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Gestão de Recursos Hídricos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins Revisão Textual: Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos Dados e informações para gestão de recursos hídricos 5 • Introdução • Sistema de Informação do Plano Nacional de Recursos Hídricos - SIPNRH • Agência Nacional de Águas – ANA • Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos - CNARH • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE • Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS/CPRM • Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas – RIMAS/ CPRM • Programa Recursos Hídricos Superficiais – PRHS • Banco de Dados Hidrológicos • Centro Internacional de Hidroinformática – CIH/Embrapa Pantanal · Os objetivos desta unidade são apresentar os principais bancos de dados e de informações sobre recursos hídricos existentes no Brasil e analisar as formas de acesso, interatividade e geração de informações para as pesquisas em recursos hídricos. Nesta unidade, em que trataremos dos dados e informações para gestão de recursos hídricos, você terá acesso a diversos recursos. Veja o mapa mental, que sintetiza a estrutura do assunto tratado neste módulo. Fique atento(a) aos prazos das atividades que serão colocadas no ar. Recorra sempre que possível às videoaulas e ao PowerPoint narrado para tirar eventuais dúvidas sobre o conteúdo textual. E em seu tempo livre, pesquise as fontes do material complementar. Além disso, procure pesquisar o máximo que puder sobre o tema “Dados e informações para gestão de recursos hídricos”. Há inúmeros conteúdos na internet que são bastante úteis para o seu estudo e para a sua formação profissional. Dados e informações para gestão de recursos hídricos 6 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos Contextualização O direito à água e à informação Entidades não governamentais e universidade discutem o papel da mídia na cobertura da crise hídrica em SP. Para discutir como a cobertura jornalística tratou a questão da crise hídrica que afeta a região Sudeste do Brasil, mais especificamente a capital paulista, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e o Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Procam-IEE/USP) promoveram, em parceria com o Senac-SP e o Data4Good, um debate que teve a presença de acadêmicos e membros da sociedade civil. O objetivo da conversa foi identificar os principais atores envolvidos, compreender como a veiculação de notícias com fontes erradas, incompletas ou tendenciosas pode comprometer o entendimento da questão pela sociedade e propor soluções para o problema. Foram coletadas pelo IDS e pelo Procam, entre 31 de janeiro e 15 de outubro, informações de 196 matérias dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Os dados mostraram que o governo aparece como personagem central da crise, com 77% das menções, enquanto a estiagem, considerada o motivo principal da falta de água, em 72% de citações. Com base nos dados, os integrantes da mesa estabeleceram quatro diretrizes para nortear o debate: • Discutir a plausibilidade das causas apontadas pela mídia; • Elaborar um roteiro para executar ações em curto, médio e longo prazo; • Identificar as responsabilidades; • Criar estratégias para mobilizar a população. Causas Os especialistas foram unânimes ao mencionar a questão da governança dos recursos hídricos. Stela Goldenstein, ambientalista e diretora executiva da ONG Águas Claras do Rio Pinheiros, afirma que o uso eficiente e sustentável da água depende da gestão correta de informações, de um modelo de governança de mananciais e da definição do papel dos municípios para o equilíbrio entre oferta e demanda da água. Para ela, centralizar o debate da crise apenas na maior concessionária de águas do Estado de São Paulo, a Sabesp, é uma visão parcial, pois o artigo 33 da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) define claramente as atribuições de integração dos órgãos de gestão da água, como o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, as agência reguladoras, os comitês de bacias hidrográficas, entre outros. Stela atentou também para o modelo de cobrança do uso da água. A Lei 9.443/97 estabelece que os valores arrecadados com a cobrança devem ser empregados na própria bacia hidrográfica para custear estudos técnicos e manter as entidades ligadas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Contudo, não é o que acontece, pois os órgãos ainda não possuem autonomia técnica e financeira para administrar as áreas que 7 