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1 UNIVERSIDADE IGUAÇU FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA EXTRAÇÕES SERIADAS BEATRIZ NYCOLE TOFOLI SALGADO DANIELLE ALONSO COMITRE ISABELA MARIA DE OLIVEIRA FERREIRA ISADORA CALDAS MARTINS KARINA SOUZA MEZINI LAURA PAULINE SOARES NASCIMENTO MANUELLA TIBURCIO MENDES MATHEUS BENFICA MACHARETE Nova Iguaçu 2022 2 BEATRIZ NYCOLE TOFOLI SALGADO DANIELLE ALONSO COMITRE ISABELA MARIA DE OLIVEIRA FERREIRA ISADORA CALDAS MARTINS KARINA SOUZA MEZINI LAURA PAULINE SOARES NASCIMENTO MANUELLA TIBURCIO MENDES MATHEUS BENFICA MACHARETE EXTRAÇÕES SERIADAS Trabalho apresentadoao Curso de Odontologia, da Universida de Iguaçu, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Ortodontia II. Professora:Thiana Quintella de Oliveira Nova Iguaçu 2022 3 Lista de Figuras 1. Arco de Baume ...................................................................................................... 10 2. Esquema das diversas relações distais dos segundos molares decíduos ............ 12 3. Cronologia da dentição permanente...................................................................... 12 4. Comprimento do arco ............................................................................................ 13 5. Discrepancia entre os caninos .............................................................................. 14 4 Sumário 1. Introdução .............................................................................................................. 5 2. Histórico ................................................................................................................. 6 3. Sistema esquelético .............................................................................................. 7 3.1 A- crescimento e desenvolvimento .................................................................... 7 3.2 B- Tendência de crescimento facial .................................................................... 8 4. Sistema Muscular ................................................................................................ ..9 5. Sistema Dental ..................................................................................................... ..9 5.1Diastemas fisiológicos na dentição decídua ..................................................... ..9 5.2 Relação distal dos 2° molares decíduos .......................................................... ..10 5.3 Sequência da erupção dos permanentes ......................................................... ..11 5.4 Comprimento do arco ....................................................................................... ..12 5.5 Perímetro do arco ............................................................................................ ..12 5.6 Mudança dos perímetros do arco..................................................................... ..13 5.7 Seguimentos posteriores ................................................................................. ..13 6. Exame e Diagnóstico........................................................................................... 14 7. Indicações ............................................................................................................ 16 8. Contra indicações................................................................................................ 17 9. Técnica de extração seriada ............................................................................. 18 10. Vantagens .......................................................................................................... 19 11. Desvantagens .................................................................................................... 19 12. Conclusão .......................................................................................................... 20 Referências .............................................................................................................. 