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MartinsEM_2007_TCC_Passinhos

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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/291343061
QUALIDADE DAS ÁGUAS DO ARROIO PASSINHOS, CACHOEIRINHA/RS
Research · January 2016
DOI: 10.13140/RG.2.1.4691.0485
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1 author:
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Watershed Management and Ecosystem Services View project
Geodiversity and Integrated Coastal Zone Management View project
Eduardo Marques Martins
Federal University of Santa Catarina
39 PUBLICATIONS   59 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Eduardo Marques Martins on 21 January 2016.
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https://www.researchgate.net/publication/291343061_QUALIDADE_DAS_AGUAS_DO_ARROIO_PASSINHOS_CACHOEIRINHARS?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/Geodiversity-and-Integrated-Coastal-Zone-Management?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Martins-5?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Martins-5?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Federal-University-of-Santa-Catarina2?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Martins-5?enrichId=rgreq-a6d12b1e9a889edbd737c42829619cae-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI5MTM0MzA2MTtBUzozMjAzNTE1NTEwNjYxMTJAMTQ1MzM4OTE2OTMwMg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUARDO MARQUES MARTINS 
 
 
 
 
A QUALIDADE DAS ÁGUAS DO ARROIO PASSINHOS, 
MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA/RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORIENTADOR 
Prof. Luis Alberto Basso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, dezembro de 2007. 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS 
Departamento de Geografia 
 
 
 
 
 
 
 
A QUALIDADE DAS ÁGUAS DO ARROIO PASSINHOS, 
MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA/RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUARDO MARQUES MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
NOME DO ORIENTADOR 
Prof. Dr. Luis Alberto Basso 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
Profa. Dra. Nina Simone Vilaverde Moura-Fujimoto 
Profa. Dra. Tânia Marques Strohaecker 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Geografia apresentado na forma de 
monografia, junto à disciplina Trabalho de Graduação II, como requisito parcial para 
obtenção do grau de Geógrafo. 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, dezembro de 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Martins, Eduardo Marques 
A Qualidade das águas do Arroio Passinhos, Município de 
Cachoeirinha/RS. / Eduardo Marques Martins - Porto Alegre : UFRGS, 
2007. 
[79 f]. il. 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Geografia. - Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências. Porto Alegre, RS 
- BR, 2007. 
 
 
1. Geografia. 2. Bacia hidrográfica do Arroio Passinhos. 3. 
Qualidade das Águas. 4. Sedimentos. 5. Cachoeirinha/RS. I. Título. 
 
 
_____________________________ 
Catalogação na Publicação 
Biblioteca Geociências - UFRGS 
Renata Cristina Grün CRB10/1113 
iii 
AGRADECIMENTOS 
 
À/AO: 
 
Deus 
Minha família 
Meus amigos 
+) 
Prof. Luis Alberto Basso; 
Centro Estadual de Pesquisa em Sensoriamento Remoto e Meteorologia (CEPSRM) 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 
Funcionários do R.U./Campus do Vale 
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cachoeirinha (SMMA); 
Técnicos da Estação de Tratamento de Esgoto Cachoeirinha-Gravataí (ETE Freeway); 
Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável e 
Meio Ambiente do Município de Cachoeirinha (COMDEMA); 
Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN); 
Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA); 
Laboratório de Análises de Solo da Faculdade de Agronomia da UFRGS; 
 
e todas aquelas pessoas que a gente sempre esquece, mas que são, sempre, fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
RESUMO 
Devido ao interesse mútuo em levantar informações pertinentes à qualidade das águas do 
arroio Passinhos e de sua bacia hidrográfica, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente do 
Município de Cachoeirinha (SMMA) e o autor deste trabalho firmaram um convênio que 
culminou na criação e execução do projeto “Qualidade das Águas do Arroio Passinhos”. O 
objetivo principal do projeto foi verificar a relação existente entre a qualidade das águas 
superficiais e dos sedimentos de fundo do arroio Passinhos e o uso e ocupação do solo 
identificados na área de sua bacia hidrográfica analisando o processo de urbanização do 
município. Esse processo ocorreu de forma rápida, desorganizada e hostil ao meio ambiente: 
em 31 anos, foi constatado um crescimento da mancha urbana na bacia do Passinhos de 
200%; mais de 70% dos 10,9km2 da bacia estão urbanizados. Nesse meio tempo, áreas de 
recarga e nascentes foram destruídas, cursos fluviais transformados em torrentes de esgoto, 
matas e florestas deram lugar a bairros, espécies animais foram destituídas de seu habitat e o 
arroio Passinhos perdeu sua condição de “natural”: ele nasce no meio de uma das zonas mais 
densamente povoadas da Região Metropolitana de Porto Alegre, recebendo, ao longo de seu 
percurso, todo o tipo de efluentes não-tratados antes de chegar a sua foz, completando seu o 
caminho de 7km. A metodologia selecionada para avaliar a qualidade das águas superficiais 
da bacia hidrográfica do arroio Passinhos foi o Índice de Qualidade da Água (IQA) idealizado 
pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos, modificado pela Companhia de 
Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e aplicado pelo Instituto Mineiro de Gestão 
de Águas (IGAM). Para analisar a qualidade do sedimento de fundo, utilizou-se o método 
determinado como Fator de Contaminação de Hakanson (FC), que se baseia na razão entre o 
valor encontrado para o metal e o Nível de Base Natural ou background (NBN) do terreno. 
Após duas amostragens de água (em quatro pontos) e de sedimento (em dois pontos), uma 
obtida no outono e outra no inverno, concluiu-se que: a qualidade das águas do Passinhos é 
muito ruim devido ao constante lançamento in natura de grandes cargas de efluentes não 
tratados provenientes de zonas industriais e residenciais/comerciais; fruto da falta de 
fiscalização ambiental e de saneamento básico em uma zona de alta densidade demográfica.Condições derivadas de um processo de urbanização caracterizado pelo despreparo do 
Município de Cachoeirinha em receber todos os imigrantes, déficit habitacional e de infra-
estrutura básica de saneamento, falta de planejamento adequado e carências legislativas no 
âmbito ambiental e social. O ponto amostrado mais crítico apresentou IQA de 27 (“RUIM”) e 
23,75 (“MUITO RUIM”) e os sedimentos, segundo o FC, apontam para uma contaminação 
“ALTA” de Chumbo e Cádmio (metais pesados altamente tóxicos), apresentando acréscimo 
entre os pontos amostrados de até 1.000%. A SMMA recebeu todos os dados e informações 
levantadas, assim como uma cópia deste trabalho. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Bacia hidrográfica do arroio Passinhos; qualidade da água; sedimentos. 
 
 
 
 
 
 
v 
RESUMO 
Debido al interés mutuo en el estudio y levantamiento de informaciones pertinentes a la 
calidad de las aguas del arroio Passinhos y su cuenca hidrográfica, la Secretaria Municipal de 
Meio Ambiente del Município de Cachoeirinha (SMMA) y el autor de este trabajo firmaron 
un acuerdo que culminó con la creación y ejecución del proyecto "Qualidade das Águas do 
Arroio Passinhos". El principal objetivo del proyecto era verificar la relación entre la calidad 
de las aguas y de los sedimentos del arroio Passinhos y el uso y ocupación del suelo 
identificadas en el área de su cuenca mediante el análisis del proceso de urbanización. Este 
proceso ocurrió de manera rápida, desorganizada y impactante: en 31 años, se diagnosticó un 
crecimiento del área urbanizada en la cuenca del Passinhos de 200%, resultando en la 
urbanización de más del 70% de la cuenca (10,9 km2). En ese tiempo, las zonas de recarga 
fueron destruidas, el Passinhos fué convertido en uma torrente de aguas residuales, bosques 
dieron lugar a barrios, especies animales fueron destituidas de sus hábitats, llevando al 
Passinhos la perdida de su condición de "natural". El Passinhos surge en el medio una de las 
zonas más densamente pobladas de la Región Metropolitana de Porto Alegre/RS (Brasil), 
recibiendo todo tipo de efluentes no tratados antes de finalizar su trayecto de 7 km. La 
metodología adoptada para evaluar la calidad de las aguas superficiales de la cuenca 
hidrografica del arroio Passinhos fué el Índice de Calidad del Agua (IQA) idealizada por la 
“National Sanitation Foundation” de los Estados Unidos, modificado por la “Companhia de 
Tecnologia de Saneamento Ambiental” (CETESB), y desarrolladas por el “Instituto Mineiro 
de Gestão de Águas” (IGAM). Para analizar la calidad de los sedimentos, el método utilizado 
fué el Factor de Contaminación de Hakanson (FC), basado en la relación entre el valor 
encontrado para el metal y el “background” (NBN) del terreno. Después de dos muestras de 
agua (en cuatro puntos) y de sedimentos (en dos puntos), obtenidos en el otoño y invierno, se 
concluyó que: la calidad de las aguas del Passinhos es “MUY MALA” debido al constante 
lanzamieto de cargas de efluentes no tratados originarios de zonas industriales y 
residenciales/comerciales; resultado de la falta de fiscalización ambiental y de saneamiento en 
una zona de alta densidad demográfica. Condiciones derivadas de un proceso de urbanización 
que se caracterizó por una inmigración masiva, deficiencias en vivienda y en la infraestructura 
básica de saneamiento, falta de una planificación adecuada y leyes ambientales y sociales 
insuficientes. El punto más crítico amuestrado presentó IQA 27 ("MALO") y 23,75 ("MUY 
MALO") y los sedimentos, de acuerdo con el FC, indican una contaminación "ALTA" de 
Plomo y Cadmio (metales pesados altamente tóxicos), que presentan, entre los puntos 
amuestrados, um aumentos de más 1,000%. La SMMA recibió todos los datos e 
informaciones levantadas, así como una copia de este trabajo. (Perdón por los errores!) 
 
