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Tutoria 13/05 Tema central: Gravidez Objetivos: 1) Elucidar o ciclo menstrual - O ciclo menstrual geralmente dura cerca de 28 dias e é dividido em 3 fases, de acordo com as alterações hormonais que ocorrem no corpo da mulher durante o mês. A menstruação representa os anos férteis da vida da mulher, que se iniciam na adolescência e duram até a menopausa. - É normal que a duração do ciclo varia entre 25 e 35 dias, mas ciclos com intervalos mais curtos ou mais longos do que estes podem representar problemas de saúde como ovários policísticos e, por isso, se isso acontecer é aconselhado consultar um ginecologista. - Normalmente, a menarca ocorre entre os 10 e os 14 anos, e o corpo começa a dar alguns sinais que ficam mais intensos com a proximidade dela, como o aumento das mamas e dos pelos pubianos e nas axilas. Ciclo ovariano 1. Fase folicular (antes da ovulação) Esta é a primeira fase do ciclo, que se inicia no primeiro dia da menstruação e dura entre 5 a 12 dias. Nesta fase o cérebro aumenta a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH), que leva os ovários a amadurecer seus óvulos. Com esse amadurecimento, o ovário começa também a liberar maiores quantidades de estrogênio, que é outro hormônio, responsável por tornar o revestimento do útero pronto para uma possível gravidez. 2. Fase ovulatória Nesta fase, os níveis de estrogênio continuam aumentando e levam o corpo a produzir o hormônio luteinizante (LH), que é responsável por selecionar o óvulo mais maduro e fazê-lo sair do ovário, que é quando ocorre a ovulação, geralmente, por volta do dia 14 do ciclo. Depois de liberado, o óvulo viaja pelas trompas até chegar ao útero. Normalmente, o óvulo sobrevive por 24 horas fora do ovário e, por isso, se entrar em contato com espermatozóides, pode ser fecundado. Uma vez que os espermatozoides podem durar até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível que se, a mulher tiver tido relações até 5 dias antes da ovulação, possa engravidar. 3. Fase lútea (depois da ovulação) Esta fase acontece, em média, nos últimos 12 dias do ciclo e, durante esses dias, o folículo, deixado pelo óvulo dentro do ovário, começa a produzir progesterona em maior quantidade, para continuar preparando o revestimento do útero para o caso de uma possível gravidez. Além disso, também existe um aumento na produção de estrogênio e, por isso, algumas mulheres podem apresentar sensibilidade nos seios, mudanças de humor e até inchaço. Quando a fecundação não acontece, o folículo vai encolhendo dentro do ovário e, por isso, os níveis de estrogênio e progesterona vai diminuindo até que o revestimento do útero seja eliminado, dando início à menstruação e ao próximo ciclo menstrual. Já se existir fecundação, o óvulo fica grudado nas paredes do útero e o corpo começa a produzir hCG, um hormônio que mantém o folículo produzindo estrogênio e progesterona em níveis elevados para manter o revestimento do útero até à formação da placenta. Sinais que indicam período fértil Os sinais que indicam período fértil são corrimento transparente semelhante à clara do ovo, aumento da sensibilidade das mamas e leve dor na região do útero, semelhante a uma cólica leve e passageira. Ciclo uterino Fase proliferativa: a ação do hormônio estradiol, produzido pelo folículo em crescimento no ovário, estimula o espessamento da parede uterina (endométrio) . Fase secretora: assim que o folículo se rompe, liberando o ovócito, origina-se o corpo-lúteo, que secreta estradiol e a progesterona, estimulando a manutenção e o desenvolvimento da parede uterina, onde ocorrerá, por exemplo, o crescimento das glândulas do endométrio, responsáveis por secretar um líquido que nutrirá o embrião antes de ele se implantar na parede uterina. Fase menstrual: se nenhum embrião tiver sido implantado na parede uterina até o final da fase anterior, o corpo-lúteo irá se desintegrar, o que ocasionará uma queda na concentração dos hormônios ovarianos. A queda desses hormônios causa a constrição das artérias da parede uterina, o que desencadeia a desintegração de parte dessa parede, que é eliminada na menstruação. 2) Conhecer os exames que confirmam a gravidez (especificidade e sensibilidade) Beta hCG - O método mais confiável para diagnosticar uma gravidez é a dosagem sanguínea de um hormônio chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG). Como costumamos dosar apenas a fração beta do hCG, o exame de sangue usado para diagnosticar a gravidez chama-se beta hCG (BhCG). - A dosagem do beta hCG é feita através de coleta de sangue em um laboratório de análises clínicas. - O BhCG começa a ser produzido 6 a 8 dias após a fecundação, no momento em que há implantação do ovo (óvulo fecundado por um espermatozoide) na parede útero. Conforme o embrião e a placenta vão se desenvolvendo, mais hCG vai sendo produzido e lançado na circulação materna. Nas primeiras semanas de gestação, os níveis de hCG dobram a cada 2 ou 3 dias, podendo chegar até mais de 250.000 mIU/ml