21 5 1. Introdução A má oclusão, depois da cárie dentária, é um dos grandes problemas que afetam a população infantil. Dessa forma, é necessário diagnosticar corretamente no início da dentição mista, onde os dentes se encontram em fase de crescimento e com constantes alterações. Entre as mais variadas formas de extração na Ortodondia, existe uma técnica muito importante, que são as "extrações seriadas", que nada mais é que um procedimento terapêutico para uma melhor adequação dos elementos dentários nas arcadas, mediante a exodontia de determinados dentes, como os caninos e 1° molares decíduos e 1° molares permanentes. Ou seja, a técnica conhecida como extração seriada de dentes decíduos tem objetivo direcionar a erupção dos dentes permanentes até encontrar uma oclusão favorável, evitando o desenvolvimento de apinhamentos severos, discrepância entre bases ósseas, volume dental e traumas psicológicos na criança. O comprimento insuficiente do perímetro do arco ósseo é o responsável pelo surgimento da técnica conhecida como extração seriada. Técnica a qual é aplicada em pacientes jovens, no inicio da dentição mista, para assim evitar patologias de elevado grau de desenvolvimento. Com isso conseguimos evitar tratamentos longos e movimentações dentais exageradas além de promover auto correção de anomalias de posição dentária e oclusão. Contendo como vantagens permitir movimentos fisiológico dos dentes, reduzir tempo do uso de aparelho fixo e diminuir o tempo da utilização da contenção. E como desvantagens o aumento da sobremordida, inclinação lingual dos incisivos, tecido cicatricial nos espaços das extrações, diastemas e alterações mio funcionais. Ao longo do desenvolvimento oclusal ausência de espaço para o alinhamento correto dos dentes na arcada é uma condição clínica conhecida como apinhamento dentário ou discrepância de modelo negativa. Ao decorrer do primeiro período transitório da dentadura mista temos aparecimento do apinhamento primário.Normalmente, este é provocado pela 6 discrepância entre ossos maxilares e os dentes, tendo o fator genético comoprincipal origem. Durante o segundo período transitório da dentadura mista, temos o apinhamento secundário, apinhamento na região dos caninos e pré-molares, tendo como origem os fatores ambientais, onde o principal fator contribuinte é a perda prematura de dentes decíduos. E quando fala-se sobre apinhamento que acontece ao decorrer da adolescência e pós adolescência no período da dentição permanente, trata-se do apinhamento terciário, ocorrendo predominantemente na região ântero- inferior e tem o processo de envelhecimento da arcada como o fator contribuinte. 2. Histórico Em 1743 Robert Bunoni foi o primeiro pesquisador a descrever a extração de um decíduo para melhor posicionamento dos dentes permanentes. Porém, Kjellgren foi o primeiro a denominar como "Extração Seriada" tal procedimento. Na décadas 30 e 40 com o melhor entendimento dos ortodontistas sobre a fisiologia muscular e os complexos processos de crescimento do crânio e da face surgia o interesse pelas extrações seriadas, tornando-se uma conduta de rotina. A partir daí tiveram muitos estudos e publicações a respeito a esse tema, contudo, todos os autores estavam em comum acordo sobre a necessidade de um diagnóstico correto no início da dentição mista, sendo assim e de extrema importância que ortodontista tenha um conhecimento aprofundando da dentadura mista e seus aspectos. Mayne afirmou que em qualquer debate sobre extrações seriadas podemos notar referência de três sistemas de tecidos: ossos, músculos e dentes. Não podemos, no entanto, deixar de fazer uma análise do desenvolvimento quer esquelético, quer muscular ou dentário de uma criança com dentição mista,para 7 percebermos o intuito da realização deste programa de extrações seriadas (McNamara 1993) 3.Sistema esquelético O ossos do esqueleto humano, tem a finalidade e responsabilidade pela forma, suporte do sistema muscular e fazem a proteção dos órgãos vitais. Quando um caso for analisado, a sua avaliação deve ser feita respeitando as estruturas basais dos maxilares e suas relações entre si e respeitando a anatomia do crânio, é será avaliado se haverá ou não a necessidade das extrações seriadas. 