PALABRAS-CLAVE: Cuenca hidrográfica del arroio Passinhos; calidad del água; sedimentos. 
 
 
vi 
ABSTRACT 
Due to the mutual interest in survey relevant information relevant to the quality of water of 
arroio Passinhos and its river basin, the Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município 
de Cachoeirinha (SMMA) and the author of this work signed an agreement which culminated 
in the creation and implementation of the project “Qualidade das Águas do Arroio Passinhos”. 
The main objective of the project was to verify the relationship between the quality of waters 
and sediments of arroio Passinhos and the use and occupation of land identified in the area of 
its basin by analyzing the process of urbanization. This process happened so fast, disorganized 
and hostile to the environment: in 31 years, was diagnosed a growth of urban stain in the 
basin of Passinhos of 200%, more than 70% of the 10.9 km2 of the basin are urbanized. 
Meanwhile, areas of spring have been destroyed, river courses turned into torrents of sewage, 
forests gave rise to districts, animal species have left their habitat and the arroio Passinhos lost 
their status as "natural". He emerge in the middle one of the most densely populated areas of 
the Metropolitan Region of Porto Alegre/RS (Brasil), receiving all sorts of non-treated 
effluent before he completes his journey of 7km (11.83mi). The methodology selected to 
evaluate the quality of surface waters of the river basin of arroio Passinhos was the Index of 
Water Quality (IQA) idealized by the National Sanitation Foundation of the United States, 
modified by the “Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental” (CETESB) and 
implemented by the “Instituto Mineiro de Gestão de Águas” (IGAM). To analyze the quality 
of the sediment, the method used was the Contamination Factor of Hakanson (FC), based on 
the ratio between the value found for the metal and the background (NBN). After two samples 
of water (in four points) and sediment (in two points), one obtained in the fall and one in 
winter, it is concluded that: the quality of the waters of the Passinhos is “VERY BAD” 
because of the constant spill in natura of major loads of untreated effluents from industrial 
and residential/commercial areas; result of the lack of sanitation in an area of high population 
density and lack of environmental monitoring. Conditions derived from a process of 
urbanization characterized by massive immigration, shortcomings of housing and sanitation 
basic infrastructure, lack of proper planning and insufficiente laws in environmental and 
social scope. The most critical point sampled presented IQA 27 ( "BAD") and 23.75 ( "VERY 
BAD") and sediments, according to the FC, indicate a contamination "HIGH" of Lead and 
Cadmium (highly toxic heavy metals), presenting increase between the sampled points of up 
to 1,000%. The SMMA received all data and information raised, as well as a copy of this 
work. (Sorry for the mistakes!) 
 
KEYWORDS:: River basin of arroio Passinhos; water quality; sediments. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
SUMÁRIO 
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................................... III 
RESUMO .............................................................................................................................................................IV 
RESUMO .............................................................................................................................................................. V 
ABSTRACT .........................................................................................................................................................VI 
SUMÁRIO.......................................................................................................................................................... VII 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 8 
OBJETIVOS CENTRAL E ESPECÍFICOS ...................................................................................................................8 
JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................... 8 
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO................................................................................................................. 10 
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS .............................................................. 12 
2.1 ENCAMINHAMENTO DO PROJETO/PROPOSTA DE AÇÃO CONJUNTA................................................................ 12 
2.2 ETAPA DE CAMPO ........................................................................................................................................ 12 
2.2.1 Água.................................................................................................................................................... 15 
2.2.2 Sedimento............................................................................................................................................ 26 
2.3 ETAPA DE GABINETE ................................................................................................................................... 28 
2.3.1 Aprimoramento teórico-conceitual ..................................................................................................... 28 
2.3.2 Análise individual dos resultados laboratoriais ................................................................................. 28 
2.3.3 Análise conjunta dos resultados laboratoriais.................................................................................... 28 
2.3.4 Cálculo e cruzamento de informações ................................................................................................ 28 
2.3.5 Manipulação e extração de informações de imagens de satélite ........................................................ 29 
3. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E REGIÕES METROPOLITANAS .................................................. 32 
3.1 REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE............................................................................................. 32 
3.2 MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA .................................................................................................................... 34 
3.3 CACHOEIRINHA NA ATUALIDADE................................................................................................................. 36 
3.3.1 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos............................................................................................ 38 
3.3.2 Aspectos Climáticos e Cobertura Vegetal........................................................................................... 39 
3.3.3 Recursos Hídricos............................................................................................................................... 40 
4. A BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PASSINHOS ......................................................................... 43 
4.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO .......................................................................................................................... 44 
4.2 A SITUAÇÃO ATUAL DO ARROIO PASSINHOS ................................................................................................ 46 
5. A QUALIDADE DA ÁGUA E DO SEDIMENTO DE FUNDO DO ARROIO PASSINHOS .................. 53 
5.1 PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS ................................................................................... 53 
5.2 SEDIMENTO ................................................................................................................................................. 54 
5.3 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA E SEDIMENTO ................................................................................... 55 
5.4 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS .................................................................................................................... 61 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................... 65 
7. RECOMENDAÇÕES...................................................................................................................................... 70 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................... 71 
8.1 REFERÊNCIAS VIRTUAIS CONSULTADAS...................................................................................................... 72 
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 74 
 
 
8 
INTRODUÇÃO 
O seguinte trabalho tem como tema a qualidade da água e sua relação com o uso e ocupação 
do solo na bacia hidrográfica. A escolha deste “enredo” se deve a relevância que o estudo de 
bacia hidrográfica como unidade de análise vem demonstrando em dias de crescente 
preocupação e degradação do meio ambiente, principalmente dos recursos hídricos. 
Objetivos Central e Específicos 
O objetivo central é verificar a relação existente entre a qualidade das águas superficiais do 
arroio Passinhos e o uso e ocupação do solo identificados em sua bacia hidrográfica, 
analisando o processo de urbanização do município desde sua emancipação. Para tanto, foi 
necessário: 
 
� Analisar o processo de urbanização do Município de Cachoeirinha e suas possíveis 
conseqüências na bacia e no arroio Passinhos; 
� Identificar o uso e ocupação do solo na área da bacia do Passinhos; 
� Obter informações sobre a qualidade das águas e do sedimento de fundo do curso 
d’água principal através de análises laboratoriais; 
� Criar mapa dos resultados de qualidade da água e do sedimento de fundo. 
Justificativa 
Uma das principais mudanças advindas do processo de urbanização é a modificação das 
características superficiais do solo. Na maioria das vezes, esse processo tende à 
impermeabilização, influenciando direta e principalmente, os aspectos de escoamento 
superficial, captação, evapotranspiração, infiltração e recarga do ciclo hidrológico. 
 
O processo de urbanização, para que suas conseqüências e formas como acontece sejam mais 
bem entendidas, deve ser compreendido como “um processo social que se refere tanto ao 
crescimento físico dos artefatos geográficos, quanto às mudanças nas relações 
9 
comportamentais e sociais desenvolvidas no interior das cidades e das aglomerações 
urbanas.” (STROHAECKER, 2001). 
 
Dessa forma, quando o processo de urbanização avança 
sobre o meio natural, de maneira desordenada, [se caracteriza como] um dos 
processos mais impactantes no meio ambiente, notadamente no que se refere à 
qualidade dos recursos hídricos, [causando] a degradação progressiva de áreas de 
mananciais (CARVALHO & BRAGA, 2001). 
 
A água é um recurso indispensável para a estrutura das cidades. Apesar disso, é nesses 
ambientes, onde é tão essencial, que este recurso renovável enfrenta grandes dificuldades. 
Problemas relacionados ao desperdício, poluição e contaminação dos corpos hídricos e à 
destruição de seus ambientes associados, são comuns e facilmente visíveis no dia-a-dia das 
cidades. 
 
Os impactos diários que o modo de vida urbano impõe ao Passinhos são os grandes 
promovedores da transformação da qualidade física, química e organoléptica de suas águas. 
Se considerarmos que “a qualidade de uma determinada água é função do uso e da ocupação 
do solo de sua bacia hidrográfica” (SPERLING, 1995), fica claro que intrínseco ao processo 
de urbanização da maneira como ocorreu e vem ocorrendo em Cachoeirinha está à degradação 
do seu meio ambiente e de seus recursos hídricos. 
 
No Município de Cachoeirinha, principalmente na porção centro-norte da bacia hidrográfica 
do arroio Passinhos, essa problemática ambiental é uma verdade histórica. Das três nascentes 
conhecidas do arroio Passinhos:uma se encontra preservada no interior do Parque Municipal 
Dr. Tancredo Neves, uma Unidade de Conservação da Natureza de 18ha; a segunda encontra-
se sob uma residência (assim como toda a área a sua volta) a, pelo menos, 18 anos; e a última, 
dizem os moradores mais antigos do local, foi aterrada. A alta densidade demográfica na 
cabeceira da bacia e a ineficiente abrangência da coleta de esgoto para tratamento, 
condicionaram o arroio Passinhos a ser um simples corpo receptor de efluentes não tratados. 
 