por volta da décima semana, momento em que os níveis atingem o seu valor máximo. -Os exames beta hCG mais modernos conseguem detectar o hormônio até 1 semana antes do atraso menstrual. Porém, para evitar a ocorrência de falso-negativos, sugere-se que o exame seja feito somente após a menstruação ter atrasado. HCG Qualitativo O teste beta hCG Qualitativo detecta se há presença do hormônio no sangue. Nesse sentido, o resultado do exame indica apenas se é positivo (reagente) ou negativo (não reagente). HCG Quantitativo O exame hCG Quantitativo mede a quantidade circulante do hormônio no sangue e, também, apresenta uma estimativa do tempo de gestação. Além disso, os resultados do beta hCG quantitativo também podem indicar problemas como gravidez ectópica, aborto ou gravidez anembrionária. Nesse caso, os valores do hormônio geralmente são inferiores aos esperados para a idade gestacional da gravidez. Teste de farmácia: - Os testes de gravidez vendidos em farmácias são dispositivos simples quedetectam a presença do hCG na urina. Isso é possível pois o exame possui o anticorpo monoclonal anti HCG, que gera uma reação química ao entrar em contato com o hCG, hormônio específico da gravidez. Dessa forma, basta a mulher urinar em uma fita reativa, ou colocá-la em contato com a urina coletada em um pote, e esperar para ver se há reação. - De forma geral, os testes de farmácia são muito confiáveis quando utilizados de forma correta, seguindo todas as instruções de uso. Além disso, o período ideal para realizar o teste e o tempo para reagir, bem como a forma de demonstrar o resultado, varia entre as diferentes opções e marcas do mercado. - Nesse sentido, é importante destacar que as concentrações de hCG na urina são menores que no sangue. Portanto, os testes de farmácia demoram um pouco mais para reagirem ao hormônio. - Embora alguns produtos garantam eficiência na testagem antes mesmo do atraso da menstruação , o mais seguro é fazer o teste com pelo menos 2 dias de atraso menstrual, ou então, após uma semana, quando a sensibilidade fica entre 95% a 99%. De qualquer forma, o resultado do teste de gravidez de farmácia sempre pode ser confirmado depois através de um exame de sangue laboratorial. Possíveis resultados do teste de farmácia e suas diferentes apresentações: Resultado Positivo: significa que e mulher está grávida Duas riscas; Duas riscas, sendo a segunda borrada (indica pouca quantidade do hormônio beta-hCG); Um linha mais escura; O Símbolo “+” (positivo); Palavra Grávida ( com ou sem indicativo de número de semana); Resultado Falso Positivo: apesar de raro, pode acontecer em algumas situações Se a mulher estiver tomando remédios que contenham hCG (geralmente mulheres em tratamento para infertilidade); Se a mulher tiver dado a luz ou abortado há menos de 8 semanas; Algumas doenças raras podem produzir hCG, a mais conhecida é a mola hidatiforme, um tumor do tecido placentário. https://nilofrantz.com.br/blog/menstruacao-atrasada-significados/ https://nilofrantz.com.br/blog/menstruacao-atrasada-significados/ Resultado Negativo: significa que a mulher não está grávida Uma risca; Uma linha sem alteração na cor/intensidade; O Símbolo “-” (negativo); Palavras não-grávida. Resultado Falso Negativo: pode acontecer quando O teste é realizado cedo demais e o hCG ainda não é detectável na urina. Na dúvida, o ideal é repetir o exame depois de alguns dias; A fita não ficou em contato com a urina pelo tempo necessário, impedindo que o teste identifique o hormônio presente na urina; A urina usada no teste está muito diluída. Desta forma, o recomendado é utilizar a primeira urina da manhã e não beber muito líquido antes de fazer o exame. Ultrassonografia Em gestações que já tenham algumas semanas, o diagnóstico pode ser feito através da ultrassonografia. Conseguimos identificar o saco gestacional (estrutura que abriga o embrião), que é o primeiro sinal de gravidez detectável ao ultrassom, a partir da 5ª semana de gravidez através da ultrassonografia transvaginal ou a partir da 7ª semana através da ultrassonografia abdominal. Exame físico Por incrível que pareça, algumas mulheres só procuram o diagnóstico após fases avançadas da gestação. Às vezes, a gravidez está tão desenvolvida que conseguimos identificá-la através do exame físico. Com doze semanas o útero começa a ficar palpável e após 20 semanas já podemos identificar os batimentos cardíacos do feto com o estetoscópio, assim como perceber seus movimentos através da palpação abdominal. De qualquer forma, mesmo que a gravidez seja evidente durante o exame físico, o diagnóstico definitivo deve ser feito com ultrassonografia ou através do BhCG sanguíneo. 3) Compreender o pré-natal realizado pelo SUS (anamnese, onde é feito, como funciona, número mínimo de consultas, exames específicos, médico responsável) - Na primeira consulta de pré-natal deve ser realizada anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame físico deverá ser completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de pele e mucosas, seguido por exame ginecológico e obstétrico. Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser sucinta, abordando aspectos do bem-estar materno e fetal. Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais. - As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade, quanto no cartão da gestante. Em cada consulta, deve-se reavaliar o risco obstétrico e perinatal. Para auxiliar nesse objetivo, deve-se observar a discriminação dos fatores de risco no cartão de pré-natal, identificados pela cor amarela. A presença dessas anotações deverá ser interpretada pelo profissional de saúde como sinal de alerta ROTEIRO DA PRIMEIRA CONSULTA I. História clínica (observar cartão da gestante) • Identificação: – nome; – número do SISPRENATAL; – idade; – cor; – naturalidade; – procedência; – endereço atual; – unidade de referência. • Dados socioeconômicos; • Grau de instrução; • Profissão/ocupação; • Estado civil/união; • Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho doméstico); • Renda familiar; • Pessoas da família com renda; • Condições de moradia (tipo, nº de cômodos); • Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo); • Distância da residência até a unidade de saúde; • Antecedentes familiares: – hipertensão arterial; – diabetes mellitus; – doenças congênitas; – gemelaridade; – câncer de mama e/ou do colo uterino; – hanseníase; – tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de parentesco); – doença de Chagas; – parceiro sexual portador de infecção pelo HIV. • Antecedentes pessoais: – hipertensão arterial crônica; – cardiopatias, inclusive doença de Chagas; – diabetes mellitus; – doenças renais crônicas; – anemias; – distúrbios nutricionais(desnutrição, sobrepeso, obesidade); – epilepsia; – doenças da tireóide e outras endocrinopatias; – malária; – viroses (rubéola, hepatite); – alergias; – hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas; – portadora de infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? quais?); – infecção do trato urinário; – doenças neurológicas e psiquiátricas; – cirurgia (tipo e data); – transfusões de sangue. • Antecedentes ginecológicos: – ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade); – uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono); – infertilidade e esterilidade (tratamento); – doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive pelo parceiro); – doença inflamatória pélvica; – cirurgias ginecológicas (idade e motivo); – mamas (alteração e tratamento); – última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e resultado). • Sexualidade: – início da atividade sexual (idade da primeira relação); – dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual); – prática sexual nesta gestação ou em gestações anteriores; – número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente ou pregressa; – uso de preservativos masculino ou feminino (uso correto? uso habitual?). • Antecedentes obstétricos: – número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme); – número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas – indicações); – número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, complicados por infecções, curetagem pós-abortamento); – número de filhos vivos; – idade na primeira gestação; – intervalo entre as gestações (em meses); – isoimunização Rh; – número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação); – número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e com mais de 4.000g; – mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos); – mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos óbitos); – natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que ocorreu); – recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, exsangüineotransfusões; – intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar); – complicações nos puerpérios (descrever); – história de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame). • Gestação atual: – data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida); – peso prévio e altura; – sinais e sintomas na gestação em curso; – hábitos alimentares; – medicamentos usados na gestação; – internação durante esta gestação; – hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas; – ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse); – aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente. II. Exame físico • Geral: – determinação do peso e da altura; – medida da pressão arterial – inspeção da pele e das mucosas; – palpação da tireóide e de todo o pescoço, região cervical e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades); – ausculta cardiopulmonar; – determinação da freqüência cardíaca; – exame do abdômen; – exame dos membros inferiores; – pesquisa de edema (face, tronco, membros). • Específico (gineco-obstétrico): – exame de mamas (realizar orientações para o aleitamento materno em diferentes momentos educativos, principalmente se for adolescente. Nos casos em que a amamentação estiver contra-indicada – portadoras de HIV/HTLV –, orientar a mulher