3.1 A- crescimento e desenvolvimento Na época das dentaduras decíduas e mista, o tamanho dos arcos crescem ligeiramente entre aos 4 e 8 anos; no entanto este crescimento é muito pequeno sendo nulo em muitas crianças. O principal acréscimo do arco se faz pelo crescimento posterior, à medida que os dentes vão erupcionando, crescimento este que continua na dentadura permanente. Não podemos esquecer que existe, no organismo um equilíbrio dinâmico entre os sistemas dental, neuro muscular e ósseo. Em má oclusão de Classe I, onde já existe uma relação ântero-posteriornormal da maxila é da mandíbula, com atividade muscular harmoniosa e o problema está somente dentro do sistema dentário. Sabe-se, no entanto, que isto esta na dependência da idade e do sexo . É, portanto, nos casos de Classe I que a extração seriada encontra sua aplicação mais bem-sucedida . Outra condição relevante que interfere o prognóstico na evolução esquelética é o nível de maturação. O mesmo é naturalmente visível e analisável nas radiografias da mão, que de igual modo é um exame crucial para a indicação pela terapêutica com extrações seriadas. 8 3.2 B- Tendência de crescimento facial Para avaliar a tendência de crescimento facial, Tweed levou em consideração a parte média da face, tomando como referência ao ângulo ANB, num determinado espaço de tempo. Para aplicação do método proposto por tweed faz-se necessário a tomada de duas telerradiografias com intervalo de 12 a 18 meses. As extrações seriadas, portanto, são mais indicadas em indivíduos portadores de crescimento tipo A e C subdivisão . Tipo A: Indivíduos que manifestam o crescimento da maxila e mandíbula para baixo a para frente, com o terço médio e inferior crescendo simultaneamente, e com o ângulo ANB permanecendo constante. O prognóstico é bom. O Angulo ANB não deve exceder 4,5°. Existe um bom relacionamento maxilo-mandibular com possível má oclusão de classe I. Tipo A – subdivisão: Possui as mesmas características do tipo A, porém o ângulo ANB inicial é maior que 4,5°. Quanto maior o ângulo ANB, mais distante estará a mandíbula da maxila, resultando em uma possível má oclusão de classe II, onde os molares a caninos poderão estar de topo ou em classe II já bem caracterizados. Tipo C: Maxila e mandíbula crescem para baixo a para frente, mas com o terço inferior da face crescendo ligeiramente mais do que o terço médio, com uma diminuição do angulo ANB. O prognóstico é excelente. Tipo C – subdivisão: O crescimento facial é mais para frente do que para baixo, e a mandíbula cresce para frente mais rapidamente que a maxila. É o padrão de crescimento dos pacientes portadores de classe III. 4. Sistema Muscular A musculatura é a forma primária que viabiliza o posicionamento dos dentes em erupção, assim como o alinhamento e reposicionamento de dentes já erupcionados. Por esta razão, pacientes portadores de Classe I com boa 9 harmonia com o sistema ósseo e muscular são os ideais para "extrações seriadas". Após extrações dos caninos, não se posicionam, os incisivos, automaticamente para lingual e nem despinham de forma mágica. Isso se deve a este equilíbrio muscular que é necessário entre lábio, língua e bochecha. Conclui-se então, que o ortodontista antes de iniciar um tratamento, é necessário que seja feito um estudo minucioso do sistema muscular para que não venha a fracassar no futuro. Em má oclusão são de Classe I é possível eliminar apinhamentos mas os dentes são movimentados para posições alteráveis, onde atuam forças musculares anormais . Desta maneira,instala-se um desequilíbrio muscular, fazendo com que a correção seja temporária . Nestes casos, o sistema ósseo e o muscular apresentam uma boa harmonia, sendo o dever do ortodontista colocar o sistema dental em equilíbrio mediante o procedimento das extrações seriadas. 