deveriam. A cobrança pelo uso também deveria considerar o valor gasto na preservação das áreas produtoras (nascentes). Sem árvores, sem água O desmatamento, mencionado em apenas 3% das matérias analisadas, pode ser considerado o fator-chave da crise hídrica. De acordo com os estudos feitos por Lucia Souza e Silva, arquiteta e urbanista ligada ao Procam, o modelo de crescimento da cidade de São Paulo precisa ser urgentemente repensado. Antes ocupadas por moradias de baixa renda, as áreas próximas aos reservatórios Cantareira, Billings e Guarapiranga, que são protegidas pela Lei 12.651/14 (Código Florestal), têm sido degradadas pela construção de grandes empreendimentos de alto padrão. O resultado do estudo de pós-graduação de Lucia Souza é alarmante. Em 20 anos, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) perdeu 380 km² de vegetação arbórea. Dos seis municípios metropolitanos com maior nível de degradação florestal, cinco deles estão inseridos nos sistemas produtores de água, como o Cantareira (São Paulo e Mairiporã); o Alto Tietê (Mogi das Cruzes e Suzano); e o Alto Cotia (Cotia). Para piorar, 62% da vegetação removida na RMSP aconteceu dentro das regiões de proteção dos mananciais. Isso prova que o desmatamento nessas áreas afeta diretamente a oferta de água mesmo em regiões distantes. Acesso à informação Glauco Kimura, coordenador do “Programa Água para a Vida”, da WWF-Brasil, alega que a crise da água é também um problema de falta de informação. Ele considera fundamental investir em campanhas e conscientização, como tem ocorrido na Califórnia, em que o investimento pesado em campanhas educativas, até mesmo no horário nobre da TV tem dado resultados para conter a situação de calamidade no abastecimento. Ele menciona também a importância do relatório O Futuro Climático da Amazônia, recentemente divulgado por Antonio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre outros aspectos importantes, como o ritmo acelerado de desmatamento da floresta amazônica, o especialista mostra detalhadamente o papel da cobertura vegetal na geração de chuvas na região centro-sul do país, ideia essa ilustrada no conceito dos “rios voadores”. O estudo explica também como o desmatamento está afetando essa dinâmica climática. Segundo Kimura, esse tipo de informação é essencial para o cidadão comum compreender que a árvore não só gera sombra e frutos e um ar mais puro, mas também contribui para a geração de água. O especialista enfatizou a importância do papel da governança, em que a responsabilidade entre governos, cidadãos e empresas cria um diálogo e permite a implementação das leis que já existem, ou seja, faz acontecer o que já está no papel de forma integrada. Os estudos feitos pelo IDS e pelo Procam também analisaram as soluções propostas pelos veículos de notícias. Não causou espanto o fato de que 46% das manchetes deram preferência às mais urgentes, como racionamento, utilização de reserva técnica (volume morto), captação de outras fontes etc. Medidas de longo prazo, como redução de perdas na rede, planejamento dos reservatórios e controle de desmatamento ficaram com 7,9%, 7,9% e 3,5%, respectivamente. Dessas alternativas, tem ganhado destaque na mídia a possibilidade de captação de águas subterrâneas para resolver os problemas de falta de água na RMSP. 8 Unidade: Dados e informações paragestão de recursos hídricos Não há milagre Para José Luiz Albuquerque, hidrogeólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a utilização desse recurso envolve vários fatores, desde a não operacionalização de um sistema de infraestrutura implantado há vinte anos e que oferece uma série de mecanismos possíveis, até a falta de articulação da sociedade para lidar com a crise. Para o especialista, o governo abriu mão do seu papel de mobilizador dos atores sociais e entidades que lidam com a questão das águas, como os comitês de bacias hidrográficas. A desinformação nesse momento de crise não permite à população compreender a gravidade do problema. Com isso, surge o mito de que as águas subterrâneas podem resolver o problema de falta de água. O uso seguro é possível e depende do conhecimento, mas para se extrair essa água, é importante que a área esteja em boas condições ambientais e não apresente contaminações. Além disso, o bombeamento deve ser feito com cuidado. A velocidade que o ser humano retira a água geralmente não é a mesma que a natureza consegue repor. A grande diferença entre o volume contido nos subsolos e o da superfície é que no subsolo há um volume tridimensional que pode ser explorado