quanto à inibição da lactação (mecânica e/ou química) e para a aquisição da fórmula infantil); – palpação obstétrica e identificação da situação e apresentação fetal; – medida da altura uterina; – ausculta dos batimentos cardíacos fetais; – inspeção dos genitais externos; – exame especular: a) inspeção das paredes vaginais; b) inspeção do conteúdo vaginal; c) inspeção do colo uterino; d)coleta de material para exame colpocitológico (preventivo de câncer), se houver indicação, e para a pesquisa de infecção por clamídia e gonococo, se houver sinais de inflamação e corrimento cervical mucopurulento; – toque vaginal; III. Exames complementares Na primeira consulta solicitar: – dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); – grupo sangüíneo e fator Rh; – sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana; 27 – glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana; – exame sumário de urina (Tipo I): repetir próxima à 30ª semana; – sorologia anti-HIV, com o consentimento da mulher após o “aconselhamento pré-teste” (ver item IV); – sorologia para hepatite B (HBsAg, de preferência próximo à 30ª semana de gestação); – sorologia para toxoplasmose (IgM para todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para realização). Outros exames podem ser acrescidos a esta rotina mínima em algumas situações especiais: – protoparasitológico: solicitado na primeira consulta, sobretudo para mulheres de baixa renda; – colpocitologia oncótica (papanicolau), se a mulher não a tiver realizado nos últimos três anos ou se houver indicação; – bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª semana de gestação, particularmente nas mulheres com antecedente de prematuridade; – sorologia para rubéola; – urocultura para o diagnóstico de bacteriúria assintomática, em que exista disponibilidade para esse exame; – ultra-sonografia obstétrica realizada precocemente durante a gestação nas unidades já estruturadas para isso, com o exame disponível. A ultra-sonografia de rotina durante a gestação IV. Condutas: – cálculo da idade gestacional e data provável do parto; – avaliação nutricional; – fornecimento de informações necessárias e respostas às indagações da mulher ou da família; – orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso; – referência para atendimento odontológico;– encaminhamento para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a gestante não estiver imunizada; – referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior complexidade, quando indicado (mesmo com referência para serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo acompanhada, conjuntamente, na unidade básica); – referência para atendimento odontológico. - As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares. - O calendário de atendimento pré-natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. - Deve ser iniciado precocemente (primeiro trimestre) e deve ser regular e completo (garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam realizadas e preenchendo-se o cartão da gestante e a ficha de pré-natal). - O PHPN estabelece que o número mínimo de consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre. - A maior freqüência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal. - O acompanhamento da mulher, no ciclo grávido-puerperal, deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que deverá ter sido realizada a consulta de puerpério. 4) Reconhecer os tipos de parto 1. Parto Normal É o parto mais convencional, uma vez que a mulher entra em trabalho de parto espontaneamente. Normalmente, ocorre entre a 37º e a 42º semana de gravidez. De início, é indicado para todas as grávidas. Ele se inicia com as contrações, que começam a ficar cada vez mais frequentes e doloridas. É importante lembrar que podem ser utilizadas anestesias: tanto a peridural (aplicada sobre a lombar) e a raquidiana (na medula). Porém, por ter um efeito mais rápido, a raquidiana é mais recomendada para ser realizada logo antes do nascimento do bebê. 2. Parto Natural Muitas dúvidas existem a respeito da diferença entre o parto normal e o natural. O parto natural ocorre com o mínimo de intervenções médicas possíveis, ou seja, de acordo com os comandos do corpo. Somos responsáveis e temos participação ativa no momento do nascimento, além de não haver o uso de anestesias. É possível que aconteça em casa, mas sempre com o acompanhamento de pessoas especializadas, como obstetras. 