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Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC

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Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
2 
www.eduhot.com.br 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................... 3 
Doenças Degenerativas .............................................................................................. 3 
Principais Doenças Degenerativas do Sistema Nervoso............................................. 3 
Doença de Alzheimer .................................................................................................. 3 
BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NOS SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER . 6 
Doença de Parkinson ................................................................................................ 12 
Estudos de Fisioterapia na DP .................................................................................. 14 
A Importância da Fisioterapia na Doença de Parkinson e as técnicas 
fisioterapêuticas mais utilizadas ................................................................................ 18 
Esclerose Múltipla ..................................................................................................... 22 
Reabilitação do Doente com Esclerose Múltipla ....................................................... 24 
Fisioterapia na Esclerose Múltipla ............................................................................. 26 
Exercícios na Esclerose Múltipla ............................................................................... 29 
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) .......................................................................... 31 
A Doença de Huntington ........................................................................................... 35 
FISIOTERAPIA NA FASE INICIAL DA DH ................................................................ 37 
FISIOTERAPIA NA FASE INTERMEDIÁRIA DA DH ................................................ 39 
TERAPIA FÍSICA NO ESTÁGIO AVANÇADO DA DH .............................................. 41 
Tratamento fisioterapêutico após um AVC ................................................................ 42 
Exercícios de reabilitação após AVC ........................................................................ 42 
Resultados da fisioterapia após AVC ........................................................................ 45 
Epilepsia .................................................................................................................... 46 
Alguns exercícios indicados para epiléticos .............................................................. 48 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49 
 
 
 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
3 
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Introdução 
Doenças Degenerativas 
 
As doenças degenerativas são aquelas que comprometem as funções vitais 
do indivíduo em caráter irreversível e crescente. Elas recebem esse nome porque 
causam a degeneração de células, tecidos e órgãos. 
As causas do surgimento de doenças degenerativas são relacionadas com 
aspectos genéticos, fatores ambientais, má alimentação e sedentarismo. 
Atualmente, não há cura e nem tratamento específico para essas doenças. O uso de 
medicamentos alivia os sintomas da doença e proporciona melhores condições de 
vida aos doentes. 
 
Principais Doenças Degenerativas do Sistema Nervoso 
 
As doenças degenerativas que comprometem o Sistema Nervoso também 
são chamadas de neurodegenerativas. As principais são: 
 
Doença de Alzheimer 
 
 
Fonte: https://www.mdsaude.com/2011/03/mal-alzheimer.html 
 
https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso/
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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A Doença de Alzheimer é um tipo de demência progressiva, 
neurodegenerativa, irreversível e de curso lento, com duração aproximadamente de 
08 a 12 anos. Pode aparecer tardiamente, após os 60 anos, ou precocemente por 
volta dos 40 anos, principalmente se houver casos na família. 
Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a 
Doença de Alzheimer. No Brasil, encontra-se cerca de 15 milhões de pessoas com 
mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas têm a doença de Alzheimer, 
segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ). 
A principal causa de demência em adultos com mais de 60 anos é a DA, que 
é responsável por alterações de comportamento, de memória e de pensamento 
(OLIVEIRA; GORETTI; PEREIRA, 2006). Quando diagnosticada no início, é possível 
retardar o seu avanço e obter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor 
qualidade de vida ao paciente e a família. Seu nome oficial refere-se ao médico Alois 
Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. 
 A DA é a presença da demência com perda em pelo menos duas áreas 
cognitivas como, linguagem, memória, planejamento, de caráter progressivo. O 
comprometimento do SNC gerado é atribuído a alterações histopatológicas: Placas 
senis, emaranhados neurofibrilares e também pela perda neuronal difusa. É 
caracterizada por um processo neurodegenerativo, associado a uma deterioração 
progressiva, tanto das funções cognitivas como no comportamento e personalidade. 
A doença ou mau de Alzheimer afeta o cérebro e causa a morte de neurônios. 
As áreas afetadas no cérebro comprometem a memória, a capacidade de linguagem 
e o comportamento. 
Além disso, ocorre um declínio da memória recente, em razão da depleção da 
acetilcolina nos núcleos basais de Meynert e da atrofia do lobo temporal. Há uma 
formação em excesso de placa beta amilóide e deposição de placas senis no 
cérebro (MENDONÇA, 2011). 
O diagnóstico da DA é feito fundamentalmente através de critérios clínicos 
preestabelecidos juntamente com a exclusão de outras possíveis causas para a 
demência (APRAHAMIAN; MARTINELLI; YASSUDA, 2009). As perdas neuronais 
não acontecem de maneira homogênea, as áreas comumente mais atingidas são as 
de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções 
executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. 
https://www.todamateria.com.br/neuronios/
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. A 
intervenção fisioterapêutica pode contribuir em qualquer fase da doença de 
Alzheimer ao atuar tanto na manutenção quanto na melhora do desempenho 
funcional do indivíduo (ELY; GRAVE, 2009). 
A doença de Alzheimer não tem cura. O tratamento consiste no uso de 
medicamentos para estabilizar a doença e oferecer alívio e conforto aos doentes. 
 
Sintomas 
• Perda progressiva da memória é comum à lembrança de fatos mais antigos e 
o esquecimento de situações do cotidiano; 
• Perda progressiva da capacidade cognitiva; 
• Redução da capacidade de relação social. 
 
Alzheimer e suas fases 
 
De acordo com Machado et al (2002), a sintomatologia da doença pode ser 
descrita nos seguintes estágios: 
A fase inicial dura, em média, de 2 a 3 anos e é caracterizada por sintomas 
vagos e difusos, que se desenvolvem insidiosamente. Há comprometimento da 
memória; podem, também, apresentar perda de concentração, desatenção, 
depressão, agitação e hiperatividade; dificuldades no trabalho, para lidar com 
situações complexas e para o aprendizado de novos fatos; perder objetos pessoais, 
se esquecer de alimentos em preparo no fogão; problemas espaciais e de 
percepção (reconhecer faces e locais familiares); há desorientação progressiva com 
respeito ao tempo e ao espaço. 
Nesse estágio o portador apresenta dificuldade em pensar com clareza, pode 
cometer lapso e, se confundir facilmente, além de demonstrar diminuição no seu 
rendimento funcional em tarefas mais complexas (ABREU, 2005). 
A fase intermediária duraentre 2 e 10 anos, é caracterizada por deterioração 
acentuada da memória e pelo aparecimento de sintomas focais, que incluem afasia, 
apraxia, agnosia e alterações visoespaciais. Distúrbios de linguagem progridem. O 
declínio cognitivo, a capacidade de aprendizado fica alterada, a memória remota 
pode ficar comprometida. O julgamento torna-se alterado e o paciente 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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frequentemente fica alheio aos seus déficits, tornando-se notória as dificuldades 
para a realização de tarefas complexas. A capacidade de fazer cálculos, abstrações, 
resolver problemas, planejar tarefas em etapas torna-se seriamente afetada 
(MACHADO et al., 2002). 
Nesse estágio moderado os problemas são mais evidentes e restritivos, 
encontrando dificuldade nas atividades de vida diária, necessitando de ajuda de um 
cuidador. Ocorre uma maior dificuldade na higiene pessoal, na comunicação, 
movimentos e fala repetidas, mudanças de humor repentinas, alterações de 
percepção e de ordem motora, delírios, são alguns dos sintomas encontrados 
(ABRAZ, 2012). 
No estágio severo ou final, o portador da Doença de Alzheimer perde a 
capacidade de ser independente devido sua perca funcional e suas limitações de 
amplitude de movimento. Os distúrbios de memória são mais evidentes e severos, 
apresentando dificuldade na alimentação independente, como também na 
higienização e suas AVD’s, dificuldade na locomoção, incontinência urinária e fecal, 
comportamento inadequado perante a sociedade (ABRAZ, 2012). 
Essa fase tem duração média de 8 a 12 anos, e no estágio terminal, todas as 
funções cognitivas estão gravemente comprometidas, havendo até mesmo, 
dificuldades para reconhecer faces e espaços familiares. Devido a perda total da 
capacidade para realizar atividades de vida diária, os pacientes tornam-se 
totalmente dependentes e passam a comunicar-se somente através de sons 
incompreensíveis e jargões semânticos, até alcançarem o mutismo. Finalmente 
ficam acamados, com incontinência urinária e fecal. 
 
BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NOS SINTOMAS DA DOENÇA DE 
ALZHEIMER 
 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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Fonte: http://www.planoboaviagem.com.br/s/fisioterapia-ajuda-pacientes-com-alzheimer-a-desenvolver-
atividades-diarias/ 
 
Para a Confederação Mundial de Fisioterapia (2003), Somos responsáveis 
pela atenção às pessoas e a populações, com o intuito de desenvolver, manter e 
restaurar o movimento e a capacidade de todo o ciclo da vida. Incluindo prestação 
de serviços em circunstâncias nas quais o movimento e as funções estão 
ameaçadas pelo processo de envelhecimento, no contexto da promoção, prevenção, 
tratamento e, na reabilitação de disfunções. 
Para O COFFITO (2003), a fisioterapia é a ciência que estuda, previne e trata 
os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes do corpo humano em geral, gerados 
por trauma, doenças adquiridas e por alterações genéticas. 
Chiappetta (2003) informa que, nos últimos anos, o interesse pela intervenção 
fisioterapêutica tem aumentado para estes pacientes, com diferentes formas de 
reabilitação. 
Este profissional de saúde trabalha junto a outros profissionais, para melhorar 
a efetividade das tarefas diárias importantes para o paciente, dando ênfase nas 
técnicas de reabilitação neurológica, para fortalecer o paciente através do 
treinamento funcional e da sugestão cinestésica (KAUFFMAN, 2001). 
A doença de Alzheimer afeta principalmente o psicomotor em ocorrência da 
desmielinização da área cerebral afetada. 
Segundo Bastos et ali (2006), a doença de Alzheimer causa uma série de 
efeitos tanto ao nível de pensamento quanto ao nível motor. O que interessa para o 
fisioterapeuta é o sistema motor, que ao ser estimulado, obtém-se como resultado 
uma melhora na qualidade de vida. É necessário realizar primeiramente uma 
avaliação do paciente colhendo todos os dados a respeito da doença e de seus 
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sintomas, para que depois possa ser feito um plano de tratamento para este 
paciente. O tratamento fisioterapêutico é constante e por tempo indefinido. Existem 
melhoras, mas o paciente nunca recupera suas funções totalmente, já que é uma 
demência e há comprometimento de uma área do cérebro. 
O tratamento fisioterapêutico dependerá das necessidades do paciente, mas 
a criatividade do fisioterapeuta na escolha das atividades é muito importante. A 
cinesioterapia pode ser utilizada para manter ou melhorar a amplitude e força 
muscular (FREITAS et al., 2002). 
A intervenção fisioterapêutica pode contribuir em qualquer fase da doença de 
Alzheimer para manter o indivíduo mais ativo e mais independente possível, seja no 
domicílio, seja numa instituição (KOTTKE, 2002). A instituição de qualquer atividade 
terapêutica deve assegurar que o paciente permaneça seguro, independente e 
capaz de realizar atividades da vida diária e atividades da vida diária instrumental 
pelo máximo de tempo que possível (REBELATTO, 2004). No maior grau possível, a 
intervenção fisioterapêutica deve ser encorajada para manter a amplitude de 
movimento, a força e o estado de alerta (KOTTKE; LEHMANN, 2002). 
No início da doença, quando o portador da doença ainda caminha, segundo 
Portugal (2000), a fisioterapia melhora a deambulação e retarda a rigidez dos 
músculos. Mais tarde, quando o doente não mais caminha, ainda a fisioterapia é útil, 
porque uma rigidez menor dos músculos vai tornar mais fácil a troca de roupa, além 
do cuidado específico com pontos de pressão, para evitar o surgimento de úlceras 
de decúbito. 
Ainda Freitas et al. (2002), a psicomotricidade deverá ser estimulada com 
maior ênfase à lateralidade, à auto imagem, à percepção corporal, coordenação e ao 
equilíbrio. A orientação quanto ao tempo e espaço e a estimulação da memória e do 
raciocínio complementam a terapia. 
Dessa forma, se o paciente apresenta alterações de postura, o fisioterapeuta 
trabalhará com ele exercícios de alongamentos de grupos musculares encurtados; 
se for detectado alteração no equilíbrio será trabalhado com ele exercícios que 
recuperem esta condição. 
O fisioterapeuta deve orientar também o cuidador quanto à importância de 
cuidar da pele do paciente, evitando que a mesma fique ressecada ou que haja a 
formação de escaras. È essencial que o terapeuta observe o trofismo e o tônus 
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muscular para que se possa ter conhecimento do grau de incapacidade surgido pela 
demência. O paciente com hipotonia pode ser tratado com estímulos elétricos, crio 
estimulação e solicitação verbal de contração muscular. O tônus espástico pode ser 
trabalhado no sentido de alongamento da musculatura atingida e através da 
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Avaliar o grau de sensibilidade do 
paciente; se o grau estiver diminuído pode-se trabalhar com diversos estímulos 
sobre a pele, como com diferentes texturas, agentes térmicos e estímulos dolorosos. 
E quanto às atividades da vida diária, avaliar se o paciente é capaz de realizar as 
atividades sozinho ou se é dependente, procurando então diminuir as dificuldades 
dele em realizá-las (BASTOS et ali., (2006). 
O Mal de Alzheimer é uma doença crônica degenerativa do sistema nervoso 
central, que desencadeia uma série de efeitos tanto a nível intelectivo quanto a nível 
motor. Se houver estimulação motora, haverá como consequência, uma melhora do 
quadro intelectivo. O exercício físico é importante para esses pacientes, pois com a 
melhora da parte física, o psiquismo do doente também melhora, já que ele evita o 
recolhimento em si e continua a executar as atividades do mundo externo (SALLES 
et al, 2000). 
As técnicas de fisioterapia serão as mesmas que usamos nas pessoas de 
terceira idade que não apresentam demência,mas a maneira de abordá-las exige 
habilidade especial. O paciente pode parecer desinteressado em saber como a falta 
de flexibilidade articular, a fraqueza muscular ou o edema poderá afetá-lo, pois ele 
não tem mais a capacidade de entender a relação que existe. Para facilitar tanto 
para o fisioterapeuta como para o paciente, o preparo das explicações claras e 
simples deverá se fazer presente; a instrução deverá ser repetida da mesma forma, 
já que o emprego de diferentes palavras poderá confundir o paciente (OLIVEIRA et 
al., 2006). 
Freitas et al. (2006) ainda traz que a cinesioterapia pode ser utilizada para 
manter ou melhorar a amplitude de movimento e a força muscular. Nas fases iniciais, 
um programa de alongamento, exercícios com carga e aeróbios serão necessários 
para a prevenção de problemas osteoarticulares e cardiovasculares. Portanto, para 
Freitas et al. 
(ibid.), as metas primárias na DA seriam melhorar a qualidade de vida, 
maximizar o desempenho funcional dos pacientes e promover o mais alto grau de 
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autonomia factível em cada um dos estágios da doença. Para isso, o enfoque 
principal do tratamento é direcionado para as medidas de intervenção sobre as 
alterações cognitivas, do humor, dos sintomas psicológicos e do comportamento. 
Além disso, é fundamental que as intercorrências clínicas, relacionadas com outros 
problemas médicos agudos ou comorbidades preexistentes, sejam sempre 
identificadas e tratadas o mais precocemente possível para que os déficits dos 
pacientes com a doença não sejam agravados ainda mais. 
Para Costoso et al. (2007), a técnica ideal para tratamento das deformidades 
acometidas pela evolução do Alzheimer seriam os exercícios terapêuticos utilizando 
diversos mecanismos facilitadores, com a finalidade de promover e melhorar a 
contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o relaxamento muscular, sendo 
indicado assim a técnica de Kabat para pacientes acometidos por Alzheimer. 
Reichel (1998), afirma então que a utilização da técnica de Kabat propicia o 
aumento da amplitude do movimento, melhora a estabilidade das articulações, 
facilitando assim a de ambulação e outras atividades funcionais. Direciona um 
movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta. 
Além de estimular os movimentos coordenados por meio da sincronização correta 
dos estímulos e ampliar a resistência. 
Os princípios do método Kabat, definidos por Voss et al. (1987), Reichel 
(1998), 
Costoso et al. (2003), Melo et al. (2006) estão incorporados no tratamento do 
paciente com Alzheimer: devem ser realizados exercícios de alongamento e 
mobilidade corporal, onde o alongamento visará aumentar o comprimento de tecidos 
moles a fim de melhorar a flexibilidade da articulação e a mobilidade, melhorando a 
rigidez e a dor, já que a mobilização mantém a amplitude de movimento, o que 
facilita a realização de atividades de vida diária e transferências. 
Também é importante que sejam evitadas as atrofias por desuso e fraqueza 
muscular, os encurtamentos de tecidos moles e as deformidades esqueléticas 
(KAUFFMAN, 2001; 
REBELATTO et al., 2004). Exercícios terapêuticos direcionados para os 
padrões do funcionamento cardiorrespiratório também são muito importantes, uma 
vez que no indivíduo portador da doença de Alzheimer a capacidade funcional da 
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fala, a respiração, expansão torácica e função venosa vão diminuindo 
progressivamente (O’SULLIVAN et. al., 2004). 
A assistência fisioterapêutica é baseada na avaliação individualizada do 
paciente, ou seja, o tratamento será de acordo com os sinais, os sintomas e as 
limitações do paciente. Como a DA é uma afecção caracterizada por um processo 
degenerativo progressivo, sem perspectivas terapêuticas que impeçam a sua 
evolução, postula-se que tratamentos, dentre eles o fisioterapêutico, que possam 
melhorar ou estabilizar, mesmo que temporariamente a evolução da mesma, ao que 
já representam um ganho relevante à qualidade de vida destes indivíduos (ZAIONS; 
PAVAN; WISNIEWSKI, 2012). 
 A intervenção fisioterapêutica vai auxiliar as funções vitais do cérebro, 
estimulando os circuitos neurais, focalizando atenção, associando fatos a imagens, 
auxiliando no planejamento motor e desenvolvendo pistas cognitivas que ajudem a 
realizar determinadas tarefas. 
Os exercícios realizados para estimulação da memória através da fisioterapia 
cognitiva possibilitam novos processos mentais internos através de estímulos 
externos percebidos pela própria pessoa, melhorando o desempenho nas tarefas 
cognitivas, auxiliando na melhora da capacidade de concentração e favorecendo a 
formação de novas associações de neurônios. Esses exercícios vão desde criar 
associações para se lembrar de uma informação até lembrar informações 
importantes. 
Além da atividade intelectual, a atividade física é uma importante ferramenta 
na função de proteger e amenizar os impactos causados por um processo demencial 
(FEITERA, 2007). 
A cinesioterapia associado a hidroterapia e o padrão respiratório são 
essenciais, uma vez que a capacidade funcional da fala, respiração, expansão 
torácica e função venosa vão diminuindo aos poucos nos portadores de DA (ELY; 
GRAVE, 2009). 
 A fisioterapia também inclui orientações à família ou cuidadores, adequa o 
ambiente físico conforme as necessidades do mesmo, prevenir complicações como 
quedas, perda de mobilidade articular e deformidades, e assim melhora a qualidade 
de vida do individuo portador do mal de 
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Alzheimer (FEITEIRA, 2007). Mesmo havendo dificuldades e resistência do 
individuo com a doença de Alzheimer em fazer atividade física, vale lembrar que o 
exercício proporciona a sensação de bem-estar, aumentando a qualidade de vida 
dos mesmos. 
Doença de Parkinson 
 
