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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA ATERRO CONTROLADO DO MUNICÍPIO DE VILA PAVÃO Disposição de Resíduos Sólidos Domiciliares Vila Pavão, ES - 2019 2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Prefeitura Municipal de Vila Pavão CNPJ: 36.350.346/0001-67 Endereço: Rua Travessa Pavão, nº 80, Nova Monique Município: Vila Pavão CEP: 29.843-000 E-mail: gabinetedoprefeito@vilapavao.es.gov.br Tel. / Fax: (27) 3753-1001 IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO Empresa: EnvironmentGroup CNPJ: 22.111.252/0001-20 Técnicos Responsáveis: Bianca Fanti Fernandes; Geovane Pin; Jéssica Barrere Silva; Kiara Piontes Koski; Rodrigo Aguiar de Oliveira; Taynara Calott Carlini; Yuri Graciano Bissaro; Formação: Engenharia Ambiental E-mail: equipe-eia@outlook.com Tel.: (027) 99633-0189 / (027) 99702-3657 Endereço: Rua Vereador Wantuil Ribeiro Fagundes, nº 75, Centro Município: Barra de São Francisco. mailto:equipe-eia@outlook.com 3 SUMÁRIO 1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO...................................9 1.1 LOCALIZAÇÃO...................................................................................9 1.2 DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSO..................................9 1.3 FASES UTILIZADAS NA IMPLANTAÇÃO – OPERAÇÃO – ENCERRAMENTO..................................................................................11 1.3.1 Fase I: Informações Preliminares de Produção de Resíduos Sólidos no Município............................................................................................11 1.3.2 Fase II: Estudo de Ocupação Volumétrica Compatível com a Capacidade de Suporte Suficiente para o Recebimento de Resíduos Sólidos Urbanos......................................................................................11 1.3.2.1 Célula de Aterro............................................................................................12 1.3.3 Fase III: Levantamento Topográfico da Área para Construção da Nova Célula.............................................................................................13 1.3.4 Fase IV: Escavação Mecânica da Nova Célula...............................13 1.3.5 Fase V: Construção dos Sistemas de Drenagens e Gases (Percolados)............................................................................................13 1.3.5.1 Rotina de operação do aterro............................................................13 1.3.5.2 Sistema de Drenagem Superficial......................................................14 1.3.6 Fase VI: Aterro dos Resíduos Sólidos na Célula.............................14 1.3.7 Fase VII: Cobertura Final do Aterro.................................................14 2 ÁREA DE INFLUÊNCIA......................................... .............................15 2.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)..........................................16 2.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)..............................................16 2.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII)............................................17 3 ASPECTOS FÍSICOS.....................................................................19 3.1 CLIMA...............................................................................................19 3.1.1 Temperatura e Precipitações.........................................................19 3.1.2 Massas de ar que atuam no Espirito Santo...................................20 3.2 CARACTERÍTICAS HIDROLÓGICAS..............................................21 3.2.1 Disponibilidade Hídrica..................................................................21 3.2.2 Qualidade Hídrica – Superficial......................................................24 4 3.2.3 Águas Subterrâneas.......................................................................26 3.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E DE RELEVO.................................................................................................27 3.3.1 Aspectos Pedológicos....................................................................31 3.3.2 Vulnerabilidade Natural à Contaminação Do Solo Pelo Uso.........34 3.3.3 Erodibilidade..................................................................................35 4 ASPECTOS BIÓTICOS.......................................................................36 4.1 FLORA..............................................................................................36 4.2 FAUNA..............................................................................................45 5 ASPECTOS SOCIOECONOMICOS....................................................48 5.1 POPULAÇÕES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, EXTRATIVISTAS E DE ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA................................55 5.1.1 População Indígenas......................................................................55 5.1.2 Comunidades De Remanescentes Quilombolas............................55 5.1.3 Comunidades Extrativistas............................................................55 5.2 CULTURA.........................................................................................56 5.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO........................................................56 5.4 USOS DA ÁGUA...............................................................................59 5.4.1 Abastecimento Público..................................................................59 5.4.2 Potencial Para Geração de Energia..............................................61 6 MPACTOS AMBIENTAIS....................................................................62 6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS...........................62 6.2 MEDIDAS MITIGADORAS OU INTENSIFICADORAS DOS IMPACTOS.............................................................................................68 6.3 PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO....70 6.3.1 PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO..............................70 6.3.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.........70 6.3.3 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS .........................71 CONCLUSÕES.....................................................................................................72 7 REFERÊNCIAS...................................................................................73 5 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Coordenadas Geográficas do Polígono.....................................................9 Tabela 02: cálculos realizados para o Estudo de Ocupação Volumétrica...................12 Tabela 03: Parâmetros, indicadores e peculiaridades das zonas naturais da área.....19 Tabela 04: Características sazonais mensais............................................................20 Tabela 05: Unidades de planejamento em Vila Pavão................................................21 Tabela 06: Faixas de IQA utilizadas no estado do Espírito Santo...............................25 Tabela 07: Análise de conformidade da estação de monitoramento localizada no Córrego BelaAurora....................................................................................................25 Tabela 08: Análise do IQA para as amostragens dos meses de abril e setembro referentes as amostras do Córrego BelaAurora..........................................................25 Tabela 09: Situação de domicilio em Vila Pavão....................................................49 Tabela 10: Taxa média de crescimento anual da população do município de Vila Pavão.........................................................................................................................49 Tabela 11: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vila Pavão..................51 Tabela 12: Produto Interno Bruto do município de Vila Pavão....................................52 Tabela 13: Receitas e Despesas de Vila Pavão (2016)..............................................52Tabela 14: Concentração de renda, pobreza e desigualdade do município de Vila Pavão.........................................................................................................................53 Tabela 15: Terras indígenas no estado do Espírito Santo..........................................55 Tabela 16: Serviço de abastecimento de água por UP no município e Vila Pavão...60 Tabela 17: Informação sobre os sistemas de captação da água bruta presentes em Vila Pavão.............................................................................................. .....................60 Tabela 18: Dados técnicos das estações de tratamento de água em Vila Pavão........61 Tabela 19: Empreendimentos Hidrelétricos inventariados no município de Vila Pavão.........................................................................................................................61 6 LISTA DE IMAGENS Imagem 01: Delimitação do Município de Vila Pavão.................................................10 Imagem 02: Área do Aterro Controlado......................................................................10 Imagem 03: Área Diretamente Afetada......................................................................16 Imagem 04: Área de Influência Direta – raio de 500m/0,500km..................................17 Imagem 05: Área de Influência Indireta......................................................................18 