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<p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>SEGUNDA FASE</p><p>OAB - XXXVIII</p><p>PROFª FLAVIA BAHIA</p><p>E-BOOK</p><p>PEÇAS</p><p>PROCESSUAIS</p><p>1</p><p>CERS - CURSOS ONLINE</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - Profª Flavia Bahia</p><p>XXXVIII EXAME DE ORDEM</p><p>Querido(a) aluno(a),</p><p>Preparei para você, com muito carinho, esse E-book de Peças Processuais para que</p><p>seja utilizado ao longo das Aulas de Peças do nosso curso! Ele é uma cópia integral</p><p>dos materiais de apoio das aulas de Peças</p><p>condensados em único E-book!</p><p>Não deixe de usar esse material como um apoio durante as aulas, pois ele traz os</p><p>principais pontos que abordaremos em sala, assim como muitos modelos das peças</p><p>redigidas, desde o endereçamento até o encerramento!</p><p>Vamos juntos rumo à aprovação!</p><p>Um abraço, Profª Flavia.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. NOÇÕES DO PROCESSO ............................................................................................... 3</p><p>2. HABEAS DATA ................................................................................................................ 9</p><p>3. MANDADO DE INJUNÇÃO .......................................................................................... 16</p><p>4. AÇÃO POPULAR ........................................................................................................... 22</p><p>5. HABEAS CORPUS ......................................................................................................... 32</p><p>6. MANDADO DE SEGURANÇA ....................................................................................... 36</p><p>7. REVISÃO DE ENDEREÇAMENTOS .............................................................................. 47</p><p>8. AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM ......................................................................... 49</p><p>9. DIREITOS METAINDIVIDUAIS ..................................................................................... 52</p><p>10. AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................... 53</p><p>11. DICAS PARA IDENTIFICAR O CABIMENTO DAS AÇÕES DO CONTROLE</p><p>CONCENTRADO NA PROVA .............................................................................................. 58</p><p>12. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ...................................................... 58</p><p>13. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................... 67</p><p>14. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ........................... 72</p><p>2</p><p>15. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ................... 75</p><p>16. REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL ............................ 79</p><p>17. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (AIME) ................................... 83</p><p>18. RECLAMAÇÃO ........................................................................................................... 86</p><p>19. TEORIA GERAL DOS RECURSOS .............................................................................. 93</p><p>20. APELAÇÃO ................................................................................................................ 96</p><p>21. RECURSOS ORDINÁRIOS PARA O STF E STJ ....................................................... 100</p><p>22. ASPECTOS COMUNS RE E RESP ............................................................................ 106</p><p>23. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ............................................................................... 106</p><p>24. RECURSO ESPECIAL ............................................................................................... 112</p><p>25. AGRAVOS ................................................................................................................ 116</p><p>25.1. AGRAVO DE INSTRUMENTO .............................................................................. 116</p><p>25.2. AGRAVO INTERNO .............................................................................................. 120</p><p>25.3. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO ........ 122</p><p>26. ESPÉCIES DE RESPOSTAS DO RÉU ........................................................................ 124</p><p>26.1. CONTESTAÇÃO ................................................................................................... 125</p><p>26.2. RECONVENÇÃO .................................................................................................. 130</p><p>27. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO .............................................................................. 131</p><p>28. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA .............................................................................. 134</p><p>29. CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO/RECURSOS ................................................... 135</p><p>30. PARECER JURÍDICO................................................................................................ 137</p><p>31. DA TUTELA DA EVIDÊNCIA .................................................................................... 140</p><p>3</p><p>1. NOÇÕES DO PROCESSO</p><p>1. PROCESSO X PROCEDIMENTO</p><p>O processo é o meio utilizado para solucionar os litígios. O Direito Processual Civil prevê</p><p>duas espécies de processo: o de conhecimento (ou de cognição) e o de execução.</p><p>No Processo de conhecimento as partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e</p><p>fundamentos jurídicos, para que ele possa substituir, por um ato seu, a vontade de uma das</p><p>partes.</p><p>O Processo de execução está regulamentado no Livro II do CPC, a partir do seu art. 771. É o</p><p>meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta</p><p>por lei ou por uma decisão judicial.</p><p>Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pretensão jurisdicional, o</p><p>procedimento é o modo e a forma como os atos do processo se movimentam.</p><p>Procedimento, segundo alguns autores, é expressão sinônima a rito.</p><p>2. O PROCEDIMENTO COMUM NO PROCESSO DE CONHECIMENTO</p><p>O processo de conhecimento é o mais importante na segunda fase de Direito Constitucional,</p><p>de acordo com o conteúdo programático apresentado pela banca. Nele, encontramos o</p><p>procedimento comum, regulamentado no Título I do Livro I do CPC (art. 318 e seguintes).</p><p>De acordo com o art. 318 do CPC:</p><p>“Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário</p><p>deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente</p><p>aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.”</p><p>3. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS</p><p>TÍTULO III DO LIVRO I DO CPC – Ex.: DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DA</p><p>AÇÃO DE EXIGIR CONTAS, DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS...</p><p>PROCEDIMENTO ESPECIAL NA NOSSA SEGUNDA FASE: LEIS 9.507/97 (HD), LEI 12.016/09</p><p>(MS)...</p><p>4. ATIVIDADE JURISDICIONAL</p><p>4</p><p>5. ELEMENTOS DA AÇÃO</p><p>• Legitimidade das Partes;</p><p>• Interesse Processual.</p><p>6. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA</p><p>A Administração Pública é dividida em administração direta e indireta.</p><p>A administração direta é composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes da</p><p>federação: União, estados, Distrito Federal e municípios. Todos são pessoas jurídicas de</p><p>direito público interno.</p><p>A administração indireta é o conjunto de órgãos que prestam serviços públicos e estão</p><p>vinculados a uma entidade da administração direta, mas possuem personalidade jurídica</p><p>própria, isto é, têm CNPJ próprio.</p><p>Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição</p><p>de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei</p><p>complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.</p><p>Autarquias: instituídas por lei, têm autonomia administrativa e financeira, mas estão sujeitas</p><p>ao controle do Estado. São entidades de direito público e sua atividade fim é de interesse</p><p>público.</p><p>Exemplos: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Nacional do Seguro Social</p><p>(INSS) e o Banco Central do Brasil (BACEN).</p><p>Fundações públicas: são criadas por lei e podem ser entidade de direito público ou privado.</p><p>Sua atividade fim deve ser de interesse público</p><p>na forma do art. 5º, § 4º, da Lei</p><p>4.717/65;</p><p>b) que seja julgado procedente o pedido para fins de declaração de nulidade do</p><p>contrato administrativo e a condenação dos responsáveis ao ressarcimento dos danos</p><p>causados, segundo o art. 11 da Lei 4717/65;</p><p>c) a citação dos Réus nos endereços acima indicados, de acordo com o art. 7º, I, a, da</p><p>Lei 4717/65;</p><p>d) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 7º, I, a, da Lei</p><p>4717/65;</p><p>e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios, conforme o art.</p><p>12 da Lei 4717/65;</p><p>32</p><p>f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, de acordo com o</p><p>art. 319, VI, do CPC;</p><p>g) a juntada de documentos, inclusive do título de eleitor da autora, segundo o art.</p><p>320 do CPC.</p><p>Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, a autora opta pela realização da audiência</p><p>de conciliação ou de mediação.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>5. HABEAS CORPUS</p><p>Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar</p><p>ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade</p><p>ou abuso de poder.</p><p>1.Histórico, natureza jurídica e conceito</p><p>2. A doutrina brasileira do habeas corpus</p><p>3. Base Legal</p><p>Art. 5º, LXVIII e art. 647 e seguintes do CPP.</p><p>4. Espécies</p><p>– HC preventivo: para evitar a consumação da lesão à liberdade de locomoção, hipótese na</p><p>qual é concedido o “salvo-conduto”;</p><p>– HC repressivo, suspensivo ou liberatório: é utilizado com o propósito de liberar o paciente</p><p>quando já consumada a coação ilegal ou abusiva ou a violência à sua liberdade de</p><p>locomoção. O pedido é o alvará de soltura.</p><p>5. Legitimidade Ativa – Princípio da Universalidade</p><p>6. O paciente</p><p>7. Polo Passivo</p><p>33</p><p>Autoridade coatora.</p><p>Ao julgar o HC nº 143.641(2018), a Segunda Turma do STF decidiu pelo cabimento da figura</p><p>processual Coletiva do HC, invocando, por analogia, o art. 12 da Lei nº 13.300/2016 (Lei do</p><p>Mandado de Injunção Coletivo) para a definição da legitimidade ativa:</p><p>Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:</p><p>I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a</p><p>defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais</p><p>indisponíveis;</p><p>II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o</p><p>exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a</p><p>finalidade partidária;</p><p>III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em</p><p>funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades</p><p>e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma</p><p>de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto,</p><p>autorização especial;</p><p>IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a</p><p>promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos</p><p>necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.</p><p>8. Habeas Corpus e Prisão do Militar</p><p>Art. 142, § 2º, da CRFB/88</p><p>Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.</p><p>9. Tutela de Urgência? Sempre. Natureza principiológica.</p><p>Arts. 649 e 660, §2º, do CPP</p><p>10. Gratuidade</p><p>Art. 5º, LXXVII, da CRFB/88</p><p>11. Competência</p><p>Súmula 690</p><p>Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de "habeas corpus"</p><p>contra decisão de Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais. (CANCELADA)</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o</p><p>mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas</p><p>da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do</p><p>Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>(...)</p><p>i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente</p><p>for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do</p><p>34</p><p>Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única</p><p>instância;</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas</p><p>na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou</p><p>Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da</p><p>Justiça Eleitoral;</p><p>Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;</p><p>Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:</p><p>VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o</p><p>constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra</p><p>jurisdição;</p><p>12. Súmulas do STF</p><p>Súmula 693: “Não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou</p><p>relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única</p><p>cominada.”</p><p>Súmula 694: “Não cabe "habeas corpus" contra a imposição da pena de exclusão de militar</p><p>ou de perda de patente ou de função pública.”</p><p>Súmula 695: “Não cabe "habeas corpus" quando já extinta a pena privativa de liberdade.”</p><p>13. Habeas Corpus e CPI</p><p>14. Caso Hipotético</p><p>Mário de Tal, brasileiro, solteiro, empresário, residente e domiciliado no Município X, é</p><p>convocado como testemunha para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito Mista</p><p>aberta pelas Casas do Congresso Nacional para apurar irregularidades envolvendo o desvio</p><p>de verbas federais referente à compra de ambulâncias para os hospitais vinculados ao</p><p>Sistema Único de Saúde. Mário procura o seu escritório de advocacia para que possa</p><p>elaborar a peça cabível para: garantir o direito de ser assistido por seu Advogado e de com</p><p>este comunicar-se durante o curso de seu depoimento perante a referida Comissão</p><p>Parlamentar de Inquérito e, b) também o direito de exercer o privilégio constitucional contra</p><p>a autoincriminação.</p><p>Observe, na redação da peça processual adequada: a) competência do Juízo; b)</p><p>legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;</p><p>d) os requisitos formais da peça.</p><p>EXM°. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>35</p><p>(5 linhas)</p><p>MÁRIO DE TAL, brasileiro, solteiro, empresário, portador do RG nº... e do CPF n°...,</p><p>endereço eletrônico ..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-</p><p>assinado, conforme procuração anexa..., com escritório ..., endereço que indica para os fins</p><p>do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 5º, LXVIII, da CRFB/88 e no art. 647 do CPP e</p><p>ss., vem impetrar o presente</p><p>HABEAS CORPUS</p><p>em favor da própria liberdade, que está na iminência de sofrer violência por ato do</p><p>Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, pelos motivos que a seguir expõe.</p><p>I – DOS FATOS</p><p>O impetrante foi convocado por uma CPMI – Comissão Parlamentar Mista de</p><p>Inquérito – aberta pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, para prestar depoimento,</p><p>na qualidade de testemunha e tal Comissão foi inaugurada com o objetivo de apurar</p><p>irregularidades no que tange ao desvio de verbas federais destinadas a compra de</p><p>ambulâncias para hospitais vinculados ao SUS – Sistema Único de Saúde.</p><p>Mário deve ter garantido o direito de ser assistido por seu advogado, bem como o</p><p>de poder se comunicar com aquele enquanto prestar depoimento perante</p><p>a Comissão e,</p><p>ainda, o direito de exercer o privilégio constitucional contra a auto incriminação. Por esses</p><p>motivos, se faz necessária a propositura do presente Habeas Corpus preventivo, a fim de</p><p>evitar a consumação da lesão.</p><p>II – DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>O fundamento da tutela de urgência em sede de Habeas Corpus é extraído dos arts.</p><p>649 e 660, §2º do CPP e, segundo a jurisprudência, possui natureza cautelar.</p><p>Demonstrar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil</p><p>do processo.</p><p>III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>De acordo com o art. 5º, LXVIII, da CRFB/88 será concedido habeas corpus sempre</p><p>que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de</p><p>locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>O remédio também é respaldado pela legislação processual penal, a partir do art.</p><p>647.</p><p>O art. 5º, XV, da CRFB/88, por sua vez, trata da liberdade de locomoção, que pode</p><p>ser assegurada preventivamente em razão da iminência de violência ao direito, dispondo</p><p>que é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,</p><p>nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.</p><p>Do art. 58, § 3º, da CRFB/88, extraímos que as comissões parlamentares de inquérito,</p><p>que possuem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podem</p><p>encaminhar ao Ministério Público as suas conclusões, a fim de que este venha a promover a</p><p>responsabilidade civil ou criminal dos infratores.</p><p>36</p><p>Dessa forma, tendo em vista a possibilidade de culminação em condenação em ação</p><p>penal futura, verifica-se que há ameaça indireta à liberdade de locomoção do investigado –</p><p>o que justifica a impetração do presente Habeas Corpus Preventivo.</p><p>É competente o Supremo Tribunal Federal para julgar o presente remédio, pois a</p><p>autoridade coatora é o Presidente da CPMI mista, conforme prevê o disposto no art. 102, I,</p><p>“i”, da CRFB/88.</p><p>IV – DOS PEDIDOS</p><p>Pelo exposto, requer a V. Exa. que:</p><p>a) Determine a notificação da autoridade coatora, o Presidente da Comissão, na</p><p>forma do art. 662, do CPP;</p><p>b) Conceda o pedido liminar para determinar a expedição do salvo conduto, de</p><p>acordo com o art. 660, §2º, do CPP, confirmando posteriormente a concessão do presente</p><p>remédio, consoante o art. 660, §4º, do CPP;</p><p>c) Junte os documentos anexos, segundo o art. 320, do CPC;</p><p>d) Intime o representante do Ministério Público.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>6. MANDADO DE SEGURANÇA</p><p>Art. 5º: LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,</p><p>não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela</p><p>ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no</p><p>exercício de atribuições do Poder Público;</p><p>LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:</p><p>a) partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em</p><p>funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou</p><p>associados;</p><p>1. Histórico, natureza jurídica</p><p>2. Base Legal</p><p>Art. 5º, LXIX, LXX e Lei 12.016/09</p><p>37</p><p>3. Finalidade</p><p>Atacar ato ilícito de autoridade (comissivo ou omissivo).</p><p>A celeridade é a principal característica do rito do MS. O art. 20 da Lei 12.016/09 prevê que:</p><p>Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade</p><p>sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.</p><p>§1º Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir</p><p>à data em que forem conclusos ao relator.</p><p>§2º O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.</p><p>4. Espécies</p><p>• MS preventivo – quando há séria ameaça de lesão a direito líquido e certo.</p><p>• MS repressivo - quando a lesão já ocorreu. Nesse caso, deve ser obedecido o prazo</p><p>decadencial de 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato que se deseja</p><p>impugnar, na forma do art. 23, da Lei 12.016/09.</p><p>Súmula 266 do STJ</p><p>O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não</p><p>na inscrição para o concurso público.</p><p>5. Modalidades</p><p>a) MS individual - O impetrante é o titular do direito líquido e certo, como por exemplo: a</p><p>pessoa natural, os órgãos públicos, as universalidades de bens (espólio, massa falida etc.), a</p><p>pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou no exterior...</p><p>b) MS Coletivo (art. 5º, LXX, CF) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:</p><p>– partido político com representação no Congresso Nacional, ainda que o partido esteja</p><p>representado em apenas uma das Casas Legislativas.</p><p>- organização sindical, entidade de classe e associações legalmente constituídas e em</p><p>funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou</p><p>associados.</p><p>O requisito de um ano em funcionamento hoje só é exigido para as associações, com o</p><p>intuito de evitar que sejam criadas apenas para a impetração do remédio. Ademais, segundo</p><p>jurisprudência consolidada, como se trata de substituição processual, não há necessidade</p><p>de autorização expressa de cada um dos associados.</p><p>“Legitimidade do sindicato para a impetração de mandado de segurança coletivo</p><p>independentemente da comprovação de um ano de constituição e funcionamento" (STF, RE</p><p>198.919, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 15.6.99, DJ de 24.9.99).</p><p>Lei 12.016/09</p><p>Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com</p><p>representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a</p><p>seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe</p><p>ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em</p><p>38</p><p>defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou</p><p>associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,</p><p>dispensada, para tanto, autorização especial.</p><p>Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:</p><p>I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza</p><p>indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte</p><p>contrária por uma relação jurídica básica;</p><p>II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de</p><p>origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos</p><p>associados ou membros do impetrante.</p><p>ENUNCIADOS DO STF</p><p>Súmula nº 101: o mandado de segurança não substitui a ação popular.</p><p>Súmula nº 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em</p><p>favor dos associados independe da autorização destes.</p><p>Súmula nº 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda</p><p>quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.</p><p>6. Condições específicas</p><p>A) Direito Líquido e certo, comprovado por prova pré-constituída.</p><p>B) Ato coator.</p><p>C) Tempestividade.</p><p>A) A expressão “direito líquido e certo” na realidade está ligada aos fatos nos quais se</p><p>ampara a pretensão, e não ao direito invocado. Quer dizer que o pedido deve estar</p><p>amparado em fatos demonstrados de plano, através de prova pré-constituída (EM REGRA,</p><p>DOCUMENTAL).</p><p>É requisito específico de cabimento, porque o rito do MS não comporta dilação probatória,</p><p>não existe fase de provas no MS. Controvérsia sobre fato em MS implica na extinção do feito</p><p>sem julgamento do mérito.</p><p>Lei 12.016/09</p><p>Art. 6° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei</p><p>processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira</p><p>reproduzidos na segunda e indicará,</p><p>além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta</p><p>integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.</p><p>§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou</p><p>estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão</p><p>ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em</p><p>original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez)</p><p>dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.</p><p>Súmula 625 STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado</p><p>de segurança.</p><p>B) Ato coator. É ato ou omissão de autoridade pública (ato praticado ou omitido por pessoa</p><p>investida de parcela de poder público), eivado de ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>39</p><p>As expressões “ilegalidade ou abuso de poder” estão previstas na CRFB, no art. 5º, inciso</p><p>LXIX, mas é certo que ilegalidade é gênero, e abuso de poder é espécie.</p><p>Isso porque os elementos do ato administrativo (competência, finalidade, forma, motivo e</p><p>objeto) devem todos ser respeitados, sob pena de ilegalidade, e abuso de poder pode ser</p><p>vício de competência (excesso de poder) ou finalidade (desvio de finalidade).</p><p>Súmula 266 - NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE.</p><p>Se o ato coator for praticado por PJ ou PF no exercício de atribuições do poder público, é</p><p>essa PF ou PJ que será a autoridade coatora, e não o ente da federação que delegou os</p><p>poderes.</p><p>Súmula 510 STF - “PRATICADO O ATO POR AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO DE</p><p>COMPETÊNCIA DELEGADA, CONTRA ELA CABE O MANDADO DE SEGURANÇA OU A</p><p>MEDIDA JUDICIAL.”</p><p>Os atos de pessoas de direito privado tipicamente administrativos também podem ser</p><p>questionados por MS. Ex: ato de licitação praticado por SEM ou EP. Quando a Petrobrás ou</p><p>Caixa fazem licitação, por imposição constitucional, os atos da licitação podem ser</p><p>impugnados por meio de MS. É o que prevê a súmula 333 do STJ:</p><p>Súmula 333 - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por</p><p>sociedade de economia mista ou empresa pública.</p><p>A súmula pode ser aplicada, por analogia, aos concursos públicos. Assim, a inabilitação de</p><p>candidatos em concurso para ingresso nos quadros de SEM e EP também poderia ensejar a</p><p>interposição de MS.</p><p>Também é comum MS em face de dirigentes de estabelecimento de ensino (Reitor, Diretor</p><p>etc.), desde que a matéria questionada tenha relação direta com a atribuição delegada (no</p><p>caso, a atividade de ensino. Ex: negativa de certificado de conclusão, negativa de matrícula,</p><p>etc.).</p><p>➢ Atos de gestão das PJ de direito privado não são passíveis de MS, tais como: fixação</p><p>de calendário do ano letivo, questão referente a mensalidades, etc.</p><p>C) TEMPESTIVIDADE</p><p>Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento</p><p>e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.</p><p>Súmula 632 STF - É CONSTITUCIONAL LEI QUE FIXA O PRAZO DE DECADÊNCIA PARA A</p><p>IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA.</p><p>Com essa súmula também se posicionou o STF quanto à natureza do prazo, que entende ser</p><p>decadencial. Mas cuidado, porque se trata de decadência sui generis. É uma decadência</p><p>que não atinge o direito material.</p><p>O termo inicial é a data em que o prejudicado tomou ciência do ato.</p><p>No caso de omissão, não há que se falar em prazo decadencial, porque a omissão se</p><p>perpetua no tempo. Haverá lesão enquanto mantida a omissão.</p><p>40</p><p>7. ALGUMAS hipóteses de cabimento:</p><p>1. Na área da saúde (arts. 6° e 196)</p><p>2. Na seara da educação (art. 205)</p><p>3. Na defesa do direito de reunião (art. 5°, XVI)</p><p>4. Para proteger o devido processo legal (art. 5°, LIV)</p><p>5. No âmbito do concurso público (art. 37, I, II).</p><p>6. No curso do processo legislativo (jurisprudência STF).</p><p>8. Polo Passivo</p><p>9. Tutela de Urgência</p><p>Art. 7°, III, da Lei 12.016/09</p><p>Art 300 e 301, do CPC.</p><p>Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:</p><p>III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante</p><p>e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida,</p><p>sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de</p><p>assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.</p><p>§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos</p><p>tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou</p><p>equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens</p><p>ou pagamento de qualquer natureza. (inconstitucional)</p><p>O STF, em sessão plenária do dia 09/06/2021, declarou a inconstitucionalidade de</p><p>dispositivos da Lei do Mandado de Segurança, Lei 12.016/2009, em razão de</p><p>questionamento do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na Ação Direta</p><p>de Inconstitucionalidade (ADI) 4296.</p><p>A maioria dos ministros da Corte reconheceu como inconstitucionais dois dos seis</p><p>dispositivos questionados na ADI – a saber, os arts. 7º, §2º, e 22, §2º, da Lei. O voto condutor</p><p>foi redigido pelo Ministro Alexandre de Moraes, que instaurou a divergência pela</p><p>procedência parcial da ADI.</p><p>Art. 22, § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a</p><p>audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se</p><p>pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.</p><p>10. Hipóteses de não cabimento</p><p>➢ Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:</p><p>I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente</p><p>de caução;</p><p>Súmula nº 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o</p><p>uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.</p><p>II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;</p><p>Súmula nº 267 - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou</p><p>correição.</p><p>41</p><p>III - de decisão judicial transitada em julgado.</p><p>Súmula nº 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em</p><p>julgado.</p><p>11. Competência</p><p>Fixada de acordo com a autoridade coatora</p><p>Lei 9507/97</p><p>Art. 20. O julgamento do habeas data compete:</p><p>I - originariamente:</p><p>a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da</p><p>Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do</p><p>Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;</p><p>c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal;</p><p>d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos</p><p>tribunais federais;</p><p>e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;</p><p>f) a juiz estadual, nos demais casos;</p><p>12. SÚMULAS DO STF</p><p>➢ Súmula no 267 - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de</p><p>recurso ou correição.</p><p>➢ Súmula no 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com</p><p>trânsito em julgado.</p><p>13. CASOS CONCRETOS</p><p>PEÇA PROCESSUAL XXIV EXAME</p><p>Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo</p><p>segmento profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em</p><p>funcionamento há vinte anos, que representava os interesses da categoria, em assembleia</p><p>geral convocada especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas</p><p>pelos sindicalizados. Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que</p><p>causaria grande prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças</p><p>da capital do Estado Alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da</p><p>categoria de forma organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas principais</p><p>ruas da capital. Em situações dessa natureza, a lei dispõe que seria necessária a prévia</p><p>comunicação</p><p>ao comandante da Polícia Militar. No mesmo dia em que recebeu a</p><p>comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que teriam início em dez dias, o</p><p>comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu</p><p>indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a</p><p>tranquilidade das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica. Inconformado com</p><p>a decisão do comandante da Polícia Militar, o Sindicato W procurou um advogado e solicitou</p><p>o manejo da ação judicial cabível, que dispensasse instrução probatória, considerando a</p><p>farta prova documental existente, para que os trabalhadores pudessem cumprir o que foi</p><p>42</p><p>deliberado na assembleia da categoria, no prazo inicialmente fixado, sob pena de</p><p>esvaziamento da força do movimento. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>5 PASSOS</p><p>PASSO 1 – RESUMO DO CASO</p><p>PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO</p><p>PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA...</p><p>(5 linhas)</p><p>Sindicato W, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n°..., com sede</p><p>funcional..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa..., com</p><p>escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos</p><p>termos do art. 5º, LXIX e LXX da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO</p><p>em face do Comandante da Polícia Militar e do Estado Alfa.</p><p>I – TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre a decisão formal do</p><p>Comandante da Polícia Militar que indeferiu os encontros nas praças e passeatas e a</p><p>impetração da presente ação é inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim o</p><p>requisito exigido pelo art. 23 da Lei 12.016/09.</p><p>II – DA PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA</p><p>O direito líquido e certo do impetrante é comprovado mediante os documentos que</p><p>seguem em anexo, cumprindo o requisito da prova pré-constituída, exigido pelo art. 6º,</p><p>caput da Lei 12.016/09.</p><p>III – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O Sindicato W, organização sindical legalmente constituída e em funcionalmente há</p><p>mais de um ano, de acordo com o art. 5º, LXX da CRFB/88 e art. 21 da Lei 12.016/09, é</p><p>legitimado ativo para a propositura da presente ação, pois pretende defender direitos</p><p>líquidos e certos dos seus membros, sendo tais direitos pertinentes às suas finalidades.</p><p>IV – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>43</p><p>Em razão de anos de defasagem nos salários, o sindicato W, representando milhares</p><p>de trabalhadores do mesmo ramo profissional, decidiu, em assembleia da categoria, por</p><p>promover encontros nas praças públicas da capital do Estado Alfa, objetivando o debate</p><p>público dos interesses da categoria, o que seria feito observando a ordem e organização, e</p><p>também se deliberou pela realização de passeatas semanais pelas ruas principais da referida</p><p>capital, já que a greve – outra opção – causaria grande prejuízo à economia do país e a</p><p>população em si.</p><p>Ao formalizar a necessária comunicação ao Comandante da Polícia Militar, exigida</p><p>por lei, em razão dos atos pretendidos, que se iniciaria em dez dias, o Sindicato W se</p><p>deparou com o indeferimento por aquele, que sustentou que tais atos atrapalhariam o</p><p>direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das pessoas, protegidos pela ordem jurídica.</p><p>Em razão da decisão exarada pelo Comandante da Polícia Militar, impedindo a</p><p>realização das reuniões e das passeatas, o que viola direito líquido e certo dos trabalhadores</p><p>sindicalizados, faz-se necessária a propositura da presente ação.</p><p>V – TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A previsão para concessão da tutela de urgência no mandado de segurança está</p><p>presente no art. 7º, III da Lei 12.016/09 e tem natureza de medida cautelar.</p><p>O fumus boni iuris reside nos argumentos de fato e de direito apresentados na</p><p>presente e comprovados mediante a documentação anexa.</p><p>O periculum in mora também se encontra demonstrado já que os trabalhadores</p><p>devem poder cumprir o que foi deliberado na assembleia da categoria, no prazo fixado, para</p><p>que não haja o esvaziamento da força do movimento.</p><p>VI – FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>Na forma do art. 5º, LXIX, da CRFB/88, o mandado de segurança será concedido para</p><p>proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",</p><p>quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente</p><p>de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.</p><p>Em sua modalidade coletiva, pode ser impetrado por partido político com</p><p>representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou</p><p>associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa</p><p>dos interesses de seus membros ou associados, de acordo com o art. 5º, LXX, alíneas “a” e</p><p>“b”, da CRFB/88.</p><p>O mandado de segurança também está regulamentado pela Lei 12.016/09, que no</p><p>art. 1º reforça a natureza residual do instituto.</p><p>A Constituição Federal ampara os direitos fundamentais à livre manifestação do</p><p>pensamento, estabelecido no art. 5º, inciso IV, à liberdade de expressão, estabelecido no</p><p>art. 5º, inciso IX, e à reunião pacífica, previsto no art. 5º, inciso XVI.</p><p>No que tange as reuniões pacíficas, a comunicação ao Comandante da Polícia Militar</p><p>visava apenas a evitar a frustração de reunião anteriormente convocada para o mesmo local,</p><p>e, como a reunião independe de autorização, o indeferimento violou direito líquido e certo</p><p>de parte dos associados do Sindicato W.</p><p>VII – DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer-se:</p><p>44</p><p>a) a concessão da medida liminar para que a autoridade coatora se abstenha de</p><p>adotar qualquer medida que impeça a realização das reuniões e das passeatas, na forma do</p><p>art. 7º, III, da Lei 12.016/09;</p><p>b) a notificação da autoridade coatora, o Comandante da Polícia Militar, para que</p><p>preste as informações que entender pertinentes do caso, segundo o art. 7º, I, da Lei</p><p>12.016/09;</p><p>c) que seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica</p><p>interessada, de acordo com o art. 7º, II, da Lei 12.016/09;</p><p>d) a intimação do Representante do Ministério Público, conforme o art. 12, da Lei</p><p>12.016/09;</p><p>e) a condenação do Impetrado em custas processuais;</p><p>f) a juntada dos documentos anexos, na forma do art. 6°, caput da Lei 12.016/09;</p><p>g) que ao final seja julgado procedente o pedido com confirmação da concessão da</p><p>ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>PEÇA PROCESSUAL XXXIV EXAME</p><p>João, pessoa de muita fé, com estrita observância das regras legais vigentes, construiu um</p><p>templo para que pudesse realizar as reuniões de oração afetas à religião que professava. Em</p><p>razão da seriedade de sua atividade, as reuniões passaram a ser frequentadas por um</p><p>elevado quantitativo de pessoas, as quais também passaram a organizar, no interior do</p><p>templo, no intervalo das orações, as denominadas “reuniões de civilidade”. Nessas reuniões,</p><p>eram discutidos temas de interesse geral, especialmente a qualidade dos serviços públicos,</p><p>daí resultando a criação de um “boletim”, editado pelo próprio João, no qual era descrita a</p><p>situação desses serviços, principalmente a respeito de suas instalações, do nível do</p><p>atendimento e do tempo de espera. Na medida em que tanto as reuniões como o boletim</p><p>passaram a ter grande influência junto à coletividade, ocorreu o aumento exponencial das</p><p>cobranças sobre as autoridades constituídas. Em razão desse quadro e da grande</p><p>insatisfação de alguns gestores, o Prefeito Municipal instaurou um processo</p><p>administrativo</p><p>para apurar as atividades desenvolvidas no templo. Por fim, decidiu cassar o alvará</p><p>concedido a João, que deverá paralisar imediatamente todas as atividades, sob pena de</p><p>aplicação de multa. Ao fundamentar sua decisão, ressaltou que: (i) o alvará de localização</p><p>somente permitia a realização de atividades religiosas no local; (ii) as reuniões não foram</p><p>antecedidas de autorização específica; e (iii) o boletim não fora legalizado junto ao</p><p>Município, sendo, portanto, ilícito. Ao ser formalmente notificado do inteiro teor da decisão,</p><p>a ser imediatamente cumprida, João, que estava impedido de exercer suas atividades sob</p><p>45</p><p>pena de receber uma multa, procurou você, como advogado(a), para ajuizar a ação</p><p>constitucional cabível. Elabore a peça processual cabível. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>5 PASSOS</p><p>PASSO 1 – RESUMO DO CASO</p><p>PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO</p><p>PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA... VARA CÍVEL DA COMARCA... (ou vara de fazenda</p><p>pública)</p><p>(5 linhas)</p><p>João, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), profissão...,</p><p>portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta</p><p>cidade, por seu advogado infraassinado, conforme procuração anexa..., com escritório...,</p><p>endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art.</p><p>5º, LXIX, da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA</p><p>em face do Prefeito Municipal, que pode ser encontrado na sede funcional... e do</p><p>Município...</p><p>I- DA TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre a decisão proferida</p><p>no processo administrativo instaurado pelo Prefeito Municipal e a impetração da ação foi</p><p>inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim o requisito exigido pelo art. 23 da Lei</p><p>12.016/09.</p><p>II- DA PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA</p><p>Não há necessidade de produção futura de provas, estando comprovado o requisito</p><p>da prova documental exigido pelo art. 6º, caput, da Lei 12.016/09.</p><p>III- SÍNTESE DOS FATOS</p><p>O Impetrante, pessoa de muita fé, construiu um templo para que pudesse realizar as</p><p>reuniões de oração à religião que professava. Esse local passou a ser frequentado por um</p><p>elevado número de pessoas que passaram a organizar, no seu interior, as denominadas</p><p>“reuniões de civilidade”, para discutir temas de interesse geral, especialmente a qualidade</p><p>46</p><p>dos serviços públicos, resultando a criação de um “boletim”, editado por João, especificando</p><p>a situação dos serviços, dentre outras informações.