As mudanças foram tão drásticas que uma mesma geração pôde constatar e testemunhar os 
impactos que o processo de urbanização desordenado e de rápida expansão impôs ao meio 
ambiente sob jurisdição do município. A qualidade atual das águas do Passinhos é, 
certamente, antagônica à qualidade que um meio ambiente saudável deveria propiciar-lhe. 
10 
A realidade sanitária do arroio pede medidas urgentes. Mais ainda ao se admitir que a saúde e 
qualidade de vida da população estão vinculadas às boas condições do meio ambiente a sua 
volta. Mas a formulação de diagnósticos e a construção de planos de ação efetivos pelos 
órgãos e/ou responsáveis pela gestão se vêem prejudicados pela carência de informações 
básicas e/ou imprescindíveis sobre o arroio Passinhos e sua bacia hidrográfica. 
 
Desta forma, com a finalidade de: A) prover o poder público municipal com informações 
técnico-científicas importantes sobre o seu meio ambiente, recursos hídricos e território; B) 
promover a cidadania e responsabilidade social (o autor é um estudante de universidade 
pública); e C) fortalecer/incitar a cooperação entre instituições públicas, este trabalho foi 
proposto e realizado através de uma parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente 
do Município de Cachoeirinha (SMMA), a qual receberá todos os dados e informações 
levantadas, assim como uma cópia do presente trabalho. 
Localização da Área de Estudo 
O Município de Cachoeirinha, pertencente à Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), 
está a 17km da capital gaúcha (FIG. 1). Conta com 43,8km2 de área, abrangendo parcialmente 
quatro bacias hidrográficas: a do arroio Sapucaia, tributário do rio do Sinos; e a dos arroios 
Brigadeiro, Barnabé e Passo Grande, ou Passinhos (como comumente é conhecido) tributários 
do rio Gravataí. 
11 
 
FIG. 1: Localização do Município de Cachoeirinha na RMPA. 
 
A área de estudo é a bacia do arroio Passinhos, localizada no quadrante leste-sudeste de 
Cachoeirinha. As águas de seu curso hídrico principal se deslocam no sentido nordeste-
sudeste-sul, como mostra a FIG. 2, elaborada a partir de uma imagem de 2006 do satélite 
CBERS-2 (composição colorida RGB-342) de resolução espacial igual a 20m. 
 
 
FIG. 2: Localização da bacia hidrográfica do arroio Passinhos. 
Região Metropolitana de Porto Alegre 
FONTE: Adaptado da Fundação 
de Planejamento Metropolitano e 
Regional (METROPLAN) (2002). 
Limite Municipal 
de Cachoeirinha 
 
Limite da Bacia 
do Passinhos 
 
Arroio Passinhos 
 
Localização da Bacia 
Hidrográfica do Arroio 
Passinhos no Município de 
Cachoeirinha 
12 
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS 
Para alcançar os objetivos propostos, se dividiu o trabalho em três etapas: 
 
� Encaminhamento do projeto/proposta de ação conjunta; 
� Etapa de campo; 
� Etapa de gabinete. 
2.1 Encaminhamento do projeto/proposta de ação conjunta 
Após incursão a campo de reconhecimento das condições do arroio Passinhos junto a técnicos 
da SMMA, em novembro de 2006, fez-se o encaminhamento do projeto ao Conselho 
Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente de Cachoeirinha 
(COMDEMA). Após a aprovação, o auxílio financeiro junto ao Fundo Municipal de Defesa 
do Meio Ambiente de Cachoeirinha (FUMDEMA) foi viabilizado e amparava a seguinte 
metodologia: 
 
� 8 amostragens de água superficial, em duas campanhas (4 x 4); 
� 4 amostragens de sedimento de fundo, também em duas campanhas (2 x 2). 
 
Para realizar a etapa seguinte, a SMMA ficou encarregada do transporte e do pagamento das 
análises laboratoriais, enquanto as amostragens, as análises e a apresentação técnico-científica 
dos resultados laboratoriais em forma de texto ficaram a cargo do autor. 
2.2 Etapa de Campo 
No mês de janeiro de 2007, se fez um percorrido das nascentes à foz do Passinhos 
identificando os diferentes tipos de uso e ocupação do solo, assim como os impactos 
ambientais. Também se visitou a Estação de Tratamento de Esgoto de Cachoeirinha-Gravataí 
(ETE Freeway), onde o técnico responsável apresentou a estação, explicando todo o processo 
de tratamento desde a entrada do esgoto bruto até a saída do efluente tratado (99% de 
eficácia). A metodologia de coleta de material foi idêntica nas duas incursões a campo, uma 
13 
no dia 4 de junho e a outra no dia 4 de setembro de 2007. As coletas de material se realizaram 
no turno da manhã e duraram, aproximadamente, 4 horas. O ponto de amostragem 
preferencial no arroio, excetuando a nascente, foi entre a margem e centro do fluxo. Para 
evitar a perda de qualidade das amostras, o material coletado foi entregue no mesmo dia ao 
Laboratório de Análises de Solo da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS), cadastrado junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental 
Henrique Luis Roessler do Estado do Rio Grande do Sul (FEPAM) como “Laboratório de 
Análises Ambientais” sob o número 12/2006-DL. Os pontos de amostragem podem ser 
visualizados na FIG. 3: 
 
 
FIG. 3: Localização dos pontos de amostragem. 
 
Os locais de amostragem podem ser vistos pelas FOTOS 1, 2, 3 e 4: 
 
Localização dos Pontos de 
Amostragem 
1 
2 
3 
4 
1 
2 
3 
4 
Nascente 
 
 
Anterior à Zona Industrial 
 
 
Posterior à Zona Industrial 
 
 
Proximidades da Foz 
 
 
Limite Municipal de 
Cachoeirinha 
 
Limite da bacia do 
Passinhos 
 
Arroio Passinhos 
14 
 
FOTO 1: Nascente. FOTO 2: Anterior à Zona Industrial. 
 
FOTO 3: Posterior à Zona Industrial FOTO 4: Proximidades da foz. 
A seguir, para cada ponto amostrado, apresenta-se o tipo de material coletado e uma breve 
descrição do local: 
 
� Ponto 1: água. A zona residencial e mista adjacente se caracteriza por ser 
altamente urbanizada, com as vias secundárias sem asfaltamento. Observam-se 
infra-estruturas habitacionais e comerciais majoritariamente simples, com algumas 
variações tanto para níveis mais rudimentares, como aprimorados. Verificam-se os 
serviços de esgotamento e abastecimento de água potável (água encanada), apesar 
de este último apresentar períodos de interrupção no verão; 
� Ponto 2: água e sedimento. A zona industrial interrompe, na margem direita do 
arroio, a expansão residencial. Na sua maioria, as indústrias inseridas estão 
relacionadas ao fracionamento de produtos químicos, à metalurgia, fabricação de 
máquinas, aparelhos, produtos plásticos, entre outras. Têm porte “pequeno” com 
04/06/2007 
04/06/2007 
15 
atividades de potencial poluidor “médio”1. A zona residencial, na margem 
esquerda, apresenta melhorias infra-estruturais se comparadas com o ponto 
anterior. Porém, devido a que muitas residências estão próximas ao Passinhos, 
observa-se o lançamento “clandestino” in natura de efluentes domésticos não 
tratados; 
� Ponto 3: água e sedimento. A qualidade das residências é mais aprimorada que nos 
pontos anteriores e, praticamente, todas as ruas são asfaltadas. Nesse ponto, a 
quantidade de moradias e estabelecimentos comerciais conectados ao sistema de 
coleta e tratamento de esgoto é muito maior; e 
� Ponto 4: água. O Passinhos adentra-se na área privada e preservada conhecida 
como “Mato do Júlio”. Porém, quando se aproxima do Bairro Parque da Matriz 
(margem esquerda), volta a sofrer com o lançamento de efluentes não tratados, que 
contaminam as suas águas. 
2.2.1 Água 
Submergiram-se totalmente os recipientes até seu volume estar totalmente preenchido.No processo de coleta de água, utilizaram-se 5 diferentes tipos de frascos e/ou 
recipientes (não foram tomadas medidas de temperatura in loco pela ausência de 
aparelho específico). Armazenaram-se as amostras em isopor não refrigerado. Os 
parâmetros, métodos de análise e limites de detecção estão indicados na TABELA 1: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 O potencial poluidor é identificado pela FEPAM segundo a função/processo que a indústria desenvolve e/ou 
pratica. 
16 
TABELA 1 – Parâmetros analisados, metodologia analítica utilizada e limites de detecção. 
 
Parâmetro Método Aplicado 
Limite de 
Detecção 
Potencial hidrogeniônico Potenciometria - 
Digestão Kjedahl 
Destilação Nitrogênio kjeldahl (mg/L) 
Titulometria 
0,1mg/L 
Destilação 
Titulometria 
Nitrogênio nitrato (N-NO3) + nitrito 
(N-NO2) (mg/L) 
Liga de Varda 
0,1mg/L 
Digestão Ácida 
Espectrofotometria Fósforo total (mg/L) 
Ácido Ascórbico 
0,1mg/L 
Winkler com Azida de Sódio Demanda bioquímica de oxigênio 
(mg O2/L) Indubação 5 dias 
2,0mg O2/L 
Oxigênio dissolvido (mg O2/L) Winkler com Azida de Sódio 2,0mg O2/L 
Turbidez (uT) Turbidimetria 1,0 uT 
Filtração 
Sólidos totais (mg/L) 
Gravimetria 
10 mg/L 
Microorganismos termotolerantes 
(NMP*/100ml) 
Tubos Múltiplos 2 
* Número mais provável. 
 