 
Fonte: https://www.mdsaude.com/2010/08/mal-parkinson.html 
 
A Doença de Parkinson (DP) é uma das doenças degenerativa mais 
frequentes do sistema nervoso central. 
Caracteriza-se por acometimento de neurônios da zona compacta da 
substância negra com presença dos corpúsculos de Lewy, diminuição da produção 
de dopamina, resultando em desordens do movimento. 
De etiologia incerta a DP parece estar ligada a distúrbios genéticos e a fatores 
ambientais. 
Aproximadamente 1 a 2% da população acima de 65 anos apresenta DP. 
Modernamente considera-se a DP como afecção do adulto, progressiva, 
responsiva à lev dopa e comumente associada a manifestações motoras. 
Muito se tem avançado no tratamento da DP nos últimos anos, apesar de não 
conseguirmos evitar a progressão inexorável desta entidade. A levodopa é o mais 
potente e o mais tolerado medicamento. Pode-se usar a levodopa isoladamente ou 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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associada à agonistas dopaminérgicos, sendo o pramipexol, o ropinerol, a 
cabergolina, a lisuruda e a rotigotina os mais empregados. 
Outros fármacos utilizados são os inibidores da MAO B como a selegilina e a 
rasagilina, a amantadina, os anticolinérgicos e a apomorfina. Mesmo sendo o 
medicamento mais eficaz e mais usado, a levodopa apresenta efeitos colaterais 
precoces ou tardios em cerca de 80% dos pacientes com DP: as flutuações, o 
“wearingoff ”, o fenômeno “on-off”, as discinesias e os distúrbios mentais. Podem-se 
associar os inibidores da enzima catecol-O-metiltransferase (COMT), com a 
finalidade de diminuir os efeitos colaterais da levodopa. A procura por medicamentos 
neuroprotetores é grande, porem não existe ainda substância que interrompa a 
evolução natural da doença 
O tratamento cirúrgico consiste na estéreo coagulação de algumas estruturas 
extrapiramidais como a talamotomia e a palidotomia ou a introduçãode eletrodos 
bilateralmente em regiões talâmicas ou subtalâmicas, associado ao tratamento 
médico deve-se orientar os pacientes para cuidados fonoaudiológicos e fisioterapia. 
O exercício terapêutico é um elemento central na maioria dos planos de 
assistência da fisioterapia, complementado por outras intervenções, com a finalidade 
de aprimorar a função e reduzir uma incapacidade 
A doença ou mau de Parkinson é causada pela destruição de neurônios, na 
área conhecida como substância negra. Essa região é responsável pela produção 
do neurotransmissor dopamina. Dentre as várias funções da dopamina está o 
controle dos movimentos corporais. 
Os cientistas acreditam que a destruição dos neurônios na substância negra 
esteja relacionada com o envelhecimento. 
O tratamento da doença de Parkinson consiste no uso de medicamentos. 
 
Sintomas 
• Rigidez muscular; 
• Distúrbio da fala; 
• Tontura; 
• Alterações no sono; 
• Tremores nos membros superiores. 
https://www.todamateria.com.br/dopamina/
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Estudos de Fisioterapia na DP 
 
 
Um grande número de ensaios tem sido feitos para avaliar o resultado da 
fisioterapia na DP. As terapias podem ser em grupo ou individual. Quase todas 
focam em atividades como andar, subir escadas, pegar objetos, preensão, 
“hobbies”, praticar esportes, atividades sociais, etc. Descreveremos de inicio alguns 
trabalhos efetuados para avaliar o benefício dos exercícios fisioterápicos na DP. 
 
Principais estudos realizados 
 
(1) A fisioterapia na DP foi fundamentada primeira por Morris em 2000. 
Descreveu estratégias específicas para melhorar atividades como marcha 
transferências, atividades manuais, evitar quedas e manter a capacidade física. As 
estratégias incorporavam estímulos externos visuais, auditivos e proprioceptivos. A 
aplicação destes estímulos faria com que circuitos alternativos do sistema 
extrapiramidal fossem ativados. Morris também enfatizou a importância de 
cuidadores para tornar a reabilitação fisioterápica mais útil. 
(2) O primeiro ensaio de tratamento fisioterápico na DP foi realizado por 
Gibberd et al. (1981). Vinte e três pacientes foram submetidos à facilitação 
proprioceptiva neuromuscular e aos métodos Bobath e Peto, visando melhorar o 
equilíbrio, a festinação, a rigidez e a mobilidade em geral. Após três meses foram 
reavaliados e submetidos por mais três meses à terapia ocupacional. Concluíram 
que não houve melhora com o tratamento realizado. Entretanto, os autores não 
saram escalas conhecidas nas avaliações de enfermos e não fizeram estudo 
randomizado. 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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(3) Comella et al. (1993) realizaram estudo em 16 pacientes com DP 
submetendo-os a exercícios por período de quatro semanas e verificaram se seis 
meses após os prováveis benefícios persistiriam. Foram escolhidos enfermos com 
DP nos estágios 2 e 3 de H&Y. Após o período de exercícios, verificou-se melhora 
significativa no UPDRS e na AVD. O tratamento consistiu de 69 exercícios 
repetitivos visando à melhora da mobilidade, equilíbrio, marcha e destreza manual. A 
rigidez e a bradicinesia foram as deficiências mais beneficiadas, enquanto que o 
tremor permaneceu inalterado. Seis meses após os exercícios os enfermos 
retornaram ao estado inicial. Concluíram os autores que, os ganhos adquiridos com 
o tratamento não persistiram após o término dos mesmos. 
(4) No Reino Unido e na Holanda as metas principais das práticas 
fisioterápicas estabelecidas na DP foram a marcha, equilíbrio, postura, mobilidade 
articular, mudanças de posições (virar-se na cama, levantar da cama ou cadeira, etc. 
Foram enviados questionários a os enfermos com perguntas sobre AVD e 
satisfação com o tratamento fisioterápico. Questionados os fisioterapeutas. 
responderam que as metas principais eram melhorar e facilitar as AVD. Eram quatro 
as áreas mais trabalhadas: marcha, equilíbrio, postura e ansferências. De todos os 
pacientes, 95 tinham problemas graves, porem 41% não recebiam atamento 
fisioterápico. A maioria do tratamento fisioterápico era feito no domicílio sendo 88% 
com atamento e o restante em grupo. O tratamento consistia de exercícios ativos 
para melhorar a marcha, equilíbrio, transferências, mobilidade, capacidade 
cardiovascular relaxamento. Poucos fisioterapeutas utilizavam estímulos musicais e 
visuais no tratamento. A maioria dos pacientes (96%) respondeu que o tratamento 
ajudara a aliviar seus problemas. Os autores concluíram que: 1) nos últimos anos 
aumentou o número de pacientes com DP submetidos a tratamento fisioterápico; 2) 
o maior número de pacientes na Holanda seria atribuído à gratuidade do serviço; 3) 
o tratamento fisioterápico pode evitar quedas, ensinando aos pacientes estratégias 
de movimentos compensatórios; 4) a fisioterapia pode ser útil na reabilitação de 
pacientes com DP, porém necessitar-se-ia de mais estudos randomizados e 
controlados para efetivar o uso desta modalidade terapêutica. 
(5) Baatile et al. (2000) estudaram a técnica de colocar mastros com 
diferentes distâncias, para os pacientes com DP treinarem a marcha, cruzando os 
mastros ao andar. Apesar do pequeno número de pacientes (sete), todos referiram 
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melhora da habilidade após os exercícios. Foram avaliados pelo UPDRS e pelo 
PDQ. Acham os autores que psicologicamente e fisicamente os exercícios afetam o 
dia a dia destes enfermos. Sentem-se mais firmes, autoconfiantes com incremento 
da força e da memória. 
(6) O treinamento da marcha é um dos objetivos principais da reabilitação na 
DP. Na tentativa de melhorar a marcha destes enfermos e evitar quedas, alguns 
pesquisadores têm feito treinamento da marcha com estímulos visuais colocados no 
solo. Dias et al. (2005) estudaram 16 pacientes com DP, randomizados em dois 
grupos de oito cada. O primeiro foi submetido a treino de marcha com estímulos 
visuais e fisioterapia convencional e o segundo só com fisioterapia. Os estímulos 
eram fitas adesivas colocadas no solo. Avaliaram a cadência e a velocidade da 
marcha após o tratamento (20 sessões) e 30 dias após o término. Observaram 
aumento do comprimento do passo, da velocidade da marcha e melhora da 
cadência, imediatamente e 30 dias após o treinamento. No grupo controle não houve 
melhora. 
(7) Parece que os pacientes com DP treinando a marcha fixando em algum 
foco, obteriam melhora do andar, evitando assim quedas. O foco pode ser interno, 
isto é o paciente fixando-se nos pés, ou externo, como fixando em faixas no solo. 
Assim Landers et al. (2005) em 22 pacientes com DP. fizeram treinamento de 
marcha convencional, com foco interno e foco externo. 
O terceiro treinamento (foco externo) foi superior aos dois primeiros, 
melhorando o equilíbrio e diminuindo o número de quedas. 
(8) Chuma (2007) realizou questionário para avaliar 325 pacientes com DP 
em uma cidade japonesa sendo 146 homens e 179 mulheres, com média de idade 
de 68,3 (±8,5) anos. O questionário constava de sexo, idade, idade do início, 
duração da doença, medicamentos utilizados, distúrbio da marcha, história de 
quedas, fraturas por quedas, etc. O resultado mostrou risco de quedas com o 
avançar da enfermidade (aumento no H&Y). Os pacientes com muitas quedas 
passavam a ter medo de andar e muitos usavam bengalas. A finalidade dos 
exercícios empregados foi: 1) treinamento para distúrbios primários como rigidez, 
bradicinesia, distúrbio da marcha e equilíbrio e 2) melhorar distúrbios secundários 
como fraqueza muscular, restrição de movimentos e insuficiência cardiopulmonar. 
Estudaram o efeito do tratamento dos exercícios de rotação axial para fraqueza 
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muscular por desuso, para desempenho da velocidade da marcha e da bradicinesiapor quatro semanas, obtendo melhora. Acharam que exercícios apropriados 
preveniriam fraqueza muscular e insuficiência cardiorrespiratória, mantendo a AVD e 
a QV nestes pacientes. Concluem que, os exercícios devem ser aeróbicos, de 
estiramento a alongamento. O ideal seria 20 minutos de exercícios três vezes por 
semana. 
Referiram que, a utilização de sons rítmicos e a música poderiam ser efetivas 
para melhorar o distúrbio da marcha e motores na DP. 
(9) As alterações cognitivas estão presentes em pacientes com DP, Parecem 
estar ligadas à disfunção das conexões entra as regiões pré-frontais e estruturas 
subcorticais, tais como o estriado. Destas alterações cognitivas as funções 
executivas são as mais alteradas, em seus quatro componentes: vontade, 
planejamento, ação proposital e ação efetiva. Estas são processadas no córtex pré-
frontal dorsolateral. Os exercícios aeróbicos regulares podem beneficiar, prevenindo 
perdas neuronais. Taneka et al. (2009) estudaram 20 pacientes com DP sem quadro 
de demência e sem fazer exercícios previamente. Foram distribuídos em dois grupos 
de 10 cada. O primeiro grupo participou dos exercícios propostos e o segundo não 
entrou em nenhum protocolo de exercícios. Foram avaliados por testes de função 
executiva (“Wisconsin Card Sorting Test-WCST”). O protocolo de exercícios foi 
basicamente aeróbico: flexibilidade, resistência muscular, coordenação motora e 
equilíbrio. Foram realizados 60 minutos de sessão, três vezes por semana durante 
seis meses. Verificaram que no grupo submetido a exercícios aeróbicos houve 
melhora significativa nas variáveis da função executiva: capacidade para abstração 
e flexibilidade mental. Entretanto, nas variáveis que verificam os erros por 
desatenção e concentração da atenção não houve alterações nos dois grupos. 
Atribuem os autores a não modificação nestes dois itens, à depressão e à ansiedade 
comumente associada à DP. 
Acham que a melhora observada poderia ser devido ao aumento do fluxo 
sanguíneo cerebral incrementando o metabolismo de neurotransmissores, 
aumentando a atividade de enzimas anti-oxidantes, induzindo a síntese do “Brain 
Derived Neurotropic Factor-BDNF” e incrementando as sinapses responsáveis pela 
sociabilidade e melhor sensação de bem estar. 
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 (10) Fisher et al. (2008) estudaram 30 pacientes com DP. Dividiram os 
enfermos em três grupos. O primeiro foi submetido a exercícios de grande 
intensidade. Um segundo grupo foi submetido à exercícios leves, tradicionais. O 
terceiro grupo não fez exercícios. A escala do UPDRS e H&Y foi utilizada antes e 
após oito semanas. Foi realizado o exame do potencial evocado motor antes e após 
o ensaio, para avaliar o período silencioso. Todos os grupos tiveram pequena 
melhora no UPDRS. O primeiro grupo obteve melhora significativa na marcha e no 
teste de sentar e levantar.. 
Somente o primeiro grupo obteve aumento do período silencioso sugerindo 
que exercícios mais intensos podem normalizar a excitabilidade corticomotora. 
(11) Hirsch et al. (2003) submeteram um grupo de pacientes com DP, a 
exercícios de equilíbrio e de resistência e outro grupo só a exercícios de equilíbrio. 
Os exercícios de resistência eram de alta intensidade e realizados em 
aparelhos especiais. Os exercícios de equilíbrio duravam 30 minutos e eram feitos 
três vezes por semana. A melhor resposta foi no grupo combinado (equilíbrio e 
resistência). Os benefícios deste grupo continuaram por no mínimo mais quatro 
semanas. 
 