</p><p>Com a difusão das reuniões e boletim, que passaram a ter grande influência na</p><p>coletividade, gerou-se uma grande insatisfação de alguns gestores, motivo pelo qual o</p><p>Prefeito municipal instaurou um processo administrativo para apurar as atividades</p><p>desenvolvidas no templo.</p><p>Ao final desse processo, o Prefeito decidiu cassar o alvará concedido ao Impetrante,</p><p>determinando a paralização imediata de todas as atividades, sob pena de aplicação de</p><p>multa, ressaltando que o alvará de localização somente permitia a realização de atividades</p><p>religiosas no local, que as reuniões não foram antecedidas de autorização específica, e,</p><p>ainda, que o boletim não fora legalizado junto ao Município, sendo, portanto, ilícito. Como</p><p>o Impetrante está impedido de exercer as suas atividades, sob pena de receber multa, tal</p><p>situação enseja a propositura do presente mandado de segurança.</p><p>IV- TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A previsão para concessão da tutela de urgência no mandado de segurança está</p><p>presente no art. 7º, III, da Lei 12.016/09 e tem natureza de medida cautelar/liminar.</p><p>A probabilidade do direito reside nos argumentos de fato e de direito apresentados</p><p>na presente e comprovados mediante a documentação anexa.</p><p>Já o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo também se encontra</p><p>demonstrado tendo em vista que houve paralização das atividades, sob pena de aplicação</p><p>de multa.</p><p>V- FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>Na forma do art. 5º, LXIX, da CRFB/88, o mandado de segurança será concedido para</p><p>proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",</p><p>quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente</p><p>de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.</p><p>O mandado de segurança também está regulamentado pela Lei 12.016/09, que no</p><p>art. 1º, caput, reforça a natureza residual do instituto.</p><p>João, ora Impetrante, é titular do direito líquido e certo de cuja proteção postula, o que</p><p>justifica a sua legitimidade ativa. A legitimidade passiva do Prefeito Municipal, por sua vez, é</p><p>justificada pelo fato de ser o responsável pela decisão que afronta o direito de João.</p><p>No caso, deve se ressaltar, inicialmente, que a decisão violou o livre exercício dos</p><p>cultos religiosos, consoante dispõe o art. 5º, VI, da CRFB/88, tendo em vista que foi</p><p>determinado o fechamento do templo.</p><p>Ainda, a decisão proferida pelo Impetrado afrontou o direito à liberdade de reunião,</p><p>nos termos do art. 5º, XVI, da CRFB/88, o qual independe de qualquer autorização para a</p><p>sua realização.</p><p>Também houve violação do direito à liberdade de expressão, igualmente elencada</p><p>no rol do art. 5° da Constituição Federal, que explicita os direitos e garantias fundamentais,</p><p>mais especificamente em seu inciso IX, uma vez que a realização de reuniões independe de</p><p>autorização.</p><p>Por fim, destaca-se que a referida decisão contraria a liberdade de publicação de</p><p>veículo impresso de comunicação, nos termos do art. 220, § 6º, da CRFB/88, que não é</p><p>condicionada à licença de autoridade.</p><p>47</p><p>VI- DOS PEDIDOS</p><p>Ante todo o exposto, requer-se:</p><p>a) a concessão da cautelar para que João possa continuar a desenvolver as suas</p><p>atividades e a autoridade coatora se abstenha de aplicar-lhe multa, na forma do art. 7°, III,</p><p>da Lei 12.016/09.</p><p>b) a notificação da autoridade coatora, o Prefeito Municipal, para que preste as</p><p>informações que entender pertinentes ao caso, segundo o art. 7º, I, da Lei 12.016/09;</p><p>c) que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica</p><p>interessada, de acordo com o art. 7º, II, da Lei 12.016/09;</p><p>d) a intimação do Representante do Ministério Público, conforme o art. 12 da Lei</p><p>12.016/09;</p><p>e) a condenação do Impetrado em custas processuais;</p><p>f) a juntada dos documentos, na forma do art. 6°, caput, da Lei 12.016/09;</p><p>g) que ao final seja julgado procedente o pedido, com confirmação da concessão da</p><p>ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319, V, do CPC.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado</p><p>OAB nº ...</p><p>7. REVISÃO DE ENDEREÇAMENTOS</p><p>➢ Nas peças com prerrogativa de foro funcional (MI, HD, MS e HC), você identificará a</p><p>autoridade no polo passivo e seguirá o abaixo indicado:</p><p>MANDADO DE INJUNÇÃO - 102, I, q; 105, I, h; 125, §1°, da CRFB/88 (Governador, Prefeito</p><p>de capital, Secretário de Estado ou Mesa da Assembleia Legislativa) – TJ.</p><p>Justiça estadual de primeiro grau – vara cível (residual).</p><p>HABEAS DATA – art. 20, da Lei 9507/97, inclusive, art. 125, §1° da CRFB/88 (Governador,</p><p>Prefeito de capital, Secretário de Estado ou Mesa da Assembleia Legislativa) - TJ.</p><p>48</p><p>Justiça estadual de primeiro grau – vara cível (residual).</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA – art. 20, da lei 9507/97, inclusive, art. 125, §1° da CRFB/88</p><p>(Governador, Prefeito de capital, Secretário de Estado ou Mesa da Assembleia Legislativa) -</p><p>TJ.</p><p>Justiça estadual</p><p>de primeiro grau – vara cível (residual).</p><p>Obs: HD e MS seguem a mesma regra de competência!</p><p>HABEAS CORPUS – AUTORIDADE COATORA OU PACIENTE. EX: 102, I, d, i; 105, I, c, 108,</p><p>I, d, 109, VII, da CRFB/88.</p><p>➢ Nas peças sem prerrogativa de foro funcional, de procedimento comum (AP, ACP e</p><p>APC), você deverá identificar a pessoa jurídica no polo passivo e seguir o abaixo</p><p>indicado.</p><p>AÇÃO POPULAR, AÇÃO CIVIL PÚBLICA E AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM</p><p>Se houver ente federal no polo passivo - Justiça federal de 1° grau (art. 109, I, da CRFB/88).</p><p>Não havendo entidade federal no polo passivo e sim estadual/municipal, a regra é a justiça</p><p>estadual de primeiro grau - vara de Fazenda Pública.</p><p>Competência residual da justiça estadual - vara cível (caso a peça seja dirigida à sociedade</p><p>de economia mista, federal ou estadual).</p><p>➢ COMO REDIGIR O ENDEREÇAMENTO…</p><p>STF: EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>STJ: EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.</p><p>TRF: EXM°. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL</p><p>FEDERAL DA ... REGIÃO.</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO.</p><p>49</p><p>TJ: EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>Justiça federal 1° grau: EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO</p><p>JUDICIÁRIA DO ESTADO...</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...</p><p>Justiça estadual 1° grau: EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE</p><p>...</p><p>OU</p><p>AO JUÍZO DA ... VARA ...DA COMARCA DE ...</p><p>8. AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM</p><p>1. Base Legal</p><p>A ação de procedimento comum (antiga ação ordinária) é uma petição inicial simples, regida</p><p>pelo Código de Processo Civil e que admite a dilação probatória, ou seja, não há</p><p>necessidade de existência de prova pré-constituída para apresentação da ação.</p><p>Na qualificação inicial é suficiente escrever “Ação de Procedimento Comum” e nos pedidos</p><p>ela pode ser: de indenização, de anulação de ato administrativo, de cobrança, de obrigação</p><p>de fazer...</p><p>A ação não é considerada constitucional, pois o seu fundamento está no CPC. A sua</p><p>fundamentação jurídica processual se encontra nos arts. 319 e 320 do CPC e a sua base</p><p>material na própria Constituição.</p><p>Ex: ação na área da saúde (arts. 6º e 196), da educação (art. 205), concursos públicos (art. 37,</p><p>II), licitação (37, XXI) ...</p><p>Na elaboração da peça, além dos requisitos dos arts. 319 e 320, do CPC, não se deve</p><p>esquecer o pedido de condenação em custas e honorários e o de citação do (s) réu (s) para</p><p>integrar a lide e apresentar a contestação (art. 238, do CPC).</p><p>2. Principais diferenças entre Mandado de Segurança e Ação de Procedimento Comum</p><p>(antiga Ação Ordinária)</p><p>A ação não enfrenta prazo específico para o seu ajuizamento, permite a dilação probatória,</p><p>não depende de autoridade coatora indicada e admite a cobrança (pedido de indenização</p><p>por danos materiais e morais).</p><p>50</p><p>3. Tutela de urgência</p><p>Em caso de urgência, é possível usar o art. 300 e 303, do CPC – antecipação de tutela!</p><p>4. Órgão competente</p><p>Nessa ação não há prerrogativa de foro funcional, então a ação é proposta perante juiz</p><p>singular, estadual ou federal conforme o caso.</p><p>➔ União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação Pública Federal –> Juiz Federal de 1º</p><p>grau.</p><p>➔ Estados, Municípios, suas autarquias, empresas públicas e fundações públicas –> Juiz</p><p>Estadual de 1º grau – Vara de Fazenda Pública.</p><p>5. Caso concreto</p><p>PEÇA PROCESSUAL – IX EXAME</p><p>José, brasileiro, desempregado, domiciliado no Município “ABC”, capital do Estado “X”,</p><p>chegou a um hospital municipal que não possui Centro de Tratamento Intensivo (CTI) –</p><p>sentindo fortes dores de cabeça. José aguardou atendimento na fila da emergência pelo</p><p>período de 12 (doze) horas, durante o qual foi tratado de forma áspera e vexatória pelos</p><p>servidores do hospital, que, entre outros comportamentos aviltantes, debocharam do fato</p><p>de José estar de pé há tanto tempo esperando atendimento.</p><p>Após tamanha espera e sofrimento, o quadro de saúde de José agravou-se e ele entrou em</p><p>estado de incapacidade absoluta, sem poder locomover-se e sem autodeterminação,</p><p>momento no qual, enfim, um médico do hospital veio atendê-lo.</p><p>Adamastor, também desempregado, pai de José, revela que, segundo laudo do médico</p><p>responsável, seu filho necessita urgentemente ser removido para um hospital que possua</p><p>CTI, pois José corre risco de sofrer danos irreversíveis à sua saúde e, inclusive, o de morrer.</p><p>Informa ainda que o médico mencionou a existência de hospitais municipais, estaduais e</p><p>federais nas proximidades de onde José se encontra internado, todos possuidores de CTI.</p><p>Ocorre que José e Adamastor são economicamente hipossuficientes, de modo que não</p><p>possuem condições financeiras de arcar com a remoção para outro hospital público, nem de</p><p>custear a internação em hospital particular, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.</p><p>Indignado com todo o ocorrido, e ansioso para preservar a saúde de seu filho, Adamastor o</p><p>procura para, na qualidade de advogado, identificar e minutar a medida judicial adequada</p><p>à tutela dos direitos de José em face de todos os entes que possuem hospitais próximos ao</p><p>local onde José se encontra e que seja levado em consideração o tratamento hostil por ele</p><p>recebido no hospital municipal. (Valor: 5,0)</p><p>EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA… VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO X.</p><p>(5 linhas)</p><p>José, representado por seu pai Adamastor, nacionalidade..., estado civil... (ou</p><p>existência de união estável), profissão..., portador do RG n°... e do CPF n °..., endereço</p><p>eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado,</p><p>conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77,</p><p>V, do CPC, com fundamento nos arts. 319 e 320, do CPC vem ajuizar</p><p>AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM</p><p>51</p><p>em face do Município “ABC”, do Estado “X” e da União.</p><p>I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA</p><p>Com base no art. 99, do CPC, o Autor requer a V. Exª. a concessão do benefício da</p><p>gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar com</p><p>as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.</p><p>II - SÍNTESE DOS FATOS</p><p>O Autor chegou a um hospital municipal que não possui Centro de Tratamento</p><p>Intensivo (CTI) sentindo fortes dores de cabeça e aguardou atendimento na fila da</p><p>emergência pelo período de 12 (doze) horas, durante o qual foi tratado de forma áspera e</p><p>vexatória pelos servidores do hospital, que, entre outros comportamentos aviltantes,</p><p>debocharam dele estar de pé há tanto tempo esperando atendimento.</p><p>Após tamanha espera e sofrimento, o quadro de saúde de José agravou-se e ele</p><p>entrou em estado de incapacidade absoluta, sem poder locomover-se e sem</p><p>autodeterminação, momento no qual, enfim, um médico do hospital veio atendê-lo.</p><p>Adamastor, também desempregado, pai de José, revela que, segundo laudo do</p><p>médico responsável, seu filho necessita urgentemente ser removido para um hospital que</p><p>possua CTI, pois José corre risco de sofrer danos irreversíveis à sua saúde e, inclusive, o de</p><p>morrer, daí a necessidade de ajuizamento da presente ação.</p><p>III - TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A tutela de urgência na Ação de Procedimento Comum é extraída do art. 300 e 303,</p><p>do CPC e possui natureza de tutela antecipada.</p><p>Deve haver a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou o</p><p>risco ao resultado útil do processo.</p><p>IV - FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>A saúde é um direito fundamental social, de acordo com os arts. 6º e 196 da</p><p>Constituição da República.</p><p>A responsabilidade pelo cuidado da saúde e assistência pública, da proteção e</p><p>garantia das pessoas portadoras de deficiência é</p><p>cumulativa entre a União, os Estados, os</p><p>Municípios e o Distrito Federal, na forma do art. 23, II, da CRFB/88.</p><p>Ademais, de acordo com o art. 198, da CRFB/88, as ações e serviços públicos de</p><p>saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único na</p><p>área da saúde pública.</p><p>Diante do tratamento vexatório sofrido por José no hospital municipal, o direito à</p><p>reparação por danos morais em face do Município é respaldado pelo art. 37, §6º, que aduz:</p><p>“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços</p><p>públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,</p><p>assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.</p><p>V - DOS PEDIDOS</p><p>Diante de todo o exposto, requer-se:</p><p>52</p><p>a) a concessão da tutela de urgência para determinar a imediata transferência de José</p><p>ao CTI mais próximo;</p><p>b) que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus à internação de José</p><p>no referido CTI;</p><p>c) a citação do Município, do Estado e da União para integrar o feito;</p><p>d) a condenação do Município ABC à reparação dos danos morais sofridos pelo</p><p>autor;</p><p>e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios;</p><p>f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas;</p><p>g) a juntada de documentos.</p><p>Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência</p><p>de conciliação ou de mediação.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>9. DIREITOS METAINDIVIDUAIS</p><p>Art. 81 do CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá</p><p>ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva</p><p>será exercida quando se tratar de:</p><p>I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os</p><p>transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e</p><p>ligadas por circunstâncias de fato;</p><p>II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os</p><p>transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de</p><p>pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;</p><p>III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de</p><p>origem comum.</p><p>•Interesses ou direitos difusos:</p><p>A titularidade é de pessoas indeterminadas e indetermináveis, vez que não há como</p><p>determinar quem será beneficiado. Concerne a toda coletividade ou a parcelas dela, que</p><p>não são possíveis de identificar. As pessoas são unidas por uma simples circunstância de fato</p><p>ou contingencial extremamente mutável, o fato de residirem em determinado local ou</p><p>região.</p><p>53</p><p>São características desses direitos: a inexistência de vínculo jurídico ou fático definido entre</p><p>as partes; a impossibilidade de apropriação exclusiva e de quantificação da sua fruição; a</p><p>indivisibilidade do objeto; ausência de vinculação a órgãos ou instituições (são fluidos na</p><p>sociedade, estão distribuídos igualmente).</p><p>Exemplos apresentados pela doutrina relacionados ao meio ambiente: o direito ao ar puro,</p><p>à preservação das espécies animais, à limpeza das águas, dentre outros.</p><p>•Interesses ou direitos coletivos:</p><p>Tais direitos também são inerentes a pessoas indeterminadas a princípio, mas determináveis,</p><p>já que há uma relação jurídica que vincula os titulares do direito, sendo possível determinar</p><p>o grupo de pessoas, pelo fato de existir um vínculo mais sólido entre elas.</p><p>O objeto é indivisível, e isso porque satisfaz a todos ao mesmo tempo, sendo todo o grupo</p><p>lesado coetaneamente na hipótese de violação.</p><p>São características desses direitos: o mínimo de organização em relação a identificação da</p><p>titularidade; interesses de grupos ou classes determinadas; vínculo jurídico básico, comum</p><p>a todos os integrantes do grupo.</p><p>Exemplos trazidos pela doutrina: membros de determinada categoria de trabalhadores,</p><p>representada por certo sindicato, no sentido de que não ocorra alteração da</p><p>regulamentação da jornada de trabalho ou do pagamento de horas diferenciadas...</p><p>•Interesses ou direitos individuais homogêneos:</p><p>Não são coletivos na sua essência, são formalmente coletivos devido ao tratamento</p><p>processual que é dispensado a eles por opção do legislador. São Interesses de grupos</p><p>determinados ou determináveis que compartilham danos divisíveis ou autônomos em razão</p><p>de um fato comum.</p><p>São características desses direitos: titulares são determinados ou determináveis;</p><p>essencialmente individuais, pois poderiam ser reparados em demandas individuais; o objeto</p><p>final é divisível ou autônomo (normalmente associado a reparação de dano); possuem</p><p>origem comum.</p><p>Exemplos doutrinários: adquirentes de determinado medicamento que apresenta a mesma</p><p>falha de produção, danosa à saúde dos usuários; venda de veículos produzidos por uma</p><p>montadora contendo defeito em série que ocasiona danos similares aos adquirentes;</p><p>investidores da bolsa de valores que sofreram lesão em razão de cobrança de taxa indevida</p><p>na compra de ações de certa empresa.</p><p>10. AÇÃO CIVIL PÚBLICA</p><p>1. Histórico</p><p>Foi constitucionalizada em 1988.</p><p>2. Base Legal</p><p>Lei 7.347/85</p><p>Art. 129, II e §1°, da CRFB/88.</p><p>54</p><p>Segundo a doutrina majoritária, aplicamos à ação civil pública, por analogia, dispositivos da</p><p>Lei 4.717/1965.</p><p>3. Finalidade</p><p>Art. 3° da Lei 7.347/85</p><p>A ação civil pública é uma ação coletiva, de procedimento comum, que visa defender</p><p>interesses metaindividuais, segundo preceitua o art. 1°, da Lei 7.347/85.</p><p>Possui natureza condenatória (art. 3°, da Lei 7.347/85), mas, à semelhança da ação popular,</p><p>também pode pleitear a invalidação de ato ou contrato administrativo, ilegal, ilegítimo ou</p><p>ilícito e lesivo ao patrimônio público, cultural, histórico ou ambiental. O ato impugnado</p><p>também pode ser comissivo ou omissivo.</p><p>4. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 5°, V, “a” e “b” da Lei 7.347/85.</p><p>5. Legitimidade Passiva</p><p>Arts. 1° e 6° da Lei 4717/65, por analogia.</p><p>Atenção! Todos os beneficiários do ato ou contrato impugnado são litisconsortes</p><p>necessários e a falta de citação é causa de nulidade absoluta do processo.</p><p>6. Órgão Competente</p><p>A fixação da competência para julgamento da ação civil pública (art. 2° da Lei 7.347/85) é</p><p>determinada em razão do local do dano e segue a regra da ação popular, ou seja, será</p><p>processada em primeira instância.</p><p>Normalmente, se o patrimônio lesado for da União, a competência será da Justiça Federal,</p><p>se estadual ou municipal, será da Justiça Estadual.</p><p>Não há prerrogativa de foro funcional na ACP.</p><p>Em regra geral, não há competência originária de órgão colegiado para apreciação de ação</p><p>civil pública, sendo esta do juiz de primeiro grau (federal ou estadual). Haverá, entretanto,</p><p>competência originária do STF, nos seguintes casos:</p><p>• a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente</p><p>interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam</p><p>impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CRFB);</p><p>• as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre</p><p>uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da</p><p>CRFB).</p><p>7. Da Tutela de urgência</p><p>A tutela de urgência é admitida na forma do art. 12 da Lei 7.347/85 c/c art. 300 do CPC.</p><p>No XXI Exame de Ordem, a banca adotou a medida liminar/cautelar em sede de Ação Civil</p><p>Pública.</p><p>55</p><p>Principais diferenças entre a ACP e o MS coletivo</p><p>A ação civil pública deve ser proposta no prazo de 5 anos, sendo repressiva (art. 21 da Lei</p><p>4.717/65- por analogia), enquanto o MS coletivo tem que ser impetrado no prazo máximo</p><p>de 120 dias (art. 23 da lei 12.016/09);</p><p>Os legitimados para a ACP</p><p>estão elencados no art. 5° da lei 7.347/85; os legitimados do MS</p><p>coletivo encontram-se no art. 21 da lei 12.016/09;</p><p>Havendo necessidade de produção de provas não será possível a utilização do MS coletivo,</p><p>vez que não há dilação probatória por essa via, devendo ser proposta ACP;</p><p>A competência para julgamento da ACP é fixada em razão do local onde ocorre o dano; no</p><p>MS coletivo leva-se em conta a autoridade coatora;</p><p>No que tange ao objeto, enquanto o MS coletivo se presta a tutelar os direitos individuais</p><p>homogêneos e os direitos coletivos em sentido estrito, a ACP tem como objeto, além dos</p><p>apontados, os direitos difusos.</p><p>8. Caso Concreto</p><p>PEÇA PROCESSUAL XXI EXAME DE ORDEM</p><p>A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do patrimônio social</p><p>e, particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se inconformada com a negativa</p><p>do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial</p><p>adequado aos idosos que procuram esse serviço. O argumento das autoridades era o de</p><p>que não havia profissionais capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo</p><p>suficiente. Em razão desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco</p><p>de morte, a Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo</p><p>providências imediatas para a regularização do serviço público de Saúde. O Secretário</p><p>respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a comunidade precisa ter</p><p>paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, já que a</p><p>receita prevista no orçamento municipal não fora integralmente realizada. Reiterou, ao final</p><p>e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso,</p><p>as obras públicas da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama,</p><p>nos quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram a ser</p><p>realizadas.</p><p>Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pela Associação</p><p>Alfa, elabore a medida judicial cabível para o enfrentamento do problema, inclusive com</p><p>providências imediatas, de modo que seja oferecido atendimento adequado a todos os</p><p>idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde. A demanda exigirá dilação</p><p>probatória. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXMº. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA BETA</p><p>(5 linhas)</p><p>ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº...,</p><p>com sede em..., por meio de seu representante legal..., vem, por seu advogado infra-</p><p>56</p><p>assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do</p><p>art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. 129, §1°, da CRFB/88 e da Lei</p><p>7.347/85, propor a presente</p><p>AÇÃO CIVIL PÚBLICA</p><p>em face do Município Beta e do Secretário Municipal de Saúde, que pode ser encontrado</p><p>nos endereços...pelas razões que passa a expor.</p><p>I – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Diante do grande número de idosos correndo risco de morte em razão da negativa</p><p>do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial</p><p>adequado àqueles, a Associação pleiteou ao Secretário Municipal de Saúde providências a</p><p>fim de que fosse regularizada a situação.</p><p>Em resposta, o Secretário reafirmou a negativa de atendimento, sustentando que não</p><p>foi integral a realização da receita inicialmente prevista no orçamento do município, em razão</p><p>da disponibilização apenas parcial do repasse de recursos públicos federais. Sustentou,</p><p>ainda, que os munícipes deveriam ser pacientes.</p><p>Entretanto, sabe-se que as obras públicas que estão sendo realizadas na área de lazer</p><p>do bairro em que se situa o Posto de Saúde Gama, que utiliza exclusivamente recursos</p><p>públicos municipais, estão em pleno vapor, o que justifica a apresentação da presente ação</p><p>civil pública.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>A Associação Alfa é legitimada ativa a propositura da presente ação, pois cumpre o</p><p>disposto no art. 5º, V, da Lei 7.347/85, já que foi constituída há mais de 1 (um) ano e inclui,</p><p>entre suas finalidades institucionais, a defesa do patrimônio social e do direito à saúde de</p><p>todos.</p><p>III – DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A tutela de urgência na ação civil pública está presente no art. 12, da Lei 7.347/85 e</p><p>possui natureza de medida cautelar/liminar.</p><p>A probabilidade do direito reside nos argumentos de fato e de direito apresentados</p><p>na presente e comprovados mediante a documentação anexa.</p><p>Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo também se encontra</p><p>demonstrado, uma vez que os idosos estão sujeitos a complicações de saúde e a risco de</p><p>morte, caso não recebam o tratamento de saúde adequado.</p><p>IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>A ação civil pública é um instrumento de ordem constitucional, destinado à defesa de</p><p>interesses metaindividuais. Mesmo estando referida no capítulo da Constituição Federal</p><p>relativo ao Ministério Público (art. 129, III), não é exclusiva da instituição, de acordo com o</p><p>§1º do referido artigo.</p><p>No plano infraconstitucional a ação é regida pela Lei 7.347/85 e, segundo a doutrina</p><p>majoritária, aplica-se, por analogia, dispositivos da Lei nº 4.717/1965.</p><p>57</p><p>Possui natureza condenatória, de acordo com o art. 3º, da Lei 7.347/85, mas, à</p><p>semelhança da ação popular, também pode pleitear a invalidação de ato ou contrato</p><p>administrativo, ilegal, ilegítimo ou ilícito e lesivo ao patrimônio público, cultural, histórico ou</p><p>ambiental.</p><p>No presente caso, o cabimento da ação civil pública se justifica diante do fato de o</p><p>objetivo da demanda judicial ser a defesa de todos os idosos que procuram o atendimento</p><p>do Posto de Saúde Gama, pois como se discute a qualidade do serviço público oferecido à</p><p>população e esses idosos não podem ser individualizados, trata-se de típico interesse difuso,</p><p>enquadrando-se no art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85.</p><p>Importante destacar que a saúde dos idosos é um direito fundamental, de acordo</p><p>com os arts. 6º e 196 da Constituição da República, e o texto constitucional traz, ainda, o</p><p>direito à vida, em seu art. 5º, caput, e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, art. 1°, III</p><p>da CRFB/88, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.</p><p>Constatamos, no presente caso, evidente preterição de tais direitos para a realização</p><p>de obras públicas em área de lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da</p><p>maior importância dos referidos direitos. Afinal, sem vida e saúde, não há possibilidade de</p><p>lazer.</p><p>O Município tem o dever constitucional de assegurar o direito à saúde dos idosos e</p><p>de cumprir a competência constitucional conferida para fins de prestação do serviço público</p><p>de saúde, de acordo com o art. 30, inciso VII, art. 196 e art. 230, todos da Constituição</p><p>Federal de 1988.</p><p>V – PEDIDOS</p><p>Ante o exposto, requer a Associação que V. Exª. determine:</p><p>a) a concessão da tutela de urgência para compelir o Município a regularizar o sistema</p><p>de saúde e prestar o atendimento laboratorial adequado aos idosos na localidade abrangida</p><p>pelo Posto de Saúde, na forma do art. 12, da lei 7347/85;</p><p>b) a citação dos réus nos endereços indicados na inicial, segundo o art. 238, do CPC;</p><p>c) a intimação do representante do Ministério Público, conforme o art. 5º, §1º, da Lei</p><p>7347/85;</p><p>d) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas, de acordo com o art.</p><p>319, VI, do CPC;</p><p>e) a juntada de documentos, consoante o art. 320, do CPC;</p><p>f) a condenação dos réus em honorários advocatícios e custas processuais, na forma</p><p>do art, 85, do CPC;</p><p>g) a procedência dos pedidos para confirmar a tutela de urgência.</p><p>Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, a autora opta pela realização de audiência</p><p>de conciliação ou de</p><p>mediação.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>58</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>11. DICAS PARA IDENTIFICAR O CABIMENTO DAS AÇÕES DO CONTROLE</p><p>CONCENTRADO NA PROVA</p><p>EXPRESSÕES:</p><p>“ERGA OMNES”, “EFEITOS VINCULANTES”</p><p>“ANÁLISE EM ABSTRATO”</p><p>“AÇÃO DO CONTROLE CONCENTRADO”</p><p>“LEI EM TESE OU AUSÊNCIA DA LEI EM TESE”, “PROCESSO OBJETIVO”, “AÇÃO</p><p>OBJETIVA”, “MEDIDA JUDICIAL OBJETIVA”</p><p>“EFEITOS PARA TODOS OS INDIVÍDUOS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO”</p><p>“AÇÃO CONTRA A LEI EM SI”</p><p>12. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação</p><p>declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;</p><p>1. Histórico</p><p>2. Base Legal</p><p>Art. 102, I, a; 102, §2º e Lei nº 9868/99</p><p>3. Finalidade</p><p>4. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 103, I a IX. (marcações).</p><p>Legitimidade Passiva?</p><p>Especial – IV, V e IX</p><p>Universal – I a III e VI a VIII</p><p>5. Jurisprudência sobre legitimidade</p><p>“O requisito da pertinência temática – que se traduz na relação de congruência que</p><p>necessariamente deve existir entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais</p><p>da entidade autora e o conteúdo material da norma questionada em sede de controle</p><p>abstrato – foi erigido à condição de pressuposto qualificador da própria legitimidade ativa</p><p>59</p><p>ad causam para efeito de instauração do processo objetivo de fiscalização concentrada de</p><p>constitucionalidade." (ADI 1.157-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-12-1994,</p><p>Plenário, DJ de 17-11-2006.)</p><p>"A representação partidária perante o STF, nas ações diretas, constitui prerrogativa jurídico-</p><p>processual do Diretório Nacional do Partido Político, que é – ressalvada deliberação em</p><p>contrário dos estatutos partidários – o órgão de direção e de ação dessas entidades no plano</p><p>nacional." (ADI 779-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 8-10-1992, Plenário, DJ</p><p>de 11-3-1994.)</p><p>“Partido político – Ação direta – Legitimidade ativa – Inexigibilidade do vínculo de pertinência</p><p>temática. Os partidos políticos, desde que possuam representação no Congresso Nacional,</p><p>podem, em sede de controle abstrato, arguir, perante o STF, a inconstitucionalidade de atos</p><p>normativos federais, estaduais ou distritais, independentemente de seu conteúdo material,</p><p>eis que não incide sobre as agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do</p><p>vínculo de pertinência temática.” (ADI 1.407-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-</p><p>3-1996, Plenário, DJ de 24-11-2000.)</p><p>“Ação direta de inconstitucionalidade – Ausência de legitimidade ativa de Central Sindical</p><p>(CUT).” (ADI 1.442, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-11-2004, Plenário, DJ de 29-</p><p>4-2005.)</p><p>“O STF, em inúmeros julgamentos, tem entendido que apenas as confederações sindicais</p><p>têm legitimidade ativa para requerer ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX),</p><p>excluídas as federações sindicais e os sindicatos nacionais.” (ADI 1.599-MC, Rel. Min.</p><p>Maurício Corrêa, julgamento em 26-2-1998, Plenário, DJ de 18-5-2001.)</p><p>A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) não tem legitimidade para</p><p>propor ação direta de inconstitucionalidade contra norma de interesse de toda a</p><p>magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação direta contra norma de</p><p>interesse da magistratura de determinado Estado-membro da Federação. [ADI 4.462 MC,</p><p>rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2011, P, DJE de 16-11-2011.]</p><p>– "Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa: ‘entidade de classe de âmbito</p><p>nacional’: compreensão da ‘associação de associações’ de classe: revisão da jurisprudência</p><p>do Supremo Tribunal. O conceito de entidade de classe é dado pelo objetivo institucional</p><p>classista, pouco importando que a eles diretamente se filiem os membros da respectiva</p><p>categoria social ou agremiações que os congreguem, com a mesma finalidade, em âmbito</p><p>territorial mais restrito. (...)</p><p>(…) É entidade de classe de âmbito nacional – como tal legitimada à propositura da ação</p><p>direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, IX) – aquela na qual se congregam associações</p><p>regionais correspondentes a cada unidade da Federação, a fim de perseguirem, em todo o</p><p>País, o mesmo objetivo institucional de defesa dos interesses de uma determinada classe.</p><p>60</p><p>(…) Nesse sentido, altera o Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo a admitir a</p><p>legitimação das ‘associações de associações de classe’, de âmbito nacional, para a ação</p><p>direta de inconstitucionalidade." (ADI 3.153-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento</p><p>em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005.)</p><p>O relator explicou que a jurisprudência do Supremo consolidou entendimento de que a</p><p>legitimidade para o ajuizamento das ações de controle concentrado de constitucionalidade</p><p>por parte de confederações sindicais e entidades de classe pressupõe que estas</p><p>representem toda a respectiva categoria e não somente fração dela; que possuam</p><p>representatividade nacional, aferida pela presença em pelo menos nove estados brasileiros;</p><p>e que haja pertinência temática entre seus objetivos institucionais e a norma objeto de</p><p>impugnação. (ADI 5444)</p><p>ENTENDIMENTO RECENTE – JUNHO 2018. O ministro Luís Roberto Barroso, em decisão</p><p>monocrática, superou a jurisprudência do STF e reconheceu a legitimidade ativa de</p><p>associação de gays, lésbicas e transgêneros para propor ação de controle concentrado. O</p><p>entendimento vigente na Corte era no sentido de que somente as entidades de classe</p><p>representativas de categorias econômicas ou profissionais poderiam ingressar com pedidos</p><p>de inconstitucionalidade no Supremo.</p><p>"Limitar as entidades de classe às categorias econômicas e políticas significa valer-se do</p><p>controle de constitucionalidade para preservar interesses de grupos que dispõem de força</p><p>política e frustrar o acesso à jurisdição constitucional justamente pelos grupos que mais</p><p>precisam dela.”</p><p>Assim, entendeu que o controle concentrado deve ser aberto à sociedade civil, aos grupos</p><p>minoritários e vulneráveis. Com esse entendimento, reconheceu a legitimidade da ABGLT -</p><p>Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros, admitindo a ação direta. A</p><p>associação questiona, na Corte, a constitucionalidade de resolução da presidência da</p><p>República e do Conselho de Combate à Discriminação. A ABGLT pretende discutir o direito</p><p>de transexuais cumprirem pena no presídio que corresponda à sua percepção de gênero.</p><p>(ADPF 527)</p><p>Legitimidade Passiva.</p><p>6. Qualificação</p><p>➢Presidente da República – Art. 103, I</p><p>Fulano de Tal, Presidente da República, nacionalidade, estado civil (ou existência de união</p><p>estável), agente público, portador do RG nº..., e do CPF nº..., endereço eletrônico...,</p><p>residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme</p><p>procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>com fundamento nos termos do art. ..., vem propor a presente (ADI, ADC, ADO, ADPF), com</p><p>fundamento no art. ... e na Lei nº ..., em face...</p><p>➢Mesa do Senado Federal – Art. 103, II</p><p>61</p><p>A Mesa do Senado Federal, responsável pela direção dos trabalhos legislativos da Casa, com</p><p>sede..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório...,</p><p>endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art.</p><p>..., vem propor a presente (ADI, ADC, ADO, ADPF), com fundamento no art. ... e na Lei nº ...,</p><p>em face...</p><p>➢Mesa da Câmara dos Deputados – Art. 103, III</p><p>A Mesa da Câmara dos Deputados, responsável pela direção dos trabalhos legislativos da</p><p>Casa, com sede..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com</p><p>escritório..., endereço que indica</p><p>para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos</p><p>termos do art. ..., vem propor a presente (ADI, ADC, ADO, ADPF), com fundamento no art.</p><p>... e na Lei nº ..., em face...</p><p>➢Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal – Art. 103, IV</p><p>A Mesa de Assembleia Legislativa... (ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal),</p><p>responsável pela direção dos trabalhos legislativos da Casa, com sede..., por seu advogado</p><p>infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os</p><p>fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem propor a presente</p><p>(ADI, ADC, ADO, ADPF), com fundamento no art. ... e na Lei nº ..., em face...</p><p>➢Governador de Estado ou do Distrito Federal – Art. 103, V</p><p>Fulano de Tal, Governador do Estado... (ou do Distrito Federal), nacionalidade, estado civil</p><p>(ou existência de união estável), agente público, portador do RG nº..., e do CPF nº...,</p><p>endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-</p><p>assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do</p><p>art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem propor a presente (ADI, ADC,</p><p>ADO, ADPF), com fundamento no art. ... e na Lei nº ..., em face...</p><p>➢Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – Art. 103, VII</p><p>O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entidade sui generis, dotada de</p><p>personalidade jurídica própria, com sede..., por seu advogado infra-assinado, conforme</p><p>procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>com fundamento nos termos do art. ..., vem propor a presente (ADI, ADC, ADO, ADPF), com</p><p>fundamento no art. ... e na Lei nº ..., em face...</p><p>7. Capacidade Postulatória</p><p>Não se exige de todos os legitimados ativos que constituam advogados para a propositura</p><p>das ações do sistema concentrado. O STF entende que a capacidade postulatória já foi</p><p>conferida aos mesmos pela própria Constituição, exceto no caso dos partidos políticos, das</p><p>confederações sindicais e das entidades de classe. Estes têm que estar representados por</p><p>procuradores devidamente constituídos nos autos, na forma do art. 3°, parágrafo único, da</p><p>Lei 9.868/1999.</p><p>8. Participação do PGR</p><p>Art. 103, § 1°, da CRFB/88.</p><p>62</p><p>9. Participação do AGU</p><p>Art. 103, § 3°, da CRFB/88.</p><p>10. Objeto da AÇÃO</p><p>XVI</p><p>Diante da relevância e da urgência da questão, o partido político “Para Frente Brasil” – PFB,</p><p>representado unicamente por um Deputado Federal, procura os seus serviços para objetar</p><p>contra a Lei Estadual, por entender que a norma estadual viola diretamente a Constituição</p><p>Federal.</p><p>XXVI</p><p>A Lei “X” do Estado Alfa foi saudada com grande entusiasmo pela população. Como o Art.</p><p>4º da Lei “X” dispunha que sua entrada em vigor seria imediata, aplicando-se inclusive às</p><p>eleições que seriam realizadas três meses depois, era grande a expectativa de que as</p><p>mudanças fossem percebidas de imediato. Apesar desse entusiasmo, o Partido Político</p><p>Sigma, que tem representantes no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado</p><p>Federal), e sofreria grandes prejuízos com a entrada em vigor da Lei “X”, por deliberação do</p><p>seu Diretório Nacional, decidiu ingressar com a medida judicial adequada, utilizando, como</p><p>paradigma, a Constituição da República. Esperava com esse procedimento que a</p><p>constitucionalidade in abstracto desse diploma normativo fosse questionada perante o</p><p>tribunal competente.