de forma estratégica. O evento, realizado no dia 27 de novembro na Universidade de São Paulo, teve como finalidade a elaboração de um documento consolidado com soluções para a crise que será apresentado em uma linguagem acessível para a população. Fonte: GUIMARÃES, Rogério. O direito à água e à informação. Disponível em: http://namu.com.br/materias/o-direito-agua-e-informacao. Acesso em: 13 abr. 2015. http://namu.com.br/materias/o-direito-agua-e-informacao 9 Introdução As pesquisas sobre recursos hídricos têm sido mais frequentes e complexas. Se antes as fontes de pesquisas eram limitadas às grandes enciclopédias, aos compêndios oficiais e aos relatos de viagem dos grandes exploradores e naturalistas, hoje a diversidade qualitativa e quantitativa de fontes de dados e informações sobre recursos hídricos é muito significativa. Atualmente, os pesquisadores têm à disposição dados e informações sobre as abrangências, os potenciais de uso, os volumes existentes de água e uma série de outros temas abordados tanto em estudos técnico-científicos acadêmicos quanto naqueles que são produzidos por órgãos oficiais nos três âmbitos político-administrativos. A legislação que favorece o direito do acesso à informação acentuou essa disponibilidade de dados e informações, e é sobre isto que trataremos nesta unidade. Acesso à informação O acesso à informação foi garantido a partir da promulgação da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Ela regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas pelos cidadãos, envolvendo os três poderes políticos, ou seja, a União, os estados e o Distrito Federal – DF, e os municípios. Pode-se dizer que essa iniciativa consolida a democracia e a transparência no Brasil. Para garantir o pleno exercício do direito de acesso à informação previsto na Constituição de 1988, estão definidos na Lei 12.527/11 os mecanismos, prazos e procedimentos para a entrega das informações solicitadas à administração pública pelos cidadãos. A Lei 12.527/11 determina também que os órgãos e entidades públicas devem divulgar um rol mínimo de informações de interesse coletivo ou geral proativamente, utilizando-se da internet para facilitar o acesso à informação pública. Dessa forma, os organismos públicos começaram a organizar os bancos de dados acessíveis ao público em geral. 10 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos O Sistema de Informação do Plano Nacional de Recursos Hídricos – SIPNRH, gerado na estrutura do Ministério do Meio Ambiente - MMA, consiste de uma base de dados físico- territoriais que combina o cruzamento de informações para orientar o planejamento dos recursos hídricos. Os dados são atualizados a partir das informações contidas na publicação “Conjuntura de Recursos Hídricos no Brasil”1 . A finalidade do SIPNRH é a de subsidiar permanentemente o monitoramento e a avaliação da implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH2 . O SIPNRH compõe o Sistema de Gerenciamento Orientado para os Resultados do PNRH - SIGEOR e tem por objetivo dar suporte ao Programa de Gerenciamento Executivo, de Monitoramento e Avaliação da Implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos ou Programa XIII do PNRH. O SIPNRH funciona de forma integrada com os outros mecanismos de gerenciamento, monitoramento e avaliação do PNRH, a fim de orientar e apoiar os gestores e suas equipes executoras na busca pelas ações com a máxima eficiência, eficácia e efetividade socioambiental. O PNRH foi definido na Lei nº 9.433/973 , que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, criando também o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. É um dos instrumentos que orientam a gestão das águas no Brasil. O conjunto de diretrizes, metas e programas que constituem o PNRH foi edificado por um processo de mobilização e ampla participação pública. O documento final foi aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, em 30 de janeiro de 2006. O PNRH tem por objetivo estabelecer diretrizes para melhorar a qualidade e a quantidade da oferta de água à população sob uma perspectiva sustentável. O PNRH, que tem origem federal, é revisto frequentemente para ser adequado às realidades regionais, ou seja, às regiões hidrológicas específicas. 1 Disponível em: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/webSite_relatorioConjuntura/projeto/index.html. Acesso em: 12 abr. 15. 2 Disponível em: http://www.mma.gov.br/publicacoes/agua/category/42-recursos-hidricos. Acesso em: 12 abr. 15. 