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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Farmacologia UCXVIII Obesidade Envolve fatores genéticos, exercício físico, cultura, taxa metabólica e alimentação O índice de Massa Corporal (IMC = peso/altura2) é o indicador epidemiológico para o diagnóstico do sobrepeso e da obesidade. Os pontos de corte para adultos são identificados com base na associação entre IMC e doenças crônicas ou mortalidade A medida do perímetro da cintura é um método utilizado para avaliar a distribuição da gordura intra-abdominal, sendo um marcador de maior risco cardiometabólico O tratamento da obesidade deve ter por finalidade: Diminuição da gordura corporal, preservando ao máximo a massa magra; Promoção da manutenção de perda de peso; Impedimento de ganho de peso futuro; Educação alimentar e nutricional que vise à perda de peso, por meio de escolhas alimentares adequadas e saudáveis; Redução de fatores de risco cardiovasculares associados à obesidade (hipertensão arterial, dislipidemia, pré- diabete ou diabete melito); Resultar em melhorias de outras comorbidades (apneia do sono, osteoartrite, risco neoplásico, etc.); Recuperação da autoestima; aumento da capacidade funcional e da qualidade de vida O sucesso no tratamento da obesidade depende da magnitude da perda de peso e da redução dos fatores de risco presentes no início do tratamento. Uma intervenção terapêutica para perda de peso é eficaz quando há redução maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo pelo menos 5% em 3 a 6 meses. O critério para perda de peso bem-sucedida é a manutenção de uma perda ponderal igual ou superior a 10% do peso inicial após 1 ano. Este percentual já é suficiente para melhorias significativas nos parâmetros cardiovasculares e metabólicos. O uso de medicamentos no tratamento da obesidade e sobrepeso está indicado quando houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes: Com IMC igual ou superior a 30 kg/m²; Com IMC igual ou superior a 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, DM tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; Ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102cm (homens) e 88cm (mulheres) Abordagens farmacológicas Fármacos que influenciam a saciedade (atuam sobre o SNC): anfetaminas e liraglutida Fármacos que inibem a absorção de gorduras: Orlistat Orlistate Orlistate (Xenical® – 120 mg 3 x dia) Indicação: tratamento da obesidade O orlistate é um análogo da lipstatina inibidor de lipases gastrintestinais (GI) que se liga no sítio ativo da enzima por meio de ligação covalente, fazendo com que cerca de um terço dos triglicérides ingeridos não sejam digeridos e absorvidos. O orlistate não possui atividade sistêmica, tendo absorção desprezível. OU SEJA: inibe a absorção de gorduras → diminui o peso pois as gorduras são mais calóricas Efeitos Adversos: esteatorreia, diarreia, flatulência, cefaleia, redução da absorção de vitaminas lipossolúveis Perda involuntária das micelas de gordura pelo ânus Hipovitaminoses K, A, D e E Anfetaminas Femproporex (Desobesi M®); Anfepramona o Desobesi: caminhoneiros Sibutramina (Reductil®, Plenty®) Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Promove a liberação e inibição da recaptação de monoaminas (NA, DA, 5-HT) nas terminações nervosas cerebrais. A sibutramina é um inibidor da recaptação de serotonina e de noradrenalina (transportador NAT) nas terminações nervosas do SNC, e esta ação tem efeitos anorexígenos e sacietógenos. Não promove liberação de NE/5-HT Primeiro mês perda de 5-7kg Reações adversas: boca seca, insônia, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, cefaleia, midríase, sudorese, nervosismo, irritação, dependência, tolerância Agonistas de receptores GLP-1 Atua: Fígado: aumenta glicogênio Cérebro: neuroproteção, aumenta neurogênese, aumenta a memória Coração: aumenta contratilidade cardíaca, FC, uso de glicose pelo miocárdio, diminui dano miocárdico por isquemia Pâncreas: aumenta formação de células beta, diminui apoptose de células beta, aumenta síntese de insulina Músculo esquelético: aumenta captação de glicose Vasos: vasodilatação Rins: aumenta natriurese Adipócitos: aumenta captação de glicose e lipólise Sistema imune: diminui inflamação Liraglutido (Saxenda® 6mg/ml) O sistema de aplicação Saxenda pode dispensar doses de 0,6 mg, 1,2 mg, 1,8 mg, 2,4 mg ou 3,0 mg. Agonista de receptores GLP-1 – presentes no pâncreas e SNC. Efeito adverso: náuseas, vômito, diarreia, constipação. Reação comum: dispepsias, sensação de fraqueza ou cansaço; Paladar alterado; Tontura; Reações no local da injeção (como hematoma, dor, irritação, coceira e erupção cutânea); Hipoglicemia. Aumento de enzimas pancreáticas, como lipase e amilase A liraglutida possui uma meia-vida de cerca de 13 horas, sendo o pico de absorção 11 horas após administração subcutânea, fator substancial na maximização de seus efeitos desejados. Segundo a ABESO (2016) o fármaco liraglutido é classificado em grau A Classe I (forte) na escala de recomendação de fármacos empregados no tratamento da obesidade e sobrepeso no Brasil, principalmente em pacientes com perfil lipídico e glicêmico alterados. Descontinuar se em 12 semanas não houver perda ponderal de 5% Novos medicamentos em estudo e aprovação Tirzepatida 5mg: agonista de receptores de GLP-1 e GIP. o Opção VO Semaglutida (Ozempic®): aprovado para DM. Agonistas do receptor do GLP-1 (aGLP-1), antidiabético e antiobesidade – redução em média de 15% do peso corporal Semaglutida na dose de 2,4 mg/semana por 68 semanas comparado a placebo. o Opção VO também o Perda de até 15% do peso Naltrexona + Bupropiona (Contrave® - chegando no mercado): combinação fixa, de liberação prolongada, de naltrexona (36 ou 48mg), um antagonista de receptores opioides e bupropiona (400mg), um antidepressivo bloqueador de DAT e NAT. o Naltrexona: ↓ circuito de recompensa o Bupropiona: trata o efeito adverso da naltrexona
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