</p><p>XXVII</p><p>Após regular aprovação na Assembleia Legislativa, a Emenda à Constituição Estadual nº</p><p>5/2018 foi sancionada pelo Governador do Estado, sendo isso imediatamente comunicado</p><p>às autoridades estaduais competentes para que exigissem o seu cumprimento. Preocupada</p><p>com a situação no Estado Alfa e temendo o risco de desemprego dos seus associados, isso</p><p>em razão dos severos requisitos estabelecidos para a exploração de diamantes, a Associação</p><p>Nacional dos Geólogos, que há décadas luta pelos direitos da categoria, contratou os seus</p><p>serviços como advogado(a) para que elabore a petição inicial da medida judicial cabível, de</p><p>modo que o Tribunal Superior competente reconheça a incompatibilidade do referido ato</p><p>normativo com a Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>11. Tutela de Urgência? Pedido final.</p><p>12. Casos Concretos</p><p>XXVII EXAME</p><p>O crescimento da exploração de diamantes no território do Estado Alfa ampliou a circulação</p><p>de riquezas e fez com que a densidade demográfica aumentasse consideravelmente,</p><p>juntamente com os riscos ao meio ambiente. Esse estado de coisas mobilizou a população</p><p>local, o que levou um grupo de Deputados Estaduais a apresentar proposta de emenda à</p><p>Constituição Estadual disciplinando, detalhadamente, a forma de exploração de diamantes</p><p>no território em questão.</p><p>A proposta incluía os requisitos formais a serem cumpridos junto às autoridades estaduais e</p><p>os limites quantitativos a serem observados na extração, no armazenamento e no transporte</p><p>63</p><p>de cargas. Após regular aprovação na Assembleia Legislativa, a Emenda à Constituição</p><p>Estadual nº 5/2018 foi sancionada pelo Governador do Estado, sendo isso imediatamente</p><p>comunicado às autoridades estaduais competentes para que exigissem o seu</p><p>cumprimento.</p><p>Preocupada com a situação no Estado Alfa e temendo o risco de desemprego dos seus</p><p>associados, isso em razão dos severos requisitos estabelecidos para a exploração de</p><p>diamantes, a Associação Nacional dos Geólogos, que há décadas luta pelos direitos da</p><p>categoria, contratou os seus serviços como advogado(a) para que elabore a petição inicial</p><p>da medida judicial cabível, de modo que o Tribunal Superior competente reconheça a</p><p>incompatibilidade do referido ato normativo com a Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil.</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>Associação Nacional dos Geólogos, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no</p><p>CNPJ sob o n°..., com sede em ..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração</p><p>anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem propor</p><p>a presente</p><p>AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>com fundamento no art. 102, I, “a”, da CRFB/88 e na Lei nº 9.868/99, em face da Emenda</p><p>Constitucional nº 5/2018, elaborada pela Assembleia Legislativa do Estado Alfa e pelo</p><p>Governador, conforme especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa</p><p>a expor.</p><p>I – DO OBJETO DA AÇÃO</p><p>De acordo com o art. 102, I, a, da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato normativo</p><p>federal ou estadual que viole a Constituição Federal.</p><p>O ato normativo estadual, como se demonstrará ao longo da presente ação, viola a</p><p>Lei Maior sob o aspecto formal, por isso deverá ser declarada inconstitucional.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, IX</p><p>da CRFB/88 e art. 2º, inciso IX, da Lei nº 9.868/99, sendo nítida a pertinência temática do ato</p><p>normativo com as atividades dos associados da entidade de classe, que há décadas luta</p><p>pelos direitos da categoria e teme o risco de desemprego dos seus associados, em razão</p><p>dos severos requisitos estabelecidos para a exploração de diamantes.</p><p>Além disso, a referida associação tem âmbito nacional, demonstrando o</p><p>cumprimento do requisito exigido pela aplicação analógica do art. 8º da Lei 9.096/95.</p><p>III – DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>64</p><p>A possibilidade de concessão de medida cautelar em sede de ADI se encontra nos</p><p>art. 10 da Lei n° 9868/99 e possui natureza cautelar.</p><p>O fumus boni iuris se justifica pelos argumentos apresentados ao longo da petição e</p><p>pela documentação anexa, que demonstram a patente inconstitucionalidade.</p><p>Já o periculum in mora é comprovado tendo em vista que os novos requisitos criados</p><p>podem inviabilizar a continuidade da atividade de exploração de diamantes.</p><p>IV – DOS FUNDAMENTOS</p><p>e essas organizações não podem ter fins</p><p>lucrativos.</p><p>Exemplos: Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Se de direito público, são chamadas</p><p>também de autarquias fundacionais.</p><p>Empresas públicas: são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legal e</p><p>administradas pelo poder público. O capital das empresas públicas é exclusivamente</p><p>público. Essas empresas prestam serviço de interesse coletivo e exercem atividades</p><p>econômicas.</p><p>Exemplos: Correios, Caixa Econômica Federal, BNDES.</p><p>Sociedades de economia mista: pessoas jurídicas de direito privado, criadas sob a forma de</p><p>sociedade anônima e compostas por capital público e privado. A maior parte das ações</p><p>dessas empresas são do Estado. Assim como as empresas públicas, prestam serviços</p><p>públicos e exercem atividades econômicas.</p><p>Exemplos: Banco do Brasil e Petrobras.</p><p>I- PETIÇÃO INICIAL</p><p>(elementos gerais – procedimento comum)</p><p>5</p><p>Na forma do art. 319 do CPC, são requisitos da petição inicial:</p><p>1. O juízo a quem é dirigida (endereçamento);</p><p>2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número</p><p>de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o</p><p>endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (qualificação das partes);</p><p>3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir);</p><p>4. O pedido com as suas especificações (pedido);</p><p>5. O valor da causa;</p><p>6. As provas com que o Autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados</p><p>(requerimento de provas);</p><p>7. A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.</p><p>A petição inicial é dividida em 6 partes principais</p><p>1- ENDEREÇAMENTO</p><p>2- QUALIFICAÇÃO</p><p>3- FATOS</p><p>4- FUNDAMENTOS</p><p>5- PEDIDOS</p><p>6- ENCERRAMENTO</p><p>ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL</p><p>O juízo a quem é dirigida (endereçamento)</p><p>Qual é a justiça competente? Especializada ou Comum?</p><p>A competência para julgamento é de Tribunal ou de juiz monocrático?</p><p>Se não for competente a Justiça Especializada, a competência será da Justiça Comum</p><p>(estadual ou federal)</p><p>Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União,</p><p>entidade autárquica ou empresa pública federal forem partes...</p><p>A justiça comum estadual é residual!</p><p>A Justiça Federal de 1ª instância é dividida em Seções Judiciárias, de acordo com os Estados</p><p>da Federação e Distrito Federal, por exemplo: Seção Judiciária do Paraná, de Santa Catarina,</p><p>do Rio de Janeiro.</p><p>Assim dispõe o artigo 110, da CRFB/88: “Cada Estado, bem como o Distrito Federal,</p><p>constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas</p><p>segundo o estabelecido em lei”.</p><p>A Justiça estadual é dividida em Comarcas e Varas.</p><p>Comarca – divisão territorial, pode representar a área de um Município ou de vários</p><p>Municípios.</p><p>6</p><p>Varas – Divisão especializada das Comarcas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser</p><p>dividida em: Criminais, Fazenda Pública, Cíveis...</p><p>EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.</p><p>AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.</p><p>EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...</p><p>AO JUÍZO DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...</p><p>EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ...</p><p>2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número</p><p>de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o</p><p>endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu</p><p>– Acrescentamos também nacionalidade e RG.</p><p>EXEMPLOS</p><p>Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., portador</p><p>do RG n°... e do CPF n° ... , endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade,</p><p>por seu advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com</p><p>escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com</p><p>fundamento nos termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP... )...</p><p>em face de...</p><p>Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com sede..., por seu</p><p>advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com</p><p>escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com</p><p>fundamento nos termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP...)... em</p><p>face de...</p><p>3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir)</p><p>A causa de pedir inclui os Fatos e os Fundamentos Jurídicos do Pedido</p><p>ESTRUTURA BÁSICA PARA A FUNDAMENTAÇÃO DA PEÇA:</p><p>➢ BASE CONSTITUCIONAL</p><p>➢ BASE INFRACONSTITUCIONAL</p><p>➢ DIREITO MATERIAL ENVOLVIDO</p><p>7</p><p>➢ ASPECTOS PROCESSUAIS DA PEÇA: COMPETÊNCIA, CARACTERÍSTICAS,</p><p>LEGITIMIDADE ATIVA, LEGITIMIDADE PASSIVA, NATUREZA JURÍDICA...</p><p>4. O pedido com as suas especificações (pedido padrão) Em face do Exposto, requer a V.Exa:</p><p>a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 239, caput, do CPC – o requerimento para a</p><p>citação do réu ou do interessado);</p><p>b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, do CPC – o pedido, com as suas</p><p>especificações);</p><p>c) A condenação do réu no ônus da sucumbência (art. 85, caput, do CPC);</p><p>d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – as</p><p>provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados);</p><p>e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, do CPC – A petição inicial será instruída</p><p>com os documentos indispensáveis à propositura da ação).</p><p>5. O valor da causa</p><p>Art. 291 do CPC: “A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo</p><p>econômico imediatamente aferível.”</p><p>Art. 319. A petição inicial indicará:</p><p>(...)</p><p>V - o valor da causa;</p><p>Na OAB – 2010.2 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL</p><p>MS - Valor da causa: pode ser R$ 1.000,00 para efeitos fiscais - 0,5</p><p>Na OAB – 2010.3 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL</p><p>Habeas Data - Valor da causa - R$ 1.000,00, para efeitos procedimentais – 0,5</p><p>NÃO USAMOS MAIS R$ 1.000,00</p><p>Na Ação Popular, nas Ações de procedimento comum e na Ação Civil Pública – indicar</p><p>normalmente o valor do contrato, do dano...</p><p>Nos últimos exames:</p><p>XXI (ACP) - De acordo com o Art. 291 do CPC/15 (0,10)</p><p>XXII (MIC): De acordo com o Art. 319 do CPC/15. (0,10)</p><p>XXIII (MS): Valor da causa (0,10).</p><p>XXIV (MSC): Valor da causa (0,10).</p><p>XXV (AP): Dá-se à causa o valor de ... (0,10)</p><p>XXVI (ADI): Sem menção ao valor da causa.</p><p>XXVII (ADI): Sem menção ao valor da causa.</p><p>XXVIII (AP): Valor da causa (0,10).</p><p>XXIX (MS): Valor da causa (0,10).</p><p>XXX (ROC): Recurso não tem valor da causa.</p><p>XXXI (AP): Valor da causa (0,10).</p><p>XXXII (RCL): Dá-se a causa o valor de... (0,10).</p><p>8</p><p>XXXIII (ADC): Não houve menção ao valor da causa.</p><p>XXXIV (MS): Valor da causa (0,10).</p><p>XXXV (ADI): Não houve menção ao valor da causa.</p><p>XXXVI (ADI): Não houve menção ao valor da causa.</p><p>XXXVII (AP): Valor da causa (0,10).</p><p>GRATUIDADE DE JUSTIÇA</p><p>Somente quando o enunciado da questão indicar que há hipossuficiência!</p><p>Colocar antes dos Fatos.</p><p>Ex: “Com base no art. 98 e/ou 99, do CPC o Autor requer a V. Exª. a concessão do benefício</p><p>da gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar</p><p>com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.”</p><p>TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A tutela de urgência (art. 300 e seguintes do CPC) é gênero que compreende duas espécies:</p><p>tutela antecipada e tutela cautelar, que exigem urgência na concessão do Direito e reclamam</p><p>o preenchimento dos mesmos requisitos:</p><p>a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado</p><p>De acordo com o art. 102, I, “a”, da CRFB/88, compete ao STF processar e julgar,</p><p>originariamente a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou</p><p>estadual, sendo a Lei 9.868/99 responsável por dispor sobre o seu processo e julgamento.</p><p>Na forma do art. 102, § 2º, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de</p><p>constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas</p><p>federal, estadual e municipal.</p><p>A Emenda Constitucional nº 5/2018, ao tratar sobre a forma de exploração de</p><p>diamantes no território do Estado Alfa, violou a competência privativa da União para legislar</p><p>sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e mineração, conforme dispõe o art. 22, inciso</p><p>XII, da CRFB/88, o que denota a existência de vício de inconstitucionalidade formal</p><p>insuperável.</p><p>Além de ter incluído os requisitos formais a serem cumpridos junto às autoridades</p><p>estaduais e os limites quantitativos a serem observados na extração, tratou, ainda, sobre o</p><p>armazenamento e o transporte das cargas, o que viola, também, a competência privativa da</p><p>União para legislar sobre transporte, conforme dispõe o art. 22, inciso XI, da CRFB/88,</p><p>demonstrando a existência de outro vício de inconstitucionalidade formal.</p><p>Há, ainda, outra inconstitucionalidade formal patente, já que as normas sobre</p><p>processo legislativo são de observância obrigatória pelos demais entes federativos, por</p><p>força da simetria, prevista no art. 25, caput, da CRFB/88, não havendo previsão, no art. 60 da</p><p>CRFB/88, de participação do Chefe do Poder Executivo no fim do processo de reforma</p><p>constitucional, o que ocorreu na aprovação da Emenda em análise, que foi sancionada pelo</p><p>Governador do Estado.</p><p>V – DOS PEDIDOS</p><p>Em face do exposto, a Associação requer:</p><p>65</p><p>a) a concessão da medida cautelar para sustar a eficácia da Emenda Constitucional nº</p><p>5/2018, e que, ao final, seja julgado procedente o pedido e declarada a</p><p>inconstitucionalidade da referida Emenda, conforme art. 10 da Lei 9.868/99;</p><p>b) a juntada dos documentos em anexo, de acordo com o art. 3º, parágrafo único da</p><p>Lei 9.868/99;</p><p>c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Mesa da</p><p>Assembleia Legislativa estadual, conforme art. 6º, caput, da Lei 9.868/99;</p><p>d) a citação do Advogado Geral da União, de acordo com o art. 8º da Lei 9.868/99;</p><p>e) a oitiva do Procurador-Geral da República, na forma do art. 8º da Lei 9.868/99.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319, V, do CPC.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado</p><p>OAB nº ...</p><p>XXXVI EXAME</p><p>O potencial turístico do Estado Ômega foi sensivelmente abalado, em decorrência do</p><p>crescimento da extração de inúmeras substâncias minerais úteis encontradas em seu</p><p>subsolo. A atividade assim desenvolvida enseja o surgimento de grandes montes, quer de</p><p>detritos, quer das substâncias minerais extraídas, o que se mostra visualmente incompatível</p><p>com as belezas naturais existentes nas localidades próximas. Em razão desse quadro, foi</p><p>promulgada a Lei Estadual XX, que dispôs, em seu Art. 1º, que a exploração das referidas</p><p>atividades econômicas, nas regiões geográficas classificadas como de potencial turístico</p><p>pela Secretaria de Estado de Turismo, dependeria de prévia autorização ou concessão desse</p><p>órgão, que somente seria deferida após a realização de audiências públicas com a</p><p>população diretamente interessada.</p><p>O Art. 2º, por sua vez, estabeleceu um procedimento abreviado para a expropriação das</p><p>propriedades privadas, nas quais as substâncias minerais úteis fossem encontradas no</p><p>subsolo, em montante superior a 50% da área total, preceito no qual se enquadrava a quase</p><p>totalidade das propriedades existentes. Ressalta-se que o Art. 2º ainda era expresso no</p><p>sentido de que a indenização devida aos proprietários privados também abrangeria o</p><p>potencial econômico oferecido pelas substâncias minerais. As sociedades empresárias que</p><p>exploravam essas atividades econômicas, bem como os proprietários das áreas nas quais</p><p>eram encontradas as substâncias minerais úteis, constataram que a Lei Estadual XX lhes</p><p>causaria um imenso impacto: as primeiras por serem obrigadas a paralisar suas atividades,</p><p>66</p><p>enquanto não obtivessem a autorização exigida no Art. 1º, isto se lograssem êxito em obtê-</p><p>la; os últimos, corriam o risco de perder suas propriedades, conforme dispunha o Art. 2º .</p><p>Por essa razão, no dia seguinte à publicação desse diploma normativo, procuraram o Partido</p><p>Político YYY, que contava com representatividade apenas no Senado Federal, e pleitearam</p><p>o ajuizamento da ação judicial cabível, de modo que a Lei Estadual XX fosse submetida ao</p><p>controle concentrado de constitucionalidade, permitindo o seu cotejo com a Constituição</p><p>da República. Considerando a narrativa acima, elabore a petição inicial da medida judicial</p><p>cabível. (Valor: 5,00)</p><p>Gabarito comentado:</p><p>A peça adequada é a petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).</p><p>A petição deve ser endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, órgão</p><p>jurisdicional competente para processar e julgar a referida ação, conforme o Art. 102, inciso</p><p>I, alínea a, da CRFB/88 c/c. o Art. 1º da Lei nº 9.868/99.</p><p>A ação deve ser proposta pelo Partido Político YYY. A legitimidade do Partido decorre do</p><p>disposto no Art. 103, inciso VIII, da CRFB/88 ou do Art. 2º, inciso VIII, da Lei nº 9.868/99.</p><p>Deve ser indicado que o ato normativo foi editado com o concurso do Governador e da</p><p>Assembleia Legislativa do Estado Ômega.</p><p>Deve ser informado o teor do ato normativo estadual impugnado, mais especificamente dos</p><p>artigos 1º e 2º da Lei Estadual nº XX.</p><p>Deve ser justificado o cabimento da ADI, pois se está perante ato normativo estadual</p><p>dissonante da Constituição da República, conforme previsto no Art. 102, inciso I, alínea a, da</p><p>CRFB/88.</p><p>O examinando deve informar e demonstrar, justificadamente, as normas da CRFB/88</p><p>violadas, quais sejam:</p><p>(i) pelo Art. 1º da Lei XX, o Art. 22, inciso XII, que confere competência</p><p>privativa à União para legislar sobre jazidas, minas e outros recursos</p><p>minerais, pois foi outorgada atribuição, à Secretaria de Estado de Turismo,</p><p>para autorizar a exploração econômica das substâncias minerais úteis</p><p>encontradas nas áreas de potencial turístico do Estado;</p><p>(ii) pelo Art. 2º da Lei XX, o Art. 22, inciso II, que confere competência privativa</p><p>à União para legislar sobre desapropriação, já que o preceito criou um</p><p>procedimento abreviado de desapropriação;</p><p>(iii) os dois fundamentos acima caracterizam a inconstitucionalidade formal;</p><p>(iv) pelo Art. 1º da Lei XX, o Art. 176, § 1º, ao condicionar a lavra dos recursos</p><p>minerais à autorização ou concessão da Secretaria de Estado de Turismo,</p><p>enquanto essa competência é da União.</p><p>(v) Pelo Art. 2º da Lei XX, ao dispor que seria devida aos proprietários</p><p>privados a indenização pelo potencial econômico das substâncias</p><p>minerais úteis, quando é sabido que estas últimas pertencem à União, nos</p><p>termos do Art. 176, caput, ou do Art. 20, inciso IX, ambos da CRFB/88,</p><p>constituindo propriedade distinta da do solo.</p><p>(vi) Os dois fundamentos acima caracterizam a inconstitucionalidade</p><p>material.</p><p>67</p><p>Além dos fundamentos de mérito, também deve ser indicado o embasamento da medida</p><p>cautelar a ser pleiteada, já que, além da patente inconstitucionalidade, há risco na demora,</p><p>pois as sociedades empresárias que exploram essas atividades econômicas terão que</p><p>paralisá-las e os proprietários das áreas nas quais são encontradas as substâncias minerais</p><p>úteis correm o risco de perder suas propriedades.</p><p>Deve ser formulado pedido de medida cautelar, com fundamento no Art. 10 da Lei nº</p><p>9.868/99, com o objetivo específico de sustar a eficácia da Lei Estadual nº XX.</p><p>O pedido principal deve ser a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual nº XX.</p><p>Por fim, deve haver o fechamento da petição.</p><p>13. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação</p><p>declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;</p><p>1. Histórico</p><p>2. Base Legal</p><p>Art. 102, I, a; 102, §2º e Lei nº 9868/99</p><p>3. Finalidade</p><p>A finalidade da ação é a de obter do STF uma decisão de cunho declaratório, quanto à</p><p>constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo federal sobre o qual existiam sérias</p><p>divergências jurisprudenciais, de acordo com o art. 14, III, da Lei no 9.868/1999, afastando-</p><p>se, dessa maneira, a insegurança jurídica gerada pela emissão de decisões judiciais</p><p>contraditórias a respeito de lei ou ato normativo federal, que têm a seu favor a “presunção</p><p>de constitucionalidade”.</p><p>4. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 103, I a IX</p><p>Especial – IV, V e IX</p><p>Universal – I a III e VI a VIII</p><p>5. Jurisprudência sobre legitimidade</p><p>(já analisada, a mesma da ADI)</p><p>6. Capacidade Postulatória</p><p>Não se exige de todos os legitimados ativos que constituam advogados para a propositura</p><p>das ações do sistema concentrado. O STF entende que a capacidade postulatória já foi</p><p>conferida aos mesmos pela própria Constituição, exceto no caso dos partidos políticos, das</p><p>confederações sindicais e das entidades de classe. Estes têm que estar representados por</p><p>68</p><p>procuradores devidamente constituídos nos autos, na forma do art. 3°, parágrafo único, da</p><p>Lei 9.868/1999.</p><p>7. Objeto</p><p>O objeto da ADC é lei ou ato normativo primário federal, que pode ser também analisado</p><p>em sede de ADI, excluídos os de âmbito estadual.</p><p>➔ Indispensável a demonstração do interesse de agir por meio de decisões que</p><p>apresentem as controvérsias judiciais acerca da constitucionalidade da norma.</p><p>8. Participação do PGR</p><p>Art. 103, § 1°, da CRFB/88.</p><p>9. Participação do AGU</p><p>Não há previsão legal de atuação do AGU em sede de ADC.</p><p>10. Tutela de Urgência?</p><p>Art. 21 da Lei 9.868/1999.</p><p>11. Casos Concretos</p><p>ADC 41</p><p>O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, julgou procedente o pedido,</p><p>para fins de declarar a integral constitucionalidade da Lei nº 12.990/2014, e fixou a seguinte</p><p>tese de julgamento: “É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos</p><p>públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da</p><p>administração pública direta e indireta.</p><p>É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de</p><p>heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o</p><p>contraditório e a ampla defesa”. Ausentes, participando de sessão extraordinária no Tribunal</p><p>Superior Eleitoral, os Ministros Rosa Weber e Luiz Fux, que proferiram voto em assentada</p><p>anterior, e o Ministro Gilmar Mendes. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia.</p><p>Plenário, 8.6.2017.</p><p>ADCs 43, 44 e 54</p><p>Por 6 (seis) votos a 5 (cinco), o Supremo Tribunal Federal decidiu que o cumprimento de</p><p>pena só se inicia após trânsito em julgado da ação penal condenatória.</p><p>Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e</p><p>fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença</p><p>condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude</p><p>de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011)</p><p>12. Caso Concreto</p><p>33° Exame</p><p>Em um cenário de grave crise econômica, com franco decréscimo da atividade produtiva, foi</p><p>aprovada a Lei Federal nº XX/2018, cujo objetivo era estimular a produção de gêneros</p><p>agrícolas, especialmente em regiões de baixa renda, assoladas por secas frequentes. Para</p><p>alcançar esse objetivo, o Art. 1º dispôs que as atividades produtivas desenvolvidas por</p><p>69</p><p>pequenos e médios proprietários rurais, nas regiões em desenvolvimento que</p><p>preenchessem os referidos requisitos, seriam destinatárias de cooperação da União, de</p><p>modo que, em suas glebas, fossem estabelecidas fontes de pequena irrigação. O Art. 2º</p><p>acresceu que a União deveria adotar as medidas administrativas necessárias para que os rios</p><p>existentes nessas regiões tivessem o seu aproveitamento econômico e social priorizado. Por</p><p>fim, o Art. 3º dispôs que a implementação dos projetos referidos no Art. 2º, pela sua</p><p>amplitude, deveria ser antecedida dos estudos prévios de impacto ambiental. A Lei Federal</p><p>nº XX/2018, embora tenha sido intensamente comemorada pelas comunidades que seriam</p><p>beneficiadas pelos seus comandos, foi severamente criticada por diversos grupos</p><p>econômicos. Argumentou-se, em detrimento desse diploma normativo, que ele afrontava (i)</p><p>a livre iniciativa, pois aumentaria a capacidade de produção dos pequenos e médios</p><p>proprietários rurais, prejudicando a custosa manutenção das grandes propriedades</p><p>produtivas; e, principalmente, (ii) a isonomia, já que todos os proprietários rurais deveriam</p><p>receber os mesmos incentivos, e (iii) a desnecessidade dos estudos prévios de impacto</p><p>ambiental, que somente deveriam ser exigidos se houvesse notícia de dano ao meio</p><p>ambiente. Esses argumentos terminaram por ser acolhidos pelos órgãos federais</p><p>competentes, que simplesmente não estavam aplicando os recursos disponíveis, em</p><p>conformidade com os prazos fixados. Os interessados, por sua vez, não estavam logrando</p><p>êxito em reverter esse entendimento perante o Poder Judiciário, sendo inúmeras as decisões</p><p>de indeferimento dos pleitos formulados, havendo, inclusive, uma ação civil pública</p><p>promovida por associação vinculada aos grandes produtores rurais, na qual veio a ser</p><p>proferido provimento cautelar vedando a implementação dos comandos legais. A situação</p><p>ainda se tornava mais dramática porque, nos próximos anos, a seca nas regiões beneficiadas</p><p>pela Lei Federal nº XX/2018 será a mais severa das últimas décadas, inviabilizando por</p><p>completo qualquer atividade produtiva caso os seus comandos não sejam implementados.</p><p>À luz desse quadro, a Mesa do Senado Federal solicitou a um(a) advogado(a), que também</p><p>assinaria a petição inicial, a identificação do instrumento adequado para a deflagração do</p><p>controle concentrado de constitucionalidade, de modo que fossem superados os obstáculos</p><p>opostos à aplicação da Lei Federal nº XX/2018. Elabore a petição inicial da medida judicial</p><p>cabível. (Valor: 5,00)</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>(5 linhas)</p><p>MESA DO SENADO FEDERAL, responsável pela direção dos trabalhos legislativos da</p><p>Casa, com sede em..., com fundamento no art. 102, I, “a”, da CRFB/88, e nos dispositivos</p><p>pertinentes da Lei nº 9868/99, por seu advogado infra-assinado..., conforme procuração</p><p>anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC vem propor</p><p>a presente</p><p>70</p><p>AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>em defesa dos arts. 1°, 2° e 3° da Lei Federal nº XX/2018, elaborada pelo Congresso</p><p>Nacional e pelo Presidente da República, conforme especificará ao longo desta petição, nos</p><p>termos e motivos que passa a expor.</p><p>I – DO OBJETO DA AÇÃO</p><p>Diante do cenário de grave crise econômica no país, com considerável decréscimo</p><p>da atividade produtiva, foi aprovada, no âmbito federal, a Lei nº XX/2018, que teve como</p><p>objetivo o estímulo à produção de gêneros agrícolas, especialmente em regiões de baixa</p><p>renda, assoladas por secas frequentes.</p><p>Embora essa legislação tenha sido muito comemorada pelas comunidades que</p><p>seriam beneficiadas por seus preceitos, também foi objeto de críticas severas advindas</p><p>de</p><p>diversos grupos econômicos sob variados argumentos. Esses argumentos acabaram sendo</p><p>acolhidos pelos órgãos federais competentes, que simplesmente não estavam aplicando o</p><p>disposto na lei.</p><p>Diante disso, os interessados, beneficiados pela legislação, passaram a recorrer ao</p><p>Poder Judiciário para reverter esse entendimento, mas sem êxito, tendo em vista as inúmeras</p><p>decisões de indeferimento dos pleitos formulados. Constata-se, portanto, a existência de</p><p>decisões judiciais que entendem pela não aplicação da referida lei federal, e, por isso, se faz</p><p>necessária a confirmação de sua constitucionalidade, na forma do art. 102, I, a, da CRFB/88.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, II,</p><p>da CRFB/88 e/ou art. 13, III, da Lei 9868/99 e não precisa comprovar a pertinência temática</p><p>por se tratar de um legitimado universal, de acordo com a jurisprudência do Supremo</p><p>Tribunal Federal.</p><p>III – DA RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL</p><p>Conforme já relatado, constatou-se a existência de decisões judiciais que entendem</p><p>pela não aplicação dos arts. 1° a 3° da Lei Federal nº XX/2018, o que comprova a relevante</p><p>controvérsia judicial presente nas diversas decisões, requisito para a propositura da</p><p>presente, segundo prevê o art. 14, III, da Lei 9868/99.</p><p>IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A possibilidade de concessão de medida de urgência em sede de ADC se encontra</p><p>no art. 21, da Lei n° 9868/99 e possui natureza cautelar.</p><p>71</p><p>O fumus boni iuris se justifica pelos argumentos apresentados ao longo da petição e</p><p>pela documentação anexa, sendo patente a constitucionalidade da Lei nº XX/2018, como</p><p>será demonstrado.</p><p>Já o periculum in mora é comprovado pela existência de decisões controvertidas</p><p>sobre a aplicação das normas da lei, objeto da ação, o que pode causar dano irreparável nos</p><p>próximos anos, pois a seca nas regiões beneficiadas pela Lei Federal nº XX/2018 será a mais</p><p>severa das últimas décadas, inviabilizando por completo qualquer atividade produtiva caso</p><p>os seus comandos não sejam implementados.</p><p>V – DOS FUNDAMENTOS</p><p>A Ação Declaratória de Constitucionalidade tem sede no art. 102, I, a, da CRFB/88,</p><p>que dispõe ser da competência do STF processar e julgar originariamente: “a) a ação direta</p><p>de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória</p><p>de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (...)”.</p><p>A ação, criada pela EC 3/93, também é regulamentada pela Lei 9868/99 e o objetivo</p><p>dela é o de confirmar a constitucionalidade de uma norma federal, cuja compatibilidade com</p><p>a Constituição esteja sendo alvo de controvérsia judicial relevante, como é o caso da Lei</p><p>Federal nº XX/2018.</p><p>Importante destacar que os arts. 1° a 3° da referida lei federal são constitucionais,</p><p>estando de acordo com os preceitos elencados na Constituição Federal, o que passamos a</p><p>analisar e fundamentar.</p><p>De acordo com o art. 43, § 2º, inciso IV e § 3º, da CRFB/88, a União deve priorizar o</p><p>aproveitamento econômico e social dos rios nas regiões de baixa renda e cooperar com os</p><p>pequenos e médios proprietários rurais, nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas</p><p>periódicas, para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de pequena irrigação.</p><p>Ademais, devem ser exigidos, na forma da lei, os estudos prévios de impacto</p><p>ambiental para a atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio</p><p>ambiente, nos termos do art. 225, § 1º, inciso IV, da CRFB/88.</p><p>E, ainda, a livre iniciativa coexiste com a própria necessidade de serem reduzidas as</p><p>desigualdades regionais e sociais, conforme dispõe o art. 170, inciso VII, da CRFB/88, sendo</p><p>que a isonomia exige que seja dispensado tratamento diferenciado àqueles que se</p><p>encontrem em situação de inferioridade, sendo essa a essência das ações afirmativas, que</p><p>encontram amparo na concepção de igualdade do art. 5º, caput, da CRFB/88.</p><p>VI – DOS PEDIDOS</p><p>Pelas razões acima expostas, a Mesa do Senado Federal requer:</p><p>a) que seja concedida cautelar com o objetivo específico de determinar a observância</p><p>dos arts. 1º a 3º da Lei nº XX/2018 pelas instâncias administrativas, suspendendo-se os</p><p>processos judiciais em curso até o julgamento do mérito, na forma do art. 21 da Lei 9868/99</p><p>e que seja, ao final, declarada a constitucionalidade das normas;</p><p>72</p><p>b) a juntada de documentos, cópias do ato normativo impugnado e os que</p><p>comprovam a prolação de decisões judiciais contrárias à constitucionalidade dos</p><p>dispositivos da Lei, de acordo com o art. 14, parágrafo único, da Lei 9868/99;</p><p>c) que sejam solicitadas informações ao Congresso Nacional e ao Presidente da</p><p>República, segundo o art. 6º da Lei 9868/99;</p><p>d) a oitiva do Procurador Geral da República, consoante o art. 19 da Lei 9868/99.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado</p><p>OAB nº ...</p><p>14. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO</p><p>103, § 2º- Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva</p><p>norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das</p><p>providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta</p><p>dias.</p><p>1.Histórico. Síndrome de Inefetividade das Normas Constitucionais. Normas de Eficácia</p><p>Limitada</p><p>2. Base Legal</p><p>Art. 103, §2º e Lei nº 9868/99 (alterada pela Lei nº 12.063/09)</p><p>3. Omissões Normativas (primárias e secundárias). Parcial e Total.</p><p>4. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 103, I a IX</p><p>Especial – IV, V e IX</p><p>Universal – I a III e VI a VIII</p><p>5. Capacidade Postulatória</p><p>6. Participação do PGR</p><p>7. Participação do AGU</p><p>73</p><p>8. Diferenças entre ADO e MI</p><p>ADO 26</p><p>CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA E TRANSFOBIA. JUNHO 2019.</p><p>9. Cautelar e efeitos das decisões definitivas</p><p>10. Caso Concreto XIX Exame</p><p>Determinado partido político, que possui dois deputados federais e dois senadores em seus</p><p>quadros, preocupado com a efetiva regulamentação das normas constitucionais, com a</p><p>morosidade do Congresso Nacional e com a adequada proteção à saúde do trabalhador,</p><p>pretende ajuizar, em nome do partido, a medida judicial objetiva apropriada, visando à</p><p>regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição da República Federativa do Brasil de</p><p>1988. O partido informa, por fim, que não se pode compactuar com desrespeito à</p><p>Constituição da República por mais de 28 anos.</p><p>Considerando a narrativa acima descrita, elabore a peça processual judicial objetiva</p><p>adequada. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal</p><p>não confere pontuação.</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>(5 linhas)</p><p>PARTIDO POLÍTICO..., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n°...</p><p>e no TSE sob o n°..., por seu Diretório Nacional, com sede em ..., por seu advogado infra-</p><p>assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do</p><p>art. 77, V, do CPC, vem propor a presente</p><p>74</p><p>AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO</p><p>com base no art. 103, δ2º, da CRFB/88 e na Lei nº 9868/99 em face da Mesa do Congresso</p><p>Nacional, tendo em vista a falta de norma regulamentadora do art. 7º, XXIII, da CRFB/88,</p><p>conforme especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor.</p><p>I – DA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL</p><p>O Art. 7°, XXIII, da CRFB/88 assim dispõe: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores</p><p>urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...), XXXIII -</p><p>adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da</p><p>lei”.</p><p>Essa é uma típica norma de eficácia limitada dependente de regulamentação e a</p><p>medida judicial objetiva apropriada para defender a efetividade desse</p><p>direito social é a Ação</p><p>Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, na forma do art. 103, §2º, da CRFB/88.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, VIII</p><p>da CRFB/88 e art. 2°, VIII, da Lei 9868/99 e não precisa comprovar a pertinência temática</p><p>diante da sua importância para o regime democrático, na forma do art. 17, da CRFB/88.</p><p>Além disso, possui representação no Congresso Nacional e foi criado de acordo com</p><p>a Lei 9.096/95, estando, portanto, plenamente habilitado para o ajuizamento desta ADO.</p><p>III – DOS FUNDAMENTOS</p><p>De acordo com o art. 103, § 2º, da CRFB/88, declarada a inconstitucionalidade por</p><p>omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder</p><p>competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão</p><p>administrativo, para fazê-lo em trinta dias.</p><p>A referida ação também encontra amparo nos arts. 12-A e 12-H da Lei 9868/99.</p><p>A competência para julgamento da ação é do STF, conforme o próprio art. 103, § 2º,</p><p>da CRFB/88 estabelece.</p><p>IV – DA JURISPRUDÊNCIA DO STF</p><p>Até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse</p><p>entendimento, em nome da separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o Poder</p><p>Judiciário não poderia suprir a omissão da norma faltante, tampouco fixar prazo para o</p><p>legislador elaborar a lei, restando a sentença produzindo efeito apenas para declarar a mora</p><p>legislativa.</p><p>Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento sobre o</p><p>mandado de injunção (principalmente) e tem adotado posições concretistas, aplicando por</p><p>analogia leis já existentes para suprir a omissão normativa, ora atribuindo efeitos subjetivos</p><p>erga omnes, ora inter partes.</p><p>V – DOS PEDIDOS</p><p>Em face do exposto, o Partido requer:</p><p>a) que seja julgado procedente o pedido, para que seja declarada a mora legislativa</p><p>do Congresso Nacional na elaboração da Lei específica do art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/88;</p><p>75</p><p>b) a juntada dos documentos anexos, na forma do art.12-B, da Lei 9868/99;</p><p>c) que sejam solicitadas informações do Congresso Nacional, segundo o art.6º, da Lei</p><p>9868/99;</p><p>d) a oitiva do Procurador Geral da República, segundo o art. 12-E, §3º, da Lei 9868/99.</p><p>e) a produção de todas as provas admitidas em direito, consoante art. 319, VI, do</p><p>CPC.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>15. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta</p><p>Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.</p><p>1.Histórico</p><p>2. Base Legal</p><p>Art. 102, §1º e Lei nº 9882/99</p><p>3. Definição de Preceito Fundamental</p><p>ADPF 33</p><p>Compete ao STF o juízo acerca do que se há de compreender, no sistema constitucional</p><p>brasileiro, como preceito fundamental. [ADPF 1 QO, rel. min. Néri da Silveira, j. 3-2-2000, P,</p><p>DJ de 7-11- 2003.]</p><p>Constitucionalidade de atos normativos proibitivos da importação de pneus usados. (...)</p><p>Adequação da arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber,</p><p>o direito à saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da</p><p>Constituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios</p><p>constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados em</p><p>harmonia com o do desenvolvimento social saudável. Multiplicidade de ações judiciais, nos</p><p>diversos graus de jurisdição, nas quais se têm interpretações e decisões divergentes sobre</p><p>a matéria: situação de insegurança jurídica acrescida da ausência de outro meio processual</p><p>76</p><p>hábil para solucionar a polêmica pendente: observância do princípio da subsidiariedade.</p><p>Cabimento da presente ação. [ADPF 101, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-6-2009, P, DJE de 4-</p><p>6- 2012.]</p><p>4. Caráter Subsidiário</p><p>ADPF 76 e 100</p><p>5. Hipóteses principais de cabimento</p><p>Sexta-feira, 29 de setembro de 2017 Ministro nega trâmite a ADPF contra lei de município</p><p>do RJ</p><p>O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o trâmite da</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 479, ajuizada pela</p><p>Procuradoria-Geral da República (PGR) contra norma do Município de Nova Iguaçu (RJ) que</p><p>proíbe a utilização, em escolas públicas, de materiais que contenham orientações sobre</p><p>diversidade sexual. De acordo com o ministro, a ADPF é incabível no caso, uma vez que há</p><p>outra vias judiciais possíveis para sanar a eventual ameaça de lesão a preceito fundamental.