3 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm. Acesso em: 12 abr. 15. Sistema de Informação do Plano Nacional de Recursos Hídricos - SIPNRH http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/webSite_relatorioConjuntura/projeto/index.html http://www.mma.gov.br/publicacoes/agua/category/42-recursos-hidricos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm 11 Agência Nacional de Águas – ANA A ANA, criada pela Lei nº 9.443/97 (“Lei das Águas”), tem por fim disciplinar a implementação, a operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos de gestão criados pela Política Nacional de Recursos Hídricos – PNRH e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH. Entre as ações da ANA, estão: a regulação e o apoio à gestão dos recursos hídricos; monitoramento de rios e reservatórios; planejamento dos recursos hídricos; e o desenvolvimento de programas e projetos de gestão de recursos hídricos, além de oferecer dados e Informações a fim de estimular a gestão adequada e o uso racional e sustentável dos recursos hídricos. Entre as competências da ANA, estão: • Definir as condições de operação dos reservatórios, públicos ou privados, para garantir os usos múltiplos dos recursos hídricos, avaliar a sustentabilidade de obras hídricas com participação de recursos federais; • Regular também os serviços de irrigação em regime de concessão e de adução de água bruta em corpos d’água da União; • Fiscalizar a segurança das barragens, outorgadas pela própria ANA, para usos múltiplos, e pela criação e composição do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens – SNISB. A ANA respalda o PNRH no que se refere à gestão sustentável dos recursos hídricos. O diagnóstico da situação hidrográfica de uma bacia é fruto de estudos consistentes que subsidiam a ANA para as tomadas de decisão quanto ao uso da água no Brasil. Os dados e informações provenientes desses estudos são disponibilizados no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos – SNIRH, funcionando também como ferramenta de regulação. O Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos – SNIRH, proposto pela Lei nº 9.433/97,é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações e fatores interventores para a gestão sobre recursos hídricos. Além dos mecanismos supracitados, a ANA dispõe e disponibiliza o aplicativo “HidroWeb”4 . Esse sistema de informações hidrológicas consiste de um aplicativo de banco de dados do tipo cliente/servidor projetado especificamente para o ambiente gráfico Windows 32 bits. O programa permite: · O gerenciamento de uma base de dados hidrometeorológicos a partir de um banco de dados relacional; · A entrada de dados por parte das entidades que operam uma rede hidrometeorológica; · O cálculo de funções hidrometeorológicas básicas; e · A visualização de dados gráficos, imagens etc. 4 Disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br/HidroWeb.asp?TocItem=6010 .Acesso em: 13 abr. 2015. http://hidroweb.ana.gov.br/HidroWeb.asp?TocItem=6010 12 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos - CNARH O Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos - CNARH foi criado pela Resolução ANA nº 317/2003, tendo por fim registrar pessoas físicas e jurídicas usuárias de recursos hídricos. O CNARH é parte integrante do Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos – SNIRH e viabiliza a disponibilização de dados e informações para a gestão compartilhada entre a União e os estados. Precisam se cadastrar obrigatoriamente no CNARH os usuários que: · Captam água; · Lançam efluentes; · Realizam usos não consuntivos (não degradantes) diretamente em corpos hídricos (rio ou curso d’água, reservatório, açude, barragem, poço, nascente, etc.). O CNARH é constituído das seguintes informações: · A vazão utilizada; · O local de captação; · A denominação; · A localização do curso d’água; · O empreendimento do usuário, sua atividade ou a intervenção que pretende realizar. Ao mesmo tempo, o CNARH é respaldado por instrumentos da gestão de recursos como a outorga, a cobrança e a fiscalização, de um lado, e de outro lado é uma importante fonte de informação para instrumentos da PNRH como o enquadramento dos corpos d’água, por exemplo. O banco de dados da ANA também é composto dos seguintes mecanismos de pesquisa: · Segurança de Barragens: a ANA é responsável por fiscalizar a segurança das barragens existentes em cursos d’água sob sua jurisdição e por manter o cadastro atualizado dessas barragens, com identificação dos empreendedores, para fins de incorporação ao SNISB; · Certificado de Avaliação da Sustentabilidade da Obra Hídrica – CERTOH: visa