5. Sistema Dental 5.1 Diastemas fisiológicos na dentição decídua É normal na dentição decídua a presença de espaços entre os incisivos,denominado como “espaços de crescimento” ou “espaçamentos fisiológicos”, para que os permanentes que sucederão encontrem área o suficiente para sua correta colocação. De acordo com BAUME os arcos dentários são de origem congênita, classificados como arcos do tipo I e tipo II; os arcos de tipo I apresenta 2,5mm de espaços localizado na região anterior, sendo assim, o tipo mais favorável para um ótimo posicionamento dos dentes permanentes anteriores, os arcos do tipo II não apresentam espaços na região anterior. (FERREIRA, 2008) Figura: Arcos de Baume 10 Fonte: Sanar Saúde 5.2 Relação distal dos 2° molares decíduos BAUME afirma que as faces distais dos segundos molares decíduos, superiores e inferiores, é que guiam a erupção dos primeiros molares permanentes. (FERREIRA, 2008). Podemos então, os segundos molares decíduos apresentarem 3 tipos em relação distal: terminação em plano reto (aproximadamente 76% da população infantil), em degrau mesial (14%), e em degrau distal (10%). Se não houver a presença de espaço primata na mandíbula, os primeiros molares permanentes, ao erupcionarem, mantém a sua relação topo a topo, tendem a uma reação de oclusão normal durante a substituição de dentes decíduos pelos permanentes. Estando presente o diastema primata a oclusão entre os primeiros molares permanentes inferiores e superiores se processa mais rapidamente pois o 1° molar inferior erupciona antes do 1° molar superior, ocorrendo fechamento do espaço primata, provocando uma relação de disto oclusão. Caso a dentadura decídua apresentar relação distal dos segundos molares superiores com degrau mesial para a mandíbula, e com a presença do espaço primata, o clínico precisará tomar algumas atitudes necessárias antes que os primeiros molares permanentes inferiores erupcionem. Observada sua erupção antes do superior, ocorrerá o fechamento do espaço primata inferior e 11 o 1°molar sofrerá inclinação para mesial maior que a desejada, sendo assim, uma relação molar de Classe III. A relação distal dos segundos molares decíduos se apresenta com degrau distal para a mandíbula, os primeiros molares permanentes sempre erupcionarão em disto-oclusão, sendo assim, com uma relação molar classe II. Pode ocorrer o agravamento desse quadro quando há presença de diastema primata na maxila e não na mandíbula e se o primeiro molar permanente superior erupcionar antes do inferior. Figura: Esquema mostrando as diversas relações distais dos segundos molares decíduos orientando os primeiros molares permanentes para a oclusão de Classe I, II ou III. Fonte: FERREIRA (2008) 5.3 Sequência da erupção dos permanentes A erupção dos dentes permanentes começa quando o primeiro molar permanente surge no arco, conhecido como molar dos 6 anos. Tabela: Cronologia da dentição permanente 12 Fonte: NELSON, ASH (2012) 5.4 Comprimento do arco É dividido em 2 partes iniciando pelo incisivo central até a mesial do 2º molar decíduo, em ambos os lados. 5.5 Perímetro do arco dental Tem início na distal do segundo molar decíduo seguindo pra face oclusal e incisal dos elementos dentais até a face distal do segundo molar do lado oposto. Fisk e Morrees analisaram uma diminuição no tamanhodo arco inferior durante a dentição mista e decídua de mais ou menos 5 mm, devido: 1-Distalização tardia dos molares 2-Tendência de mesialização de todos os dentes posteriores durante a vida 3- Desgaste das faces proximais dos dentes 13 Figura: Comprimento do arco Fonte: Scielo 5.6 Mudanças do perímetro do arco O diâmetro dos incisivos permanentes é maior que o diâmetro dos incisivos decíduos, por isso deve-se avaliar com muita cautela por meio de exames radiográficos e análise em modelos de gesso dos espaços presentes e requeridos para não fazer uma exodontia precipitada e acabar prejudicando o paciente, mas em casos em que há indicação pode-se fazer um protocolo de extração seriada durante a dentição mista. 5.7 Segmentos posteriores Também existe uma discrepância entre os caninos, molares decíduos e os caninos e molares permanentes que Nance nomeou como espaço livre. 14 Figura: Seguimentos Posteriores Fonte:Hulari (2011, p.74) Por isso deve-se avaliar a dentição mista para um correto tratamento desses problemas através da análise das discrepâncias de modelos, tendo como base ao menos 5 mm de discrepância negativa para a indicação da extração seriada. Discrepância positiva: o espaço presente é maior que o espaço requerido.Discrepância negativa: quando o espaço requerido é menor que o espaço presente. Discrepância nula: o espaço presente e requerido são iguais. 