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EIA RIMA

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA 
 
 
 
 
ATERRO CONTROLADO DO MUNICÍPIO DE VILA PAVÃO 
Disposição de Resíduos Sólidos Domiciliares 
 
 
 
Vila Pavão, ES - 2019 
 
 
 
2 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA 
 
Prefeitura Municipal de Vila Pavão 
CNPJ: 36.350.346/0001-67 
Endereço: Rua Travessa Pavão, nº 80, Nova Monique 
Município: Vila Pavão 
CEP: 29.843-000 
E-mail: gabinetedoprefeito@vilapavao.es.gov.br 
Tel. / Fax: (27) 3753-1001 
 
IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO 
 
Empresa: EnvironmentGroup 
CNPJ: 22.111.252/0001-20 
Técnicos Responsáveis: Bianca Fanti Fernandes; Geovane Pin; Jéssica 
Barrere Silva; Kiara Piontes Koski; Rodrigo Aguiar de Oliveira; Taynara 
Calott Carlini; Yuri Graciano Bissaro; 
Formação: Engenharia Ambiental 
E-mail: equipe-eia@outlook.com 
Tel.: (027) 99633-0189 / (027) 99702-3657 
Endereço: Rua Vereador Wantuil Ribeiro Fagundes, nº 75, Centro 
Município: Barra de São Francisco. 
 
 
 
 
 
mailto:equipe-eia@outlook.com
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO...................................9 
1.1 LOCALIZAÇÃO...................................................................................9 
1.2 DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSO..................................9 
1.3 FASES UTILIZADAS NA IMPLANTAÇÃO – OPERAÇÃO – 
ENCERRAMENTO..................................................................................11 
1.3.1 Fase I: Informações Preliminares de Produção de Resíduos Sólidos 
no Município............................................................................................11 
1.3.2 Fase II: Estudo de Ocupação Volumétrica Compatível com a 
Capacidade de Suporte Suficiente para o Recebimento de Resíduos 
Sólidos Urbanos......................................................................................11 
1.3.2.1 Célula de Aterro............................................................................................12 
1.3.3 Fase III: Levantamento Topográfico da Área para Construção da 
Nova Célula.............................................................................................13 
1.3.4 Fase IV: Escavação Mecânica da Nova Célula...............................13 
1.3.5 Fase V: Construção dos Sistemas de Drenagens e Gases 
(Percolados)............................................................................................13 
1.3.5.1 Rotina de operação do aterro............................................................13 
1.3.5.2 Sistema de Drenagem Superficial......................................................14 
1.3.6 Fase VI: Aterro dos Resíduos Sólidos na Célula.............................14 
1.3.7 Fase VII: Cobertura Final do Aterro.................................................14 
2 ÁREA DE INFLUÊNCIA......................................... .............................15 
2.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)..........................................16 
2.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)..............................................16 
2.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII)............................................17 
3 ASPECTOS FÍSICOS.....................................................................19 
3.1 CLIMA...............................................................................................19 
3.1.1 Temperatura e Precipitações.........................................................19 
3.1.2 Massas de ar que atuam no Espirito Santo...................................20 
3.2 CARACTERÍTICAS HIDROLÓGICAS..............................................21 
3.2.1 Disponibilidade Hídrica..................................................................21 
3.2.2 Qualidade Hídrica – Superficial......................................................24 
 
 
4 
 
3.2.3 Águas Subterrâneas.......................................................................26 
3.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E DE 
RELEVO.................................................................................................27 
3.3.1 Aspectos Pedológicos....................................................................31 
3.3.2 Vulnerabilidade Natural à Contaminação Do Solo Pelo Uso.........34 
3.3.3 Erodibilidade..................................................................................35 
4 ASPECTOS BIÓTICOS.......................................................................36 
4.1 FLORA..............................................................................................36 
4.2 FAUNA..............................................................................................45 
5 ASPECTOS SOCIOECONOMICOS....................................................48 
5.1 POPULAÇÕES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, EXTRATIVISTAS E 
DE ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA................................55 
5.1.1 População Indígenas......................................................................55 
5.1.2 Comunidades De Remanescentes Quilombolas............................55 
5.1.3 Comunidades Extrativistas............................................................55 
5.2 CULTURA.........................................................................................56 
5.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO........................................................56 
5.4 USOS DA ÁGUA...............................................................................59 
5.4.1 Abastecimento Público..................................................................59 
5.4.2 Potencial Para Geração de Energia..............................................61 
6 MPACTOS AMBIENTAIS....................................................................62 
6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS...........................62 
6.2 MEDIDAS MITIGADORAS OU INTENSIFICADORAS DOS 
IMPACTOS.............................................................................................68 
6.3 PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO....70 
6.3.1 PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO..............................70 
6.3.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.........70 
6.3.3 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS .........................71 
CONCLUSÕES.....................................................................................................72 
7 REFERÊNCIAS...................................................................................73 
 
 
 
 
5 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01: Coordenadas Geográficas do Polígono.....................................................9 
 
Tabela 02: cálculos realizados para o Estudo de Ocupação Volumétrica...................12 
Tabela 03: Parâmetros, indicadores e peculiaridades das zonas naturais da área.....19 
 
Tabela 04: Características sazonais mensais............................................................20 
 
Tabela 05: Unidades de planejamento em Vila Pavão................................................21 
 
Tabela 06: Faixas de IQA utilizadas no estado do Espírito Santo...............................25 
 
Tabela 07: Análise de conformidade da estação de monitoramento localizada no 
Córrego BelaAurora....................................................................................................25 
 
Tabela 08: Análise do IQA para as amostragens dos meses de abril e setembro 
referentes as amostras do Córrego BelaAurora..........................................................25 
 
Tabela 09: Situação de domicilio em Vila Pavão....................................................49 
Tabela 10: Taxa média de crescimento anual da população do município de Vila 
Pavão.........................................................................................................................49 
 
Tabela 11: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vila Pavão..................51 
 
Tabela 12: Produto Interno Bruto do município de Vila Pavão....................................52 
 
Tabela 13: Receitas e Despesas de Vila Pavão (2016)..............................................52Tabela 14: Concentração de renda, pobreza e desigualdade do município de Vila 
Pavão.........................................................................................................................53 
 
Tabela 15: Terras indígenas no estado do Espírito Santo..........................................55 
 
Tabela 16: Serviço de abastecimento de água por UP no município e Vila Pavão...60 
 
Tabela 17: Informação sobre os sistemas de captação da água bruta presentes em 
Vila Pavão.............................................................................................. .....................60 
 
Tabela 18: Dados técnicos das estações de tratamento de água em Vila Pavão........61 
 
Tabela 19: Empreendimentos Hidrelétricos inventariados no município de Vila 
Pavão.........................................................................................................................61 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE IMAGENS 
Imagem 01: Delimitação do Município de Vila Pavão.................................................10 
 
Imagem 02: Área do Aterro Controlado......................................................................10 
 
Imagem 03: Área Diretamente Afetada......................................................................16 
 
Imagem 04: Área de Influência Direta – raio de 500m/0,500km..................................17 
 
Imagem 05: Área de Influência Indireta......................................................................18 
 
Imagem 06: Cursos d’água próximos a área do empreendimento..............................23 
 
Imagem 07: Cultivo de café na área de Influência direta do aterro.............................39 
 
Imagem 08: Vegetação modificada e fragmentos de mata na área de influência 
direta...........................................................................................................................40 
 
Imagem 09: Foto Jacarandá-Cipó (Machaerium fulvovenosum H) na AID.................42 
 
Imagem 10: Farinha-seca (Albizia niopoides) na AID.................................................42 
 
Imagem 11: Caixeta (Schefflera morototonii) na AID..................................................43 
 
Imagem 12: Pindoba (Attalea geraensis) na AID......................................................43 
 
Imagem 13: Orquídea (Catasetum) na AID................................................................44 
 
Imagem 14: Quaresmeira (Tibouchina granulosa) na AID..........................................44 
 
Imagem 15: Ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de-barro 
(Furnarius rufus) na ADA............................................................................................45 
 
Imagem 16: Presença de Urubu (coragyps atratus) na ADA......................................46 
 
Imagem 17: Hemiptera na ADA..................................................................................47 
 
Imagem 18: Aracnídeo presente na ADA...................................................................47 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01: Volume de resíduos sólidos na rampa.....................................................12 
Figura 02: Massas de Ar que atuam no ES...............................................................21 
Figura 03: Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus.......................22 
Figura 04: Vulnerabilidade À Contaminação dos Aquíferos da Bacia do Rio S.M....26 
Figura 05: Mapa de Morfologias do ES.....................................................................27 
Figura 06: Mapa de Regiões Geomorfológicas do Espírito Santo............................28 
Figura 07: Mapa de Unidades Geomorfológicas do Espírito Santo..........................29 
Figura 08: Relevo no Estado do Espírito Santo com destaque - Vila Pavão............30 
Figura 09: Mapa pedológico simplificado – domínio das classes de solo.................31 
Figura 10: Textura dos solos por regiões com destaque em Vila Pavão..................32 
Figura 11: Teor de matéria orgânica do solo.............................................................33 
Figura 12: Vulnerabilidade natural à contaminação pelo uso do solo.......................34 
Figura 13: Mapa da Vulnerabilidade dos solos à erosão..........................................35 
Figura 14: Uso e Cobertura do Solo em Vila Pavão..................................................36 
Figura 15: Corredores ecológicos prioritários............................................................37 
Figura 16: Áreas prioritárias para conservação.........................................................37 
Figura 17: Delimitação da Área.................................................................................38 
Figura 18: Área de Influência Direta com fragmentos de mata ombrófila aberta......41 
Figura 19: Mapa de localização de Vila Pavão no Estado do Espírito Santo...........48 
Figura 20: Tendência de crescimento da malha urbana do município de V.P..........50 
Figura 21: Gráfico da Pirâmide Etária de Vila Pavão, 2000/2010.............................51 
Figura 22: Uso e cobertura da terra 2010 – Vila Pavão............................................57 
Figura 23: Uso e cobertura da terra 2014/2015 - Vila Pavão....................................58 
 
 
8 
 
Figura 24: Uso e Ocupação do Solo no entorno do Aterro Controlado.....................58 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 01: População municipal total em relação a população em situação de 
extrema pobreza.........................................................................................................54 
 
Gráfico 02: Divisão municipal da população de extrema pobreza............................54 
 
Gráfico 03: Uso do solo no municipio de Vila Pavão/Anos 2007-2008 e 2014-
2015............................................................................................................................59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
O aterro controlado é caracterizado pela disposição de resíduos sólidos domésticos 
ao solo, com alguns controles necessários. Dentre estes, ocorre a cobertura dos 
resíduos com uma camada de solo ao final de cada ciclo de disposição, sistema de 
saída dos gases gerados pela decomposição dos resíduos e sistema de drenagem de 
águas pluviais no entorno da área específica de disposição. 
Para o funcionamento do aterro, houve a presença de 6 funcionários, trabalhando em 
todo o procedimento de disposição do resíduo, recobrimento, compactação e 
manutenção dos sistemas de drenagem, e saída de gases. 
 