</p><p>A ação alega que a Lei municipal 4.576/2016 contraria diversos preceitos fundamentais,</p><p>como a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, o direito à igualdade, à vedação</p><p>de censura em atividades culturais, ao devido processo legal e ao direito à liberdade de</p><p>aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, entre outros.</p><p>Ao negar seguimento à ação, o ministro salientou que com a regulamentação da ADPF, por</p><p>meio da Lei 9.882/1999, passou a ser possível o questionamento de lei municipal</p><p>diretamente no STF, desde que não exista, para a hipótese concreta, qualquer outro meio</p><p>eficaz de sanar a alegada lesividade. O cabimento da ADPF, destacou o relator, será viável</p><p>desde que haja a observância do princípio da subsidiariedade, que exige o esgotamento de</p><p>todas as vias possíveis para sanar a lesão ou a ameaça de lesão a preceitos fundamentais ou</p><p>a verificação, de pronto, da inutilidade de outros meios para a preservação do preceito.</p><p>Há (...) óbice intransponível ao conhecimento da presente arguição, relativo ao requisito de</p><p>admissibilidade exigido pelo disposto no art. 4º, § 1º, da Lei 9.882/1999, consubstanciado</p><p>na existência de outro instrumento de controle concentrado de normas, já regularmente</p><p>deflagrado nesta Corte, apto a sanar, em tese e de maneira eficaz, a alegada situação de</p><p>lesividade. A simultaneidade de tramitações de ADI e ADPF, portadoras de mesmo objeto,</p><p>é, por si só, essencialmente incompatível com a cláusula de subsidiariedade que norteia o</p><p>instituto da arguição de descumprimento de preceito fundamental. [ADPF 191, rel. min. Ellen</p><p>Gracie, j. 22-9-2009, dec. monocrática, DJE de 28-9-2009.]</p><p>6. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 103, I a IX</p><p>Especial – IV, V e IX</p><p>Universal – I a III e VI a VIII</p><p>7. PGR e AGU</p><p>8. Tutela de Urgência.</p><p>77</p><p>9. Modalidades de ADPF:</p><p>a) Principal, Direta. Processo Objetivo.</p><p>Art. 1 o A argüição prevista no § 1 o do art. 102 da Constituição Federal será proposta</p><p>perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito</p><p>fundamental, resultante de ato do Poder Público.</p><p>b) Incidental, Indireta. Processo Subjetivo.</p><p>Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: I -</p><p>quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo</p><p>federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8,</p><p>de 2000).</p><p>10. Pedido final</p><p>11. Caso concreto</p><p>XX EXAME DE ORDEM</p><p>O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato,</p><p>procura o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no</p><p>Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de</p><p>maio de 1985, estabelece, no seu Art. 11, diversas condutas como crime de</p><p>responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido</p><p>de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do</p><p>Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a mesma Lei</p><p>Orgânica, em seu Art. 12, contém previsão que define</p><p>a competência de processamento e</p><p>julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de</p><p>primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política local, houve recente</p><p>representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo</p><p>de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido Art. 11 da Lei</p><p>Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O partido político, após o</p><p>devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em</p><p>dissonância com a CRFB/88 e decide adotar providência judicial em relação ao tema.</p><p>Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) do partido político Beta,</p><p>utilizando-se do instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial de controle</p><p>objetivo cabível. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal</p><p>não confere pontuação.</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>(5 linhas)</p><p>PARTIDO POLÍTICO BETA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob</p><p>nº... e no TSE sob o nº..., por seu Diretório Nacional, com sede..., vem, por seu advogado</p><p>infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os</p><p>fins do art. 77, V, do CPC, propor a presente</p><p>ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL</p><p>78</p><p>com fundamento no art. 102, § 1°, da CRFB/88 e na Lei nº 9882/99 em face dos arts. 11 e 12</p><p>da Lei Orgânica do Município Alfa, elaborada pela Câmara Municipal do Município Alfa,</p><p>pelos motivos a seguir apresentados.</p><p>I – DO OBJETO DA AÇÃO</p><p>De acordo com o art. 102, § 1º, da CRFB/88, a ADPF deve ser apreciada pelo STF, e</p><p>é cabível no presente caso, por tratar-se da análise de lei municipal anterior a CRFB/88, de</p><p>acordo com o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei 9.882/99.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, VIII</p><p>da CRFB/88 e art. 2°, I, da lei 9882/99 e não precisa comprovar a pertinência temática diante</p><p>da sua importância para o regime democrático, na forma do art. 17, da CRFB/88.</p><p>Além disso, possui representação no Congresso Nacional e foi criado de acordo com</p><p>a Lei 9096/95, estando, portanto, plenamente habilitado para o ajuizamento desta ADPF.</p><p>III – DO CABIMENTO DA ADPF</p><p>O art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/1999 apresenta o caráter residual da ADPF quando</p><p>afirma que só será admitida quando inexistir outro meio eficaz para sanar a lesão a preceito</p><p>fundamental, como ocorre no presente caso.</p><p>Segundo orientação do STF, quando couber uma das ações do controle concentrado</p><p>federal para afastar a lesividade, não caberá ADPF. Como sabemos, a única ação apta a</p><p>analisar norma pré-constitucional e municipal no controle concentrado abstrato federal é a</p><p>ADPF.</p><p>IV – PRECEITOS FUNDAMENTAIS VIOLADOS</p><p>Os arts. 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa, elaborada pela Câmara Municipal</p><p>do Município Alfa, ora impugnados, violam diversos preceitos fundamentais estampados no</p><p>texto constitucional, o que merece ser destacado neste tópico.</p><p>A violação ao princípio da separação de poderes, estampado no art. 2º da CRFB/88,</p><p>é patente, tendo em vista que o art. 11 da referida lei, ao elencar diversas condutas como</p><p>crime de responsabilidade do Prefeito, incluiu, entre elas, o não atendimento, ainda que</p><p>justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de</p><p>afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político.</p><p>Ademais, há violação à competência legislativa privativa da União para definir as</p><p>condutas típicas configuradoras do crime de responsabilidade, tendo sido desrespeitado o</p><p>disposto no art. 22, inciso I, da CRFB/88.</p><p>Destaca-se, ainda, que a própria súmula vinculante 46 preceitua que a definição dos</p><p>crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e</p><p>julgamento são de competência legislativa privativa da União.</p><p>Por fim, cabe ressaltar que o art. 29, caput e inciso X, da CRFB/88, dispõem sobre os</p><p>municípios e sobre as suas respectivas leis orgânicas, as quais devem observar os preceitos</p><p>da Constituição da República, especialmente garantindo aos Prefeitos a prerrogativa de foro</p><p>perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns, tendo, portanto, o art. 12 da Lei Orgânica</p><p>do Município Alfa afrontado tais dispositivos, uma vez que estabeleceu que a competência</p><p>79</p><p>para o processamento e o julgamento do Prefeito, pelo cometimento de crimes comuns,</p><p>seria da Justiça Estadual de primeira instância.</p><p>V – TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A possibilidade de concessão de medida de urgência em sede de ADPF se encontra</p><p>no art. 5º, § 3º, da Lei 9.882/99 e possui natureza cautelar.</p><p>O fumus boni iuris se justifica pelos argumentos apresentados ao longo da petição e</p><p>pela documentação anexa.</p><p>Já o periculum in mora é comprovado tendo em vista que, em razão de disputa</p><p>política local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o</p><p>objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento</p><p>no referido art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento.</p><p>VI – DOS PEDIDOS</p><p>Ante o exposto requer:</p><p>a) que seja concedida a medida cautelar na forma do art. 5º, § 3º, da Lei 9.882/99 para</p><p>sustar a eficácia do art. 11 e, por consequência, suspender o trâmite da representação por</p><p>crime de responsabilidade oferecida em desfavor do Prefeito.</p><p>Posteriormente, que o pedido seja julgado procedente para que seja declarada a</p><p>incompatibilidade com a Constituição da República dos artigos 11 e 12 da Lei Orgânica, de</p><p>30 de maio de 1985, do Município Alfa;</p><p>b) que seja ouvido o Procurador-Geral da República, conforme prevê o art.7°,</p><p>parágrafo único, da Lei 9882/99;</p><p>c) que seja ouvida a Câmara Municipal de Alfa, de acordo com o art.6°, da Lei</p><p>9882/99;</p><p>d) que sejam juntados os documentos anexos, consoante o art.3°, parágrafo único,</p><p>da Lei 9882/99.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>16. REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL</p><p>Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta</p><p>Constituição.</p><p>80</p><p>§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos</p><p>normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição</p><p>da legitimação para agir a um único órgão.</p><p>1.Histórico</p><p>EC 16/65.</p><p>2. Base legal</p><p>Art. 125, §2º. Art. 11, do ADCT. Art 25, da CRFB/88.</p><p>3. Normas de observância/reprodução obrigatória</p><p>(limitadoras da autonomia estadual, reflexo que é da própria organização federativa do</p><p>Estado)</p><p>As normas de reprodução obrigatória são aquelas de observância compulsória no texto</p><p>constitucional estadual e decorrem da subordinação aos princípios consagrados na</p><p>Constituição da República, de acordo com o comando inserido no Art. 25, caput, da</p><p>Constituição Federal de 1988 e do Art. 11, do ADCT.</p><p>José Afonso da Silva</p><p>Princípios constitucionais sensíveis: art. 34, VII.</p><p>Princípios constitucionais estabelecidos: Os princípios constitucionais estabelecidos são</p><p>regras e normas previamente estabelecidas pela Constituição Federal, que limitarão a</p><p>atividade do poder constituinte estadual. Arts. 19 e 150, 37 e 41; 27 e 28, 75 ...</p><p>Princípios constitucionais extensíveis: são normas implícitas que, a princípio, dizem respeito</p><p>à organização da União, mas cuja aplicação se estende aos Estados, como se verifica nos</p><p>artigos 61, p. 1°, 63, 66, 83...</p><p>4. Órgão Competente</p><p>TJ do Estado ou TJDFT.</p><p>5. Objeto. Parâmetro.</p><p>Tribunal de Justiça pode exercer controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal</p><p>utilizando como parâmetro normas da Constituição</p><p>Federal?</p><p>Em regra, quando o Tribunal de Justiça julga uma ADI proposta contra lei ou ato normativo</p><p>estadual ou municipal, ele deverá analisar se esta lei ou ato normativo viola ou não algum</p><p>dispositivo da Constituição Estadual. O parâmetro da ADI proposta perante o TJ é a</p><p>Constituição Estadual (e não a Constituição Federal).</p><p>Exceção</p><p>A regra acima exposta comporta uma exceção. Os Tribunais de Justiça, ao julgarem a</p><p>representação de inconstitucionalidade proposta contra lei municipal, poderão declará-la</p><p>inconstitucional utilizando como parâmetro dispositivos da Constituição Federal, desde que</p><p>eles sejam normas de reprodução obrigatória pelos Estados.</p><p>Exemplos da exceção:</p><p>81</p><p>Ex1: Município do Paraná aprovou lei tratando sobre direito do trabalho; foi proposta uma</p><p>ADI estadual no TJ contra esta lei; o TJ poderá julgar a lei inconstitucional alegando que ela</p><p>viola o art. 22, I, da CF/88 (mesmo que a Constituição do Estado não tenha regra</p><p>semelhante); isso porque essa regra de competência legislativa é considerada como norma</p><p>de reprodução obrigatória. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. Rcl 17954 AgR, Rel. Min. Roberto</p><p>Barroso, julgado em 21/10/2016.</p><p>Ex2: Município do Rio Grande do Sul editou lei criando gratificação para o Prefeito fora do</p><p>regime de subsídio, o que violaria o art. 39, § 4º, da CF/88; o TJ/RS poderá julgar a lei</p><p>municipal inconstitucional utilizando como parâmetro este dispositivo da Constituição</p><p>Federal; isso porque a regra sobre o subsídio para membros de Poder e detentores de</p><p>mandato eletivo é considerada norma de reprodução obrigatória. Nesse sentido: STF.</p><p>Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado</p><p>em 01/02/2017 (repercussão geral).</p><p>Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis</p><p>municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate</p><p>de normas de reprodução obrigatória pelos estados.</p><p>STF. RE 650898-RS, Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min.</p><p>Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).</p><p>Obs: a tese acima fala em "leis municipais", mas ela também pode ser aplicada para</p><p>representações de inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis estaduais". A tese falou</p><p>apenas de leis municipais porque foi o caso analisado no recurso extraordinário.</p><p>(...) Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do Tribunal de</p><p>Justiça local – lei estadual ou municipal em face da Constituição estadual –, somente é</p><p>admissível o recurso extraordinário diante de questão que envolva norma da Constituição</p><p>Federal de reprodução obrigatória na Constituição estadual. (...) STF. 2ª Turma. RE 246903</p><p>AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/11/2013.</p><p>6. Ações</p><p>7. Legitimidade Ativa</p><p>8. Recorribilidade das decisões do TJ</p><p>9. Caso Concreto hipotético</p><p>Após diversos manifestos contra a atuação da Guarda Municipal no Estado Verde, por</p><p>iniciativa parlamentar, a Assembleia Legislativa do Estado editou a Lei n° 333 que proíbe a</p><p>aplicação de multas de trânsito pelas Guardas Municipais no âmbito do referido Estado. Os</p><p>parlamentares estaduais alegaram que as Guardas possuem legitimidade apenas para</p><p>controlar e orientar o trânsito, bem como para sinalizar e educar a fim de prevenir acidentes.</p><p>MÉVIO SILVA, Prefeito do Município x, localizado no Estado Verde, ao receber a notícia da</p><p>publicação da referida lei, efetuou consulta jurídica ao advogado de seu gabinete que, em</p><p>parecer, destacou a incompatibilidade da Lei Estadual n° 333 com a Constituição do Estado</p><p>Verde. Afirmou-se que a Constituição Estadual prevê, em seu art. 10, iniciativa privativa do</p><p>Chefe do Poder Executivo para elaborar leis que disponham sobre criação, estruturação e</p><p>82</p><p>atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo. E, ainda, apontou o</p><p>princípio da autonomia municipal também estabelecido na Carta Estadual, bem como na</p><p>Constituição Federal. Na qualidade de advogado contratado pelo Prefeito do Município X,</p><p>apresente a peça do controle concentrado cabível para ver reconhecida a mácula insanável</p><p>da Lei Estadual n° 333, perante o Tribunal de Justiça do Estado Verde. Seu cliente afirma que</p><p>necessita de urgência.</p><p>EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO</p><p>VERDE.</p><p>MÉVIO SILVA, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão,</p><p>portador do RG n°... e do CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., na</p><p>qualidade de Prefeito do Município X, vem, por seu advogado infra-assinado, conforme</p><p>procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>propor a presente</p><p>REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>com fundamento no art. 125, § 2º, da CRFB/88 e na Lei nº 9868/99 em face da Lei nº 333,</p><p>elaborada pelo Governador do Estado e pela Assembleia Legislativa estadual, conforme</p><p>especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor.</p><p>I – DO OBJETO DA AÇÃO</p><p>A Assembleia Legislativa do Estado editou a Lei n° 333 que proíbe a aplicação de</p><p>multas de trânsito pelas Guardas Municipais no âmbito do referido Estado, cujo teor</p><p>determina que as Guardas possuem legitimidade apenas para controlar e orientar o tráfego,</p><p>bem como para sinalizar e educar a fim de prevenir acidentes.</p><p>Como será comprovado ao longo dessa petição a norma estadual é inconstitucional</p><p>sob o ponto de vista formal e, também, material e por isso precisa ser declarada</p><p>inconstitucional.</p><p>II – DA LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O autor é legitimado ativo para a propositura da Representação de</p><p>inconstitucionalidade, de acordo com a previsão na Constituição do Estado Verde.</p><p>III - DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>Em que pese não existir norma específica regulando o controle concentrado</p><p>estadual, é perfeitamente possível a aplicação analógica dos arts. 10 a 12 da Lei 9868/99,</p><p>segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial.</p><p>O fumus boni iuris se justifica pelos argumentos apresentados ao longo da petição e</p><p>pela documentação anexa.</p><p>Já o periculum in mora é comprovado tendo em vista que, em razão da edição da Lei</p><p>nº 333, ora questionada, os Guardas Municipais no âmbito do Estado, deverão deixar de</p><p>aplicar multas de trânsito imediatamente, o que pode comprometer o bom andamento do</p><p>tráfego e comportamento dos condutores de veículos automotores no trânsito, tendo em</p><p>vista a perda do efeito dissuasório da multa.</p><p>83</p><p>IV - DOS FUNDAMENTOS</p><p>O Art. 125, § 2º, da CRFB/88 determina que cabe aos Estados a instituição de</p><p>representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais</p><p>em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único</p><p>órgão.</p><p>Como não há norma específica regulando o controle concentrado estadual, aplica-se</p><p>por analogia a Lei 9868/99, no que couber.</p><p>A lei estadual 333 é inconstitucional, sob o ângulo formal e material, senão vejamos.</p><p>A inconstitucionalidade formal é clara, tendo em vista que a Constituição Estadual</p><p>prevê, em seu art. 10, iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para elaborar leis que</p><p>disponham sobre criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do</p><p>Poder Executivo</p><p>Por sua vez, a inconstitucionalidade material também está presente, pois o princípio</p><p>da autonomia municipal, previsto na Carta Estadual, bem como na Constituição Federal, foi</p><p>claramente violado.</p><p>V- DOS PEDIDOS</p><p>Em face do exposto, o Autor requer:</p><p>a) a concessão da medida cautelar para suspender a referida lei e que ao final seja</p><p>julgado procedente o pedido e declarada a inconstitucionalidade da norma impugnada;</p><p>b) a juntada dos documentos em anexo;</p><p>c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Assembleia</p><p>Legislativa estadual;</p><p>d) a citação do Procurador Geral do Estado;</p><p>e) a oitiva do Procurador-Geral de Justiça.</p><p>Valor da</p><p>causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>17. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (AIME)</p><p>1. Base Legal</p><p>Art. 14, §10 e §11, da CRFB/88;</p><p>LC 64/90.</p><p>2. Cabimento</p><p>84</p><p>A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) é uma ação eleitoral prevista na</p><p>Constituição Federal, que tem por objetivo impugnar o mandato eletivo obtido com abuso</p><p>de poder econômico, corrupção ou fraude.</p><p>3. Legitimidade Ativa</p><p>Segundo orientação majoritária, aplica-se o art. 3°, da Lei Complementar 64/90 para</p><p>definição da legitimidade ativa. Portanto, podem ajuizar a AIME: Partidos, coligações,</p><p>candidatos e o Ministério Público.</p><p>➔ Não há previsão de legitimidade ativa do cidadão para a propositura da ação.</p><p>4. Legitimidade Passiva</p><p>Candidato diplomado, que pode ser, por exemplo: Vereador, Prefeito, Governador,</p><p>Deputado Estadual...</p><p>5. Prazo</p><p>15 dias (Art. 14, §10, da CRFB/88).</p><p>6. Órgão competente</p><p>A competência é definida pelo juízo da diplomação, na forma do art. 2°, da Lei</p><p>Complementar 64/90.</p><p>7. Provas Indispensáveis</p><p>Na forma do art. 14, § 10, da CRFB/88, a ação deve ser instruída com provas de abuso do</p><p>poder econômico, corrupção ou fraude.</p><p>8. Medida de Urgência?</p><p>Podemos aplicar o art. 300 do CPC, comprovando-se os requisitos da probabilidade do</p><p>direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.</p><p>9. Caso Concreto</p><p>Tício, candidato a Vereador do Município WYX, resolveu distribuir dentaduras e remédios</p><p>aos idosos eleitores da localidade, em troca de votos, fato esse comprovado por vários</p><p>documentos que registraram a referida compra. Em dezembro de 2016, após vencer as</p><p>eleições, foi diplomado no referido cargo. De posse de documentos que comprovam a</p><p>irregularidade da campanha, Mévio, também candidato ao cargo, mas não eleito, ainda no</p><p>prazo previsto na legislação, resolve ingressar com uma ação para invalidar a diplomação de</p><p>Tício.</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ ELEITORAL DA... ZONA ELEITORAL DE...</p><p>MÉVIO, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), profissão...,</p><p>portador do RG n°..., inscrito no CPF sob o n°..., endereço eletrônico..., residente e</p><p>domiciliado..., nesta cidade, vem, por seu advogado infraassinado, conforme procuração</p><p>anexa, com escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>com fundamento no art. 14, §10 e §11, da CRFB/88, propor a presente</p><p>85</p><p>AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO</p><p>em face de Tício, diplomado no cargo de Vereador no dia... pelos motivos que a seguir</p><p>expõe.</p><p>I - DA TEMPESTIVIDADE</p><p>No dia... o réu foi regularmente diplomado. A presente impugnação é tempestiva,</p><p>porque ajuizada dentro do prazo constitucional de 15 (quinze) dias contados da diplomação,</p><p>segundo prevê o art. 14, § 10, da CRFB/88.</p><p>II - DA PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA</p><p>A ação está instruída com as provas indispensáveis para invalidar o diploma eleitoral</p><p>obtido com abuso de poder econômico, conforme documentos anexos, atendendo ao</p><p>disposto no art. 14, § 10, da CRFB/88.</p><p>III - DOS FATOS</p><p>Tício, atual vereador do município WYX, regularmente diplomado em..., após lograr</p><p>êxito nas eleições, durante a sua campanha eleitoral, deu próteses dentárias e</p><p>medicamentos aos idosos da localidade em troca de votos.</p><p>Todos os fatos são amplamente comprovados por documentos que demonstram a</p><p>compra dos citados bens distribuídos aos idosos, aos quais Mévio, que também concorreu</p><p>ao cargo de vereador do município WYX, teve acesso, pretendendo, portanto, por meio da</p><p>presente ação, invalidar a diplomação de Tício.</p><p>IV - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA</p><p>O art. 14, § 10, da CRFB/88 fundamenta a presente ação, pois preceitua que o</p><p>mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias</p><p>contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,</p><p>corrupção ou fraude.</p><p>Ademais, a Lei Complementar 64 de 1990 também é aplicada por analogia,</p><p>estabelecendo a competência dos juízes eleitorais, quando se tratar de candidato a</p><p>Vereador, de acordo com o art. 2º, parágrafo único, inciso II da referida lei, trazendo,</p><p>também, a legitimação ativa em seu art. 3º, caput.</p><p>Dessa forma, o legitimado ativo é o Sr. Mévio, que concorreu como candidato ao</p><p>cargo de vereador do município WYX e o legitimado passivo é o Sr. Tício, que venceu as</p><p>eleições, já tendo até mesmo sido diplomado no cargo de Vereador no dia..., como já</p><p>narrado.</p><p>Importante ressaltar que a ação está instruída com as provas do abuso do poder</p><p>econômico praticado pelo Vereador, ora Réu, conforme documentos que demonstram a</p><p>compra dos bens distribuídos aos idosos como troca de votos, estando cumprido o requisito</p><p>estabelecido no art. 3º, § 3° da Lei complementar 64/1990 e art. 14, § 10, da CRFB/88.</p><p>V - DOS PEDIDOS</p><p>Em face do exposto, requer:</p><p>86</p><p>a) a procedência do pedido para invalidar o diploma eleitoral obtido com abuso de</p><p>poder econômico;</p><p>b) a citação do réu para integrar a lide, na forma do art. 238 do CPC;</p><p>c) a intimação do Ministério Público, segundo o art. 178 do CPC;</p><p>d) a juntada de documentos, de acordo com o art. 320 do CPC;</p><p>e) a condenação em honorários advocatícios e custas processuais, consoante o art.</p><p>85 do CPC.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>18. RECLAMAÇÃO</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas</p><p>decisões;</p><p>1. Histórico</p><p>2. Base Legal</p><p>3. Hipóteses de cabimento na CRFB</p><p>4. Hipóteses de cabimento no NCPC</p><p>Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:</p><p>I - preservar a competência do tribunal;</p><p>II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;</p><p>III - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo</p><p>Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;</p><p>IV - garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução</p><p>de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;*</p><p>DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS</p><p>87</p><p>Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando</p><p>houver, simultaneamente:</p><p>I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão</p><p>unicamente de direito;</p><p>II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.</p><p>DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA</p><p>Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de</p><p>remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão</p><p>de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.</p><p>§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a</p><p>requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,</p><p>a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão</p><p>colegiado que o regimento indicar.</p><p>§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de</p><p>competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.</p><p>§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos</p><p>fracionários, exceto se houver revisão de tese.</p><p>5. Legitimidade Ativa</p><p>Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público</p><p>6. Decisão Objeto da reclamação:</p><p>Administrativa ou judicial.</p><p>7. Prazo</p><p>Súmula 734 - STF</p><p>Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega</p><p>tenha desrespeitado</p><p>decisão do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Art. 988, § 5º É inadmissível a reclamação:</p><p>I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;</p><p>II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com</p><p>repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos</p><p>extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.</p><p>(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)</p><p>8. Tutela de Urgência. Pedido final</p><p>9. Jurisprudência do STF</p><p>"Não cabe reclamação contra ato futuro indeterminado. A reclamação pressupõe a prática</p><p>de ato específico para que possa ser conhecida." (Rcl 3.982, Rel. Min. Joaquim Barbosa,</p><p>julgamento em 19-11-2007, Plenário, DJ de 14-12- 2007.)</p><p>"Inexiste ofensa à autoridade de Súmula Vinculante quando o ato de que se reclama é</p><p>anterior à decisão emanada da Corte Suprema." (Rcl 6.449-AgR, Rel. Min. Eros Grau,</p><p>julgamento em 25-11-2009, Plenário, DJE de 11-12-2009).</p><p>88</p><p>"Não cabe reclamação constitucional para questionar violação a súmula do STF destituída</p><p>de efeito vinculante. Precedentes. As atuais súmulas singelas do STF somente produzirão</p><p>efeito vinculante após sua confirmação por dois terços dos Ministros da Corte e publicação</p><p>na imprensa oficial (art. 8º da EC 45/2004)."(Rcl 3.284-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento</p><p>em 1º-7-2009, Plenário, DJE de 28-8-2009).</p><p>"(...) somente as decisões concessivas das liminares em ADIs e ADCs é que se dotam de</p><p>efeito vinculante. Não as denegatórias. Ante a natureza subjetiva do processo, as decisões</p><p>proferidas em reclamação não têm eficácia erga omnes (contra todos)." (Rcl 3.424-AgR, Rel.</p><p>Min. Ayres Britto, julgamento em 11-10-2007, Plenário,DJE de 1º-8- 2008). No mesmo</p><p>sentido: Rcl 2.658-AgR, Rcl 2.811- AgR e Rcl 2.821-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento</p><p>em 16-9-2009, Plenário, DJE de 16-10-2009.</p><p>"Reclamação não é recurso e não se destina a examinar o ato impugnado com vistas a</p><p>repudiá-lo por alguma invalidade processual-formal ou corrigi-lo por erros em face da lei ou</p><p>da jurisprudência." (Rcl 3.800-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-2-2006, Plenário,</p><p>DJ de 9-6-2006.)</p><p>"A ação constitucional da reclamação não admite pedido de caráter preventivo." (Rcl 4.058-</p><p>AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 17-2-2010, Plenário, DJE de 9-4-2010.)</p><p>"Impossibilidade de utilização de reclamação quando há recurso apropriado e cabível contra</p><p>a decisão reclamada." (Rcl 5.159-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-6- 2007,</p><p>Primeira Turma, DJ de 10-8-2007.)</p><p>"É inepta a petição inicial de reclamação que não identifica com precisão quais seriam os</p><p>atos contrários à autoridade do STF, nem que indique analiticamente como os atos</p><p>reclamados poderiam violar a autoridade dos precedentes invocados." (Rcl 9.732-AgR, rel.</p><p>min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-6-2012, Plenário, DJE de 8-3-2013.)</p><p>"A reclamação é instrumento constitucional processual posto no sistema como dupla</p><p>garantia formal da jurisdição: primeiro, para o jurisdicionado que tenha recebido resposta a</p><p>pleito formulado judicialmente e que vê a decisão proferida afrontada, fragilizada e</p><p>despojada de seu vigor e de sua eficácia; segundo, para o STF (art. 102, I, l, da CF) ou para</p><p>o STJ (art. 105, I, f, da CF), que podem ter as suas respectivas competências enfrentadas e</p><p>menosprezadas por outros órgãos do Poder Judiciário e a autoridade de suas decisões</p><p>mitigadas em face de atos reclamados.</p><p>Ela não se presta a antecipar julgados, a atalhar julgamentos, a fazer sucumbir decisões sem</p><p>que se atenha à legislação processual específica qualquer discussão ou litígio a ser</p><p>solucionado juridicamente." (Rcl 5.310, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-4-</p><p>2008, Plenário, DJE de 16-5-2008.)</p><p>89</p><p>“Inicial. Reclamação. Documentos. A inicial deve vir acompanhada de documento essencial,</p><p>no que indispensável à compreensão da controvérsia.” (Rcl 15.316- AgR, rel. min. Marco</p><p>Aurélio, julgamento em 25-2-2014, Primeira Turma, DJE de 27-3-2014.)</p><p>“Está consagrada em nosso sistema normativo a orientação no sentido de que, salvo em caso</p><p>de comprovada má-fé, não é cabível a condenação em honorários em ações de natureza</p><p>constitucional, que visam tutelar relevantes interesses sociais. Com mais razão esse</p><p>entendimento se aplica à reclamação, que é ação de natureza constitucional destinada a</p><p>preservar a competência do próprio STF e para garantia da autoridade de suas decisões.”</p><p>(Rcl 16.418- AgRED, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 28-5-2014, Plenário, DJE de 18-</p><p>6-2014.)</p><p>10. Caso concreto</p><p>PEÇA PROCESSUAL DO EXAME XXXII</p><p>Após regular aprovação em concurso público de provas e títulos, João da Silva foi nomeado</p><p>e empossado no cargo de técnico administrativo de nível médio, vinculado ao Poder</p><p>Executivo do Município Alfa. Exerceu suas funções com grande dedicação por mais de uma</p><p>década. Durante esse período, também teve oportunidade de concluir o curso de</p><p>Administração de Empresas. Assim que João concluiu a faculdade, foi editada a Lei Municipal</p><p>nº 123/18, que permitia aos ocupantes do cargo de provimento efetivo de técnico</p><p>administrativo de nível médio, desde que preenchessem os requisitos exigidos, optarem pela</p><p>transposição para o cargo de auditor administrativo de nível superior, passando a integrar a</p><p>respectiva carreira. Poucos dias após a promulgação da Lei Municipal nº 123/18, um ocupante</p><p>do cargo de auditor administrativo de nível superior faleceu e, com a vacância, João formulou</p><p>o requerimento de transposição, o qual foi imediatamente deferido pela Administração</p><p>Pública. Com isso, Mário, único candidato aprovado no concurso público destinado ao</p><p>provimento do cargo de auditor administrativo de nível superior, que ainda não fora</p><p>nomeado, foi preterido. Mário, irresignado com a situação, interpôs recurso, que foi</p><p>apreciado por todas as instâncias administrativas, não tendo sido acolhida a tese de que a Lei</p><p>Municipal nº 123/18 afrontava o teor de Súmula Vinculante. Acresça-se que a validade do</p><p>concurso iria exaurir-se no fim do mês seguinte, e Mário estava desempregado.</p><p>À luz desse quadro, como advogado(a), redija a peça processual mais adequada, perante o</p><p>Supremo Tribunal Federal, para combater a nomeação de João para o cargo de auditor</p><p>administrativo de nível superior. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os</p><p>fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples</p><p>menção ou transcrição do dispositivo legal ou de Súmula não confere pontuação.</p><p>ESPELHO DA BANCA</p><p>90</p><p>A peça processual a ser apresentada é a reclamação OU reclamação constitucional (Art. 103-</p><p>A, § 3º, da CRFB/88, ou Art. 988, inciso III, e § 4º, do CPC, ou Art. 7º da Lei nº 11.417/06).</p><p>O processamento e o julgamento da Reclamação são de competência do Supremo Tribunal</p><p>Federal, na forma do Art. 103-A, § 3º, da CRFB/88.</p><p>A Reclamação é dirigida ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal (Art. 988, § 2º,</p><p>do CPC).</p><p>A Reclamação será proposta por Mário (dispõe o Art. 988, caput, do CPC, que “caberá</p><p>reclamação da parte interessada ou do Ministério Público”).</p><p>O polo passivo será composto pelo Prefeito do Município Alfa, autor do ato e por João,</p><p>beneficiado pela aplicação da Lei Municipal nº 123/18 em sede administrativa.</p><p>De acordo com o Art. 989 do CPC, “ao despachar a reclamação, o relator: I - requisitará</p><p>informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará</p><p>no prazo de 10 (dez) dias; [...] III - determinará a citação do beneficiário da decisão</p><p>impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.”</p><p>Ressaltar que a reclamação é cabível em razão do esgotamento das vias administrativas, nos</p><p>termos do Art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/06.</p><p>Quanto ao mérito, deve ser afirmado que, ao deferir o requerimento administrativo, o Prefeito</p><p>Municipal aplicou a Lei</p><p>Municipal nº 123/18 em detrimento da Constituição da República.</p><p>Com isso, ofendeu a Súmula Vinculante 43 do STF, segundo a qual “é inconstitucional toda</p><p>modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em</p><p>concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual</p><p>anteriormente investido.”</p><p>Prevalece, nesse caso, o entendimento de que a transposição ofende a exigência de prévia</p><p>aprovação em concurso público para a investidura em cargo público e o princípio da</p><p>Legalidade, nos termos do Art. 37, caput ou Art. 37, inciso II, ambos da CRFB/88</p><p>Como João já foi nomeado para ocupar o cargo vago, o que acarreta a correlata lesão ao</p><p>direito de Mário à nomeação, deve ser formulado pedido de tutela de urgência (perigo de</p><p>dano irreparável).</p><p>Deverá ser formulado pedido de anulação do ato administrativo que deferiu a transposição</p><p>do cargo de técnico administrativo de nível médio para o de auditor administrativo de nível</p><p>superior.</p><p>Deve ser formulado requerimento de juntada dos documentos anexos, já que a reclamação</p><p>formará autos autônomos, devendo ser instruída, de modo a subsidiar a decisão do Tribunal.</p><p>Deverá, ainda, ser formulado requerimento de gratuidade de justiça, citação do beneficiário</p><p>e indicado o valor da causa.</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.</p><p>(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais)</p><p>91</p><p>Mário, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), profissão...,</p><p>portador do RG n°..., e do CPF n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta</p><p>cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório...,</p><p>endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 103-A, § 3º,</p><p>da CRFB/88, e/ou no art. 988, III e § 4º, do CPC, e/ou no art. 7º da Lei 11.417/06, vem</p><p>apresentar</p><p>RECLAMAÇÃO</p><p>ou</p><p>RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL</p><p>em face do Prefeito do Município Alfa, autor do ato que contrariou o enunciado da Súmula</p><p>Vinculante 43 do Supremo Tribunal Federal e de João da Silva.</p><p>I – DA DECISÃO OBJETO DA RECLAMAÇÃO</p><p>Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, editou a súmula 43, com efeitos</p><p>vinculantes, que preceitua que “é inconstitucional toda modalidade de provimento que</p><p>propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao</p><p>seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.”</p><p>Mesmo sabendo da citada súmula vinculante, o Prefeito do Município Alfa editou a</p><p>Lei Municipal nº 123/18, que permitia aos ocupantes do cargo de provimento efetivo de</p><p>técnico administrativo de nível médio, desde que preenchessem os requisitos exigidos,</p><p>optarem pela transposição para o cargo de auditor administrativo de nível superior,</p><p>passando a integrar a respectiva carreira, e a Administração Pública aplicou tal preceito legal,</p><p>ignorando o citado enunciado de súmula vinculante. Com isso, Mário, único candidato</p><p>aprovado no concurso público destinado ao provimento do cargo de auditor administrativo</p><p>de nível superior, que ainda não fora nomeado, foi preterido, tendo João da Silva –</p><p>beneficiado com a aplicação da Lei Municipal nº 123/18 em sede administrativa –, formulado</p><p>um requerimento de transposição que foi imediatamente deferido pela Administração</p><p>Pública, já que um ocupante do cargo de auditor administrativo de nível superior havia</p><p>falecido e, diante da vacância, João formulou seu pleito.</p><p>Tendo em vista a decisão da Administração Pública pelo deferimento do</p><p>requerimento de transposição de João, Mário, indignado com a situação, tendo sido</p><p>prejudicado, interpôs recurso, que foi apreciado por todas as instâncias administrativas, não</p><p>tendo sido acolhida a tese de que a Lei Municipal nº 123/18 afrontava o teor da Súmula</p><p>Vinculante 43 do Supremo Tribunal Federal. Ademais, a validade do concurso irá se exaurir</p><p>no fim do mês seguinte, estando Mário desempregado e configurado, no caso em tela, o</p><p>claro desrespeito à força vinculante do enunciado da súmula em comento, havendo</p><p>necessidade de propositura da presente Reclamação.</p><p>II – DA TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A previsão para concessão da tutela de urgência na Reclamação Constitucional está</p><p>presente no art. 989, II e art. 300 do CPC, com natureza de medida cautelar.</p><p>O fumus boni iuris reside nos argumentos de fato e de direito apresentados na</p><p>presente e comprovados mediante a documentação anexa, e o periculum in mora também</p><p>se encontra demonstrado, tendo em vista a urgência da situação, para suspender os efeitos</p><p>92</p><p>do ato de nomeação de João, evitando dano irreparável, consistente no desempenho de</p><p>uma função pública por quem não preencheu o principal requisito constitucional exigido, a</p><p>aprovação em concurso público.</p><p>III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>De acordo com o art. 103-A, § 3º, da CRFB/88, e art. 7º da Lei 11.417/06, do ato</p><p>administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a</p><p>aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente,</p><p>anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra</p><p>seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.</p><p>E, ainda, o próprio Código de Processo Civil, de acordo com o art. 988, III e § 4º, do</p><p>CPC, afirma o cabimento de Reclamação Constitucional para garantir a observância de</p><p>enunciado de súmula vinculante. As normas procedimentais relativas a presente estão</p><p>previstas no CPC, entre os arts. 988 e 993.