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Resposta à acusação

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO 
DAVARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
 
Autos de Nº: ... 
 
JOAQUIM ..., já devidamente qualificado nos autos da presente ação 
penal, por intermédio de seu advogado que à esta subscreve, conforme 
procuração anexa, vem, perante vossa excelência, apresentar sua resposta à 
acusação, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo 
Penal, declarando-se inocente do crime que lhe é imputado, expondo e 
requerendo o que se segue: 
 
 
I – DOS FATOS 
 
 
Trata-se de ação penal movida pelo ministério público em desfavor do 
acusado, imputando-lhe a suposta prática de crime previsto no artigo 171, inciso 
VI, do Código Penal, (Fraude no pagamento por meio de cheque). 
Consta da preliminar acusatória que, no dia 01 de 2022, o cheque do 
acusado foi apresentado junto a instituição financeira, o cheque foi devolvido 
por insuficiência de fundos, sendo representado e novamente devolvido pelo 
mesmo motivo (códigos 11 e 12). 
O gerente do credor registra uma notícia-crime em desfavor do acusado, 
pelo fato previsto no artigo 171, inciso VI do código penal. 
O acusado foi ouvido pela autoridade policial que concluí o inquérito e o 
indicia, remetendo os autos ao ministério público que convencido da justa causa, 
oferta a denúncia. 
A denúncia foi recebida em 15 de março de 2020. 
Eis a síntese da inicial acusatória. 
 
 
 
II – DA BOA FÉ 
Diante do exposto é notório que o acusado não cometeu o crime acima 
mencionado, pois ele emitiu o cheque pós-datado na eminência de receber seu 
salário acrescido de um bônus que lhe foi prometido. 
No entanto, esse bônus não foi pago como havia sido acordado, fato que 
fez com que o indiciado não conseguisse compensar o cheque. 
Assim sendo, ele não agiu de março fé, portanto não se configura como 
crime. 
 
III - DA NÃO CONFIGURAÇÃO DO ESTELIONATO 
 
Da acurada análise dos autos, verifica-se que os fatos narrados na inicial 
acusatória, evidentemente não constitui crime, uma vez que, ao ser emitido para 
data futura, o cheque tem o seu objetivo descaracterizado. 
Vale dizer que, o cheque emitido como garantia de uma dívida, trata-se 
de uma mera promessa de pagamento e, não sendo pago, caracteriza tão 
somente um ilícito civil, não havendo, portanto, que se falar em fraude. 
Ademais, é imperioso ressaltar que o beneficiário, ao aceitar o cheque 
pré-datado, têm plena convicção de que no momento da emissão do cheque, o 
sacado não tem suficiência de fundos. 
Desta forma, observa-se que o acusado não possuía intenção fraudulenta 
em sua conduta, pois instado pelos proprietários a pagar a dívida, se 
comprometeu a efetuar o pagamento por outros meios que não os cheques, 
inclusive com a solicitação de parcelamento do débito. 
Sendo assim, por conclusão lógica, verifica-se que se não há o objetivo 
de fraudar a suposta vítima, atípica é a conduta do réu. Nesse sentido, é o 
entendimento sumulado do STF: 
Súmula 246 - STF. Comprovado não ter havido 
fraude, não se configura o crime de emissão de cheque 
sem fundos. 
 
Assim, diante todo o exposto, a defesa técnica pugna pela ABSOLIVÇÃO 
SUMÁRIA do acusado, haja vista a atipicidade formal na conduta do acusado 
JOAQUIM ..., nos termos do art. 397, III do CPP. 
 
IV - DOS PEDIDOS: 
Ante o exposto requer, o recebimento da presente resposta à acusação e 
o julgamento de TOTAL IMPROCEDÊNCIA dos pedidos formulados pelo 
Ministério Público para promover: 
a) A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do acusado, haja vista que o fato 
narrado na exordial acusatória, evidentemente não constitui crime, conforme 
previsão do art. 397, III do CPP; 
b) Caso o entendimento acima não seja partilhado por Vossa 
Excelência, o que se admite por excesso de cautela amparado no princípio da 
eventualidade e, na remota possibilidade de prosseguimento da presente ação 
penal, requer-se a oitiva das testemunhas ao final arroladas; 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
 
...., 28 de março de 2022. 
 
........................................ 
OAB – GO: ................... 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
Testemunha 1: Pedro 
Testemunha 2: Manoel 
ESQUELETO 
 
1) Vítima: 123 móveis S A 
 
2) Réu: Joaquim 
 
3) Peça: Resposta a acusação 
 
4) Fundamento Legal: Artigo 397, III do Código de Processo Penal 
 
5) Competência/ Juízo Competente: Vara Criminal 
 
6) Crime: artigo 171 §2º inciso VI da lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 
 
7) Pena: reclusão de 1 a 5 anos, e multa 
 
8) Rito Processual: rito comum 
A01 
9) Natureza da Ação Penal: Ação penal pública condicionada 
 
10) Fase Processual: Instrução criminal 
 
11) Tese preliminar: 
 
I- Art. 564 A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: II: Por ilegitimidade 
das partes, juiz deve declarar nulidade devido a ilegitimidade da parte. 
 
II- Art 60 lei 9099 de 1995: 60 - O Juizado Especial Criminal, provido por 
Juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a 
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor 
potencial ofensivo. 
 
12) Tese de mérito: 
 art. 397, do Código de Processo Penal. Após o cumprimento de 
disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste código, o juiz deverá absolver 
sumariamente o acusado quando verificar... Inciso III que o fato narrado 
evidentemente não constitui crime.. 
 
13) Prazo/data: 28 de março de 2022

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