a garantir que essas obras tenham sustentabilidade hídrica e operacional das infraestruturas implantadas, além da viabilidade técnica e financeira; · Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica – DRDH: é o mecanismo de análise, outorga e fiscalização para os aproveitamentos hidrelétricos que demandam quantidades importantes de recursos hídricos e podem impactar de forma significativa a disponibilidade de água; 13 · Declaração Anual de Uso de Recursos Hídricos – DAURH: é o documento de envio obrigatório dos dados dos volumes medidos em pontos de interferência outorgados em corpos d’água de domínio da União. Nesse documento, o usuário de recursos hídricos informa o volume de água captado a cada mês durante o ano; · Pedido de outorga: tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos a seu acesso; · Cobrança e Arrecadação: é uma remuneração pelo uso de um bem público com preço fixado a partir de um pacto que envolve os usuários da água, a sociedade civil e o poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica – CBH, aos quais compete estabelecer os pactos e propor ao respectivo conselho de recursos hídricos os mecanismos e valores de cobrança nas bacias em que atuam; · Balanço Hídrico do Brasil: é um mecanismo de monitoramento dos volumes que entram e saem das bacias hidrográficas brasileiras; · Dados Hidrológicos em Tempo Real: é o volume diário de dados recebidos na ANA e medidos por telemetria, em 283 estações telemétricas, em cerca de 1.075 estações fluviométricas e 981 pluviométricas distribuídas nas 12 Regiões Hidrográficas Brasileiras. Todo esse volume de dados é enviado aos satélites e repassado para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE; · Monitoramento Hidrológico no Setor Elétrico: em 2010 a ANA e a ANEEL elaboraram uma resolução conjunta que estabelece condições e procedimentos, a serem considerados pelos concessionários e autorizados, de geração de energia hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas, visando ao monitoramento das chuvas, dos fluxos dos rios e de qualidade da água voltados ao aproveitamento hidrelétrico; · Sistema de Informações Hidrológicas: um banco de dados com todas as informações coletadas pela rede hidrometeorológica e que reúne dados sobre cotas, vazões, chuvas, evaporação, perfil do rio, qualidade da água e sedimentos. Trata-se de uma importante ferramenta para a sociedade, pois os dados coletados pelas estações de monitoramento são utilizados para produzir estudos, definir políticas públicas e avaliar a disponibilidade hídrica. Esse recurso permite à ANA monitorar eventos críticos, como as inundações e as estiagens; disponibiliza informações para a execução de projetos; identifica o potencial energético de navegação ou de lazer em um determinado ponto ou ao longo da calha do rio; descreve as condições dos corpos d’água para atender a projetos de irrigação ou de abastecimento público; · Sala de situação: é o ambiente no qual será concentrada a situação de crise ou críticas de qualquer natureza das competências da ANA; · Alertas: são mecanismos da ANA para alertar a população sobre a ocorrência de extremos naturais; · Boletins Diários de Monitoramento: são relatórios sintéticos e com frequência diária que avaliam as condições das bacias hidrográficas; · Boletins Mensais de Monitoramento: são relatórios sintéticos e com frequência mensal que avaliam as condições das bacias hidrográficas; 14 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos · Estudos e Diagnósticos: são os levantamentos feitos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em obras e serviços de regularização de cursos de água, de alocação e distribuição de água e de controle de poluição hídrica, em consonância com o que foi estabelecido nos planos de recursos hídricos; · Planos de Recursos Hídricos: têm por fim a fundamentação, a orientação, a implementação da PNRH e o gerenciamento dos recursos hídricos com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos; Além dos bancos de dados e informações, a ANA também conta com uma série de programas e projetos voltados à gestão dos recursos hídricos. São eles: · Agenda Nacional de Água Subterrânea: criada para fortalecer a gestão integrada de águas subterrâneas e superficiais em território nacional. Tudo isso é pensado para dotar os órgãos gestores de recursos hídricos estaduais de conhecimento hidrogeológico, técnico- gerencial e de capacitação específica em águas subterrâneas, de forma que possam desempenhar adequadamente a gestão sistêmica e integrada dos recursos