</p><p>Os efeitos vinculantes da súmula têm fundamento constitucional no caput do art. 103-</p><p>A, que preceitua que a Corte Constitucional pode, de ofício ou por provocação, mediante</p><p>decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria</p><p>constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito</p><p>vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública</p><p>direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão</p><p>ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>No caso ora analisado, a Administração Pública, órgão atingido pelos efeitos</p><p>vinculantes das súmulas vinculantes, proferiu decisão que afronta o teor do enunciado 43 do</p><p>Supremo Tribunal Federal, violando tais efeitos, tendo em vista que ao deferir o</p><p>requerimento administrativo, foi aplicada a Lei Municipal nº 123/18 em detrimento da</p><p>Constituição da República.</p><p>Dessa forma, houve ofensa a súmula vinculante 43 do STF, segundo a qual “é</p><p>inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem</p><p>prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não</p><p>integra a carreira na qual anteriormente investido.” Prevalece, nesse caso, o entendimento</p><p>de que a transposição ofende a exigência de prévia aprovação em concurso público para a</p><p>investidura em cargo público, nos termos do art. 37, inciso II, da CRFB/88.</p><p>Ademais, importante ressaltar que a presente Reclamação é cabível em razão do</p><p>esgotamento das vias administrativas, o que se deu no caso em tela, nos termos do art. 7º, §</p><p>1º, da Lei nº 11.417/06.</p><p>IV – DOS PEDIDOS</p><p>Pelas razões acima expostas, o Reclamante requer:</p><p>a) a concessão da medida cautelar para suspender os efeitos do ato de nomeação, para</p><p>evitar dano irreparável, na forma do art. 989, II, do CPC;</p><p>b) que ao final seja julgado procedente o pedido, com a confirmação da concessão da</p><p>medida cautelar, para que seja anulado o ato administrativo que deferiu a transposição do</p><p>cargo de técnico administrativo de nível médio para o de auditor administrativo de nível</p><p>superior para fins de preservação da súmula vinculante 43 do STF;</p><p>c) a citação do beneficiário da decisão impugnada para apresentar a sua contestação,</p><p>conforme art. 989, III, do CPC;</p><p>93</p><p>d) a oitiva (ou requisição de informações) da autoridade Reclamada,</p><p>nos termos do art. 989,</p><p>I, do CPC;</p><p>e) a oitiva (ou intimação) do Procurador-Geral da República, na forma do art. 991 do CPC;</p><p>f) a juntada dos documentos anexos.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC.</p><p>Ou</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado</p><p>OAB nº ...</p><p>19. TEORIA GERAL DOS RECURSOS</p><p>1. Definição</p><p>•Segundo Barbosa Moreira, recurso é o remédio voluntário idôneo a ensejar dentro de um</p><p>mesmo processo a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão</p><p>impugnada.</p><p>De acordo com Moacyr Amaral Santos, recurso é "o poder de provocar o reexame de uma</p><p>decisão, pela mesma autoridade judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando</p><p>a obter a sua reforma ou modificação."</p><p>2. Finalidade</p><p>O erro na decisão que pode embasar o cabimento do recurso pode ser in procedendo e/ou</p><p>in judicando.</p><p>O erro in procedendo consiste no erro do juiz ao proceder. É um erro de forma. O</p><p>magistrado não observa os requisitos formais necessários para a prática do ato, culminando</p><p>num decisório nulo. É o exemplo da sentença que falta parte dispositiva ou a que concede</p><p>pedido que a parte autoral não postulou (sentença extra petita). Diante disso, o recorrente</p><p>deve pleitear a INVALIDAÇÃO da sentença e não a sua REFORMA.</p><p>De outro norte, no que atine ao erro in judicando, este consiste no ato pelo qual o juiz se</p><p>equivoca quanto à apreciação da demanda, seja porque erra na interpretação da lei, seja</p><p>por que não adequa corretamente os fatos ao plano abstrato da norma. O magistrado erra</p><p>ao julgar. Tal erro recai sobre o próprio conteúdo que compõe o litígio. É erro material.</p><p>Enseja a REFORMA da decisão e não INVALIDAÇÃO.</p><p>➢Nada impede que o recorrente aponte, em um mesmo recurso, a existência de erro de</p><p>forma e de julgamento.</p><p>3. Espécies. Art. 994, do CPC.</p><p>Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:</p><p>I – apelação;</p><p>94</p><p>II – agravo de instrumento;</p><p>III – agravo interno;</p><p>IV – embargos de declaração;</p><p>V – recurso ordinário;</p><p>VI – recurso especial;</p><p>VII – recurso extraordinário;</p><p>VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário;</p><p>IX – embargos de divergência.</p><p>4. Princípios norteadores</p><p>Princípio do duplo grau de jurisdição</p><p>Princípio da singularidade</p><p>Princípio da Taxatividade</p><p>Princípio da Fungibilidade</p><p>5. Natureza da “decisão”</p><p>Decisão Interlocutória – o juiz decide algum incidente no processo. (concessão de tutela de</p><p>urgência ou não, etc), mas não põe fim ao processo.</p><p>Sentença – é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e</p><p>487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução,</p><p>conforme o art. 203, § 1º, do CPC.</p><p>Acórdão – quando se tratar de decisão do órgão colegiado do Tribunal, nos termos do art.</p><p>204 do CPC.</p><p>Decisão monocrática – proferida pelo relator do recurso.</p><p>6. Recursos cabíveis:</p><p>Em 1º grau de Jurisdição:</p><p>-Da sentença, cabe Apelação (art. 1.009 do CPC)</p><p>-De determinadas decisões interlocutórias, cabe Agravo de instrumento (art. 1.015 do CPC)</p><p>No Tribunal:</p><p>-Dos Acórdãos, podem caber:</p><p>ROC</p><p>RE</p><p>RESP</p><p>Embargos de Divergência</p><p>Das decisões monocráticas dos Relatores:</p><p>- Agravos #</p><p>Obs: Os Embargos de Declaração são cabíveis em face de qualquer espécie de decisão!</p><p>7. Efeitos dos recursos</p><p>95</p><p>Suspensivo: suspende os efeitos da decisão impedindo a sua consumação até o julgamento</p><p>do recurso. Sendo a sentença condenatória, o efeito suspensivo obsta a execução provisória</p><p>da decisão.</p><p>Devolutivo: comum a todos os recursos, este efeito adia a formação da coisa julgada e</p><p>propicia o exame do mérito do recurso.</p><p>8. Tutela de urgência recursal</p><p>Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão</p><p>judicial em sentido diverso.</p><p>Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator,</p><p>se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível</p><p>reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.</p><p>O CPC estabelece, de forma geral, duas condições a serem observadas para que seja</p><p>atribuído efeito suspensivo a recurso ou para que seja antecipada a tutela recursal. Os</p><p>pressupostos para tal deferimento continuam atrelados à demonstração do periculum in</p><p>mora e fumus boni iuris típicos das tutelas de urgências. Art. 300, do CPC.</p><p>Válido, a propósito, a seguinte lição doutrinária de Teori Albino Zavascki:</p><p>"Assim, em nome da 'proteção de direito suscetível de grave dano de incerta reparação' ou</p><p>'para garantir a eficácia da ulterior decisão da causa', ou, ainda, 'em atenção aos princípios</p><p>da instrumentalidade e da efetividade do processo', pode o tribunal não apenas conceder</p><p>medida para dar efeito suspensivo ao recurso especial ou extraordinário, mas também, se</p><p>necessário, antecipar, provisoriamente, os efeitos da tutela recursal, sempre que tal</p><p>antecipação seja indispensável à salvaguarda da própria utilidade do futuro julgamento."</p><p>9. Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito</p><p>Para que certos recursos sejam admitidos (RE e RESP), a legislação processual prevê uma</p><p>série de exigências que precisam ser cumpridas. Apenas se observados os pressupostos de</p><p>admissibilidade é que os recursos serão apreciados no seu mérito, pelo órgão competente.</p><p>No juízo de admissibilidade é preciso comprovar, necessariamente, os seguintes requisitos:</p><p>a legitimidade, o interesse, a tempestividade, o cabimento e o preparo.</p><p>Pedimos ao Juízo que avaliará a admissibilidade do recurso (por meio de uma Peça de</p><p>Interposição) que ele seja “conhecido e recebido” e, ao Juízo de Mérito, que o recurso seja</p><p>“conhecido e provido”.</p><p>• Não há valor da causa nos recursos.</p><p>10. Preparo</p><p>Salvo concessão de gratuidade de justiça, é preciso recolher o preparo e custas de porte de</p><p>remessa e de retorno (art. 1.007, do CPC) e a guia de recolhimento deverá ser anexada à</p><p>peça processual.</p><p>11. Prazo</p><p>Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão</p><p>somente os dias úteis.</p><p>Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.</p><p>96</p><p>Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de</p><p>dezembro e 20 de janeiro, inclusive.</p><p>§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros</p><p>do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça</p><p>exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput.</p><p>§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de</p><p>julgamento.</p><p>Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo</p><p>e incluindo o dia do vencimento.</p><p>Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a</p><p>sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público</p><p>são intimados da decisão.</p><p>§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para</p><p>responder-lhes é de 15 (quinze) dias.</p><p>Observações importantes</p><p>3 PASSOS</p><p>1- IDENTIFICAÇÃO DA DECISÃO IMPUGNADA</p><p>2- VERIFICAR O RECURSO CABÍVEL</p><p>3- VERIFICAR SE HÁ PEÇA DE INTERPOSIÇÃO</p><p>➢ESTRUTURA PRINCIPAL DO RECURSO:</p><p>T - TEMPESTIVIDADE</p><p>C- CABIMENTO</p><p>P- PREPARO</p><p>20. APELAÇÃO</p><p>1. BASE LEGAL E CABIMENTO</p><p>O art. 1.009, do CPC indica que da sentença caberá apelação (arts. 485 e 487, do CPC).</p><p>Relembramos que sentença é o ato em que há resolução do mérito ou em que o processo é</p><p>extinto em primeiro grau (no âmbito estadual ou federal), sem resolução do mérito,</p><p>conforme o art. 203, § 1º, do CPC.</p><p>2. PRAZO. Art. 1.003, § 5°</p><p>3. PREPARO. Art. 1.007</p><p>4. MARCAÇÕES IMPORTANTES:</p><p>97</p><p>Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. (Lei 9507/97)</p><p>Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela</p><p>útil do processo.</p><p>Em se tratando de medida cautelar, podemos substituir por: fumus boni iuris e periculum in</p><p>mora.</p><p>NO RASCUNHO DA PETIÇÃO INICIAL:</p><p>5 PASSOS DA FELICIDADE: O SEXTO É O DA APROVAÇÃO</p><p>1. RESUMO DO CASO</p><p>2. LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>3. LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>4. QUAL É A PEÇA?</p><p>5. ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>ORIENTAÇÕES GERAIS</p><p>Trechos em letra de forma (endereçamento, nomen iuris da peça na qualificação, tópicos da</p><p>peça);</p><p>Tópicos em algarismos romanos;</p><p>DOS FATOS, OS FATOS, SÍNTESE DOS FATOS...</p><p>DOS FUNDAMENTOS, DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA, DO DIREITO... - Fundamentação</p><p>jurídica completa. (Constituição, Lei, Jurisprudência, Súmulas)</p><p>PEDIDOS (a, b, c, d...)</p><p>1 ENDEREÇAMENTO: EXMO SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL</p><p>FEDERAL</p><p>2</p><p>3</p><p>9</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7 QUALIFICAÇÃO: Fulano de Tal..... , NOME DA PEÇA, FUNDAMENTO LEGAL,</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>11</p><p>12 I- DOS FATOS</p><p>13</p><p>14 II- DOS FUNDAMENTOS</p><p>15</p><p>16 III- DOS PEDIDOS</p><p>17</p><p>18 ENCERRAMENTO</p><p>19</p><p>20</p><p>21</p><p>22</p><p>23</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>2. HABEAS DATA</p><p>Art. 5º LXXII - conceder-se-á "habeas-data":</p><p>a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,</p><p>constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter</p><p>público;</p><p>b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial</p><p>ou administrativo;</p><p>Lei 9507/97</p><p>Art. 7º Conceder-se-á habeas data:</p><p>I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,</p><p>constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter</p><p>público;</p><p>10</p><p>II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial</p><p>ou administrativo;</p><p>III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre</p><p>dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.</p><p>1. Histórico no Direito Comparado e Brasileiro</p><p>A criação do habeas data pelo constituinte de 1988 tem estreita relação com os “anos de</p><p>chumbo” vivenciados pelos brasileiros na época da ditadura militar. Como é fato notório,</p><p>autoridades faziam uso da prática repugnável de colher informações sobre a vida das</p><p>pessoas que se insurgiam contra o regime, numa completa violação ao direito fundamental</p><p>à intimidade.</p><p>A influência do direito comparado sobre a criação do instituto é normalmente associada ao</p><p>Freedom of Information Act americano de 1974, ainda que a ação também tenha previsão</p><p>na Constituição de Portugal de 1976 e na Constituição da Espanha de 1978.</p><p>2. Noções conceituais e natureza jurídica</p><p>É uma ação constitucional e, também, de natureza cível, de procedimento especial (art. 19,</p><p>Lei 9507/97), dirigida ao conhecimento ou retificação, como também, anotação, contestação</p><p>ou explicação de dados pessoais constantes de bancos de dados ou, assentamentos de</p><p>entidades governamentais ou de caráter público.</p><p>É gratuita para todas as pessoas, na forma do art. 5º, LXXVII, da CRFB/88 e ainda recebe</p><p>tratamento infraconstitucional pela Lei nº 9.507/97.</p><p>O habeas data não tem por finalidade permitir acesso a informações públicas – papel do</p><p>mandado de segurança – mas sim, a dados pessoais (nome, filiação, saúde, escolaridade,</p><p>trabalho etc.), sobre a pessoa do Impetrante, desde que não estejam protegidas pelo sigilo,</p><p>em respeito ao disposto na parte final do art. 5º, XXXIII, da CRFB/88.</p><p>Segundo José Afonso da Silva, o habeas data: “É um remédio constitucional que tem por</p><p>objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: usos abusivos de registros de dados</p><p>pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros</p><p>de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou</p><p>religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual, etc.); conservação de dados falsos</p><p>ou com fins diversos dos autorizados em lei”.</p><p>Banco de dados é “conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em</p><p>vários locais, em suporte eletrônico ou físico”.</p><p>3. Base Legal: art. 5º, LXXII e Lei 9507/97</p><p>4. Finalidade – Dados Pessoais?</p><p>Conhecer</p><p>Ou</p><p>Retificar</p><p>Ou</p><p>Complementar</p><p>11</p><p>EXEMPLOS DE DADOS PESSOAIS:</p><p>Nome;</p><p>Características pessoais;</p><p>Qualificação pessoal;</p><p>Escolaridade;</p><p>Trabalho;</p><p>Saúde;</p><p>Dados genéticos etc.</p><p>5. Legitimidade Ativa. Herdeiros. Remédio Personalíssimo</p><p>6. Polo Passivo. Autoridade Coatora.</p><p>7. Definição de “caráter público”</p><p>Art. 1º: Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados</p><p>contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não</p><p>sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. (Lei</p><p>9507/97)</p><p>8. Requisito essencial</p><p>De acordo com a Súmula nº 2 do STJ: “Não cabe o habeas data se não houve recusa de</p><p>informações por parte da autoridade administrativa.”</p><p>Assim dispõe a Lei nº 9.507/97 no parágrafo único do art. 8º: “A petição inicial deverá ser</p><p>instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez</p><p>dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze</p><p>dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4°</p><p>ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão”.</p><p>“(...) O acesso ao habeas data pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a</p><p>existência do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ação, torna-se inviável o</p><p>exercício desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de</p><p>informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito</p><p>indispensável para que se concretize o interesse de agir no habeas data. (...)</p><p>(…) Sem que se configure situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação</p><p>constitucional do habeas data” (RHD 22, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j. 19.9.91, DJ</p><p>1º.9.95).</p><p>9. JURISPRUDÊNCIA STJ</p><p>Para obtenção de cópia de processo administrativo não é cabível o habeas data, pois no</p><p>caso de a busca não ser por informações pessoais ou esclarecimentos sobre bancos de</p><p>dados ou arquivos governamentais, será adequado impetrar mandado de segurança e não</p><p>o habeas data.</p><p>12</p><p>O habeas data não alcança a pretensão de obter informações que estejam sob sigilo.</p><p>Portanto, se a lei trata de um dado como sendo sigiloso, ou de uso exclusivo de determinada</p><p>entidade que o detêm, tal dado não pode ser transferido a terceiros.</p><p>O acesso a informações contidas em prontuário médico, como o exame psiquiátrico</p><p>realizado por servidor nessa qualidade, pode ser assegurado via habeas data, não havendo</p><p>que se falar em informações de uso interno e exclusivo do órgão que realizou o mesmo.</p><p>No caso do acesso aos extratos de depósitos de FGTS é cabível o habeas data, pois a caixa</p><p>econômica federal assume função estatal de gestora do mesmo, exercendo atividade do</p><p>poder público, o que justifica o cabimento daquele remédio.</p><p>STF</p><p>O “habeas data” é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio</p><p>contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas</p><p>informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes</p><p>estatais. Essa a conclusão do Plenário, que proveu recurso extraordinário em que discutida</p><p>a possibilidade de o contribuinte, por meio do aludido remédio constitucional, acessar todas</p><p>as anotações incluídas nos arquivos da Receita Federal, com relação a todos os tributos de</p><p>qualquer natureza por ele declarados e controlados pelo Sistema Integrado de Cobrança -</p><p>Sincor, ou qualquer outro, além da relação de pagamentos efetuados para a liquidação</p><p>desses débitos, mediante vinculação automática ou manual, bem como a relação dos</p><p>pagamentos sem liame com débitos existentes. No caso,</p><p>improcedência da ação está sujeita ao</p><p>duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal;</p><p>da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. (Lei 4717/65).</p><p>Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. (Lei</p><p>12.016/09).</p><p>5. PROCEDIMENTO</p><p>- Juízo de Admissibilidade? Petição de interposição.</p><p>- Juízo de Mérito</p><p>6. Novidade</p><p>Art. 1.009.</p><p>§ 1 o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não</p><p>comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas</p><p>em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas</p><p>contrarrazões.</p><p>Exemplos de decisões interlocutórias que podem ser questionadas em sede de apelação</p><p>(sempre ler o art. 1.015 antes)</p><p>- Decisão que indefere prova testemunhal;</p><p>- Redução do valor da causa indicado pelo autor.</p><p>7. Caso concreto</p><p>PEÇA DO XI EXAME DE ORDEM</p><p>Fábio é universitário, domiciliado no Estado K e pretende ingressar no ensino superior</p><p>através de nota obtida pelo Exame Nacional, organizado pelo Ministério da Educação. Após</p><p>a divulgação dos resultados, Fábio é surpreendido com seu baixo desempenho nas</p><p>questões discursivas, a transparecer que não corrigiram adequadamente sua prova, ou</p><p>deixaram de lançar ou somar as notas das questões, o que inviabiliza seu ingresso na</p><p>entidade preferida. Não há previsão de vista de prova e nem de recurso administrativo no</p><p>edital, sendo certo que existe agente público do Ministério da Educação responsável pelo</p><p>exame em cada estado da federação, denominado de Coordenador Estadual do Exame</p><p>Nacional, sediado na capital. Fábio requereu vista de prova e revisão da mesma ao</p><p>Coordenador Estadual do Exame Nacional, tendo o seu pedido sido indeferido, por</p><p>ausência de previsão editalícia. Inconformado, Fábio contrata advogado que impetra</p><p>mandado de segurança, objetivando ter vista da prova, tendo a liminar sido indeferida, sem</p><p>interposição de recurso. Após trinta dias de tramitação, surge sentença que julga</p><p>improcedente o pedido, confirmando a legalidade da recusa de acesso à prova por falta de</p><p>previsão no edital. A decisão restou clara, sem qualquer vício de omissão, contradição ou</p><p>obscuridade. Foram opostos embargos de declaração, os quais foram rejeitados. Fábio, por</p><p>meio do seu advogado, apresenta o recurso pertinente.</p><p>Redija a peça recursal cabível ao tema. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal</p><p>não pontua. (Valor: 5,0)</p><p>ELABORAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO RECURSO</p><p>98</p><p>3 PASSOS</p><p>• PASSO 1 – IDENTIFICAÇÃO DA DECISÃO OBJETO DO RECURSO</p><p>• PASSO 2 – VERIFICAR O RECURSO CABÍVEL PARA IMPUGNAR A DECISÃO</p><p>• PASSO 3 – VERIFICAR SE HÁ OU NÃO PEÇA DE INTERPOSIÇÃO</p><p>(primeira folha, peça de interposição)</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL ... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO</p><p>K. (Juízo recorrido)</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo nº:…</p><p>(2 linhas)</p><p>Fábio, já qualificado nos autos do Mandado de Segurança de número em epígrafe,</p><p>que move em face do Coordenador Estadual do Exame Nacional, inconformado com a</p><p>sentença proferida às fls. ..., vem, por seu advogado, conforme procuração anexa, com</p><p>escritório..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, interpor,</p><p>tempestivamente, a presente</p><p>APELAÇÃO</p><p>nos termos do artigo 1.009 do CPC e do art. 14, da Lei 12.016/09, esperando que seja</p><p>juntada a guia de recolhimento anexa e, depois de cumpridas as formalidades processuais</p><p>necessárias, previstas no art. 1.010, §§ 1° e 3°, do CPC, sejam os autos remetidos ao Tribunal</p><p>Regional Federal da... Região.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>(segunda folha)</p><p>AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO</p><p>APELANTE: Fábio</p><p>APELADO: Coordenador Estadual do Exame Nacional</p><p>RAZÕES DE APELAÇÃO</p><p>I. TEMPESTIVIDADE</p><p>99</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>dias, previsto no art. 1.003, § 5 º, do CPC.</p><p>II. CABIMENTO</p><p>O recurso cabível em face de uma sentença de juiz de primeiro grau é a apelação,</p><p>segundo prevê o art. 1.009, do CPC.</p><p>A apelação em face de sentença denegatória de mandado de segurança também</p><p>está presente no art. 14 da Lei 12.016/09.</p><p>III. PREPARO</p><p>O preparo e o porte de remessa e de retorno foram devidamente recolhidos, na</p><p>forma do art. 1.007 do CPC.</p><p>IV. BREVE RELATO DOS FATOS</p><p>Fábio, ora apelante, impetrou um mandado de segurança perante o juiz federal da ...</p><p>vara, tendo em vista que após a divulgação dos resultados obtidos no Exame Nacional,</p><p>organizado pelo Ministério da Educação, foi surpreendido com seu baixo desempenho nas</p><p>questões discursivas, a transparecer que não corrigiram adequadamente sua prova, ou</p><p>deixaram de lançar ou somar as notas das questões. Posteriormente, teve a negativa do seu</p><p>peito de vista de prova, o que violou direito líquido e certo do apelante, como será</p><p>esclarecido adiante.</p><p>O que Fábio pretendia, com a impetração do referido remédio constitucional, era,</p><p>portanto, ter a vista de prova, já que não havia a previsão de tal procedimento e nem mesmo</p><p>de recurso administrativo no edital do Exame Nacional, e, mesmo ele tendo requerido a vista</p><p>de sua prova ao Coordenador Estadual do Exame, o seu pedido foi indeferido, por ausência</p><p>de previsão editalícia.</p><p>Mesmo diante de todo o exposto, e com farta prova documental pré-constituída</p><p>anexada aos autos, o juiz de primeiro grau indeferiu o pedido liminar formulado por Fábio,</p><p>e, posteriormente, proferiu sentença julgando improcedente o seu pleito, confirmando a</p><p>legalidade da recusa de acesso à prova por falta de previsão no edital e, como será</p><p>demonstrado a seguir, a sentença merece ser reformada.</p><p>V. RAZÕES PARA REFORMA (nesse tópico devem ser destacados os fundamentos</p><p>jurídicos para a reforma ou anulação da sentença recorrida)</p><p>Na forma do art. 5º, LXIX, da CRFB/88, o mandado de segurança será concedido para</p><p>proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",</p><p>quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente</p><p>de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.</p><p>O mandado de segurança também está regulamentado pela Lei 12.016/09, que no</p><p>art. 1º reforça a natureza residual do instituto.</p><p>Destaca-se que a falta de previsão, no edital do Exame Nacional, para a realização de</p><p>vista e revisão de prova, bem como de recurso administrativo, não afasta, e nem poderia</p><p>fazê-lo, o direito de petição elencado no próprio texto constitucional, em seu art. 5º, XXXIV,</p><p>sendo este um direito fundamental que deve ser garantindo ao Apelante.</p><p>Ademais, os princípios da legalidade, estampado no art. 5º, II, da CRFB/88 e da</p><p>publicidade, constante no art. 37, caput, da CRFB/88, devem ser observados pela</p><p>100</p><p>Administração Pública, não podendo o agente público do Ministério da Educação</p><p>responsável pelo exame negar ao Apelante o direito de acessar a sua prova e até mesmo</p><p>recorrer, administrativamente, caso haja algum equívoco constatado objetivamente na</p><p>correção de sua prova.</p><p>VI. PEDIDOS</p><p>Por todo o exposto, o Apelante requer que o presente recurso de Apelação seja</p><p>conhecido e provido (ou que seja dado provimento) para reforma da sentença recorrida para</p><p>acolher o pedido inicial, de concessão de vista da prova realizada pelo Apelante no âmbito</p><p>do Exame Nacional. Requer, ainda, a condenação do Recorrido nos ônus da sucumbência.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>21. RECURSOS ORDINÁRIOS PARA O STF E STJ</p><p>1. Definição</p><p>Os recursos podem ser divididos entre ordinários e extraordinários. São ordinários aqueles</p><p>recursos que tenham por objeto próximo a proteção do direito subjetivo do recorrente, que</p><p>permitam a discussão das matérias de direito e de fato e que tenham admissibilidade geral</p><p>não se sujeitando a requisitos</p><p>especialíssimos (Ex.: a Apelação). Os extraordinários (RE e</p><p>RESP), com sede na Constituição, restringem a análise à matéria de direito, exigem a</p><p>comprovação de prequestionamento, além de outras condições de admissibilidade.</p><p>Nesse sentido, o Recurso Ordinário Constitucional (ROC), denominado por alguns autores</p><p>de “Apelação Constitucional”, é verdadeiramente um recurso ordinário muito embora sua</p><p>previsão seja constitucional.</p><p>2. Base legal</p><p>Art. 102, II, “a” e “b”, da CRFB/88;</p><p>Art. 105, II, “a”, “b” e “c”, da CRFB/88;</p><p>Arts. 1027 e 1028 do CPC.</p><p>3. Cabimento</p><p>O ROC é dirigido ao STF e ao STJ, exclusivamente nas hipóteses disciplinadas nos art. 102,</p><p>II, e 105, II, da CRFB/88.</p><p>➔ Não há ROC fora da Constituição!</p><p>4. Prazo</p><p>Art. 1003, § 5º, do CPC.</p><p>101</p><p>5. Preparo</p><p>Art. 1007 do CPC.</p><p>6. Estrutura da Peça. Peça de Interposição?</p><p>RECURSO ORDINÁRIO – STF</p><p>RECURSO ORDINÁRIO – STJ</p><p>102</p><p>7. Caso concreto</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL XXX EXAME</p><p>103</p><p>Após a tramitação do respectivo processo administrativo, foi indeferido o pedido de</p><p>reconsideração formulado pela sociedade empresária WW, relativo à decisão proferida pelo</p><p>Secretário de Estado de Ordem Pública do Estado Alfa, que proibira a exploração de sua</p><p>atividade econômica. Essa atividade consistia no reparo e no conserto de veículos</p><p>automotores, sob a forma de unidade móvel, em que a estrutura da oficina, instalada em</p><p>micro-ônibus, se deslocava até o local de atendimento a partir de solicitação via aplicativo</p><p>instalado em aparelhos de computador ou de telefonia móvel. Ao fundamentar a sua decisão</p><p>originária, cujos argumentos foram reiterados no indeferimento do pedido de</p><p>reconsideração, o Secretário de Estado de Ordem Pública informou que embasara o seu</p><p>entendimento no fato de a referida atividade não estar regulamentada em lei. Nesse caso, a</p><p>Lei estadual nº 123/2018, que dispunha sobre suas competências, autorizava expressamente</p><p>que fosse vedada a sua exploração. Por ver na referida decisão um verdadeiro atentado à</p><p>ordem constitucional, a sociedade empresária WW impetrou mandado de segurança contra</p><p>o ato do Secretário de Estado perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, órgão</p><p>jurisdicional competente para processá-lo e julgá-lo originariamente, conforme dispunha a</p><p>Constituição do Estado Alfa. Para surpresa da impetrante, apesar de o Tribunal ter</p><p>reconhecido a existência de prova pré-constituída comprovando o teor da decisão do</p><p>Secretário de Estado, a ordem foi indeferida, situação que permaneceu inalterada até o</p><p>exaurimento da instância ordinária. A situação se tornara particularmente dramática na</p><p>medida em que a proibição de exploração da atividade econômica iria inviabilizar a própria</p><p>continuidade da pessoa jurídica, que não conseguiria saldar seus débitos e continuar</p><p>atuando no mercado, o que exigiria a imediata demissão de dezenas de empregados.</p><p>A partir da narrativa acima, elabore a petição do recurso cabível contra a decisão proferida</p><p>pelo Tribunal de Justiça do Estado Alfa. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>1ª página (peça de interposição)</p><p>EXMº. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ALFA</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo nº:…</p><p>(2 linhas)</p><p>Sociedade Empresária WW, devidamente qualificada nos autos do Mandado de</p><p>Segurança de número em epígrafe, que move em face do Secretário de Estado de Ordem</p><p>Pública do Estado Alfa, inconformada com a decisão proferida às fls. ..., que denegou a</p><p>segurança pretendida, vem, por seu advogado, conforme procuração anexa, com</p><p>escritório..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. art. 77, V, do CPC, interpor,</p><p>tempestivamente, o presente</p><p>RECURSO ORDINÁRIO</p><p>104</p><p>nos termos do artigo 105, II, b, da CRFB/88 e do art. 1.027, II, a, do CPC, esperando que seja</p><p>juntada a guia de recolhimento anexa e determinada a intimação do recorrido para, em 15</p><p>(quinze) dias, apresentar as contrarrazões e que, posteriormente, sejam os autos remetidos</p><p>ao Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n°...</p><p>2ª página (peça de razões)</p><p>AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>RECORRENTE: Sociedade Empresária WW</p><p>RECORRIDO: Secretário de Estado de Ordem Pública do Estado Alfa</p><p>RAZÕES DE RECURSO</p><p>I – DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>dias, previsto no art. 1.003, § 5º, do CPC.</p><p>II – DO CABIMENTO DO RECURSO</p><p>O recurso cabível em face de decisão denegatória de mandado de segurança</p><p>decidido em única instância pelos tribunais de justiça dos Estados é o recurso ordinário para</p><p>o STJ, na forma do art. 1.027, II, a, do CPC.</p><p>O presente recurso também está previsto no art. 105, II, b, da CRFB/88.</p><p>III – PREPARO</p><p>O preparo e o porte de remessa e de retorno foram devidamente recolhidos, na</p><p>forma do art. 1.007, do CPC.</p><p>IV – DA SÍNTESE DOS FATOS</p><p>A Sociedade Empresária WW impetrou Mandado de Segurança originariamente no</p><p>âmbito do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, diante do indeferimento do pedido de</p><p>reconsideração formulado relativo à decisão proferida pelo Secretário de Estado de Ordem</p><p>Pública do respectivo estado, que havia proibido a exploração de sua atividade econômica</p><p>sob o argumento de que tal atividade não estaria regulamentada em lei.</p><p>Em sua decisão denegatória, o Secretário invocou as mesmas razões de falta de</p><p>regulamentação legal da atividade, destacando que a Lei estadual nº 123/2018, que</p><p>dispunha sobre suas competências, autorizava expressamente que fosse vedada a sua</p><p>105</p><p>exploração, que consiste no reparo e conserto de veículos automotores, sob a forma de</p><p>unidade móvel.</p><p>Apesar de todo o exposto e mesmo diante da clara violação à ordem constitucional,</p><p>o órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado Alfa denegou a segurança pretendida em</p><p>sede de Mandado de Segurança impetrado pela Sociedade Empresária, ora Recorrente,</p><p>apesar de ter reconhecido a existência de prova pré-constituída, situação que permaneceu</p><p>inalterada.</p><p>V – DO EFEITO SUSPENSIVO ATIVO AO RECURSO</p><p>Além do fundamento relevante do direito da Sociedade Empresária WW, há o risco</p><p>de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da</p><p>situação, já que a vedação ao exercício da atividade econômica da Recorrente pode impedir</p><p>a continuidade da pessoa jurídica. A solidez do direito está expressa nos fundamentos de</p><p>mérito.</p><p>Portanto, deve ser concedida a tutela provisória para a concessão de efeito</p><p>suspensivo ativo ao recurso ordinário, permitindo a continuidade do exercício da atividade</p><p>econômica enquanto não apreciado o mérito, com fundamento no art. 1.027, § 2º c/c art.</p><p>1.029, § 5º, I, do CPC.</p><p>VI – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>Na forma do art. 5º, LXIX, da CRFB/88, o mandado de segurança será concedido para</p><p>proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",</p><p>quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente</p><p>de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.</p><p>O mandado de segurança também está regulamentado pela Lei 12.016/09, que no</p><p>art. 1º reforça a natureza residual do instituto. Dessa forma, a Recorrente possui direito ao</p><p>referido remédio constitucional, que foi improvido pelo órgão especial competente, mesmo</p><p>diante das provas documentais exigidas pelo art. 6º, caput da Lei 12.016/09.</p><p>A legitimidade da Recorrente decorre do fato de ser parte na relação processual,</p><p>enquanto o seu interesse processual está associado ao fato de não ter tido a sua pretensão</p><p>acolhida.</p><p>A Lei estadual nº 123/2018, na qual se embasou o Secretário de Estado de Ordem</p><p>Pública do Estado Alfa, ora recorrido, incursionou em matéria afeta</p><p>ao interesse local, de</p><p>competência legislativa dos Municípios, nos termos do art. 30, I, da CRFB/88, sendo,</p><p>portanto, formalmente inconstitucional.</p><p>Ademais, também é materialmente inconstitucional, na medida em que permitiu que</p><p>fosse vedado o exercício de uma atividade econômica por não estar disciplinada em lei,</p><p>enquanto a regra é a liberdade, ressalvados os limitadores legais, nos termos do art. 170,</p><p>parágrafo único, da CRFB/88. Dessa forma, a inconstitucionalidade da Lei estadual nº</p><p>123/2018 deve ser incidentalmente reconhecida, em razão dos vícios apontados.</p><p>Por fim, o ato do Secretário de Estado violou direito líquido e certo da Recorrente de</p><p>explorar a atividade econômica, o que justificaria o acolhimento do mandado de segurança,</p><p>nos termos do art. 5º, LXIX, da CRFB/1988.</p><p>VII – DOS PEDIDOS</p><p>106</p><p>Face ao acima exposto, a Recorrente pede a concessão da tutela provisória para que</p><p>seja atribuído efeito suspensivo ativo ao recurso ordinário permitindo a continuidade do</p><p>exercício da atividade econômica enquanto não apreciado o mérito, e que, ao final, seja</p><p>dado provimento ao presente Recurso para reformar o acórdão recorrido e a concessão da</p><p>ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar; e que o Recorrido seja condenado</p><p>nos ônus sucumbenciais.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n°...</p><p>22. ASPECTOS COMUNS RE E RESP</p><p>Súmula 281, STF.</p><p>É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso</p><p>ordinário da decisão impugnada.</p><p>ANÁLISE DO DIREITO E NÃO DE FATOS</p><p>PRAZO. Art. 1.003, §5º do CPC</p><p>PREPARO. Art. 1.007 do CPC</p><p>HIPÓTESES DE CABIMENTO PREVISTAS TAXATIVAMENTE NA CRFB/88</p><p>PEÇA DE INTERPOSIÇÃO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO.</p><p>PREQUESTIONAMENTO.</p><p>Súmula 282</p><p>É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a</p><p>questão federal suscitada.</p><p>23. RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>Compete ao STF: ART. 102:</p><p>III- julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,</p><p>quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar dispositivo desta Constituição;</p><p>b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;</p><p>c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.</p><p>d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.</p><p>1. Base Legal</p><p>Art. 102, III, a, b, c, d, CRFB e Arts. 1.029 e seguintes CPC</p><p>107</p><p>2. Cabimento</p><p>3. Prazo</p><p>Art. 1.003, §5º do CPC</p><p>4. Preparo</p><p>Art. 1.007 do CPC</p><p>5. Repercussão Geral</p><p>Art. 102, §3º, CRFB/88.</p><p>6. Prequestionamento</p><p>Súmula, 282, STF</p><p>7. Estrutura da Peça</p><p>Repercussão Geral. Art. 102, §3º, CRFB/88.</p><p>CRFB/88 - Art. 102, § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a</p><p>repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim</p><p>de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela</p><p>manifestação de dois terços de seus membros.</p><p>CPC - Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do</p><p>recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão</p><p>geral, nos termos deste artigo.</p><p>§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões</p><p>relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os</p><p>interesses subjetivos do processo.</p><p>§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação</p><p>exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:</p><p>I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;</p><p>II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)</p><p>III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do</p><p>art. 97 da Constituição Federal.</p><p>Prequestionamento. Súmula, 282, STF</p><p>É INADMISSÍVEL O RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO NÃO VENTILADA, NA</p><p>DECISÃO RECORRIDA, A QUESTÃO FEDERAL SUSCITADA.</p><p>ENUNCIADOS DO STF</p><p>Súmula 279</p><p>PARA SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>Súmula 280</p><p>POR OFENSA A DIREITO LOCAL NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>108</p><p>Súmula 281</p><p>É INADMISSÍVEL O RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO COUBER NA JUSTIÇA DE</p><p>ORIGEM, RECURSO ORDINÁRIO DA DECISÃO IMPUGNADA.</p><p>Súmula 283</p><p>É INADMISSÍVEL O RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO A DECISÃO RECORRIDA</p><p>ASSENTA EM MAIS DE UM FUNDAMENTO SUFICIENTE E O RECURSO NÃO ABRANGE</p><p>TODOS ELES.</p><p>Súmula 640</p><p>É CABÍVEL RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃO PROFERIDA POR JUIZ DE</p><p>PRIMEIRO GRAU NAS CAUSAS DE ALÇADA, OU POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO</p><p>ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL.</p><p>Súmula 735</p><p>NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA</p><p>LIMINAR.</p><p>Atenção! Jurisprudência do STF:</p><p>O art. 125, § 2º, da Constituição do Brasil estabelece caber aos Estados instituir a</p><p>representação de inconstitucionalidade das leis ou atos normativos estaduais ou municipais</p><p>em face da Constituição estadual, circunstância que leva à conclusão de que o controle de</p><p>constitucionalidade estadual – com exceção apenas da interposição de recurso</p><p>extraordinário por violação de norma de repetição obrigatória da Constituição do Brasil –</p><p>encerra-se no âmbito da jurisdição dos tribunais de justiça locais. [RE 599.633 AgR, rel. min.</p><p>Eros Grau, j. 23-11-2009, dec. monocrática, DJE de 11-12-2009.]</p><p>8. Caso concreto</p><p>XII Exame de Ordem</p><p>Após mais de 40 (quarenta) dias de intensa movimentação popular, em protestos que</p><p>chegaram a reunir mais de um milhão de pessoas nas ruas de diversas cidades do Estado, e</p><p>que culminaram em atos de violência, vandalismo e depredação de patrimônio público e</p><p>particular, o Governador do Estado X edita o Decreto nº 1968. A pretexto de disciplinar a</p><p>participação da população em protestos de caráter público, e de garantir a finalidade</p><p>pacífica dos movimentos, o Decreto dispõe que, além da prévia comunicação às</p><p>autoridades, o aviso deve conter a identificação completa de todos os participantes do</p><p>evento, sob pena de desfazimento da manifestação. Além disso, prevê a revista pessoal de</p><p>todos, como forma de preservar a segurança dos participantes e do restante da população.