1.1 LOCALIZAÇÃO 
O município de Vila Pavão faz parte da Macrorregião de Planejamento Norte e da 
Microrregião de Planejamento Noroeste do estado do Espirito Santo, onde encontra-
se o empreendimento. Este situa-se no Córrego da Rapadura, Zona Rural, CEP 
29843-000, medindo área de 96.000,00 m² se somada á área de preservação 
ambiental junto à área do aterro controlado, sendo este de delimitação poligonal, 
exibida na imagem 2, nas seguintes coordenadas UTM Sirgas 2000 Zn 24: 
Tabela 01: Coordenadas Geográficas do Polígono 
A 330873.9/7935459.2 
B 330928.7/7935395.7 
C 330643.3/7935199.6 
D 330606.29/7935321.1 
Fonte: Elaborada pelos Responsáveis Técnicos 
 
 
1.2 DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSO 
O acesso é feito através da estrada principal sentido Córrego do Estevão, por ser uma 
estrada movimentada é sempre mantida bem conservada. No quilômetro 05, próximo 
a escola CEIER, a esquerda tem-se acesso ao aterro controlado municipal, distante 
mais 02 quilômetros. 
 
 
 
 
10 
 
Imagem 01: Delimitação do Município de Vila Pavão 
 
Legenda: O – Sede / - Área do Aterro Controlado 
Fonte: Google Maps, 2019. 
 
Imagem 02: Área do Aterro Controlado 
 
Fonte: Google Maps, 2019. 
 
 
11 
 
1.3 FASES UTILIZADAS NA IMPLANTAÇÃO – OPERAÇÃO – 
ENCERRAMENTO 
1.3.1 Fase I: Informações Preliminares de Produção de Resíduos Sólidos 
noMunicípio. 
A população do município de Vila Pavão foi estimada em 9.320 habitantes (IBGE 
2014), resultando numa densidade demográfica de 21,51 hab/km². A coleta de 
Resíduos Sólidos realizado pela Prefeitura Municipal de Vila Pavão é acontece em 
diferentes setores urbanos, tais como: Bairros Centro, Nova Munique, Ondina e 
Leopoldina e Distritos de Praça Rica, Todos os Santos e Povoado de Conceição do 
XV. O consumo de lixo urbano por habitante/dia é de aproximadamente 0.65 kg, 
sendo coletada diariamente uma quantidade de 6.058 kg. 
Os tipos de resíduos sólidos urbanos RSU’s, coletado nesses setores urbanos da 
cidade de Vila Pavão, podem se classificar das seguintes maneiras: Matéria orgânica, 
(restos de comida, da sua preparação e limpeza), Papel e papelão (Jornais, revistas, 
caixas e embalagens), Plásticos (Garrafas, frascos, e outras embalagens), Vidro 
(Garrafas, frascos, copos), Metais (Latas e outros), Outros: Roupas, óleos de cozinha 
e, resíduos informáticos. Podemos identificar também no meio urbano outros tipos de 
resíduos diferentes dos comumente encontrados e que são denominados tóxicos, que 
necessitam de um destino especial, tais como: pilhas, baterias, lâmpadas 
fluorescentes, restos de medicamentos e outros. 
População: 9.320 habitantes; 
Lixo Habitante dia: 0,65 kg; 
Quantidade de Resíduos/dia: 6.058 kg 
 
1.3.2 Fase II: Estudo de Ocupação Volumétrica Compatível com a 
Capacidade de Suporte Suficiente para o Recebimento de Resíduos 
Sólidos Urbanos. 
Os volumes anuais e os acumulados ao longo dos 1,5 anos possibilitaram o cálculo 
do tempo de vida útil anual. O peso específico (PE) pode variar de 350 a 900 kg/m³, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_org%C3%A2nica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1sticos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lata
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_(qu%C3%ADmica)
 
 
12 
 
dependendo do grau de compactação e este, do tipo de equipamento utilizado, tendo 
sido utilizado no Município de Vila Pavão o PE de 450kg/m³. 
1.3.2.1 Célula de Aterro 
 
As células tiveram uma camada de 0,5 metros, compactadas na rampa do aterro 
sendo cobertas com uma camada de terra de 0,3 metros (0,3m). 
Figura 01: Volume de resíduos sólidos na rampa 
 
Fonte: Estudo de Capacidade Volumétrica do Município de Vila Pavão, 2017. 
Tabela 02: cálculos realizados para o Estudo de Ocupação Volumétrica 
Fórmula Usada Resultado Observação 
V= 365 x TD/PE 
V= Volume anual em m³ 
TD= Toneladas diárias 
coletadas (ton./dia) 
PE= Peso específico dos 
resíduos compactados no 
aterro (kg/m³) 
 
10.317 m³ 
Dez mil e trezentos e 
dezessete metros cúbicos, 
que serão produzidos em 18 
meses, 1,5 anos. 
V= C.L.H 
V= Capacidade de Volume 
da Vala 
C = Comprimento da vala 
L = Largura da Vala 
H = Altura da Vala 
14.175 m³ 
Quatorze mil, cento e 
setenta e cinco metros 
cúbicos, capacidade 
volumétrica em resíduos 
sólidos para a nova célula. 
V= c.l.h 
b = frente de operação 
(metros) 
l = profundidade de célula 
(metros) 
h = altura da célula (metros) 
126m³ 
Cento e vinte e seis metros 
cúbicos, volume para cada 
vez que será compactado 
com o trator conforme 
descrito na FASE IV. 
Fonte: Estudo de Capacidade Volumétrica do Município de Vila Pavão, 2017. 
 
 
13 
 
1.3.3 Fase III: Levantamento Topográfico da Área para Construção da 
Nova Célula 
Foi realizado o levantamento topográfico para a representação detalhada de seus 
poligonais, determinando suas coordenadas dos pontos topográficos, no qual usou-
se para a elaboração de planta baixa da área. 
 
1.3.4 Fase IV: Escavação Mecânica da Nova Célula 
A escavação foi realizada por escavadeira hidráulica, auxiliada com 02 Caminhões 
Caçamba 13-180 / 6 m³ para a retirada do material, argila “bota fora”. A argila foi 
depositada em pátio de estocagem dentro da própria área de aterro. Esse material foi 
utilizado como o solo, material inerte para a compactação dos resíduos sólidos. 
 
1.3.5 Fase V: Construção dos Sistemas de Drenagens e Gases 
(Percolados) 
Para a captação de águas provenientes da precipitação direta sobre o aterro sanitário, 
bem como as provenientes do escoamento superficial das áreas adjacentes, que 
naturalmente infiltra no maciço das camadas dos resíduos, juntamente com o chorume 
da decomposição depositados na célula, deveriam ser instalados drenos horizontais 
de chorume interligados aos drenos verticais, de condução periférica dos líquidos 
percolados, formando uma malha de drenagem, previamente ao lançamento de lixo e 
à medida que o aterro da célula foi alteado. Para a drenagem de gases, colocou-se 
drenos verticais em distância de 30 m. 
1.3.5.1 Rotina de operação do aterro 
1. O caminhão coletava e descarregava os resíduos sólidos defronte ao nível de base 
do talude da camada de célula em construção; 
2. Os resíduos sólidos eram empurrados por um auxílio de trator esteiras equipado 
com lamina, contra a camada em formação, formando uma rampa de ordem de 1V:3H; 
 
 
14 
 
3. Os resíduos sólidos eram espalhados sobre a rampa, de baixo para cima, e 
compactado com 3 a 5 passadas do próprio trator; 
4. Ao longo da jornada de trabalho os resíduos foram recobertos com uma camada de 
solo argiloso de 0,20 a 0,30 m de espessura, compactado pelo próprio trator que 
espalha os resíduos, configurando uma célula; 
5. Junto ao espalhamento dos resíduos sólidos serão instalados os drenos de gás e 
chorume integrantes da própria célula. 
1.3.5.2 Sistema de Drenagem Superficial 
Os sistemas de drenagem das águas superficiais foram implantados previamente nos 
locais onde não se espera nenhuma atividade de deposição, estes devem garantir o 
desempenho funcional das atividades de lançamento dos resíduos e compactação, 
evitando também recalques do maciço de resíduos. Na finalização e considerando 
que as descidas d’água na superfície do aterro possuiriam borda livre, podendo ter 
concentrações de vazão muito elevadas e o escoamento se processaria a altas 
velocidades (>4m/s), portanto, foram instalados nas bordas das descidas d’água. 
 
1.3.6 Fase VI: Aterro dos Resíduos Sólidos na Célula 
O aterro foi formado, desde a sua base até a plataforma de topo, em camadas de 
resíduos sólidos com cerca de 7 m de altura. A mesmo será constituindo-se por fases, 
ao longo do tempo. As camadas de células possuíam lixo compactado e coberto com 
uma camada de solo argiloso, “material inerte” com cerca de 30 cm de espessura, nas 
células intermediárias, e 60 cm de espessura de solo compactado na cobertura final. 
 