A Importância da Fisioterapia na Doença de Parkinson e as técnicas 
fisioterapêuticas mais utilizadas 
 
A atuação da fisioterapia não deve se restringir à ativação da função motriz do 
sujeito. Mesmo na doença de Parkinson (DP), doença eminentemente motora, a 
estimulação cognitiva deve ser potencializada. A ativação das estruturas neurais 
hierárquicas e paralelas é importante, tendo em vista que promove a ação de 
sinapse nervosa de vias aferentes, eferentes e associativas (CHRISTOFOLETTI, et 
al., 2010). 
A fisioterapia é empregada como tratamento adjunto aos medicamentos ou a 
cirurgia utilizada na doença de Parkinson (DP). Mesmo assim ainda existem dúvidas 
acerca deste tratamento coadjuvante. Seu valor subestimado talvez se deva à 
comparação com o tratamento medicamentoso. A reabilitação deve compreender 
exercícios motores, treinamento de marcha (sem e com estímulos externos), 
treinamento das atividades diárias, terapia de relaxamento e exercícios respiratórios. 
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Outra meta é educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por 
exercícios. Devem ser avaliados os sintomas neurológicos, a habilidade para andar, 
a atividade da vida diária (AVD), a qualidade de vida (QV) e a integração psíquica 
(SANTOS, et al., 2010, apudv NIEUWBOER, 2007, KWAKKEL, 2007). 
Na doença de Parkinson, a fisioterapia busca diminuir a disfunção física e 
permitir ao indivíduo realizar atividades de seu dia a dia com a maior eficiência e 
independência possível. Para isso, o alongamento em pacientes com doença de 
Parkinson é necessário para a melhora da amplitude de movimento (HALL, 2005). 
A fisioterapia para mal de Parkinson tem um papel importante no tratamento 
do indivíduo portador desta doença, pois irá proporcionar uma melhora no seu 
estado físico geral, tendo como objetivo principal a restauração ou manutenção da 
função, incentivo à realização das atividades de vida diária de forma independente, 
dando assim mais qualidade de vida (VALVERDE, 2015). 
O tratamento da DP é baseado no uso de terapia medicamentosa que 
influencia marcadamente a desempenho motor, contudo o tratamento com drogas 
não pode abolir todos os sintomas, e fisioterapia é então recomendada. Dependendo 
da concentração sérica do medicamento, o paciente terá um período “on” (com 
efeito máximo da droga) e um período “off” (com o mínimo efeito da droga). 
Pacientes no período “on” estão mais capacitados a realizarem exercícios físicos, 
portanto o uso da medicação deve ser ajustado ao inicio de uma atividade de maior 
esforço (VARA, et al., 2012 apudREUTER, 2002). 
Portadores da Doença de Parkinson mostram padrões de desequilíbrio 
musulares, os quais promovem a distorção do alinhamento, benefiaciando uma 
sobrecarga indevida nas articulações, ligamentos e músculos, levando o paciente, 
quando na posição bípede, a adotar uma flexão de todas as articulações, levando a 
uma posição símea. O manuseio realizado por meio de alongamentos são técnicas 
excelentes na melhora da mobilidade da coluna e tecidos, mantendo postura ereta, 
equilíbrio e manutenção da independência funcional (HAASE, et al., 2008). 
A fisioterapia tem um papel importante na manutenção física dos pacientes 
com a DP colaborando na melhora dos aspectos motores, psíquicos e melhorando a 
sua qualidade de vida tendo uma maior independência para realizar suas atividades 
evitando o aparecimento de posturas inadequadas e deformidades que contribuem 
para o agravamento dos sintomas (SILVA, eta al., 2006). 
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Como a Doença de Parkinson é progressiva, as intervenções de exercícios 
não devem ser em curto prazo, mas se tornar parte do estilo de vida diário. Muitos 
clínicos e pesquisadores acreditam que a fisioterapia deve começar tão cedo quanto 
o estabelecimento do diagnóstico, para prevenir a atrofia muscular, a fraqueza e a 
capacidade de exercício reduzida (MORRIS, 2000). 
No Parkinson a principal preocupação é com a rigidez devido a ter perda de 
amplitude de movimento e a locomoção devido à falta de equilíbrio. Para isso, a 
fisioterapia tem utilizado programas de reabilitação e treinamentos para ajudar 
principalmente na capacidade física do paciente, no ganho de amplitude de 
movimento, equilíbrio, postura,autoestima, bem-estar, qualidade de vida. Porém, 
nos estudos encontrados a maioria fala-se de tratamento multidisciplinar, o que não 
tem acontecido. E os efeitos da fisioterapia vêm sendo comprovados quando estão 
associados ao tratamento medicamentoso. E isso depende muito da progressão e 
do estágio em que se encontra a doença (SILVA & MEJIA, 2014). 
A fisioterapia desponta como uma ferramenta de fundamental importância 
para os pacientes com Doença de Parkinson, devendo ser aplicada desde os 
primeiros momentos de instalação desta patologia; devendo atuar diretamente nos 
sinais e sintomas da doença (FILHO & MEJIA, 2014). 
Medidas auxiliares são muito importantes no tratamento da Doença de 
Parkinson. Dentre essas medidas auxiliares, estão a educação do paciente e dos 
familiares, a terapia farmacológica, a de nutrição e a fisioterapia, que tem papel 
primordial no tratamento desta patologia, reabilitando o paciente no aspecto 
funcional e introduzindo-o novamente na sociedade (SANT, et al., 2007). 
A fisioterapia voltada a DP tem o objetivo de minimizar os problemas motores, 
ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades de vida 
diária e melhorando a sua qualidade de vida com o exercício, o aumento da 
mobilidade pode de fato modificar a progressão da doença e impedir contratura, 
além de ajudar a retardar a demência (CAMILO, 2015). 
Os exercícios fisioterapêuticos são fundamentais para atenuar os principais 
sintomas e distúrbios da DP, especialmente quando direcionados para as 
especificidades e necessidades funcionais pertinentes a cada paciente, devendo 
estar associados ao tratamento medicamentoso. Os fisioterapeutas devem estar 
atentos a programas terapêuticos adequados para o individuo com DP a cada 
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momento, com intuito de prevenir as incapacidades motoras e favorecer a 
funcionalidade e as atividades de vida diária, já que, como é sabido, o indivíduo 
envelhece, as comorbidades surgem e a doença progride independente da 
terapêutica instituída. Desta forma, as avaliações funcionais constantes e 
reavaliações terapêuticas se fazem necessárias (GONÇALVES, et al., 2011). 
Evidências científicas comprovam que exercícios físicos e Fisioterapia podem 
melhorar a qualidade de vida de pessoas portadoras da doença de Parkinson, 
diminuindo escores das escalas UPDRS, melhorando o equilíbrio, mobilidade, 
aumentando a resistência muscular, proporcionando melhor qualidade de vida, além 
de aumentar proteção cardiovascular, promove a neurogenese e fatores de proteção 
e crescimento do cerebro BDNF e GDNF, diminuindo o tremor e bradicinesia, diminui 
risco de quedas entre outros comprometimentos motores, melhorando a 
autoconfiança e qualidade de vida no questionário PDQ-39 (FILHO & MEJIA, 2014). 
Segundo a Associação Brasil Parkinson (2007), a fisioterapia visa a uma 
reeducação e manutenção da atividade física, permitindo que o tratamento tenha 
uma melhor eficácia e, ainda, uma melhora psicológica do paciente portador de DP 
(STEIDL, et al., 2007). 
Um programa de fisioterapia personalizada para o paciente pode ajudar nos 
problemas posturais, nas deformidades e distúrbios da marcha. Incluem-se no 
programa exercícios passivos e ativos, treinamento da caminhada, desenvolvimento 
de atividades diárias, calor, gelo, estimulação elétrica e hidroterapia (CRAM, 2002). 
Para melhorias na atividade motora e marcha junto ao paciente com DP deve-
se o fisioterapeuta, optar por treino de marcha na passadeira para alongar o 
comprimento do passo e caso, não seja suficiente, progredir na mesma com peso 
suportado para maior eficácia. Em relação à IP e ao equilíbrio deve-se realizar treino 
de mesmo, adjuvado de exercícios de fortalecimento dos MI e, se possível, realizar o 
também em meio aquático e com vibração para aumento do controlo postural e 
diminuição da IP. As PS levam a melhorias mais rápidas já que facilitam os 
indivíduos na iniciação e durante o movimento. Em relação à QDV e outras variáveis 
psicológicas, qualquer tipo de atividade física em grupo melhora os sintomas 
depressivos e aumenta o humor (SANTOS, 2013). 
 