Imagem 06: Cursos d’água próximos a área do empreendimento..............................23 Imagem 07: Cultivo de café na área de Influência direta do aterro.............................39 Imagem 08: Vegetação modificada e fragmentos de mata na área de influência direta...........................................................................................................................40 Imagem 09: Foto Jacarandá-Cipó (Machaerium fulvovenosum H) na AID.................42 Imagem 10: Farinha-seca (Albizia niopoides) na AID.................................................42 Imagem 11: Caixeta (Schefflera morototonii) na AID..................................................43 Imagem 12: Pindoba (Attalea geraensis) na AID......................................................43 Imagem 13: Orquídea (Catasetum) na AID................................................................44 Imagem 14: Quaresmeira (Tibouchina granulosa) na AID..........................................44 Imagem 15: Ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de-barro (Furnarius rufus) na ADA............................................................................................45 Imagem 16: Presença de Urubu (coragyps atratus) na ADA......................................46 Imagem 17: Hemiptera na ADA..................................................................................47 Imagem 18: Aracnídeo presente na ADA...................................................................47 7 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Volume de resíduos sólidos na rampa.....................................................12 Figura 02: Massas de Ar que atuam no ES...............................................................21 Figura 03: Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus.......................22 Figura 04: Vulnerabilidade À Contaminação dos Aquíferos da Bacia do Rio S.M....26 Figura 05: Mapa de Morfologias do ES.....................................................................27 Figura 06: Mapa de Regiões Geomorfológicas do Espírito Santo............................28 Figura 07: Mapa de Unidades Geomorfológicas do Espírito Santo..........................29 Figura 08: Relevo no Estado do Espírito Santo com destaque - Vila Pavão............30 Figura 09: Mapa pedológico simplificado – domínio das classes de solo.................31 Figura 10: Textura dos solos por regiões com destaque em Vila Pavão..................32 Figura 11: Teor de matéria orgânica do solo.............................................................33 Figura 12: Vulnerabilidade natural à contaminação pelo uso do solo.......................34 Figura 13: Mapa da Vulnerabilidade dos solos à erosão..........................................35 Figura 14: Uso e Cobertura do Solo em Vila Pavão..................................................36 Figura 15: Corredores ecológicos prioritários............................................................37 Figura 16: Áreas prioritárias para conservação.........................................................37 Figura 17: Delimitação da Área.................................................................................38 Figura 18: Área de Influência Direta com fragmentos de mata ombrófila aberta......41 Figura 19: Mapa de localização de Vila Pavão no Estado do Espírito Santo...........48 Figura 20: Tendência de crescimento da malha urbana do município de V.P..........50 Figura 21: Gráfico da Pirâmide Etária de Vila Pavão, 2000/2010.............................51 Figura 22: Uso e cobertura da terra 2010 – Vila Pavão............................................57 Figura 23: Uso e cobertura da terra 2014/2015 - Vila Pavão....................................58 8 Figura 24: Uso e Ocupação do Solo no entorno do Aterro Controlado.....................58 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01: População municipal total em relação a população em situação de extrema pobreza.........................................................................................................54 Gráfico 02: Divisão municipal da população de extrema pobreza............................54 Gráfico 03: Uso do solo no municipio de Vila Pavão/Anos 2007-2008 e 2014- 2015............................................................................................................................59 9 1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O aterro controlado é caracterizado pela disposição de resíduos sólidos domésticos ao solo, com alguns controles necessários. Dentre estes, ocorre a cobertura dos resíduos com uma camada de solo ao final de cada ciclo de disposição, sistema de saída dos gases gerados pela decomposição dos resíduos e sistema de drenagem de águas pluviais no entorno da área específica de disposição. Para o funcionamento do aterro, houve a presença de 6 funcionários, trabalhando em todo o procedimento de disposição do resíduo, recobrimento, compactação e manutenção dos sistemas de drenagem, e saída de gases. 1.1 LOCALIZAÇÃO O município de Vila Pavão faz parte da Macrorregião de Planejamento Norte e da Microrregião de Planejamento Noroeste do estado do Espirito Santo, onde encontra- se o empreendimento. Este situa-se no Córrego da Rapadura, Zona Rural, CEP 29843-000, medindo área de 96.000,00 m² se somada á área de preservação ambiental junto à área do aterro controlado, sendo este de delimitação poligonal, exibida na imagem 2, nas seguintes coordenadas UTM Sirgas 2000 Zn 24: Tabela 01: Coordenadas Geográficas do Polígono A 330873.9/7935459.2 B 330928.7/7935395.7 C 330643.3/7935199.6 D 330606.29/7935321.1 Fonte: Elaborada pelos Responsáveis Técnicos 1.2 DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSO O acesso é feito através da estrada principal sentido Córrego do Estevão, por ser uma estrada movimentada é sempre mantida bem conservada. No quilômetro 05, próximo a escola CEIER, a esquerda tem-se acesso ao aterro controlado municipal, distante mais 02 quilômetros. 10 Imagem 01: Delimitação do Município de Vila Pavão Legenda: O – Sede / - Área do Aterro Controlado Fonte: Google Maps, 2019. Imagem 02: Área do Aterro Controlado Fonte: Google Maps, 2019. 11 1.3 FASES UTILIZADAS NA IMPLANTAÇÃO – OPERAÇÃO – ENCERRAMENTO 1.3.1 Fase I: Informações Preliminares de Produção de Resíduos Sólidos noMunicípio. A população do município de Vila Pavão foi estimada em 9.320 habitantes (IBGE 2014), resultando numa densidade demográfica de 21,51 hab/km². A coleta de Resíduos Sólidos realizado pela Prefeitura Municipal de Vila Pavão é acontece em diferentes setores urbanos, tais como: Bairros Centro, Nova Munique, Ondina e Leopoldina e Distritos de Praça Rica, Todos os Santos e Povoado de Conceição do XV. O consumo de lixo urbano por habitante/dia é de aproximadamente 0.65 kg, sendo coletada diariamente uma quantidade de 6.058 kg. Os tipos de resíduos sólidos urbanos RSU’s, coletado nesses setores urbanos da cidade de Vila Pavão, podem se classificar das seguintes maneiras: Matéria orgânica, (restos de comida, da sua preparação e limpeza), Papel e papelão (Jornais, revistas, caixas e embalagens), Plásticos (Garrafas, frascos, e outras embalagens), Vidro (Garrafas, frascos, copos), Metais (Latas e outros), Outros: Roupas, óleos de cozinha e, resíduos informáticos. Podemos identificar também no meio urbano outros tipos de resíduos diferentes dos comumente encontrados e que são denominados tóxicos, que necessitam de um destino especial, tais como: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, restos de medicamentos e outros. População: 9.320 habitantes; Lixo Habitante dia: 0,65 kg; Quantidade de Resíduos/dia: 6.058 kg 1.3.2 Fase II: Estudo de Ocupação Volumétrica Compatível com a Capacidade de Suporte Suficiente para o Recebimento de Resíduos Sólidos Urbanos. Os volumes anuais e os acumulados ao longo dos 1,5 anos possibilitaram o cálculo do tempo de vida útil anual. O peso específico (PE) pode variar de 350 a 900 kg/m³, http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_org%C3%A2nica http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1sticos http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro http://pt.wikipedia.org/wiki/Lata http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilha http://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_(qu%C3%ADmica) 12 dependendo do grau de compactação e este, do tipo de equipamento utilizado, tendo sido utilizado no Município de Vila Pavão o PE de 450kg/m³. 1.3.2.1 Célula de Aterro As células tiveram uma camada de 0,5 metros, compactadas na rampa do aterro sendo cobertas com uma camada de terra de 0,3 metros (0,3m). Figura 01: Volume de resíduos sólidos na rampa Fonte: Estudo de Capacidade Volumétrica do Município de Vila Pavão, 2017. Tabela 02: cálculos realizados para o Estudo de Ocupação Volumétrica Fórmula Usada Resultado Observação V= 365 x TD/PE V= Volume anual em m³ TD= Toneladas diárias coletadas (ton./dia) PE= Peso específico dos resíduos compactados no aterro (kg/m³) 10.317 m³ Dez mil e trezentos e dezessete metros cúbicos, que serão produzidos em 18 meses, 1,5 anos. V= C.L.H V= Capacidade de Volume da Vala C = Comprimento da vala L = Largura da Vala H = Altura da Vala 14.175 m³ Quatorze mil, cento e setenta e cinco metros cúbicos, capacidade volumétrica em resíduos sólidos para a nova célula. V= c.l.h b = frente de operação (metros) l = profundidade de célula (metros) h = altura da célula (metros) 126m³ Cento e vinte e seis metros cúbicos, volume para cada vez que será compactado com o trator conforme descrito na FASE IV. Fonte: Estudo de Capacidade Volumétrica do Município de Vila Pavão, 2017. 