1.3.7 Fase VII: Cobertura Final do Aterro 
Para o recobrimento finais das superfícies dos taludes e bordas do aterro, utilizaram 
uma metodologia diferenciada, na qual terá uma espessura de camada de solo de no 
mínimo de 60 centímetros. Nesse procedimento deve se ser considerado é a 
geometria final do aterro, observando a declividade imposta de no mínimo de 2%, para 
receber o plantio de gramada ou futuros plantios. Caso utilize espécies de plantas com 
sistemas de raiz mais profundas a espessura poderá se eventualmente revista. 
 
 
15 
 
2 ÁREA DE INFLUÊNCIA 
A resolução CONAMA 001/86 em seu art. 5º traz que, o Estudo de Impacto Ambiental 
deve obedecer, além dos princípio e objetivos expressos na Política Nacional do Meio 
Ambiente, algumas diretrizes. Dentre essas diretrizes o Inciso III determina a definição 
dos limites da área geográfica a ser diretamente ou indiretamente afetada pelos 
impactos. 
Essa delimitação se faz importante para cada objeto de estudo, visto que os níveis 
das relações do empreendimento com os aspectos socioambiental diagnosticados 
variam, e o conhecimento desse nível de influência permite a identificação dos 
impactos e formulação de programas ambientais mais efetivos. 
Para definir as áreas de influênciasforam considerados os aspectos do 
empreendimento que incidem sobre os componentes do solo, recursos hídricos,ima, 
geologia; No meio bi[ótico foram consideradas questões de vegetação e fauna 
presentes na região ou em seu entorno, espécies encontradas na área e possibilidade 
de desenvolvimento das matas próximas ao local; Para o meio antrópico, procurou-se 
basear em como o empreendimento pode afetar os modos de vida da população; 
Assim foram estabelecidos três regiões afetadas pelo empreendimento, definidas 
como: 
• Área Diretamente Afetada – ADA 
• Área de Influência Direta – AID 
• Área de Influência Indireta – AII 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) 
A área diretamente afetada é estabelecida como a área que sofrerá diretamente as 
pressões do empreendimento, como por exemplo a construção da célula, manobra de 
caminhões, presença de maquinário trabalhando, podendo ter a presença constante 
ou temporária destes elementos. 
Imagem 03: Área Diretamente Afetada 
 
Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 
 
 
2.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) 
Para estipular a Área de Influência Direta foi estabelecido um raio de 500 metros do 
empreendimento, de modo a abranger todos os componentes que serão diretamente 
interferidos pela atividade em questão. 
 
 
 
 
17 
 
Imagem 04: Área de Influência Direta – raio de 500m/0,500km 
 
Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 
 
 
2.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) 
A área de influencia indireta identifica a região afetada de forma indireta pelo 
empreendimento, visando as questões bióticas, físicas e socioeconômicas. 
Diante do fato do aterro controlado estar presente no município de Vila Pavão, e que 
se deve avaliar os impactos que possam exceder os limites estipulados para a ADA e 
AID, determinamos que todo o território do município de Vila Pavão faz parte da AII. 
 
 
 
 
18 
 
Imagem 05: Área de Influência Indireta 
 
Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
3 ASPECTOS FÍSICOS 
3.1 CLIMA 
3.1.1 Temperatura e Precipitações 
A área do aterro controlado encontra-se em uma região demarcada pela secretaria de 
estado do planejamento – SEPLAN, em 1999, como terras quentes, acidentadas e 
secas. Sendo as zonas naturais caracterizadas da seguinte maneira expressa na 
tabela 3. 
Tabela 03: Parâmetros, indicadores e peculiaridades das zonas naturais da área. 
Denominação 
da zona 
Parâmetros Indicadores Peculiaridades 
TEMPERATURA 
QUENTE 
Média Mín. 
(°C) 
11,8 – 18,0 
Média Máx. 
(°C) 
30,7 – 34,0 
0 – 450 m de 
altitude 
Contém a maioria (1) dos 
solos ricos, (2) das áreas 
extensivas de terras planas, 
(3) das terras secas e (4) os 
grandes rios. Ela contém a 
maioria das unidades naturais 
frágeis, afetadas pela 
conjugação de dois estresses 
que são (1) as longas 
estações secas e (2) a baixa 
fertilidade do solo. A presença 
do café robusta e culturas 
tropicais são mais 
expressivas nessa zona. 
ÁGUA 
SECA > 6 meses secos 
A planta 
Calotropisproce
ra (“algodão de 
seda”) é um 
indicador 
restrito aparte 
da área. 
Contém a maior parte dos 
solos férteis do Estado. Esta 
área também abriga grandes 
áreas de solos pobres que se 
constituem em unidades 
naturais frágeis, facilmente 
susceptíveis a degradação 
por estarem submetidas ao 
estresse duplo, causado por 
(1) longo período seco 
associado a (2) situação de 
baixa fertilidade natural. 
Fonte: Zonas Naturais do ES, (SEPLAN, 1999); Mapa de unidades naturais 
(EMCAPA, 1999); FEITOZA et al. (1997; 1999). 
 
É importante destacar que todas estas peculiaridades foram confirmadas em visita a 
campo e conversa com moradores da região. 
 
 
20 
 
O estado do Espírito Santo possui grande variação climática devido a sua variedade 
de relevo, possuindo planícies costeiras até montanhas como o Pico da Bandeira. 
Essa variedade, bem como as massas de ar que atuam no estado, interferem 
diretamente na temperatura e índices pluviométricos nas regiões do estado. 
O estudo climático de Alvarez et al. (2013) atualizou a classificação climática de 
Köppen para todo o território brasileiro, sendo o clima da região de Vila Pavão dito 
como tropical de savana com chuvas no verão (Aw) por temperaturas médias 
constantemente altas (>18°C), ressaltando os dados apresentados pelo SEPLAN. 
Descrevendo também, alta precipitação anual (750mm a 1800mm) com média de 
1101mm – 1200mm, de estação seca no inverno quando as chuvas chegam a menos 
de 60mm mensais, conforme pode ser observado na tabela que representa os meses 
chuvosos – U; Secos – S; Parcialmente Seco – P. 
Tabela 04: Características sazonais mensais 
MESES SECOS, CHUVOSOS E PARCIALMENTE SECOS 
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
U P P P S S P S S P U U 
Fonte: Zonas Naturais do ES, (SEPLAN, 1999); Mapa de Unidades Naturais 
(EMCAPA/NEPUT, 1999); 
 
A chuva é um fator que apresenta grande variação, no tempo e no espaço, comente 
existindo chuvas intensas que trazem transtornos principalmente em áreas urbanas, 
mas também em áreas rurais. 
Na zona rural as chuvas podem provocar e auxiliar a erosão dos solos, assoreamento 
dos corpos hídricos e diversos outros problemas, assim como podem causar 
inundações nas zonas rurais, por isso, o conhecimento da precipitação de uma região 
é importante, possibilitando estivar vazões de escoamento superficial, estimar os 
déficits e excessos hídricos e outros parâmetros, permitindo a tomada de decisões 
quanto a medidas mitigatórias dos efeitos das chuvas ou falta dela. 
 
3.1.2 Massas de ar que atuam no Espirito Santo 
O Estado do Espírito Santo sofre influência mais acintosa de duas massas de ar. Uma 
destas é a Massa de Ar Tropical Atlântica (MTA) que, se forma no Atlântico Sul 
 
 
21 
 
próximo ao Trópico de Capricórnio, possuindo características quentes e úmidas. A 
maior parte do litoral brasileiro é influenciado por ela, inclusive o ES em boa parte do 
ano. A outra massa de ar que influencia o clima do estado é popularmente conhecida 
como “vento sul”. A chamada Massa de Ar Polar Atlântica (MPA), é uma massa de ar 
fria que atinge o estado prioritariamente no inverno, ganhando maior força e se 
tornando seca, devido ao resfriamento do hemisfério sul nessa época. (Atlas, 2011). 
Figura 02: Massas de Ar que atuam no ES 
 
Fonte: Atlas Histórico-Geográfico do ES 
 
3.2 CARACTERÍTICAS HIDROLÓGICAS 
3.2.1 Disponibilidade Hídrica 
Vila Pavão está localizado na Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus que possui área 
de drenagem de aproximadamente 8.237 km², o município faz parte das unidades de 
planejamento do Alto Cricaré, Baixo Cricaré e Médio Cotaxé, como indica a tabela 05. 
Ademais, o empreendimento encontra-se nas delimitações do Baixo Cricaré. 
Tabela 05: Unidades de planejamento em Vila Pavão 
Município 
Unidade de 
Planejamento (UP) 
Área total da UP 
(km²) 
Área do Município 
na UP 
(km² - %) 
Vila Pavão 
Alto Cricaré 
Baixo Cricaré 
Médio Cotaxé 
1.964,1 
735,8 
811,2 
153,0 – 35,3 
134,5 – 31,1 
145,5 – 33,6 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
22 
 
Relacionado aos principais cursos de água da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 
o local se está aproximadamente a 5km do Rio Cricaré, tal esse que delimita o sul do 
município de Vila Pavão e aproximadamente a 15 km do Rio XV de Novembro, que 
delimita o norte do município. 
Figura 03: Principais Rios da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus 
 
Fonte: Diagnóstico Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
O Diagnóstico e Prognóstico das Condições de Uso da Água na Bacia Hidrográfica do 
Rio São Mateus, indica que o empreendimento não está localizado dentro ou próximo 
de áreas de vulnerabilidade de inundações apontadas pelo IEMA (2013) e de 
inundações e enchentes apontadas pelo estudo da CPRM (2011/2012). Dados 
levantados pelo mesmo documento a respeito da bacia,indicam que não há 
problemas de deslizamento de solo e erosão nos cursos d’água que se encontram 
próximos a área, ocorrendo apenas na Sede do município de Vila Pavão e no distrito 
de Praça Rica pela existência de casas instaladas a beira do córrego. 
 