As análises laboratoriais seguiram o método proposto pela Standard Methods for the 
examination of water and wastewater (1995, 1998). O método escolhido para analisar 
a qualidade das águas superficiais da bacia hidrográfica do arroio Passinhos foi Índice 
de Qualidade da Água (IQA) idealizado pela National Sanitation Foundation dos 
Estados Unidos (NFS), modificado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento 
Ambiental (CETESB), ligada a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 
e aplicado pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM). Incorpora nove 
parâmetros considerados importantes para a avaliação da qualidade das águas quando 
o determinante principal de utilização é o abastecimento público. A relevância de 
todos os parâmetros está descrita abaixo (BASSOI; GUAZELLI, 2004): 
 
� Oxigênio dissolvido (OD): É de essencial importância para os organismos 
aeróbicos. Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem 
uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma 
redução da sua concentração no meio. É o principal parâmetro de 
caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos; 
� Potencial hidrogeniônico (pH): Representa a concentração de íons de 
hidrogênio H+ (em escala anti-logarítmica) dando uma indicação a 
17 
condição de acidez (0-7), neutralidade (7) ou alcalinidade (7-14). Uma 
alteração brusca de pH, que se afastam da neutralidade, podem afetar a vida 
aquática. 
� Fósforo total (PT): Na água apresenta-se principalmente nas formas de 
ortofosfatos, polifosfatos e fósforo orgânico (menor importância). Nutriente 
essencial para o crescimento dos microorganismos responsáveis pela 
estabilização da matéria orgânica, em elevadas concentrações pode 
ocasionar crescimento exagerado de algas (eutrofização). 
� Turbidez (Tu): Componente organoléptico que indica o grau de 
interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma 
aparência turva. Pode estar relacionado à componentes tóxicos e 
organismos patogênicos. Pode prejudicar a fotossíntese. Mede-se via 
unidade de Jackson ou nefelométrica (uT). 
� Microorganismos termotolerantes (MTT): A determinação da 
potencialidade de uma água transmitir doenças (febre tifóide e paratifóide, 
disenteria bacilar e cólera) pode ser efetuada de forma indireta através dos 
organismos indicadores de contaminação fecal (coliformes do gênero 
Escherichia, por exemplo), atribuindo à água a característica de imprópria 
para consumo humano. 
� Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): Representa a quantidade de 
oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição 
microbiana aeróbica para uma forma inorgânica estável. Normalmente é 
considerada como a quantidade de oxigênio consumida durante um 
determinado período de tempo de cinco dias numa temperatura de 20°C, é 
freqüentemente usado e referido como DBO5,20. Um elevado valor da DBO 
indica um incremento da microflora presente, o que interfere no equilíbrio 
da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis. Ela não 
indica a presença de matéria não-biodegradável, nem leva em consideração 
o efeito tóxico ou inibidor de matéria sobre a atividade microbiana. A 
presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir á completa 
extinção de oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e 
outras formas de vida aquática. 
� Nitrogênio total (NT): No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado 
em forma molecular (N2), orgânica (dissolvido ou em suspensão), nitrito 
18 
(NO2) e nitrato (NO3). A determinação da forma predominante do N pode 
fornecer informações importantes sobre o estágio da poluição. Implicação 
direta no consumo de oxigênio dissolvido (OD) nos processo bioquímicos 
de conversão da amônia (tóxico) em nitrito e nitrato. Em grande quantidade 
o nitrato contribui para o desenvolvimento da metemoglobinemia infantil 
(blue baby). O nitrogênio, como é nutriente indispensável para o 
crescimento de algas, quando de seu excesso, pode ocasionar processos de 
eutrofização. Nesse trabalho, O NT é a somatória dos valores encontrados 
para o Nitrogênio kjeldahl (Nitrogênio orgânico mais Nitrogênio 
amonical), N-NO3 e N-NO2. 
� Sólidos totais (ST): Podem se sedimentar no leito dos rios, destruindo 
organismos que fornecem alimentos, ou danificar os leitos de desova de 
peixes. Pode reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, 
promovendo decomposição anaeróbica. 
� Temperatura (°C): Medida de intensidade de calor. Relaciona-se ao 
aceleramento ou retardo de processos químicos e físicos. Sua variação é 
parte do regime climático normal, bem como sua estratificação vertical. 
Geralmente, a elevação por causas antrópicas está relacionada a despejos 
industriais. À medida que a temperatura aumenta, a viscosidade, a tensão 
superficial, a compressibilidade, o calor específico, a constante de 
ionização e o calor latente diminuem, enquanto a condutividade térmica e a 
pressão de vapor aumentam as solubilidades. Organismos aquáticos 
possuem limites de tolerância térmica superior e inferior nos diferentes 
estágios de seu desenvolvimento, que podem variar. 
 
O IQA é calculado pelo produto ponderado das qualidades de água correspondentes 
aos parâmetros mencionados. A formula é a seguinte: 
 
 
 
 
19 
 
em que: 
IQA: Índice de Qualidade da Água, um número de 0 a 100; 
: produtório; 
n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA; 
qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número de 0 a 100 obtido por “curvas 
médias de variação de qualidade”; e 
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número de 0 a 1, atribuído 
em função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo 
que: 
 
em que: 
: somatório. 
 
Os pesos (wi) utilizados para cada parâmetro estão indicados na TABELA 2. 
 
TABELA 2 – Pesos utilizados no cálculo do IQA para cada parâmetro. 
Parâmetro OD (%) MTT pH DBO5 NT PT T (°C) Tu RT 
Peso (wi) 0,17 0,15 0,12 0,10 0,10 0,10 0,10 0,08 0,08 
 
 
O qi é obtido, em função de sua concentração média, através de curvas de variação de 
qualidade da água estabelecias de acordo com o estado ou com a condição de cada 
parâmetro. Essas curvas de variação, sintetizadas em um conjunto de curvas médias 
para cada parâmetro, bem como seu peso relativo correspondente, são apresentadas na 
FIG. 4: 
 
20 
FIG. 4: Curvas médias de variação de qualidade da água. 
 
A partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das águas brutas que, 
indicada pelo IQA numa escala de 0 a 100, é classificada,para abastecimento público, 
segundo a graduação apresentada na TABELA 3 (o IGAM não utiliza as centésimas): 
 
TABELA 3 – Classificação da qualidade da água segundo o IQA. 
Qualidade (q) IQA 
Excelente 90,01 – 100 
Bom 70,01 – 90,00 
Médio 50,01 – 70,00 
Ruim 25,01 – 50,00 
Muito Ruim 0 – 25,00 
21 
No caso de não se dispor do valor de algum dos nove parâmetros, o cálculo do IQA é 
inviabilizado. Porém, no caso brasileiro, segundo o IGAM, a falta de medidas de 
temperatura pode ser relevada porque, no Brasil, há uma baixa variação de 
temperatura de equilíbrio. Por este motivo, o resultado q para o parâmetro temperatura 
é uma constante igual a 93. Para calcular a saturação de OD, utilizou-se uma 
temperatura padrão de 15°C. 
 
Outro instrumento utilizado para auxiliar na avaliação das águas suprficiais foi a 
legislação ambiental. Compararam-se os resultados das análises laboratoriais com a 
Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n° 357, de 17 de 
março de 2005, com a finalidade de classificar a qualidade das águas do arroio 
Passinhos segundo determinações legislativas da esfera federal. Esta resolução, 
descrita a seguir, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes 
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de afluentes, e dá outras providências. 
 
Classifica as águas doces (salinidade inferior a 0,5 ‰) em 5 categorias, 
segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes: 
 
I - Classe especial: águas destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; 
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; 
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação 
de proteção integral. 
 
II - Classe 1: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
simplificado; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e 
mergulho, conforme Resolução CONAMA n° 274, de 2000; 
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se 
desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção 
de película; 
22 
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. 
 
III - Classe 2: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
convencional; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e 
mergulho, conforme Resolução CONAMA n° 274, de 2000; 
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, 
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter 
contato direto; 
e) à aqüicultura e à atividade de pesca. 
 
IV - Classe 3: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
convencional ou avançado; 
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; 
c) à pesca amadora; 
d) à recreação de contato secundário; 
e) à dessedentação de animais. 
 
V - Classe 4: águas que podem ser destinadas: 
a) à navegação; 
b) à harmonia paisagística. 
 
Como na Resolução n° 357/2005 do CONAMA, devido à quantidade de parâmetros 
contemplados, as condições e padrões de qualidade que ditam os limites entre classes 
são extensos, neste trabalho se utilizou somente aquelas condições e padrões de 
qualidade que auxiliariam na análise comparativa com os dados observados no arroio 
Passinhos. A seguir, constam as condições e padrões utilizados para cada classe de 
água: 
 
23 
Nas águas de classe especial deverão ser mantidas as condições naturais do 
corpo hídrico. Já nas águas doces de classe 1 observar-se-ão as seguintes 
condições: 
 
a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com 
os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua 
ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, 
comprovado pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou 
outro método cientificamente reconhecido; 
b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente 
ausentes; 
c) óleos e graxas: virtualmente ausentes; 
d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; 
e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes; 
f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes; 
g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato 
primário deverão ser obedecidos os padrões de qualidade de 
balneabilidade, previstos na Resolução CONAMA no 274, de 2000. 
Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 
coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo 
menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com 
freqüência bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição 
ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites 
estabelecidos pelo órgão ambiental competente; 
h) DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2; 
i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2; 
j) turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT); 
k) pH: 6,0 a 9,0. 
 