13 1.3.3 Fase III: Levantamento Topográfico da Área para Construção da Nova Célula Foi realizado o levantamento topográfico para a representação detalhada de seus poligonais, determinando suas coordenadas dos pontos topográficos, no qual usou- se para a elaboração de planta baixa da área. 1.3.4 Fase IV: Escavação Mecânica da Nova Célula A escavação foi realizada por escavadeira hidráulica, auxiliada com 02 Caminhões Caçamba 13-180 / 6 m³ para a retirada do material, argila “bota fora”. A argila foi depositada em pátio de estocagem dentro da própria área de aterro. Esse material foi utilizado como o solo, material inerte para a compactação dos resíduos sólidos. 1.3.5 Fase V: Construção dos Sistemas de Drenagens e Gases (Percolados) Para a captação de águas provenientes da precipitação direta sobre o aterro sanitário, bem como as provenientes do escoamento superficial das áreas adjacentes, que naturalmente infiltra no maciço das camadas dos resíduos, juntamente com o chorume da decomposição depositados na célula, deveriam ser instalados drenos horizontais de chorume interligados aos drenos verticais, de condução periférica dos líquidos percolados, formando uma malha de drenagem, previamente ao lançamento de lixo e à medida que o aterro da célula foi alteado. Para a drenagem de gases, colocou-se drenos verticais em distância de 30 m. 1.3.5.1 Rotina de operação do aterro 1. O caminhão coletava e descarregava os resíduos sólidos defronte ao nível de base do talude da camada de célula em construção; 2. Os resíduos sólidos eram empurrados por um auxílio de trator esteiras equipado com lamina, contra a camada em formação, formando uma rampa de ordem de 1V:3H; 14 3. Os resíduos sólidos eram espalhados sobre a rampa, de baixo para cima, e compactado com 3 a 5 passadas do próprio trator; 4. Ao longo da jornada de trabalho os resíduos foram recobertos com uma camada de solo argiloso de 0,20 a 0,30 m de espessura, compactado pelo próprio trator que espalha os resíduos, configurando uma célula; 5. Junto ao espalhamento dos resíduos sólidos serão instalados os drenos de gás e chorume integrantes da própria célula. 1.3.5.2 Sistema de Drenagem Superficial Os sistemas de drenagem das águas superficiais foram implantados previamente nos locais onde não se espera nenhuma atividade de deposição, estes devem garantir o desempenho funcional das atividades de lançamento dos resíduos e compactação, evitando também recalques do maciço de resíduos. Na finalização e considerando que as descidas d’água na superfície do aterro possuiriam borda livre, podendo ter concentrações de vazão muito elevadas e o escoamento se processaria a altas velocidades (>4m/s), portanto, foram instalados nas bordas das descidas d’água. 1.3.6 Fase VI: Aterro dos Resíduos Sólidos na Célula O aterro foi formado, desde a sua base até a plataforma de topo, em camadas de resíduos sólidos com cerca de 7 m de altura. A mesmo será constituindo-se por fases, ao longo do tempo. As camadas de células possuíam lixo compactado e coberto com uma camada de solo argiloso, “material inerte” com cerca de 30 cm de espessura, nas células intermediárias, e 60 cm de espessura de solo compactado na cobertura final. 1.3.7 Fase VII: Cobertura Final do Aterro Para o recobrimento finais das superfícies dos taludes e bordas do aterro, utilizaram uma metodologia diferenciada, na qual terá uma espessura de camada de solo de no mínimo de 60 centímetros. Nesse procedimento deve se ser considerado é a geometria final do aterro, observando a declividade imposta de no mínimo de 2%, para receber o plantio de gramada ou futuros plantios. Caso utilize espécies de plantas com sistemas de raiz mais profundas a espessura poderá se eventualmente revista. 15 2 ÁREA DE INFLUÊNCIA A resolução CONAMA 001/86 em seu art. 5º traz que, o Estudo de Impacto Ambiental deve obedecer, além dos princípio e objetivos expressos na Política Nacional do Meio Ambiente, algumas diretrizes. Dentre essas diretrizes o Inciso III determina a definição dos limites da área geográfica a ser diretamente ou indiretamente afetada pelos impactos. Essa delimitação se faz importante para cada objeto de estudo, visto que os níveis das relações do empreendimento com os aspectos socioambiental diagnosticados variam, e o conhecimento desse nível de influência permite a identificação dos impactos e formulação de programas ambientais mais efetivos. Para definir as áreas de influênciasforam considerados os aspectos do empreendimento que incidem sobre os componentes do solo, recursos hídricos,ima, geologia; No meio bi[ótico foram consideradas questões de vegetação e fauna presentes na região ou em seu entorno, espécies encontradas na área e possibilidade de desenvolvimento das matas próximas ao local; Para o meio antrópico, procurou-se basear em como o empreendimento pode afetar os modos de vida da população; Assim foram estabelecidos três regiões afetadas pelo empreendimento, definidas como: • Área Diretamente Afetada – ADA • Área de Influência Direta – AID • Área de Influência Indireta – AII 16 2.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) A área diretamente afetada é estabelecida como a área que sofrerá diretamente as pressões do empreendimento, como por exemplo a construção da célula, manobra de caminhões, presença de maquinário trabalhando, podendo ter a presença constante ou temporária destes elementos. Imagem 03: Área Diretamente Afetada Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 2.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) Para estipular a Área de Influência Direta foi estabelecido um raio de 500 metros do empreendimento, de modo a abranger todos os componentes que serão diretamente interferidos pela atividade em questão. 17 Imagem 04: Área de Influência Direta – raio de 500m/0,500km Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 2.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) A área de influencia indireta identifica a região afetada de forma indireta pelo empreendimento, visando as questões bióticas, físicas e socioeconômicas. Diante do fato do aterro controlado estar presente no município de Vila Pavão, e que se deve avaliar os impactos que possam exceder os limites estipulados para a ADA e AID, determinamos que todo o território do município de Vila Pavão faz parte da AII. 18 Imagem 05: Área de Influência Indireta Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 19 3 ASPECTOS FÍSICOS 3.1 CLIMA 3.1.1 Temperatura e Precipitações A área do aterro controlado encontra-se em uma região demarcada pela secretaria de estado do planejamento – SEPLAN, em 1999, como terras quentes, acidentadas e secas. Sendo as zonas naturais caracterizadas da seguinte maneira expressa na tabela 3. Tabela 03: Parâmetros, indicadores e peculiaridades das zonas naturais da área. Denominação da zona Parâmetros Indicadores Peculiaridades TEMPERATURA QUENTE Média Mín. (°C) 11,8 – 18,0 Média Máx. (°C) 30,7 – 34,0 0 – 450 m de altitude Contém a maioria (1) dos solos ricos, (2) das áreas extensivas de terras planas, (3) das terras secas e (4) os grandes rios. Ela contém a maioria das unidades naturais frágeis, afetadas pela conjugação de dois estresses que são (1) as longas estações secas e (2) a baixa fertilidade do solo. A presença do café robusta e culturas tropicais são mais expressivas nessa zona. ÁGUA SECA > 6 meses secos A planta Calotropisproce ra (“algodão de seda”) é um indicador restrito aparte da área. Contém a maior parte dos solos férteis do Estado. Esta área também abriga grandes áreas de solos pobres que se constituem em unidades naturais frágeis, facilmente susceptíveis a degradação por estarem submetidas ao estresse duplo, causado por (1) longo período seco associado a (2) situação de baixa fertilidade natural. Fonte: Zonas Naturais do ES, (SEPLAN, 1999); Mapa de unidades naturais (EMCAPA, 1999); FEITOZA et al. (1997; 1999). É importante destacar que todas estas peculiaridades foram confirmadas em visita a campo e conversa com moradores da região. 