 
 
23 
 
Além dos principais, outros cursos d’água, dentre eles o Córrego Bela Aurora, Córrego 
da Rapadura e Córrego do Estevão se encontram presentes no entorno da área 
(alguns aparecem em um raio de 500m), como pode ser observado na imagem 4. 
Imagem 06: Cursos d’água próximos a área do empreendimento 
 
Fonte: Navegador Geobases, 2019. 
 
De acordo com o relatório de Sondagem de Simples Reconhecimento SPT realizado 
em 05 pontos do local do aterro controlado, seguindo as orientações da ABNT NBR: 
6484/2001 e NBR 8036, não foi encontrado nível d’agua até 10,25 metros de 
profundidade perfurados. 
 
Em relação a distribuição espacial da vazão de referencia Q90 nas unidades de 
planejamento da BHRSM, o aterro encontra-se em região que é estimada uma vazão 
de 6,0 m³/s a 9,0m³/s. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
3.2.2 Qualidade Hídrica – Superficial 
Primeiramente é importante ressaltar que o Município de Vila Pavão não possui 
estação de tratamento de esgoto, desta forma, prejudica constantemente seus 
mananciais pela disposição inadequada dos efluentes provenientes de residências. 
 
Considerando séries históricas de precipitações e qualidade da água nas estações de 
monitoramento da AGERH e da ANA além de estudos para a elaboração do Plano de 
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, que consideraram dois 
períodos sazonais: abril de 2017 (período chuvoso) e setembro de 2017 (período 
seco), levando em consideração que segundo o INCAPER, 2017 foi um ano atípico 
em valores de precipitação para o estado do Espírito Santo, foi possível realizar a 
caracterização da qualidade da água de determinados cursos d’água da BHRSM, 
dentre eles o Córrego BelaAurora, que se encontra aproximadamente a 2.500 metros 
do empreendimento. 
 
O documento em questão aponta que foram analisados, com base nos Padrões 
estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005, os seguintes parâmetros: 
Coliformes Termotolerantes (Coli), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20), 
Fósforo Total (PT), Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e Oxigênio Dissolvido (OD). 
 
Para complementar a análise dos parâmetros foi realizado o cálculo do IQA – Índice 
de Qualidade da Água, que leva em consideração a qualidade de cada parâmetro (q), 
seus respectivos pesos (w) que já estão pré-estabelecidos, em função da 
concentração ou medida (resultado da análise), utilizando a seguinte equação: 
 
 
O resultado deste cálculo gera um valor de 0 a 100, cuja classificação varia em 5 
espaços, como demonstra a tabela 06. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Tabela 06: Faixas de IQA utilizadas no estado do Espírito Santo 
FAIXAS DE IQA UTILIZADAS NO ES Avaliação da Qualidade da Água 
80 - 100 ÓTIMA 
52 - 79 BOA 
37 – 51 RAZOÁVEL 
20 - 36 RUIM 
0 – 19 PÉSSIMA 
Fonte: CETESB (2017). 
 
Deste modo, foi possível apontar os resultados das análises realizadas pela estação 
de monitoramento localizada no Córrego BelaAurora. 
 
Tabela 07: Análise de conformidade da estação de monitoramento localizada no 
Córrego BelaAurora 
Curso 
d’água 
Coordenadas 
UTM da 
estação de 
monitoramento 
Coliformes 
termotolerantes 
DBO5,20 
(mg O2 
L) 
N-NH3 
(mg/L) 
OD 
(mg/L) 
PT 
(mg/L) 
Estação do 
Córrego 
BelaAurora 
X:332223 
Y:7938509 
 
Legenda: 
 Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
Tabela 08: Análise do IQA para as amostragens dos meses de abril e setembro 
referentes as amostras do Córrego BelaAurora 
ESTAÇÃO 
AMOSTRAL 
ABRIL SETEMBRO 
IQA 
Avaliação da 
Qualidade da 
Água 
IQA 
Avaliação da 
Qualidade da 
Água 
Estação do 
Córrego 
BelaAurora 
52 50 
Legenda: 
 Ótima Boa Razoável Ruim Péssima 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus. 
 
 
Como observado a qualidade da água no Córrego em questão encontrava-se deveras 
comprometida em razão do fluxo de efluente doméstico, proveniente da sede do 
município e lançado diretamente no curso d’água. 
 
 
 
26 
 
3.2.3 Águas Subterrâneas 
De acordo com o CPRM 2015b, os aquíferos fraturados compõem a maior parte da 
bacia hidrográfica do Rio São Mateus, inclusive majoritariamente a Unidade de 
Planejamento Baixo Cricaré e toda a área onde está localizado o aterro controlado do 
município de Vila Pavão. Estes aquíferos são descritos pelo CPRM como “compostos 
por rochas cristalinas e metassedimentos vulcânicos característicos das regiões 
montanhosas do noroeste do ES”. 
 
Aquíferos com essas características apresentam baixa vulnerabilidade à 
contaminação devido a existência de rochas como o granito e gnaisses, pois tais, são 
pouco permeáveis dificultando a dissipação de contaminante, como aponta o 
Diagnóstico realizado para a elaboração do Plano de Recurso Hídrico da Bacia do Rio 
São Mateus. A Figura 04 mostra a vulnerabilidade em toda a Bacia Hidrográfica. 
 
Figura 04: Vulnerabilidade À Contaminação dos Aquíferos da Bacia do Rio São 
Mateus 
 
Fonte: Diagnóstico Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
 
27 
 
3.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E DE RELEVO 
O estado do Espírito Santo encontra-se dividido em três grandes Domínios 
Morfoestruturais sendo os Depósitos Sedimentares, a Faixa de Dobramentos 
Remobilizados e os Maciços Plutônicos. Em relação aos grupos, o Estado foi dividido 
em seis grupos sendo Planícies Costeiras, Piemontes Inumados, Piemontes Orientais, 
Planaltos da Mantiqueira Setentrional, Compartimentos Deprimidos e os Planaltos 
Soerguidos. 
As classes de relevos (estruturas, regiões, unidades e modelados) foram 
estabelecidas com base na consulta dos mapas geomorfológicos e relatórios do 
projeto Radambrasil (1983 e 1987), no Manual Técnico de Geomorfologia (IBGE, 
2009) e no Dicionário de geologia sedimentar e áreas afins (SUGUIO, 1998), conforme 
caracterização descrita a seguir. 
Figura 05: Mapa de Morfologias do ES 
 
Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. 
 
De acordo com a figura 05, a região de Vila Pavão nos apresenta aspecto 
morfoestrutural de Depósitos Sedimentares, Faixa de Dobramentos Remobilizados e 
 
 
28 
 
predominante de Maciços Plutônicos em sua área total e onde se encontra a região 
degradada, este mesmo se define da seguinte maneira: 
Maciços Plutônicos - Estas estruturas destacam-se pela ocorrência de grandes 
massas intrusivas predominantemente ácidas de idades diferentes, correspondentes 
a suítes intrudidas em rochas proterozóicas de litoestruturas variáveis. 
Figura 06: Mapa de Regiões Geomorfológicas do Espírito Santo 
 
Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. 
 
Por meio do mapa de regiões geomorfológicas acima demonstrado, nota-se que a 
região onde se encontra o município de Vila Pavão apresenta predominantemente em 
sua classificação Compartimentos Deprimidos caracterizado da seguinte maneira: 
 
 
29 
 
Compartimentos Deprimidos - morfologia diferenciada ressaltando feições convexas, 
aguçadas e grandes extensões de áreas aplanadas. Estas feições refletem diversos 
estágios de evolução do relevo comandados pela dinâmica fluvial, adaptando-se às 
fraquezas litológicas e estruturais e também a condicionantes climáticas. 
Figura 07: Mapa de Unidades Geomorfológicas do Espírito Santo 
 
Fonte: UFES e cgEO – IJSN, 2012. 
 
É possível verificar na figura 07, que a região destacada de Vila Pavão apresenta 
como unidade geomorfológica predominante de Depressão Marginal sendo o mesmo 
definido nas seguintes características: 
 
 
30 
 
Depressão Marginal - Possuem uma configuração irregular, marcada por reentrâncias, 
em decorrência de sua própria evolução geomorfológicacomandada pela dissecação 
fluvial remontante, possibilitando a sua penetração entre as encostas íngremes das 
elevações circundantes. 
Figura 08: Relevo no Estado do Espírito Santo com destaque - Vila Pavão 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 
Quanto à geomorfologia, o mapa de declividade, obtido a partir de um modelo digital 
de elevação (figura 08), mostra um domínio das classes plano e suave-ondulado na 
 
 
31 
 
porção norte-nordeste do estado. Nas demais regiões, predominam relevos bastante 
movimentados, compreendendo a maioria do Estado do Espírito Santo. 
Na região específica de Vila Pavão de acordo como mapa acima representado o 
relevo é caracterizado como montanhoso e escarpado; Forte-ondulado; e de maior 
predominância Ondulado. 
 