</p><p>Na qualidade de advogado do Partido Político “Frente Brasileira Unida”, de oposição ao</p><p>Governador, você ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, perante o Tribunal de</p><p>Justiça do Estado X, alegando a violação a normas da Constituição do Estado referentes a</p><p>direitos e garantias individuais e coletivos (que reproduzem disposições constantes da</p><p>Constituição da República). O Plenário do Tribunal de Justiça local, entretanto, por maioria,</p><p>julgou improcedente o pedido formulado, de declaração de inconstitucionalidade dos</p><p>dispositivos do Decreto estadual, por entender compatíveis as previsões constantes daquele</p><p>109</p><p>ato com a Constituição do Estado, na interpretação que restou prevalecente na corte. Alguns</p><p>dos Desembargadores registraram em seus votos, ainda, a impossibilidade de propositura</p><p>de ação direta tendo por objeto um decreto estadual. Entendendo que a decisão da corte</p><p>estadual, apesar de não conter obscuridade, omissão ou contradição, foi equivocada, e que</p><p>não apenas as disposições do Decreto são inconstitucionais como também a própria</p><p>interpretação dada pelo Tribunal de Justiça é incompatível com o ordenamento jurídico</p><p>nacional, os dirigentes do Partido pedem que você proponha a medida judicial cabível a</p><p>impugnar aquela decisão. Elabore a peça judicial adequada. (Valor: 5,0)</p><p>1ª página (peça de interposição)</p><p>EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo nº...</p><p>(2 linhas)</p><p>Partido Político Frente Brasileira Unida, já devidamente qualificado nos autos do</p><p>processo em referência, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com</p><p>escritório..., endereço que indica para os fins</p><p>do art. 77, V, do CPC, nos autos da Ação Direta</p><p>de Inconstitucionalidade Estadual, vem, tempestivamente, interpor</p><p>RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>com base no art. 102, III, “a” e/ou “c” da CRFB/88, em face do acórdão que declarou</p><p>constitucional normas do Decreto Estadual nº 1968, esperando que seja conhecido e</p><p>recebido, juntada a guia de recolhimento e, depois de cumpridas as formalidades</p><p>processuais necessárias, sejam os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>2ª página (peça de razões)</p><p>AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>RECORRENTE: Partido Político Frente Brasileira Unida</p><p>RECORRIDO: Governador do Estado X</p><p>Razões de Recurso</p><p>110</p><p>I - DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>(quinze) dias estabelecido pelo art. 1.003, § 5º, do CPC.</p><p>II - DO CABIMENTO</p><p>Na forma do art. 102, III, a, da CRFB/88, compete ao STF, julgar, mediante recurso</p><p>extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida</p><p>contrariar dispositivo da Constituição Federal.</p><p>Também na forma do art. 102, III, c, da CRFB/88, é da competência do STF, julgar,</p><p>mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando</p><p>a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta</p><p>Constituição.</p><p>O recurso extraordinário também se encontra previsto no art. 1.029 e ss, do CPC.</p><p>III – DO PREPARO</p><p>A guia de recolhimento das custas processuais e do porte de remessa e de retorno</p><p>acompanha o presente recurso, satisfazendo o requisito do art. 1.007 do CPC.</p><p>IV – DO PREQUESTIONAMENTO</p><p>A matéria objeto do recurso foi prequestionada na origem, tendo em vista que o</p><p>objetivo da ADI estadual era a declaração de inconstitucionalidade do Decreto Estadual nº</p><p>1968, preenchendo, assim, o requisito do prequestionamento previsto na súmula 282 do</p><p>STF.</p><p>V – DA REPERCUSSÃO GERAL</p><p>A matéria possui repercussão geral, pois é relevante sob o ponto de vista da</p><p>supremacia constitucional e transcende os interesses subjetivos da parte na causa, pois a</p><p>decisão produzirá efeitos erga omnes.</p><p>No presente caso, a repercussão geral pode ser demonstrada pela ofensa a direitos</p><p>fundamentais titularizados por toda a coletividade, uma vez que a norma cria restrição</p><p>excessiva ao exercício de direitos constitucionalmente assegurados, e o faz sem previsão em</p><p>lei.</p><p>Portanto, satisfeito o requisito da repercussão geral, previsto no art. 102, § 3º, da</p><p>CRFB/88 e no art. 1.035 do CPC.</p><p>VI – DA SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Após mais de quarenta dias de intensa movimentação popular, com numerosa</p><p>participação de pessoas em protestos pelas ruas das cidades do Estado X, marcada por atos</p><p>de violência, vandalismo e depredação do patrimônio público e particular, o Governador do</p><p>referido Estado decidiu editar o Decreto nº 1968.</p><p>Tal ato normativo, que pretendia disciplinar a participação popular em protestos de</p><p>caráter público de forma a garantir a pacificidade dos movimentos, dispôs sobre a</p><p>necessidade de prévia comunicação às autoridades, devendo, tal aviso, conter a</p><p>identificação completa de todos os seus participantes, sob pena de desfazimento da</p><p>111</p><p>manifestação e, ainda, elencou a revista pessoal de todos, como forma de preservar a</p><p>segurança dos participantes e do restante da população.</p><p>Diante disso, pretendendo a declaração de inconstitucionalidade do Decreto, o</p><p>Partido Político, ora recorrente, ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade Estadual</p><p>perante o Tribunal de Justiça do Estado X, tendo em vista que ele viola os ditames da</p><p>Constituição do Estado, no que tange aos direitos e garantias individuais e coletivos, que</p><p>estão reproduzidos na Constituição Federal. Apesar dos argumentos aduzidos na ADI</p><p>Estadual, o Tribunal a julgou improcedente, por entender compatíveis as disposições</p><p>constantes no Decreto em relação a Constituição Estadual, registrando, também, a</p><p>impossibilidade de propositura da referida ação para questionar tal ato normativo. Tendo</p><p>em vista que aquela decisão merece ser reformada, como será demonstrado adiante, está</p><p>sendo interposto o presente Recurso.</p><p>VII – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>Inicialmente, cumpre demonstrar o cabimento da via eleita para a impugnação do</p><p>Decreto estadual, ou seja, a própria possibilidade de ajuizamento de ação do controle</p><p>concentrado estadual de constitucionalidade, a ADI estadual, tendo por objeto o Decreto</p><p>Estadual nº 1968, tendo em vista que se trata de um ato normativo primário estadual, que</p><p>inova autonomamente na ordem jurídica, o que pode ser extraído do disposto no art. 125, §</p><p>2º, da CRFB/88.</p><p>Ademais, no que tange às violações, pelo referido Decreto, ao texto da Constituição</p><p>Federal, destaca-se a afronta ao princípio da legalidade, uma vez que cria embaraços ao</p><p>direto de reunião, sendo esse direito passível de restrição apenas em virtude de lei, nos</p><p>termos do art. 5º, II, da CRFB/88.</p><p>Também viola, de forma patente, o disposto no art. 5º, XVI, da CRFB/88, o qual</p><p>assegura o direito de reunião em locais abertos ao público, independentemente de</p><p>autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo</p><p>local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Ou seja, qualquer outra</p><p>exigência formulada como condição de exercício do direito é flagrantemente</p><p>inconstitucional.</p><p>Constata-se, ainda, o desrespeito ao art. 5º, IV, da CRFB/88, que assegura a liberdade</p><p>de expressão aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, sendo, por mais este</p><p>argumento, inconstitucional o ato normativo editado pelo Governador do Estado X.</p><p>Por fim, destaca-se a violação aos princípios da razoabilidade e da</p><p>proporcionalidade, pois, ainda que se entendesse possível a restrição ao direito de reunião,</p><p>a restrição veiculada pelo decreto, no caso analisado, falha nos subprincípios da</p><p>necessidade – que impõe a utilização, dentre as possíveis, da medida menos gravosa para</p><p>atingir determinado objetivo – e da proporcionalidade em sentido estrito – que impõe a</p><p>análise da relação custo/benefício da norma avaliada, de modo que o ônus imposto pela</p><p>norma seja inferior ao benefício por ela engendrado, sob pena de inconstitucionalidade.</p><p>VIII - DOS PEDIDOS</p><p>Face ao acima exposto, o Recorrente pede que seja dado provimento ao presente</p><p>Recurso para reformar a Decisão e confirmar a inconstitucionalidade do Decreto nº 1968</p><p>impugnado, e, ainda, requer a intimação do Procurador Geral da República, além da</p><p>condenação do Recorrido nos ônus sucumbenciais.</p><p>112</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>24. RECURSO ESPECIAL</p><p>Compete ao STJ: ART. 105:</p><p>III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos</p><p>Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,</p><p>quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;</p><p>b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;</p><p>c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.</p><p>1. Base Legal</p><p>Art. 105, III, “a”, “b” e “c” da CRFB/88;</p><p>Arts. 1029 e ss do CPC.</p><p>2. Cabimento</p><p>O recurso especial busca uniformizar a aplicação do direito federal (infraconstitucional),</p><p>evitando, assim, regionalização da interpretação da norma federal no país. É cabível nas</p><p>hipóteses elencadas no art. 105, III, “a”, “b” e “c” da CRFB/88.</p><p>3. Prazo</p><p>Art. 1.003, § 5°, do CPC.</p><p>4. Preparo</p><p>Art. 1.007, do CPC.</p><p>5. Prequestionamento</p><p>Súmula 282, STF.</p><p>6. Estrutura da Peça</p><p>Súmulas STJ</p><p>Súmula 7</p><p>A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.</p><p>Súmula 86</p><p>113</p><p>Cabe recurso especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de instrumento.</p><p>Súmula 203</p><p>Não</p><p>cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados</p><p>especiais.</p><p>*Atenção! Novo requisito implementado pela EC 125:</p><p>Art. 105, §§ 2º e 3°, da CRFB/88:</p><p>§ 2º No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito</p><p>federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do</p><p>recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base</p><p>nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente</p><p>para o julgamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)</p><p>§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 125, de 2022)</p><p>I - ações penais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)</p><p>II - ações de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de</p><p>2022)</p><p>III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos; (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 125, de 2022)</p><p>IV - ações que possam gerar inelegibilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125,</p><p>de 2022)</p><p>V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante do Superior</p><p>Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)</p><p>VI - outras hipóteses previstas em lei.</p><p>7. Caso concreto</p><p>Luiza, brasileira, viúva, servidora pública aposentada, domiciliada no Estado X, ao tomar</p><p>conhecimento de novo benefício concedido aos idosos pelo governo federal, se dirigiu a</p><p>um dos postos de atendimento do Estado para requerer sua inscrição, já que, com esta, seria</p><p>possível retirar seus medicamentos gratuitamente até o dia cinco de cada mês em posto de</p><p>atendimento ao público. O benefício foi instituído por meio da “Lei Federal 123”, que</p><p>determinou, ainda, que o tempo de espera para recebimento dos medicamentos não</p><p>excederia a 20 minutos. Nos dois primeiros meses Luiza se dirigiu ao posto de saúde</p><p>estadual e conseguiu retirar seus remédios sem encontrar obstáculo. No terceiro mês teve</p><p>problemas, já que permaneceu em pé por 2 horas sem que fosse sequer atendida, chegando</p><p>a passar mal na fila, o que lhe gerou danos morais. Com base na referida lei que não só</p><p>instituiu o benefício, mas também previu tempo máximo de espera, Luiza ajuizou ação de</p><p>indenização por danos morais em face do Estado, obtendo a procedência de seu pedido.</p><p>Entretanto, em sede de apelação, o Tribunal de Justiça do Estado X reformou a decisão, por</p><p>unanimidade, entendendo que 2 horas para o atendimento seria tempo razoável,</p><p>desconsiderando os 20 minutos estabelecidos pela lei, acarretando a improcedência do</p><p>pedido de Luiza. Os embargos de declaração foram opostos e rejeitados, tendo sido</p><p>publicada a decisão há 2 dias.</p><p>114</p><p>Na qualidade de advogado contratado para atender aos interesses de Luiza, que deseja a</p><p>reforma da decisão, elabore a peça cabível.</p><p>1ª página (peça de interposição)</p><p>EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X.</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo nº...</p><p>(2 linhas)</p><p>Luiza, brasileira, viúva, servidora pública aposentada, domiciliada no Estado X, por</p><p>seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório..., endereço que</p><p>indica para os fins do art. 77, V, do CPC, nos autos da Apelação em referência, vem,</p><p>tempestivamente, interpor</p><p>RECURSO ESPECIAL</p><p>com base no art. 105, III, “a”, da CRFB/88 e nos arts. 1029 e ss. do CPC, em face de acórdão</p><p>deste Tribunal de Justiça, esperando que seja conhecido e recebido, juntada a guia de</p><p>recolhimento e, depois de cumpridas as formalidades processuais necessárias, previstas no</p><p>art. 1030, do CPC, sejam os autos remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>2ª página (peça de razões)</p><p>AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>RECORRENTE: Luiza</p><p>RECORRIDO: Estado X</p><p>RAZÕES DE RECURSO</p><p>I - DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>(quinze) dias estabelecido pelo art. 1.003, § 5º, do CPC.</p><p>115</p><p>II - DO CABIMENTO DO RECURSO</p><p>Na forma do art. 105, III, “a”, da CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça</p><p>julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos</p><p>Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,</p><p>quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência.</p><p>O acórdão, objeto do presente recurso, proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado</p><p>X, desconsiderou o estabelecido no texto da Lei Federal 123, tendo adotado entendimento</p><p>que contraria o que se encontra expresso no texto legal. Em razão disso, é cabível o presente</p><p>recurso.</p><p>O recurso especial também se encontra previsto no art. 1029 e ss. do CPC.</p><p>III – DO PREPARO</p><p>A guia de recolhimento das custas processuais e do porte de remessa e de retorno</p><p>acompanha o presente recurso, satisfazendo o requisito do art. 1.007, do CPC.</p><p>IV – DO PREQUESTIONAMENTO</p><p>A matéria objeto do recurso foi prequestionada no recurso de Apelação e o Tribunal,</p><p>ao reformar a decisão, violou o direito federal. Portanto, está preenchido o requisito do</p><p>prequestionamento previsto na súmula 282 do STF.</p><p>V – DA SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Luiza, ora recorrente, ajuizou ação de indenização por danos morais em face do</p><p>Estado X, tendo em vista que, ao se dirigir, no terceiro mês, a um dos postos de atendimento</p><p>do Estado para a retirada de seus medicamentos, gratuitamente, em razão de benefício</p><p>concedido aos idosos, recentemente, pelo governo federal, teve problemas. A idosa</p><p>permaneceu em pé por duas horas sem que fosse sequer atendida, chegando a passar mal</p><p>na fila, o que lhe gerou danos morais. Esses danos foram reconhecidos pelo juiz de primeiro</p><p>grau, que julgou procedente o pedido formulado na inicial por Luiza.</p><p>Destaca-se, por oportuno, que a Lei Federal 123 foi a instituidora do novo benefício</p><p>concedido aos idosos, possibilitando que retirem seus medicamentos, de forma gratuita, até</p><p>o dia cinco de cada mês em posto de atendimento ao público, dispondo, ainda, que o tempo</p><p>de espera para recebimento dos medicamentos não excederia a vinte minutos.</p><p>Entretanto, em sede de apelação, o Tribunal de Justiça do Estado X desconsiderou o</p><p>estabelecido na Lei Federal 123, e reformou a decisão, por unanimidade, entendendo que</p><p>duas horas para o atendimento seria tempo razoável, desconsiderando os vinte minutos</p><p>estabelecidos pela lei, o que acarretou a improcedência do pedido de Luiza. Diante disso,</p><p>tendo sido opostos embargos de declaração, já rejeitados, o presente recurso se faz</p><p>necessário para pleitear a reforma da última decisão proferida nos autos.</p><p>VI – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>O recurso especial está elencado no texto constitucional, em seu art. 105, III, “a”,</p><p>sendo possível a sua interposição, no presente caso, para garantir a observância da Lei</p><p>Federal 123, que está vigente no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>A referida legislação federal instituiu novo benefício social concedido aos idosos,</p><p>possibilitando que retirem seus medicamentos, de forma gratuita, em posto de atendimento</p><p>116</p><p>ao público, o que está em consonância com o direito à saúde a ser garantido pelo Estado,</p><p>nos termos do art. 6° e 196 da Constituição.</p><p>Além disso, a Lei dispôs que o tempo de espera dos idosos para o recebimento dos</p><p>medicamentos não deveria exceder a vinte minutos. Dessa forma, o acórdão proferido pelo</p><p>Tribunal de Justiça do Estado X, ao entender que as duas horas de espera suportadas pela</p><p>recorrente seria um tempo considerado razoável, desconsiderou a legislação pertinente.</p><p>Assim, deve ser reformado o acórdão para garantir o direito à indenização por dano</p><p>moral sofrido pela recorrente, o que é, inclusive, garantido pela Constituição Federal, em</p><p>seus arts. 5°, X e 37, § 6°, da CRFB/88.</p><p>VII - DOS PEDIDOS</p><p>Face ao acima exposto, a Recorrente pede que seja dado provimento ao presente</p><p>Recurso para reformar a decisão e confirmar a vigência da Lei Federal 123, que não pode</p><p>ser contrariada, além da condenação do Recorrido nos ônus sucumbenciais.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>25. AGRAVOS</p><p>Os agravos são recursos cabíveis em face de decisões interlocutórias, ou seja, aquelas</p><p>proferidas antes da prolação da sentença, tais como: as que deferem ou não a apresentação</p><p>de provas (ex.: oitiva de testemunhas, provas documentais), as decisões relativas à</p><p>gratuidade de justiça, as referentes à tutela de urgência...</p><p>Para parte da doutrina, são dois tipos de agravo:</p><p>contra decisão de 1º grau: agravo de instrumento.</p><p>contra decisão de 2º grau: o agravo pode ser interno, ou agravo em Recurso Especial e em</p><p>Recurso Extraordinário.</p><p>25.1. AGRAVO DE INSTRUMENTO</p><p>1. BASE LEGAL</p><p>Arts. 1.015 a 1.020, do CPC.</p><p>2. CABIMENTO</p><p>117</p><p>É o recurso cabível em face de decisões interlocutórias proferidas pelo Juízo de 1º grau, mas</p><p>apenas quando versarem sobre*:</p><p>tutelas provisórias; mérito do processo; rejeição da alegação de convenção de arbitragem;</p><p>incidente de desconsideração da personalidade jurídica; rejeição do pedido de gratuidade</p><p>da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; exibição ou posse de documento</p><p>ou coisa; exclusão de litisconsorte;</p><p>rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; admissão ou inadmissão de intervenção</p><p>de terceiros; concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à</p><p>execução; redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;</p><p>decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento</p><p>de sentença, no processo de execução e no processo de inventário; outros casos</p><p>expressamente referidos em lei.</p><p>*São hipóteses previstas no art. 1.015, do CPC.</p><p>3. PRAZO</p><p>15 dias (art. 1.003, § 5º, do CPC).</p><p>4. PROCEDIMENTO</p><p>– Não há necessidade de peça de interposição.</p><p>– Há preparo (arts. 1.007 e 1.017, § 1º, do CPC).</p><p>– É encaminhado diretamente ao Tribunal.</p><p>– Recebido o AI no Tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do</p><p>art. 932, incisos III e IV, do CPC o relator adotará as providências previstas no art. 1.019, do</p><p>CPC, no prazo de cinco dias.</p><p>5. TUTELA DE URGÊNCIA NO AGRAVO DE INSTRUMENTO</p><p>O relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela,</p><p>total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão, na forma do</p><p>art. 1.019, I, do CPC.</p><p>Para pleitear a concessão da antecipação da tutela recursal, o agravante deverá comprovar</p><p>os requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do</p><p>processo, com base no art. 300, do CPC.</p><p>CASO CONCRETO (prova de direito administrativo)</p><p>Norberto, brasileiro, desempregado e passando por sérias dificuldades econômicas,</p><p>domiciliado no Estado “X”, resolve participar de concurso público para o cargo de médico</p><p>de hospital estadual. Aprovado na fase inicial do concurso, Norberto foi submetido a exames</p><p>médicos, através dos quais se constatou a existência de tatuagem em suas costas. Norberto,</p><p>então, foi eliminado do concurso, com a justificativa de que o cargo de médico não era</p><p>compatível com indivíduos portadores de tatuagem. Inconformado, Norberto ajuizou ação</p><p>ordinária em face do Estado, de competência de vara comum, com pedido liminar, na qual</p><p>requereu (i) a anulação do ato administrativo que o eliminou do concurso; e (ii) que lhe fosse</p><p>deferida a possibilidade de realizar as demais etapas do certame, com vaga reservada. O</p><p>juízo de 1ª instância indeferiu o pedido liminar, em decisão publicada ontem, pelos</p><p>seguintes motivos: 1. Os pedidos de anulação do ato de eliminação e de reserva de vaga</p><p>não seriam possíveis, pois significariam atraso na conclusão do concurso; 2. A Administração</p><p>118</p><p>Pública possui poder discricionário para decidir quais são as restrições aplicáveis àqueles</p><p>que pretendem se tornar médicos no âmbito do Estado, de forma que o autor deverá provar</p><p>que a decisão foi equivocada.</p><p>Diante do exposto, e supondo que você seja o advogado de Norberto, elabore a medida</p><p>judicial cabível contra a decisão publicada ontem, para a defesa dos interesses de seu</p><p>cliente, abordando as teses, os fundamentos legais e os princípios que poderiam ser usados</p><p>em favor do autor.</p><p>EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X.</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo n°...</p><p>(2 linhas)</p><p>Norberto, devidamente qualificado nos autos da ação de procedimento comum que</p><p>move em face do Estado X, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa...,</p><p>com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento</p><p>no art. 1.015, I, do CPC, vem interpor o presente</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO</p><p>em face da decisão que indeferiu a tutela de urgência pretendida pelas razões abaixo</p><p>apresentadas.</p><p>Em cumprimento ao art. 1.016, IV, do CPC, informa o agravante nome e endereço</p><p>dos advogados constantes do processo:</p><p>Pelo agravante:</p><p>Pelo agravado:</p><p>I – DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O agravo é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15 dias, previsto</p><p>no art. 1.003, § 5º, do CPC.</p><p>II - DO CABIMENTO</p><p>O presente recurso é cabível para combater a decisão recorrida, segundo o art. 1.015,</p><p>I, do CPC, que dispõe que caberá agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias</p><p>que versarem sobre tutelas provisória.</p><p>III – DO PREPARO</p><p>O preparo e o porte de remessa e de retorno foram devidamente recolhidos, na</p><p>forma do art. 1.017, § 1º, do CPC.</p><p>IV - DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL</p><p>119</p><p>Destaca-se, por oportuno, a necessidade de concessão da antecipação da tutela</p><p>recursal, na forma do art. 1.019, I, do CPC, que preceitua que recebido o agravo de</p><p>instrumento no tribunal, poderá, o relator, deferir, em antecipação de tutela, total ou</p><p>parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz a sua decisão.</p><p>Estão presentes, para a concessão da tutela, os requisitos elencados no art. 300 do</p><p>CPC. O fumus boni iuris reside nos argumentos de fato e de direito apresentados e</p><p>comprovados mediante a documentação anexa. O periculum in mora também se encontra</p><p>demonstrado, uma vez que se não houver a anulação do ato administrativo que eliminou o</p><p>agravante do concurso e se não lhe for deferida a possibilidade de realizar as demais etapas</p><p>do certame, com vaga reservada, o concurso seguirá as próximas etapas sem a sua</p><p>participação, em razão da eliminação após a aprovação na fase inicial em razão de ser</p><p>portador de tatuagem.</p><p>V - DA DOCUMENTAÇÃO</p><p>Em cumprimento ao art. 1.017, I, do CPC o agravo é instruído: com cópias da petição</p><p>inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão</p><p>agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados</p><p>do agravante e do agravado.</p><p>VI - SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Norberto, ora agravante, após ter sido aprovado na fase inicial do concurso público</p><p>para o cargo de médico de hospital estadual, submeteu-se a exames médicos, através dos</p><p>quais foi constatada a existência de tatuagem em suas costas. Em razão disso, foi eliminado</p><p>do concurso, sob a justificativa de que o cargo de médico não era compatível com indivíduos</p><p>portadores de tatuagem.</p><p>Em razão do inconformismo com a sua eliminação, Norberto ajuizou ação ordinária</p><p>em face do Estado, de competência de vara comum, com pedido liminar, requerendo a</p><p>anulação do ato administrativo que o eliminou do concurso e, ainda, o deferimento da</p><p>possibilidade de realizar as demais etapas do certame, com vaga reservada.</p><p>Apreciando os pedidos, em sede de liminar, formulados por Norberto, o juízo</p><p>competente, os indeferiu, enfatizando que os pleitos de anulação do ato de eliminação e de</p><p>reserva de vaga não seriam possíveis,</p><p>uma vez que significariam atraso na conclusão do</p><p>concurso, e, ainda, que a Administração Pública possui poder discricionário para decidir</p><p>quais são as restrições aplicáveis àqueles que pretendem se tornar médicos no âmbito do</p><p>Estado, e, dessa forma, caberia a Norberto provar que a decisão foi equivocada.</p><p>VII - DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO</p><p>Destaca-se, incialmente, a violação do princípio da legalidade, extraído do art. 5°, II,</p><p>da CRFB/88, tendo em vista que as restrições de acesso aos cargos e empregos públicos</p><p>devem estar previstas em lei.</p><p>Ademais, não se pode deixar de destacar que houve violação ao princípio do livre</p><p>acesso aos cargos públicos, o qual determina que só podem ser exigidos requisitos</p><p>diferenciados de acesso quando a natureza ou complexidade do cargo a ser ocupado o</p><p>exigirem, destacando-se, nesse sentido, o disposto no art. 37, I e II, da CRFB/88.</p><p>No que tange a alegada discricionariedade da Administração Pública para decidir</p><p>quais são as restrições aplicáveis àqueles que pretendem se tornar médicos no âmbito do</p><p>120</p><p>Estado, apontada na decisão agravada, há um equívoco neste apontamento, tendo em vista</p><p>a aplicação, in casu, dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, que delimitam o</p><p>exercício do poder discricionário, uma vez que a restrição à pessoas portadoras de tatuagem</p><p>não tem qualquer relação com o desempenho do cargo de médico. Não se trata, portanto,</p><p>de medida adequada, necessária e nem mesmo proporcional em sentido estrito, para que a</p><p>Administração atinja os fins que pretende com a restrição ilegítima.</p><p>Por último, refuta-se os argumentos estampados na decisão agravada, de que os</p><p>pedidos de anulação do ato de eliminação e de reserva de vaga não seriam possíveis, pois</p><p>significariam atraso na conclusão do concurso, haja vista que não foi formulado qualquer</p><p>pedido de suspensão ou interrupção do mesmo, mas tão somente que fosse garantido ao</p><p>agravante o direito de prestar as fases seguintes do concurso.</p><p>VIII - CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer este Agravante:</p><p>a) a concessão da tutela de urgência recursal;</p><p>b) a juntada dos documentos anexos;</p><p>c) a intimação do Agravado;</p><p>d) a intimação do representante do Ministério Público;</p><p>e) que seja reconsiderada a presente decisão para fins de concessão da liminar</p><p>indeferida, atribuindo-se caráter definitivo à tutela de urgência recursal.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>25.2. AGRAVO INTERNO</p><p>1. BASE LEGAL</p><p>Art. 1.021 do CPC</p><p>2. CABIMENTO</p><p>- É o recurso cabível em face de certas decisões monocráticas tomadas por parte do relator</p><p>de um recurso, a fim de que seja o mesmo apreciado pelo órgão colegiado competente.</p><p>– O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o</p><p>recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-</p><p>lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta, de acordo com o art. 1.021,</p><p>§ 2º, do CPC.</p><p>3. PRAZO</p><p>121</p><p>15 dias (art. 1.003, § 5º, do CPC).</p><p>4. PROCEDIMENTO</p><p>-Não há preparo.</p><p>-Há peça de interposição.</p><p>-Há possibilidade de juízo de retratação, ou seja, o relator poderá voltar atrás em sua decisão.</p><p>- Se o relator não se retratar, proferirá o seu voto e apresentará o processo em mesa para</p><p>julgamento colegiado.</p><p>- Se o agravo interno for provido, o recurso terá seguimento para julgamento colegiado.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Na forma dos parágrafos únicos dos arts. 4º, 12-C e 15 da Lei nº 9.868/99, da decisão do</p><p>relator que indeferir liminarmente petição inicial inepta, não fundamentada ou</p><p>manifestamente improcedente em sede de ADI, ADO e ADC, caberá agravo interno. O</p><p>mesmo se aplica para a ADPF de acordo com o § 2º do art. 4º da Lei nº 9.882/99.</p><p>EXMO. SR. DESEMBARGADOR RELATOR DA... CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>DO ESTADO...</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo n°...</p><p>(2 linhas)</p><p>Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação... que move em face de..., por não</p><p>concordar com o teor da decisão monocrática proferida, vem, por seu advogado</p><p>regularmente constituído, com endereço..., o qual indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>interpor</p><p>AGRAVO INTERNO</p><p>nos termos do art. 1.021 do CPC, pleiteando a vossa retratação e a intimação do agravado</p><p>para manifestar-se sobre o recurso.</p><p>Caso V. Exa. não se retrate, requer que o presente recurso seja levado a julgamento</p><p>pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>À... CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>122</p><p>(1 linha)</p><p>AGRAVANTE...</p><p>(1 linha)</p><p>AGRAVADO...</p><p>(1 linha)</p><p>RAZÕES DE RECURSO</p><p>I – DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>dias, previsto no art. 1.003, § 5o, do CPC.</p><p>II – DO CABIMENTO</p><p>O recurso cabível em face de decisão proferida pelo relator é o Agravo Interno para</p><p>o respectivo órgão colegiado, segundo prevê o art. 1.021, do CPC.</p><p>III – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>(Narrar o ocorrido)</p><p>IV – FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>O art. 932, IV, a, do CPC, preceitua que incumbe ao Relator negar provimento a</p><p>recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de</p><p>Justiça ou do próprio tribunal.</p><p>Insta salientar que o recurso... não viola o disposto na súmula... do STF, pois ao</p><p>sustentar...</p><p>Dessa forma, deve ser admitido o recurso..., tendo em vista que...</p><p>V – PEDIDO</p><p>Requer o agravante que o presente Agravo Interno seja provido, para fins de</p><p>recebimento do recurso...</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>25.3. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>1. BASE LEGAL</p><p>Art. 1.042 do CPC</p><p>2. CABIMENTO</p><p>123</p><p>É o recurso cabível especificamente em face da decisão que não admitir o recurso especial</p><p>ou o recurso extraordinário, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado</p><p>em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.</p><p>3. PRAZO</p><p>15 dias (art. 1.003, § 5º, do CPC).</p><p>4. PROCEDIMENTO</p><p>-Deverá ser interposto um agravo para cada recurso não admitido.</p><p>-Há peça de interposição.</p><p>-A petição deverá ser dirigida ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal de origem.</p><p>-Não há preparo (art. 1.042, § 2º, do CPC: “independe do pagamento de custas e despesas</p><p>postais”).</p><p>-O agravado será intimado para apresentar contrarrazões em 15 dias.</p><p>-Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao Tribunal</p><p>Superior competente.</p><p>EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>(3 linhas)</p><p>Processo n°...</p><p>(2 linhas)</p><p>Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação... que move em face de..., por não</p><p>concordar com a decisão que não admitiu o Recurso Extraordinário, vem, por seu advogado</p><p>regularmente constituído, com endereço..., o qual indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>interpor</p><p>AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO</p><p>nos termos do art. 1.042 do CPC, pleiteando a V. Exa. a retratação e a intimação do agravado</p><p>para manifestar-se sobre o recurso.</p><p>Caso V. Exa. não se retrate, requer que o presente recurso seja levado a julgamento</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>AGRAVANTE...</p><p>AGRAVADO...</p><p>124</p><p>RAZÕES DE RECURSO</p><p>I – DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de 15</p><p>dias, previsto no art. 1.003, § 5o, do CPC.</p><p>II – DO CABIMENTO</p><p>O recurso cabível em face de decisão do presidente ou do vice-presidente do</p><p>Tribunal que inadmitir Recurso Extraordinário, salvo quando fundada na aplicação de</p><p>entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos</p><p>repetitivos é o Agravo em Recurso Extraordinário, segundo prevê</p><p>o art. 1.042, do CPC.</p><p>III – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>(Narrar o ocorrido)</p><p>IV – FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>O art. 102, III, da CRFB/88, traz o Recurso Extraordinário como sendo cabível diante</p><p>das causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar</p><p>dispositivo da Constituição, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar</p><p>válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição e quando julgar</p><p>válida lei local contestada em face de lei federal.</p><p>O Recurso Extraordinário também se encontra previsto no Código de Processo Civil,</p><p>em seu art. 1.029 e ss.</p><p>Portanto, no presente caso, o referido Recurso se fundamentou no art. 102, III, alínea...</p><p>da CRFB/88, pois...</p><p>A decisão do Tribunal de Justiça que o inadmitiu, ensejando a interposição do</p><p>presente Agravo, não merece prosperar, tendo em vista que... (combater a decisão do</p><p>Tribunal de Justiça).</p><p>V – PEDIDO</p><p>Diante do exposto, pede e requer que seja dado provimento ao presente Agravo em</p><p>Recurso Extraordinário para que o Tribunal o receba. Requer, também, a intimação do</p><p>Procurador Geral da República.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>26. ESPÉCIES DE RESPOSTAS DO RÉU</p><p>O CPC prevê duas espécies principais de respostas:</p><p>a) contestação: meio de defesa processual e material considerado mais importante. Art. 335</p><p>do CPC.</p><p>125</p><p>b) reconvenção: tem por objetivo garantir que o réu deduza uma pretensão de mérito em</p><p>face do autor. Art. 343 do CPC.</p><p>26.1. CONTESTAÇÃO</p><p>A contestação é o meio processual utilizado pelo réu para opor-se formal ou materialmente</p><p>ao direito do autor ou formular pedido contraposto. Como regra geral, o autor terá deduzido</p><p>uma pretensão em juízo e o réu irá defender-se, e essa defesa, normalmente, é a</p><p>contestação.</p><p>1. Base Legal</p><p>Art. 335, CPC</p><p>2. Preliminares da Contestação</p><p>Art. 337, CPC</p><p>3. Prazo</p><p>Regra:15 dias – art. 335, CPC</p><p>Lei n° 4.717/65 (Ação Popular): 20 dias – art. 7°, IV</p><p>4. Conteúdo da contestação</p><p>Toda a matéria de defesa, razões de fato e de direito, impugnação das alegações do Autor,</p><p>produção de provas específicas...</p><p>Das preliminares</p><p>As preliminares da contestação estão arroladas no artigo 337 do CPC. Elas são</p><p>FUNDAMENTAIS e podem ser dilatórias ou peremptórias.</p><p>Dilatória é a defesa que retarda o andamento da marcha processual, não tem força para</p><p>extingui-la. Ex: INC. ABSOLUTA.</p><p>A defesa peremptória é fulminante. Arguida e aceita extinguirá o processo SEM julgamento</p><p>do mérito (art. 485). Ex: Litispendência, Coisa Julgada, etc.</p><p>Verifiquemos as preliminares dilatórias, vejamos:</p><p>São defesas processuais dilatórias as defesas processuais que, mesmo quando acolhidas,</p><p>não provocam a extinção do processo, mas apenas causam ampliação ou dilatação do curso</p><p>do procedimento.</p><p>INCISOS DO ARTIGO 337 – CPC</p><p>I – INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO</p><p>O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da</p><p>citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de</p><p>embargos à execução (art. 239, § 1º, do CPC).</p><p>II – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA</p><p>126</p><p>Juiz absolutamente incompetente é aquele a que falta competência para a causa, em razão</p><p>da matéria, da pessoa ou da função (art. 62 do CPC).</p><p>Exemplos de incompetência quanto à matéria: a ação deveria ter sido proposta na justiça</p><p>federal, mas foi ajuizada na justiça estadual, ou então, a matéria é criminal, mas a ação foi</p><p>ajuizada perante uma Vara Cível.</p><p>III – INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA</p><p>De acordo com o art. 293, do CPC: “O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação,</p><p>o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito,</p><p>impondo, se for o caso, a complementação das custas.”</p><p>VIII – CONEXÃO</p><p>Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o pedido ou a causa de</p><p>pedir (art. 55, do CPC). No caso de acolhimento da preliminar, os autos são remetidos ao juiz</p><p>que teve preventa sua competência (art. 58, do CPC).</p><p>IX – INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU FALTA DE</p><p>AUTORIZAÇÃO</p><p>Leva-se em conta os pressupostos de constituição e desenvolvimento para que a relação</p><p>processual se estabeleça e se desenvolva eficazmente.</p><p>Se acolhido pelo juiz não extingue, desde logo o processo, mas sim enseja oportunidade à</p><p>parte contestada para sanar o vício encontrado. (art. 321, do CPC).</p><p>Se o autor não cumprir a diligência, é que, então, haverá a extinção do processo. Assumindo</p><p>a defesa processual dilatória a figura de exceção peremptória. (parágrafo único do art. 321,</p><p>c/c art. 485, I do CPC).</p><p>XII – FALTA DE CAUÇÃO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO QUE A LEI EXIGE COMO PRELIMINAR</p><p>O juiz, ao acolher tal arguição deve ensejar oportunidade ao autor para sanar a falha.</p><p>Se não houver o suprimento, no prazo determinado, a preliminar assumirá força de</p><p>peremptória e o juiz decretará, então, a extinção do processo, sem julgamento do mérito</p><p>(art. 485, X, do CPC).</p><p>XIII – INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA</p><p>De acordo com o art. 100, do CPC, deferido o pedido de gratuidade de justiça “a parte</p><p>contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de</p><p>recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de</p><p>petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio</p><p>processo, sem suspensão de seu curso.”</p><p>DEFESA PROCESSUAL PEREMPTÓRIA</p><p>São defesas processuais peremptórias as que, uma vez acolhidas, levam o processo à</p><p>extinção (art. 485 – CPC).</p><p>IV – INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL</p><p>Por extinguir o processo, sem julgamento do mérito (art. 485, I do CPC).</p><p>127</p><p>V – PEREMPÇÃO</p><p>Por extinguir o processo, sem julgamento do mérito (art. 485, V, do CPC).</p><p>VI – LITISPENDÊNCIA</p><p>Há litispendência, quando se repete ação que está em curso (art. 337, § 3o , do CPC). Uma</p><p>ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo</p><p>pedido (art. 337, § 2º, do CPC), requisito necessário para haver litispendência.</p><p>A litispendência leva a extinção do processo sem resolução de mérito, de acordo com o art.</p><p>485, V do CPC.</p><p>VII – COISA JULGADA</p><p>Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em</p><p>julgado. (art. 337, § 4º, do CPC).</p><p>Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão</p><p>de mérito não mais sujeita a recurso. (art. 502, do CPC).</p><p>A coisa julgada leva a extinção do processo sem resolução de mérito, de acordo com o art.</p><p>485, V do CPC.