6. Exame e Diagnostico Um diagnóstico satisfatório parte sempre de um correto exame clínico acompanhado de registros que devem incluir radiografias panorâmicas, radiografias cefalométricas, fotografias faciais, modelos de estudo e fotografias intraorais. 15 Na analise de um caso deve ser avaliado o tamanho das estruturas basais dos maxilares e suas relações entre si e com respeito a anatomia do crânio, para se avaliar a necessidade ou não de extrações seriadas. Os primeiros pré-molares foram os dentes de escolha como primeira opção para remoção, desde que má-oclusão de Classe I envolva irregularidades dos caninos e incisivos com deficiência de espaço que parece mais crítica na região anterior. O fato dos caninos decíduos serem esfoliados precocemente, em problemas de deficiência de comprimento de arco talvez seja prudente remover os caninos e molares decíduos precocemente para melhor alinhamento dos dentes permanentes. Impedindo que os incisivos e caninos permanentes exerçam posições de extrema irregularidade, que necessite terapia ortodôntica extensa e extração de pré molares para se conseguir o desfecho esperado. Segundo Baume quando uma dentição primária não possui espaço a mesma não é favorável e desenvolverá apinhamento na dentição permanente.O apinhamento compreende a presença de um arco dentário diminuído, incisivos mal posicionados e comumente, a perda antecipada de um dos caninos mandibulares ou ambos. Contudo, este também pode proceder-se por conta de trauma, a tratamentos iatrogénicos, a discrepância individual do tamanho dos dentes, discrepância entre o tamanho dos dentes mandibulares e os maxilares, anomalias no padrão de erupção dos dentes permanentes, rotação de peças dentárias, perda prematura de dentes decíduos resultando na diminuição do comprimento do arco devido a mesialização dos definitivos, retenção de dentes decíduos, entre outras. A extração seriada, portanto, se tornará adjunto valioso na prática, reduzindo a quantidade de terapia com aparelhos, necessárias para a correção de má oclusão de Classe I. A aparatologia final será necessária para fechar os espaços remanescentes, conseguir o paralelismo das raízes, estabelecer o plano oclusal e corrigir a intercuspidação. No entanto, para que os resultados sejam satisfatórios e a mecanoterapia final diminuída 16 Regra n°1 - Deve haver uma relação de Classe I bilateral; Regra n°2 - O esqueleto facial deve estar equilibrado nos sentidos ântero-posterior, vertical e mesiolateral; Regra n°3 - A discrepância deve ser de pelo menos 5mm em cada quadrante; Regra n°4 - As linhas médias de ambos os arcos devem coincidir; Regra n°5 - Não deve haver mordida aberta nem sobremordida; Regra n°6 - O paciente deve ter um crescimento do tipo A ou C; Regra n°7 - Deve haver ausência de diastemas fisiológicos na dentição decíduo; Regra n°8 - O perfil não pode ser reto ou côncovo; Regra n°9 - O FMA deve ser menor que 30°. A relação maxilomandibular é de suma importância no planejamento da extração seriada. Se existe uma perfeita relação dos segmentos posteriores - má oclusão de Classe I - as chances de sucessos são relativamente boas. Se a relação maxilomandibular é anormal - Classe II e Classe III - as extrações seriadas devem ser abordadas com grande cautela e com a expectativa de que a má relação basal deve ser ajustada por aparelhos antes da complementação da dentadura permanente. Tweed afirmou que a má oclusão de Classe I, com boa relação do ângulo ANB, poderá dispensar o tratamento ortodôntico após a terapia das extrações. 7. Indicações Para escolha de casos de extração seriada se faz necessário ter critério para saber o momento de intervir e salientar-se da escolha correta do dente mais indicado para se extrair na ocasião. As indicações para terapia de extrações seriadas divide opiniões entre autores. 