3.3.1 Aspectos Pedológicos 
De acordo com os dados apresentados pelo Programa Estadual de Zoneamento 
Ecológico-Econômico no Estado do Espírito Santo (PEZEE-ES), no Estado do Espírito 
Santo, o mapa pedológico simplificado (Figura 09) mostra um domínio de Latossolos 
na maior parte do Estado. Estes são seguidos pelos Argissolos; Cambissolos; e os 
Neossolos Litólicos. 
Figura 09: Mapa pedológico simplificado – domínio das classes de solo 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 
 
 
 
32 
 
Ao longo dos rios principais, sobressaem-se os Neossolos Flúvicos, os quais são 
muito variáveis a pequenas distâncias, tanto na horizontal quanto na vertical. 
O município de Vila Pavão mostra um domínio de Latossolos (solos profundos, 
bastante intemperizados-lixiviados, com baixa fertilidade natural e geralmente boas 
propriedades físicas); e Argissolos (solos moderadamente profundos, maduros, com 
fertilidade natural geralmente mais elevada e propriedades físicas não tão boas em 
comparação aos Latossolos). 
Figura 10: Textura dos solos por regiões com destaque em Vila Pavão 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 
 
 
33 
 
O mapa de textura do solo (Figura 10), apresenta a distribuição granulométrica 
(tamanho de partícula dos componentes areia, silte e argila), simplificada nas classes 
grossa, média e fina, conforme detalhado na metodologia, depende do material de 
origem e do grau de intemperismo do solo. 
Segundo o mapa representando a textura do solo no município em destaque há 
dominância nítida da classe fina. 
Figura 11: Teor de matéria orgânica do solo 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017 
 
 
 
34 
 
O teor de matéria orgânica do solo (Figura 11), um dos atributos de maior importância 
no comportamento e sustentabilidade dos agroecossistemas tropicais, revela 
predomínio da classe média, na região destacada de Vila Pavão com pouca 
manifestação das demais classes. 
3.3.2 Vulnerabilidade Natural à Contaminação Do Solo Pelo Uso 
A probabilidade de contaminação ambiental pelo uso do solo (Figura abaixo), indica 
um amplo domínio das classes muito baixa e baixa no município de Vila Pavão, o que 
é bastante promissor neste enfoque. 
O fato de os solos mais profundos dominarem a região de Vila Pavão, estando 
relativamente mais distantes das várzeas, ajuda a explicar tais resultados na medida 
em que o poluente tem um longo caminho a percorrer até poder atingir os cursos 
d’água a jusante das paisagens. 
Áreas de solos rasos e planícies aluviais apresentam vulnerabilidade à contaminação 
ambiental pelo uso do solo bem mais pronunciada, requerendo maiores cuidados 
neste contexto. 
Figura 12: Vulnerabilidade natural à contaminação pelo uso do solo 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 
 
 
35 
 
3.3.3 Erodibilidade 
A erodibilidade, representada pela suscetibilidade do solo à erosão, revela dominância 
das classes média e alta na maior parte do município de Vila Pavão como 
representado (figura abaixo). Normalmente a erodibilidade é cruzada com a 
declividade da região para se ter um resultado mais realista. 
Figura 13: Mapa da Vulnerabilidade dos solos à erosão 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo de Vila Pavão, 2017. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4 ASPECTOS BIÓTICOS 
4.1 FLORA 
O estado do Espirito Santo compreende em seu território o bioma mata atlântica e 
vegetações de origens litorâneas como a restinga e o manguezal. Dito isso, é rico em 
espécies de vegetais e animais, porém, constantemente desmatada para o 
desenvolvimento das atividades econômicas. Em Vila Pavão a Mata Nativa ocupa 
9,4% do território, enquanto a Mata Nativa em Estado Inicial de regeneração ocupa 
6,2%. O cultivo do café e pastagens ocupam 10,6% e 53,9%, respectivamente. 
(ATLAS, 2019) 
Figura 14: Uso e Cobertura do Solo em Vila Pavão 
 
Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo. 
 
De acordo com o Decreto 2.529, de 2 julho de 2010, o Município de Vila Pavão, em 
uma pequena porção de seu território, compreende na Área de Interferência Indireta 
do empreendimento parte do corredor ecológico Pedra do Elefante que, de modo 
geral, é responsável por unir as unidades de conservação separadas pelas atividades 
antrópicas e manter a interação ecossistêmicas entre a biodiversidade e o meio 
abiótico. Além disso, abrange uma área considerada de alta prioridade de 
conservação ambiental, instituído pelo mesmo Decreto que define essas regiões como 
“áreas com alta riqueza de espécies em geral, com ocorrência de espécies raras ou 
 
 
37 
 
ameaçadas ou que possuam remanescentes de vegetação significativos ou com alto 
grau de conectividade”. 
 
 
 
A propriedade da prefeitura de Vila Pavão que compreende o aterro controlado possui 
uma área total de 7,871 hectares sendo que 4,5398 hectares são de vegetação nativa 
e 3,3312 hectares são de uso alternativo. Além disso, a área de reserva legal total é 
de 2,2555 hectares. (IDAF, 2017). 
Figura 15: Corredores ecológicos 
prioritários instituídos pelo decreto 
2.529, de 2 de julho de 2010 no Estado 
do Espirito Santo. 
Figura 16: Áreas prioritárias para 
conservação instituídas pelo decreto 
2.529, de 2 de junho de 2010, no 
Estado do Espirito Santo. 
Fonte: ROAM-ES, 2017. Fonte: ROAM-ES, 2017. 
 
 
38 
 
Figura 17: Delimitação da Área 
Fonte: IDAF, 2017. 
 
Conforme levantamento realizado para o estudo do meio biótico, o empreendimento 
apresentou em seu entorno grandes modificações na vegetação nativa, e, sendo um 
ambiente de aspecto rural, há o predomínio do manejo da agricultura e pastagens 
 
 
39 
 
para gados e equinos. Nesse sentido, as atividades agrícolas e pecuárias desses 
locais impedem a recuperação natural das espécies. 
Contudo, foram constatados fragmentos de vegetação originária do bioma mata 
atlântica que desenvolve um papel de grande importância na região, afinal, serve de 
abrigo para a fauna local e também como ponto de recarga de aquíferos, sendo, em 
grande maioria, localizados em topos de morro. 
Imagem 07: Cultivo de café na área de Influência direta do aterro 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Imagem 08: Vegetação modificada e fragmentos de mata na área de influência direta 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos 
 
Na Área de Influência Direta (AID), considerado em um raio de 500 metros do aterro 
controlado, constatou-se fragmentos de floresta ombrófila aberta resultantes dos 
agrupamentos de cipós, palmeiras, Lianas e conjuntos de sub-bosques compostos por 
mudas de árvores dossel, orquídeas e samambaias, e, além disso, espécies em risco 
de extinção por exploração ilegal, como é o caso da Peroba Amarela (Paretecoma 
peroba) conhecida por fornecer madeira de qualidade. 
Outras estruturas vegetais foram identificadas como, frutíferas exóticas, sendo estás 
introduzidas através da antropização da área, e frutíferas nativas. Nas áreas não 
manejadas, observou-se a presença de macega e regeneração natural e colonização 
de vegetação nativa regional 
Destacaram-se pela predominância naregião as espécies de médio e grande porte, 
como Imburí (Polyandrococos caudescens), Embaúba (Cecropia pachystachya), 
 
 
41 
 
jacarandá-cipó (Machaerium fulvovenosum H), Pindoba (Attalea geraensis), Peroba 
(Aspidosperma polyneutron), Sapucaiú (Lecythis lúrida), Quaresmeira (Tibouchina 
granulosa), Caixeta (Schefflera morototonii) e Farinha-seca (Albizia niopoides). 
Figura 18: Área de Influência Direta com fragmentos de mata ombrófila aberta. 
 
Fonte: Planta de situação da área 
 
 
 
 
42 
 
Imagem 09: Foto Jacarandá-Cipó (Machaerium fulvovenosum H) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos 
 
Imagem 10: Farinha-seca (Albizia niopoides) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos 
 
 
43 
 
Imagem 11: Caixeta (Schefflera morototonii) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
 
Imagem 12: Pindoba (Attalea geraensis) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
 
44 
 
Imagem 13: Orquídea (Catasetum) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
Imagem 14: Quaresmeira (Tibouchina granulosa) na AID. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
 
 
 
45 
 
4.2 FAUNA 
O diagnóstico ambiental da fauna ocorreu na área de influência direta do 
empreendimento através de pesquisa bibliográfica, registros fotográficos, vestígios e 
informações concedidas por moradores da região e, além disso, por sons emitidos 
pelos animais no interior da mata. Verificou-se grupos da herpetofauna, mastofauna e 
avifauna, e também, observou-se a presença de insetos e peixes. 
O bioma Mata Atlântica compreende uma diversidade significativa de diferentes 
espécies de aves. São predominantes na AID, onde buscam por alimentos, abrigo 
nas copas das árvores e arbustos e locais seguros para fazerem seus ninhos. No 
aterro foram registrados ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de-
barro (Furnarius rufus), e, por influência da disposição de resíduos, a presença 
numerosa de Urubus (Coragyps atratus). Já na mata, foi possível registrar ninhos de 
Beija-flor-preto (Florisuga fusca) e identificar através do canto o Sabiá-laranjeira 
(Turdus rufiventris), o Anu-branco (Guira guira) e a Rolinha (Columbina). Além do 
mais, avistou-se uma Siriema (Cariama cristata) presente nas pastagens e, nos ares, 
o Anú-preto (Crotophaga ani) e um Gavião. 
Imagem 15: Ninhos de João-graveto (Phacellodomus rufifrons) e João-de-barro 
(Furnarius rufus) na ADA 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
 
46 
 
 
Imagem 16: Presença de Urubu (coragyps atratus) na ADA. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
Na Área Diretamente Afetada (ADA), há registros de mamíferos silvestres endêmicos 
das espécies como Sagui da Serra (Callithrix flaviceps) e o Macaco Sauá (Callicebus 
personatus), consideradas em perigo e vulnerável aos impactos ambientais, 
respectivamente. Também se observou a movimentação de dois ratos-do-mato 
(Rhagomys rufescens) na área de mata e, segundo relato dos moradores da região, 
há surgimentos repentinos do Tatu-peludo (Euphractus secinctus) - vulnerável a caça 
predatória – aparecimentos de Gambar (Didelphis) e Bicho-preguiça (Folivora) nas 
árvores, sendo está última considerada vulnerável na categoria de ameaça. Segundo 
o Instituto Chico Mendes (ICMBio), “das 250 espécies de mamíferos da Mata Atlântica, 
55 são endêmicas e 38 estão ameaçadas de extinção”. 
Os repteis, segundo os moradores, tendem a prevalecer os registros de cobras de 
variadas espécies como a Jararaca (Bothrops jararaca), Cobra-verde (Liophis 
typhlus), Falsa-coral (Lampropeltis triangulum) e a Jiboia (Boa constrictor). Além das 
serpentes, o Lagarto-teiú (Tupinambis) costuma ser visto repentinamente na região. 
 