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Esclerose Múltipla 
 
 
Fonte: http://nucleonumi.com.br/esclerose-multipla-por-que-mindfulness/ 
 
A Esclerose Múltipla é um distúrbio neurológico pertencente ao grupo das 
doenças desmielinizante. É uma doença crónica do sistema nervoso central (SNC), 
de caracter auto-imune, degenerativo e por vezes progressivo (Poster, 2005). Esta 
doença afeta principalmente adultos jovens entre os 20 e 40 anos. 
As mulheres são mais acometidas pela doença, assim como a raça branca 
são duas vezes mais afetados que a raça negra (Pavan, Miguez, Marangoni, Tilbery, 
& Lianza, 2010). 
Foi descrita em 1822, nos diários de um homem inglês e depois retratada em 
um livro de Anatomia em 1858, por um médico inglês. O Dr. Jean Cruveilhier, um 
médico francês, utilizou pela primeira vez a terminologia. Contudo, em 1868 o Dr. 
Jean Martin Charcot, que definiu a doença pelas suas características clínicas e 
patológicas: paralisia, sintomas cardeais de tremor intencional, nistagmo, 
posteriormente denominadas síndrome de Charcot (Pedro, 2010; Costa et al., 2005; 
O`Sullivan & Schmitz, 2010). 
Segundo Silva e Valença (2003) os fatores causais ainda não são 
completamente conhecidos, sabe-se que há uma possível relação entre fatores 
genéticos e ambientais, ou seja uma determinada predisposição genética combinada 
com um fator ambiental desconhecido (provavelmente viral) originaria um distúrbio 
imunológico de ação inflamatória que afetaria a substância branca do SNC, 
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acarretando a perda de oligodendrócitos e mielina, prejudicando a condução dos 
impulsos nervosos. 
Sobre os fatores genéticos, cerca de 15% dos indivíduos com esclerose 
múltipla têm um familiar afetado, o que aumenta o risco de seus descendentes em 
2% e aos irmãos em 5% de serem acometidos pela doença (Porter, 2005). O que 
parece é que os indivíduos não herdam a doença, mas existe uma susceptibilidade 
genética para disfunção do sistema imune, que quando exposto ao agente ambiental 
podendo desencadear uma resposta imune (O`Sullivan & Schimitz, 2004) 
A desmielinização atingi qualquer área do SNC, causando alterações nas 
suas funções. 
O seu curso é altamente imprevisível, com várias formas de apresentação, 
desde aquelas com um curso benigno e indolente, até formas rapidamente 
progressivas e incapacitantes. Apesar desta variabilidade, o padrão clínico, atinge 
cerca de 60% dos doentes, surgindo assim antes dos 40 anos de idade, e 
caracteriza-se por períodos de exacerbação e de remissão. Entre as manifestações 
clínicas estão os distúrbios visuais, fadiga intensa, deficit de equilíbrio e 
incoordenação motora. Os sinais podem se desenvolver rapidamente, em seis a 
quinze horas ou em questão de dias ou semanas(Almeida, Loureiro, & Maki, 2008) . 
De acordo com Jones Jr. (2006) a forma evolutiva mais comum de esclerose 
múltipla é a de surtos e remissões onde as manifestações dos sintomas 
desaparecem após alguns dias de forma completa ou parcial. Mais raramente a 
esclerose múltipla tem um curso crónico e progressivo em que os sinais e sintomas 
progridem gradualmente. 
O aparecimento dos sintomas se dá geralmente entre os 20 e 40 anos de 
idade, por isso é considerada uma doença de adultos jovens (Kumar et al., 2005). 
 
Sintomas 
A esclerose múltipla apresenta uma variedade de sintomas, conforme a área 
do cérebro e nervos comprometidos. Em geral, alguns sintomas podem estar 
relacionados com a doença: 
• Alterações na sensibilidade; 
• Tontura; 
• Cansaço e fraqueza muscular; 
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• Perdada visão e audição; 
• Falta de coordenação nos movimentos. 
 