20 O estado do Espírito Santo possui grande variação climática devido a sua variedade de relevo, possuindo planícies costeiras até montanhas como o Pico da Bandeira. Essa variedade, bem como as massas de ar que atuam no estado, interferem diretamente na temperatura e índices pluviométricos nas regiões do estado. O estudo climático de Alvarez et al. (2013) atualizou a classificação climática de Köppen para todo o território brasileiro, sendo o clima da região de Vila Pavão dito como tropical de savana com chuvas no verão (Aw) por temperaturas médias constantemente altas (>18°C), ressaltando os dados apresentados pelo SEPLAN. Descrevendo também, alta precipitação anual (750mm a 1800mm) com média de 1101mm – 1200mm, de estação seca no inverno quando as chuvas chegam a menos de 60mm mensais, conforme pode ser observado na tabela que representa os meses chuvosos – U; Secos – S; Parcialmente Seco – P. Tabela 04: Características sazonais mensais MESES SECOS, CHUVOSOS E PARCIALMENTE SECOS Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez U P P P S S P S S P U U Fonte: Zonas Naturais do ES, (SEPLAN, 1999); Mapa de Unidades Naturais (EMCAPA/NEPUT, 1999); A chuva é um fator que apresenta grande variação, no tempo e no espaço, comente existindo chuvas intensas que trazem transtornos principalmente em áreas urbanas, mas também em áreas rurais. Na zona rural as chuvas podem provocar e auxiliar a erosão dos solos, assoreamento dos corpos hídricos e diversos outros problemas, assim como podem causar inundações nas zonas rurais, por isso, o conhecimento da precipitação de uma região é importante, possibilitando estivar vazões de escoamento superficial, estimar os déficits e excessos hídricos e outros parâmetros, permitindo a tomada de decisões quanto a medidas mitigatórias dos efeitos das chuvas ou falta dela. 3.1.2 Massas de ar que atuam no Espirito Santo O Estado do Espírito Santo sofre influência mais acintosa de duas massas de ar. Uma destas é a Massa de Ar Tropical Atlântica (MTA) que, se forma no Atlântico Sul 21 próximo ao Trópico de Capricórnio, possuindo características quentes e úmidas. A maior parte do litoral brasileiro é influenciado por ela, inclusive o ES em boa parte do ano. A outra massa de ar que influencia o clima do estado é popularmente conhecida como “vento sul”. A chamada Massa de Ar Polar Atlântica (MPA), é uma massa de ar fria que atinge o estado prioritariamente no inverno, ganhando maior força e se tornando seca, devido ao resfriamento do hemisfério sul nessa época. (Atlas, 2011). Figura 02: Massas de Ar que atuam no ES Fonte: Atlas Histórico-Geográfico do ES 3.2 CARACTERÍTICAS HIDROLÓGICAS 3.2.1 Disponibilidade Hídrica Vila Pavão está localizado na Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus que possui área de drenagem de aproximadamente 8.237 km², o município faz parte das unidades de planejamento do Alto Cricaré, Baixo Cricaré e Médio Cotaxé, como indica a tabela 05. Ademais, o empreendimento encontra-se nas delimitações do Baixo Cricaré. Tabela 05: Unidades de planejamento em Vila Pavão Município Unidade de Planejamento (UP) Área total da UP (km²) Área do Município na UP (km² - %) Vila Pavão Alto Cricaré Baixo Cricaré Médio Cotaxé 1.964,1 735,8 811,2 153,0 – 35,3 134,5 – 31,1 145,5 – 33,6 Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 22 Relacionado aos principais cursos de água da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, o local se está aproximadamente a 5km do Rio Cricaré, tal esse que delimita o sul do município de Vila Pavão e aproximadamente a 15 km do Rio XV de Novembro, que delimita o norte do município. Figura 03: Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus Fonte: Diagnóstico Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. O Diagnóstico e Prognóstico das Condições de Uso da Água na Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, indica que o empreendimento não está localizado dentro ou próximo de áreas de vulnerabilidade de inundações apontadas pelo IEMA (2013) e de inundações e enchentes apontadas pelo estudo da CPRM (2011/2012). Dados levantados pelo mesmo documento a respeito da bacia,indicam que não há problemas de deslizamento de solo e erosão nos cursos d’água que se encontram próximos a área, ocorrendo apenas na Sede do município de Vila Pavão e no distrito de Praça Rica pela existência de casas instaladas a beira do córrego. 23 Além dos principais, outros cursos d’água, dentre eles o Córrego Bela Aurora, Córrego da Rapadura e Córrego do Estevão se encontram presentes no entorno da área (alguns aparecem em um raio de 500m), como pode ser observado na imagem 4. Imagem 06: Cursos d’água próximos a área do empreendimento Fonte: Navegador Geobases, 2019. De acordo com o relatório de Sondagem de Simples Reconhecimento SPT realizado em 05 pontos do local do aterro controlado, seguindo as orientações da ABNT NBR: 6484/2001 e NBR 8036, não foi encontrado nível d’agua até 10,25 metros de profundidade perfurados. Em relação a distribuição espacial da vazão de referencia Q90 nas unidades de planejamento da BHRSM, o aterro encontra-se em região que é estimada uma vazão de 6,0 m³/s a 9,0m³/s. 24 3.2.2 Qualidade Hídrica – Superficial Primeiramente é importante ressaltar que o Município de Vila Pavão não possui estação de tratamento de esgoto, desta forma, prejudica constantemente seus mananciais pela disposição inadequada dos efluentes provenientes de residências. Considerando séries históricas de precipitações e qualidade da água nas estações de monitoramento da AGERH e da ANA além de estudos para a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, que consideraram dois períodos sazonais: abril de 2017 (período chuvoso) e setembro de 2017 (período seco), levando em consideração que segundo o INCAPER, 2017 foi um ano atípico em valores de precipitação para o estado do Espírito Santo, foi possível realizar a caracterização da qualidade da água de determinados cursos d’água da BHRSM, dentre eles o Córrego BelaAurora, que se encontra aproximadamente a 2.500 metros do empreendimento. O documento em questão aponta que foram analisados, com base nos Padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005, os seguintes parâmetros: Coliformes Termotolerantes (Coli), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20), Fósforo Total (PT), Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e Oxigênio Dissolvido (OD). Para complementar a análise dos parâmetros foi realizado o cálculo do IQA – Índice de Qualidade da Água, que leva em consideração a qualidade de cada parâmetro (q), seus respectivos pesos (w) que já estão pré-estabelecidos, em função da concentração ou medida (resultado da análise), utilizando a seguinte equação: O resultado deste cálculo gera um valor de 0 a 100, cuja classificação varia em 5 espaços, como demonstra a tabela 06. 25 Tabela 06: Faixas de IQA utilizadas no estado do Espírito Santo FAIXAS DE IQA UTILIZADAS NO ES Avaliação da Qualidade da Água 80 - 100 ÓTIMA 52 - 79 BOA 37 – 51 RAZOÁVEL 20 - 36 RUIM 0 – 19 PÉSSIMA Fonte: CETESB (2017). Deste modo, foi possível apontar os resultados das análises realizadas pela estação de monitoramento localizada no Córrego BelaAurora. Tabela 07: Análise de conformidade da estação de monitoramento localizada no Córrego BelaAurora Curso d’água Coordenadas UTM da estação de monitoramento Coliformes termotolerantes DBO5,20 (mg O2 L) N-NH3 (mg/L) OD (mg/L) PT (mg/L) Estação do Córrego BelaAurora X:332223 Y:7938509 Legenda: Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. Tabela 08: Análise do IQA para as amostragens dos meses de abril e setembro referentes as amostras do Córrego BelaAurora ESTAÇÃO AMOSTRAL ABRIL SETEMBRO IQA Avaliação da Qualidade da Água IQA Avaliação da Qualidade da Água Estação do Córrego BelaAurora 52 50 Legenda: Ótima Boa Razoável Ruim Péssima Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus. Como observado a qualidade da água no Córrego em questão encontrava-se deveras comprometida em razão do fluxo de efluente doméstico, proveniente da sede do município e lançado diretamente no curso d’água. 26 3.2.3 Águas Subterrâneas De acordo com o CPRM 2015b, os aquíferos fraturados compõem a maior parte da bacia hidrográfica do Rio São Mateus, inclusive majoritariamente a Unidade de Planejamento Baixo Cricaré e toda a área onde está localizado o aterro controlado do município de Vila Pavão. Estes aquíferos são descritos pelo CPRM como “compostos por rochas cristalinas e metassedimentos vulcânicos característicos das regiões montanhosas do noroeste do ES”. Aquíferos com essas características apresentam baixa vulnerabilidade à contaminação devido a existência de rochas como o granito e gnaisses, pois tais, são pouco permeáveis dificultando a dissipação de contaminante, como aponta o Diagnóstico realizado para a elaboração do Plano de Recurso Hídrico da Bacia do Rio São Mateus. A Figura 04 mostra a vulnerabilidade em toda a Bacia Hidrográfica. Figura 04: Vulnerabilidade À Contaminação dos Aquíferos da Bacia do Rio São Mateus Fonte: Diagnóstico Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 27 3.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E DE RELEVO O estado do Espírito Santo encontra-se dividido em três grandes Domínios Morfoestruturais sendo os Depósitos Sedimentares, a Faixa de Dobramentos Remobilizados e os Maciços Plutônicos. Em relação aos grupos, o Estado foi dividido em seis grupos sendo Planícies Costeiras, Piemontes Inumados, Piemontes Orientais, Planaltos da Mantiqueira Setentrional, Compartimentos Deprimidos e os Planaltos Soerguidos. As classes de relevos (estruturas, regiões, unidades e modelados) foram estabelecidas com base na consulta dos mapas geomorfológicos e relatórios do projeto Radambrasil (1983 e 1987), no Manual Técnico de Geomorfologia (IBGE, 2009) e no Dicionário de geologia sedimentar e áreas afins (SUGUIO, 1998), conforme caracterização descrita a seguir. Figura 05: Mapa de Morfologias do ES Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. De acordo com a figura 05, a região de Vila Pavão nos apresenta aspecto morfoestrutural de Depósitos Sedimentares, Faixa de Dobramentos Remobilizados e 28 predominante de Maciços Plutônicos em sua área total e onde se encontra a região degradada, este mesmo se define da seguinte maneira: Maciços Plutônicos - Estas estruturas destacam-se pela ocorrência de grandes massas intrusivas predominantemente ácidas de idades diferentes, correspondentes a suítes intrudidas em rochas proterozóicas de litoestruturas variáveis. Figura 06: Mapa de Regiões Geomorfológicas do Espírito Santo Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. Por meio do mapa de regiões geomorfológicas acima demonstrado, nota-se que a região onde se encontra o município de Vila Pavão apresenta predominantemente em sua classificação Compartimentos Deprimidos caracterizado da seguinte maneira: 29 Compartimentos Deprimidos - morfologia diferenciada ressaltando