Aplicam-se às águas doces de classe 2 as condições anteriores, à exceção do 
seguinte: 
 
24 
a) não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes 
antrópicas que não sejam removíveis por processo de coagulação, 
sedimentação e filtração convencionais; 
b) coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato 
primário deverá ser obedecida a Resolução CONAMA no 274, de 2000. 
Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 1.000 
coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo 
menos 6 (seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com 
freqüência bimestral. A E. coli poderá ser determinada em substituição 
ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites 
estabelecidos pelo órgão ambiental competente; 
c) turbidez: até 100 UNT; 
d) DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L O2; 
e) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2; 
 
As águas doces de classe 3 observarão as seguintes condições: 
 
a) não verificação de efeito tóxico agudo a organismos, de acordo com 
os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua 
ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas, 
comprovado pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou 
outro método cientificamente reconhecido; 
b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente 
ausentes; 
c) óleos e graxas: virtualmente ausentes; 
d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; 
e) não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes 
antrópicas que não sejam removíveis por processo de coagulação, 
sedimentação e filtração convencionais; 
f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes; 
g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato 
secundário não deverá ser excedido um limite de 2500 coliformes 
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 
amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência 
25 
bimestral. Para dessedentação de animais criados confinados não deverá 
ser excedido o limite de 1000 coliformes termotolerantes por 100 
mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras, coletadas durante 
o período de um ano, com freqüência bimestral. Para os demais usos, 
não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes termotolerantes 
por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas 
durante o período de um ano, com periodicidade bimestral. A E. Coli 
poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes 
termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão 
ambiental competente; 
h) cianobactérias para dessedentação de animais: os valores de 
densidade de cianobactérias não deverão exceder50.000 cel/ml, ou 
5mm3/L; 
i) DBO 5 dias a 20°C até 10 mg/L O2; 
j) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/L O2; 
k) turbidez até 100 UNT; 
l) pH: 6,0 a 9,0. 
 
As águas doces de classe 4 observarão as seguintes condições: 
a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente 
ausentes; 
b) odor e aspecto: não objetáveis; 
c) óleos e graxas: toleram-se iridescências; 
d) substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o 
assoreamento de canais de navegação: virtualmente ausentes; 
e) OD, superior a 2,0 mg/L O2 em qualquer amostra; e, 
f) pH: 6,0 a 9,0. 
 
Na TABELA 4, apresenta-se um quadro-síntese das condições e padrões de qualidade 
mencionados acima. 
 
 
 
26 
TABELA 4 – Síntese das condições e padrões de qualidade de água utilizadas neste trabalho, 
segundo a Resolução n° 357/2005 do CONAMA. 
Requisitos Resolução n° 357 do CONAMA 
Parâmetro 
Classe E 
Classe 
1 
Classe 
2 
Classe 
3 
Classe 
4 
pH 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0 
Nitrato (mg/L N) 10 10 10 - 
Nitrito (mg/L N) 1 1 1 - 
Nitrogênio 
Amoniacal Total 
(mg/L N) 
3,7 3,7 13,3 - 
Fósforo Total 
(ambiente lótico) 
(mg/L P) 
0,1 0,1 0,15 - 
DBO5 (mg O2/L) 3 5 10 - 
OD (mg O2/L) 6 5 4 <2 
Turbidez (uT) 40 100 100 - 
Sólidos Dissolvidos 
Totais (mg/L) 
500 500 500 - 
Coliformes 
termotolerantes 
(100ml) 
Condições 
Naturais do 
Corpo 
Hídrico 
200 1.000 4.000 - 
2.2.2 Sedimento 
Na amostragem de sedimento se utilizou coletor de plástico tubular artesanal. 
Amostrou-se somente a camada superior do sedimento de fundo (até 10cm de 
profundidade), armazenando em sacos plásticos transparentes, respeitando a proporção 
de 50% de sedimento e 50% de água do próprio local. O material foi guardado em 
isopor não refrigerado. Em laboratório, foram analisados os seguintes metais pesados, 
escolhidos devido a sua alta toxicidade e relativa acessibilidade: 
 
→ Cádmio (Cd); 
→ Chumbo (Pb); 
→ Cobre (Cu); 
→ Cromo total (Cr); 
→ Mercúrio (Hg); 
→ Níquel (Ni); 
→ Zinco (Zn). 
O Hg foi analisado pelo método 7471A desenvolvido pela Environmental Protection 
Agency dos Estados Unidos (EPA) e os demais metais segundo o método 3050B 
(“Ambientalmente Disponível”) também desenvolvido pela EPA. A descrição sintética 
dos métodos aplicados e limites de detecção se apresentam na TABELA 5: 
27 
 
TABELA 5 – Métodos utilizados na análise dos sedimentos e limites de detecção. 
Parâmetro Método Aplicado 
Limite de 
Detecção 
Cobre total 0,4 mg/kg 
Zinco total 2,0 mg/kg 
Cádmio total 0,2 mg/kg 
Cromo total 0,4 mg/kg 
Níquel total 0,2 mg/kg 
Chumbo total 
Digestão Ácida (Ácido Nítrico / 
Água Oxigenada / Ácido 
Clorídrico) Espectrofotometro 
de Absorção Atômica 
2,0 mg/kg 
Mercúrio total Digestão Úmida / Vapor Frio 0,01 mg/kg 
 
Para analisar a qualidade do sedimento de fundo do arroio Passinhos, utilizou-se o 
método denominado como Fator de Contaminação de Hakanson (FC). Este método 
se baseia na razão entre o valor encontrado para o metal e o “nível de base natural” ou 
background (NBN) do terreno. Devido à falta de dados da área de interesse, o NBN 
utilizado foi o valor global encontrado para folhelhos (sheal) (TUREKIAN; 
WEDEPOLH apud FÖRSTNER; WITTMANN, 1983) apresentado na TABELA 6. 
 
TABELA 6 – Valores do Nível de Base Natural para folhelhos. 
Parâmetros 
NBN 
(mg/kg) 
Cobre total 45 
Zinco total 95 
Cádmio total 0,3 
Cromo total 90 
Níquel total 68 
Chumbo total 20 
Mercúrio total 0,4 
 
Segundo o resultado, que pode indicar “enriquecimento” ou “empobrecimento” de um 
determinado elemento no sedimento, este se classificará segundo a graduação 
apresentada na TABELA 7: 
 
 
 
 
 
 
28 
TABELA 7 – Classificação do nível de contaminação do sedimento por metais pesados 
segundo o Fator de Contaminação de Hakanson. 
Classificação da 
Contaminação 
FC 
Baixa < 1 
Moderada 1 - 3 
Considerável 3 - 6 
Alta > 6 
2.3 Etapa de Gabinete 
Esta etapa diz respeito a todos os momentos de análise, manipulação, cruzamento, geração e 
apresentação de informações. Pode-se subdividir esta etapa em cinco processos: 
2.3.1 Aprimoramento teórico-conceitual 
2.3.2 Análise individual dos resultados laboratoriais 
Após cada amostragem, foi analisado individualmente cada parâmetro, procurando 
destacar aqueles cujo impacto fosse mais negativo. Na seqüência, ao relacionar 
parâmetros, buscaram-se possíveis interações que deflagrassem intensificações de 
impactos ambientais e efeitos complementares para, dessa forma, compreender a 
complexidade do(s) impacto(s), identificar parâmetros com efeitos mais nocivos à 
saúde ambiental e delimitar possíveis causas e/ou agentes. Também se levou em conta 
as condições climáticas dos 15 dias anteriores às amostragens; 
2.3.3 Análise conjunta dos resultados laboratoriais 
Possíveis relações entre parâmetros com caráter intensificador ou de 
complementaridade foram destacadas, principalmente aquelas que se repetiram. Além 
de compreender a complexidade do(s) impacto(s), identificar parâmetros com efeitos 
mais nocivos à saúde ambiental e delimitar possíveis causas e/ou agentes, se propôs 
recomendações sobre o(s) fenômeno(s) observado(s); 
2.3.4 Cálculo e cruzamento de informações 
Foi calculado o IQA e o FC, e foram comparados os resultados laboratoriais com a 
Resolução nº 357/2005 do CONAMA. A escolha dessas variáveis se baseou, 
29 
especificamente, em sua ampla utilização e, devido a isso, na possibilidade de 
comparação de resultados com outros lugares e/ou situações; 
 
� Após a conclusão dos itens “2.3.2”, “2.3.3” e “2.3.4”, foram entregues à 
SMMA o laudo oficial dos resultados das análises laboratoriais e texto 
contendo todas as informações técnico-científicas levantadas e a descrição dos 
aspectos mais importantes, salientando pontos críticos e as possíveis causas dos 
impactos observados. 
2.3.5 Manipulação e extração de informações de imagens de satélite 
Utilizando o programa ENVI 4.2, se georreferenciou, a partir de uma imagem do 
satélite LANDSAT-ETM 7 (órbita ponto n° 221/81) de resolução espacial igual a 
30m, uma imagem do satélite LANDSAT-MSS 1 de 1975 (órbita ponto n° 237/81) de 
resolução espacial igual a 30m e uma imagem do satélite CBERS-2 de 2006 (órbita 
ponto n° 157-133) de resolução espacial de 20m com o objetivo de delimitar e 
mensurar a área urbana (classificação visual) do Município de Cachoeirinha e da bacia 
hidrográfica do arroio Passinhos nessas duas datas. 
 