Reabilitação do Doente com Esclerose Múltipla 
 
Reabilitação define-se com um processo ativo de mudanças, pela qual uma 
pessoa deficiente adquire e usa o conhecimento físico, psicológico e social. O 
princípio subjacente esta em que a pessoa afetada e a sua família são fatores 
centrais para o melhor desempenho do indivíduo no programa, tornando a 
reabilitação num processo constantemente evolutivo (Umphred, 2010) 
A avaliação é considerada como o ponto-chave da reabilitação. Compreender 
como os cuidados são prestados na esclerose múltipla e que barreiras existem para 
a obtenção de cuidados de qualidade são os principais elementos para mudar a 
estratégia de prestação de serviços. Inclui a aquisição de dados sobre a relação 
custo-eficácia de vários tratamentos, compreensão do impacto da doença na família 
e no indivíduo, avaliar e melhorar o acesso aos sistemas de prestações e cuidados 
de saúde (Edwards, 2004) 
A fisioterapia, como parte fundamental da equipe de reabilitação, atua 
seguindo estes objetivos e, para tal busca otimizar o condicionamento físico e 
minimizar complicações adversas. Outros aspetos contempladas na abordagem da 
fisioterapia é o controle do equilíbrio e coordenação motora, considerando a 
funcionalidade do paciente (Moura, Lima, Borges, & Silva, 2010) 
Os indivíduos com a esclerose múltipla devem beneficiar da intervenção da 
fisioterapia, que é direcionada a melhorar os comprometimentos, as limitações 
funcionais e as incapacidades. (Furtado & Tavares, 2005) 
As metas e afirmações que refletem o resultado da intervenção na 
reabilitação focam em facilitar os comprometimentos e recuperar a independência 
funcional enquanto promovem a habilidade do autocuidado. Com o progressivo 
desenvolvimento da doença, as metas e resultados importantes tornam-se cada vez 
mais importantes, promovendo aceitação e ajuste das limitações, promovendo a 
qualidade de vida (Edwards, 2004). 
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A intervenção na reabilitação de indivíduos com esclerose múltipla é essencial 
perceber o controlo motor. Neste sentido foram desenvolvidos alguns modelos 
baseados em sistemas A faculdade de conhecer as diferentes abordagens é 
necessário para o fisioterapeuta. Os modelos sustentavam a organização 
hierárquica do SNC, na qual lesão no SNC resultavam em alterações no tónus 
musculares e na emergência de reflexos anormais, os estímulos sensoriais 
periféricos podiam impedir reflexos inapropriados e tornar fácil padrões de 
movimentos adequados, e o efeito de repetir os movimentos por impulsos sensoriais 
resultava em mudanças positivas e permanentes no SNC (Teixeira, 2008) 
A intervenção preventiva é focada na melhoria de possíveis dificuldades, 
comprometimentos, inabilidade mediante a progressão da doença. Há este 
procedimento podemos defini-la como prevenção primária. As diligências 
preventivas para o paciente com esclerose múltipla são planificadas para a 
diminuição da duração e da gravidade dos sintomas ou para uma emergência tardia 
das sequelas da doença através de uma detenção e intervenção precoce, a isso se 
chama prevenção secundária. A prevenção também pode ter o objetivo de melhorar 
o grau da incapacidade, definida prevenção terciária. As finalidades e os postulados 
refletivos dos resultados da intervenção de prevenção têm enfoque na promoção da 
saúde, bem-estar, boa forma física e preservação do funcionamento ideal 
(O`Sullivan. & Schmitz, 2010) 
A reabilitação é muito útil nos efeitos do tratamento em indivíduos com 
esclerose múltipla, uma vez que as normas no ato ou efeito de reabilitar manifestam-
se através de mudanças graduais, e consequentemente processos de reabilitação 
do indivíduo ao meio. Mudanças essas relacionadas os mecanismos quer 
intrínsecos e extrínsecos do indivíduo, melhorar as mudanças na qualidade de vida, 
segundo os objetivos indivíduas (Pedro, Pais Ribeiro, & Pascoa Pinheiro, 2011) 
Dada a multiplicidade dos sintomas e a diversidade dos problemas pela 
esclerose múltipla, é na generalidade, aceite que, de modo a ser efetiva, a 
reabilitação requer aproximação multidisciplinar coordenada e global. A esclerose 
múltipla é idealmente ajustada á filosofia da reabilitação. Uma equipe de 
interdisciplinar organizada é essencial para observar diretamente o extenso 
processo de avaliação e tratamento necessários para cuidar dos problemas 
complexos e multifacetados dos pacientes (Ginis & Hicks, 2007). 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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A necessidade de trabalho de equipe cuidadosamente coordenada torna-se 
cada vez mias fulcral á medida que a doença progride e que os problemas seguem. 
Nesta equipe torna-se ainda imprescindível o envolvimento ativo do doente e da sua 
família para que os recursos sejam bem direcionados e rentabilizados (O`Sullivan & 
Schmitz, 2010; Cardoso, 2010). Os objetivos específicos de cada paciente devem se 
adequar as características de cada caso e levar em consideração as 
particularidades da doença, incluindo a sua progressão esperada. Para isso, o 
conhecimento do diagnóstico do indivíduo é crucial para o sucesso do programa de 
reabilitação. (Moura, Lima, Borges, & Silva, 2010) 
 
Fisioterapia na Esclerose Múltipla 
 
 
Fonte: http://prosense.com.br/entenda-o-papel-da-fisioterapia-no-tratamento-da-esclerose-multipla/ 
 
A intervenção da fisioterapia em pacientes portadores de doença que causam 
degeneração deve ser fundamentada na correção, recuperação ou na compensação 
de limites funcionais ou incapacitantes identificados (Mimoso, 2007). 
Os fisioterapeutas devem atuar em todos os níveis, recuperando a 
funcionalidade dos indivíduos com esclerose múltipla e prevenindo disfunções 
cinético- funcionais, visando a promoção a saúde do paciente. No entanto, este 
profissional não pode ser visto como um mero reabilitador, sendo imprescindível que 
este procure a realidade social (do individuo) e verifique as atividades diárias, as 
suas limitações, para então proceder aos encaminhamentos e orientações 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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psicossociais mais pertinente em cada caso (Pereira, Vasconcellos, Ferreira, & 
Teixeira, 2012). 
Segundo Pereira et al., (2012) as técnicas de facilitação neuromuscular 
propriocetivas e os exercícios de Frenkel são eficazes no tratamento dos 
pacientes com esclerose múltipla, sendo necessário um maior tempo de 
intervenção para melhores resultados. 
O fisioterapeuta deve ser um técnico de mente aberta, não dogmática, 
avaliando de forma sistemática e metódica na adaptação do plano de tratamento à 
situação clinica e poder trabalhar em parceria com outros profissionais de saúde, de 
modo a rentabilizar o bem- estar, conforto e qualidade de vida do individuo. Nestes 
doentes é essencial potenciar a sua funcionalidade através da manutenção da sua 
condição física e psicológica, do fortalecimento, equilíbrio, propioceptividade e 
coordenação motora. Assim a intervenção do fisioterapeuta resume-se basicamente 
em dois aspetos psicossociais e físico: 
1- Aspetos psicossociais- a pessoa dependente está permanentemente 
sujeita a profunda transformações e crises, com consequência do aparecimento do 
agente stressor (esclerose múltipla), surgindo uma multiplicação que dos problemas 
sociais que dos sentimentos de culpa do próprio individuo. O correm rápidas 
mudanças no seu sistema de valores e nos estilos de vida assistindo, com 
consequente perda de peso na tomada de decisões na família e uma inevitável 
deterioração mental e física. 
2- Aspeto Físico- o tratamento de reabilitação do paciente com esclerose 
múltipla, não é o tratamento específico que irá assegurar a remissão dos sintomas. 
O tratamento é centrado na diminuição dos sintomas, na melhoria do nívelde 
atividades funcional e no retorno do paciente à sua vida de rotina antes da doença. 
A educação, tanto do paciente como da sua família é importante para melhor 
compreender o curso da doença. 
Um dos objetivos primordiais da fisioterapia na gestão de esclerose múltipla é 
a adaptação da tonicidade do músculo á exigência comportamentais. Com a ajuda 
de uma avaliação contínua das capacidades do doente, os objetivos terapêuticos 
são continuamente ajustadas às necessidades especiais da situação de cada 
individuo (Cardoso, 2012). 
Fisioterapia em Doenças Degenerativas do SNC 
 
 
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As técnicas em fisioterapia, na esclerose múltipla, têm como objetivo a 
prevenção e tratamento de contraturas musculares de forma a permitir às 
articulações um maior número possível de movimentos; redução da hipotonia 
muscular; treino de postura e movimentos automatizados, com indução de 
movimentos voluntários; treino de coordenação envolvendo estímulos táteis 
acústicos e visuais, treino de equilíbrio e marcha, e melhorar as atividades de vida 
diária. Cada um destes ou para todas as fases da doença. A colocação dos objetivos 
e a seleção do tratamento deverão ser cuidadosamente planeadas, tomando – se 
em conta as deficiências e as necessidades dos pacientes (Cardoso, 2012). 
Embora que as amplitudes dos movimentos estejam disponíveis para tornar 
lenta a progressão de restrições das atividades (limitações funcionais) em algumas 
pessoas com esclerose múltipla, muitas pessoas com a doença têm limitações em 
suas habilidades para conduzir atividades de vida diária. A reabilitação é direcionada 
para maximizar a função, prevenir complicações desnecessárias, capacitar os 
indivíduos a realizarem seu potencial mais alto e melhorar sua qualidade de vida 
como um todo. Embora nas intervenções de reabilitação não eliminem a lesão 
neurológica da esclerose múltipla, elas podem reduzir a incapacidade e acentuar a 
funcionalidade. Em 2004, a National MS Society publicou um relato de opinião 
recomendando intervenção de reabilitação para a esclerose múltipla em todos os 
estágios da doença (Umphred, 2010) 
A indicação oportuna dos serviços de neuroreabilitação é a chave para uma 
administração bem-sucedida das limitações funcionais, incapacidades e questões 
sobre a qualidade de vida dos pacientes com esclerose múltipla. É bastante 
frequentes, os serviços não serem iniciados até que o indivíduo se torne 
severamente incapacitado. Um extenso plano de tratamento com referências a todas 
as necessidades do paciente, que enfatize as atividades funcionais significativas, a 
instrução do paciente e o gerenciamento próprio é ideal para uma desordem 
neurodegenerativa tão complexa (Meneses, et al., 2010). 
As atividades que demonstram ser atingíveis e seguras estimulam o sucesso 
do paciente e constroem auto eficácia. Muitos pacientes com esclerose múltipla 
relatam não possuírem conhecimento e habilidades necessárias para se exercitarem 
com segurança. Os programas supervisionados que objetivam o exercício regular, a 
atividade compassada, a conservação de energia e comportamentos saudáveis em 
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geral promovem o domínio do exercício. A equipe interdisciplinar precisa fazer 
esforços abrangentes que forneçam um tratamento coordenado e continuado, 
exigido antecipadamente pelos episódios de tratamento na internação, ambulatorial 
e em casa / comunidade (Mimoso, 2007). 
 