feições convexas, aguçadas e grandes extensões de áreas aplanadas. Estas feições refletem diversos estágios de evolução do relevo comandados pela dinâmica fluvial, adaptando-se às fraquezas litológicas e estruturais e também a condicionantes climáticas. Figura 07: Mapa de Unidades Geomorfológicas do Espírito Santo Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. É possível verificar na figura 07, que a região destacada de Vila Pavão apresenta como unidade geomorfológica predominante de Depressão Marginal sendo o mesmo definido nas seguintes características: 30 Depressão Marginal - Possuem uma configuração irregular, marcada por reentrâncias, em decorrência de sua própria evolução geomorfológicacomandada pela dissecação fluvial remontante, possibilitando a sua penetração entre as encostas íngremes das elevações circundantes. Figura 08: Relevo no Estado do Espírito Santo com destaque - Vila Pavão Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. Quanto à geomorfologia, o mapa de declividade, obtido a partir de um modelo digital de elevação (figura 08), mostra um domínio das classes plano e suave-ondulado na 31 porção norte-nordeste do estado. Nas demais regiões, predominam relevos bastante movimentados, compreendendo a maioria do Estado do Espírito Santo. Na região específica de Vila Pavão de acordo como mapa acima representado o relevo é caracterizado como montanhoso e escarpado; Forte-ondulado; e de maior predominância Ondulado. 3.3.1 Aspectos Pedológicos De acordo com os dados apresentados pelo Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico no Estado do Espírito Santo (PEZEE-ES), no Estado do Espírito Santo, o mapa pedológico simplificado (Figura 09) mostra um domínio de Latossolos na maior parte do Estado. Estes são seguidos pelos Argissolos; Cambissolos; e os Neossolos Litólicos. Figura 09: Mapa pedológico simplificado – domínio das classes de solo Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 32 Ao longo dos rios principais, sobressaem-se os Neossolos Flúvicos, os quais são muito variáveis a pequenas distâncias, tanto na horizontal quanto na vertical. O município de Vila Pavão mostra um domínio de Latossolos (solos profundos, bastante intemperizados-lixiviados, com baixa fertilidade natural e geralmente boas propriedades físicas); e Argissolos (solos moderadamente profundos, maduros, com fertilidade natural geralmente mais elevada e propriedades físicas não tão boas em comparação aos Latossolos). Figura 10: Textura dos solos por regiões com destaque em Vila Pavão Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 33 O mapa de textura do solo (Figura 10), apresenta a distribuição granulométrica (tamanho de partícula dos componentes areia, silte e argila), simplificada nas classes grossa, média e fina, conforme detalhado na metodologia, depende do material de origem e do grau de intemperismo do solo. Segundo o mapa representando a textura do solo no município em destaque há dominância nítida da classe fina. Figura 11: Teor de matéria orgânica do solo Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017 34 O teor de matéria orgânica do solo (Figura 11), um dos atributos de maior importância no comportamento e sustentabilidade dos agroecossistemas tropicais, revela predomínio da classe média, na região destacada de Vila Pavão com pouca manifestação das demais classes. 3.3.2 Vulnerabilidade Natural à Contaminação Do Solo Pelo Uso A probabilidade de contaminação ambiental pelo uso do solo (Figura abaixo), indica um amplo domínio das classes muito baixa e baixa no município de Vila Pavão, o que é bastante promissor neste enfoque. O fato de os solos mais profundos dominarem a região de Vila Pavão, estando relativamente mais distantes das várzeas, ajuda a explicar tais resultados na medida em que o poluente tem um longo caminho a percorrer até poder atingir os cursos d’água a jusante das paisagens. Áreas de solos rasos e planícies aluviais apresentam vulnerabilidade à contaminação ambiental pelo uso do solo bem mais pronunciada, requerendo maiores cuidados neste contexto. Figura 12: Vulnerabilidade natural à contaminação pelo uso do solo Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 35 3.3.3 Erodibilidade A erodibilidade, representada pela suscetibilidade do solo à erosão, revela dominância das classes média e alta na maior parte do município de Vila Pavão como representado (figura abaixo). Normalmente a erodibilidade é cruzada com a declividade da região para se ter um resultado mais realista. Figura 13: Mapa da Vulnerabilidade dos solos à erosão Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 36 4 ASPECTOS BIÓTICOS 4.1 FLORA O estado do Espirito Santo compreende em seu território o bioma mata atlântica e vegetações de origens litorâneas como a restinga e o manguezal. Dito isso, é rico em espécies de vegetais e animais, porém, constantemente desmatada para o desenvolvimento das atividades econômicas. Em Vila Pavão a Mata Nativa ocupa 9,4% do território, enquanto a Mata Nativa em Estado Inicial de regeneração ocupa 6,2%. O cultivo do café e pastagens ocupam 10,6% e 53,9%, respectivamente. (ATLAS, 2019) Figura 14: Uso e Cobertura do Solo em Vila Pavão Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo. De acordo com o Decreto 2.529, de 2 julho de 2010, o Município de Vila Pavão, em uma pequena porção de seu território, compreende na Área de Interferência Indireta do empreendimento parte do corredor ecológico Pedra do Elefante que, de modo geral, é responsável por unir as unidades de conservação separadas pelas atividades antrópicas e manter a interação ecossistêmicas entre a biodiversidade e o meio abiótico. Além disso, abrange uma área considerada de alta prioridade de conservação ambiental, instituído pelo mesmo Decreto que define essas regiões como “áreas com alta riqueza de espécies em geral, com ocorrência de espécies raras ou 37 ameaçadas ou que possuam remanescentes de vegetação significativos ou com alto grau de conectividade”. A propriedade da prefeitura de Vila Pavão que compreende o aterro controlado possui uma área total de 7,871 hectares sendo que 4,5398 hectares são de vegetação nativa e 3,3312 hectares são de uso alternativo. Além disso, a área de reserva legal total é de 2,2555 hectares. (IDAF, 2017). Figura 15: Corredores ecológicos prioritários instituídos pelo decreto 2.529, de 2 de julho de 2010 no Estado do Espirito Santo. Figura 16: Áreas prioritárias para conservação instituídas pelo decreto 2.529, de 2 de junho de 2010, no Estado do Espirito Santo. Fonte: ROAM-ES, 2017. Fonte: ROAM-ES, 2017. 38 Figura 17: Delimitação da Área Fonte: IDAF, 2017. Conforme levantamento realizado para o estudo do meio biótico, o empreendimento apresentou em seu entorno grandes modificações na vegetação nativa, e, sendo um ambiente de aspecto rural, há o predomínio do manejo da agricultura e pastagens 39 para gados e equinos. Nesse sentido, as atividades agrícolas e pecuárias desses locais impedem a recuperação natural das espécies. Contudo, foram constatados fragmentos de vegetação originária do bioma mata atlântica que desenvolve um papel de grande importância na região, afinal, serve de abrigo para a fauna local e também como ponto de recarga de aquíferos, sendo, em grande maioria, localizados em topos de morro. Imagem 07: Cultivo de café na área de Influência direta do aterro Fonte: Responsáveis Técnicos 40 Imagem 08: Vegetação modificada e fragmentos de mata na área de influência direta Fonte: Responsáveis Técnicos Na Área de Influência Direta (AID), considerado em um raio de 500 metros do aterro controlado, constatou-se fragmentos de floresta ombrófila aberta resultantes dos agrupamentos de cipós, palmeiras, Lianas e conjuntos de sub-bosques compostos por mudas de árvores dossel, orquídeas e samambaias, e, além disso, espécies em risco de extinção por exploração ilegal, como é o caso da Peroba Amarela (Paretecoma peroba) conhecida por fornecer madeira de qualidade. Outras estruturas vegetais foram identificadas como, frutíferas exóticas, sendo estás introduzidas através da antropização da área, e frutíferas nativas. Nas áreas não manejadas, observou-se a presença de macega e regeneração natural e colonização de vegetação nativa regional Destacaram-se pela predominância naregião as espécies de médio e grande porte, como Imburí (Polyandrococos caudescens), Embaúba (Cecropia pachystachya), 41 jacarandá-cipó (Machaerium fulvovenosum H), Pindoba (Attalea geraensis), Peroba (Aspidosperma polyneutron), Sapucaiú (Lecythis lúrida), Quaresmeira (Tibouchina granulosa), Caixeta (Schefflera morototonii) e Farinha-seca (Albizia niopoides). Figura 18: Área de Influência Direta com fragmentos de mata ombrófila aberta. Fonte: Planta de situação da área 42 Imagem 09: Foto Jacarandá-Cipó (Machaerium fulvovenosum H) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos Imagem 10: Farinha-seca (Albizia niopoides) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos 43 Imagem 11: Caixeta (Schefflera morototonii) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos. Imagem 12: Pindoba (Attalea geraensis) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos. 44 Imagem 13: Orquídea (Catasetum) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos. Imagem 14: Quaresmeira (Tibouchina granulosa) na AID. Fonte: Responsáveis Técnicos. 