Para a imagem CBERS, foi considerada a mesma área urbanizada contida no PLANO 
DIRETOR DO MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA (2006)2, somente acrescentando-
se algumas áreas urbanas que não foram delimitadas. Para a imagem LANDSAT de 
1975, utilizaram-se de testemunhos de antigos habitantes de Cachoeirinha para 
circunscrever a área urbana do município, devido os parcos registros sobre a história 
do município. Durante esse processo, se georreferenciou uma imagem de 2006 do 
satélite QUICK BIRD de alta resolução espacial (0,6m), a partir de pontos obtidos 
com aparelho de GPS (Global Positionig System) com erro médio de 6,5m, para 
auxiliar na diferenciação do comportamento espectral das diferentes superfícies. Isso é 
possível conectando (link) as imagens e selecionando na imagem QUICK BIRD áreas 
que apresentem diferentes comportamentos espectrais (campos, floresta, área 
construída, etc.), para, depois, relacionar àquela área ao comportamento espectral 
observado na imagem LANDSAT. 
 
 
2 Projeto de lei complementar n° 2.625 de 2006. 
30 
Cabe ressaltar que, na porção norte do Município de Cachoeirinha na imagem 
LANDSAT de 1975, devido ao tamanho dos assentamentos humanos (muitas vezes 
não ultrapassando 1 ou 2 pixels3), a sua localização esparsa e a sua semelhança com o 
comportamento espectral de campos, decidiu-se não delimitar nenhum polígono que 
representasse áreas urbanas. Por essas limitações,apesar do esforço empreendido para 
minimizá-las, o valor encontrado para as áreas urbanas no ano de 1975 não pode ser 
tomado como uma medida exata; mas uma estimativa. A FIG. 5 mostra as imagens 
LANDSAT de 1975 (composição RGB-456) e CBERS de 2006 utilizadas para 
circunscrever a área urbana do Município de Cachoeirinha. 
 
 
FIG. 5: Respectivamente, imagem LANDSAT (1975) e imagem CBERS (2006). 
 
As áreas destinadas à agricultura não foram tomadas em conta porque se 
consubstanciavam em atividades de pequeno porte (familiares). O Instituto Rio 
Grandense do Arroz (IRGA) e a Escola Estadual de 1° e 2° Graus Daniel de Oliveira 
Paiva (EEDOP) que contam com áreas consideráveis destinadas à agropecuária, 
permaneceram com valores estáveis ao longo do período (1975 – 2006). Além da 
finalidade descrita, se utilizou a imagem QUICK BIRD para traçar os limites do 
município e mensurar a extensão longitudinal do arroio Passinhos. 
 
 
3 Pixel: a menor dimensão informacional em uma imagem de satélite; determina a resolução espacial. 
31 
Os limites da bacia do Passinhos foram obtidos através da Carta 1:50.000 de São 
Leopoldo, da Diretoria de Serviços Geográficos do Exército Brasileiro (DSG). Mas, 
devido ao setor inferior curso da bacia do Passinhos ser muito plano, se utilizou, para 
aprimorar o traçado da bacia, uma imagem de radar da Missão Topográfica Radar 
Shuttle (SRTM, siglas em inglês para Shuttle Radas Topographic Mission), realizada 
pela Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA, 
National Aeronautics and Space Administration em inglês) em 2000. 
 
Porém, as imagens SRTM têm resolução igual a 90m, superior a das Cartas 1:50.000 
da DSG. Para solucionar esse problema, se fez um recorte na imagem SRTM contendo 
apenas a área de interesse e, através de uma rotina do software ARCGIS 9.1, se aplicou 
o método geoestatístico conhecido como Kriging, que se utiliza da regressão4 para 
interpolar5 informações. O resultado obtido foi uma imagem SRTM com resolução de 
30m. Com essa imagem, se construiu um modelo altimétrico do terreno para delinear 
as nuanças do mesmo e, assim, circunscrever mais eficazmente a bacia do Passinhos. 
Neste trabalho, a projeção padrão adotada foi a Universal Transversa de Mercator 
(UTM), Zona 22 Sul e Datum “South American Datum 1969” (SAD-1969). 
 
As imagens LANDSAT-MSS 1, CBERS-2 e SRTM são disponibilizadas 
gratuitamente no sítio eletrônico do Instituto Espacial de Pesquisas Espaciais (INPE) e 
da NASA. A imagem QUICK BIRD foi disponibilizada pela SMMA e a imagem 
LANDSAT-ETM-7, os programas ENVI 4.2 e ARCGIS 9.1 e o GPS foram 
disponibilizados (somente para manipulação) pelo Centro Estadual de Pesquisas em 
Sensoriamento Remoto e Meteorologia (CEPSRM). 
 
 
 
4 Regressão: dependência funcional entre duas ou mais variáveis aleatórias. 
5 Interpolação: processo em que se determina o valor de uma função em um ponto interno de um intervalo a 
partir dos valores da função nas fronteiras desse intervalo. 
32 
3. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E REGIÕES METROPOLITANAS 
Nas décadas de 1950 e 1960, devido à consolidação das bases da industrialização brasileira 
implantadas na década de 1930 e à crise gerada no campo pela modernização das atividades 
agrícolas, uma imensidão de pessoas migraram para as cidades, principalmente para o sudeste. 
Esse traslado implicou em uma mudança importante: paulatinamente, as cidades foram se 
conformando no centro da vida da sociedade brasileira, “pois nela se concentram capital e 
força de trabalho” (FUJIMOTO, 2000). 
 
A cidade e a indústria cresciam juntas e, especificamente no caso brasileiro, a uma velocidade 
alucinante. Juntas, foram concentrando as oportunidades, os negócios, os investimentos, as 
tecnologias, as pessoas e o sentido de “modernidade” que motivava a época. Porém, as 
pessoas continuavam empreendendo longas viagens atrás da realização de seus sonhos, e as 
cidades começaram a demonstrar sinais de que as oportunidades não eram para todos. 
Problemas sociais, como marginalização e desemprego, e de degradação ambiental 
começaram a aparecer, como também aponta FUJIMOTO (2000). BRAGA (2003) comenta: 
“as características da urbanização brasileira fazem com que esse processo seja, não só, um 
fator gerador de problemas ambientais, mas, um problema ambiental em si.” 
 
Muitas vezes, devido à aproximação entre as cidades pelo seu rápido crescimento 
(conurbação), a dinâmica das problemáticas não terminava nos limites municipais. Surgem, 
então, pela Lei Complementar n° 14, de 08 de junho de 1973, as “Regiões Metropolitanas” 
(RM), cujo objetivo principal era a gestão conjunta dos problemas e a promoção de soluções 
integradas entre os municípios. As primeiras RM foram: de São Paulo, Belo Horizonte, Porto 
Alegre, Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza. 
3.1 Região Metropolitana de Porto Alegre 
Do surgimento da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), logo vieram os 
investimentos que impulsionaram a economia, concentrando as características e condições de 
reprodução do modo de vida urbano-industrial. Porém, essas condições também resultaram na 
concentração de impactos ambientais oriundos do rápido crescimento urbano e adensamento 
populacional que, na maioria das vezes, se caracterizou como desordenado. 
33 
 
Como se pode ver na TABELA 8, em 1980, a RMPA tinha população um pouco superior a 
2.230.000 habitantes, o equivalente a 28,70% dos gaúchos; já em 2006, 36,97% da população 
gaúcha, ou cerca de 4.050.000 habitantes, residia na RMPA. 
 
 TABELA 8 – Evolução populacional e territorial da RMPA e do RS entre 1980 e 2006. 
Divisão 
Política 
População 
Residente 
Área (km2) 
Crescimento 
Populacional 
1980 – 2006* (%) 
Participação 
Populacional 
no RS (%) 
Participação 
Territorial 
no RS (%) 
RMPA 1980 2.231.392 5.000,00* - 28,70 1,77 
RS 1980 7.773.837 281.748,50 - - - 
RMPA 2006* 4.052.995 9.800,00 81,64 37,30 3,48 
RS 2006* 10.867.102 281.748,50 39,79 - - 
* Estimativa 
FONTE: Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE). 
 
Durante todo esse quarto de século, também permaneceu a tendência de crescimento da 
população residente no ambiente urbano e, conseqüentemente, aumento da “grau de 
urbanização”6 (TU) da RMPA: em 1980, a TU era de 96,27% e em 2006, mesmo quase 
duplicando sua área e com crescimento populacional duas vezes maior que o do RS, a TU 
permaneceu estável, com 96,46%. 
 
Como bem aponta FUJIMOTO (2000), esse rápido crescimento ocorreu paralelamente a 
condições insatisfatórias de moradia, situação agravada pela falta de planejamento eficiente e 
a carência de políticas ambientais e sociais adequadas à realidade da época. Dessa maneira 
a expansão urbana [ocorreu], em grande parte, em áreas impróprias ou de forma 
inadequada, tendo como conseqüências inúmeros problemas ao meio físico, à 
própria população assentada e aos poderes públicos responsáveis pelos serviços de 
infra-estrutura nessas áreas (FUJIMOTO, 2000). 
 