Exercícios na Esclerose Múltipla 
 
 
Fonte: http://www.radiotangara.am.br/noticias/saude/19577/sus-oferece-tratamento-clinico-e-reabilitacao-
para-esclerose-multipla.html 
 
A reabilitação é muito importante nos resultados do tratamento em indivíduos 
com esclerose múltipla, uma vez que os processos de reabilitação ocorrem através 
de mudanças graduais, e consequentemente processos de readaptação do indivíduo 
ao meio. Estas mudanças integram mecanismos intrínsecos e extrínsecos do 
indivíduo, promovendo as mudanças na qualidade de vida, segundo os objetivos 
individuais. 
A fraqueza muscular e a diminuição da resistência são frequentemente 
encontradas em pacientes com esclerose múltipla. Além disso, os pacientes com 
esclerose múltipla normalmente adotam um estilo de vida sedentário e limitam a 
atividade física, por vezes através de um conselho equivocado dos profissionais de 
saúde que procuram minimizar as recaídas e os sintomas de fadiga. Os benefícios 
do exercício foram consistentemente estabelecidos no que diz respeito à produção 
de mudanças significativas físicas e psicológicas, melhorando o funcionamento, 
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diminuindo a incapacidade e realçando a qualidade de vida (Moura, Lima, Borges, & 
Silva, 2010) 
Os indivíduos com alterações mínimos a moderados (EDSS 1 e 6) e 
doença estabilizada, demonstram a melhor tolerância ao exercício. Isso se 
traduz em necessidade de instituir exercícios no início do desenvolvimento da 
doença. As respostas ao exercício dos pacientes com esclerose múltipla são 
influenciadas pelos fatores de base que exigem uma atenção cautelosa durante o 
exercício, como fadiga, espasticidade, incoordenação, equilíbrio prejudicado, perda 
sensitiva e dormência, tremor e intolerância ao calor. A depressão pode afetar a 
adesão. Os terapeutas então devem fornecer reforços constantemente e um 
ambiente positivo (O`Sullivan. & Schmitz, 2010). 
Os estudos feitos têm vindo tornar evidente os benefícios da atividade física e 
do exercício integrando nas rotinas diárias do indivíduo, no intuito de desenvolver o 
bem- estar físico e a qualidade de vida, através do progresso da atividade física 
diária, nos hábitos da vida ou através de práticas de exercício supervisionados por 
fisioterapeutas (Bertotti, Lenzi, & Portes,2011; Rodrigues, Nielson, & Marinho, 2008). 
(Latimer-Cheung, et al., 2013). Indicam como bom a realização do exercício 
aeróbio de intensidade moderada para um total de 20 a 30 minutos por sessão, 
variando com períodos de descanso, duas a três vezes por semana. Para pessoas 
com índice de EDSS não superior a 7. 
O condicionamento aeróbico e o fortalecimento muscular alteram 
positivamente os metabólicos, o que explica a diminuição de fadiga. Avaliação e a 
programação dos exercícios devem ser individualizado respeitando o pormenor de 
que cada caso é um caso, a realização de atividades em grupo, pode aumentar a 
aderência e a motivação à prática dos exercícios.(Pedro, Pais Ribeiro, & Pascoa 
Pinheiro, 2011) 
Os exercícios resistidos utilizados em indivíduos com esclerose múltipla têm 
demonstrado efeitos positivos quando usados com moderação. Doentes com 
comprometimentos mínimos e doença estável parecem ter melhor tolerância aos 
exercícios e, portanto, obtêm o máximo benefício. É importante considerar que os 
exercícios com intensidade submáxima (baixa a moderada) são tolerados, enquanto 
os exercícios máximos não. Têm sido relatadas melhorias significativas nas medidas 
de força e resistência da fadiga periférica muscular (O`Sullivan & Schimitz, 2004). 
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Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) 
 
 
Fonte: https://blog.maxieduca.com.br/esclerose-lateral-amiotrofica/ 
 
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é a doença do neurônio motor mais 
comum em adultos. Embora reconhecida e caracterizada primeiramente por 
degeneração dos neurônios motores no córtex, tronco encefálico e medula espinhal, 
a ELA é atualmente melhor conceituada como uma doença multissistêmica em que 
o sistema motor é tipicamente o primeiro e o mais drasticamente afetado. 
A incidência da ELA na população mundial é relativamente uniforme e estão 
entre 1,5 e 2,5 casos por 100.000 habitantes por ano. Pesquisas mostram que a 
incidência aumenta após os 40 anos, alcançando um pico entre60 e 75 anos, 
seguido por um rápido declínio. 
Os indivíduos do sexo masculino são levemente mais afetados que os do 
sexo feminino, em uma proporção em torno de 1.5:1 2,3. 
A causa exata da ELA permanece desconhecida. 
Cerca de 5 a 10% dos pacientes têm história familiar. Entretanto, nenhum 
componente genético é evidente na maioria dos casos. Hipóteses atuais acerca dos 
mecanismos patológicos da seletiva degeneração dos neurônios motores que ocorre 
na ELA incluem: dano oxidativo, acúmulo de agregados intracelulares, disfunção 
mitocondrial, defeitos no transporte axonale excitotoxicidade. 
As características clínicas da ELA são indicativas de degeneração dos 
neurônios em todos os níveis do sistema motor. 
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Tanto os neurônios motores superiores quanto os neurônios motores 
inferiores são afetados. Portanto, sinais e sintomas desta doença podem incluir: 
fraqueza e atrofia muscular, fasciculações, cãibras, espasticidade, disartria e 
disfagia. 
O tratamento dos pacientes com ELA é um desafio. O pouco conhecimento 
acerca dos mecanismos patológicos e a relativa raridade desta doença são dois 
fatores que tornam difíceis o desenvolvimento e avaliação de pesquisas clínicas. 
Atualmente, uma abordagem multidisciplinar é preferível. 
Pacientes que recebem cuidados multidisciplinares demonstram melhores 
prognósticos. 
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença rara que pode ser 
adquirida ou hereditária. 
A ELA provoca o desgaste e a morte dos neurônios motores do cérebro e da 
medula espinhal, responsáveis pelos movimentos voluntários e involuntários. Em 
estágios avançados da doença, até o movimento involuntário da respiração é 
prejudicado. Não há comprometimento da capacidade psíquica. 
A ELA não tem cura. O tratamento consiste no uso de medicamentos e 
fisioterapia. 
 
Sintomas 
• Fraqueza progressiva; 
• Atrofia muscular; 
• Perda de equilíbrio; 
• Cãibras musculares; 
• Perda de peso; 
• Gagueira e alterações na voz; 
• Contrações involuntárias dos músculos. 
 
O Tratamento 
 
O tratamento de pacientes com ELA é complexo e tem mudado 
consideravelmente nos últimos anos. Embora esta condição seja incurável, uma 
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abordagem multidisciplinar pode melhorar a qualidade de vida e aumentar a 
sobrevivência dos indivíduos acometidos. 
A fisioterapia tem um papel importante no tratamento de pacientes com ELA. 
Muitos problemas que surgem com a progressão da doença podem ser tratados 
utilizando-se métodos e técnicas fisioterapêuticas. 
 
Educação ao Paciente 
 
A educação ao paciente, seus familiares e cuidadores é fundamental no 
manejo da ELA. Muitos problemas podem ser evitados ou diminuídos quando 
pacientes e pessoas envolvidas em seu cuidado recebem orientações acerca do 
diagnóstico, progressão da doença e assuntos relacionados à qualidade de vida. Os 
objetivos do tratamento fisioterapêutico devem ser tratados de maneira clara, e a 
escolha dos métodos e técnicas deve, sempre que possível, ser discutida com o 
paciente. 
 
Exercício Aeróbico 
 
Fonte: http://blogfisioterapia.com.br/tratamento-fisioterapeutico-ela/ 
 
Exercícios aeróbicos têm sido amplamente estimulados para manter a aptidão 
cardiorrespiratória e melhorar diversas outras funções corporais em indivíduos 
saudáveis e doentes. Contudo, evidências que suportem esta abordagem em 
pacientes com ELA ainda são insuficientes. 
Não existem ainda ensaios clínicos bem delineados publicados acerca dos 
efeitos do exercício aeróbico em indivíduos com ELA. 
Dois estudos utilizando exercício aeróbico em pacientes com ELA foram 
realizados com o objetivo de examinar o metabolismo oxidativo. 
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Estes estudos mostraram a ocorrência de alteração no metabolismo oxidativo 
nos músculos exercitados dos pacientes com ELA. 
. 
Alongamento 
 
Fonte: http://www.clinicaprogredir.com.br/index.php/noticias/item/346-fisioterapia-auxilia-no-tratamento-da-
esclerose-lateral-amiotrofica 
 
Há diversos tipos de intervenções fisioterapêuticas que buscam aumentar a 
mobilidade dos tecidos moles. 
Alongamento e mobilização são termos gerais que descrevem manobras com 
o objetivo de aumentar a extensibilidade dos tecidos moles. 
Em pacientes com ELA, é comum o aparecimento de alterações 
musculoesqueléticas, tais como: encurtamento muscular, contraturas e má postura. 
Isso ocorre, principalmente, devido à perda progressiva da força muscular e 
desequilíbrio entre os grupos musculares agonistas e antagonistas. Alongamentos, 
ou exercícios que melhoram a flexibilidade, podem manter a extensibilidade dos 
músculos e tecidos moles e prevenir estas alterações. 
 
Mobilização Articular 
 
Mobilização articular refere-se a técnicas usadas com o objetivo de tratar 
disfunções articulares que limitam a amplitude de movimento. 
São técnicas passivas manuais aplicadas a articulações e tecidos moles 
relacionados com fins terapêuticos, utilizando amplitudes e velocidades variadas. 
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Movimento é essencial para a saúde articular. A perda progressiva da força 
muscular que ocorre na ELA e, por conseguinte, a perda da capacidade do indivíduo 
de movimentar-se leva a alterações articulares e dor. 
Em pacientes com ELA, mobilização articular passiva regular é importante 
para a manutenção da mobilidade articular e independência funcional, contanto que 
possível. 
A Doença de Huntington 
 
 A DH é uma doença neurológica progressiva que afeta a cognição (a 
habilidade de pensar e de fazer julgamento e a memória), o sistema motor e o 
controle emocional. Os sintomas da DH são causados pela perda de células em uma 
parte do cérebro chamada de “gânglio basal”. Os sintomas aparecem 
gradativamente, em geral na meia idade, e duram de 15 a 20 anos após a 
manifestação. Apesar de haver uma constância dos sintomas, não há um padrão 
sintomático e a gravidade dos sintomas pode variar bastante de pessoa para 
pessoa. Para algumas pessoas os movimentos involuntários podem se manifestar 
desde o início, enquanto que outras podem ter poucos ou nenhum. Algumas podem 
apresentar problemas emocionais e outras não. Apesar do padrão e da gravidade da 
doença variarem, o curso da DH pode ser dividido em 3 fases – inicial, intermediário 
e avançado – que servirão de base para a discussão das estratégias de tratamento. 
 
