas adequadas, além de um modelo verificado de avaliação, a conduta do profissional diante o paciente e seu compromisso com ele é o aspecto mais relevante para ter a garantia, não somente do conhecimento da história do abuso, mas o acolhimento e confiança da vítima, fatores indispensáveis para uma avaliação de qualidade. 26 5- REFERÊNCIAS: Alchieri, J. C., & Cruz, R. M. (2003). Avaliação psicológica: Conceito, métodos e instrumentos. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo. Alchieri, J. 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