</p><p>X – CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM</p><p>O juízo arbitral (Lei 9.307 / 1996) é modo de excluir a jurisdição estatal para solucionar o</p><p>litígio. Se as partes convencionaram o compromisso para julgamento através de árbitros,</p><p>será ilegítima a atitude de propor ação judicial sobre a mesma lide.</p><p>Haverá a extinção do processo sem resolução de mérito, de acordo com o art. 485, VII, do</p><p>CPC, quando houver o acolhimento, pelo juiz, da alegação de existência de convenção de</p><p>arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência.</p><p>XI – AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL</p><p>Ocorre quando não concorrem as condições necessárias para que o juiz possa examinar o</p><p>mérito da causa, relativo à legitimidade das partes ou o interesse processual do autor (art.</p><p>485, VI, do CPC).</p><p>5. Caso concreto</p><p>Tício, brasileiro, casado, vereador, nascido e domiciliado em Porto Alegre – RS indignou-se</p><p>ao saber, em janeiro de 2022, por meio da imprensa, que Caio, Deputado Estadual e</p><p>candidato à reeleição (além de seu desafeto político), estaria envolvido em processo</p><p>licitatório fraudulento e que havia realizado inúmeras reformas suntuosas e desnecessárias</p><p>em seu gabinete utilizando o dinheiro público. O Deputado declarara em entrevistas que os</p><p>gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada</p><p>ao</p><p>cargo que exerce e que todo o procedimento havia sido realizado de acordo com a lei.</p><p>Sem provas contra o Deputado, mas inconformado com a suspeita anunciada pela mídia,</p><p>Tício procurou ajuda de profissional da advocacia para aconselhar-se a respeito da</p><p>providência legal que poderia ser tomada no caso e o advogado ajuizou uma Ação Popular</p><p>contra Caio perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul tendo em vista</p><p>que se tratava de Deputado Estadual com foro por prerrogativa de função. O Tribunal</p><p>determinou que Caio se manifestasse sobre a ação. Na qualidade de advogado (a)</p><p>constituído (a) por Caio, redija a medida judicial mais apropriada em sua defesa.</p><p>128</p><p>EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO</p><p>RIO GRANDE DO SUL.</p><p>Processo n° ...</p><p>CAIO, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), Deputado</p><p>estadual..., portador do RG nº e do CPF n°..., endereço eletrônico..., residente e</p><p>domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa,</p><p>com escritório..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem à presença de</p><p>V. Exa., nos termos do art. 336, do CPC, apresentar a presente</p><p>CONTESTAÇÃO</p><p>à Ação Popular, proposta por Tício, já qualificado nos autos, com base nos fatos e</p><p>fundamentos a seguir expostos:</p><p>I - DA SÍNTESE DA INICIAL</p><p>O Sr. Tício, Vereador domiciliado em Porto Alegre – RS, autor da Ação Popular que</p><p>veio a ser ajuizada contra o Sr. Caio, em janeiro de 2022, tomou conhecimento, por meio da</p><p>imprensa, que Caio, Deputado Estadual, ora Réu, estaria envolvido em processo licitatório</p><p>fraudulento. Além disso, foi divulgado que ele havia realizado inúmeras reformas suntuosas</p><p>e desnecessárias em seu gabinete utilizando o dinheiro público.</p><p>Não obstante o Réu tenha declarado, em entrevistas, que os gastos com a reforma</p><p>seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce e,</p><p>ainda, que todo o procedimento havia sido realizado de acordo com a lei, Tício – mesmo</p><p>sem quaisquer provas contra Caio – e apenas inconformado com a suspeita anunciada pela</p><p>mídia, ajuizou a Ação Popular perante este E. Tribunal de Justiça.</p><p>Com o recebimento da petição inicial e citação do Réu, o Tribunal determinou a sua</p><p>manifestação, se prestando, portanto, esta Contestação, as manifestações de Caio acerca da</p><p>Ação Popular ajuizada contra ele.</p><p>II - DA TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente Contestação é tempestiva, tendo em vista que entre a intimação de Caio</p><p>para se manifestar sobre a Ação e apresentação desta não foi ultrapassado o prazo de 20</p><p>(vinte) dias, elencado no art. 7°, IV, da Lei n° 4.717/65.</p><p>III - PRELIMINARMENTE DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA</p><p>Inicialmente, antes de adentrar no mérito, em observância ao disposto no art. 337, II,</p><p>do CPC, deve-se consignar a incompetência absoluta deste E. Tribunal de Justiça para</p><p>processar e julgar a Ação Popular ajuizada por Tício, tendo em vista que, embora Caio, ora</p><p>129</p><p>Réu, seja Deputado Estadual, não há prerrogativa de foro funcional em sede de Ação</p><p>Popular.</p><p>Como se sabe, de acordo com o elencado no art. 5° da Lei 4.717/65, a Ação Popular</p><p>deve ser proposta, em regra, na origem do ato, perante o juiz de primeiro grau, federal ou</p><p>estadual, ainda que tenha no seu polo passivo determinadas autoridades.</p><p>Destaca-se o elencado no citado dispositivo: “Conforme a origem do ato impugnado,</p><p>é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a</p><p>organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao</p><p>Distrito Federal, ao Estado ou ao Município”.</p><p>Dessa forma, considerando as regras de competência para o ajuizamento do referido</p><p>remédio constitucional, a Ação deveria ter sido proposta perante o juiz estadual, e não</p><p>perante este E. Tribunal de Justiça do Estado, que é, portanto, absolutamente incompetente</p><p>para julgá-la. Isso porque considera-se juiz absolutamente incompetente aquele a quem falta</p><p>competência para a causa, em razão da matéria, da pessoa ou da função, nos termos do art.</p><p>62 do CPC.</p><p>IV – MÉRITO</p><p>No que tange ao mérito, importante destacar que a Ação Popular é um remédio</p><p>constitucional que, como preconiza o art. 5°, LXXIII, da CRFB/88, visa a anular ato lesivo ao</p><p>patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,</p><p>ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada</p><p>má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.</p><p>Deve haver, portanto, para que seja possível o ajuizamento de uma Ação Popular, um</p><p>ato lesivo, ou seja, um prejuízo ao erário ou, pelo menos, uma violação à lei ou ao texto</p><p>constitucional.</p><p>No caso ora analisado, o que se constata é que não houve qualquer lesão financeira</p><p>aos cofres públicos e nem mesmo violação a quaisquer leis, atos normativos ou à</p><p>Constituição Federal, já que o Autor da ação baseia-se exclusivamente em notícias que foram</p><p>divulgadas pela imprensa.</p><p>Não há qualquer prova contra o Réu, que não praticou qualquer ato que possa ser</p><p>impugnado por meio deste remédio constitucional.</p><p>Ressalta-se, além de todo o elencado, que a Ação Popular foi ajuizada por Tício contra</p><p>Caio em razão de o Réu ser candidato à reeleição e seu desafeto político, não havendo</p><p>qualquer fundamento jurídico para o seu prosseguimento.</p><p>V - DA CONCLUSÃO</p><p>Ante o exposto, requer o réu a V. Exa.:</p><p>a) preliminarmente, seja reconhecida a incompetência absoluta deste Egrégio</p><p>Tribunal, tendo em vista o que foi elencado no tópico III desta Contestação;</p><p>b) no mérito, que julgue improcedente os pedidos formulados na inicial, condenando</p><p>o Autor nos ônus da sucumbência;</p><p>c) provar o alegado por todos os meios de prova previstos em lei, especialmente</p><p>pelos documentos ora juntados aos autos.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>130</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>26.2. RECONVENÇÃO</p><p>De acordo com o art. 343, do CPC: “Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para</p><p>manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.”</p><p>- O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.</p><p>MODELO DE CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...</p><p>Processo nº: ...</p><p>Fulano de tal, já qualificado nos autos da ação ... que lhe move ..., vem,</p><p>respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu procurador, com endereço</p><p>profissional..., apresentar sua</p><p>CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO</p><p>o que faz com base nos arts. 335 e seguintes do Código de Processo Civil e nos argumentos</p><p>fáticos e jurídicos que a seguir, articuladamente, passa a aduzir:</p><p>I – Resumo da inicial</p><p>II – Fatos</p><p>III – Preliminarmente (CPC, art. 337)</p><p>Exemplos:</p><p>Incorreção do valor dado à causa</p><p>Incompetência (CPC, art. 64)</p><p>Ilegitimidade de parte</p><p>IV – Mérito</p><p>V – Reconvenção (CPC, art. 343)</p><p>VI – Pedidos</p><p>Pelo exposto, requer a autora digne-se Vossa Excelência de:</p><p>131</p><p>-Quanto às preliminares:</p><p>-Quanto à reconvenção (CPC, art. 343):</p><p>Exemplo: Em razão da reconvenção, cujas razões foram lançadas no item ... acima, requer o</p><p>réu o julgamento de sua procedência, declarando a resolução do contrato por culpa da</p><p>autora reconvinda com ....</p><p>Dá-se à presente reconvenção, nos termos do art. 292 do Código de Processo Civil, o valor</p><p>de R$ (...).</p><p>Requer-se, outrossim, a condenação do autor reconvindo nas custas e honorários (CPC, art.</p><p>85, § 1º).</p><p>Se assim não entender Vossa Excelência, notadamente em razão da reconvenção e da</p><p>ilegitimidade que possui o condão de determinar a extinção do processo sem resolução do</p><p>mérito, passa o réu a requerer, no mérito:</p><p>Exemplo: seja julgado totalmente improcedente o pedido de resolução POR CULPA DA RÉ,</p><p>condenando a autora no pagamento de custas e honorários advocatícios, assim como</p><p>demais ônus de sucumbência.</p><p>Requer provar</p><p>o alegado por todos os meios em Direito admitidos, especialmente pela</p><p>produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, especialmente</p><p>depoimento pessoal do representante legal da autora, pena de confissão, se não</p><p>comparecer ou, comparecendo, se negar a depor (CPC, art. 343, §§ 1º e 2º).</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>27. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO</p><p>1. BASE LEGAL</p><p>Art. 1.022 e seguintes do CPC</p><p>2. CABIMENTO</p><p>São oponíveis contra decisão (seja ela interlocutória, sentença ou acórdão) a fim de</p><p>esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; suprir omissão de ponto ou questão sobre</p><p>o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; ou corrigir erro material.</p><p>3. PRAZO</p><p>5 dias (art. 1.023 do CPC)</p><p>132</p><p>4. CABIMENTO</p><p>- Não há peça de interposição, sendo o recurso dirigido diretamente ao juiz monocrático ou</p><p>ao relator da decisão ou do recurso.</p><p>- Não há preparo (art. 1.023 do CPC).</p><p>- Interrompe o prazo para interposição de outros recursos.</p><p>Observação 1: Nos termos do art. 26 da Lei nº 9.868/99, a decisão que declara a</p><p>constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ADI ou em</p><p>ADC não pode ser objeto de ação rescisória, bem como é irrecorrível, ressalvada a</p><p>possibilidade de oposição de embargos de declaração.</p><p>Observação 2: Em regra, não cabe a oposição de embargos de declaração para fins de</p><p>modulação dos efeitos da decisão de mérito proferida em sede de controle concentrado,</p><p>salvo no caso de ter havido pedido nesse sentido antes do julgamento da ação e não ter o</p><p>STF se manifestado sobre o mesmo, tampouco modulado os efeitos.</p><p>Há que se ressaltar que, em caso recente, esta regra foi mitigada (Ver ADI nº 3601).</p><p>CASO CONCRETO</p><p>A Confederação Nacional da Indústria ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em</p><p>face da Lei X perante o STF em que pleiteou a modulação temporal dos efeitos da decisão</p><p>para que a norma deixasse de produzir efeitos somente a partir do julgamento. A Corte deu</p><p>provimento ao pedido de inconstitucionalidade, mas decidiu pelos efeitos ex tunc e nada</p><p>disse sobre o pedido de modulação. Apresente o recurso cabível para resolver a omissão</p><p>apontada no acórdão.</p><p>EXMO. SR. MINISTRO RELATOR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE...</p><p>Processo nº...</p><p>A Confederação Nacional da Indústria, devidamente qualificada nos autos da Ação</p><p>Direta de Inconstitucionalidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração</p><p>anexa..., com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com</p><p>fundamento no art. 1.022 do CPC e do art. 26, da Lei 9.868/99, vem opor</p><p>EMBARGOS DE DECLARAÇÃO</p><p>nos termos a seguir aduzidos.</p><p>I - TEMPESTIVIDADE</p><p>Os presentes embargos de declaração são tempestivos, tendo em vista que estão</p><p>sendo opostos no prazo de cinco dias, conforme preceitua o art. 1.023, caput, do CPC.</p><p>II - CABIMENTO</p><p>133</p><p>Os presentes embargos são cabíveis, uma vez que, de acordo com o disposto no art.</p><p>1.022, II, do CPC, podem ser opostos contra qualquer decisão judicial para suprir omissão</p><p>de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento.</p><p>III - SÍNTESE DOS FATOS</p><p>A Confederação Nacional da Indústria ajuizou uma Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade, de n°...., em face da Lei X perante o Supremo Tribunal Federal, órgão</p><p>competente para realizar o controle concentrado federal de constitucionalidade no país.</p><p>Em sua petição inicial, a autora pleiteou a modulação temporal dos efeitos da decisão</p><p>a ser proferida pelo STF, uma vez que pretendia que a norma impugnada deixasse de</p><p>produzir os seus efeitos somente a partir do julgamento da ação.</p><p>Apesar de a Corte ter atendido ao pleito formulado pela Confederação, dando</p><p>provimento ao pedido de declaração de inconstitucionalidade da Lei X, decidiu pelos efeitos</p><p>ex tunc e não se pronunciou, na decisão, sobre o pedido de modulação temporal de seus</p><p>efeitos, sendo, portanto, os embargos de declaração, o recurso cabível para resolver a</p><p>omissão apontada no acórdão.</p><p>IV - DA OMISSÃO (OU DA OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO)</p><p>O acórdão, exarado pelo Supremo Tribunal Federal, objeto destes embargos, é</p><p>omisso, tendo em vista que a autora da ADI n°..., em sua inicial, pleiteou não apenas a</p><p>declaração de inconstitucionalidade da Lei X, mas, também, que a Corte modulasse os</p><p>efeitos de sua decisão, uma vez que pretendia que a lei deixasse de produzir efeitos a partir</p><p>do julgamento da ação apenas.</p><p>Não obstante os dois pedidos formulados expressamente pela Confederação</p><p>Nacional da Indústria, o acórdão apenas apreciou um deles, qual seja, o referente a</p><p>declaração de inconstitucionalidade da Lei impugnada, declarando-a inconstitucional.</p><p>Entretanto, não se pronunciou quanto ao pedido de modulação temporal dos efeitos da</p><p>decisão, mencionando os efeitos ex tunc da decisão de declaração de inconstitucionalidade</p><p>da Lei.</p><p>Dessa forma, deve ser sanada a patente omissão quanto a este pedido formulado,</p><p>para que a Corte possa apreciá-lo, superando a lacuna constante no acórdão e atendendo</p><p>ao pedido formulado pela autora na ADI.</p><p>V - CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, aguarda a Embargante sejam os presentes embargos providos,</p><p>para que o acórdão embargado seja completado no tocante à omissão quanto a modulação</p><p>temporal dos efeitos da decisão proferida pela Corte.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>134</p><p>28. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA</p><p>Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso extraordinário</p><p>ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal,</p><p>sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;</p><p>III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer</p><p>outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha</p><p>conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;</p><p>§ 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de</p><p>ações de competência originária.</p><p>§ 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-</p><p>se na aplicação do direito material ou do direito processual.</p><p>§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma</p><p>que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em</p><p>mais da metade de seus membros.</p><p>§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial</p><p>ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o</p><p>acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de</p><p>computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam</p><p>ou assemelham os casos confrontados.</p><p>Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento</p><p>estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.</p><p>§ 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe</p><p>o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.</p><p>§ 2o Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do</p><p>julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação</p><p>do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado</p><p>independentemente de ratificação.</p><p>MODELO DE EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA</p><p>EXMO. SR. MINISTRO RELATOR… DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (OU SUPERIOR</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA)</p><p>Processo nº...</p><p>Fulano de Tal, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe em que</p><p>contende com (nome do Embargado), também já qualificado, vem, respeitosamente, à</p><p>presença de Vossa Excelência, tendo em vista o acórdão de fls…, opor os presentes</p><p>EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA</p><p>com fundamento no art. 1043 (inciso I ou III), do</p><p>o recorrente, ao intentar obter</p><p>informações relativas às anotações constantes dos arquivos da Receita Federal, tivera o</p><p>pedido negado, tendo em vista esses dados não se enquadrarem, supostamente, na</p><p>hipótese de cadastro público. O Colegiado afirmou que o “habeas data” seria ação</p><p>constitucional voltada a garantir o acesso de uma pessoa a informações sobre ela, constantes</p><p>de arquivos ou bancos de dados de entidades governamentais ou públicas (CF, art. 5º, LXXII,</p><p>a). Estaria à disposição dos cidadãos para que pudessem implementar direitos subjetivos</p><p>obstaculizados, alcançáveis por meio do acesso à informação e à transmissão de dados. A</p><p>sua regulamentação legal (Lei 9.507/1997) demonstraria ser de caráter público todo registro</p><p>ou banco de dados contendo informações que fossem ou que pudessem ser transmitidas a</p><p>terceiros, ou que não fossem de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou</p><p>depositária dessas informações. (STF, HD 673.707).</p><p>10. Hipóteses de não cabimento:</p><p>- Acesso a dados públicos;</p><p>- Acesso a dados sobre terceiros;</p><p>- Acesso à certidão denegada;</p><p>- Acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso/</p><p>acesso à prova/ revisão de prova;</p><p>- Acesso à autoria do denunciante em PAD.</p><p>11. Tutela de Urgência? Se estiver claro no caso narrado, Art. 300, CPC</p><p>12. Gratuidade</p><p>Art. 5º, LXXVII</p><p>13</p><p>13. Competência</p><p>Fixada de acordo com a autoridade coatora (com poder de decisão dentro da esfera</p><p>administrativa)</p><p>Art. 102, I, d</p><p>Art. 105, I, b</p><p>Art. 108, I, c</p><p>Art. 109, VIII</p><p>Art. 125, §1°: G – P – S + Mesa de Assembleia Legislativa – TJ</p><p>Em resumo:</p><p>Art. 20. O julgamento do habeas data compete:</p><p>I - originariamente:</p><p>a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da</p><p>Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do</p><p>Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;</p><p>c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal;</p><p>d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos</p><p>tribunais federais; e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;</p><p>f) a juiz estadual, nos demais casos.</p><p>Treinando competência...</p><p>14. Caso Concreto (OAB 2010.3)</p><p>Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos</p><p>políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi</p><p>vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus</p><p>movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de</p><p>Segurança do Estado, organizados por agentes federais. (...) Após longos anos, no ano de</p><p>2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido</p><p>indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo</p><p>Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação</p><p>do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado</p><p>estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura aconselhamentos</p><p>com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os</p><p>dados do seu tio.</p><p>Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando:</p><p>a) competência do Juízo;</p><p>b) legitimidade ativa e passiva;</p><p>c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;</p><p>d) os requisitos formais da peça inaugural.</p><p>5 PASSOS</p><p>PASSO 1 – RESUMO DO CASO</p><p>14</p><p>PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO</p><p>PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>Orientações gerais:</p><p>-Trechos em letra de forma;</p><p>-Tópicos em algarismos romanos;</p><p>- Pedidos</p><p>- DOS FATOS, OS FATOS, SÍNTESE DOS FATOS...</p><p>- DOS FUNDAMENTOS, DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA, DO DIREITO...</p><p>- Fundamentação jurídica completa. (Constituição, Lei, Jurisprudência, Súmulas)</p><p>- Remissões (no CPC e na Lei)</p><p>EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>(5 linhas)</p><p>Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço</p><p>eletrônico ..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado,</p><p>conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77,</p><p>V, do CPC, com fundamento no art. 5º, LXXII da CRFB/88 e na Lei 9507/97 vem impetrar o</p><p>presente</p><p>HABEAS DATA</p><p>em face do Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional ..., aduzindo para tanto o que</p><p>abaixo se segue.</p><p>I - SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam</p><p>oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes</p><p>estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Além disso, seus movimentos</p><p>foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do</p><p>Estado, organizados por agentes federais.</p><p>Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu</p><p>pedido indeferido em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo</p><p>Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório na necessidade de preservação</p><p>do sigilo das atividades do Estado, o que claramente viola a intimidade e vida privada do</p><p>impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data.</p><p>II - DA RECUSA ADMINISTRATIVA</p><p>Conforme já narrado, o impetrante teve o seu pedido indeferido em todas as</p><p>instâncias administrativas, conforme documentação anexa, comprovando o requisito</p><p>15</p><p>essencial para a impetração da presente ação, de acordo com o art. 8º, parágrafo único, I,</p><p>da Lei 9507/97 e da Súmula nº 2 do STJ.</p><p>III - DOS FUNDAMENTOS</p><p>O art. 5º, LXXII, da CRFB/88, dispõe que o Habeas Data é o remédio constitucional</p><p>responsável pela defesa em juízo dos dados pessoais que se pretende conhecer ou retificar.</p><p>A referida ação também encontra fundamento na Lei 9507/97, que ampliou as</p><p>hipóteses de cabimento da ação, permitindo que o remédio também seja utilizado para a</p><p>complementação de dados pessoais, de acordo com o art. 7º, III.</p><p>O direito à informação sobre dados pessoais é consagrado pelo texto constitucional</p><p>no art. 5º, XXXIII como um direito fundamental.</p><p>Além disso, conforme previsão no art. 5º, X, da CRFB/88, são invioláveis a intimidade,</p><p>a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direito à</p><p>indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.</p><p>O art. 5°, LXXIX, inserido pela EC 115/2022, ainda tutela, nos termos da lei, o direito</p><p>à proteção dos dados pessoais.</p><p>A competência para julgamento do Habeas Data é fixada de acordo com a autoridade</p><p>coatora. Sendo assim, por força do art. 105, I, b, da CRFB/88 e do art. 20, I, b, da Lei 9507/97,</p><p>tendo em vista que, no caso, a autoridade coatora é o Ministro de Estado da Defesa, o foro</p><p>competente para julgamento da ação é o STJ.</p><p>Também é importante ressaltar que o impetrante é o titular do dado pessoal que se</p><p>pretende conhecer por meio desta, o que está em harmonia com a natureza personalíssima</p><p>da ação.</p><p>Ademais, insta ressaltar que os processos de habeas data terão prioridade sobre</p><p>todos os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado de segurança, haja vista o</p><p>procedimento especial que rege o instituto, previsto no art. 19, da Lei 9507/97.</p><p>Por fim, destaca-se a gratuidade genuína da ação constitucional, na forma do art. 5°,</p><p>LXXVII, da CRFB/88.</p><p>IV - DOS PEDIDOS</p><p>Diante de todo o exposto, requer a V. Exa.:</p><p>a) que seja notificada a autoridade coatora, o Ministro de Estado da Defesa, dos</p><p>termos da presente a fim de que preste demais informações que julgar necessárias, segundo</p><p>prevê o art. 9º, da Lei 9507/97;</p><p>b) a</p><p>Código de Processo Civil, pelos motivos de</p><p>fato e de direito a seguir expostos.</p><p>135</p><p>– DOS FATOS</p><p>(Narrar o ocorrido no processo)</p><p>Com efeito, assim ficou decidido no v. acórdão ora embargado: (Transcrever o acórdão ou</p><p>o trecho, apontando a divergência)</p><p>– DO DIREITO</p><p>(Demonstrar o cabimento dos embargos – art. 1043, I ou III, CPC e sua tempestividade – art.</p><p>1003, §5º do CPC).</p><p>Por derradeiro, sobre a matéria ventilada no presente recurso, o entendimento da Turma…</p><p>deste C. STF (ou STJ) diverge daquele apresentado no v. acórdão ora embargado.</p><p>– DO PEDIDO</p><p>Por todo o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, alterando-se a</p><p>decisão recorrida, aplicando-se o mesmo entendimento da …Turma deste E. Tribunal,</p><p>para… (especificar qual a finalidade da alteração do acórdão).</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>29. CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO/RECURSOS</p><p>João foi aprovado em concurso público para o cargo de analista do Tribunal de Contas da</p><p>União. A homologação do concurso foi feita em 20 de agosto de 2016. Em 02 de julho de</p><p>2017, foi publicada a nomeação de João no Diário Oficial da União. Ocorre que João reside</p><p>em Santana, cidade onde não há circulação de DOU, ficou sabendo da nomeação por um</p><p>amigo, no dia 03 de agosto de 2017, quando já tinha passado o prazo para posse e</p><p>declarado sem efeito o ato de nomeação, o que ocorreu no próprio dia 03 de agosto. Como</p><p>não tinha sido intimado pessoalmente para tomar posse João se sentiu prejudicado e</p><p>contratou seus serviços de advogado, em outubro de 2017 para propor a ação de</p><p>procedimento comum cabível para anular o ato que tornou sem efeito sua nomeação. O juiz</p><p>julgou procedente o pleito e o Réu interpôs, da decisão, recurso de apelação. Desta forma,</p><p>devidamente intimado, aguarda-se que você proponha a medida judicial para apresentar</p><p>argumentos que permita ao juízo “ad quem” negar provimento ao recurso do Réu. Vc ainda</p><p>está no prazo. Em face dessa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado(a)</p><p>contratado(a) a petição cabível.</p><p>(Peça de Interposição)</p><p>Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da... Vara Federal da Seção Judiciária...</p><p>136</p><p>(2 linhas)</p><p>Proc. nº...</p><p>(3 linhas)</p><p>João, devidamente qualificado na ação de procedimento comum em epígrafe que</p><p>move em face do Tribunal de Contas da União, vem à presença de V. Exa., por meio de seu</p><p>advogado, com endereço profissional..., na forma do art. 77, V, do CPC, apresentar</p><p>CONTRARRAZÕES</p><p>ao recurso de apelação que seguem anexas, requerendo que sejam os autos remetidos ao</p><p>Tribunal Regional Federal competente.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO</p><p>Apelante: Tribunal de Contas da União</p><p>Apelado: João</p><p>(1 linha)</p><p>Contrarrazões de Recurso:</p><p>(1 linha)</p><p>I – Tempestividade</p><p>As contrarrazões ao recurso de apelação são tempestivas, tendo em vista que estão</p><p>sendo apresentadas no prazo de 15 dias, previsto no art. 1.010, § 1o, do CPC.</p><p>II – Dos Fatos</p><p>III – Do Direito</p><p>O art. 1.010, § 1o, do CPC, preceitua que o apelado poderá apresentar contrarrazões</p><p>ao recurso de apelação interposto.</p><p>O princípio da publicidade, estabelecido no caput do art. 37, da CRFB88, ao qual a</p><p>Administração pública deve obedecer, diz respeito a obrigação de dar publicidade, levando</p><p>ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou instrumentos jurídicos como um todo.</p><p>Ademais, o dever de eficiência, também previsto no caput do art. 37, da CRFB/88, é</p><p>o que impõe a Administração Pública realizar suas atribuições com presteza, perfeição e</p><p>rendimento funcional, não se limitando a desempenhar tarefas apenas com legalidade,</p><p>exigindo resultados positivos para o serviço público.</p><p>Dessa forma, deve ser mantida a sentença do juiz de 1º grau, tendo em vista que a</p><p>Administração Pública não atendeu completamente aos princípios citados, tendo em vista</p><p>137</p><p>que o apelado foi prejudicado pela falta de intimação pessoal, já que a publicidade adotada</p><p>pela Administração Pública, no caso em tela, não foi eficiente, tendo João direito à posse.</p><p>IV – Dos Pedidos</p><p>Requer que o recurso interposto não seja provido, com a manutenção da decisão de</p><p>1º grau, e que o Recorrente seja condenado ao pagamento do ônus de sucumbência.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>30. PARECER JURÍDICO</p><p>1. Cabimento</p><p>Deve ser elaborado quando for expressamente solicitado pela banca examinadora, que</p><p>deverá sugerir uma peça opinativa confeccionada por especialista, uma resposta a uma</p><p>consulta formulada ou até mesmo, especificamente, um parecer sobre determinado tema.</p><p>2. Estrutura</p><p>Não há estrutura estabelecida por lei para elaboração da peça, não tendo forma obrigatória</p><p>a ser seguida, mas indica-se que deve apresentar, destacadamente: o nome PARECER</p><p>JURÍDICO, a identificação do interessado (apresentado pela banca), uma EMENTA, que nada</p><p>mais é do que o texto reduzido aos pontos essenciais, e os tópicos de introdução (ou</p><p>relatório), fundamentação e conclusão. Também há necessidade de que o parecer seja</p><p>datado e assinado pelo advogado, com indicação de sua inscrição na OAB.</p><p>INTERESSADO:</p><p>EMENTA*:</p><p>I- INTRODUÇÃO: Trata-se de uma consulta efetuada por ... sobre...; cuida-se de...;</p><p>II- FUNDAMENTAÇÃO: doutrina, jurisprudência, amparo legal, pode ser dividida em</p><p>tópicos;</p><p>III- CONCLUSÃO: tendo em vista o acima narrado, opinamos por...; de todo o</p><p>exposto, entendemos que...; do exposto, conclui-se que...</p><p>S.M.J</p><p>É o parecer.</p><p>138</p><p>Ou</p><p>É o parecer, submetido à elevada consideração de ...</p><p>Ou</p><p>É o parecer que submeto à elevada consideração de ...</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>3. Caso concreto</p><p>Peça XVII Exame</p><p>O Partido Político "Z", que possui apenas três representantes na Câmara dos Deputados,</p><p>por entender presente a violação de regras da CRFB, o procura para que, na qualidade de</p><p>advogado especialista em Direito Constitucional, se posicione sobre a possibilidade de ser</p><p>obtida alguma medida judicial em face da Lei Estadual "Y", de janeiro de 2015, que contém</p><p>3 (três) artigos. De acordo com a exposição de motivos do projeto que culminou na Lei</p><p>Estadual “Y”, o seu objetivo é criar, no âmbito estadual, ambiente propício às discussões</p><p>políticas de âmbito nacional, e, para alcançar esse objetivo, estabelece, em sua parte</p><p>dispositiva, novas regras eleitorais, sendo estabelecidas, em seu artigo 1º, regras temporais</p><p>sobre a criação de partidos políticos; em seu artigo 2º fica retirada a autorização para que</p><p>partidos políticos com menos de cinco Deputados Federais possam ter acesso gratuito ao</p><p>rádio e à televisão na circunscrição do Estado; e, por fim, em seu artigo 3º fica estabelecida</p><p>a vigência imediata da referida legislação.</p><p>Elabore a peça adequada, considerando a narrativa acima. (Valor: 5,00)</p><p>PARECER JURÍDICO</p><p>INTERESSADO: Partido Político “Z”</p><p>Inconstitucionalidade formal e material da Lei Estadual</p><p>“Y”. Legitimidade do partido para ajuizar ADI. Partido</p><p>Político com representação no Congresso Nacional.</p><p>Possibilidade. Competência do STF. Cabimento de</p><p>medida cautelar. Ajuizamento de Ação direta de</p><p>inconstitucionalidade.</p><p>Trata-se de uma consulta efetuada pelo Partido Político “Z”, que tem apenas três</p><p>representantes na Câmara dos Deputados, sobre a possibilidade de obtenção de medida</p><p>judicial em face da Lei Estadual “Y”, por suposta violação de regras da Constituição Federal;</p><p>cuida-se de lei que objetiva criar, no âmbito estadual, ambiente propício às discussões</p><p>políticas de âmbito nacional, estabelecendo regras temporais sobre a criação de partidos</p><p>políticos, a retirada da autorização para que partidos com menos de cinco Deputados</p><p>Federais possam ter acesso gratuito ao rádio e à televisão na circunscrição do Estado e sua</p><p>vigência imediata.</p><p>I - Da inconstitucionalidade da</p><p>Lei Estadual "Y“</p><p>139</p><p>A Lei Estadual “Y” padece de inconstitucionalidade formal, pois afronta o art. 22, I e</p><p>IV, da CRFB/88, que preceitua que compete privativamente à União legislar, entre outros,</p><p>sobre: direito eleitoral e sobre telecomunicações e radiodifusão.</p><p>Há, ainda, inconstitucionalidade material, já que a referida lei afronta o princípio da</p><p>proporcionalidade e razoabilidade, e também ao pluripartidarismo (art. 1º, V, da CFRB/88),</p><p>ao direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, estabelecido no art. 17, caput, e § 3º, da</p><p>CRFB/88.</p><p>A noção de razoabilidade guarda afinidade com a ideia de equilíbrio, moderação e</p><p>harmonia. Busca aquilo que atende ao senso comum, os valores vigentes em dado</p><p>momento, em última análise, pretende alcançar a justiça. Já a proporcionalidade, como</p><p>método de interpretação e aplicação dos direitos fundamentais, é empregada</p><p>particularmente nos casos em que um ato estatal, destinado a promover a realização de um</p><p>direito fundamental ou de um interesse coletivo, implica restrição de um direito fundamental</p><p>e é composto por três sub-regras: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido</p><p>estrito.</p><p>A importância do pluralismo político também merece ser ressaltada, pois a</p><p>participação plural da sociedade na vida do país é identificada sob o signo de pluralismo,</p><p>que pode ser representado pelas variadas ideologias, crenças, valores reinantes em uma</p><p>sociedade que possui diferentes partidos políticos, organizações coletivas, universidades.</p><p>Em oposição à uma sociedade pluralista teríamos uma sociedade monista e opressiva das</p><p>liberdades públicas.</p><p>Por fim, os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso</p><p>gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, como preceitua o art. 17, § 3º, da CRFB/88.</p><p>II - Cabimento da ADI de competência do Supremo Tribunal Federal</p><p>Será possível ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade para a realização do</p><p>controle concentrado de constitucionalidade da Lei Estadual “Y”, perante o Supremo</p><p>Tribunal Federal, de acordo com o art. 102, I, “a”, da CRFB/88.</p><p>III - Da Legitimidade Ativa do Autor</p><p>O partido político “Z” é legitimado ativo para propor a ação direta de</p><p>inconstitucionalidade, pois está devidamente representado no Congresso Nacional, de</p><p>acordo com o art. 103, VIII, da CRFB/88 e foi criado regularmente na forma da Lei 9096/95.</p><p>Importante ressaltar que basta a representação em pelo menos uma das Casas</p><p>legislativas, e que a ação seja proposta por seu Diretório Nacional.</p><p>Ademais, o partido não precisa comprovar a pertinência temática, tendo em vista que</p><p>em razão do seu importante papel na defesa das instituições democráticas, previsto no art.</p><p>17 da CRFB/88, é legitimado universal.</p><p>IV - Do cabimento da Medida Cautelar</p><p>A tutela jurisdicional cautelar (art. 11, da Lei 9.868/99) se faz necessária, de modo a</p><p>suspender a eficácia da Lei Estadual “Y” até que seja definitivamente julgada a ação direta</p><p>de inconstitucionalidade, pois estão presentes no caso os requisitos do fumus boni iuris, pela</p><p>clareza dos vícios de inconstitucionalidade apontados, e do periculum in mora, em razão do</p><p>constrangimento ao exercício de atividade lícita e constitucional pelos partidos políticos.</p><p>140</p><p>V - CONCLUSÃO:</p><p>Tendo em vista o acima narrado, opinamos pela inconstitucionalidade da Lei Estadual</p><p>“Y” e a possibilidade de ser ajuizada a ação direta de inconstitucionalidade perante o</p><p>Supremo Tribunal Federal, inclusive com a formulação do requerimento de medida cautelar.</p><p>S.M.J</p><p>É o parecer.</p><p>Local e data.</p><p>Nome do advogado...</p><p>OAB n°...</p><p>31. DA TUTELA DA EVIDÊNCIA</p><p>Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de</p><p>perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:</p><p>I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da</p><p>parte;</p><p>II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese</p><p>firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;</p><p>III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato</p><p>de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob</p><p>cominação de multa;</p><p>IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do</p><p>direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.</p><p>Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.</p><p>CASO CONCRETO E MODELO DE AÇÃO COM TUTELA DE EVIDÊNCIA</p><p>O servidor público Marcelo, detentor de cargo em comissão de assessor do Ministro da</p><p>Saúde, foi exonerado do cargo, sob a alegação de sua chefia imediata de que havia a</p><p>necessidade de corte de gastos no Ministério. Ocorre que, dois dias depois, em 13/05/2016,</p><p>a referida autoridade nomeou outra pessoa para assunção do mesmo cargo, com as mesmas</p><p>atribuições e mesma remuneração, em uma clara demonstração de que não havia excesso</p><p>de gastos com pessoal. Assim que soube da situação, Marcelo procurou o seu escritório de</p><p>advocacia, exatamente no dia 15/07/2016, para que fossem tomadas as providências</p><p>judiciais cabíveis à anulação do ato de exoneração efetivado, bem como a restituição dos</p><p>valores que deixou de receber, além de indenização por danos morais. Considere, ainda,</p><p>que a petição inicial está instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos</p><p>do direito do autor, a que o réu não tem como opor prova capaz de gerar dúvida razoável.</p><p>Em face dessa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por</p><p>Marcelo, a peça judicial cabível.</p><p>141</p><p>EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA… VARA FEDERAL... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...</p><p>(5 linhas)</p><p>Marcelo, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão,</p><p>portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta</p><p>cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ...,</p><p>endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 319, do CPC</p><p>vem ajuizar</p><p>AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM COM PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA</p><p>em face da União, do Ministério da Saúde e do Ministro da Saúde...</p><p>I- SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Marcelo foi exonerado do cargo público comissionado que ocupava, como assessor</p><p>do Ministro da Saúde, sob a alegação de que se tratava de ato necessário, em razão de corte</p><p>de gastos.</p><p>Entretanto, apenas dois dias após o ato de exoneração ter sido promovido por seu</p><p>chefe imediato, o mesmo nomeou outra pessoa para desempenhar as funções de assessoria</p><p>no mesmo cargo, com a mesma remuneração.</p><p>Dessa forma, percebeu-se que a exoneração do Autor não se tratava de ato</p><p>necessário, pois não havia excesso de gastos que justificasse um corte orçamentário, daí a</p><p>necessidade de ingressar com a presente ação.</p><p>II- PEDIDO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA</p><p>A tutela de evidência na Ação Ordinária é extraída do art. 311 do CPC, que em seu</p><p>inciso IV destaca o seu cabimento no caso em tela, por tratar-se de petição inicial que está</p><p>instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito autoral, a que o</p><p>réu não tem como opor prova capaz de gerar dúvida razoável.</p><p>Ressalta-se a desnecessidade de demonstração do perigo de dano ou o risco ao</p><p>resultado útil do processo, conforme disposto no caput do art. 311, do CPC.