3. Parto Cesariano O parto cesariano é recomendado em casos em que o parto normal não é possível de acontecer. A OMS (Organização Mundial da Saúde) sugere que 15% dos partos sejam cesáreas, porém, em alguns serviços privados, os números podem chegar até 85%. Como é um procedimento cirúrgico, é necessário que tenha um jejum, porém, é possível ficar acordada e presenciar o momento do nascimento do bebê. Em alguns casos, a cesárea pode ser recomendada. Por exemplo, quando o bebê se encontra sentado, se você já realizou outra cesária anteriormente, tem alguma infecção por herpes ou HIV ou quando o cordão umbilical se enrola no pescoço do bebê. 4. Parto na Água Esse é um dos tipos de parto que mais tem sido procurado por nós, mulheres, nos últimos tempos. Isso porque é um dos mais confortáveis que existem. A água permite uma melhor irrigação sanguínea, um relaxamento muscular e a dilatação do colo uterino (o que acelera o parto e gera sensação de bem-estar). Para o bebê é um dos partos menos traumáticos que existem, pois há menos luz e barulho externo para interferir. Para realizar esse parto, é necessário optar por uma maternidade que ofereça esse tipo de atendimento. É importante que aconteça sempre sob assistência médica. 5. Parto de Cócoras Nós precisamos adotar a posição de cócoras, ou seja, ficar agachada na hora do nascimento. Normalmente ocorre mais rápido que os outros. Essa posição permite que a musculatura da pelve e do abdômen relaxe, e conta também com a ajuda da gravidade, facilitando a saída do bebê. Para que ele ocorra, o bebê precisa estar com a cabeça para baixo, não ser tão grande (até 4 quilos) e nós precisamos estar com 10 centímetros de dilatação. Também é necessário que se tenha passado por uma gestação saudável e um bom condicionamento físico. Nesse caso, a anestesia não é possível de ser aplicada. 6. Parto Leboyer Foi elaborado por um médico francês na década de 70 e também é conhecido como “parto sem violência”. Tem como objetivo não estressar o bebê e tornar seu nascimento menos traumático. Por isso, o parto todo é conduzido pela mãe e o cordão umbilical só é cortado quando para de pulsar. É necessário ocorrer em um ambiente silencioso e com pouca luz. 7. Parto Humanizado O parto humanizado não pode ser considerado uma nova técnica, mas sim, um parto em que se tem respeito a nós, mulheres. Podemos escolher onde queremos ter o bebê, quem irá nos acompanhar, qual a melhor posição para o processo, se a luz estará acessa ou apagada, se haverá uso da banheira, etc. Pode ter o uso de anestesia e ainda é possível escolher se quer comer alguma coisa durante o trabalho de parto. Claro, mesmo assim, é necessário que o obstetra esteja presente durante todo o processo. 8. Cesárea Humanizada Como o nome diz, a cesárea ocorre por meio de uma cirurgia. No entanto, na cesárea humanizada, a tentativa é ser similar ao conceito do parto normal. Nós somos mais valorizadas neste processo, com o ambiente da sala de cirurgia mais https://leiturinha.com.br/blog/parto-humanizado/ confortável possível, com acompanhante e até música. O cordão umbilical não é cortado, apenas após parar de pulsar. Além disso, o bebê é colocado junto da mãe logo após o nascimento. 5) Entender o cálculo da idade gestacional e a data provável do parto Cálculo da Idade Gestacional (IG) O cálculo da IG deve ser realizado em todas as consultas, baseado na datada última menstruação (DUM), isto é, o primeiro dia em que ocorreu o último período menstrual da mulher. A DUM será informada no primeiro atendimento pré-natal. Para facilitar sua compreensão, segue abaixo o passo a passo: ● Quando a DUM é conhecida e certa: com auxílio do calendário, somamos o número de dias transcorridos entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas). O que sobrar de resto nesta divisão corresponderá ao número de dias. Exemplo: DUM: 15/04/2020 e data da consulta: 22/06/2020 Somando os dias transcorridos neste intervalo (15 do mês Abril, 31 do mês Maio e 22 do mês Junho), resultaremos em: 68; dividindo 68 por 7 (número de dias da semana), teremos como quociente 9 (correspondendo às semanas) e resto 5 (correspondendo aos dias). Logo, a IG é de 9 semanas e 5 dias. ● Quando a mulher não lembrar ou não tiver certeza da DUM: questione se a menstruação dela costumava vir no início, na metade ou no final do mês e dependendo da resposta, você considerará para o cálculo o dia 5, 15 ou 30, respectivamente! E aguardará o resultado da primeira ultrassonografia obstétrica para confirmar a data! Cálculo da Data Provável do Parto (DPP) Para o cálculo da DPP levamos em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, também baseado na DUM), aplicando a Regra de Näegele, da seguinte forma: ● Somamos sete aos dias da DUM; ● Subtraímos três ao mês em que ocorreu a DUM, se ocorreu entre abril e dezembro; ou ● Adicionamos nove se corresponder aos meses de janeiro a março. Utilizando o exemplo anterior, DUM: 15/04/2020, teremos: Número de dias: 15 + 7: 22 Número de meses: 04 – 03: 01 (Janeiro) Logo, a DPP será 22/01/2021! E atenção no que eu vou lhe dizer agora: se o número de dias encontrado for maior que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. Veja outro exemplo: DUM: 27/01/2020 Número de dias: 27+7: 34 Número de meses: 01 +09: 10 (0utubro) Observe que “sobraram” dias no cálculo acima (não existe mês com 34 dias, correto?). Esses dias serão transferidos para o mês de novembro (mês subsequente a outubro). Considerando que outubro tem 31 dias, fazemos a subtração a seguir: 34-31: 03. Logo, a DPP será 03/11/2020.
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