hídricos; · Agenda Nacional de Conservação da Água e Uso Racional; · Gerenciamento Integrado e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia do Rio Amazonas - GEF Amazonas, implantado por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, sendo no Brasil; · Programa de Desenvolvimento do Setor Água – INTERÁGUAS: trata-se de um ambiente onde os setores envolvidos com a utilização da água se articulam e planejam suas ações de maneira racional e integrada, a fim de contribuir para a consolidação da capacidade de planejamento e gestão de recursos hídricos; · Pacto Nacional pela Gestão das Águas: foi um programa de incentivofinanceiro para fortalecer a gestão das águas nos estados lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pela Agência Nacional de Águas – ANA, em 21 de março de 2013, véspera do Dia Mundial da Água; · Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES: também conhecido como “programa de compra de esgoto tratado”, é uma iniciativa inovadora: não financia obras ou equipamentos, paga pelos resultados alcançados, ou seja, pelo esgoto efetivamente tratado. Compõe-se de uma concessão de estímulo financeiro pela União aos prestadores de serviço de saneamento que operem estações de tratamento de esgotos (ETE); · Programa Produtor de Água - PPA: consiste em um pagamento de incentivos aos produtores rurais que, comprovadamente, contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para a bacia e a população. Tem como objetivo a redução da erosão e assoreamento dos mananciais nas áreas rurais, prevê o apoio técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo; · Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas – PNQA: visa a oferecer à sociedade os conhecimentos adequados da qualidade das águas superficiais brasileiras, para subsidiar as tomadas de decisão quanto à definição de políticas públicas para a recuperação da qualidade das águas, contribuindo com a gestão sustentável dos recursos hídricos. 15 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE foi proposto em 1934 e oficializado em 1936 com o nome de Instituto Nacional de Estatística - INE. Em 1938, o INE e o Conselho Nacional de Geografia – CNG foram fundidos e deram origem ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE que conhecemos. Ao longo das décadas que se seguiram, o IBGE foi um dos órgãos mais atuantes na produção de dados do meio físico e de socioeconomia do Brasil. Publicou ininterruptamente revistas de demografia, de Geografia Humana e de Geografia Física. O IBGE foi e ainda é o maior responsável pelos levantamentos astronômicos, geodésicos e geofísicos do território brasileiro. Atualmente, todos os projetos do IBGE são disponibilizados na página5 do órgão, na qual o leitor pode encontrar diversos campos de pesquisa de conteúdos de relatórios, mapeamentos, monitoramentos e atualização de informações de uma gama enorme de temas da realidade brasileira. Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS/ CPRM O Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS consiste de um banco de informações sobre as águas subterrâneas, criado pelo Serviço Geológico do Brasil – SGB, no qual é possível a consulta, a pesquisa a extração e a geração de relatórios. O SGB obtêm os dados e gera as informações a partir de pesquisas hidrogeológicas em todo o território nacional para armazenagem, manuseio, intercâmbio e difusão de informações sobre águas subterrâneas. Os dados do SIAGAS são utilizados por gestores estaduais, secretarias dos governos estaduais, ANA e usuários dos recursos hídricos subterrâneos. Além disso, o SIAGAS é integrado a outros sistemas como o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - SNIRH, o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente - SINIMA, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS e Sistema de Informação do Plano Nacional de Recursos Hídricos – SIPNRH. 