</p><p>III- FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>Da análise do caso em tela, conclui-se que houve ofensa aos princípios da moralidade</p><p>e impessoalidade, tendo sido violado o disposto no art. 37, caput, da CRFB/88.</p><p>No que tange a moralidade, se espera que a Administração Pública atenda aos</p><p>ditames da conduta ética, honesta, exigindo a observância de padrões éticos, de boa-fé, de</p><p>lealdade, de regras que assegurem a boa administração, estando ligada ao conceito de bom</p><p>administrador.</p><p>Pelo princípio da moralidade administrativa,</p><p>não basta ao administrador o</p><p>cumprimento da estrita legalidade, ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade</p><p>e justiça, já que a própria moralidade é pressuposto de validade de todo ato administrativo.</p><p>142</p><p>Quanto à impessoalidade, esta busca impedir os atos administrativos que visem os</p><p>interesses de agentes ou até mesmo de terceiros, buscando limites estabelecidos à vontade</p><p>da lei, a um comando geral e abstrato.</p><p>Ademais, há que se ressaltar que houve, que os atos praticados pela Administração</p><p>Pública, não podem ser arbitrários, mas apenas discricionários.</p><p>IV- DOS PEDIDOS</p><p>Diante de todo o exposto, requer-se:</p><p>a) a concessão da tutela de evidência para que o ato de exoneração seja anulado;</p><p>b) que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus a anular o ato de</p><p>exoneração já efetivado, bem como a restituir os valores que deixou de receber, além de</p><p>indenizar o autor por danos morais;</p><p>c) a citação da União, do Ministério da Saúde e do Ministro da Saúde para integrar o feito;</p><p>d) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios;</p><p>e) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas;</p><p>f) a juntada de documentos.</p><p>Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de</p><p>conciliação ou de mediação.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado</p><p>procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante</p><p>o acesso às informações de seu interesse;</p><p>c) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 12, da Lei</p><p>9507/97;</p><p>d) a juntada dos documentos, de acordo com o art. 8º, da Lei 9507/97.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>16</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>3. MANDADO DE INJUNÇÃO</p><p>Art. 5º LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma</p><p>regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das</p><p>prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.</p><p>1. Histórico no Brasil</p><p>“A Constituição é caracteristicamente o estatuto do homem. É sua marca de fábrica. O</p><p>inimigo mortal do homem é a miséria. O estado de direito, consectário da igualdade, não</p><p>pode conviver com estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade</p><p>que não acaba com a miséria. Não lhe bastou, porém, defendê-lo contra os abusos</p><p>originários do Estado e de outras procedências. Introduziu o homem no Estado, fazendo-o</p><p>credor de direitos e serviços, cobráveis inclusive com o mandado de injunção...”</p><p>Trecho Discurso Ulysses Guimarães – Promulgação da Constituição Federal de 1988, em 5</p><p>de outubro.</p><p>2. Conceito</p><p>Alexandre de Moraes: O Mandado de Injunção consiste em uma ação constitucional de</p><p>caráter civil, e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no</p><p>intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na</p><p>Constituição Federal.</p><p>José Afonso da Silva: “meio de invocar a atividade jurisdicional para buscar a aplicação</p><p>concreta da norma constitucional atribuidora de direitos à falta de regulamentação que lhe</p><p>dê eficácia e aplicabilidade genérica”.</p><p>- Remédio Constitucional que visa defender “direitos fundamentais” previstos na</p><p>Constituição dependentes de regulamentação.</p><p>Segundo a doutrina majoritária, “direitos fundamentais” são os de primeira, segunda ou</p><p>terceira dimensão.</p><p>3. Natureza jurídica</p><p>4. Base Legal</p><p>Art. 5º, LXXI, Lei 13.300/16</p><p>5. Modalidades</p><p>a) Mandado de injunção individual – poderá ser impetrado por pessoa natural ou jurídica,</p><p>nacional ou estrangeira, cujo direito esteja à míngua de uma norma que o regulamente.</p><p>17</p><p>b) Mandado de injunção coletivo</p><p>Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:</p><p>I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a</p><p>defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais</p><p>indisponíveis;</p><p>II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o</p><p>exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a</p><p>finalidade partidária;</p><p>III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em</p><p>funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades</p><p>e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma</p><p>de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto,</p><p>autorização especial;</p><p>IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a</p><p>promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos</p><p>necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.</p><p>Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de</p><p>injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada</p><p>de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.</p><p>SÚMULAS STF</p><p>Súmula 629</p><p>A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE</p><p>EM FAVOR DOS ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES.</p><p>Súmula 630</p><p>A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA O MANDADO DE SEGURANÇA AINDA</p><p>QUANDO A PRETENSÃO VEICULADA INTERESSE APENAS A UMA PARTE DA RESPECTIVA</p><p>CATEGORIA.</p><p>6. Pressupostos do remédio</p><p>Impossibilidade de exercício do direito fundamental previsto na Constituição</p><p>+</p><p>Inexistência da “Lei” (lei ordinária, complementar...)</p><p>ATENÇÃO</p><p>"Os agravantes objetivam a regulamentação da atividade de jogos de bingo, mas não</p><p>indicam o dispositivo constitucional que expressamente enuncie esse suposto direito. Para</p><p>o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto</p><p>na Constituição que não esteja sendo exercido por ausência de norma regulamentadora. O</p><p>mandado de injunção não é remédio destinado a fazer suprir lacuna ou ausência de</p><p>regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional, e muito menos de</p><p>legislação que se refere a eventuais prerrogativas a serem estabelecidas discricionariamente</p><p>pela União. No presente caso, não existe norma constitucional que confira o direito que,</p><p>segundo os impetrantes, estaria à espera de regulamentação. Como ressaltou o PGR, a</p><p>18</p><p>União não está obrigada a legislar sobre a matéria, porque não existe, na CF, qualquer</p><p>preceito consubstanciador de determinação constitucional para se que legisle,</p><p>especificamente, sobre exploração de jogos de bingo." (MI 766-AgR, Rel. Min. Joaquim</p><p>Barbosa, julgamento em 21-10- 2009, Plenário, DJE de 13-11-2009.) No mesmo sentido: MI</p><p>4.345-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-5-2013, Plenário, DJE de 1º-8-2013; MI</p><p>765-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 30-11-2011, Plenário, DJE de 1º-2- 2012.</p><p>"Mandado de injunção. Alegada omissão legislativa quanto à elaboração da lei</p><p>complementar a que se refere o § 4º do art. 18 da CF, na redação dada pela EC 15/1996.</p><p>Ilegitimidade ativa do Município impetrante. Inexistência de direito ou prerrogativa</p><p>constitucional do Município cujo exercício esteja sendo obstaculizado pela ausência da lei</p><p>complementar federal exigida pelo art. 18, § 4º, da Constituição. Mandado de injunção não</p><p>conhecido." (MI 725, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-5-2007, Plenário, DJ de</p><p>21-9-2007.)</p><p>DECISÃO RECENTE DO STF</p><p>Decisão: O Tribunal, por maioria, conheceu do mandado de injunção, vencido o Ministro</p><p>Marco Aurélio, que não admitia a via mandamental. Por maioria, julgou procedente o</p><p>mandado de injunção para (i) reconhecer a mora inconstitucional do Congresso Nacional e;</p><p>(ii) aplicar, com efeitos prospectivos, até que o Congresso Nacional venha a legislar a</p><p>respeito, a Lei nº 7.716/89 a fim de estender a tipificação prevista para os crimes resultantes</p><p>de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional à</p><p>discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, nos termos do voto do</p><p>Relator, vencidos, em menor extensão, os Ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli</p><p>(Presidente) e o Ministro Marco Aurélio, que julgava inadequada a via mandamental.</p><p>Plenário, 13.06.2019. (MI 4733)</p><p>(5º, inciso XLI)</p><p>7. Polo passivo</p><p>Art. 4°. A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e</p><p>indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está</p><p>vinculado.</p><p>8. Participação do MP</p><p>Art. 7°. Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público,</p><p>que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos</p><p>para decisão.</p><p>9. Tutela de Urgência?</p><p>Não.</p><p>10. Competência</p><p>A competência para julgamento do MI será fixada de acordo com a autoridade/órgão</p><p>omisso.</p><p>19</p><p>Ex: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da</p><p>Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição</p><p>do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado</p><p>Federal, das Mesas de uma dessas Casas</p><p>Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de</p><p>um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição</p><p>de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados</p><p>os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da</p><p>Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;</p><p>E no plano dos Estados? Tribunal de Justiça</p><p>G - Governador</p><p>P - Prefeito de capital</p><p>S - Secretário de Estado Mesa de Assembleia Legislativa</p><p>Súmula 512</p><p>Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.</p><p>11. Principais diferenças entre MI e ADO</p><p>➢NATUREZA JURÍDICA</p><p>➢FINALIDADE</p><p>➢LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>MI ADO</p><p>NATUREZA</p><p>JURÍDICA</p><p>Remédio constitucional –</p><p>processo subjetivo</p><p>Ação do controle concentrado de</p><p>constitucionalidade – processo</p><p>objetivo</p><p>BASE LEGAL Art. 5º, LXXI, da CRFB/88 e Lei</p><p>13.300/16</p><p>Art. 103, §2º, da CRFB/88 e Lei nº</p><p>9.868/1999</p><p>LEGITIMIDADE</p><p>ATIVA</p><p>Depende da modalidade.</p><p>MI individual e MI coletivo</p><p>Art. 103, I a IX, da CRFB/88</p><p>FINALIDADE Defesa de normas</p><p>constitucionais relacionadas a</p><p>direitos fundamentais,</p><p>dependentes de</p><p>regulamentação</p><p>Defesa de normas constitucionais</p><p>dependentes de regulamentação</p><p>CAUTELAR Não é admitida É admitida</p><p>20</p><p>12. Jurisprudência do STF. Decisão final prevista na lei 13.300/16</p><p>Art. 8°. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:</p><p>I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma</p><p>regulamentadora;</p><p>II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das</p><p>prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado</p><p>promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no</p><p>prazo determinado.</p><p>Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando</p><p>comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao</p><p>prazo estabelecido para a edição da norma.</p><p>Iluminações/Remissões</p><p>13. Caso Concreto (XXII EXAME DE ORDEM)</p><p>Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o</p><p>Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do</p><p>Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual</p><p>que regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu pagamento. O Sindicato</p><p>resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio</p><p>judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada</p><p>prerrogativa constitucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título</p><p>de adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho.</p><p>Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato,</p><p>utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível. (Valor:</p><p>5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>5 PASSOS</p><p>PASSO 1 – RESUMO DO CASO</p><p>PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO</p><p>PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA.</p><p>(5 linhas)</p><p>Sindicato ..., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com</p><p>sede..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa ...., com escritório ...,</p><p>21</p><p>endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 5º, LXXI da</p><p>CRFB/88 e na Lei 13.300/16, vem impetrar</p><p>MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO</p><p>em face de ato omissivo do Governador do Estado Beta, que poderá ser encontrado na sede</p><p>funcional...e do Estado Beta.</p><p>I - LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>O Sindicato tem legitimidade ativa para impetrar a presente ação, de acordo com o</p><p>art. 12, III, da Lei 13.300/2016, já que está em juízo na defesa dos interesses dos servidores</p><p>públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite e não recebem adicional</p><p>noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de</p><p>lei estadual que regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu pagamento.</p><p>II – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Os associados do impetrante, servidores públicos do Estado Beta que laboram no</p><p>período da noite, desejam ter o exercício de seu direito ao adicional noturno, previsto no art.</p><p>7º, inciso IX, e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, tutelado, direito este também assegurado</p><p>pela Constituição do Estado.</p><p>Importante ressaltar que os referidos trabalhadores, portanto, não podem exercer o</p><p>direito constitucional ao referido adicional noturno em razão da falta da lei que o</p><p>regulamente, o que enseja a propositura do mandado de injunção ora apresentado.</p><p>III – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA</p><p>Na forma do art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o mandado de injunção é o remédio</p><p>constitucional responsável pela defesa em juízo de direito fundamental previsto na</p><p>Constituição ainda pendente de regulamentação.</p><p>De acordo com o art. 2º da Lei 13.300/16: “Conceder-se-á mandado de injunção</p><p>sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos</p><p>direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à</p><p>soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando</p><p>forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.”</p><p>O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que</p><p>exercem atividade laboral noturna, sendo garantido em razão da previsão constitucional</p><p>contida no art. 7º, inciso IX e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88. Trata-se, portanto, de um</p><p>direito fundamental ainda pendente de regulamentação.</p><p>Ademais, compete ao Tribunal de Justiça do Estado Beta processar e julgar</p><p>originariamente o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora</p><p>for atribuição do Governador do Estado, podendo a competência da ação ser definida pelas</p><p>Constituições dos Estados, de acordo com o art. 125, § 1º, da CRFB/88, observando-se o</p><p>princípio da simetria entre os entes federativos.</p><p>IV- OMISSÃO INCONSTITUCIONAL</p><p>Até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse</p><p>entendimento, em nome da harmonia e separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o</p><p>22</p><p>Poder Judiciário não poderia suprir a omissão da norma faltante, tampouco fixar prazo para</p><p>o legislador elaborar a lei, restando a decisão produzindo efeito apenas para declarar a mora</p><p>legislativa.</p><p>Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado</p><p>posições concretistas, aplicando por analogia leis já existentes para suprir a omissão</p><p>normativa, ora atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes.</p><p>V – DOS PEDIDOS</p><p>Ante todo o exposto, requer-se:</p><p>a) a notificação da autoridade omissa, o Governador do Estado, no endereço</p><p>fornecido na inicial, para que, querendo, preste as informações que entender pertinentes do</p><p>caso, conforme prevê o art. 5º, I, da Lei 13.300/16;</p><p>b) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica, de acordo com o</p><p>art. 5º, II, da Lei 13.300/16;</p><p>c) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 7º da Lei</p><p>13.300/16;</p><p>d) a condenação do Impetrado em custas processuais;</p><p>e) que seja reconhecida a omissão e o estado de mora legislativa, a fim de que seja</p><p>concedida a ordem de injunção coletiva, segundo o art. 8º, caput, da Lei 13.300/16;</p><p>f) que seja determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição</p><p>da</p><p>norma regulamentadora, consoante o art. 8º, I, da Lei 13.300/16;</p><p>g) que seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à</p><p>percepção do adicional noturno no percentual de 20% conforme disposições contidas no</p><p>art. 73 da CLT;</p><p>h) a juntada de documentos, de acordo com o art. 4°, §1°, da Lei 13.300/16.</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15.</p><p>Ou:</p><p>Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.</p><p>Termos em que,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB n.º ...</p><p>4. AÇÃO POPULAR</p><p>Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular</p><p>ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade</p><p>administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo</p><p>comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.</p><p>1. Histórico, natureza jurídica</p><p>23</p><p>2. Conceito</p><p>Remédio constitucional que visa anular/invalidar ato ou contrato administrativo que ameace</p><p>ou viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a moralidade administrativa ou o meio</p><p>ambiente. O ato pode ser comissivo ou omissivo.</p><p>3. Base Legal</p><p>Art. 5 º, LXXIII e Lei 4717/65.</p><p>4. Espécies</p><p>Ação Popular - preventiva</p><p>Ação Popular repressiva - 5 anos – art. 21 da Lei 4717/65</p><p>LESIVIDADE E ILEGALIDADE.</p><p>BINÔMIO INDISPENSÁVEL?</p><p>Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular</p><p>ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade</p><p>administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo</p><p>comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;</p><p>JURISPRUDÊNCIA DO STJ</p><p>A. Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento</p><p>independentemente de dano ao erário</p><p>A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio</p><p>histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato administrativo. Com</p><p>esse entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação</p><p>que questiona a concorrência para exploração da ponte Presidente Costa e Silva (Rio-</p><p>Niterói), realizada em 1993.</p><p>Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres públicos para</p><p>abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato administrativo que se visa</p><p>anular. A ação, também movida em 1993, ataca o ato de pré-qualificação da licitação.</p><p>No mesmo ano, a petição inicial foi indeferida pela Justiça Federal no Distrito Federal. Em</p><p>apelação, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou o seguimento da</p><p>ação, entendendo que a mera ausência de lesão econômica no ato administrativo atacado</p><p>não basta para indeferir a petição inicial por alegada falta de interesse de agir de seu autor.</p><p>Daí o recurso da União ao STJ.</p><p>O relator afirmou também que a jurisprudência do STJ entende desnecessário o dano</p><p>material ou lesão efetiva, podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato</p><p>administrativo que impõe limitação anormal à concorrência e à competição é presumido</p><p>como lesivo e nulo, diante do disposto no artigo 4º da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65).</p><p>AÇÃO POPULAR. PREJUÍZO. ERÁRIO.</p><p>24</p><p>B. Trata-se de ação popular que comprovou que o prefeito construiu monumento referente</p><p>ao Cristo Redentor sem previsão orçamentária nem processo licitatório e o condenou ao</p><p>pagamento de perdas e danos no montante gasto.</p><p>No REsp, o prefeito insurge-se contra a condenação; pois, a seu ver, não houve lesão ao</p><p>patrimônio público. Para o Min. Relator, é possível afirmar a prescindibilidade do dano para</p><p>a propositura da ação popular, sem adentrar o mérito da existência de prejuízo econômico</p><p>ao erário. Isso porque a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965), em seu art. 1º, § 1º, ao definir</p><p>o patrimônio público como bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico</p><p>ou turístico, deixa claro que o termo “patrimônio público” deve ser entendido de maneira</p><p>ampla, a abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre</p><p>eles, a moralidade administrativa. A Suprema Corte já se posicionou nesse sentido e,</p><p>seguindo o mesmo entendimento, este Superior Tribunal tem decidido que a ação popular</p><p>é instrumento hábil na defesa da moralidade administrativa, ainda que não exista dano</p><p>econômico material ao patrimônio público. Além disso, as instâncias ordinárias, na análise</p><p>dos fatos, chegaram à conclusão de que a obra trouxe prejuízo ao erário por ser construção</p><p>sem infraestrutura, com sérios problemas de erosão no local etc. Diante do exposto, a Turma</p><p>não conheceu do recurso. Precedentes citados do STF: RE 170.768-SP, DJ 13/8/1999; do</p><p>STJ: REsp 474.475-SP, DJe 6/10/2008, e REsp 172.375-RS, DJ 18/10/1999. REsp 1.130.754-</p><p>RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 13/4/2010.</p><p>Lei 4717/65</p><p>Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior,</p><p>nos casos de:</p><p>a) incompetência;</p><p>b) vício de forma;</p><p>c) ilegalidade do objeto;</p><p>d) inexistência dos motivos;</p><p>e) desvio de finalidade.</p><p>Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes</p><p>normas:</p><p>a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do</p><p>agente que o praticou;</p><p>b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de</p><p>formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;</p><p>c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,</p><p>regulamento ou outro ato normativo;</p><p>d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se</p><p>fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado</p><p>obtido;</p><p>e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso</p><p>daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.</p><p>Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das</p><p>entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do</p><p>artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a</p><p>natureza deles.</p><p>25</p><p>Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por</p><p>quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.</p><p>I - A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de</p><p>habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.</p><p>II - A operação bancária ou de crédito real, quando:</p><p>a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias,</p><p>regimentais ou internas;</p><p>b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura,</p><p>contrato ou avaliação.</p><p>III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:</p><p>a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou</p><p>administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma</p><p>geral;</p><p>b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o</p><p>seu caráter competitivo;</p><p>c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação</p><p>das possibilidades normais de competição.</p><p>IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem admitidas, em favor do</p><p>adjudicatário, durante a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de</p><p>serviço público, sem que estejam previstas em lei ou nos respectivos instrumentos.</p><p>V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível concorrência</p><p>pública ou administrativa, quando:</p><p>a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou constantes de</p><p>instruções gerais;</p><p>b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado,</p><p>na época da operação;</p><p>c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação.</p><p>VI - A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua</p><p>modalidade, quando:</p><p>a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares ou de instruções</p><p>e ordens de serviço;</p><p>b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.</p><p>VII - A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o limite de valor,</p><p>desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.</p><p>VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando:</p><p>a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamentares,, regimentais</p><p>ou constantes de instruções gerias:</p><p>b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior ao da avaliação.</p><p>IX - A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitucionais, legais e</p><p>regulamentadoras que regem a espécie.</p><p>5. Legitimidade Ativa. O Cidadão.</p><p>Brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos políticos. art. 1º, §3º, da Lei</p><p>4717/65.</p><p>E o português equiparado?</p><p>E o cidadão de 16 anos?</p><p>26</p><p>XXXI EXAME. ATENÇÃO!</p><p>Preliminar de legitimidade ativa de Joana, no sentido de que a autora é cidadã com direitos</p><p>políticos vigentes, conforme título de eleitor (0,10), tal como exige o Art. 5º, inciso LXXIII, da</p><p>CRFB/88 OU o Art. 1º, caput, da Lei nº 4.717/65 (0,10).</p><p>Não podem ajuizar a ação popular:</p><p>inalistáveis, inalistados, pessoa jurídica, Ministério Público.</p><p>6. Polo Passivo</p><p>Litisconsórcio passivo necessário entre todos os envolvidos:</p><p>art. 1º, c/c art. 6º da lei 4717/65</p><p>pessoa jurídica de direito público, privado</p><p>agentes públicos</p><p>particulares</p><p>Art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965, in verbis:</p><p>“A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de</p><p>impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,</p><p>desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal</p><p>ou dirigente.”</p><p>OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (XXVIII EXAME)</p><p>Legitimidade passiva.</p><p>A do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter concedido a licença de construção</p><p>(0,10), nos termos da Lei nº 4.717/65, Art. 6º, caput (0,10); 0,00/0,10/0,20.</p><p>A do Município Beta por se almejar obstar os efeitos de uma licença que concedeu por</p><p>intermédio do prefeito (0,10), nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/65 (0,10);</p><p>0,00/0,10/0,20.</p><p>A da sociedade empresária K pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida (0,10), nos</p><p>termos do Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65 (0,10).</p><p>OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (XXXI EXAME)</p><p>Legitimidade passiva</p><p>5. de João, por ser o responsável pela celebração do contrato administrativo (0,10), nos</p><p>termos do Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65, (0,10). 0,00/0,10/0,20</p><p>6. da sociedade empresária WW, por ter celebrado o contrato administrativo e ser</p><p>beneficiada por ele (0,10), nos termos Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/1965 (0,10).</p><p>0,00/0,10/0,20</p><p>7. a do Município Beta, por se almejar a declaração de nulidade do contrato administrativo</p><p>(0,10), nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/1965 (0,10).</p><p>7. Papel do MP</p><p>Arts. 7°, 9°, 16 e 19 da Lei nº 4.717/1965.</p><p>8. Gratuidade</p><p>27</p><p>9. Tutela de urgência</p><p>Art. 5º, § 4º, da Lei 4717/65 e art. 300 do CPC</p><p>XXXI: Concessão de provimento liminar, para impedir/suspender o início de execução do</p><p>contrato administrativo (0,10), segundo o Art. 5º, § 4º, da Lei nº 4.717/65 (0,10).</p><p>XXVIII: “liminar”</p><p>XXV: “liminar”</p><p>XVIII Exame: “medida cautelar”</p><p>VI: “tutela de urgência”</p><p>NO ENCERRAMENTO: Juntada do título de eleitor de João da Silva (0,10).</p><p>10. COMPETÊNCIA</p><p>IMPORTANTE!</p><p>União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação Pública Federal – Juiz Federal de 1º grau.</p><p>Estados, Municípios, suas autarquias e fundações públicas – Juiz Estadual de 1º grau – Vara</p><p>de Fazenda Pública.</p><p>"A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do</p><p>Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro grau. Precedentes.</p><p>Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais da metade</p><p>dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá</p><p>a competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da CF."</p><p>(AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-10-2001, Plenário, DJ de 1º-</p><p>8-2003.)</p><p>Pet-AgR 3152 – MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE</p><p>EMENTA: Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que</p><p>o réu seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os</p><p>processos previstos na Constituição.</p><p>Rcl 2833 – MIN. CARLOS BRITTO</p><p>EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA. PROCESSOS JUDICIAIS QUE</p><p>IMPUGNAM A PORTARIA Nº 820/98, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE</p><p>DEMARCOU A RESERVA INDÍGENA DENOMINADA RAPOSA SERRA DO SOL, NO ESTADO</p><p>DE RORAIMA. - Caso em que resta evidenciada a existência de litígio federativo em</p><p>gravidade suficiente para atrair a competência desta Corte de Justiça (alínea "f" do inciso I</p><p>do art. 102 da Lei Maior). - Cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ação</p><p>popular em que os respectivos autores, com pretensão de resguardar o patrimônio público</p><p>roraimense, postulam a declaração da invalidade da Portaria nº 820/98, do Ministério da</p><p>Justiça. Também incumbe a esta Casa de Justiça apreciar todos os feitos processuais</p><p>intimamente relacionados com a demarcação da referida reserva indígena. - Reclamação</p><p>procedente.</p><p>Rcl 417 – MIN. CARLOS VELLOSO</p><p>EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO POPULAR.</p><p>Constituição, art. 102, I, "n". I. - Ação popular ajuizada para o fim de anular a nomeação de</p><p>28</p><p>todos os membros do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, estando os Juízes de 1.</p><p>grau do mesmo Estado em estágio probatório, assim sem a garantia de independência da</p><p>vitaliciedade, dependentes do Tribunal cujos integrantes são litisconsortes passivos na ação</p><p>popular. Impossibilidade de realização do devido processo legal, dado que um dos</p><p>componentes deste, o juiz natural, conceituado como juiz com garantias de independência,</p><p>juiz imparcial, juiz confiável, não existe, no caso. II. - Hipótese em que ocorre a competência</p><p>do Supremo Tribunal Federal, para processar e julgar a ação popular, na forma do disposto</p><p>no art. 102, I, "n", da Constituição Federal. III. - Reclamação julgada procedente.</p><p>11. Súmulas do STF</p><p>“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” (Súmula 365)</p><p>“O mandado de segurança não substitui a ação popular.” (Súmula 101)</p><p>12. ALGUMAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DE AÇÃO POPULAR</p><p>Declaração de nulidade do ato de nomeação de pessoa indicada sem concurso público. Art.</p><p>37, caput e inciso II.</p><p>Declaração de nulidade de ato publicitário que promoveu autoridade. Art. 37, § 1º</p><p>Declaração de nulidade de ato que determinou a demolição de parques culturais/históricos.</p><p>Art. 5°, LXXIII</p><p>Declaração de nulidade de ato que determina a construção de empreendimento em área</p><p>situada em reserva ambiental. Art. 225.</p><p>Declaração de nulidade de contrato administrativo firmado sem procedimento licitatório.</p><p>Art. 37, XXI.</p><p>13. Caso concreto</p><p>Peça Processual XXXI Exame</p><p>Como parte das iniciativas de modernização que vêm sendo adotadas no plano urbanístico</p><p>do Município Beta, bem sintetizadas no slogan “Beta rumo ao século XXII”, o prefeito</p><p>municipal João determinou que sua assessoria realizasse estudos para a promoção de uma</p><p>ampla reforma dos prédios em que estão instaladas as repartições públicas municipais. Esses</p><p>prédios, localizados na região central do Município, formam um belo e importante conjunto</p><p>arquitetônico do século XVIII, tendo sua importância no processo evolutivo da humanidade</p><p>reconhecida por diversas organizações nacionais e internacionais, tanto</p><p>que tombados. A</p><p>partir desses estudos, foi escolhido o projeto apresentado por um renomado arquiteto</p><p>modernista, que substituiria as fachadas originais de todos os prédios, as quais passariam a</p><p>ser compostas por estruturas mesclando vidro e alumínio. Concluída a licitação, o Município</p><p>Beta, representado pelo prefeito municipal, celebrou contrato administrativo com a</p><p>sociedade empresária WW, que seria responsável pela realização das obras de reforma, o</p><p>que foi divulgado em concorrida cerimônia. No dia seguinte à referida divulgação, Joana,</p><p>cidadã brasileira, atuante líder comunitária e com seus direitos políticos em dia, formulou</p><p>requerimento administrativo solicitando a anulação do contrato, o qual foi indeferido pelo</p><p>prefeito municipal João, no mesmo dia em que apresentado, sob o argumento de que a</p><p>modernização dos prédios indicados fora expressamente prevista na Lei municipal nº</p><p>XX/2019, que determinara o rompimento com uma tradição que, ao ver da maioria dos</p><p>munícipes, era responsável pelo atraso civilizatório do Município Beta. Muito preocupada</p><p>29</p><p>com o início das obras, já que a primeira fase consistiria na demolição parcial das fachadas,</p><p>de modo que pudessem receber os novos revestimentos, Joana procurou você, como</p><p>advogado(a), para que elabore a petição inicial da medida judicial cabível, com o objetivo</p><p>de preservar o patrimônio histórico e cultural descrito acima, evitando-se lesão a este</p><p>importante conjunto arquitetônico. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para</p><p>dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>5 PASSOS</p><p>PASSO 1 – RESUMO DO CASO</p><p>PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO</p><p>PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE</p><p>EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X</p><p>(5 linhas)</p><p>Joana, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão,</p><p>portadora do RG n°... e do CPF n° ..., endereço eletrônico ..., portadora do título de eleitor</p><p>n° ..., residente e domiciliada..., nesta cidade, por seu advogado infraassinado, conforme</p><p>procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC,</p><p>com fundamento nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 e na Lei nº 4717/65, vem ajuizar</p><p>AÇÃO POPULAR</p><p>em face de João, prefeito do Município Beta, da sociedade empresária WW, e do Município</p><p>Beta, com endereços...</p><p>I – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Em razão de um conjunto de iniciativas de modernização que vêm sendo adotadas</p><p>no plano urbanístico do Município Beta –, sob o slogan “Beta rumo ao século XXII” –, o</p><p>prefeito municipal, Sr. João, determinou que sua assessoria realizasse estudos para a</p><p>promoção de uma ampla reforma dos prédios em que estão instaladas as repartições</p><p>públicas municipais, que representam um belo e importante conjunto arquitetônico do</p><p>século XVIII, todos tombados.</p><p>Após os estudos, foi eleito o projeto apresentado por um renomado arquiteto</p><p>modernista, que substituiria as fachadas originais de todos os prédios, as quais passariam a</p><p>ser compostas por estruturas mesclando vidro e alumínio. Após a conclusão do</p><p>procedimento licitatório, o Município, representado pelo prefeito, celebrou o contrato</p><p>30</p><p>administrativo com a sociedade empresária WW, que seria responsável pela realização das</p><p>obras de reforma, o que foi divulgado.</p><p>Em razão da divulgação desses fatos, a Autora desta ação, atuante líder comunitária,</p><p>formulou requerimento administrativo solicitando a anulação do referido contrato, o que foi</p><p>indeferido pelo prefeito, sob o argumento de que a modernização dos prédios indicados</p><p>fora expressamente prevista na Lei municipal nº XX/2019, que determinara o rompimento</p><p>com uma tradição que, ao ver da maioria dos munícipes, era responsável pelo atraso</p><p>civilizatório do Município. A primeira fase das obras já consistiria na demolição parcial das</p><p>fachadas, de modo que pudessem receber os novos revestimentos, o que justifica o</p><p>ajuizamento da presente Ação com o objetivo de preservar o patrimônio histórico e cultural</p><p>do município, evitando-se lesão a este importante conjunto arquitetônico.</p><p>II – LEGITIMIDADE ATIVA</p><p>A autora, cidadã brasileira, atuante líder comunitária, deseja participar ativamente da</p><p>defesa do patrimônio histórico e cultural do município, estando em dia com seus direitos</p><p>políticos, portanto, satisfaz plenamente o requisito da cidadania, presente no art. 5º, inciso</p><p>LXXIII, da CRFB ou no art. 1º, caput, da Lei nº 4.717/65.</p><p>III – LEGITIMIDADE PASSIVA</p><p>O polo passivo da Ação Popular é formado por um litisconsórcio necessário,</p><p>conforme estabelece os arts. 1º e 6º da Lei 4717/65, daí porque, todas as autoridades e</p><p>empresas envolvidas devem responder à presente ação.</p><p>A legitimidade passiva do prefeito municipal João decorre do fato de ter firmado o</p><p>contrato administrativo (Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65); da sociedade empresária WW</p><p>pelo fato de ter celebrado e ser beneficiária do contrato administrativo (Art. 6º, caput, da Lei</p><p>nº 4.717/65) e a do Município Beta, por se almejar anular o contrato administrativo celebrado</p><p>(Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/65).</p><p>IV – PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA</p><p>A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5º, § 4º, da Lei 4717/65.</p><p>Para muitos doutrinadores, trata-se de uma verdadeira tutela cautelar/liminar.</p><p>A probabilidade do direito é comprovada pelos fatos narrados e pelos documentos</p><p>que acompanham a presente ação, decorrendo da flagrante ofensa à ordem constitucional,</p><p>o que acarreta a nulidade do ato.</p><p>Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo é evidente diante dos</p><p>atos que prejudicam o patrimônio público, especialmente porque a primeira fase das obras</p><p>já consistirá na demolição parcial das fachadas, causando lesão ao patrimônio histórico e</p><p>cultural do município.</p><p>V – DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI MUNICIPAL</p><p>31</p><p>Cabe destacar, de plano, que a Lei Municipal nº XX/2019 é materialmente</p><p>inconstitucional por afrontar o dever do Município de proteger os bens de valor histórico,</p><p>nos termos elencados no art. 23, III, da CRFB/88 ou art. 30, IX, da CRFB/88, assim como de</p><p>impedir a sua descaracterização, conforme art. 23, IV, da CRFB/88.</p><p>Portanto, a inconstitucionalidade da Lei Municipal nº XX/2019 deve ser reconhecida</p><p>incidentalmente e, em consequência, o contrato administrativo celebrado é nulo, em razão</p><p>da inobservância das normas constitucionais vigentes, conforme art. 2º, alínea c, e parágrafo</p><p>único, alínea c, da Lei nº 4.717/65.</p><p>VI – FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>O art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor</p><p>ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o</p><p>Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e</p><p>cultural.</p><p>Há, no presente caso, um ato lesivo ao patrimônio histórico, sendo, portanto, possível</p><p>a declaração de sua nulidade via ação popular que também se encontra regulamentada na</p><p>Lei 4717/65 e é um importante instrumento em defesa dos direitos difusos, conforme</p><p>extraímos do art. 1° da referida norma.</p><p>Ademais, o conjunto urbano de valor histórico, alcançado pelo contrato</p><p>administrativo celebrado pelo município, representado pelo prefeito, integra o patrimônio</p><p>cultural brasileiro, o que se extraí do art. 216, V, da CRFB/88.</p><p>Em consequência, o contrato administrativo celebrado é nulo, em razão da</p><p>inobservância das normas constitucionais vigentes e legais vigentes, segundo o art. 2º, alínea</p><p>c, e parágrafo único, alínea c, da Lei nº 4.717/65.</p><p>VII – DOS PEDIDOS</p><p>Diante de todo o exposto, requer-se:</p><p>a) a concessão da tutela de urgência para impedir o início de execução do contrato</p><p>administrativo, com a demolição parcial das fachadas,</p>