17 A indicação necessária para se ter a extração seriada em casos de sinais de desenvolvimento desarmônico entre o dente e tamanho ósseo é pela maloclusão de classe 1, expondo desconformidade severa entre elemento dentário e base óssea.O grau de apinhamento deve ser visto ainda na dentição mista, tendo acompanhamento do comprimento do arco e espaço requerido. Também é indicado em ocorrências de apinhamento de dentes anteriores, desvios de linha média, incisivos laterais impactados, perda prévia de um ou mais caninos decíduos, diminuição do comprimento do arco, retração gengival com ou sem perda óssea na face vestibular na localização de incisivos centrais inferiores, ocorrência de maloclusão classe 1 com grande falta de espaço,casos de classe 1 e de tipo C de tendência de crescimento, por motivos profiláticos ou terapêuticos e diminuição da discrepância entre elementos dentários e ossos da maxila em casos de dentes apinhados. De acordo com MAYNE a técnica deveria ser aplicada somente para pacientes com perfil satisfatório, equilíbrio no sistema crânio- facial e desequilíbrio dos dentes. NOBREGA defendeu a forma ideal da realização do procedimento em crianças de 8 anos com quantidade de dentes normais, relação de molar e canino na classe 1 com pouco ou mínimo de overjet e overbite. Também expos indicação em pacientes que possuam maloclusão classe 2 com protusão dos dentes. Segundo Langlade é difícil optar pela extração seriada por conta de fatores múltiplos que exigem uma análise exigente de conhecimentos ortodônticos. 8. Contra indicações Dentro da ortodontia, a técnica de extrações seriadas tem seu espaço importante quando possuem uma boa colocação em pratica e quando se tem domínio da técnica, mas como qualquer outro tratamento, também possui limitações. A técnica não é de origem satisfatória em ocorrência de maloclusões de classe 1 com pouco apinhamento, quando se tem ausência de algum dentes 18 no arco dentário, em caso de paciente com mordida profunda, para casos de sobremordida, em casos de pequena discrepância no arco inferior, maluclusao classe 2,segunda divisão e classe 3, severidade de sobresaliencia e inclinação axial lingual de incisivos mandibulares. 9. Técnica de extração seriada Após o exame clinico e o estudo de todos os exames complementares, o profissional deve decidir pela necessidade ou não de se proceder às extrações seriadas. Se sim, é preciso tomar uma segunda decisão:se deve extrair os primeiros molares decíduos é quando isto serárealizado. A extração deve começar a partir do arco mais deficiente. Temos três estágios na terapia de extrações seriadas convencionais Remoção de caninos decíduos (entre 8 é 9 anos) que tem como objetivo permitir a erupção e alinhamento dos laterais . O desapinhamento dos incisivos se dá devido ao perfeito equilíbrio que deve existir entre a musculatura dos lábios e da língua e é obtido às expensas dos espaços reservado para caninos permanentes. Remoção dos primeiros molares decíduos(entre 9 e 10 anos) Com este procedimento, ortodontista pretende apressar a erupção dos primeiros molares inferiores, para possam erupcionar antes dos caninos inferiores, ou seja, que haja uma mudança na sequência normal de erupção, no arco superior procede- se da mesma, só que não existe essa preocupação, pois o canino normalmente erupciona depois dos pré-molares. Os primeiros molares decíduos, portanto, devem ser extraídos após os primeiros molares terem ultrapassado o estágio 6 (coroa completamente formada), para que sua erupção seja acelerada. Se for extraído antes disso terá um atraso na erupção dos pré-molares. Remoção dos primeiros pré-molares erupcionados- Só deverá ser realizada quando todos os critérios de diagnóstico forem novamente avaliados. Se o estudo do diagnóstico confirmar a deficiência inerente ao comprimento do arco, a finalidade deste passo é permitir ao canino irromper distalmente no espaço criado pela extração. Se o procedimento for realizado corretamente, a experiência mais compensadora é ver o abaulamento gengival dos caninos mover-se para distal por si mesmo, para o local dos pré-molares . 