 
47 
 
Dos indivíduos citados nenhum encontra-se registrado nas categorias de ameaças no 
Espirito Santo. Os anfíbios compreendem as pererecas, rãs e sapos com maior 
incidência em beira de lagoas e no interior das matas. 
Os insetos foram identificados as Abelhas-africanas (Apis melífera scutellata), 
Euglossini, aracnídeos, borboletas, Piolho de Cobra (Diplópode), Cigarras 
(Cicadoidea), Grilos (Gryllidae), besouros e Libélulas (Anisoptera). Já os peixes, 
prevaleceu as carpas (Cyprinus carpio), tucunaré (Cichla), Traíra (Hoplias 
malabaricus), Bagre-africano (Claria gariepinus), Tilápias (Tilapia rendalli). 
Imagem 17: Hemiptera na ADA. 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
Imagem 18: Aracnídeo presente na ADA 
 
Fonte: Responsáveis Técnicos. 
 
 
48 
 
5 ASPECTOS SOCIOECONOMICOS 
A área de influência indireta (AII) abrange o município de Vila Pavão, localizado a uma 
latitude sul de 18º 36′ 54″ e uma longitude oeste de Greenwish de 40º 36′ 39″ e 
inserido na microrregião noroeste Espirito-Santense, detendo uma área equivalente 
a 0,94% do território estadual, com 435 km² de extensão territorial, fazendo divisa 
com Ecoporanga, Nova Venécia e Barra de São Francisco. 
Figura 19: Mapa de localização de Vila Pavão no Estado do Espírito Santo. 
 
Fonte: Geobases, 2017. 
 
De acordo com o censo 2010, estima-se que 65% da população municipal 
encontram-se domiciliadas em áreas rurais e os 35% restante em áreas urbanas. 
De maneira geral, o que se refere a economia municipal destaca-se a agricultura 
familiar. 
A tabela a seguir apresenta dados populacionais a cerca da situação de domicilio 
no município de Vila Pavão referente ao Senso Demográfico (2010) e as estimativas 
populacionais dos anos de 2011 a 2016. 
 
 
49 
 
Tabela 09: Situação de domicilio em Vila Pavão 
ANO População total 
(habitantes) 
População urbana 
(habitantes) 
População rural 
(habitantes) 
2010 8.645 3.026 5.628 
2011 8.699 3.045 5.654 
2012 8.724 3.053 5.671 
2013 9.272 3.245 6.027 
2014 9.320 3.262 6.058 
2015 9.368 3.279 6.089 
2016 9.414 3.295 6.119 
Fonte: IBGE, 2016. 
 
Verifica-se que a população rural apresenta maior percentual em relação a população 
urbana, com estimativa de crescimento da urbanização ao longo dos últimos anos. A 
densidade demográfica do município em 2010 foi de 20,0 hab./km². 
 
Tabela 10: Taxa média de crescimento anual da população do município de Vila 
Pavão 
Taxa média de crescimento anual (%) da população de Vila Pavão, no período de 
2000 a 2016. 
Município Período Período 
Vila Pavão 2000/2010 2010/2016 
0,40 8,90 
Fonte:IBGE, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
Figura 20: Tendência de crescimento da malha urbana do município de Vila Pavão. 
 
Fonte: IJSN, 2012 
 
 
O intervalo etário de Vila Pavão pode ser expresso através da pirâmide etária 
municipal no período referente aos anos de 2000/2010. 
 
 
51 
 
Figura 21: Gráfico da Pirâmide Etária de Vila Pavão, 2000/2010. 
 
Fonte: IBGE, 2010. 
 
Nota-se que durante o período citado, houve uma redução na base da pirâmide 
(equivalente a faixa etária de 0 a 14 anos), passando de aproximadamente 30% da 
população total em 2000 para cerca de 22% em 2010, como também o crescimento 
da população adulta e acima de 60 anos, processo denominado como transição 
demográfica, no qual é influenciado pelas taxas de fecundidade, mortalidade infantil e 
condições socioeconômicas da população. 
O município possui Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,681 
apurados em 2010, classificando o IDHM como médio (IDHM entre 0,600 e 0,699). O 
presente índice verifica o desenvolvimento da educação, longevidade e renda per 
capita. 
Tabela 11: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vila Pavão 
 1991 2000 2010 
IDHM Educação 0,075 0,344 0,588 
% de 18 anos ou mais com fundamental 
completo 
6,77 18,89 37,31 
% de 5 a 6 anos na escola 3,99 53,80 86,45 
% de 11 a 13 anos nos anos finais do 
fundamental REGULAR SERIADO ou com 
fundamental completo 
22,90 74,04 94,36 
% de 15 a 17 anos com fundamental completo 4,42 37,17 74,60 
% de 18 a 20 anos com médio completo - 20,72 39,91 
IDHM LONGEVIDADE 0,642 0,719 0,830 
Esperança de vida ao nascer 63,50 68,12 74,79 
IDHM Renda 0,545 ,0561 0,647 
Renda per capita 237,41 262,74 449,30Fonte: PNUD, Ipea e FJP 
 
 
52 
 
O Produto Interno Bruto (PIB) do município é o indicador que estabelece as 
informações da atividade econômica do mesmo, com objetivo de demonstrar o 
desempenho econômico municipal com base em um conjunto de informações 
referentes a todos os segmentos produtivos. 
A tabela a seguir exibe os valores do PIB de 2010 e sua evolução em 2013 no 
município de Vila Pavão. 
Tabela 12: Produto Interno Bruto do município de Vila Pavão 
Indicadores (valores em R$ 1.000,00) 2010 2013 
PIB a preços correntes 102.465,00 138.269,00 
Valor adicionado bruto a preços correntes da 
agropecuária 
22.491,00 34.587,00 
Valor adicionado bruto a preços correntes da 
indústria 
24.161,00 28.489,00 
Valor adicionado bruto a preços correntes dos 
serviços, exclusive administração, saúde e 
educação públicas e seguridade social 
23.416,00 32.176,00 
Valor adicionado bruto a preços correntes da 
administração, saúde e educação públicas e 
seguridade social 
28.029,00 37.694,00 
Impostos, líquidos de subsídios sobre produtos a 
preços correntes (Mil Reais) 
3.918,00 5.323,00 
Fonte: IBGE, 2013. 
 
O orçamento público é um mecanismo do planejamento governamental no qual 
constam as despesas e as receitas previstas em um ano da administração pública 
municipal. Segundo o IBGE, as receitas de Vila Pavão somaram cerca de R$ 
25.713.000 enquanto as despesas ficaram em torno de R$ 23.409.000 no ano de 
2016. 
Tabela 13: Receitas e Despesas de Vila Pavão (2016) 
Variável Valor (R$ 1.000,00) 
Despesas orçamentárias 
empenhadas 
23.409,00 
Correntes 22.443,00 
Capital 966,00 
Receitas orçamentárias realizadas 25.713,00 
Correntes 23.233,00 
Capital 2.480,00 
Fonte: IBGE Cidades, 2016 
 
 
53 
 
De acordo com o glossário do Orçamento Federal, do Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão18, as despesas de capital são aquelas relativas a aquisição de 
máquinas equipamentos, realização de obras, aquisição de participações acionárias 
de empresas, aquisição de imóveis, concessão de empréstimos para investimento, 
enquanto as despesas concorrentes são referentes a custeio de manutenção das 
atividades dos órgãos da administração pública. 
 
As receitas de capital são formadas a partir de investimentos, inversões financeiras, 
amortização da dívida, já as receitas concorrentes são as receitas tributárias, de 
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as 
provenientes de recursos monetários recebidos de outras pessoas de direito público 
ou privado. 
 
Em Vila Pavão a despesa concorrente equivale a maior parcela das despesas e as 
receitas concorrentes representa a maior parcela da receita do orçamento municipal. 
A concentração de renda no município pode ser expressa através da tabela 14. 
 
Tabela 14: Concentração de renda, pobreza e desigualdade do município de Vila 
Pavão 
Renda, pobreza e desigualdade em Via Pavão 
 Indicador Anos 
 1991 2000 2010 
Renda per capita (em R$) 273,41 262,74 499,30 
% de extremamente pobres 31,48 13,63 8,25 
% de pobres 69,86 35,40 18,10 
Índice de Gini (%) 65 45 48 
Fonte: IBGE, 2010 
 
Seguindo a análise da tabela acima apresentada, nota-se que houve grande redução 
no percentual de pobreza no município, e que no período considerado, também 
ocorreu um aumento de concentração de renda na cidade. 
Em concordância com os dados do IBGE 2010, a população municipal total era de 
8.672 residentes, dos quais 784 encontravam-se em situação de extrema pobreza, ou 
seja, com renda per capita domiciliar abaixo de R$ 70,00. Da totalidade extremamente 
pobre, 677 viviam em zona rural e os outros 107 em meio urbano. 
 
 
 
54 
 
Gráfico 01: População municipal total em relação a população em situação de 
extrema pobreza. 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo do Plano de Saneamento Básico, 2017. 
 
Gráfico 02: Divisão municipal da população de extrema pobreza 
 
Fonte: Diagnóstico Técnico Participativo do Plano de Saneamento Básico, 2017. 
 
 
 
 
 
8.672
784
População Municipal em Habitantes
População Total
População com Renda
Per Capita Inferior a R$
70,00
86,40%
13,60%
População com renda domiciliar per capita 
abaixo de R$ 70,00
Zona Rual
Zona Urbana
 
 
55 
 
5.1 POPULAÇÕES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, EXTRATIVISTAS E 
DE ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA 
5.1.1 População Indígena 
O estado do Espírito Santo possui três terras indígenas regularizadas, instaladas no 
município de Aracruz. Vila Pavão abriga uma população de 11 índios, os quais vivem 
fora de terras indígenas. 
Tabela 15: Terras indígenas no estado do Espírito Santo 
Terra Indígena Etnia Município 
Superfície 
(ha) 
Procedimento 
Caieiras Velha II 
 
Guarani 
Mbya, 
Tupiniquim 
 
Aracruz 
 
57,3935 
 
Regularizada 
 
Comboios 
 
Guarani, 
Tupiniquim 
 
Aracruz 
 
3.872,1411 
 
Regularizada 
 
Tupiniquim 
 
Tupiniquim 
 
Aracruz 
 
14.282,7968 
 
Regularizada 
 
Fonte: FUNAI -Terras indígenas, 2016. 
 
