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AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X Mévio de Tal, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº... e do CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa…, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC/15, com fundamento no art. 5º, LXIX, da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar MANDADO DE SEGURANÇA em face do Governador do Estado X, autoridade coatora, com endereço…, e do Estado X, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos. I - DOS FATOS Mévio de Tal, com quarenta e dois anos de idade, pretende candidatar-se a cargo vago, mediante concurso público, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, se matriculado em escola preparatória. Com a publicação do edital, é surpreendido com a limitação, para inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, vinte e cinco anos. Inconformado, apresenta requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o interesse público, tendo em vista que, quando mais jovem, maior tempo permanecerá no serviço público o aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas prestações previdenciárias, um dos problemas centrais do orçamento do Estado na contemporaneidade. O responsável pelo concurso é o Governador do Estado X. Não há previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, sendo norma constante do edital do concurso. II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS O mandado de segurança é o remédio constitucional que visa proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, nos termos do art. 5º, LXIX, da CRFB/88 e Lei 12.016/09. O mandado de segurança é tempestivo tendo em vista que a impetração da ação foi menor que 120 (cento e vinte) dias previsto no art. 23 da Lei 12.016/09. A Prova pré-constituída, nos termos art. 6º, caput da Lei 12.016/09, consiste na resposta do requerimento ao responsável pelo concurso, que aduziu o interesse público quanto às limitações previstas no edital. Sendo o Estado X, organizador do concurso, a competência é do Tribunal de Justiça, visto que o Governador do Estado tem foro por prerrogativa de função. A Legitimidade passiva é composta pelo governador do Estado. O tema acesso a cargos públicos tem assento constitucional, consoante pode-se aferir do exame da norma do art. 37, da CF, que impõe a acessibilidade aos cargos públicos mediante concurso público. A jurisprudência não tem acolhido que normas editalícias, sem previsão legal e com manifesta afronta às normas constitucionais, restrinjam o limite de idade, admitindo a restrição quando houver previsão legal, desde que adequado ao cargo postulado. Dessa forma é evidente a violação ao princípio da legalidade e o princípio da razoabilidade Assim, o interesse público meramente financeiro ou orçamentário, aduzido pela autoridade que preside o concurso público não tem o condão de vedar a candidatura de pessoas com idade superior à prevista no edital, pois viola o princípio que veda qualquer forma de discriminação III - DA TUTELA DE URGÊNCIA A tutela de urgência em mandado de segurança está prevista no art. 7º, III, da Lei 12.016/09 e tem natureza de medida cautelar O fumus boni iuris está configurado na patente violação dos princípios da legalidade, razoabilidade e da vedação de qualquer forma de discriminação. Já o periculum in mora consiste na iminência do prejuízo do impetrante não poder se inscrever no concurso e concorrer às vagas, caso não seja deferida a liminar de imediato. IV - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se: a) a concessão da cautelar para que a restrição do edital seja afastada, possibilitando que MÉVIO possa se inscrever no concurso e realizar as provas normalmente, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09; b) ao final, seja julgado procedente o pedido para confirmar definitivamente a tutela de urgência; c) a notificação do Governador do Estado X para que preste as informações que entender pertinentes do caso, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09; d) a ciência do feito ao órgão de representação judicial do Estado X, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09; e) a condenação do Impetrado em custas processuais, nos termos do art. 24 da Lei nº 12.016/09 c/c art. 84 do CPC/15; f) a intimação do Representante do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei nº 12.016/09; g) a juntada dos documentos anexos, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.016/09. V - DO VALOR DA CAUSA Valor da causa de acordo com o art. 292 do CPC/15. Nestes termos, Pede deferimento. Local... e data... Advogado... OAB nº ...
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