45 4.2 FAUNA O diagnóstico ambiental da fauna ocorreu na área de influência direta do empreendimento através de pesquisa bibliográfica, registros fotográficos, vestígios e informações concedidas por moradores da região e, além disso, por sons emitidos pelos animais no interior da mata. Verificou-se grupos da herpetofauna, mastofauna e avifauna, e também, observou-se a presença de insetos e peixes. O bioma Mata Atlântica compreende uma diversidade significativa de diferentes espécies de aves. São predominantes na AID, onde buscam por alimentos, abrigo nas copas das árvores e arbustos e locais seguros para fazerem seus ninhos. No aterro foram registrados ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de- barro (Furnarius rufus), e, por influência da disposição de resíduos, a presença numerosa de Urubus (Coragyps atratus). Já na mata, foi possível registrar ninhos de Beija-flor-preto (Florisuga fusca) e identificar através do canto o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), o Anu-branco (Guira guira) e a Rolinha (Columbina). Além do mais, avistou-se uma Siriema (Cariama cristata) presente nas pastagens e, nos ares, o Anú-preto (Crotophaga ani) e um Gavião. Imagem 15: Ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de-barro (Furnarius rufus) na ADA Fonte: Responsáveis Técnicos. 46 Imagem 16: Presença de Urubu (coragyps atratus) na ADA. Fonte: Responsáveis Técnicos. Na Área Diretamente Afetada (ADA), há registros de mamíferos silvestres endêmicos das espécies como Sagui da Serra (Callithrix flaviceps) e o Macaco Sauá (Callicebus personatus), consideradas em perigo e vulnerável aos impactos ambientais, respectivamente. Também se observou a movimentação de dois ratos-do-mato (Rhagomys rufescens) na área de mata e, segundo relato dos moradores da região, há surgimentos repentinos do Tatu-peludo (Euphractus secinctus) - vulnerável a caça predatória – aparecimentos de Gambar (Didelphis) e Bicho-preguiça (Folivora) nas árvores, sendo está última considerada vulnerável na categoria de ameaça. Segundo o Instituto Chico Mendes (ICMBio), “das 250 espécies de mamíferos da Mata Atlântica, 55 são endêmicas e 38 estão ameaçadas de extinção”. Os repteis, segundo os moradores, tendem a prevalecer os registros de cobras de variadas espécies como a Jararaca (Bothrops jararaca), Cobra-verde (Liophis typhlus), Falsa-coral (Lampropeltis triangulum) e a Jiboia (Boa constrictor). Além das serpentes, o Lagarto-teiú (Tupinambis) costuma ser visto repentinamente na região. 47 Dos indivíduos citados nenhum encontra-se registrado nas categorias de ameaças no Espirito Santo. Os anfíbios compreendem as pererecas, rãs e sapos com maior incidência em beira de lagoas e no interior das matas. Os insetos foram identificados as Abelhas-africanas (Apis melífera scutellata), Euglossini, aracnídeos, borboletas, Piolho de Cobra (Diplópode), Cigarras (Cicadoidea), Grilos (Gryllidae), besouros e Libélulas (Anisoptera). Já os peixes, prevaleceu as carpas (Cyprinus carpio), tucunaré (Cichla), Traíra (Hoplias malabaricus), Bagre-africano (Claria gariepinus), Tilápias (Tilapia rendalli). Imagem 17: Hemiptera na ADA. Fonte: Responsáveis Técnicos. Imagem 18: Aracnídeo presente na ADA Fonte: Responsáveis Técnicos. 48 5 ASPECTOS SOCIOECONOMICOS A área de influência indireta (AII) abrange o município de Vila Pavão, localizado a uma latitude sul de 18º 36′ 54″ e uma longitude oeste de Greenwish de 40º 36′ 39″ e inserido na microrregião noroeste Espirito-Santense, detendo uma área equivalente a 0,94% do território estadual, com 435 km² de extensão territorial, fazendo divisa com Ecoporanga, Nova Venécia e Barra de São Francisco. Figura 19: Mapa de localização de Vila Pavão no Estado do Espírito Santo. Fonte: Geobases, 2017. De acordo com o censo 2010, estima-se que 65% da população municipal encontram-se domiciliadas em áreas rurais e os 35% restante em áreas urbanas. De maneira geral, o que se refere a economia municipal destaca-se a agricultura familiar. A tabela a seguir apresenta dados populacionais a cerca da situação de domicilio no município de Vila Pavão referente ao Senso Demográfico (2010) e as estimativas populacionais dos anos de 2011 a 2016. 49 Tabela 09: Situação de domicilio em Vila Pavão ANO População total (habitantes) População urbana (habitantes) População rural (habitantes) 2010 8.645 3.026 5.628 2011 8.699 3.045 5.654 2012 8.724 3.053 5.671 2013 9.272 3.245 6.027 2014 9.320 3.262 6.058 2015 9.368 3.279 6.089 2016 9.414 3.295 6.119 Fonte: IBGE, 2016. Verifica-se que a população rural apresenta maior percentual em relação a população urbana, com estimativa de crescimento da urbanização ao longo dos últimos anos. A densidade demográfica do município em 2010 foi de 20,0 hab./km². Tabela 10: Taxa média de crescimento anual da população do município de Vila Pavão Taxa média de crescimento anual (%) da população de Vila Pavão, no período de 2000 a 2016. Município Período Período Vila Pavão 2000/2010 2010/2016 0,40 8,90 Fonte:IBGE, 2016 50 Figura 20: Tendência de crescimento da malha urbana do município de Vila Pavão. Fonte: IJSN, 2012 O intervalo etário de Vila Pavão pode ser expresso através da pirâmide etária municipal no período referente aos anos de 2000/2010. 51 Figura 21: Gráfico da Pirâmide Etária de Vila Pavão, 2000/2010. Fonte: IBGE, 2010. Nota-se que durante o período citado, houve uma redução na base da pirâmide (equivalente a faixa etária de 0 a 14 anos), passando de aproximadamente 30% da população total em 2000 para cerca de 22% em 2010, como também o crescimento da população adulta e acima de 60 anos, processo denominado como transição demográfica, no qual é influenciado pelas taxas de fecundidade, mortalidade infantil e condições socioeconômicas da população. O município possui Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,681 apurados em 2010, classificando o IDHM como médio (IDHM entre 0,600 e 0,699). O presente índice verifica o desenvolvimento da educação, longevidade e renda per capita. Tabela 11: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vila Pavão 1991 2000 2010 IDHM Educação 0,075 0,344 0,588 % de 18 anos ou mais com fundamental completo 6,77 18,89 37,31 % de 5 a 6 anos na escola 3,99 53,80 86,45 % de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental REGULAR SERIADO ou com fundamental completo 22,90 74,04 94,36 % de 15 a 17 anos com fundamental completo 4,42 37,17 74,60 % de 18 a 20 anos com médio completo - 20,72 39,91 IDHM LONGEVIDADE 0,642 0,719 0,830 Esperança de vida ao nascer 63,50 68,12 74,79 IDHM Renda 0,545 ,0561 0,647 Renda per capita 237,41 262,74 449,30Fonte: PNUD, Ipea e FJP 52 O Produto Interno Bruto (PIB) do município é o indicador que estabelece as informações da atividade econômica do mesmo, com objetivo de demonstrar o desempenho econômico municipal com base em um conjunto de informações referentes a todos os segmentos produtivos. A tabela a seguir exibe os valores do PIB de 2010 e sua evolução em 2013 no município de Vila Pavão. Tabela 12: Produto Interno Bruto do município de Vila Pavão Indicadores (valores em R$ 1.000,00) 2010 2013 PIB a preços correntes 102.465,00 138.269,00 Valor adicionado bruto a preços correntes da agropecuária 22.491,00 34.587,00 Valor adicionado bruto a preços correntes da indústria 24.161,00 28.489,00 Valor adicionado bruto a preços correntes dos serviços, exclusive administração, saúde e educação públicas e seguridade social 23.416,00 32.176,00 Valor adicionado bruto a preços correntes da administração, saúde e educação públicas e seguridade social 28.029,00 37.694,00 Impostos, líquidos de subsídios sobre produtos a preços correntes (Mil Reais) 3.918,00 5.323,00 Fonte: IBGE, 2013. O orçamento público é um mecanismo do planejamento governamental no qual constam as despesas e as receitas previstas em um ano da administração pública municipal. Segundo o IBGE, as receitas de Vila Pavão somaram cerca de R$ 25.713.000 enquanto as despesas ficaram em torno de R$ 23.409.000 no ano de 2016. Tabela 13: Receitas e Despesas de Vila Pavão (2016) Variável Valor (R$ 1.000,00) Despesas orçamentárias empenhadas 23.409,00 Correntes 22.443,00 Capital 966,00 Receitas orçamentárias realizadas 25.713,00 Correntes 23.233,00 Capital 2.480,00 Fonte: IBGE Cidades, 2016 53 De acordo com o glossário do Orçamento Federal, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão18, as despesas de capital são aquelas relativas a aquisição de máquinas equipamentos, realização de obras, aquisição de participações acionárias de empresas, aquisição de imóveis, concessão de empréstimos para investimento, enquanto as despesas concorrentes são referentes a custeio de manutenção das atividades dos órgãos da administração pública. As receitas de capital são formadas a partir de investimentos, inversões financeiras, amortização da dívida, já as receitas concorrentes são as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos monetários recebidos de outras pessoas de direito público ou privado. Em Vila Pavão a despesa concorrente equivale a maior parcela das despesas e as receitas concorrentes representa a maior parcela da receita do orçamento municipal. A concentração de renda no município pode ser expressa através da tabela 14. Tabela 14: Concentração de renda, pobreza e desigualdade do município de Vila Pavão Renda, pobreza e desigualdade em Via Pavão Indicador Anos 1991 2000 2010 Renda per capita (em R$) 273,41 262,74 499,30 % de extremamente pobres 31,48 13,63 8,25 % de pobres 69,86 35,40 18,10 Índice de Gini (%) 65 45 48 Fonte: IBGE, 2010 Seguindo a análise da tabela acima apresentada, nota-se que houve grande redução no percentual de pobreza no município, e que no período considerado, também ocorreu um aumento de concentração de renda na cidade. Em concordância com os dados do IBGE 2010, a população municipal total era de 8.672 residentes, dos quais 784 encontravam-se em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda per capita domiciliar abaixo de R$ 70,00. Da totalidade extremamente pobre, 677 viviam em zona rural e os outros 107 em meio urbano. 