19 Assim que os primeiros pré-molares irrompem, faz a remoção e espera a erupção dos segundos pré-molares com inclinação axial para mesial. Para diminuir a tendência à sobremordida, não há problema nenhum em se colocar uma placa de mordida de acrílico. Ela faz prevenção da sobremordida, estimula a erupção dos elementos posteriores e elimina a retrusão funcional. As extrações seriadas, se bem conduzidas, proporcionam resultados bastante agradáveis e desta forma, ajudar a resolver problemas ortodônticos cada vez mais progressivos na população. No entanto,tweed sugere uma outra sequência para extrações seriadas: extração dos primeiros molares decíduos (até 8 anos), mantendo os caninos decíduos no arco . Inicialmente, tweed não se preocupa com o apinhamento anterior. extração dos primeiros pré molares quando chegam no nível gengival simultaneamente com os caninos decíduos. Com isto, paralelamente que vai acontecendo o desapinhamento anterior, os caninos permanentes vão erupcionando. 10. Vantagens Além de beneficiar a estética, a técnica de extração seriada também auxilia na moderação do tempo de um posterior tratamento ortodôntico com aparelhos fixos, possibilita melhor higiene para o paciente por conta do beneficio no posicionamento dental, reduz maloclusão por consequência de discrepância entre bases ósseas e volume de dentes, permitem o deslocamento dental fisiológico, minimiza emprego de aparelhos ortodônticos e beneficia as estruturas periodontais por ter menos cargas de ancoragem no dente. 11. Desvantagens O procedimento tem como desvantagem a inclinação lingual dos incisivos mandibulares gerando sobremordida profunda, tendo como consequência o aumento da curva de spee. Outra fator maléfico é a 20 possibilidade de danos periodontais em regiões que possuem contato direto entre segundo molar e canino por conta dos pré molares surgirem com inclinação axial para mesial. 12. Conclusão Conclui-se a importância do crescimento e seus potenciais, e sobre a influência da função no desenvolvimento das dentições e relação com suas bases ósseas, adquirimos um melhor entendimento de como e quando intervir nos processos de crescimento e desenvolvimento, de forma que a natureza possa adequar da melhor forma possível seu plano de crescimento individual para cada paciente. Temos, portanto,extração seriada como uma técnica relevante em casos de apinhamentos, diminuindo assim o grau da má oclusão. Mas é preciso ter pleno domínio da técnica para a aplicação e fazer uso de exames e um bom diagnostico. A Extração seriada de dentes decíduos tem objetiva direcionar a erupção dos dentes permanentes até encontrar uma oclusão favorável, proporcionando resultados satisfatórios e ajudando a resolver problemas ortodônticos cada vez mais crescentes na população. 21 REFERÊNCIAS 1. ASSUNÇÃO, Diana. Extracções Seriadas. Mestrado Integrado em Medicina Dentária, Coimbra, Portugal, p. 16-18, 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Erickson%20William/Downloads/TESE%20- %20Extracc%CC%A7o%CC%83es%20Seriadas.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022. 2. CAMPOS, Jéssica Cristina de Brito. Manejo de espaços na dentadura mista. Extração seriada, Brasília, p. 30-31, 2015. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/13047/1/2015_JessicaCristinadeBritoCamp os.pdf. Acesso em: 8 abr. 2022. 3. FERREIRA, Flávio Vellini. Ortododontia Diagnóstico e Planejamento Clínico: Extrações Seriadas. Separata de: FERREIRA, Flávio Vellini. Ortododontia Diagnóstico e Planejamento Clínico: Extrações Seriadas. 7. ed. rev. São Paulo: Artes Médicas, 2008. cap. 9, p. 17-186. ISBN 978-85-7404-003-5. 4. FELGAR, María Clementina Martínez. Extrações Seriadas em Ortodôntia. Extrações Seriadas , Porto, p. 41-43, 2013. Disponível em: file:///C:/Users/Erickson%20William/Downloads/Extrac%CC%A7a%CC%83o%20seriada %20ortodontia%20.pdf. Acesso em: 8 abr. 2022. 5. PEREIRA, Fabrício Barranco. Extrações Seriadas. Serial Extractions, Revista FAIPE, ano 2018, v. 8, n. 2, 1 jul. 2018. 1-7, p. 2-5. ISSN 2179-9660. Disponível em: file:///C:/Users/Erickson%20William/Downloads/107-1-455-1-10-20180907.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022. ISADORA CALDAS MARTINS KARINA SOUZA MEZINI ISADORA CALDAS MARTINS (1) KARINA SOUZA MEZINI (1) Sumário 2. Histórico 6 4. Sistema Muscular ..9 5. Sistema Dental ..9 7. Indicações 16 8. Contra indicações 17 9. Técnica de extração seriada 18
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