5 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/default.php. Acesso em: 12 abr. 2015. http://www.ibge.gov.br/home/default.php 16 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas – RIMAS/CPRM A Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas – RIMAS6 é um programa que trata dos impactos sofridos pelos aquíferos subterrâneos em decorrência de explotação (retirada de recursos naturais por atividades minerárias) ou do uso do solo sobre aquíferos subterrâneos. O RIMAS permite pesquisas simples e complexas da base de dados, a geração de relatórios de diversas formas; o “download” da localização dos poços existentes na base de dados e visualizar a localização dos poços d’água cadastrados em mapas temáticos e imagem de satélite. O monitoramento tem uma periodicidade trimestral e visa a registrar as variações de nível d’água em poços de observação selecionados, ou seja, a análise é especificamente quantitativa e não visa a medir a qualidade da água, feita por outros mecanismos de outros órgãos. A seleção de aquíferos a serem monitorados obedece aos seguintes critérios: • Aquíferos sedimentares; • Importância socioeconômica da água; • Uso da água para abastecimento público; • Aspectos de vulnerabilidade natural e riscos; • Representatividade espacial do aquífero; e • Existência de poços para monitoramento. A rede de monitoramento é constituída de poços existentes e poços construídos, de modo que a distribuição e densidade sejam suficientes para obtenção de dados representativos das características hidrogeológicas e reflitam as condições do uso da água, as modalidades de uso e ocupação do solo, a densidade demográfica e a extensão regional do aquífero. Programa Recursos Hídricos Superficiais – PRHS O Programa Recursos Hídricos Superficiais – PRHS7 , desenvolvido pelo Serviço Geológico brasileiro – SGB, visa à implantação e operação de redes hidrometeorológicas, telemétricas, de qualidade de água e sedimentométricas, bem como monitoramento de níveis em açudes. São cerca de 2.500 estações de geração de dados, e 200 dessas estações são de telemetria via satélite. Além de coletar dados, o PRHS também armazena aproximadamente 240.000 dados hidrológicos anuais. 6 Disponível em: http://rimasweb.cprm.gov.br/layout/. Acesso em: 13 abr. 2015. 7 Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=34. Acesso em: 13 abr. 2015. http://rimasweb.cprm.gov.br/layout/ http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=34 17 Banco de Dados Hidrológicos O Banco de Dados Hidrológicos8 é uma base disponibilizada pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE. Trata-se de um aplicativo que permite a obtenção de dados pluviométricos e fluviométricos, ou seja, de medidas de chuva e de vazão, respectivamente, do Estado de São Paulo. Os dados estão organizados por campo de pesquisa e integrados às Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo – UGRHI, embora o usuário possa pesquisar também pelo nome do município ou pelo número de cadastro da estação de medição. Centro Internacional de Hidroinformática – CIH/Embrapa Pantanal O Centro Internacional de Hidroinformática – CIH9 é uma organização que agrega a ITAIPU Binacional, usina hidrelétrica construída por uma parceria entre o Brasil e o Paraguai, no período de 1975 a 1982, e o Programa Hidrológico Internacional - PHI da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO. A criação do CIH teve por justificativa a gestão das águas, combinando tecnologia, energia e meio ambiente, visando a promover o progresso e a inovação no âmbito regional, nacional e internacional. Além do desenvolvimento de soluções inovadoras e ferramentas de hidroinformática para gestão sustentável dos recursos hídricos, o CIH tem a finalidade de tornar-se um centro de excelência como um ambiente de fomento à pesquisa e extensão por meio de capacitações e aprimoramentos, do desenvolvimento de metodologias de gestão territorial, modelagens e aplicações. 8 Disponível em: http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/. Acesso em: 13 abr. 2015. 9 Disponível em: http://www.hidroinformatica.org/portalcih/index.php/br/conheca-o-cih/missao-e-visao. Acesso em: 13 abr. 2015. http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/ http://www.hidroinformatica.org/portalcih/index.php/br/conheca-o-cih/missao-e-visao 18 Unidade: Dados e informações para gestão de recursos hídricos Material Complementar Para aprofundar seus estudos sobre gestão de recursoshídricos, explore os links indicados a seguir: Sites: Acesso à informação. Disponível em: http://www.acessoainformacao.gov.br/sistema/site/index.html?ReturnUrl=%2fsistema%2f. Acesso em: 09 mai. 2015. Sistema de Informação do Plano Nacional de Recursos Hídricos - SIPNRH. Disponível em: http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/plano-nacional-de-recursos-hidricos/sipnrh. Acesso em: 09 mai. 2015. Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH. Disponível em: http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/plano-nacional-de-recursos-hidricos. Acesso em: 09 mai. 2015. Agência Nacional de Águas – ANA. Disponível em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx. Acesso em: 09 mai. 2015. 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