54 Gráfico 01: População municipal total em relação a população em situação de extrema pobreza. Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo do Plano de Saneamento Básico, 2017. Gráfico 02: Divisão municipal da população de extrema pobreza Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo do Plano de Saneamento Básico, 2017. 8.672 784 População Municipal em Habitantes População Total População com Renda Per Capita Inferior a R$ 70,00 86,40% 13,60% População com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70,00 Zona Rual Zona Urbana 55 5.1 POPULAÇÕES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, EXTRATIVISTAS E DE ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA 5.1.1 População Indígena O estado do Espírito Santo possui três terras indígenas regularizadas, instaladas no município de Aracruz. Vila Pavão abriga uma população de 11 índios, os quais vivem fora de terras indígenas. Tabela 15: Terras indígenas no estado do Espírito Santo Terra Indígena Etnia Município Superfície (ha) Procedimento Caieiras Velha II Guarani Mbya, Tupiniquim Aracruz 57,3935 Regularizada Comboios Guarani, Tupiniquim Aracruz 3.872,1411 Regularizada Tupiniquim Tupiniquim Aracruz 14.282,7968 Regularizada Fonte: FUNAI -Terras indígenas, 2016. 5.1.2 Comunidades De Remanescentes Quilombolas Existem cerca de 30 comunidades remanescentes de quilombolas no estado, reconhecidas pela Fundação Palmares até 2015. No entanto, no município de Vila Pavão não há registros de comunidades quilombolas. 5.1.3 Comunidades Extrativistas No estado o extrativismo mineral tem por objetivo exportar riquezas minerais, as principais ocorrências são: Mármore, petróleo, calcário, granito, argila dentre outros. Porém não há informações ou relatos sobre comunidades extrativistas nos segmentos apresentados em Vila Pavão, sendo que o extrativismo é realizado diretamente por empresas instaladas no estado. Segundo dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), no Espirito Santo existem 94 assentamentos de reforma agrária, no qual um se localiza 56 no município de Vila Pavão, o Assentamento 3 Corações. A principal atividade agrícola do município é a cafeicultura, sendo conduzida através da agricultura familiar, com tamanho médio das lavouras de 6,0 hectares. Sua comercialização é realizada através da COOABRIEL. 5.2 CULTURA A população municipal de Vila Pavão é formada basicamente por descendentes de pomeranos, italianos e africanos, o que culmina em uma grande diversidade cultural. Em decorrência da rica diversidade cultural, acontece anualmente na cidade a Festa do Pomitafro, sendo este o maior evento de integração étnica e cultural do Brasil. A Pomitafro foi criada em 1989 por professores do Centro de Integração de Educação Rural/CEIER, desde então anualmente, durante o período desta festividade, a cidade é enfeitada a fim de exaltar a cultura capixaba, onde diversos grupos étnicos culturais vindos de todas as partes do estado e do país como Bahia e Minas Gerais prestigiam a festa. Juntamente com a Pomitafro, a Festa do Padroeiro São Pedro compõe o calendário cultural festivo da cidade. A culinária também se destaca como ponto marcante no turismo da cidade, apresentando almoços típicos tanto pomeranos como italianos e também os famosos cafés coloniais. Outro destaque turístico de Vila Pavão fica a cargo das formações rochosas. 5.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO O uso do solo pode ser compreendido como a maneira pela qual o espaço geográfico preenchido pelo homem e suas atividades ou sendo ocupado pela cobertura natural. O levantamento de informações a respeito do uso do solo e suas interações com o meio no qual se encontra possuem grande relevância, conforme sua utilização desenfreada causem impactos sobre os recursos naturais e suas interdependências nos ecossistemas. 57 Um parcelamento adequado do solo urbano ou rural deve relacionar-se diretamente com o conjunto ambiental de onde se encontra inserido, assim distribuindo espacialmente de forma adequada as atividades de exploração, expansão e conservação, através do mapeamento e levantamento do uso e coberturado solo de uma determinada região, juntamente com as informações a cerca do limite de suporte do solo, ocasionando um planejamento a respeito da ocupação antrópica do solo de modo sustentável. Os processos de inundações, erosão, assoreamentos dos corpos hídricos estão diretamente relacionados ao uso e ocupação inadequada dos solos, tanto urbanos ou rurais. No município de Vila Pavão o uso do solo no ano de 2010 se dividia em áreas de afloramentos rochosos, áreas alagadas, mata, mineração, pastagem, florestas plantadas, culturas e áreas urbanas, com mostra o mapa a seguir. Figura 22: Uso e cobertura da terra 2010 – Vila Pavão Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves. Já no período de 2014 a 2015 o uso e a cobertura da terra no município eram fracionados da seguinte forma: 53,9% pastagem; 10,6% café; 9,4% mata nativa; 8,2% 58 outras classes;7,9% afloramento rochoso, 6,2% mata nativa em estado inicial de renovação e 3% macega. Sendo expresso através do mapa abaixo. Figura 23: Uso e cobertura da terra 2014/2015 - Vila Pavão Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo. Figura 24: Uso e Ocupação do Solo no entorno do Aterro Controlado. Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. O mapeamento apresentado na figura 24 mostrou que a maior parte do solo dentro da área de influência direta do aterro controlado, é identificado com pastagem, 59 encontrando alguns fragmentos de mata nativa. A área do aterro está identificada como solo exposto. A seguir temos o gráfico para análise comparativa de categorias de uso do solo no município de Vila Pavão, obtidas por meio de imagens capturadas nos anos de 2007/2008 e 2014/2015. Gráfico 03: Uso do solo no municipio de Vila Pavão/Anos 2007-2008 e 2014-2015. Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo A partir das análises comparativas dos remanescentes florestais, indicam que as categorias Mata Nativa e Macega aumentaram ambas 0,4%, já as categorias Mata Nativa em estágio inicial de regeneração e Pastagem obtiveram uma redução de 0,2% e 3,3% respectivamente. De acordo com a classificação dos solos realizadas em 2014 e 2015, o pasto ocupa cerca de 53,9% do território municipal, sendo que a principal atividade agrícola da cidade é a cafeicultura, seguida por eucaliptocultura. Apesar de possuir pouca relevância a área ocupada pela eucaliptocultura passou de 0,4% para 1,3% durante o período analisado. 5.4 USOS DA ÁGUA 5.4.1 Abastecimento Público 2007/2008 2014/2015 2,60% 3% 9% 9,40% 6,40% 6,20% 24,90% 27,50% 57,20% 53,90% Pastagem Outros Mata nativa em estagio inicial de regeneração Mata nativa Macega 60 O abastecimento no município de Vila Pavão é realizado por meio de captações superficiais e subterrâneas de água pela CESAN, sendo utilizado, não somente, para consumo humano, mas também atendendo a demanda industrial e comercial do município, dentre outras. Os serviços de saneamento básico e sua cobertura influenciam diretamente sobre a saúde e a qualidade de vida da população, refletindo na disponibilidade quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos através de seu uso. Nas tabelas 16, 17 e 18 podemos observar dados acerca do abastecimento de água, sistema de captação de água bruta e estação de tratamento do município, respectivamente. Tabela 16: Serviço de abastecimento de água por UP no município e Vila Pavão Índice de Cobertura de abastecimento de água Índice de Perdas UP Município Operador Urbano (%) Rural (%) Distribuíd o (%) Por ligação (L/dia/ligação) Médio Cotaxé Vila Pavão CESAN - ni - - Alto Cricaré Vila Pavão CESAN - ni - - Baixo Cricaré Vila Pavão CESAN 100,00 ni 13,30 55,99 Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. Tabela 17: Informação sobre os sistemas de captação da água bruta presentes em Vila Pavão. Ponto de captação (UTM) UP Município Tipo de captação Nome do manancial E (m) N (m) Vazão captada (m³/dia) Vazão outorgada (m³/dia) Localidade abastecida Baixo Cricaré Vila Pavão Superficial Córrego Socorro 324598 7937333 941,8 950,4 Sede Subterrânea Não se aplica 329944 7939623 1,7 ni Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 61 Tabela 18: Dados técnicos das estações de tratamento de água em Vila Pavão. UP Município Tipo de tratamento Nome da ETA Nome do manancial Lolidade abastecida Localização (UTM) Quant. de água tratada (m³/dia) E (m) N (m) Baixo Cricaré Vila Pavão Convencional ETA de Vila Pavão Córrego Socorro Sede 330370 7940394 864,0 Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 5.4.2 Potencial Para Geração de Energia O uso da água para geração de energia elétrica em Vila Pavão é definido através do aproveitamento hidrelétrico (PCH e GCH), levando em consideração o uso não consultivo dos recursos hídricos. O que se refere a aplicação hidroelétrica, há um fracionamento relacionado ao potencial de geração de energia: • Centrais Geradoras Hidroelétricas (CGH) – autonomia de produção de energia elétrica, com potência inferior a 3.000 kw; • Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH) - autonomia de produção de energia elétrica, com potencial superior ou a 3.000 kw e igual ou inferior