Atualmente, os municípios que integram a RMPA “apresentam grandes disparidades quanto 
ao PIB per capita e aos indicadores sociais, refletindo a distribuição desigual de agentes 
econômicos e de equipamentos urbanos como transporte, saúde, educação, habitação e 
saneamento” (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RS, 2004). 
 
6 Grau de urbanização: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), percentual da população 
urbana em relação à população total. 
34 
3.2 Município de Cachoeirinha 
O Município de Cachoeirinha, desde sua emancipação (Lei n° 5.090 de 09 de novembro de 
1965) seguiu esses mesmos passos: expansão urbana acelerada e desordenada e crescimento 
rápido da população (TABELA 9), causando impactos ambientais, muitas vezes, irreversíveis. 
 
TABELA 9 – Crescimentopopulacional no Município de Cachoeirinha e no RS entre 1970 e 
2006. 
População Residente (hab) 
Densidade Demográfica 
(hab/km2) 
Crescimento (%) 
Unidade 
Administrativa 
1970 1980 2006 1970 1980 2006 
1970-
1980 
1980-
2006 
Cachoeirinha 31.002 63.196 119.403 707,81 1.442,83 2.726,10 50,94 47,07 
RS 6.664.891 7.773.837 10.867.102 23,66 27,59 38,57 14,27 28,46 
Fonte: FEE e IBGE. 
 
Como se pode observar, Cachoeirinha obteve em 10 anos (1970 – 1980) um crescimento 
populacional de mais de 100%, e quase repetiu esse crescimento no período de 1980 a 2006. 
Além disso, o contínuo aumento da TU, que era de 96,60% em 1970, passando por 99,30% 
em 1980 e chegando aos 100% em 2000, revela concentração de habitantes no ambiente 
urbano. O MAPA 1 ilustra o crescimento do mancha urbana do município no últimos 30 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
MAPA 1 – Evolução da mancha urbana do Município de Cachoeirinha nos últimos 30 anos. 
 
 
O urbano cresceu horizontalmente, muitas vezes de maneira desordenada. As infra-estruturas 
básicas de saneamento e moradia não tiveram o tempo necessário para serem viabilizadas e a 
abundante mão-de-obra não conseguiu ser assimilada. A cidade não estava pronta para 
receber tantos imigrantes. Nesse ponto, o meio ambiente também se configurou como uma 
vítima: áreas de recarga e nascentes, matas e florestas foram destruídas ou modificadas, dando 
lugar a bairros, cursos fluviais transformados em torrentes de esgoto, espécies animais 
destituídas de seu habitat, entre outros impactos. Nesse período, a mancha urbana de 
Cachoeirinha pulou de 7,43km2 para 22,17km2, um crescimento de 198,48%; um incremento 
de áreas urbanas superior a 0,48km2/ano, chegando, em 2006, a ocupar mais da metade do 
município (TABELA 10). 
 
TABELA 10 – Evolução da mancha urbana do Município de Cachoeirinha em relação à sua 
área (43,8km2). 
Área de Cachoeirinha 
ocupada pela Mancha 
urbana (%) 
1975 2006 
17,24 50,62 
FONTE: FEE. 
Evolução da Mancha Urbana no 
Município de Cachoeirinha no 
período de 1975 e 2006 
 
Mancha Urbana em 2006 
 
Mancha Urbana em 1975 
 
Limite Municipal 
N 
0 1 2km 
 
 
Projeção UTM 
Datum SAD-69 
36 
 
Mesmo que nos últimos 10 anos a taxa de crescimento populacional do município tenha se 
estabilizado entre 1,60% e 1,98% e, conseqüentemente, o crescimento urbano tenha 
amenizado: o passivo ambiental de três décadas de desenfreada e desorganizada expansão 
urbana sobre o meio ambiente, inclusive, sobre áreas protegidas por legislação federal, e sem 
oferecer condições básicas de moradia e saneamento básico, deixaram marcas profundas na 
sociedade cachoeiriense e em seu meio ambiente. 
3.3 Cachoeirinha na atualidade 
Atualmente, Cachoeirinha abriga quase 120.000 habitantes. Seu PIB cresce desde 2000, 
alcançando, em 2004, a marca de R$ 1.849.747.000; consagrando Cachoeirinha como o 13° 
PIB gaúcho (participando com 1,29% da economia gaúcha) e o 122° PIB per capita do RS 
(TABELA 11). 
 
TABELA 11 – PIB e PIB per capita do Município de Cachoeirinha e do RS no período de 
2000 a 2004. 
2000 2001 2002 2003 2004 Unidade 
Administrativa A B A B A B A B A B 
Cachoeirinha 1.106 10.166 1.177 10.603 12.425 10.984 1.551 13.447 1.850 15.742 
RS 85.138 8.302 94.084 9.071 104.451 9.958 128.040 12.071 142.874 13.320 
- - 6,35 4,30 956,09 3,59 -87,52 22,42 19,29 17,07 Crescimento 
anual ���� - - 10,51 9,26 11,02 9,78 22,58 21,22 11,59 10,35 
 A - PIB (x1.000.000) 
 B - PIB per capita 
FONTE: IBGE. 
 
Como se pode ver, o crescimento contínuo do PIB a passos mais largos que o crescimento 
populacional, faz com que o PIB per capita dos habitantes de Cachoeirinha aumente; ainda 
que se saiba que a distribuição de riquezas no município segue o exemplo brasileiro. A 
economia do município se baseia no setor secundário e terciário, levando uma leve vantagem 
o primeiro deles. Estes dois setores participam na economia gaúcha na seguinte proporção 
(2004): 1,44% e 1,33%, respectivamente. 
 
Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), idealizado pelo economista 
paquistanês Mahbub ul Haq na década de 1990 e que, desde então, é utilizado pela 
37 
Organização das Nações Unidas (ONU), Cachoeirinha teve o 332° melhor IDH do Brasil para 
o ano de 2000, com 0,813; mostrando um acréscimo de 9,13% em relação a esse mesmo 
índice no ano de 1991 (0,745). Esse indicador é fruto da combinação das variáveis: esperança 
de vida ao nascer, alfabetização de adultos, escolarização e PIB per capita, onde os melhores 
resultados são aqueles que se encontram próximos a um. Com se pode ver na TABELA 12, 
Cachoeirinha apresenta evolução positiva em todas as variáveis utilizadas por este índice. 
 
TABELA 12 – Índice de Desenvolvimento Humano do Município de Cachoeirinha para os 
anos 1991 e 2000. 
IDH 
Renda 
1991 
IDH 
Renda 
2000 
IDH 
Longevidade 
1991 
IDH 
Longevidade 
2000 
IDH 
Educação 
1991 
IDH 
Educação 
2000 
IDH 
1991 
IDH 
2000 
0,686 0,734 0,705 0,793 0,844 0,913 0,745 0,813 
FONTE: Plano Diretor do Município de Cachoeirinha (2006). 
 
Já o Índice de Desenvolvimento Sócio Econômico (IDESE), desenvolvido no RS, analisa 
quatro blocos temáticos: “educação”, “renda”, “saneamento e domicílio” e “saúde”. Classifica 
o resultado, que varia de zero a um, em três níveis de desenvolvimento: “baixo” (índices até 
0,499), “médio” (entre 0,500 e 0,799) ou “alto” (maiores ou iguais que 0,800). Segundo este 
indicador, Cachoeirinha se situa entre os 10 primeiros melhores colocados do RS (TABELA 
13). 
 
TABELA 13 – IDESE do Município de Cachoeirinha nos anos de 1991, 2001 e 2004. 
Educação Renda 
Saneamento e 
Domicílios 
Saúde IDESE 
 
Ano 
 Índice Ordem* Índice Ordem* Índice Ordem* Índice Ordem* Índice Ordem* 
1991 0,776 77º 0,697 53º 0,580 5º 0,811 270º 0,716 10º 
2001 0,853 147º 0,804 24º 0,661 15º 0,846 358º 0,791 10º 
2004 0,864 171º 0,847 25º 0,663 15º 0,843 313º 0,804 8º 
* Colocação entre os municípios gaúchos. 
 
No bloco “educação”, mesmo com a melhora no índice, apresenta um crescimento inferior aos 
demais municípios gaúchos, pois sua colocação continua despencando desde 1991. Apesar de 
ser um dos nove municípios gaúchos classificados com desenvolvimento “alto”, Cachoeirinha 
demonstra somente um desenvolvimento “médio” no bloco “Saneamento e Domicílios”, o 
único bloco diretamente relacionado com o meio ambiente. Vendo a história do município, se 
entende porque este bloco tem o índice mais baixo. Outra vez, o processo de urbanização 
desorganizado e de rápida expansão deflagra, na atualidade, seus efeitos nocivos. Mas há um 
38 
agravante, o índice de desenvolvimento nesse bloco é considerado “médio”, com 0,663; mas, 
assim mesmo, é o 15° do RS. 
3.3.1 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos 
Segundo o PLANO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA (2007), O 
município tem quatro formações geológicas: 
 
i) Formação Rio do Rastro (Paleozóico): composta por siltitos e arenitos finos 
esverdeados e arroxeados e, na porção superior, argilitos e siltitos vermelhos 
com intercalações lenticulares de arenito fino. O ambiente de sedimentação é 
transicional de planície de marés para fluvial; 
ii) Formação Rosário do Sul/Formação Sanga do Cabral (Mesozóico): se 
caracteriza por arenitos médios a finos, siltitos, argilitos e lamitos friáveis de 
coloração vermelha, castanho-avermelhada, cinza-amarelo e branca; 
iii) Depósitos Sedimentares (Quaternário): constitui um sistema de laguna-
barreira desenvolvido ao longo da Bacia de Pelotas. São depósitos relacionados 
a distintos ambientes de deposição como os de planícies lagunares, barreiras 
marinhas, depósitos paludais incluindo turfas e depósitos eólicos de margem 
lagunar. Ocorre em altitudes comumente muito baixas, o que lhe confere um 
relevo plano a muito suavemente ondulado; 
iv) Depósitos Aluvionares: englobam um conjunto de terras fácies 
sedimentaresresultante de processos associados aos ambientes de encosta de 
terras altas. Compreendem conglomerados, diamictitos, arenitos 
conglomeráticos, arenitos e lamitos de cores avermelhadas, maciços ou com 
estruturas acanaladas; 
 