O DISTÚRBIO MOTOR 
 
 O distúrbio motor na DH é caracterizado pela presença de movimentos 
involuntários e alterações nos movimentos voluntários. 
 
MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS 
 
• Os movimentos involuntários podem ter início com akatisia ou 
distúrbios motores (inquietação motora) que consiste na dificuldade de manter 
qualquer posição ou numa necessidade de constante movimento. 
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As pessoas descrevem essa sensação como se estivessem “ligadas na 
tomada” o tempo todo. Uma pessoa a descreveu como se ela só quisesse correr por 
horas; 
• Distonia é uma postura anormal de sustentação de uma parte do corpo. 
Pode aparecer como uma curvatura das costas ou uma torção do pescoço para um 
lado só, sendo que ambas as posições se mantém por vários segundos; 
• O movimento involuntário mais comum é a “coreia” e refere-se a 
movimentos rápidos e irregulares que podem ter baixa ou alta duração. A “coreia” 
pode se manifestar por meio de movimentos súbitos dos dedos, dos ombros e do 
rosto ou pode ser muito mais evidenciada por meio de movimento descontrolado e 
desordenados dos braços e pernas. 
Deve-se observar que mesmo que a medicação possa ajudar a reduzir os 
movimentos involuntários como a “coreia”, muitas pessoas preferem reduzi-los sem 
medicação devido aos efeitoscolaterais. As pesquisas revelaram que a “coreia” não 
é o primeiro fator de deficiência do distúrbio motor e em muitos casos pode ser 
ignorado. É particularmente importante que os terapeutas tomem conhecimento 
desse fato, já que a primeira iniciativa é frequentemente para conter a “coreia”. Uma 
alternativa para a medicação é fazer com que os membros fiquem mais pesados 
para diminuir a duração do movimento. Porém, isso tende a resultar em fadiga dos 
músculos e numa diminuição da habilidade motora. 
 
MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS 
 
Os movimentos voluntários podem ser alterados por: 
• Bradykinesia ou movimentos lentos. Isso é frequentemente evidente no 
modo de andar e nas mudanças de posição; 
• Deficiências no controle da força do movimento. Isso é frequentemente 
claro na fase avançada quando o paciente tem a intenção de fazer pequenos 
movimentos, mas eles acabam resultando em grandes movimentos bruscos. Por 
exemplo, uma pessoa que queira levantar-se de uma posição pode, sem intenção, 
pular de uma cadeira ou de uma cama; 
• Início retardado ou incapacidade de iniciar o movimento motor. O 
atraso pode durar vários segundos. 
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• Esse déficit pode geralmente ser confundido com a falta de interesse 
ou de atenção. Pode ser visto em vários movimentos desde responder uma pergunta 
até levantar-se de uma cadeira; 
• Reação retardada aos distúrbios de equilíbrio externamente 
produzidos. Chão desnivelado, susto ou chamar a pessoa pelas costas pode causar 
queda já que a habilidade de recuperar-se desses estímulos externos é lenta; 
• Descoordenação de movimento ou alteração de movimentos rítmicos e 
repetitivos. Essa descoordenação fica evidente em atividades como andar, mascar e 
até mesmo respirar. 
 
O DISTÚRBIO COGNITIVO 
 
O distúrbio cognitivo na DH é caracterizado por memória deficiente, funções 
cognitivas e pensamento lentos. A memória é afetada durante a fase de 
recuperação, isto é, a pessoa com DH tem dificuldades de lembrar informações já 
armazenadas no cérebro. Todavia, armazenar informação nova também pode ser 
difícil. 
 As funções cognitivas incluem organizar, priorizar e regular informação. 
Deficiências nessa área causam dificuldades no julgamento, na habilidade de 
resolver problemas, no pensamento lógico e na habilidade de lidar com mais de uma 
tarefa ao mesmo tempo. Os processos de pensamento também podem ser lentos já 
que é necessário mais tempo para responder perguntas e para realizar tarefas 
rotineiras. 
 
FISIOTERAPIA NA FASE INICIAL DA DH 
 
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Fonte: http://fisioterapia.com/fisioterapia-na-doenca-de-huntington-o-que-as-evidencias-nos-dizem/ 
 Antes de discutir áreas problemáticas e específicas, deve-se levar em 
consideração a condição física como um todo, incluindo o aspecto cardiovascular. O 
início da doença traz mudanças físicas que não são logo aparentes. Pode haver 
fraqueza da musculatura de estabilização da parte superior das costas e do tronco 
afetando a postura e a habilidade de respirar fundo. Essas mudanças geralmente 
levam o indivíduo a uma vida sedentária que, por sua vez, resulta em um declínio 
geral da saúde do paciente. 
 Normalmente, as mudanças na cognição e/ou na emoção fazem com que 
essas mudanças físicas passem despercebidas. Nesse momento, um programa de 
exercícios físicos pode ser significativamente útil. 
Esse tipo de programa pode ser prescrito por um fisioterapeuta e, assim, 
realizado em casa ou em uma academia. 
 Um programa típico pode consistir no seguinte: 
• Exercícios de alongamento para os músculos usados no controle da 
postura; 
• Exercícios de alongamento para os principais músculos do corpo; 
• Exercícios progressivos de equilíbrio; 
• Atividade aeróbica para melhorar a função cardiovascular. 
Começar um programa de exercícios físicos no início da doença não somente 
serve para manter as funções físicas, mas também ajuda a reduzir um pouco do 
estresse que a doença causa. Um programa diário de exercícios físicos também 
pode ser muito útil no tratamento da depressão que é comum na DH. Apesar de um 
programa desse tipo estabilizar os sintomas de uma pessoa ele não altera o curso 
da doença. 
 
DÉFICITS MOTORES COMUNS QUE LEVAM À QUEDA 
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Fraqueza muscular 
 
A fraqueza dos músculos pode se espalhar pelo corpo todo dependendo do 
nível da atividade da pessoa. As áreas comuns de fraqueza são: 
• Músculos de alongamento do pescoço; 
• Músculos posturais do tronco; 
• Músculos intrínsecos das mãos e dos pés. 
As fraquezas podem causar inclinação da cabeça, curvatura dos ombros e 
inchaço da barriga. Pegar objetos pequenos com as pontas dos dedos pode se 
tornar difícil. Igualmente, os músculos do pé enfraquecidos impedem os dedos de se 
fixarem ao chão causando perda de equilíbrio. Outras consequências incluem 
deficiência respiratória ou dificuldade de respirar fundo, suficientes para expectorar 
secreção. 
FISIOTERAPIA NA FASE INTERMEDIÁRIA DA DH 
 
À medida que a DH progride, as dificuldades encontradas na fase inicial da 
doença se tornam mais evidentes. Os movimentos involuntários, principalmente a 
“coreia”, podem piorar e a medicação para contê-los pode ser útil. Deve-se observar, 
porém, que os efeitos colaterais dos remédios podem causar dificuldades crescentes 
para engolir, falar e andar e devem ser monitoradas de perto. Muitos dos problemas 
que a “coreia” causa são sociais e as pessoas com DH podem frequentemente lidar 
com a coreia relativamente bem sem o uso de medicamentos. 
 
PROBLEMAS MOTORES COMUNS E SOLUÇÕES 
 
As soluções e o equipamento podem reduzir o risco de machucados, além de 
ajudar os portadores da doença a manterem o máximo de independência possível. 
PROBLEMA 
As mudanças na coordenação dos músculos são comuns nessa fase da 
doença, o que pode levar o indivíduo a sentir enrijecimento dos músculos e a andar 
de maneira desajeitada. 
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SOLUÇÃO 
Técnicas de relaxamento podem reduzir esse problema. 
PROBLEMA 
Estabilidade proximal reduzida ou o enfraquecimento que afeta a musculatura 
postural e impede que esse grupo de músculos estabilize as costas. Isso causa 
dificuldades para manter-se me pé. 
SOLUÇÕES 
• Exercícios e atividades que estimulem a estabilidade proximal podem 
ser prescritos por um fisioterapeuta; 
• Um fisioterapeuta também pode ajudar a adaptar os móveis da casa 
para promover melhora na postura. 
PROBLEMA 
A falta de equilíbrio pode causar muitos problemas. Até mesmo sentar-se em 
uma cadeira requer uma mudança de equilíbrio em um dos pés e para aqueles com 
equilíbrio deficiente isso pode levar a quedas. 
Déficits na noção de espaço podem constituir problemas de equilíbrio fazendo 
com que as tarefas diárias se tornem perigosas. 
 
SOLUÇÕES E EQUIPAMENTO 
 
Sentar-se: ensine a pessoa com DH a tocar no móvel antes de sentar-se. Em 
um processo de 
• TOCAR-VIRAR-SENTAR, a pessoa aproxima-se da cadeira e a toca 
(para ter estabilidade), depois ela se vira e finalmente senta. Essa simples estratégia 
resolve o problema de equilíbrio bem como o problema de percepção de não 
conseguir calcular distâncias; 
• Levantar-se: a pessoa deve, primeiramente, colocar suas mãos no 
joelho, trazendo o peso do corpo para frente e assegurando-se que está inclinando 
da cintura para cima. Os pés devem, então, ser colocados diretamente embaixo dos 
joelhos. O passo final é empurrar-se para trás para ficar na posição de sentar. 
Observação: todas as estratégias devem ser ensinadas e ensaiadas nas 
fases iniciais da DH. 
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• Andadores. Equipamento especializado como um andador pode ser

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