a 30.000 kW, e deter área de reservatório inferior a 13km². A tabela 19 apresenta informações a respeito dos empreendimentos hidrelétricos em Vila Pavão. Tabela 19: Empreendimentos Hidrelétricos inventariados no município de Vila Pavão. UP Empreendimento Proprietário Coordenadas do barramento (m) Município Tipo Pot. (MW) NA máximo montante (m) Queda Bruta Nominal (m) Curso d'água Alto Cricaré Fortaleza Santa Maria Energética S.A. 322256 7931897 Vila Pavão/Nova Venécia PCH 3,8 110 24 Cricaré Luzilândia - - - Vila Pavão/Nova Venécia CGH 1,6 - - Cricaré Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 62 6 MPACTOS AMBIENTAIS A avaliação de impacto ambiental é prevista pela Política Nacional de Meio Ambiente como um instrumento de preservação da qualidade de vida, do meio ambiente e equilíbrio ecológico. A avaliação é realizada por meio da elaboração de diversos documentos, como o Plano de Controle Ambiental, Plano de Recuperação de Áreas Degradas, Estudo de Impacto Ambiental, Relatório de Impacto Ambiental e outros, entretanto, todos seguem um padrão de procedimentos que devem resultar na constatação da caracterização da área e seus aspectos, avaliação dos impactos, medidas de mitigação e planos de controle e monitoramento. A avaliação dos impactos é uma das etapas que devem ser realizadas a partir de alguns métodos encontrados na bibliografia, o método utilizado no documento em questão é o de Matriz de Interação, este método permite a interação entre os aspectos biótico e abióticos que sofrerão interferência e seus respectivos impactos. De acordo com a legislação brasileira o impacto ambiental é descrito como: [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA 001/86). 6.1 IDENTIFICAÇÃODOS IMPACTOS AMBIENTAIS A identificação dos impactos em questão ocorreu a partir da análise das ações que serão realizadas no encerramento da atividade de aterro controlado. • COMPACTAÇÃO DO SOLO O processo de compactação do solo ocorre quando é exercida uma pressão sobre a superfície fazendo uma compressão de maneira que o solo se torna mais denso e, consequentemente, passa a ter mais massa por unidade de volume. Isso diminui o espaço entre os poros que antes eram preenchidos em grande parte por ar, prejudicando a biodiversidade do ecossistema presente ou que futuramente será implementado. 63 Desta maneira, por um lado a compactação do solo, evitará que haja grande infiltração de água nesta região e uma movimentação de terra natural dificultada, auxiliando na não ocorrência de processos erosivos pontuais. Por outro lado, a futura implantação de determinadas espécies de plantas no local é prejudicada visto que a compactação do solo pode atrapalhar o crescimento das mesmas. • EXTRAÇÃO DO SOLO PARA UTILIZAÇÃO NA COBERTURA A extração do solo sem um planejamento adequado pode causar impactos consideráveis na estrutura do mesmo, podendo haver o favorecimento futuro a formação de erosões naquela localidade. Os processos erosivos ocorrem pelo transporte de sedimentos da superfície, apesar de ser considerado um fenômeno natural, ele pode ser intensificado pela ação humana. Juntamente à erosão, a execução da extração do solo irá causar uma movimentação de terra que consequentemente irá resultar em ressuspensão de poeira, ou seja, elevação de material particulado para o ar, estes serão dispersos alterando as condições naturais da atmosfera local. • RUÍDOS A intensificação de ruídos no local ocorrerá pela atividade realizada na célula e nas vias de acesso ao aterro, possuindo significância parecida nestas duas áreas, estas atividades ocorrerão temporariamente, porém neste período serão constantes. A operação das máquinas para extração de solo e seu respectivo recobrimento, além da movimentação de carros entrando e saindo do ambiente da atividade, causará barulhos excessivos impactando diretamente na fauna do entorno, causando afastamento da mesma que habita próxima as localidades afetadas. • ALTERAÇÃO DO AR POR MATERIAL PARTICULADO O movimento de maquinas e veículos em um aterro sanitário em fase de encerramento é intenso, sendo inevitável a emissão de materiais particulados em empreendimentos dessa natureza, juntamente com a emissão de gases gerados na decomposição do resíduo. Diversas partículas contaminadas acabam sendo levadas pelas correntes de ar, dispersando o ar contaminado/poluído pela localidade. Quando em larga escala, a emissão deste material particulado pode acarretar em afastamento da fauna e prejuízos à flora visto que as condições atmosféricas naturais locais serão afetadas temporariamente. O deslocamento de animais pode ser 64 prejudicial a longo prazo visto que a sua separação interfere na perpetuação das espécies. • VEÍCULOS O aumento do fluxo de veículos no local resultará na elevação dos perigos para os animais que habitam no entorno visto que estes correm amis riscos de serem atropelados, além disso aumentará a emissão de ruídos afastando os mesmos e elevará a suspensão de poeira nas vias de acesso, visto que estas não são pavimentadas. • INTERFERÊNCIA NA FAUNA Com as atividades de encerramento, o fluxo de veículos e máquinas nas estradas de acesso aumentará significantemente, se considerarmos as áreas de mata que há na região no aterro, este aumento poderá resultar no atropelamento de animais que habitam no entrono das estradas, principalmente os que realizam locomoção terrestre. • MÁQUINAS A utilização constante de maquinário na área do aterro além de elevar material particulado, este pode causa compactação do solo das áreas do entorno da célula, dificultando assim uma futura implantação de vegetação no local e aumento da velocidade de escoamento superficial na área, devido a diminuição da infiltração de água. • ALTERAÇÃO DA PAISAGEM Por se tratar de um aterro sanitário em fase de encerramento, a alteração da paisagem se dará por meio do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) , onde ocorrerá a cobertura das células e a recuperação da cobertura vegetal local, apresentando impacto positivo e de extrema importância para recuperação do solo e da fauna local, além de beneficiar a fauna existente na área diretamente afetada, não menos importante também reduzirá a poluição visual da áreas diretamente afetada . O impacto gerado pela finalização da atividade na alteração da paisagem referente à água, atmosfera, emprego e economia é de caráter neutro, uma vez que não possui alterações significantes referentes a esses aspectos. • RECOMPOSIÇÃO E AMPLIAÇÃO DA FLORA A recomposição da flora é um elemento essencial para o encerramento de uma área exposta. Considerando que há fragmentos de matas próximos ao local do 65 empreendimento, e que também á uma área de proteção ambiental no terreno em questão, estas serão ampliadas e a área do aterro será recuperada de acordo com o padrão de espécies encontradas no local. A recuperação desta área, afetará de forma positiva os aspectos físicos do local, visto que irá auxiliar na infiltração da água, na área onde não há resíduos enterrados, e promoverá a ampliação da área de ocupação da fauna local, melhorando a qualidade de vida destes animais. • IMPACTOS SOBRE A ÁGUA SUBTERRÂNEA E SUPERFICIAL O empreendimento encontra-se desativado, porém os resíduos sólidos que ali foram depositados possuem elevado potencial poluidor e presença de contaminantes que são constantemente liberados no processo de decomposição dos materiais. Nesse caso, trata-se da liberação do chorume, um líquido de cor preto e odor nauseante que é capaz de comprometer a qualidade, impactar negativamente e alterar as características físicas, químicas e biológicas dos mananciais de águas superficiais e, principalmente, subterrâneos. Os líquidos percolados oriundos da degradação dos resíduos orgânicos e inorgânicos são extremamente tóxicos e contaminam incialmente o solo podendo alcançar gradativamente as águas subterrâneas na região do lixão. Além disso, esse processo pode ser acelerado por meio da infiltração da água da chuva no local onde estão depositados os resíduos e, dessa forma, colaborar para o fenômeno de lixiviação. Considerando a distância do empreendimento de águas superficiais, o fator de permeabilidade do solo e o desenvolvimento de sistemas de drenagem de águas pluviais no entorno da célula, entende-se que os impactos nos recursos hídricos não serão afetados de negativamente de forma significativa, sendo os impactos positivos superiores aos negativos. • ALTERAÇÃO NA TAXA DE EMPREGO E RENDA A implantação de empreendimentos e desenvolvimento do setor industrial é o que aquece a economia no geral, pois favorece a geração de empregos e impulsiona investimentos na região. No caso do aterro controlado, a geração de empregos aconteceu na sua maioria de forma indireta, na fase inicial de implantação, pois durante toda a atividade do aterro, a mão-de-obra foi realizada por funcionários da própria prefeitura. 66 O impacto causado pela finalização da atividade no setor de emprego e renda não foi muito significativo, uma vez que grande parte da equipe de colaboradores já eram funcionários da prefeitura e foram remanejados para outros setores. Entretanto, para o encerramento da atividade foi necessário a contratação de empresas especializadas em determinados maquinários, gerando desta forma uma alteração mínima na taxa de emprego e movimentação de renda na região. • ALTERAÇÃO NO CUSTO PARA DESTINAÇÃO FINAL DO RESÍDUO A alteração no custo para destinação final do resíduo possui baixa relevância no que se refere à água,
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