5.1.2 Comunidades De Remanescentes Quilombolas 
Existem cerca de 30 comunidades remanescentes de quilombolas no estado, 
reconhecidas pela Fundação Palmares até 2015. No entanto, no município de Vila 
Pavão não há registros de comunidades quilombolas. 
 
5.1.3 Comunidades Extrativistas 
No estado o extrativismo mineral tem por objetivo exportar riquezas minerais, as 
principais ocorrências são: Mármore, petróleo, calcário, granito, argila dentre outros. 
Porém não há informações ou relatos sobre comunidades extrativistas nos segmentos 
apresentados em Vila Pavão, sendo que o extrativismo é realizado diretamente por 
empresas instaladas no estado. 
Segundo dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), no 
Espirito Santo existem 94 assentamentos de reforma agrária, no qual um se localiza 
 
 
56 
 
no município de Vila Pavão, o Assentamento 3 Corações. A principal atividade agrícola 
do município é a cafeicultura, sendo conduzida através da agricultura familiar, com 
tamanho médio das lavouras de 6,0 hectares. Sua comercialização é realizada através 
da COOABRIEL. 
 
5.2 CULTURA 
A população municipal de Vila Pavão é formada basicamente por descendentes de 
pomeranos, italianos e africanos, o que culmina em uma grande diversidade cultural. 
Em decorrência da rica diversidade cultural, acontece anualmente na cidade a Festa 
do Pomitafro, sendo este o maior evento de integração étnica e cultural do Brasil. 
A Pomitafro foi criada em 1989 por professores do Centro de Integração de Educação 
Rural/CEIER, desde então anualmente, durante o período desta festividade, a cidade 
é enfeitada a fim de exaltar a cultura capixaba, onde diversos grupos étnicos culturais 
vindos de todas as partes do estado e do país como Bahia e Minas Gerais prestigiam 
a festa. 
Juntamente com a Pomitafro, a Festa do Padroeiro São Pedro compõe o calendário 
cultural festivo da cidade. A culinária também se destaca como ponto marcante no 
turismo da cidade, apresentando almoços típicos tanto pomeranos como italianos e 
também os famosos cafés coloniais. Outro destaque turístico de Vila Pavão fica a 
cargo das formações rochosas. 
 
5.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 
O uso do solo pode ser compreendido como a maneira pela qual o espaço geográfico 
preenchido pelo homem e suas atividades ou sendo ocupado pela cobertura natural. 
O levantamento de informações a respeito do uso do solo e suas interações com o 
meio no qual se encontra possuem grande relevância, conforme sua utilização 
desenfreada causem impactos sobre os recursos naturais e suas interdependências 
nos ecossistemas. 
 
 
57 
 
Um parcelamento adequado do solo urbano ou rural deve relacionar-se diretamente 
com o conjunto ambiental de onde se encontra inserido, assim distribuindo 
espacialmente de forma adequada as atividades de exploração, expansão e 
conservação, através do mapeamento e levantamento do uso e coberturado solo de 
uma determinada região, juntamente com as informações a cerca do limite de suporte 
do solo, ocasionando um planejamento a respeito da ocupação antrópica do solo de 
modo sustentável. Os processos de inundações, erosão, assoreamentos dos corpos 
hídricos estão diretamente relacionados ao uso e ocupação inadequada dos solos, 
tanto urbanos ou rurais. 
No município de Vila Pavão o uso do solo no ano de 2010 se dividia em áreas de 
afloramentos rochosos, áreas alagadas, mata, mineração, pastagem, florestas 
plantadas, culturas e áreas urbanas, com mostra o mapa a seguir. 
Figura 22: Uso e cobertura da terra 2010 – Vila Pavão 
 
Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves. 
 
Já no período de 2014 a 2015 o uso e a cobertura da terra no município eram 
fracionados da seguinte forma: 53,9% pastagem; 10,6% café; 9,4% mata nativa; 8,2% 
 
 
58 
 
outras classes;7,9% afloramento rochoso, 6,2% mata nativa em estado inicial de 
renovação e 3% macega. Sendo expresso através do mapa abaixo. 
Figura 23: Uso e cobertura da terra 2014/2015 - Vila Pavão 
Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo. 
 
Figura 24: Uso e Ocupação do Solo no entorno do Aterro Controlado. 
 
Fonte: Reflorestar GeoWeb, 2019. 
 
O mapeamento apresentado na figura 24 mostrou que a maior parte do solo dentro 
da área de influência direta do aterro controlado, é identificado com pastagem, 
 
 
59 
 
encontrando alguns fragmentos de mata nativa. A área do aterro está identificada 
como solo exposto. 
 
A seguir temos o gráfico para análise comparativa de categorias de uso do solo no 
município de Vila Pavão, obtidas por meio de imagens capturadas nos anos de 
2007/2008 e 2014/2015. 
Gráfico 03: Uso do solo no municipio de Vila Pavão/Anos 2007-2008 e 2014-2015. 
 
Fonte: Atlas da Mata Atlântica do Espirito Santo 
 
A partir das análises comparativas dos remanescentes florestais, indicam que as 
categorias Mata Nativa e Macega aumentaram ambas 0,4%, já as categorias Mata 
Nativa em estágio inicial de regeneração e Pastagem obtiveram uma redução de 0,2% 
e 3,3% respectivamente. De acordo com a classificação dos solos realizadas em 2014 
e 2015, o pasto ocupa cerca de 53,9% do território municipal, sendo que a principal 
atividade agrícola da cidade é a cafeicultura, seguida por eucaliptocultura. Apesar de 
possuir pouca relevância a área ocupada pela eucaliptocultura passou de 0,4% para 
1,3% durante o período analisado. 
5.4 USOS DA ÁGUA 
5.4.1 Abastecimento Público 
2007/2008
2014/2015
2,60%
3%
9%
9,40%
6,40%
6,20%
24,90%
27,50%
57,20%
53,90%
Pastagem
Outros
Mata nativa em estagio
inicial de regeneração
Mata nativa
Macega
 
 
60 
 
O abastecimento no município de Vila Pavão é realizado por meio de captações 
superficiais e subterrâneas de água pela CESAN, sendo utilizado, não somente, para 
consumo humano, mas também atendendo a demanda industrial e comercial do 
município, dentre outras. 
Os serviços de saneamento básico e sua cobertura influenciam diretamente sobre a 
saúde e a qualidade de vida da população, refletindo na disponibilidade quantitativa e 
qualitativa dos recursos hídricos através de seu uso. 
Nas tabelas 16, 17 e 18 podemos observar dados acerca do abastecimento de água, 
sistema de captação de água bruta e estação de tratamento do município, 
respectivamente. 
Tabela 16: Serviço de abastecimento de água por UP no município e Vila Pavão 
 Índice de Cobertura 
de abastecimento 
de água 
 
Índice de Perdas 
UP Município Operador Urbano 
(%) 
Rural 
(%) 
Distribuíd
o (%) 
 
Por ligação 
(L/dia/ligação) 
 
Médio 
Cotaxé 
 
Vila Pavão 
 
CESAN 
 
- ni - - 
Alto 
Cricaré 
 
Vila Pavão 
 
CESAN 
 
- ni - - 
Baixo 
Cricaré 
 
Vila Pavão 
 
CESAN 100,00 
 
ni 13,30 
 
55,99 
 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
Tabela 17: Informação sobre os sistemas de captação da água bruta presentes em 
Vila Pavão. 
 Ponto de captação 
(UTM) 
 
 
UP 
 
Município 
 
Tipo de 
captação 
 
Nome do 
manancial 
 
E (m) 
 
N (m) 
 
Vazão 
captada 
(m³/dia) 
 
Vazão 
outorgada 
(m³/dia) 
 
Localidade 
abastecida 
 
 
Baixo 
Cricaré 
 
 
Vila Pavão 
 
Superficial 
 
Córrego 
Socorro 
 
324598 
 
7937333 
 
941,8 
 
950,4 
 
Sede 
 
Subterrânea 
 
Não se 
aplica 
 
329944 
 
7939623 
 
1,7 
 
ni 
 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
 
61 
 
Tabela 18: Dados técnicos das estações de tratamento de água em Vila Pavão. 
UP 
 
Município 
 
Tipo de 
tratamento 
 
Nome 
da 
ETA 
 
Nome do 
manancial 
 
Lolidade 
abastecida 
 
Localização 
(UTM) 
 
Quant. 
de água 
tratada 
(m³/dia) 
 
E (m) 
 
N (m) 
 
Baixo 
Cricaré 
 
Vila 
Pavão 
 
Convencional 
 
ETA 
de 
Vila 
Pavão 
 
Córrego 
Socorro 
 
Sede 
 
330370 
 
7940394 
 
864,0 
 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
5.4.2 Potencial Para Geração de Energia 
O uso da água para geração de energia elétrica em Vila Pavão é definido através do 
aproveitamento hidrelétrico (PCH e GCH), levando em consideração o uso não 
consultivo dos recursos hídricos. O que se refere a aplicação hidroelétrica, há um 
fracionamento relacionado ao potencial de geração de energia: 
• Centrais Geradoras Hidroelétricas (CGH) – autonomia de produção de energia 
elétrica, com potência inferior a 3.000 kw; 
 
• Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH) - autonomia de produção de energia 
elétrica, com potencial superior ou a 3.000 kw e igual ou inferior a 30.000 kW, e deter 
área de reservatório inferior a 13km². 
 
A tabela 19 apresenta informações a respeito dos empreendimentos hidrelétricos em 
Vila Pavão. 
 
 
Tabela 19: Empreendimentos Hidrelétricos inventariados no município de Vila 
Pavão. 
 