Também segundo o PLANO AMBIENTAL (2007), Cachoeirinha apresenta as 
seguintes unidades geomorfológicas: 
 
i) Planícies e Terraços Lagunares: relacionado a sistemas deposicionais que se 
desenvolveram na planície costeira (sistema lagunar e de leques aluviais). 
Originaram-se em relevos de acumulação flúvio-lacustres apresentando 
diferentes formas: leitos de canais de arroios anastomosados, terraços lagunares 
e banhados. Ocorre como faixas marginais ao longo do rio Gravataí, arroio 
39 
Brigadeiro e Passinhos. Correspondem a áreas planas sem dissecação onde as 
formas do relevo são do tipo de acumulação com altitude de até 5m, com a 
planície inundável ao longo do rio Gravataí; 
ii) Planície Lagunar: Constitui-se de sedimenos areno-síltico-argilosos de 
origem flúvio-lagunar. Caracteriza-se por áreas sem dissecação, sujeitas a 
inundações sazonais e de baixa duração. Distribui-se na porção norte do 
Município, como faixa marginal ao longo do arroio Sapucaia; 
3.3.2 Aspectos Climáticos e Cobertura Vegetal 
Utilizando a classificação de Köppen, em Cachoeirinha predomina o clima Cfa, 
apresentando chuvas durante todos os meses e temperatura média do mês mais quente 
superior a 22°C e a do mês mais frio superior a 3°C. Segundo o PLANO 
AMBIENTAL (2007), nos últimos quatro anos, a temperatura media do mês mais 
quente foi superior a 26,5°C e a do mês mais frio superior a 7°C; a precipitação 
mensal mais baixa foi a registrada no mês de janeiro de 2005 e 2006, com 32,8mm, e a 
precipitação anual do período não foi inferior a 1.152,6mm. 
 
Foram identificadas as seguintes formações vegetais (PLANO AMBIENTAL, 2007): 
 
i) Pioneiras: ocorre nas planícies baixas e inundáveis do rio Gravataí, ocupando 
solos aluviais e hidromórficos, classificados como Planossolos. Vegetação 
adaptada a vários gradientes de drenagem (banhado). Desempenham dois 
importantes papeis ecológicos: refúgio de fauna e regulador de vazão (“efeito 
esponja”), além de terem altíssima produtividade biológica. São espécies 
encontradas nessa formação: Aguapé (Eichornia crassipes), Corticeira-do-
banhado (Erytrina cristagalli), Ipê-amarelo (Tabebuia australis) e Tarumã 
(Vitex megapotamica); 
ii) Secundárias: vegetação que ocupou de forma natural áreas onde a formação 
natural foi removida. Do tipo herbácea, arbustiva e arbórea, encontram-se 
dispersas pelo município. Entre elas estão: Pata-de-vaca (Bauhhinia spp.), 
Pitangueira (Eugenia uniflora), Jerivá (Syagrus romanzoffiana) e Mamica-de-
cadela (Zanthoxylum rhoifolium); 
iii) Floresta Estacional Semidecidual: restrita ao Parque Municipal Dr. 
Tancredo Neves e no “Mato do Júlio”. Caracterizada por reduzida quantidade 
40 
de espécies deciduais. A maior parte desta floresta deu lugar a pastagens e 
loteamentos; 
 
A Lei Orgânica do Município de Cachoeirinha, de 03 de abril de 1990, ainda prevê: 
 
Art. 193 – As áreas verdes públicas de conservação são consideradas patrimônio 
público inalterável, sendo proibida sua concessão ou cedência, bem como qualquer 
atividade de empreendimento público ou privado que altere ou danifique as suas 
características naturais. 
 
Art. 195 – A derrubada, o corte ou poda de árvore existente no Município ficam 
sujeitas à autorização prévia do órgão competente de conformidade com o 
procedimento estabelecido em Lei posterior (com redação dada pela Emenda à Lei 
Orgânica nº 02/01). 
 
Art. 197 – Em todos os projetos de loteamento deverá ser previsto um projeto de 
arborização da área loteada sob responsabilidade do loteador, com acompanhamento 
obrigatório do Conselho Municipal do Meio Ambiente. 
 
Parágrafo Único – A arborização atingirá toda a região, compreendendo as espécies 
necessárias ao projeto, bem como reflorestamento das espécies destruídas. 
 
Art. 198 – Todos os banhados costeiros e interiores serão conservados, garantindo 
ao rio e demais cursos d’água a ocupação livre e natural de seus leitos maiores e de 
suas áreas de inundação periódica, ficando proibida a drenagem, aterro, alagamento 
ou qualquer alteração da configuração original, permitindo-se apenas a exploração 
econômica através de manejo sustentável. 
 
Este último artigo é importante porque garantiu a conservação em nível municipal de 
um ambiente importante para a dinâmica hidrológica fluvial. 
3.3.3 Recursos Hídricos 
A porção norte do Município de Cachoeirinha está inserida na bacia hidrográfica do 
rio do Sinos; mais especificamente, na sub-bacia do arroio Sapucaia. Nessa sub-bacia, 
se encontra o Aterro Sanitário Santa Tecla, que recebe o lixo de Cachoeirinha. O 
Sapucaia, que nasce no Município de Gravataí, serve de limite municipal com Esteio 
(ao norte) e tem como um de seus afluentes o arroio Nazário, que nasce em 
Cachoeirinha. Este arroio tem seu fluxo diminuído devido a barramentos, em forma de 
açude (PLANO AMBIENTAL, 2007). 
 
O restante do território de Cachoeirinha faz parte da bacia hidrográfica do rio 
Gravataí. Este curso hídrico é base para o desenvolvimento da região, podendo-se 
classificar sua área em dois setores, de acordo com o uso dado à água: alto, com 
predomínio de atividades agropecuárias; e baixo, com predomínio de uso urbano-
41 
industrial. Parcialmente, três sub-bacias do Gravataí fazem parte do Município de 
Cachoeirinha: a sub-bacia do Barnabé, Brigadeiro e Passinhos. 
 
A sub-bacia do Barnabé drena o extremo leste e sudeste do município, nessas áreas se 
localizam partes do bairro Fátima e Parque da Matriz. Já a sub-bacia do Brigadeiro 
drena a porção centro-oeste de Cachoeirinha, ocupando aproximadamente 20km2 de 
seu território. A oeste, o arroio Brigadeiro, que também apresenta problemas 
ambientais de origem antrópica, serve de limite municipal entre Cachoeirinha e 
Canoas (corta os distritos industriais de ambos municípios); seu afluente, o arroio 
Águas Mortas, cruza Cachoeirinha no sentido leste-oeste, apresentando ao longo da 
zona rural, grandes áreas com mata ciliar em ambas as margens preservadas. 
 
A sub-bacia do Passinhos ocupa uma área aproximada de 10,9km2, onde 95% se 
encontra inserido no Município de Cachoeirinha (a área restante pertence à Gravataí). 
Grande parte da superfície de sua bacia está alterada pelo processo de urbanização, 
principalmente na zona das nascentes. O Passinhos tem, aproximadamente, 7km de 
extensão, nasce e percorre (canalizado) uma das zonas mais densamente povoadas do 
município, recebendo todo o tipo de efluentes não-tratados antes de adentrar-se no 
“Mato no Júlio”, ao sul da Av. Flores da Cunha. Nessa área, mantêm seu percurso 
natural até cruzar a BR-290 quando seu leito volta a ser modificado (canalizado) até a 
foz, devido a construção da ETE Freeway. A FIG. 6 localiza cada sub-bacia no 
Município de Cachoeirinha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIG. 6: Localização das sub-bacias hidrográficas que compõem o Município de Cachoeirinha. 
 
 
Arroio Sapucaia 
 
Arroio Brigadeiro 
 
Arroio Barnabé 
 
Arroio Passinhos 
Sub-bacias hidrográficas 
FONTE: PLANO DIRETOR DO 
MUNICÍPIO DE CAHOEIRINHA (2006). 
43 
4. A BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PASSINHOS 
Durante o processo de urbanização de Cachoeirinha, que se iniciou na década de 1970, devido 
ao desenvolvimento industrial de Porto Alegre e a criação do Distrito Industrial Municipal, 
vários moradores do litoral norte e de Santa Catarina se mudaram para Cachoeirinha. Com a 
prosperidade dos anos seguintes, vieram os imigrantes do interior do RS (MOMBACH, 
1991). Devido ao grande fluxo de imigrantes, as oportunidades não satisfizeram a todos e, ao 
mesmo tempo, à prosperidade econômica, que valorizou algumas áreas perante outras, 
aumentando o custo de vida (principalmente

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