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A história dos testes de gravidez

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Para determinar se uma mulher está grávida, os testes vendidos em
farmácia usam uma reação química que capta a presença do hormônio
HCG (gonadotrofina coriônica humana) na urina. Esse hormônio só
aparece durante a gravidez e serve para manter o corpo lúteo, uma
formação no ovário que aparece toda vez que a mulher ovula.
Funciona assim: quando a urina entra em contato com a tira do teste,
os anticorpos presentes na fita procuram uma das duas subunidades do
HCG conhecida como beta. Se ela for encontrada no xixi, os anticorpos
se juntam a ela e provocam uma reação química que libera cor. Sempre
vai aparecer uma linha, para mostrar que o exame está funcionando. A
segunda linha só aparece quando o beta HCG é detectado, ou seja, em
caso de gravidez
Dá para saber se a mulher está grávida a partir do décimo dia de
fecundação, mas os especialistas recomendam que o teste de farmácia
seja feito depois que a menstruação atrasar. Antes disso, o mais
indicado é o exame de sangue. O princípio do exame de sangue é o
mesmo: captar uma reação química quando há o beta-HCG. A diferença
é que este teste é mais sensível, pois a concentração de hormônio é
maior no sangue do que no xixi. A análise do sangue determina ainda a
concentração do beta-HCG, que ajuda a determinar se a gestação está
progredindo ou não --no início da gravidez, a quantidade do hormônio
dobra a cada 48 horas
Como surgiram os testes? Até 1960, quando foi feito o primeiro teste
com anticorpos e reação química, a maioria dos exames era impreciso
para diagnósticos precoces e feita em laboratórios. Foi a descoberta da
subunidade beta, em 1972, que fez com que os cientistas
desenvolvessem um anticorpo específico e criassem um teste de
gravidez preciso, capaz de determinar também os níveis do hormônio
na urina. Os primeiros testes de farmácia, os EPTs da empresa
americana Warner Chilcott, eram muito mais simples, mas ainda
dependiam do tubo de ensaio para misturar a urina com soluções.
Também era preciso esperar algumas horas pelo resultado, a taxa de
precisão era questionável e os resultado falso negativos eram bastante
comuns.
As melhorias feitas nas décadas de 1980 e 1990 deram origem à fita
com os dois traços e aos resultados tão precisos quanto o exame de
sangue.
Profetas do xixi
Na Idade Média, a maioria dos testes seguia um método não-científico
de avaliar visualmente a urina. Alguns médicos ficaram conhecidos
como "profetas do mijo" e, em um texto de 1552, a urina de uma grávida
foi descrita como "cor de limão pálido, com uma nuvem em sua
superfície". Outros testes incluíram a mistura de vinho com urina para
observar os resultados. Como o álcool reage com certas proteínas do
xixi, esses prognósticos podem ter tido uma taxa de sucesso moderado.
Bactérias no xixi
No século 19, os médicos ainda utilizavam a observação da urina como
principal método para descobrir precocemente a gravidez. Mas em vez
observar mudanças na cor, eles se concentravam na presença de
bactérias ou estruturas cristalinas visíveis apenas pelo microscópio.
Embora o estudo do sistema reprodutivo estivesse mais adiantado, a
descoberta dos hormônios ainda levaria muito tempo. Foi apenas na
década de 1890 que os estudiosos começaram a falar sobre produtos
químicos ou "secreções internas" de certos órgãos (ou seja, os
hormônios).
Ratos...Na década de 1920, cientistas de vários laboratórios europeus
descobriram um hormônio exclusivo da mulher grávida, o HCG. Em
1928, dois alemães desenvolveram o teste AZ, que injetava a urina da
mulher em uma ratazana para identificar a gravidez. Se a mulher
estivesse grávida, o hormônio do seu xixi causariam uma reação de cio
no animal (já que haveria um aumento do hormônio na ratazana).
Pouco tempo depois, os ratos foram substituídos por coelhas. A urina
era injetada nas veias da orelha do animal. Se o HCG estava presente, a
coelha ovularia dentro de 48 horas. Infelizmente, a única maneira de
observar isso, era matando o coelho.
sapos: Até os sapos entraram na história. Até a década de 1950, era
comum injetar a urina em sapos machos. Se houve hormônio, o
organismo do sapo liberava espermatozoides que, depois de uma hora,
se acumulavam na cloaca . Então a presença de espermatozoides na
urina do animal indicava gravidez da mulher. Era um teste caro, lento e
que sacrificava um número grande de animais.

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