 
 
UP 
 
 
 
Empreendimento 
 
 
 
Proprietário 
 
 
 
Coordenadas do 
barramento (m) 
 
 
Município 
 
 
 
Tipo 
 
 
 
Pot. 
(MW) 
 
 
 
NA máximo 
montante (m) 
 
 
Queda 
Bruta 
Nominal 
(m) 
 
 
 
 
Curso 
d'água 
 
Alto Cricaré 
 
Fortaleza 
 
 
Santa Maria 
Energética 
S.A. 
 
 
322256 
 
 
7931897 
 
 
Vila Pavão/Nova 
Venécia 
 
 
PCH 
 
 
3,8 
 
 
110 
 
 
24 
 
 
Cricaré 
 
Luzilândia 
 
- - - 
Vila Pavão/Nova 
Venécia 
 
CGH 
 
1,6 
 
- - 
Cricaré 
 
Fonte: Diagnóstico e Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, 2018. 
 
 
62 
 
6 MPACTOS AMBIENTAIS 
A avaliação de impacto ambiental é prevista pela Política Nacional de Meio Ambiente 
como um instrumento de preservação da qualidade de vida, do meio ambiente e 
equilíbrio ecológico. A avaliação é realizada por meio da elaboração de diversos 
documentos, como o Plano de Controle Ambiental, Plano de Recuperação de Áreas 
Degradas, Estudo de Impacto Ambiental, Relatório de Impacto Ambiental e outros, 
entretanto, todos seguem um padrão de procedimentos que devem resultar na 
constatação da caracterização da área e seus aspectos, avaliação dos impactos, 
medidas de mitigação e planos de controle e monitoramento. 
A avaliação dos impactos é uma das etapas que devem ser realizadas a partir de 
alguns métodos encontrados na bibliografia, o método utilizado no documento em 
questão é o de Matriz de Interação, este método permite a interação entre os aspectos 
biótico e abióticos que sofrerão interferência e seus respectivos impactos. 
De acordo com a legislação brasileira o impacto ambiental é descrito como: 
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e 
econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA 001/86). 
6.1 IDENTIFICAÇÃODOS IMPACTOS AMBIENTAIS 
A identificação dos impactos em questão ocorreu a partir da análise das ações que 
serão realizadas no encerramento da atividade de aterro controlado. 
• COMPACTAÇÃO DO SOLO 
O processo de compactação do solo ocorre quando é exercida uma pressão sobre a 
superfície fazendo uma compressão de maneira que o solo se torna mais denso e, 
consequentemente, passa a ter mais massa por unidade de volume. Isso diminui o 
espaço entre os poros que antes eram preenchidos em grande parte por ar, 
prejudicando a biodiversidade do ecossistema presente ou que futuramente será 
implementado. 
 
 
63 
 
Desta maneira, por um lado a compactação do solo, evitará que haja grande infiltração 
de água nesta região e uma movimentação de terra natural dificultada, auxiliando na 
não ocorrência de processos erosivos pontuais. Por outro lado, a futura implantação 
de determinadas espécies de plantas no local é prejudicada visto que a compactação 
do solo pode atrapalhar o crescimento das mesmas. 
• EXTRAÇÃO DO SOLO PARA UTILIZAÇÃO NA COBERTURA 
A extração do solo sem um planejamento adequado pode causar impactos 
consideráveis na estrutura do mesmo, podendo haver o favorecimento futuro a 
formação de erosões naquela localidade. Os processos erosivos ocorrem pelo 
transporte de sedimentos da superfície, apesar de ser considerado um fenômeno 
natural, ele pode ser intensificado pela ação humana. 
Juntamente à erosão, a execução da extração do solo irá causar uma movimentação 
de terra que consequentemente irá resultar em ressuspensão de poeira, ou seja, 
elevação de material particulado para o ar, estes serão dispersos alterando as 
condições naturais da atmosfera local. 
• RUÍDOS 
A intensificação de ruídos no local ocorrerá pela atividade realizada na célula e nas 
vias de acesso ao aterro, possuindo significância parecida nestas duas áreas, estas 
atividades ocorrerão temporariamente, porém neste período serão constantes. 
A operação das máquinas para extração de solo e seu respectivo recobrimento, além 
da movimentação de carros entrando e saindo do ambiente da atividade, causará 
barulhos excessivos impactando diretamente na fauna do entorno, causando 
afastamento da mesma que habita próxima as localidades afetadas. 
• ALTERAÇÃO DO AR POR MATERIAL PARTICULADO 
O movimento de maquinas e veículos em um aterro sanitário em fase de encerramento 
é intenso, sendo inevitável a emissão de materiais particulados em empreendimentos 
dessa natureza, juntamente com a emissão de gases gerados na decomposição do 
resíduo. Diversas partículas contaminadas acabam sendo levadas pelas correntes de 
ar, dispersando o ar contaminado/poluído pela localidade. 
Quando em larga escala, a emissão deste material particulado pode acarretar em 
afastamento da fauna e prejuízos à flora visto que as condições atmosféricas naturais 
locais serão afetadas temporariamente. O deslocamento de animais pode ser 
 
 
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prejudicial a longo prazo visto que a sua separação interfere na perpetuação das 
espécies. 
• VEÍCULOS 
O aumento do fluxo de veículos no local resultará na elevação dos perigos para os 
animais que habitam no entorno visto que estes correm amis riscos de serem 
atropelados, além disso aumentará a emissão de ruídos afastando os mesmos e 
elevará a suspensão de poeira nas vias de acesso, visto que estas não são 
pavimentadas. 
• INTERFERÊNCIA NA FAUNA 
Com as atividades de encerramento, o fluxo de veículos e máquinas nas estradas de 
acesso aumentará significantemente, se considerarmos as áreas de mata que há na 
região no aterro, este aumento poderá resultar no atropelamento de animais que 
habitam no entrono das estradas, principalmente os que realizam locomoção terrestre. 
• MÁQUINAS 
A utilização constante de maquinário na área do aterro além de elevar material 
particulado, este pode causa compactação do solo das áreas do entorno da célula, 
dificultando assim uma futura implantação de vegetação no local e aumento da 
velocidade de escoamento superficial na área, devido a diminuição da infiltração de 
água. 
• ALTERAÇÃO DA PAISAGEM 
Por se tratar de um aterro sanitário em fase de encerramento, a alteração da paisagem 
se dará por meio do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) , onde 
ocorrerá a cobertura das células e a recuperação da cobertura vegetal local, 
apresentando impacto positivo e de extrema importância para recuperação do solo e 
da fauna local, além de beneficiar a fauna existente na área diretamente afetada, não 
menos importante também reduzirá a poluição visual da áreas diretamente afetada . 
O impacto gerado pela finalização da atividade na alteração da paisagem referente à 
água, atmosfera, emprego e economia é de caráter neutro, uma vez que não possui 
alterações significantes referentes a esses aspectos. 
• RECOMPOSIÇÃO E AMPLIAÇÃO DA FLORA 
A recomposição da flora é um elemento essencial para o encerramento de uma área 
exposta. Considerando que há fragmentos de matas próximos ao local do 
 
 
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empreendimento, e que também á uma área de proteção ambiental no terreno em 
questão, estas serão ampliadas e a área do aterro será recuperada de acordo com o 
padrão de espécies encontradas no local. 
A recuperação desta área, afetará de forma positiva os aspectos físicos do local, visto 
que irá auxiliar na infiltração da água, na área onde não há resíduos enterrados, e 
promoverá a ampliação da área de ocupação da fauna local, melhorando a qualidade 
de vida destes animais. 
• IMPACTOS SOBRE A ÁGUA SUBTERRÂNEA E SUPERFICIAL 
O empreendimento encontra-se desativado, porém os resíduos sólidos que ali foram 
depositados possuem elevado potencial poluidor e presença de contaminantes que 
são constantemente liberados no processo de decomposição dos materiais. Nesse 
caso, trata-se da liberação do chorume, um líquido de cor preto e odor nauseante que 
é capaz de comprometer a qualidade, impactar negativamente e alterar as 
características físicas, químicas e biológicas dos mananciais de águas superficiais e, 
principalmente, subterrâneos. 
Os líquidos percolados oriundos da degradação dos resíduos orgânicos e inorgânicos 
são extremamente tóxicos e contaminam incialmente o solo podendo alcançar 
gradativamente as águas subterrâneas na região do lixão. Além disso, esse processo 
pode ser acelerado por meio da infiltração da água da chuva no local onde estão 
depositados os resíduos e, dessa forma, colaborar para o fenômeno de lixiviação. 
Considerando a distância do empreendimento de águas superficiais, o fator de 
permeabilidade do solo e o desenvolvimento de sistemas de drenagem de águas 
pluviais no entorno da célula, entende-se que os impactos nos recursos hídricos não 
serão afetados de negativamente de forma significativa, sendo os impactos positivos 
superiores aos negativos. 
• ALTERAÇÃO NA TAXA DE EMPREGO E RENDA 
A implantação de empreendimentos e desenvolvimento do setor industrial é o que 
aquece a economia no geral, pois favorece a geração de empregos e impulsiona 
investimentos na região. No caso do aterro controlado, a geração de empregos 
aconteceu na sua maioria de forma indireta, na fase inicial de implantação, pois 
durante toda a atividade do aterro, a mão-de-obra foi realizada por funcionários da 
própria prefeitura. 
 
 
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O impacto causado pela finalização da atividade no setor de emprego e renda não foi 
muito significativo, uma vez que grande parte da equipe de colaboradores já eram 
funcionários da prefeitura e foram remanejados para outros setores. Entretanto, para 
o encerramento da atividade foi necessário a contratação de empresas especializadas 
em determinados maquinários, gerando desta forma uma alteração mínima na taxa 
de emprego e movimentação de renda na região. 
• ALTERAÇÃO NO CUSTO PARA DESTINAÇÃO FINAL DO RESÍDUO 
A alteração no custo para destinação final do resíduo possui baixa relevância no que 
se refere à água,

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